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Portanto, não é de se duvidar que, algum dia, sejam descobertas inúmeras razões para que a
Astrologia volte a ocupar essa posição.
A Astrologia teve sua origem por volta de 3.000 a.C., provavelmente na cidade de Ur -
supostamente a pátria de Abraão, fundada no 4º milênio a.C. por um povo do norte da
Mesopotâmia, os sumérios. Este povo tinha um grande interesse pela observação do céu. Para
os sumérios, este parecia uma grande abóbada de veludo negro onde as estrelas estavam fixas
como enfeites de brilhantes. Entretanto, notaram que além do Sol e da Lua, cinco estrelas
apresentavam um movimento mais rápido do que as outras; eram os planetas Mercúrio,
Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.
Mais tarde, os caldeus introduziram a astrologia como hoje é conhecida. As estrelas foram
agrupadas em constelações, para servirem como marcadores do movimento dos planetas. O
Zodíaco, ou o Caminho de Anu, era a rota seguida no céu pelo Sol, Lua e planetas, sempre pela
mesma massa de estrelas, as Constelações Zodiacais. A divisão do Zodíaco talvez tenha vindo
das doze partes, de duas horas cada, do dia dos caldeus.
A Maçonaria, com seus templos onde sempre são representados os signos do zodíaco e a
abóbada celeste, sempre serviu de veículo para a difusão de ensinamentos da Astrologia e,
com certeza, foram em lojas que a Astrologia deve ter primeiro florescido em nosso país, em
especial no Rio de Janeiro.
As Eras da Astrologia
Grande Ano, em Astrologia, é o período de 25.858 anos que a Terra leva para percorrer todos
os signos do zodíaco.
Esse período é constituído por doze Grandes Meses, cada um dos quais com uma duração
aproximadamente de 2.000 anos. Um Grande Mês, assim, corresponde a uma Era, regida por
um dos doze signos, que se seguem, em sentido decrescente.
A Interpretação Astrológica
A Fraternidade é perfeitamente ilustrada pelo signo de Gêmeos em sua dualidade, que são os
míticos Castos e Pólux, cada um desempenhando seu papel sem nenhuma proeminência sobre
o outro. O signo de Gêmeos é dual porque simboliza o momento em que a força criativa de
Áries e Touro dividem-se em duas correntes: uma tem sentido ascensional, espiritual, e a outra
é descendente, no sentido da multiplicidade das formas e do mundo fenomênico. Considere-
se, também que diante de Gêmeos está Sagitário, governado por Júpiter Zeus, deus do qual
todos os homens emanam, o que faz irmãos uns dos outros, com cada um procurando-o, à sua
maneira.
A Liberdade é apanágio de Aquário, simbolizado por Ganimedes, pelo anjo derramando sobre
a humanidade o cântaro do saber; saber que, se for bem utilizado, pode ser um meio de
acesso à liberdade, com a condição de que aceite a superioridade do iniciado. Só o iniciado, o
sábio, poderá reconhecer os limites além dos quais não poderá ir, pois esta é a maneira dele
chegar ao conhecimento dos mistérios divinos. Essa ligação com o divino – da qual Moisés é
um símbolo – e o respeito às leis divinas, fundamentais para uma existência pacífica e
harmoniosa, serão também assinalados pelo signo frontal a Aquário: Leão, cujo símbolo é o
Sol, símbolo do UM, símbolo de Deus.
Esses três signos – Libra, Gêmeos e Aquário – são os signos de ar do zodíaco. E os signos de ar
são os símbolos do espírito, são símbolos do Cosmos, que o iniciado deve procurar conhecer e
compreender.
Notas:
(1) A palavra astrologia tem origem grega. É formada a partir de “aster”, astro e “logos”,
discurso, relato, razão, definição, faculdade racional, proporção.
