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Jovens, descanso e horários: Uma mudança necessária

Madeline Cope

Brigham Young University

Profesora Cowley

Português 322

16 de nov. de 17
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Jovens, descanso e horários: Uma mudança necessária

Todos nós lembramos das dificuldades do colégio. Não dormíamos muito e tínhamos

muito dever de casa para completar, nem para mencionar a vida social, esportes e a família.

Mesmo que esteja cansado, o aluno de colégio precisa acordar cedo e dormir muito tarde se

quiser terminar todas as suas responsabilidades, especialmente hoje em dia. Porém, estudos

recentes indicam que os adolescentes vivem com um ritmo circadiano diferente daquele dos

adultos e por isso deve ser mudado o horário do colégio (Boergers, Gable, & Owens, 2014). O

nome ‘ritmo circadiano’ refere a tendência do corpo humano de adaptar-se a um horário diário,

ou seja um horário que que segue o sol. Ao abordar a situação atual do horário escolar, as

possibilidades de mudança e seus benefícios assim como aspetos negativos, é obvio que os

horários escolares devem ser mudados para acomodar os ritmos circadianos dos adolescentes.

O horário tradicional escolar se estabeleceu no século XX de acordo com os horários das

fábricas (Hackney, 2014). A primeira vez que o horário foi questionado foi em 1983 quando os

níveis acadêmicas dos Estados Unidos caíram debaixo daqueles de países europeias (Hackney,

2014). Porém, as primeiras pesquisas sobre horários escolares focalizaram somente nos períodos

de escola—será que é melhor ter um horário normal, com sete períodos, ou ter blocos ou um

sistema completamente diferente? Os estudos não abordaram o assunto do começo do horário;

geralmente as aulas começam às oito horas da manhã e terminam às três horas da tarde, de

acordo com as fábricas (Hackeny, 2014). Mesmo assim, estudos mais atuais revelam que uma

mudança do horário—especificamente a hora de início—beneficiaria aos alunos devido à

diferença em ritmo circadiano entre adolescentes e adultos (Carskadon, 1990). Durante o ano

escolar, muitos alunos reportam níveis baixo de descanso e mais síntomas de depressão, e isto
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talvez seja porque estão tentando adaptar seus hábitos ao horário escolar sem pensar no ritmo

circadiano (Short, Gradisar, Lack & Wright, 2013).

Ainda que muitos jovens dormem menos que oito horas, vários estudos revelam que

precisam de mais que oito horas de descanso cada noite por causa das mudanças nas

responsabilidades, escola, trabalho e vida social (Carskadon, 1990). Alguns desses estudos

também explicam que a maioria dos adolescentes prefere dormir mais tarde e acordar também

mais tarde, o qual indica uma diferença no ritmo circadiano (Brandalize, Pereira, Leite, Filho &

Louzada, 2011; Carskadon, 1990). Os horários tradicionais podem até interferir com os níveis de

descanso dos jovens e assim aumentar as ocorrências do atraso, depressão, e uso de cafeína, e

também podem contribuir aos casos de obesidade (Boergers, Gable & Owens, 2014; Brandalize,

Pereira, Leite, Filho & Louzada, 2011).

Uma mudança necessária

Por causa desses efeitos negativos, é sugerido que os adolescentes recebem pelo menos

8,5 horas de descanso cada noite, mas o ótimo seria 9,5 horas (School start times, 2014). A causa

dessa sugestão e porque o ritmo circadiano dos jovens é diferente daquele dos adultos, então uma

mudança de horário de somente meia hora pode fazer uma grande diferença nas vidas dos jovens

que assistem o colégio. Boergers, Gable e Owens (2014) fizeram um estudo que examinou os

efeitos de adiantar o horário somente vinte e cinco minutos. Os resultados foram interessantes: os

alunos que participaram no estudo dormiram vinte e nove minutos mais cada noite—ou seja,

dormiram mais do que permitiu logicamente a mudança de horário (Boergers, Gable & Owens,

2014). Além disso, a percentagem de alunos que dormiam pelo menos oito horas aumentou de

18% até 44% (Boergers, Gable & Owens, 2014). Depois do estudo, os alunos voltaram ao
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horário tradicional e os níveis de descanso diminuíram e voltaram aos níveis anteriores

(Boergers, Gable & Owens, 2014).

