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Qui volore imagnihillit que la nimolora vellorendemporaecab imperit harum que dolor m

YOUR LOGO
Índice
Irmandade
3
1. Exercite a apreciação 9
2. Busque um Talismã-Espelho 10
3. Não tenha medo de se abrir
11
4. Lembre-se que sua fraqueza é sua força
12
5. Relacione-se desde o seu centro
13
6. Conheça o seu ciclo
14
7. Faça parte de um círculo de mulheres 15
Um outro modo de aprender 17
Biografia 19

2 A caminho da irmandade real


Irmandade...

Essa palavra tem me rondado há pelo menos um ano ou mais, mas na verdade
me dou conta de que sou eu quem estou rondando ela... Porque a gente se
move muitas vezes pelas nossas experiências de falta. A busca pela irmandade é
uma constante, nem sempre correspondida da forma como gostaríamos... Mas e
se existisse uma forma mais verdadeira de lidar com ela e de garantir a sua
presença na nossa vida?

É engraçado como a urgência de escrever bate junto à experiência da dor... Hoje,


esse foi o sininho que me trouxe aqui. Tem sido assim, e na escrita encontro
compreensão, e muitas vezes cura. Mas não vim aqui falar da minha experiência
como escritora, mas sim da dor que a mobiliza agora... e essa dor vem de um
lugar mais profundo que as mãos que agilizam essa escrita... vem do meu útero,
e de uma ferida que ainda não foi curada. Uma ferida compartilhada por todas
as mulheres. Uma ferida que agora pede atenção e cuidados. Uma ferida da
experiência de ser mulher.

A caminho da irmandade real 3


Mulheres. Hoje trabalho com mulheres, ensino a mulheres, me
sento em círculo com mulheres, convivo com muitas mulheres...
E é lindo, maravilhoso, a irmandade cresce e é de uma beleza
só ver a mulherada se empoderando e recordando o sublime do
feminino em si... Esse movimento mundial chamado Sagrado
Feminino é simplesmente o movimento orgânico que vivemos
junto com a nossa Mãe Terra, no sentido de despertar e
recordar essa relação de maternidade!

Matris, mater, matriz, mãe. Recordando que temos uma Grande


Mãe, temos o "estalo" para recordar-nos que também somos
filhas. (Uau!) E sendo filhas, sendo todas filhas, um outro
estalo: SOMOS IRMÃS. Parece simples, não? Mas não é.

A caminho da irmandade real 4


Como disse no começo, muitas vezes nos movemos pelas nossas experiências de
falta. E não estou aqui pra dar uma de coitadinha... Tenho irmãs maravilhosas,
posso dizer muitas, e algumas amigas que conto nos dedos e cuja existência
agradeço todos os dias. Mas vamos lá: quem aqui teve problemas com as
"irmãs/amigas" na infância? Ou na adolescência? Ou ainda tem nos dias de hoje?
Vamos ser sinceras?

A irmandade idealizada é linda e perfuma de flor do jardim multicolorido que


somos. Mas na real, ainda não vivemos uma irmandade. Digo isso porque existe
uma ferida muito profunda a ser curada na forma como olhamos para as nossas
irmãs, e na forma como conseguimos nos relacionar com elas.

Vamos lembrar que antes de tudo, somos mulheres e temos um útero. Esse útero,
por sua natureza, é o lugar do acolhimento, o lugar que gera e recebe a vida. Isso
nos fala da nossa própria natureza acolhedora e receptiva. Como mulheres, temos
esse dom inato. Se assim não fosse, a humanidade não estaria aí. Somos o único
canal de manifestação da vida na Terra. Somos o único portal orgânico, vivo, por
onde a energia do universo pode descer para se manifestar em carne e osso em
um ser! E isso é o milagre supremo que testemunhamos todos os dias, que tive a
graça de testemunhar como mãe, e eu poderia ainda me deslumbrar por muitas
linhas mais...

