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A Astrologia era, na Antigüidade, considerada a chave de todas as ciências humanas e naturais.

Portanto, não é de se duvidar que, algum dia, sejam descobertas inúmeras razões para que a
Astrologia volte a ocupar essa posição.
A Astrologia teve sua origem por volta de 3.000 a.C., provavelmente na cidade de Ur -
supostamente a pátria de Abraão, fundada no 4º milênio a.C. por um povo do norte da
Mesopotâmia, os sumérios. Este povo tinha um grande interesse pela observação do céu. Para
os sumérios, este parecia uma grande abóbada de veludo negro onde as estrelas estavam fixas
como enfeites de brilhantes. Entretanto, notaram que além do Sol e da Lua, cinco estrelas
apresentavam um movimento mais rápido do que as outras; eram os planetas Mercúrio,
Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.

Mais tarde, os caldeus introduziram a astrologia como hoje é conhecida. As estrelas foram
agrupadas em constelações, para servirem como marcadores do movimento dos planetas. O
Zodíaco, ou o Caminho de Anu, era a rota seguida no céu pelo Sol, Lua e planetas, sempre pela
mesma massa de estrelas, as Constelações Zodiacais. A divisão do Zodíaco talvez tenha vindo
das doze partes, de duas horas cada, do dia dos caldeus.
A Maçonaria, com seus templos onde sempre são representados os signos do zodíaco e a
abóbada celeste, sempre serviu de veículo para a difusão de ensinamentos da Astrologia e,
com certeza, foram em lojas que a Astrologia deve ter primeiro florescido em nosso país, em
especial no Rio de Janeiro.

As Eras da Astrologia
Grande Ano, em Astrologia, é o período de 25.858 anos que a Terra leva para percorrer todos
os signos do zodíaco.
Esse período é constituído por doze Grandes Meses, cada um dos quais com uma duração
aproximadamente de 2.000 anos. Um Grande Mês, assim, corresponde a uma Era, regida por
um dos doze signos, que se seguem, em sentido decrescente.

Era de Leão (de 10.000 a.C. a 8.000 a.C.)


Era mais antiga da qual é possível ter conhecimento. Governada pelo signo de Leão, cujo astro
regente é o Sol, marcou um período dominado pela criação: o homem começou a cultivar
plantas, a criar os animais e a polir a pedra, adquirindo os meios para um rápido progresso.
Iniciava-se o Período Neolítico da Pré-História, o início da civilização estratificada.

Era de Câncer (de 8.000 a.C. a 6.000 a.C.)


Com o término da Idade do Gelo, por volta de 9.000 a.C., o homem deixou as cavernas e
começou a construir as suas habitações, abandonando o nomadismo e tornando-se
sedentário. Sob o governo de Câncer, signo da maternidade e do lar (regido pela Lua, a “mãe
universal”, o princípio feminino que fertiliza todas as coisas), a humanidade começou a
estruturar-se socialmente por meio da família.

Era de Gêmeos (de 6.000 a.C. a 4.000 a.C.)


Esta Era foi caracterizada pelo dinamismo e pela elaboração dos grandes projetos humanos.
Governada por Gêmeos – regido por Mercúrio, o representante do intelecto – foi uma Era de
grande efervescência intelectual e de muita curiosidade, produzindo um dos seus mais valiosos
tesouros: a escrita. O homem começou a fixar as suas idéias e a registrar a sua própria
memória. Começava, aí, a História.
Era de Touro (de 4.000 a.C. a 2.000 a.C.)
Representando a força criativa de Touro, transformada nos poderes de fecundação e
procriação da natureza, o signo – por intermédio de sua influência na Terra, com sua solidez e
riqueza – significou o florescimento de grandes civilizações humanas: uma delas foi a egípcia.
Período de grandes progressos materiais, a Era de Touro legou cidades importantes à
humanidade, por exemplo, Tebas e Mênfis, no Egito, onde era cultuado Ápis, o touro sagrado.

Era de Áries (de 2.000 a.C. a 0)


Regida por Marte, deus da guerra na mitologia romana, essa Era foi caracterizada por grande
atividade bélica, com muitas invasões e muitas lutas entre os povos. Um exemplo é o território
antigo da Grécia, que sofreu, durante esse período, diversas invasões; as mais produtivas delas
foram as dos dórios e dos jônios, já que, dessa miscigenação de povos, surgiu a magnífica
cultura grega, que tanta influência teve nos destinos da humanidade.

Era de Peixes (de 0 a 2.000 d.C.)


Regido por Peixes, signo da fé, da piedade, da compaixão, do espírito de sacrifício e do
misticismo, esse período viu surgir o seu fato mais marcante: o cristianismo, que, como
religião, é o típico exemplo da mentalidade de Peixes. O signo influenciou tanto esse período,
que o seu símbolo (dois peixes,
dispostos lado a lado, mas em sentido inverso, simbolizando o momento final da liberação do
espírito das malhas matérias) acabou tornando-se o sinal secreto dos que aderiam à fé cristã.
Esse foi o período dos “pescadores de homens”.

Era de Aquário (de 2.000 d.C. A 4.000 d.C.)


A Era de Aquário, com início no ano 2000, terá o humanitarismo como mensagem especial.
Ocorrerá a reconciliação entre a ‘ciência e o homem’, entre as mais fantásticas descobertas da
mente científica e as verdades eternas, que tem sido motor e dínamo da humanidade. Regido
por Aquário – signo da originalidade, da independência, da lealdade, da ação – haverá vontade
de mudar e de criar, além de uma grande preocupação com o futuro da humanidade. Neste
período, os homens terão a oportunidade de transformar o mundo, tornando-o feliz e
próspero. Mas poderão, também, destruí-lo, mesmo que a prudência seja uma característica
de Aquário.

A Interpretação Astrológica

A Igualdade é o símbolo de Libra ou Balança. Este signo é o símbolo universal do equilíbrio, da


legalidade e da justiça, concretizado pelo senso da diplomacia e da cortesia. Libra significa, em
última análise, um caráter afável, um sentido de justiça, harmonia e sociabilidade, que são
todos atributos da igualdade.