(2) A 1ª República conheceu bem a divisa “Liberdade, Igualdade, ou a Morte”, mas tal
programa ideológico não foi jamais o da Maçonaria. Foi somente sob a 2ª República que a
“tríplice divisa” surgiu. Mas não foi a República que tomou emprestada a divisa à Maçonaria,
mas, sim, a Maçonaria é que a tomou emprestada à República (MELLOR Alec. Dictionnaire de
la Franc-Maçonnerie et des Francs-Maçons. Paris: Belfond, 1971).
Referências bibliográficas:
CASTELLANI, José. Maçonaria e Astrologia. 2ª ed. São Paulo: Landmark, 2002.
CASTELLANI, José. Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom. São Paulo: A Gazeta
Maçônica. 1ª ed. 1985, 2ª ed. 1992.
Maçonaria e Astrologia
Astrologia pode ser definida como um sistema simbólico que relaciona o macrocosmo (os
Planetas) e o microcosmo (o indivíduo na Terra).
Os fenômenos da Natureza e os astros (Sol, Lua, Estrelas), sempre exerceram curiosidade,
atração e respeito no homem primitivo. Os hominídeos do Paleolítico divinizavam as forças da
Natureza. No período Neolítico, além da Natureza, os hominídeos criaram novos deuses,
sempre relacionados ao universo que os envolvia. Com o advento da agricultura (cerca de dez
mil anos atrás), o homem percebeu que a vida das plantas obedecia a um determinado ciclo,
comandada pelos astros, no céu, e que havia um momento propício para arar, semear e
colher. Eis aí, o nascedouro da Astrologia. Porém, há registros das fases da Lua inscritas em
ossos, quinze mil anos atrás, na Mesopotâmia (terra entre os rios Tigre e Eufrates).
O estudo dos astros pode ter se iniciado na Mesopotâmia. A Caldéia era uma região ao sul da
Mesopotâmia, principalmente na margem oriental do rio Eufrates, mas muitas vezes o termo é
usado para se referir a toda a planície mesopotâmica. A Astrologia, possivelmente, teve
origem na antiga Caldéia. Com seus conhecimentos astronômicos, os caldeus conheciam os
planetas até Saturno. Conheciam muito bem as fases da Lua, prevendo com precisão os
eclipses. Foram eles que, criaram os Doze Signos do Zodíaco. Os caldeus perceberam que
determinadas épocas ou signos produziam certos traços de caráter, e com isso criaram toda a
base da simbologia que hoje é a Astrologia.
A civilização mesopotâmica nasceu há cerca de quatro mil anos a.C. com o povo ubaida.
Depois vieram os sumérios, com a escrita cuneiforme. Em 1350 a.C., tem início o Império
Assírio, que controla a antiga Pérsia, Síria, Palestina e Egito. Os sumérios criaram o sistema
sexagesimal que, facilitou operações matemáticas e o desenvolvimento da astronomia. Os
egípcios adotaram esse sistema e, construíram obras arquitetônicas alinhadas às estrelas fixas,
com precisão.
Por todos os séculos seguintes, os povos que viveram entre os rios Tigre e o Eufrates
continuaram a registrar suas observações do céu.
Com a dominação do rei Ciro II da Pérsia, a região estabiliza-se. Os persas, no contato com os
astrólogos da Mesopotâmia, introduziram a matemática no cálculo astronômico e astrológico
– há um grande avanço com a regularização dos calendários, como conseqüência de um
entendimento maior dos ciclos celestes.
Depois que Alexandre, O Grande, conquistou o Egito (331 a.C.), houve um destaque na historia
da Astrologia. O período alexandrino foi rico na produção intelectual.
O avanço das tropas de Alexandre, fez com que o idioma grego se espalhasse como língua
cultural. Assim, os métodos babilônicos anexados à Astrologia egípcia, puderam chegar, em
idioma grego, à Índia.
Mesmo após a dominação romana, a cultura era helenista.
Data do primeiro século d.C. o mais longo tratado astrológico – o autor é Doroteu de Sidon e o
trabalho é o “Pentateuco”, um longo poema astrológico em cinco livros.
O imperador romano Adriano (117 d.C.) foi considerado o patrono da Astrologia e seu mapa
natal chegou até nossos dias.