Title of the book 5
Mas volto ao ponto da receptividade. Por sermos receptivas, geramos e
damos a vida. Mas atualmente, quem consegue ser realmente aberta e
receptiva para além da relação com a cria? A receptividade como dom,
idealmente, poderia se estender a todos com quem convivemos, mas isso
só acontece quando estamos em contato com nossa profunda natureza
feminina. E num mundo onde nos ensinaram a sermos territorialistas e a
nos proteger de possíveis ameaças, ser acolhedora e receptiva passou a ser
um desafio.

Aí está a primeira ferida da mulher. Negamos a nossa essência. E de


alguma forma, carregamos ainda uma culpa ancestral e profunda por isso.

Bem, essa é uma das nossas maiores armadilhas. E eu quero fazer um trato
com cada uma de vocês que agora está me lendo:

Antes de continuar o
texto, feche os olhos
por um instante, e
diga a si mesma que
não precisa mais
carregar essa culpa.

A caminho da irmandade real 6


Nossa história, a justifica.

Abrimos nossos corpos e nossos corações, mas fomos


abusadas e violentadas. Conhecemos o nosso poder, mas
fomos perseguidas e queimadas pelo medo que sentiram dele.
Perdemos a confiança no homem, que ao não honrar o nosso
dom, usou-o como forma de poder. O resultado? Mulheres
feridas, invadidas, reprimidas, amedrontadas.

Nessa condição de medo e submissão, acabamos perdendo


algo mais. Porque daí nos convenceram (e nós acreditamos)
que deveríamos também temer a mulher.

Ela é sempre a outra. Se é sua irmã, não pode ser mais bonita e
mais querida que você. Se é sua amiga, tome cuidado, pois
pode roubar seu marido. Se é sua colega de trabalho, vocês já
estão competindo por se auto-afirmar desde o momento em
que pisaram no mesmo ambiente. Isso se não aprenderam a
puxar o tapete uma da outra para ganhar o olhar do chefe.

Bem ali, no Útero, guardamos


todas essas memórias construídas
e repetidas há gerações.

Essa retrospectiva visa simplesmente trazer consciência do


nosso ponto de vulnerabilidade. Bem ali, no Útero, guardamos
todas essas memórias construídas e repetidas há gerações.
Sentimos que já não pode ser assim, mas no reconhecer a
insustentabilidade, contactamos a culpa. Por que ainda nos
culpamos por isso? Talvez por reconhecer que nós mesmas
estamos sustentando esse padrão e que há algo, aqui agora,
que precisa ser feito.

A caminho da irmandade real 7


Aprendi que tudo (absolutamente tudo!) que se passa no mundo, acontece
também dentro do Útero de uma mulher! Isso é revelador! Somos vulneráveis sim,
porque somos espelho. Espelho da grandeza do criador, mas também da
natureza imperfeita do homem. E tudo isso podemos sentir desde o nosso Útero,
como também, a partir dele, podemos curar. Nosso Útero-espelho vê e reflete
antes de nós. E fala do profundo das relações femininas, de uma ferida para a
qual precisamos olhar. E enquanto a consciência do feminino desperta em nós,
essa ferida volta a incomodar, num sincero pedido: "Eu não posso mais ficar
guardada. Olhe para mim. Cuide de mim. Ajude-me!"

É chegada a hora de curarmos nossas relações femininas. E o primeiro passo


para isso é eliminar os padrões de competição e de comparação entre
mulheres. Como fazemos isso? Alimentando a tal da irmandade. E para isso,
precisamos reeducar o nosso Útero-espelho a enxergar a beleza dentro e fora
de nós, e só então poder nutrir uma relação mais saudável com as nossas
companheiras de caminhada.

Darei aqui algumas dicas de como você pode fazer isso no seu dia-a-dia
e ir se sintonizando nessa vibe! Vamos lá?

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1. Exercite-se à apreciação.

Exercite-se a enxergar a beleza em quem você tem diante de si.