A Fraternidade é perfeitamente ilustrada pelo signo de Gêmeos em sua dualidade, que são os
míticos Castos e Pólux, cada um desempenhando seu papel sem nenhuma proeminência sobre
o outro. O signo de Gêmeos é dual porque simboliza o momento em que a força criativa de
Áries e Touro dividem-se em duas correntes: uma tem sentido ascensional, espiritual, e a outra
é descendente, no sentido da multiplicidade das formas e do mundo fenomênico. Considere-
se, também que diante de Gêmeos está Sagitário, governado por Júpiter Zeus, deus do qual
todos os homens emanam, o que faz irmãos uns dos outros, com cada um procurando-o, à sua
maneira.
A Liberdade é apanágio de Aquário, simbolizado por Ganimedes, pelo anjo derramando sobre
a humanidade o cântaro do saber; saber que, se for bem utilizado, pode ser um meio de
acesso à liberdade, com a condição de que aceite a superioridade do iniciado. Só o iniciado, o
sábio, poderá reconhecer os limites além dos quais não poderá ir, pois esta é a maneira dele
chegar ao conhecimento dos mistérios divinos. Essa ligação com o divino – da qual Moisés é
um símbolo – e o respeito às leis divinas, fundamentais para uma existência pacífica e
harmoniosa, serão também assinalados pelo signo frontal a Aquário: Leão, cujo símbolo é o
Sol, símbolo do UM, símbolo de Deus.
Esses três signos – Libra, Gêmeos e Aquário – são os signos de ar do zodíaco. E os signos de ar
são os símbolos do espírito, são símbolos do Cosmos, que o iniciado deve procurar conhecer e
compreender.

As Provas Dos Quatro Elementos


A simbologia e a importância da depuração pessoal são, justamente, uma das primeiras lições
para quem receberá a Luz ou a “limpeza” pelos quatro elementos: terra, água, ar e fogo. Estes
são os elementos básicos que formam toda a Criação no estudo da Astrologia.
Compreendendo as características destes elementos, pode-se compreender tudo, pois tudo o
que existe foi criado com esta matéria-prima básica.
Muitos IIr.·. restringem os estudos dos elementos às lições e indicações do Ritual e, assim,
deixam de compreender a amplitude deste conhecimento.
Só para ilustrar, nas antigas tradições iniciáticas, aquele que dominava os elementos tornava-
se semelhante ao Gr.·. Arq.·. do Un.·., pois dominaria totalmente tudo o que foi criado. O
iniciado deveria dominar o elemento em seu universo particular. Deveria dominar a terra e o
medo do desmorona-mento, a melancolia, a avareza, a falta de horizontes em circunstâncias
que elevariam ao máximo estas tendências como, por exemplo, dentro de um buraco ou
caverna estreita, úmida e profunda. A água deveria ser dominada, por exemplo, dentro de um
rio caudaloso e com correnteza violenta, vencendo-se a incerteza, a insegurança, a sensação
de abandono e da falta de apoio. O elemento ar deveria ser dominado nas alturas de um
precipício ou montanha (hoje, uma montanha-russa serviria), vencendo-se a vertigem, o
desequilíbrio, a dificuldade de respiração em função da apreensão. Finalmente, o fogo deveria
ser dominado dentro de um salão incendiado, ou com o iniciado circundado por três enormes
fogueiras. Ele deveria controlar suas reações quanto ao calor, à luz excessiva e à sensação de
proximidade com um poder terrível que pode destruir.

Os Cargos em Loja e os Sete Planetas Esotéricos


Ven.·.M.·. - assimilado ao planeta Júpiter, (número 6) que, no panteão dos deuses babilônicos,
simbolizava a sabedoria. Rege a visão, a prosperidade, a misericórdia, a liturgia, o sacerdócio, o
mestre e a felicidade.
Ord.·. - está relacionado a Mercúrio (número 2), o planeta que rege a expressão da Verdade,
pois é o “enviado de Deus”. Mercúrio tem asas nos pés e é o porta-voz, aquele que dá as boas-
vindas e domina os escritos. Associado ao Sol, pois dele emana a luz, como guarda da lei
maçônica que é, além de responsável pelas peças da arquitetura.
1ª Vig.·. - associado ao planeta Marte, que era o senhor da guerra, simbolizando a força. Marte
rege o início, a coragem, o pioneirismo e o impulso.
2ª Vig.·. - assimilado ao planeta Vênus, feminilizado na mitologia babilônica e que, sendo a
deusa mágica da fertilidade e do amor, simboliza a beleza. Vênus rege a harmonia, o prazer, a
alegria e a beleza, como reflexos da manifestação do Gr.·. Arq.·. do Un..·.
Secr.·. - relaciona-se ao planeta Saturno (número 7). É ele o responsável por gravar os fatos de
forma fria e exata para a eternidade. Ele é o controlador rígido da ordem dos processos e cioso
pela documentação dentro das normas. Assemelha-se à Lua, pois reflete as conclusões legais
do Orador.
Tes.·. - associado a Cronos (Saturno, para os romanos), pai de Zeus e filho de Urano - um dos
deuses primordiais, que estava com Géia (a Terra) no início de todas as coisas. Simboliza a
riqueza e recebe a influência da Lua (número 1) em sua atividade. A atividade de receber os
metais e de organizar o movimento financeiro da Loja é considerada calculista, além de
inflexível, por lidar com a frieza dos números. A Lua rege a família, a cidade, o lar e o corpo;
portanto rege o Templo.
M.·. de Cer.·. - assimilado ao planeta Mercúrio, o deus veloz e astuto. Está relacionado ao
planeta Sol (número 4), este caminha diariamente pelo Céu, levando e trazendo a existência, a
verdade e a justiça. É ele que anima a vida e que circula no Oriente e no Ocidente.n
Carlos Galvão, João Paganelo e Eduardo Gennari, MM.·.MM.·.
A.·.R.·.L.·.S.·. Tomaz Idineu Galera, Gosp - São Paulo – Brasil

Notas:
(1) A palavra astrologia tem origem grega. É formada a partir de “aster”, astro e “logos”,
discurso, relato, razão, definição, faculdade racional, proporção.
(2) A 1ª República conheceu bem a divisa “Liberdade, Igualdade, ou a Morte”, mas tal
programa ideológico não foi jamais o da Maçonaria. Foi somente sob a 2ª República que a
“tríplice divisa” surgiu. Mas não foi a República que tomou emprestada a divisa à Maçonaria,
mas, sim, a Maçonaria é que a tomou emprestada à República (MELLOR Alec. Dictionnaire de
la Franc-Maçonnerie et des Francs-Maçons. Paris: Belfond, 1971).
Referências bibliográficas:
CASTELLANI, José. Maçonaria e Astrologia. 2ª ed. São Paulo: Landmark, 2002.
CASTELLANI, José. Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom. São Paulo: A Gazeta
Maçônica. 1ª ed. 1985, 2ª ed. 1992.