Cláudio Ptolomeu (100-170 d.C.?), egípcio de nascimento, cidadão romano e que escrevia em
grego, foi o organizador de uma corrente representativa do conhecimento astrológico –
escreveu o“Almagesto”.
No final do século II d.C., Antióquio de Atenas compila textos de astrólogos anteriores – uma
das partes é o “Thesaurus”.
Em 313 d.C., o cristianismo torna-se a religião oficial, mas o paganismo ainda é tolerado.
Em 410 d.C., Roma caiu, com a chegada dos visigodos. Em 476 d.C. o Império Romano do
Ocidente chegava ao fim.
A primeira fase do Império Bizantino vai de 324 a 640 d.C.
Os dias gloriosos da Astrologia terminaram oficialmente, em 357 d.C., com Constâncio.
Próximo ao ano 227, a região do atual Irã foi tomada pelos exércitos sassâmidas do persa
Adachir I, que transformou o Zoroastrismo em religião do estado.
A Astrologia árabe foi uma extensão da tradição Astrológica grega e recebeu influências da
Astrologia hindu.
Após a dominação árabe, a maior parte dos textos de astrologia persa foi destruída.
Na Idade Média os astrólogos eram chamados “mathematici”, pois a Astrologia era a aplicação
mais importante da matemática. A prática da medicina era baseada na determinação
astrológica do tratamento adequado, portanto os médicos também eram matemáticos Tycho
Brahe. A Astrologia e a Astronomia eram, de início, um mesmo estudo. Tycho Brahe, por
exemplo, nascido em 1546, era médico e astrônomo em Copenhague, mas também astrólogo
do rei da Hungria.
A Astrologia era respeitada e, somente criticada por fatores intercorrentes: Dante Alighieri
(maçom) expõe ao ridículo, no Inferno da “Divina Comédia”, os astrólogos Guido Bonatti
(conselheiro de Guido de Médici) e Michael Scott, mas por misturarem necromancia à
Astrologia, abusando dos conhecimentos obtidos. Cecco d’Ascoli, professor de astrologia em
Bolonha, foi queimado vivo na fogueira em 1327 não por ser astrólogo, mas por suas opiniões
consideradas heréticas.
O Renascimento trouxe uma difusão da Astrologia, apoiada inclusive pelo papado.
Na Maçonaria, a presença da Astrologia é patente. Um exemplo são as Doze Colunas do
Templo (Rito Escocês Antigo e Aceito), que correspondem aos Signos do Zodíaco. O Zodíaco é
uma faixa celeste imaginária, que se estende entre oito a nove graus em cada lado da eclíptica
e que com esta coincide. Eclíptica é o caminho que o Sol, do ponto de vista da Terra, parece
percorrer anualmente no céu. Essa faixa foi dividida em doze casas de trinta graus cada uma, e
o Sol parece se mover um grau por dia. Os Planetas conhecidos na Antiguidade (Mercúrio à
Saturno) também faziam parte do Zodíaco, pois suas órbitas se colocavam no mesmo plano da
órbita da Terra. O Zodíaco então é dividido em Doze Signos, que são percorridos pelo Sol, uma
vez por ano. Os Signos representam o aprendizado percorrido pelo maçom, desde sua
iniciação na Ordem até o Grau de Mestre Maçom.
Nos Templos, (Rito Escocês Antigo e Aceito), cada uma das Doze Colunas, que representa uma
das Constelações Zodiacais, sustenta simbolicamente a calota celeste e representa um mês do
ano maçônico.
As Doze Colunas Zodiacais estão situadas no Ocidente, estando seis no lado Norte, onde têm
assento os Aprendizes, e seis no lado sul, onde têm assento os Companheiros.
De um modo geral, essas Colunas simbolizam o caminho iniciático do Aprendiz, Companheiro e
Mestre, resumido pelo “desbastamento da pedra bruta”, ou seja, o seu aperfeiçoamento
moral e espiritual. As seis Colunas que estão no Norte, relacionam-se a essa caminhada do
Aprendiz.