Experimente fazer elogios às mulheres com quem você se encontra.
Busque nelas algo que você admira e manifeste-o. Naquele dia, ela vai se
sentir melhor ou mais bonita, e naturalmente você estará ativando nela a
tendência a buscar reflexos que condizem com essa natureza e a
expressá-los a outras mulheres também. O maravilhoso do espelho é que
ele sempre reflete: ou seja, tudo o que você vê fora é um reflexo do que
você também é. Quanto mais você aprende a ver a beleza nas suas
amigas ou mulheres de sua convivência, mais você também se sentirá
bela. Pois a beleza reflete de volta para você, ou, em outra interpretação,
te lembra da fonte de onde ela se refletiu...

Por isso, NUTRA o seu espelho do útero com reflexos do bem. :) Rodeie-
se de amigas de almas belas, positivas e que queiram cultivar as mesmas
relações de irmandade! Vocês têm um caminho a fazerem juntas, e isso
vai além de você e além dela. Cultivar relações de irmandade sinceras,
abertas e saudáveis é um dos remédios fundamentais para a cura do
planeta!!!

A caminho da irmandade real 9


2. Busque um talismã-espelho
Tenho uma irmã chamada Anna que é para mim um
talismã-espelho. Quando nos conhecemos, o
deslumbramento recíproco foi tão grande, que criou-se
um pacto! Prometemos nos lembrar da beleza uma da
outra nos momentos em que nos esqueceríamos!
(Quando falo de beleza não me refiro somente à beleza
física, mas à beleza do ser! ) Anna tinha uma
admiração tão grande por mim e me manifestava a
minha beleza de uma forma tão constante e linda, que
Pergunte-se agora se
eu passei a enxergar também nela essa beleza infinita!
você tem essa
E a recíproca era verdadeira. Desde então, nossos
relação de
encontros são pura magia e deslumbramento. Temos
talismã-espelho com
uma irmandade maravilhosa, e nosso espelho do útero
alguém. Se sim,
somente reflete e enxerga o melhor da outra em cada
sinta-se abençoada.
situação.

Guarde essa pessoa


Sabe aquelas amigas a quem você não tem medo de
na sua vida como o
mostrar nem mesmo a sua faceta de sombra? Que
tesouro que ela é
sabe que acolherão o seu momento
incondicionalmente, sem críticas ou julgamentos? E
que quando você mesma está no auto-julgamento
conseguem te lembrar: "- Olhe que aprendizado
maravilhoso!!!"?? Hoje, por exemplo, no meio de uma
crise de choro, foi a ela que eu busquei. E em vez de
ver a minha vulnerabilidade e a minha fraqueza, que
naquele momento me faziam sentir envergonhada e
culpada pelo meu próprio sentimento, ela viu e me
mostrou a minha força, a minha sensibilidade e a
minha beleza. Não preciso explicar quanto potencial
de cura há nessa simples mudança de perspectiva, não
é mesmo?
.
A caminho da irmandade real 10
3. Não tenha medo de se abrir.
Confiança gera confiança. Muitas vezes, entre irmãs, evitamos falar de
nossas fragilidades por medo do julgamento da outra. Cria-se uma
couraça de segurança e superioridade que é completamente falsa e
distante da verdade. Quem vê e identifica a máscara, criará ainda mais
distância. E quem vê e cai no teatro, não terá mesmo coragem de mostrar
suas inseguranças diante de um ser inatingível no alto do seu pedestal.
Resultado: relações falsas, viciadas, capengas e que geram mais e mais
insegurança e falsidade. Uma precisa sustentar a todo custo seu lugar de
falsa segurança. A outra já se sente a última das criaturas e usa de todas
as suas forças para manter a mínima dignidade e não ser condenada.
Ambas se alternam nas posições de abusado e abusador, vítima e
carrasco, uma alimentando a mentira na outra, e muitas vezes sem
perceberem o mal que estão fazendo.