Os Signos Zodiacais, assim como todos os mitos solares e agrários da Antiguidade,


representam a morte e o renascimento anual da Natureza. Por isso, eles simbolizam o iniciado,
desde que, como candidato, ele é encerrado na Câmara de Reflexão – representado por Áries,
passo inicial da renovação da natureza pelo Fogo, simbolizando o Fogo Interno, o ardor do
candidato à procura da Luz – até o ápice de sua caminhada maçônica, quando recebe o Grau
de Mestre – representado por Peixes, a total renovação da Natureza, a volta do Sol e da vida,
pronto para mais um ciclo. Os Signos relacionados com o Grau de Aprendiz são: Áries, Touro,
Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem. Simbolizam solidez, força, a ligação entre a terra e o céu. Os
atuais Templos Maçônicos (Rito Escocês Antigo e Aceito) têm Doze Colunas que correspondem
aos Signos do Zodíaco, e podem ser consideradas a base mental da Loja.
As Colunas, nos antigos cultos de fertilidade, podem aparecer como representação do órgão
sexual masculino.

Maçonaria e Astrologia
Astrologia pode ser definida como um sistema simbólico que relaciona o macrocosmo (os
Planetas) e o microcosmo (o indivíduo na Terra).
Os fenômenos da Natureza e os astros (Sol, Lua, Estrelas), sempre exerceram curiosidade,
atração e respeito no homem primitivo. Os hominídeos do Paleolítico divinizavam as forças da
Natureza. No período Neolítico, além da Natureza, os hominídeos criaram novos deuses,
sempre relacionados ao universo que os envolvia. Com o advento da agricultura (cerca de dez
mil anos atrás), o homem percebeu que a vida das plantas obedecia a um determinado ciclo,
comandada pelos astros, no céu, e que havia um momento propício para arar, semear e
colher. Eis aí, o nascedouro da Astrologia. Porém, há registros das fases da Lua inscritas em
ossos, quinze mil anos atrás, na Mesopotâmia (terra entre os rios Tigre e Eufrates).
O estudo dos astros pode ter se iniciado na Mesopotâmia. A Caldéia era uma região ao sul da
Mesopotâmia, principalmente na margem oriental do rio Eufrates, mas muitas vezes o termo é
usado para se referir a toda a planície mesopotâmica. A Astrologia, possivelmente, teve
origem na antiga Caldéia. Com seus conhecimentos astronômicos, os caldeus conheciam os
planetas até Saturno. Conheciam muito bem as fases da Lua, prevendo com precisão os
eclipses. Foram eles que, criaram os Doze Signos do Zodíaco. Os caldeus perceberam que
determinadas épocas ou signos produziam certos traços de caráter, e com isso criaram toda a
base da simbologia que hoje é a Astrologia.

A civilização mesopotâmica nasceu há cerca de quatro mil anos a.C. com o povo ubaida.
Depois vieram os sumérios, com a escrita cuneiforme. Em 1350 a.C., tem início o Império
Assírio, que controla a antiga Pérsia, Síria, Palestina e Egito. Os sumérios criaram o sistema
sexagesimal que, facilitou operações matemáticas e o desenvolvimento da astronomia. Os
egípcios adotaram esse sistema e, construíram obras arquitetônicas alinhadas às estrelas fixas,
com precisão.
Por todos os séculos seguintes, os povos que viveram entre os rios Tigre e o Eufrates
continuaram a registrar suas observações do céu.
Com a dominação do rei Ciro II da Pérsia, a região estabiliza-se. Os persas, no contato com os
astrólogos da Mesopotâmia, introduziram a matemática no cálculo astronômico e astrológico
– há um grande avanço com a regularização dos calendários, como conseqüência de um
entendimento maior dos ciclos celestes.
Depois que Alexandre, O Grande, conquistou o Egito (331 a.C.), houve um destaque na historia
da Astrologia. O período alexandrino foi rico na produção intelectual.

O avanço das tropas de Alexandre, fez com que o idioma grego se espalhasse como língua
cultural. Assim, os métodos babilônicos anexados à Astrologia egípcia, puderam chegar, em
idioma grego, à Índia.
Mesmo após a dominação romana, a cultura era helenista.
Data do primeiro século d.C. o mais longo tratado astrológico – o autor é Doroteu de Sidon e o
trabalho é o “Pentateuco”, um longo poema astrológico em cinco livros.
O imperador romano Adriano (117 d.C.) foi considerado o patrono da Astrologia e seu mapa
natal chegou até nossos dias.
Cláudio Ptolomeu (100-170 d.C.?), egípcio de nascimento, cidadão romano e que escrevia em
grego, foi o organizador de uma corrente representativa do conhecimento astrológico –
escreveu o“Almagesto”.

No final do século II d.C., Antióquio de Atenas compila textos de astrólogos anteriores – uma
das partes é o “Thesaurus”.
Em 313 d.C., o cristianismo torna-se a religião oficial, mas o paganismo ainda é tolerado.
Em 410 d.C., Roma caiu, com a chegada dos visigodos. Em 476 d.C. o Império Romano do
Ocidente chegava ao fim.
A primeira fase do Império Bizantino vai de 324 a 640 d.C.
Os dias gloriosos da Astrologia terminaram oficialmente, em 357 d.C., com Constâncio.
Próximo ao ano 227, a região do atual Irã foi tomada pelos exércitos sassâmidas do persa
Adachir I, que transformou o Zoroastrismo em religião do estado.

A Astrologia árabe foi uma extensão da tradição Astrológica grega e recebeu influências da
Astrologia hindu.
Após a dominação árabe, a maior parte dos textos de astrologia persa foi destruída.
Na Idade Média os astrólogos eram chamados “mathematici”, pois a Astrologia era a aplicação
mais importante da matemática. A prática da medicina era baseada na determinação
astrológica do tratamento adequado, portanto os médicos também eram matemáticos Tycho
Brahe. A Astrologia e a Astronomia eram, de início, um mesmo estudo. Tycho Brahe, por
exemplo, nascido em 1546, era médico e astrônomo em Copenhague, mas também astrólogo
do rei da Hungria.
A Astrologia era respeitada e, somente criticada por fatores intercorrentes: Dante Alighieri
(maçom) expõe ao ridículo, no Inferno da “Divina Comédia”, os astrólogos Guido Bonatti
(conselheiro de Guido de Médici) e Michael Scott, mas por misturarem necromancia à
Astrologia, abusando dos conhecimentos obtidos. Cecco d’Ascoli, professor de astrologia em
Bolonha, foi queimado vivo na fogueira em 1327 não por ser astrólogo, mas por suas opiniões
consideradas heréticas.
O Renascimento trouxe uma difusão da Astrologia, apoiada inclusive pelo papado.
Na Maçonaria, a presença da Astrologia é patente. Um exemplo são as Doze Colunas do
Templo (Rito Escocês Antigo e Aceito), que correspondem aos Signos do Zodíaco. O Zodíaco é
uma faixa celeste imaginária, que se estende entre oito a nove graus em cada lado da eclíptica
e que com esta coincide. Eclíptica é o caminho que o Sol, do ponto de vista da Terra, parece
percorrer anualmente no céu. Essa faixa foi dividida em doze casas de trinta graus cada uma, e
o Sol parece se mover um grau por dia. Os Planetas conhecidos na Antiguidade (Mercúrio à
Saturno) também faziam parte do Zodíaco, pois suas órbitas se colocavam no mesmo plano da
órbita da Terra. O Zodíaco então é dividido em Doze Signos, que são percorridos pelo Sol, uma
vez por ano. Os Signos representam o aprendizado percorrido pelo maçom, desde sua
iniciação na Ordem até o Grau de Mestre Maçom.