O início do aprendizado começa na Cerimônia de Iniciação, isto é, “a abertura da porta que
autoriza o começo das passadas”.
Se olharmos horizontalmente para o céu no equador celeste, o limite do Universo são as
Constelações. As Doze Colunas transmitem a idéia de que as leis do Universo chegam até nós
pelo que representam os Signos Zodiacais e as Constelações.
Outro exemplo são as três colunas gregas Dórica, Jônica e Coríntia, que representam a Força, a
Sabedoria e a Beleza correspondem a Ares (ou Hércules), Minerva e Vênus.
Os quatro elementos: Terra, Água, Ar e Fogo, que formam toda a Criação na Astrologia, fazem
parte da simbologia maçônica.
Alguns autores traçam um paralelo entre os Três Graus Simbólicos e os Signos:
Aprendiz: áries, touro, gêmeos, câncer, leão e virgem;
Companheiro: libra;
Mestre: escorpião, sagitário, capricórnio, aquário e peixes.
As Colunas Zodiacais
Os signos zodiacais relacionados com o Grau de Aprendiz Maçom são:
Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem. O signo zodiacal relacionado com o Grau
de Companheiro é Libra; e os inerentes ao Grau de Mestre Maçom são os signos
de Escorpião, Sagitário,Capricórnio, Aquário e Peixes. Acompanhe cada um da sua
representatividade:
Coluna nº 1: Áries, localizada junto à coluna do Norte, corresponde à cabeça e ao cérebro do
homem e representa Benjamim e como faculdade intelectual, a vontade ativa gerada pelo
cérebro. Corresponde ao planeta Marte e ao elemento fogo, representando no aprendiz o fogo
interno, o ardor encontrado no Candidato à procura de Luz.
Coluna nº 2: Touro, localizada junto á coluna do Norte, corresponde ao pescoço e à garganta.
É Issachar por representar a natureza pronta para fecundação, simboliza que o candidato,
depois de ser adequadamente preparado, foi admitido nas provas de iniciação. Corresponde
ao planeta Vênus e ao elemento Terra.
Coluna nº 3: Gêmeos, localizada junto á coluna do Norte, corresponde aos braços e às mãos,
são os irmãos Simeão e Levi, como faculdade intelectual é a união da intuição com a razão.
Corresponde ao planeta Mercúrio e ao elemento Ar. Representa a terra já fecundada pelo
fogo, á vitalidade criadora, simboliza o recebimento da luz pelo candidato.
Coluna nº 4: Câncer: localizada junto à coluna do Norte, representa o nascimento da
vegetação, a seiva da vida, simboliza a instrução do iniciado e a absorção por parte dele, dos
conhecimentos iniciáticos da Maçonaria. Corresponde aos órgãos vitais respiratórios e
digestivos. É Zabulão, como faculdade intelectual representa o equilíbrio entre o material e o
intelectual. Corresponde a Lua e ao elemento Água.
Coluna nº 5: Leão, localizada junto ao Oriente, corresponde ao coração, centro vital da vida
física; é Judá. Como faculdade intelectual, os anelos do coração, pois se pensava ser ele o
órgão do intelecto. Corresponde ao Sol e ao elemento fogo, é para o Aprendiz a luz que vem
do Oriente, é o calor dos Irmãos dentro da Loja. É o emprego da razão a serviço da crítica, é a
seleção de conhecimento.
Coluna nº 6: Virgem, localizada junto ao Oriente; corresponde ao complexo solar que assimila
e distribui as funções no organismo. É Ascher. Como faculdade intelectual exprime a realização
das esperanças. Corresponde ao planeta Mercúrio e ao elemento Terra. Representa, para o
Aprendiz, o aperfeiçoamento, quando já pode se dedicar ao desbastamento da Pedra Bruta.
Coluna nº 7: Libra, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por Vênus corresponde ao
elemento ar e se refere ao grau deCompanheiro Maçom. Simboliza o equilíbrio entre as forças
construtivas e destrutivas.