Não há abertura, não há diálogo, não há troca, não há irmandade. Só


existe orgulho aí. Enquanto tentarmos nos sustentar em uma posição
pouco verdadeira e não aprendermos a expor nossas fragilidades com
humildade, não receberemos a dádiva de sermos recebidas nesse lugar de
completude e acolhimento, e nem de fazer o mesmo por uma irmã.
Tenha coragem de olhar para a sua vulnerabilidade, acolhê-la e então
abri-la aos olhos da outra. Com alguma constância e muito carinho, ela
aprenderá a se aceitar e se abrir também.

Tenha coragem
de olhar para a
sua
vulnerabilidade

A caminho da irmandade real 11


4. Lembre-se que sua fraqueza é sua força
O que você considera uma fragilidade ou vulnerabilidade, vem do mesmo
lugar onde a sua sensibilidade habita. E a sua sensibilidade é o que te
permite ler e perceber o mundo com olhos amorosos, femininos... é o que
te permite identificar-se com o outro a ponto de ser o outro e perceber
que não há barreiras. Essa experiência, se vivida sinceramente, também te
dá poder. No fundo, vulnerabilidade e poder são o mesma idêntico
potencial, visto ou vivido desde lugares diferentes. Só muda o foco. Por
isso, a cada vez que se sentir vulnerável, agradeça e convide-se a
perceber nessa vulnerabilidade também o seu poder. Seu ponto sensível é
aquilo que te fará fazer coisas maravilhosas.

Sou a testemunha disso, aqui agora. Hoje foi um dia em que chorei e me
entristeci profundamente por reconhecer que essa ferida ancestral nas
relações femininas ainda estava presente em mim. Um dia em que
busquei amigas em quem podia confiar completamente para me abrir e
contei nos dedos de uma mão as que me inspiravam essa confiança, o
que me fez sentir por um lado agradecida, por outro pouco amparada...

Mas aqui estou, escrevendo agora sobre esse ponto da ferida, um texto
que será lido por muitas mulheres, e que não nasceria se não fosse dessa
minha experiência. Reencontrar-me com o meu potencial da escrita e
servir às mulheres é parte do meu propósito, e por isso me reaproxima do
meu poder! Todo o meu percurso ganhou sentido e já não estou no lugar
de tristeza e vitimismo aonde estive há bem poucos minutos...

Por isso, por qualquer experiência, simplesmente agradeça! :)

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5. Relacione-se desde o seu centro.
Não somente para as relações femininas isso é essencial! Se não nos
conectamos com a nossa própria essência, não podemos nos relacionar
de uma forma saudável.

Um dos exercícios de conexão feminina que criei é uma meditação ativa


que se chama "Mulher Ponte". Pratico-o com as mulheres sempre antes
do meu curso "Mandala Menstrual". Nele, as mulheres se conectam com o
céu e com a terra desde seu útero e desde seu coração, e no seu ser
integram toda a informação e a energia recebida. Descrevo o exercício e
guio as mulheres a realizarem várias séries dele, em círculo, e a se
conectarem profundamente consigo mesmas e com toda a sua grandeza
e perfeição. Então peço que, pouco a pouco, antes de abrir os olhos, elas
comecem a perceber as outras mulheres do círculo, e a sentir e agradecer
pela presença delas. Quando elas abrem os olhos, convido-as a
reconhecer umas às outras através do olhar, e só então, partindo do
equilíbrio adquirido, partindo do seu centro do coração, elas abrem os
braços e estendem as mãos umas às outras para formar a roda.

Nesse momento, repito o que elas precisam ouvir. Qualquer relação,


qualquer interação, somente pode ser saudável se feita partindo desse
centro, desse equilíbrio. Só depois de se acolher e escutar o seu coração
é que você estará pronta para estender a mão, perceber a outra, doar o
seu coração. Caso contrário, é bengala, carência, projeção. Reconhecer
sua verdade, honrá-la, e desde esse lugar poder então olhar para a outra.
Seria tudo tão diferente se todas fizessem isso!