Nos Templos, (Rito Escocês Antigo e Aceito), cada uma das Doze Colunas, que representa uma
das Constelações Zodiacais, sustenta simbolicamente a calota celeste e representa um mês do
ano maçônico.
As Doze Colunas Zodiacais estão situadas no Ocidente, estando seis no lado Norte, onde têm
assento os Aprendizes, e seis no lado sul, onde têm assento os Companheiros.
De um modo geral, essas Colunas simbolizam o caminho iniciático do Aprendiz, Companheiro e
Mestre, resumido pelo “desbastamento da pedra bruta”, ou seja, o seu aperfeiçoamento
moral e espiritual. As seis Colunas que estão no Norte, relacionam-se a essa caminhada do
Aprendiz.
O início do aprendizado começa na Cerimônia de Iniciação, isto é, “a abertura da porta que
autoriza o começo das passadas”.
Se olharmos horizontalmente para o céu no equador celeste, o limite do Universo são as
Constelações. As Doze Colunas transmitem a idéia de que as leis do Universo chegam até nós
pelo que representam os Signos Zodiacais e as Constelações.
Outro exemplo são as três colunas gregas Dórica, Jônica e Coríntia, que representam a Força, a
Sabedoria e a Beleza correspondem a Ares (ou Hércules), Minerva e Vênus.

Os quatro elementos: Terra, Água, Ar e Fogo, que formam toda a Criação na Astrologia, fazem
parte da simbologia maçônica.
Alguns autores traçam um paralelo entre os Três Graus Simbólicos e os Signos:
Aprendiz: áries, touro, gêmeos, câncer, leão e virgem;
Companheiro: libra;
Mestre: escorpião, sagitário, capricórnio, aquário e peixes.

O maçom, em seu caminho iniciático, pode percorrer e aprender com as características de


cada Signo do Zodíaco:
Áries: representado por Marte e pelo Fogo – é o fogo interior, a força que estimula o
crescimento e o desenvolvimento;
Touro: representado por Vênus e pelo elemento Terra – é a matéria, na qual se dá a
fecundação, a elaboração interior;
Gêmeos: representado por Mercúrio e pelo Ar – é a criatividade, a versatilidade, a
engenhosidade e a vitalidade criadora;
Câncer: representado pela Lua e pela Água – é o aprendizado em relação à tenacidade e a
cautela;
Leão: representado pelo Sol e pelo Fogo – é o emprego da razão com base crítica;
Virgem: representado por Mercúrio e pelo elemento Terra – é o emprego do espírito analítico;
Libra: representado por Vênus e o Ar – simboliza o equilíbrio entre os dois pólos, que são a
construção e a destruição;
Escorpião: representado por Marte e a Água – simboliza emoções e sentimentos como o
rancor e a obstinação;
Sagitário: representado por Júpiter e pelo Fogo – simboliza a mente aberta e o julgamento
crítico;
Capricórnio: representado por Saturno e pelo elemento Terra – simboliza determinação e
perseverança;
Aquário: representado por Saturno e pelo Ar – simboliza o sentimento humanitário e
solidariedade;
Peixes: representado por Júpiter e pela Água – simboliza o desprendimento das coisas
materiais.

O iniciante maçom, também pode observar como aprendizado, as características de cada


Planeta:
Sol: Regente do signo de Leão. Simboliza a vida, marca o signo do nascimento. Símbolo de
autoridade, de poder, de orgulho e de desenvolvimento.
Lua: Regente do signo de Câncer. Tal como o Sol, representa a vitalidade física e o grau de
evolução, principalmente na área psíquica.
Mercúrio: Regente dos signos de Gêmeos e Virgem. Na mitologia grega e romana, Mercúrio é
o mensageiro dos deuses do Olimpo. É o planeta da inteligência, da adaptabilidade, regendo a
vida mental. Mercúrio marca a adolescência do ser humano.
Vênus: Regente dos signos de Touro e Libra. Vênus era a deusa do amor, da beleza e das artes.
Marte: Regente dos signos de Áries e Escorpião. Deus da guerra, Marte simboliza a energia, a
vontade de empreender, a coragem, a ação, que pode chegar à violência. Potencial de
agressividade, sobre o espírito de conquista. Rege a indústria, o fogo, o ferro.
Júpiter: Regente do signo de Sagitário (e, secundariamente, Peixes). Pai e soberano dos
deuses do Olimpo, Júpiter reina sobre as leis e a religião. É o planeta da autoridade, do êxito
social e das honras, da burguesia. Com Mercúrio partilha o domínio sobre a razão e sobre o
intelecto. Júpiter marca a idade madura do ser humano.
Saturno: Regente do signo de Capricórnio. Deus do Tempo, Saturno marca a velhice do
indivíduo. Representa a paciência, a prudência, a meditação, espírito cientifico, e a solidão.
Desempenha um papel na doença, na fatalidade, na ruína, no isolamento. Num sentido
positivo, Saturno apóia os esforços de longa duração, o trabalho obstinado, a capacidade de
organização.

Seguem-se os planetas de descoberta recente:


Urano: Regente do signo de Aquário. A descoberta deste planeta, no final do século XVIII,
coincide com vários fatos históricos que perturbaram o mundo: Revolução Francesa, Guerra da
Independência nos Estados Unidos, inicio da Revolução Industrial, etc. Urano é o planeta de
todas as mudanças. Rege o progresso, as invenções, as reformas, as ciências.
Netuno: Regente do signo de Peixes. Deus dos oceanos, Netuno é o planeta das águas, das
viagens marítimas, dos lugares aquáticos e simboliza o que é vago, impreciso. A sua ação tanto
se exerce nas grandes correntes de pensamento, nas reformas, como também no caos e na
anarquia.
Plutão: Regente do signo de Escorpião. Descoberto em 1930, Plutão é o planeta mais afastado
do nosso sistema solar pelo menos, segundo os conhecimentos atuais. Plutão assinala as
metamorfoses profundas e representa as forças psíquicas, misteriosas e violentas. É um fator
de destruição e de possível regeneração.