Coluna nº 8: Escorpião, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por Marte e pelo
elemento água. A partir dessa coluna até a coluna de Peixes, todas se referem ao grau de
Mestre Maçom. Essa coluna representa as emoções e sentimentos poderosos, rancor e
obstinação e a constante batalha contra as imperfeições.
Coluna nº 9: Sagitário, localizada junto à coluna do Sul. Caracterizada por Júpiter e pelo
elemento fogo. Representa a mente aberta e o julgamento crítico.
Coluna nº 10: Capricórnio, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por Saturno e pelo
elemento Terra. Simboliza a determinação e a perseverança.
Coluna nº 11: Aquário, localizada na coluna do Sul, caracterizada por Saturno e pelo elemento
Ar. Representa o sentimento humanitário e prestativo.
Coluna nº 12: Peixes, localizada na coluna do Sul, caracterizada por Júpiter e pela Água.
Simboliza o desprendimento das coisas materiais.
Os Signos e as Construções
Os templos de estilo gótico construídos na Idade Média revelam toda a magia dos ocultistas e
sociedades secretas da época.
Se a busca dos idealizadores do gótico ainda permanece um enigma, o estudo da origem da
expressão ‘arte gótica’ apenas reforça a idéia de que sua inspiração é totalmente mística.
Estudos etimológicos remetem às palavras gregas goés-goéts, de bruxo, bruxaria, que sugere a
idéia de uma arte mágica. O alquimistaFulcanelli prefere associar ‘arte gótica’ a argot, que
significa idioma particular, oculto, uma espécie de cabala falada, cujos praticantes seriam
os argotiers (ar góticos), descendentes dos argonautas.
No mito grego de Jasão, eles dirigiam o navio Argos, viajando em busca do Tosão de Ouro.
Jasão teria sido um grande mestre, que iniciava seus discípulos nos mistérios egípcios, inclusive
na geometria sagrada, que é uma das chaves da arquitetura gótica. Prova dessa herança
egípcia está no fato de os construtores góticos disporem os símbolos que aparecem nos
entalhes, nas estátuas, nos medalhões e vitrais de maneira que obedeçam sempre a uma
seqüência que torna inevitável a associação de uns com os outros. Trata-se de um recurso
egípcio de memorização que permite a apreensão de um grande número de informações, pois
somos, sem perceber, levados a relacionar cada coisa ao local onde ela se encontra.
Talvez seja esse o motivo pelo qual muitas vezes o zodíaco está representado dentro
das catedrais fora de sua ordem convencional. Longe de ser aleatório, esse desmembramento
está relacionado ao sentido mais esotérico de cada signo, como se vê a seguir:
Áries
Geralmente sua figura é a de um carneiro, que simboliza o início do caminho na buscada
elevação espiritual.
Touro
Representado pelo próprio Touro, às vezes está associado ao evangelista Lucas; às vezes a
Cristo. Simboliza a vida na matéria.
Gêmeos
Sua representação usual é de duas figuras humanas abraçadas, que expressam a capacidade
de elevar espiritualmente o próximo por meio da transmissão de conhecimentos. Em Chartres,
este signo aparece junto a uma das portas e mostra dois cavaleiros atrás de um grande escudo.
Câncer
Na forma de um caranguejo ou de um lagostim, costuma estar próximo da pia batismal, junto
da imagem do arcanjo Gabriel. Com certeza, trata-se de uma influência da Cabala, que associa
a Lua, regente de Câncer, a Gabriel, o emissário do nascimento. A intenção é mostrar que, por
meio do batismo (ritual iniciático), o homem pode se religar às esferas espirituais das quais se
origina.
Leão
Com a mesma representação de hoje, é emblema do evangelista Marcos, a quem emprestaria
seus atributos de persistência e força de vontade na busca da espiritualização.