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6. Conheça o seu ciclo
.
Talvez você não compreenda inicialmente o que isso tem a ver com as suas
relações externas. Mas esse item é essencial!!! Conhecer os quatro arquétipos
do seu ciclo é conhecer as quatro deusas que você encarna! Sinto por revelar
que você não é uma única mulher! Você é quatro deusas, para a loucura de
seu companheiro e, se você não se conhece, também para a sua! ;)

Brincadeiras (muito verdadeiras) à parte, considere que para quem se


conhece isso deixa de ser loucura e se transforma em um dom maravilhoso,
tanto que você vai querer sair correndo para contar pras amigas todas, pois
descobriu ter um grande tesouro e uma tremenda oportunidade onde antes
você só via um problema! E o melhor, tudo isso aí bem dentro de você.

No momento em que você conhecer e aprender a atuar junto a cada uma de


suas deusas, finalmente se aceitará como mulher cíclica que é. O caminho
exige observação e a disposição de se enxergar e se conhecer a fundo, mas é
simples. Quando você realmente conseguir olhar para a sua sombra como
uma parte nem pior e nem melhor, mas simplesmente como uma parte que te
faz ser quem você é, aí você sai da negação e entra na aceitação. E só então
poderá parar de lutar contra você mesma e abraçar o seu real poder, que vem
da sua completude.

O que isso tem a ver com a outra? Bem, no fundo tudo o que tem a ver com
você também tem a ver com ela. Mas o principal é que enxergar os aspectos
em você te permite também enxergá-los nela. E isso traz à tona a danada da
empatia. Quando nos conhecemos, podemos reconhecer na outra os nossos
mesmos momentos. Isso nos ajuda a sermos compreensivas, compassivas e
de quebra também a ajudá-la a se conhecer melhor! :)

A caminho da irmandade real


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7. Faça parte de um círculo de mulheres

As relações que se estabelecem dentro de um círculo de mulheres são


diferentes da maioria das relações femininas que você vive por aí.
Reaprendemos a falar e a escutar desde nosso coração. Ganhamos um
espaço de confiança e de escuta entremeado de amor. Fazemos juntas
coisas que há muito não fazíamos sozinhas: tecemos, pintamos, nos
tocamos e massageamos, dançamos nuas em volta de uma fogueira,
meditamos, cantamos... Vamos nos lembrando pouco a pouco essa
irmandade antiga e tão natural entre nós mulheres, e magicamente nos
sentimos seguras em fazer e manifestar tudo isso, mesmo que nunca o
tenhamos feito! Nos pegamos de repente olhando para todas e achando
cada uma deslumbrantemente linda, independente do seu corpo, do seu
cabelo ou do seu tipo de beleza.
´
Mas o mais incrível é nos surpreender a cada vez, por ouvir na fala da
outra as nossas mesmas angústias, dúvidas e aflições. No final de uma
rodada do bastão da palavra, temos a certeza de que todas as mulheres
ali presentes são nossos espelhos, e mais do que isso: que nós somos
cada uma delas e que elas são pedacinhos de nós. Nos emocionamos
sentindo o que a outra sente, vivendo o que a outra vive, e encontrando
respostas que nós mesmas precisamos ouvir.

A caminho da irmandade real 15


Se você não conhece um círculo de mulheres perto de você, crie o seu.
Convide suas amigas e deixem-se levar pela intuição. Façam um altar
no centro, evoquem a presença da Mãe Divina por qualquer nome ou
método que saibam fazer, e ela se manifestará. Aprendam a usar o
círculo de palavras e isso basta para guiá-las... as demais atividades
surgirão espontaneamente, pelo gosto e intuição de cada uma... Pode
haver focalização, mas não há hierarquia. Todas tem expressão e voz.
E juntas vamos reaprendendo a confiar umas nas outras, a nos abrir e
nos reconhecer parte dessa mesma força que habita no centro do
altar. Gosto de sugerir que haja sempre um círculo final de
agradecimento e depoimento. É quando, desde a vivência de cada
uma, podemos testemunhar com mais clareza como a magia acontece!