As Colunas Zodiacais
Os signos zodiacais relacionados com o Grau de Aprendiz Maçom são:
Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem. O signo zodiacal relacionado com o Grau
de Companheiro é Libra; e os inerentes ao Grau de Mestre Maçom são os signos
de Escorpião, Sagitário,Capricórnio, Aquário e Peixes. Acompanhe cada um da sua
representatividade:
Coluna nº 1: Áries, localizada junto à coluna do Norte, corresponde à cabeça e ao cérebro do
homem e representa Benjamim e como faculdade intelectual, a vontade ativa gerada pelo
cérebro. Corresponde ao planeta Marte e ao elemento fogo, representando no aprendiz o fogo
interno, o ardor encontrado no Candidato à procura de Luz.
Coluna nº 2: Touro, localizada junto á coluna do Norte, corresponde ao pescoço e à garganta.
É Issachar por representar a natureza pronta para fecundação, simboliza que o candidato,
depois de ser adequadamente preparado, foi admitido nas provas de iniciação. Corresponde
ao planeta Vênus e ao elemento Terra.
Coluna nº 3: Gêmeos, localizada junto á coluna do Norte, corresponde aos braços e às mãos,
são os irmãos Simeão e Levi, como faculdade intelectual é a união da intuição com a razão.
Corresponde ao planeta Mercúrio e ao elemento Ar. Representa a terra já fecundada pelo
fogo, á vitalidade criadora, simboliza o recebimento da luz pelo candidato.
Coluna nº 4: Câncer: localizada junto à coluna do Norte, representa o nascimento da
vegetação, a seiva da vida, simboliza a instrução do iniciado e a absorção por parte dele, dos
conhecimentos iniciáticos da Maçonaria. Corresponde aos órgãos vitais respiratórios e
digestivos. É Zabulão, como faculdade intelectual representa o equilíbrio entre o material e o
intelectual. Corresponde a Lua e ao elemento Água.
Coluna nº 5: Leão, localizada junto ao Oriente, corresponde ao coração, centro vital da vida
física; é Judá. Como faculdade intelectual, os anelos do coração, pois se pensava ser ele o
órgão do intelecto. Corresponde ao Sol e ao elemento fogo, é para o Aprendiz a luz que vem
do Oriente, é o calor dos Irmãos dentro da Loja. É o emprego da razão a serviço da crítica, é a
seleção de conhecimento.
Coluna nº 6: Virgem, localizada junto ao Oriente; corresponde ao complexo solar que assimila
e distribui as funções no organismo. É Ascher. Como faculdade intelectual exprime a realização
das esperanças. Corresponde ao planeta Mercúrio e ao elemento Terra. Representa, para o
Aprendiz, o aperfeiçoamento, quando já pode se dedicar ao desbastamento da Pedra Bruta.
Coluna nº 7: Libra, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por Vênus corresponde ao
elemento ar e se refere ao grau deCompanheiro Maçom. Simboliza o equilíbrio entre as forças
construtivas e destrutivas.
Coluna nº 8: Escorpião, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por Marte e pelo
elemento água. A partir dessa coluna até a coluna de Peixes, todas se referem ao grau de
Mestre Maçom. Essa coluna representa as emoções e sentimentos poderosos, rancor e
obstinação e a constante batalha contra as imperfeições.
Coluna nº 9: Sagitário, localizada junto à coluna do Sul. Caracterizada por Júpiter e pelo
elemento fogo. Representa a mente aberta e o julgamento crítico.
Coluna nº 10: Capricórnio, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por Saturno e pelo
elemento Terra. Simboliza a determinação e a perseverança.
Coluna nº 11: Aquário, localizada na coluna do Sul, caracterizada por Saturno e pelo elemento
Ar. Representa o sentimento humanitário e prestativo.
Coluna nº 12: Peixes, localizada na coluna do Sul, caracterizada por Júpiter e pela Água.
Simboliza o desprendimento das coisas materiais.

A Astrologia e os Símbolos Zodiacais

Os Signos e as Construções
Os templos de estilo gótico construídos na Idade Média revelam toda a magia dos ocultistas e
sociedades secretas da época.
Se a busca dos idealizadores do gótico ainda permanece um enigma, o estudo da origem da
expressão ‘arte gótica’ apenas reforça a idéia de que sua inspiração é totalmente mística.
Estudos etimológicos remetem às palavras gregas goés-goéts, de bruxo, bruxaria, que sugere a
idéia de uma arte mágica. O alquimistaFulcanelli prefere associar ‘arte gótica’ a argot, que
significa idioma particular, oculto, uma espécie de cabala falada, cujos praticantes seriam
os argotiers (ar góticos), descendentes dos argonautas.
No mito grego de Jasão, eles dirigiam o navio Argos, viajando em busca do Tosão de Ouro.
Jasão teria sido um grande mestre, que iniciava seus discípulos nos mistérios egípcios, inclusive
na geometria sagrada, que é uma das chaves da arquitetura gótica. Prova dessa herança
egípcia está no fato de os construtores góticos disporem os símbolos que aparecem nos
entalhes, nas estátuas, nos medalhões e vitrais de maneira que obedeçam sempre a uma
seqüência que torna inevitável a associação de uns com os outros. Trata-se de um recurso
egípcio de memorização que permite a apreensão de um grande número de informações, pois
somos, sem perceber, levados a relacionar cada coisa ao local onde ela se encontra.
Talvez seja esse o motivo pelo qual muitas vezes o zodíaco está representado dentro
das catedrais fora de sua ordem convencional. Longe de ser aleatório, esse desmembramento
está relacionado ao sentido mais esotérico de cada signo, como se vê a seguir:

Áries
Geralmente sua figura é a de um carneiro, que simboliza o início do caminho na buscada
elevação espiritual.
Touro
Representado pelo próprio Touro, às vezes está associado ao evangelista Lucas; às vezes a
Cristo. Simboliza a vida na matéria.
Gêmeos
Sua representação usual é de duas figuras humanas abraçadas, que expressam a capacidade
de elevar espiritualmente o próximo por meio da transmissão de conhecimentos. Em Chartres,
este signo aparece junto a uma das portas e mostra dois cavaleiros atrás de um grande escudo.
Câncer
Na forma de um caranguejo ou de um lagostim, costuma estar próximo da pia batismal, junto
da imagem do arcanjo Gabriel. Com certeza, trata-se de uma influência da Cabala, que associa
a Lua, regente de Câncer, a Gabriel, o emissário do nascimento. A intenção é mostrar que, por
meio do batismo (ritual iniciático), o homem pode se religar às esferas espirituais das quais se
origina.
Leão
Com a mesma representação de hoje, é emblema do evangelista Marcos, a quem emprestaria
seus atributos de persistência e força de vontade na busca da espiritualização.
Virgem
Algumas vezes aparece como uma jovem segurando uma espiga de milho. Mas pode também
estar representado por uma estátua da própria Virgem Maria, com uma estrela na cabeça. É
um dos signos mais ricos de significados nas igrejas góticas, uma vez que a maioria delas foi
dedicada justamente à mãe de Cristo. Em Amiens, por exemplo, ela se encontra em duas
árvores. Na iconografia cristã, uma delas representaria a árvore pela qual a humanidade caiu –
numa referência ao mito de Eva e da serpente tentadora enroscada numa árvore – enquanto
a outra remete à cruz de Cristo, pela qual a humanidade foi redimida.
Libra
Quase sempre aparece como uma mulher segurando uma balança desproporcionalmente
grande, no interior da qual há uma pessoa envolta num halo de luz. Seria um lembrete para o
homem de que ele também faz parte do divino.
Escorpião
Sua imagem pode ser traduzida por uma águia (símbolo de elevação espiritual) e representa o
evangelista João. Ou, então, aparece como um escorpião mesmo, já com um sentido de
regressão espiritual. Só que, como não havia escorpiões na Europa, muitas das suas
representações têm pouquíssimo a ver com a realidade.
Em ambas as formas, o signo está localizado aonde a luz do sol chega por último.
Sagitário
Este signo costuma ser representado por um centauro prestes a disparar a sua flecha. Na
catedral de Amiens, porém, ele aparece na forma de um sátiro. Mas ambos traduzem a luta
que o homem precisa travar para vencer sua natureza material, a fim de ascender a planos
mais elevados.
Capricórnio
Meio cabra, meio peixe, este signo indica as posições que o homem tem de enfrentar em
busca de espiritualização.
Aquário
Representado por um homem segurando um livro ou um pergaminho, foi adotado como
emblema do próprio cristianismo e do evangelho de Mateus. Esotericamente seria o ar
cósmico que permeia todas as formas de vida.
Peixes
Rico em significados esotéricos aparece normalmente como dois peixes unidos por um
cordão, nadando em direção opostas. O cordão seria o fio de prata que une o corpo e a alma
durante a vida, mas que se rompe na morte. Um dos peixes corresponde, portanto, ao espírito,
que permanece acima do plano físico, enquanto o outro, a alma, seria um intermediário direto
com a matéria.

Os Símbolos Zodiacais e o Desenvolvimento Humano


Os símbolos são instrumentos que resumem o saber e facilitam o acesso ao conhecer. A fé é
apenas o saber que se aceitou sem conhecer.
Se considerarmos a evolução do ser humano, muito provavelmente possamos aceitar que
primeiramente houve símbolos, antes ainda da língua falada e escrita e, portanto a fé nos
antigos símbolos pode ser tomada como a alavanca de todo o conhecimento humano até hoje.
De acordo com os astrônomos, umas 4.000 estrelas podem ser percebidas à vista desarmada,
numa noite serena. É de se supor que um bom observador lá nos primórdios da civilização,
após associar o aparecimento repetitivo dos astros com acontecimentos ânuos importantes,
tenha criado e utilizado símbolos zodiacais como fonte de poder sobre sua comunidade. Desde
sempre houve pretensos videntes ou adivinhos que se valiam da ingenuidade humana para
utilizá-la a favor de suas artes divinatórias. Criaram-se desta forma, mitos, religiões,
submissão, revolta e obviamente curiosidade, o que levou outros seres humanos a estudar o
assunto e transformar o saber em conhecimento.
Em seu livro Eram os Deuses Astronautas Erich Von Daniken escreve: “O número aproximado
de estrelas, somente em nossa Via Láctea, sobe a trinta bilhões. A suposição de que nossa
galáxia contém, pelo menos, dezoito bilhões de sistemas planetários, é admitida pelos
astrônomos da atualidade. Se tentarmos reduzir essas cifras, tanto quanto possível, e
imaginarmos que as distâncias no interior de sistemas planetários são reguladas de tal modo
que somente num caso entre cem existe planeta em órbita na ecosfera (região onde não existe
a presença de seres vivos) de seu próprio sol, tudo isso ainda deixará 180 milhões de planetas
capazes de manter a vida. Se, em prosseguimento, somente num deles, em cada centena, o
potencial vitalizante haja sido aproveitado, ainda teremos 1,8 milhões de planetas com seres
vivos. Admitamos, para concluir, que num só planeta, entre cem com seres vivos, existam
criaturas com grau de inteligência semelhante ao Homo sapiens. Pois esta última conjectura
ainda garante para nossa Via Láctea o enorme número de 18.000 planetas com vida inteligente
semelhante à nossa.”
Pode-se dizer, portanto, que o desenvolvimento humano esteve e ainda esta muito ligado ao
estudo dos astros e, portanto aos primitivos Símbolos Zodiacais.

Conclusão
Para a realização de sua própria iniciação, que há de levá-lo ao caminho do Conhecimento, o
Maçom vale-se de elementos colhidas por toda parte, bebendo nas mesmas fontes que
dessedentaram as religiões e as sociedades iniciáticas do passado e alimentando-se de todo o
conhecimento científico do presente. E firmando um pé na tradição, que lhe transmite os
valores espirituais, e outro na Ciência, que o mantém no caminho do progresso, consegue o
Maçom o equilíbrio perfeito, aquele mesmo equilíbrio que sustenta os corpos celestes no
cosmos.
Pelo método iniciático, o Maçom distingue-se culturalmente dos outros homens. Não conhece
nem pode conhecer a satisfação espiritual e intelectual, pois ele sabe que a verdade de hoje
pode não ser a verdade de amanhã. Pesquisador eterno, o Maçom faz jus à denominação
de Filho da Luz.
Maçonaria e Astrologia
José Castellani
Introdução
A Astrologia era na antiguidade considerada a chave de todas as ciências humanas e naturais e
não é de duvidar que algum dia descubra, inúmeras razões para que volte a ocupar esta
posição. A Astrologia teve sua origem, por volta do ano 3000 a.C., provavelmente na cidade de
“Ur”, supostamente a pátria de Abraão, fundada no 4º milênio a.C., por um povo do norte da
mesopotâmia, os Sumérios. Este povo tinha um grande interesse pela observação do céu. Para
os Sumérios, este parecia uma grande abóbada de veludo negro onde as estrelas estavam fixas
como enfeites de brilhantes. Notaram, entretanto que além do Sol e da Lua, cinco estrelas
apresentavam um movimento mais rápido que as outras; eram os planetas: Mercúrio, Vênus,
Marte, Júpiter e Saturno.
Mais tarde foram os Caldeus que introduziram a astrologia como hoje é conhecida. As estrelas
foram agrupadas em constelações, para servirem como marcadores do movimento dos
planetas. O Zodíaco, ou o Caminho de Anu, era a rota seguida no céu pelo Sol, Lua e planetas,
sempre pela mesma massa de estrelas, as Constelações Zodiacais.
A divisão do Zodíaco em doze partes talvez tenha vindo da divisão em doze partes de duas
horas cada uma do dia dos Caldeus.