Virgem
Algumas vezes aparece como uma jovem segurando uma espiga de milho. Mas pode também
estar representado por uma estátua da própria Virgem Maria, com uma estrela na cabeça. É
um dos signos mais ricos de significados nas igrejas góticas, uma vez que a maioria delas foi
dedicada justamente à mãe de Cristo. Em Amiens, por exemplo, ela se encontra em duas
árvores. Na iconografia cristã, uma delas representaria a árvore pela qual a humanidade caiu –
numa referência ao mito de Eva e da serpente tentadora enroscada numa árvore – enquanto
a outra remete à cruz de Cristo, pela qual a humanidade foi redimida.
Libra
Quase sempre aparece como uma mulher segurando uma balança desproporcionalmente
grande, no interior da qual há uma pessoa envolta num halo de luz. Seria um lembrete para o
homem de que ele também faz parte do divino.
Escorpião
Sua imagem pode ser traduzida por uma águia (símbolo de elevação espiritual) e representa o
evangelista João. Ou, então, aparece como um escorpião mesmo, já com um sentido de
regressão espiritual. Só que, como não havia escorpiões na Europa, muitas das suas
representações têm pouquíssimo a ver com a realidade.
Em ambas as formas, o signo está localizado aonde a luz do sol chega por último.
Sagitário
Este signo costuma ser representado por um centauro prestes a disparar a sua flecha. Na
catedral de Amiens, porém, ele aparece na forma de um sátiro. Mas ambos traduzem a luta
que o homem precisa travar para vencer sua natureza material, a fim de ascender a planos
mais elevados.
Capricórnio
Meio cabra, meio peixe, este signo indica as posições que o homem tem de enfrentar em
busca de espiritualização.
Aquário
Representado por um homem segurando um livro ou um pergaminho, foi adotado como
emblema do próprio cristianismo e do evangelho de Mateus. Esotericamente seria o ar
cósmico que permeia todas as formas de vida.
Peixes
Rico em significados esotéricos aparece normalmente como dois peixes unidos por um
cordão, nadando em direção opostas. O cordão seria o fio de prata que une o corpo e a alma
durante a vida, mas que se rompe na morte. Um dos peixes corresponde, portanto, ao espírito,
que permanece acima do plano físico, enquanto o outro, a alma, seria um intermediário direto
com a matéria.
Conclusão
Para a realização de sua própria iniciação, que há de levá-lo ao caminho do Conhecimento, o
Maçom vale-se de elementos colhidas por toda parte, bebendo nas mesmas fontes que
dessedentaram as religiões e as sociedades iniciáticas do passado e alimentando-se de todo o
conhecimento científico do presente. E firmando um pé na tradição, que lhe transmite os
valores espirituais, e outro na Ciência, que o mantém no caminho do progresso, consegue o
Maçom o equilíbrio perfeito, aquele mesmo equilíbrio que sustenta os corpos celestes no
cosmos.
Pelo método iniciático, o Maçom distingue-se culturalmente dos outros homens. Não conhece
nem pode conhecer a satisfação espiritual e intelectual, pois ele sabe que a verdade de hoje
pode não ser a verdade de amanhã. Pesquisador eterno, o Maçom faz jus à denominação
de Filho da Luz.
Maçonaria e Astrologia
José Castellani
Introdução
A Astrologia era na antiguidade considerada a chave de todas as ciências humanas e naturais e
não é de duvidar que algum dia descubra, inúmeras razões para que volte a ocupar esta
posição. A Astrologia teve sua origem, por volta do ano 3000 a.C., provavelmente na cidade de
“Ur”, supostamente a pátria de Abraão, fundada no 4º milênio a.C., por um povo do norte da
mesopotâmia, os Sumérios. Este povo tinha um grande interesse pela observação do céu. Para
os Sumérios, este parecia uma grande abóbada de veludo negro onde as estrelas estavam fixas
como enfeites de brilhantes. Notaram, entretanto que além do Sol e da Lua, cinco estrelas
apresentavam um movimento mais rápido que as outras; eram os planetas: Mercúrio, Vênus,
Marte, Júpiter e Saturno.