A Mãe Terra agradece que as mulheres voltem a se reunir em círculos.


Ela se deslumbra ao vernos recuperar o caminho para ela, lembrando a
nossa irmandade. Esse movimento é urgente para que a cura que
estamos buscando aconteça, e nossa responsabilidade é individual e
partilhada. Quando eu me curo, a outra se cura... Quando eu me
permito, abro caminho para que ela também se permita. Somos uma,
quando estamos em círculo. Somos uma força viva!

A caminho da irmandade real 16


Um outro modo de aprender...
****
Aceitar a dor, aquela mesma dor de que eu falava no começo do texto, é
só o início da cura. Ir além dela, buscando sem medo suas razões
profundas, é o necessário mergulho. Hoje, quando a dor bateu, eu me
debati, neguei, me envergonhei. Mas agora agradeço, porque perceber a
dor em mim me move à minha própria cura.

Nossa memória uterina guarda dores


ancestrais e profundas, nosso sangue é
oferecido a cada lua em nossos ciclos,
nossa dor vivida em nossos partos...

Outra irmã querida que hoje me acolheu, me trouxe de volta o arquétipo


de Quiron, ao qual uma astróloga querida já tinha me apresentado...
Quiron, o curador ferido, me permitiu compreender o porquê de algumas
experiências serem tão dolorosas... Me lembrou de que para sermos
verdadeiramente empáticas e compassivas, precisamos passar antes pela
dor.

Pois bem, nós mulheres temos uma bela escola para isso. Nossa memória
uterina guarda dores ancestrais e profundas, nosso sangue é oferecido a
cada lua em nossos ciclos, nossa dor vivida em nossos partos...

Mas está na hora de aprender um outro modo de aprender. A irmandade


exercitada em reais círculos de mulheres nos permite reconquistar a
mesma empatia e compaixão, sem precisarmos viver a dor com tanta
intensidade. A comoção de sermos acolhidas e refletidas umas nas outras
nos ensina sobre o nosso lugar, o lugar do outro, e a nossa unidade.

A caminho da irmandade real 17


Sim, Quiron, aceito aprender a ser mais compassiva através da minha
experiência de dor. Aceito poder ensinar o que aprendi na minha dor... Mas
também decreto ao universo que não desejo mais que seja assim. Afirmo o
compromisso de encontrar outras estratégias para manter e cumprir meu
propósito, que não sejam através da dor.

Que a ferida nas relações femininas também seja curada desde um


lugar de tranquilidade, autoconfiança, autoconhecimento, auto-amor!
Escolhendo projeções mais saudáveis para o nosso Útero-espelho,
mudamos, desde dentro, o mundo que refletimos e vemos refletido.
Para que olhemos para outra mulher e possamos ver tudo aquilo que já
temos, e não só o que nos falta em nós mesmas.

E assim, pouco a pouco, desde nosso útero, matriz da geração, que o


Feminino Sagrado possa abraçar e acolher uma real irmandade, criando
sobre a Terra uma realidade de mais amor.

A caminho da irmandade real 18


Lari Ahmyo…
(Larissa Lamas)

...é mulher, mãe, filha, irmã e eterna aprendiz das deusas em si...
Tem 32 anos e vive em Casa Branca, próxima a Belo Horizonte.

É focalizadora de círculos de mulheres, criadora da Ventre


Consciente e idealizadora do curso Mandala Menstrual, do
Projeto Crisálida - De menina florindo à mulher e dos Círculos da
Irmandade.

Coordenadora da Benção do Útero no Brasil, também


traduziu para o português os livros de Miranda Gray
"Descubra as deusas dentro de você!", editado unicamente
em português, e “Lua Vermelha”.

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