A Maçonaria, com seus templos onde sempre são representados os signos do zodíaco e a
abóbada celeste, sempre serviram de veículo para a difusão de ensinamentos da Astrologia e,
com certeza, foram em lojas que a Astrologia deve ter primeiro florescido em nosso país, em
especial no Rio de Janeiro.

A Interpretação Astrológica
A Igualdade é o símbolo de Libra ou Balança. Este signo é o símbolo universal do equilíbrio, da
legalidade e da justiça, concretizado pelo senso da diplomacia e da cortesia. Libra significa, em
última análise, um caráter afável, um sentido de justiça, harmonia e sociabilidade, que são
todos atributos da igualdade.
A Fraternidade é perfeitamente ilustrada pelo signo de Gêmeos em sua dualidade, que são os
míticos Castor e Pólux, cada um desempenhando seu papel sem nenhuma proeminência sobre
o outro. O signo de Gêmeos é dual, porque simboliza o momento em que a força criativa de
Áries e Touro dividem-se em duas correntes: uma tem sentido ascensional, espiritual, e a outra
é descendente, no sentido da multiplicidade das formas e do mundo fenomênico. Considere-
se, também que face a Gêmeos está Sagitário, governado por Júpiter Zeus, Deus do qual todos
os homens emanam, o que os faz irmãos uns dos outros, com cada um procurando-o, à sua
maneira.
A Liberdade é apanágio de Aquário, simbolizado por Ganimedes, pelo anjo derramando sobre
a humanidade o cântaro do saber; saber que, se for bem utilizado pode ser um meio de acesso
à liberdade, com a condição de que aceite a superioridade do iniciado. Só o iniciado, o sábio,
poderá reconhecer os limites além dos quais não poderá ir, pois esta é a maneira dele chegar
ao conhecimento dos mistérios divinos. Essa ligação com o divino, da qual Moisés é um
símbolo, o respeito às leis divinas, fundamentais para uma existência pacífica e harmoniosa,
serão também assinalados pelo signo frontal a Aquário: Leão, cujo símbolo é o Sol, símbolo do
UM, símbolo de Deus.
Esses três signos: Libra, Gêmeos e Aquário são os signos do ar do zodíaco. E os signos do ar são
símbolos do espírito, são símbolos do cosmos, que o iniciado deve procurar conhecer e
compreender.

As Provas dos Quatro Elementos


Uma das primeiras lições que aquele que receberá a Luz recebe é justamente da simbologia e
da importância da depuração pessoal ou “limpeza” pelos quatro elementos: terra, água, ar e
fogo. Estes são os elementos básicos que formam toda a Criação no estudo da Astrologia.
Compreendendo as características destes elementos pode-se compreender tudo, pois tudo o
que existe foi criado com esta matéria prima básica.
Muitos IIr.’. restringem os estudos dos elementos às lições e indicações do Ritual e assim
deixam de compreender a amplitude deste conhecimento.
Só para ilustrar, nas antigas tradições iniciáticas, aquele que dominava os elementos tornava-
se igual e semelhante ao Gr.’. Arq.’. do Un.’. pois dominaria totalmente tudo o que foi criado.
O iniciado deveria dominar o elemento em seu universo particular. Deveria dominar a terra e o
medo do desmoronamento, a melancolia, a avareza, a falta de horizontes em circunstâncias
que elevariam ao máximo estas tendências como, por exemplo, dentro de um buraco ou
caverna estreita, úmida e profunda. A água deveria ser dominada, por exemplo, dentro de um
rio caudaloso e com correnteza violenta, vencendo-se a incerteza, a insegurança, a sensação
de abandono e da falta de apoio. O elemento ar deveria ser dominado nas alturas de um
precipício ou montanha (hoje uma montanha russa serviria), vencendo-se a vertigem, o
desequilíbrio, a dificuldade de respiração em função da apreensão.
Finalmente o fogo deveria ser dominado dentro de um salão incendiado, ou com o iniciado
circundado por três enormes fogueiras. Ele deveria controlar suas reações quanto ao calor, à
luz excessiva e à sensação de proximidade com um poder terrível que pode destruir.

Os Cargos em Loja e os Sete Planetas Esotéricos


Ven.’. M.’. – assimilado ao planeta Júpiter, (número 6) que no panteão dos deuses
babilônicos, simbolizava a sabedoria. Rege a visão, a prosperidade, a misericórdia, a liturgia, o
sacerdócio, o mestre e a felicidade.
Ord.’. – está relacionado com Mercúrio (número 2) o planeta que rege a expressão da
Verdade, pois é o “enviado de Deus”. Mercúrio tem asas nos pés e é o porta-voz, aquele que
dá as boas vindas e domina os escritos. Associado ao Sol, pois dele emana a Luz, como guarda
da lei maçônica que é, além de responsável pelas peças de arquitetura.
1o Vig.’. – associado ao planeta Marte, que era o senhor da guerra, simbolizando a força.
Marte rege o início, a coragem, o pioneirismo e o impulso.
2o Vig.’. – assimilado ao planeta Vênus, feminilizado na mitologia babilônica e que, sendo a
deusa mágica da fertilidade e do amor, simboliza a beleza. Vênus rege a harmonia, o prazer, a
alegria, e a beleza como reflexo da manifestação do Gr.’. Arq.’. do Un.’..
Secr.’. – relaciona-se com o planeta Saturno (número 7). É ele o responsável de gravar para a
eternidade os fatos de forma fria e exata. Ele é o controlador rígido da ordem dos processos e
cioso pela documentação dentro das normas. Assimilado à Lua, pois reflete as conclusões
legais do Orador.
Tes.’. – associado à Cronos (Saturno, para os romanos), pai de Zeus e filho de Urano, um dos
deuses primordiais, que, com Gaia (a Terra) estava no início de todas as coisas, simboliza a
riqueza. Recebe a simbologia da Lua (número 1) em sua atividade. A atividade de receber os
metais e de organizar o movimento financeiro da Loja é considerada —por lidar com a frieza
dos números— fria e calculista, além de inflexível. A Lua rege a família, a cidade, o lar e o
corpo; portanto rege o Templo.
M.’. de Cer.’. – assimilado ao planeta Mercúrio, o deus veloz e astuto. Está relacionado ao
planeta Sol. O Sol (número 4) caminha diariamente pelo Céu, levando e trazendo a existência,
a verdade e a justiça. É ele que anima a vida e que circula no oriente e no ocidente.
Notas Sobre Astrologia e Maçonaria
A astrologia tradicional, nos ensina Teixeira de Freitas, foi desenvolvida, principalmente, a
partir do trabalho do astrólogo francês Jean Baptiste Morin de Villefranche (1583-1656), que
serviu ao cardeal de Richelieu e à corte francesa de sua época. Posteriormente, duzentos anos
mais tarde, uma nova vertente do pensamento astrológico se desenvolveu a partir da Teosofia,
movimento político e espiritualista iniciado em fins do século passado por Helena Petrovna
Blavatski, influenciando significativamente o trabalho atual da astrologia através de nomes
como Annie Besant e Alice Bailey.
Tanto a posição de Villefranche quanto a visão teosófica, baseada no carma, são fortemente
deterministas, deixando ao homem pouca possibilidade de interferir com seu “destino”, já que
este ou é obra dos deuses ou é resultado dos pecados de vidas passadas.
Com o trabalho do pintor, músico, escritor e astrólogo norte-americano Dane Rhudyar, a
astrologia do século XX, a partir dos anos trintas, vem alternando esse enfoque determinista.
Em lugar de uma astrologia “centrada nos ventos, Rhudyar propôs uma centrada na pessoa”,
que chamou de astrologia humanística. Entendendo que as ações das pessoas refletem
necessidades profundamente arraigadas nelas, mesmo que inconscientes, propunha uma
astrologia que visasse descobrir essas razões do agir humano, permitindo a possibilidade de
escolhas mais conscientes.
Com essa perspectiva, do ponto de vista desse autor destino passou a ser visto como uma
possibilidade predefinida dentro da própria pessoa, vindo a manifestar-se pela seleção,
inconsciente, que essa pessoa faz dos eventos ou objetos no mundo fenomênico.
Dentro dessa visão, não há signos bons ou maus, mais fáceis ou mais difíceis. Cada signo é
apenas o indicativo de um dos caminhos – estilos, poderíamos dizer – através dos quais a
pessoa busca a sua totalidade, a sua individuação.