Mais tarde foram os Caldeus que introduziram a astrologia como hoje é conhecida. As estrelas
foram agrupadas em constelações, para servirem como marcadores do movimento dos
planetas. O Zodíaco, ou o Caminho de Anu, era a rota seguida no céu pelo Sol, Lua e planetas,
sempre pela mesma massa de estrelas, as Constelações Zodiacais.
A divisão do Zodíaco em doze partes talvez tenha vindo da divisão em doze partes de duas
horas cada uma do dia dos Caldeus.
A Maçonaria, com seus templos onde sempre são representados os signos do zodíaco e a
abóbada celeste, sempre serviram de veículo para a difusão de ensinamentos da Astrologia e,
com certeza, foram em lojas que a Astrologia deve ter primeiro florescido em nosso país, em
especial no Rio de Janeiro.
A Interpretação Astrológica
A Igualdade é o símbolo de Libra ou Balança. Este signo é o símbolo universal do equilíbrio, da
legalidade e da justiça, concretizado pelo senso da diplomacia e da cortesia. Libra significa, em
última análise, um caráter afável, um sentido de justiça, harmonia e sociabilidade, que são
todos atributos da igualdade.
A Fraternidade é perfeitamente ilustrada pelo signo de Gêmeos em sua dualidade, que são os
míticos Castor e Pólux, cada um desempenhando seu papel sem nenhuma proeminência sobre
o outro. O signo de Gêmeos é dual, porque simboliza o momento em que a força criativa de
Áries e Touro dividem-se em duas correntes: uma tem sentido ascensional, espiritual, e a outra
é descendente, no sentido da multiplicidade das formas e do mundo fenomênico. Considere-
se, também que face a Gêmeos está Sagitário, governado por Júpiter Zeus, Deus do qual todos
os homens emanam, o que os faz irmãos uns dos outros, com cada um procurando-o, à sua
maneira.
A Liberdade é apanágio de Aquário, simbolizado por Ganimedes, pelo anjo derramando sobre
a humanidade o cântaro do saber; saber que, se for bem utilizado pode ser um meio de acesso
à liberdade, com a condição de que aceite a superioridade do iniciado. Só o iniciado, o sábio,
poderá reconhecer os limites além dos quais não poderá ir, pois esta é a maneira dele chegar
ao conhecimento dos mistérios divinos. Essa ligação com o divino, da qual Moisés é um
símbolo, o respeito às leis divinas, fundamentais para uma existência pacífica e harmoniosa,
serão também assinalados pelo signo frontal a Aquário: Leão, cujo símbolo é o Sol, símbolo do
UM, símbolo de Deus.
Esses três signos: Libra, Gêmeos e Aquário são os signos do ar do zodíaco. E os signos do ar são
símbolos do espírito, são símbolos do cosmos, que o iniciado deve procurar conhecer e
compreender.
Por esse prisma podemos entender os quatro animais do Evangelho de Mateus: águia, boi,
leão e homem, como sendo a representação das quatro funções básicas do processo de
individuação: intuição (fogo); sensação (terra); pensamento (ar) e sentimento (água).
Temos a mesma representação no enigma clássico da Esfinge de Gisé que interpelou Édipo na
peça de Sófocles. Como coloca muito bem Jorge Adoum – embora com conotação mais mística
que simbólica – quem domina esses “elementais” torna-se senhor de si mesmo.
4. Peixes: transportaram Afrodite e Eros quando foram expulsos do mar pelo deus
Tritão.
5. Escorpião: deusa Ártemis mandou para picar Órion após o mesmo tentar seduzi-la.
9. Virgem: Astreia, filha de Zeus e Têmis que viveu entre os humanos. Retornou
virgem ao Olimpo, já que não suportou os defeitos dos homens.
10. Sagitário: é o centauro Quíron, sábio meio homem meio cavalo que educou Aquiles.
11. Gêmeos: Castor e Pólux, gêmeos filhos de Leda, que pediram a Zeus para nunca
serem separados.
12. Aquário: representa Ganimedes, rapaz que Zeus se encantou por ele. Zeus o levou
para o Olimpo para servir o néctar aos deuses.