A astrologia passa assim a ser vista como simbolizando os impulsos inconscientes do


comportamento emocional, representando-os através dos signos. Por isso, em seus
primórdios, a astrologia só trabalhava cinco planetas, depois sete e posteriormente dez,
dependendo, assim da evolução do conhecimento humano.
Adotando essa perspectiva simbólica, para Teixeira de Freitas o Sol representa o centro da
consciência humana, o Ego, representando o impulso de auto-realização, cujo objetivo é
integrar harmoniosamente as várias partes do psiquismo. A Lua, simbolizando o lado feminino,
representa a vivência emocional instintiva, com a qual a vivência consciente se combina para
permitir a totalidade do psiquismo.

Os doze signos, portanto, são caminhos da vida psíquica e simbolizam, arquetipicamente, as


possibilidades tanto do indivíduo quanto da coletividade.
O número doze se apresenta, também, sob outras formas: no número de apóstolos, de filhos
de Jacó, de tribos de Israel, de trabalhos de Hércules. Também está representado na figura da
abeta sobre o avental e da pirâmide sobre o cubo.
Tomados na sua totalidade, ainda segundo Teixeira de Freitas, os signos podem ser vistos
como uma espiral evolutiva de três ciclos de quatro signos cada, representando o ciclo
completo do amadurecimento humano: Áries, símbolo cardeal de fogo, positivo, iniciando o
impulso da vida que surge do inconsciente indiferenciado no início da primavera no hemisfério
norte (equinócio vernal); impulso que tem que ser contido e direcionado pela praticidade de
Touro, para poder explorar o mundo exterior com a velocidade e superficialidade de Gêmeos
até consolidar possessivamente, em Câncer, as informações assim obtidas. Com isso se cumpre
o primeiro ciclo.
Em Leão, a intuição se acentua, marcando mais a autoconsciência, que produz em Virgem uma
maior capacidade de discriminação e crítica, exigindo um equilíbrio, em Balança, que integre o
outro em si mesmo, o que faz com que se inicie um recesso emocional profundo, em
escorpião, preparando a morte do Ego no inverno que se prenunciava nesse outono. Cumpre-
se o segundo ciclo.
Saindo de si em busca de princípios coletivos mais universais, em Sagitário, há maior inclinação
à comunidade e à fraternidade. Mas o que foi adquirido é posto à prova, exigindo a
perseverança e a paciência em Capricórnio. Todas as experiências do coletivo,
intelectualmente analisadas em Aquário, devem finalmente se integrar aos traços da
personalidade individual, o que exige profundo sentimento, em Peixes. E tudo recomeça em
um nível superior. Podemos relacionar esses ciclos aos três graus da Maçonaria Simbólica,
visando o desenvolvimento da Intuição, da Análise e da Síntese, como ensina Castellani.

Por esse prisma podemos entender os quatro animais do Evangelho de Mateus: águia, boi,
leão e homem, como sendo a representação das quatro funções básicas do processo de
individuação: intuição (fogo); sensação (terra); pensamento (ar) e sentimento (água).
Temos a mesma representação no enigma clássico da Esfinge de Gisé que interpelou Édipo na
peça de Sófocles. Como coloca muito bem Jorge Adoum – embora com conotação mais mística
que simbólica – quem domina esses “elementais” torna-se senhor de si mesmo.

Origem do nome dos signos na Mitologia Grega


1. Leão: animal estrangulado por Héracles em seu primeiro trabalho.

2. Touro: animal no qual Zeus se transformou para seduzir a ninfa Europa.

3. Câncer: representa o lagostim enviado por Hera para atacar Héracles.

4. Peixes: transportaram Afrodite e Eros quando foram expulsos do mar pelo deus
Tritão.

5. Escorpião: deusa Ártemis mandou para picar Órion após o mesmo tentar seduzi-la.

6. Áries: carneiro, Tosão de Ouro conquistado por Jasão.

7. Libra: a balança era um dos atributos de Têmis (deusa da justiça).

8. Capricórnio: representa a cabra Almateia, que amamentou Zeus quando era


pequeno, na ilha de Creta.

9. Virgem: Astreia, filha de Zeus e Têmis que viveu entre os humanos. Retornou
virgem ao Olimpo, já que não suportou os defeitos dos homens.

10. Sagitário: é o centauro Quíron, sábio meio homem meio cavalo que educou Aquiles.

11. Gêmeos: Castor e Pólux, gêmeos filhos de Leda, que pediram a Zeus para nunca
serem separados.

12. Aquário: representa Ganimedes, rapaz que Zeus se encantou por ele. Zeus o levou
para o Olimpo para servir o néctar aos deuses.

Fonte: Larrousse Jovem da Mitologia

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