Esta mudança é extremamente importante para aqueles que têm diagnoses de transtorno

depressivo maior (TDM). Mesquita et al. (2016) fizeram uma pesquisa sobre o efeito da

depressão no ritmo circadiano de adolescentes que sofrem desse transtorno e confirmaram que o

impacto dos ritmos circadianos diminuiu em jovens com TDM. Alunos que tiveram ritmos

circadianos normais se recuperaram mais rápido do que alunos com ritmos alteradas. Além das

pessoas que sofrem de TDM, a qualidade baixa de descanso é correlatada com resultados ruins.

Assim como níveis altos de descanso ajudam a melhorar os síntomas da depressão, níveis baixos

podem aumentar as possibilidades da depressão (Short, Gradisar, Lack & Wright, 2013). Porém,

o sucesso acadêmico não é correlatado com atenção durante o dia, sucesso acadêmico é

relacionado com níveis de depressão—altos níveis de depressão indicam níveis baixo de sucesso

acadêmico (Short, Gradisar, Lack & Wright, 2013). Por isso é importante que haja uma

mudança do horário escolar; permitirá que os alunos com TDM mantenham um ritmo circadiano

normal e assim aumentarem sua capacidade de melhorar.

Problemas possíveis

Mesmo que existam muitas razões que apoiam uma mudança de horário escolar, há

também algumas críticas. Por exemplo, não pode ser que os jovens somente podem dormir mais

tarde e se levantar mais tarde também, e assim os níveis de descanso não mudariam. Embora seja

um argumento lógico, é importante lembrar que o ritmo circadiano dos adolescentes não é igual

que o dos adultos; assim é provável que uma mudança no horário aumentaria as horas de

descanso dos jovens (Carskadon, 1990). Também, ainda que existam outros fatores que

contribuem à diminuição de descanso nos jovens, o horário escolar é um aspeto modificável; os

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outros fatores (por exemplo a tecnologia e fatores sociais) não estão no controle da administração

escolar nem do governo (School start times, 2014; Harbard, Allen, Trinder & Bei, 2016).

Outra pergunta relacionada à mudança do horário é uma questão logística. Se mudarem

os horários escolares, como que os alunos chegariam na escola? Em escolas que já têm um

sistema de ônibus, a resposta é fácil: somente muda o horário dos ônibus também. A resposta

para comunidades onde não existe um sistema de ônibus e os alunos estão acostumados a dirigir

à escola com seus pais, a questão é um pouco mais complexa. Uma solução possível é que

geralmente essas áreas são mais afluentes, então é possível que os alunos que conseguirem

carteira de motorista também possuírem carros e podem dirigir por se mesmos. O problema de

como ajudar aos alunos mais jovens a chegar na escola talvez requereria uma mudança nos

horários dos seus pais. Mesmo difícil, essa mudança seria para o sucesso acadêmico dos seus

filhos, e se os pais dos alunos querem reforçar a importância da educação, será necessário

mostrar que essa educação tem prioridade sobre outras coisas (Boergers, Gable & Owens, 2014).

Discussão

Apesar dos argumentos ao contrário, uma mudança no horário escolar seria para o

beneficio acadêmico dos adolescentes. Ainda que seria um pouco difícil resolver os problemas

logísticos, o beneficio da mudança compensaria por essa dificuldade. É importante lembrar que o

ritmo circadiano dos alunos varia daquele dos adultos e assim devem ter um horário que não é

baseado nos horários das fábricas no século XX—e hoje em dia, nenhum aluno trabalha numa

fábrica (Boergers, Gable & Owens, 2014). Os horários dos jovens devem ser ainda mais

estudados; psicólogos e cientistas devem pensar em mudar não somente quando inicia a escola,

mas também pensar no resto do horário. Por exemplo, talvez aumentaria mais ainda o sucesso

acadêmico uma mudança do horário tradicional (sete períodos cada dia) até um horário
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bloqueado (Hackney, 2014). Esses estudos adicionais, juntamente com os resultados dos estudos

sobre ritmos circadianos, podem indicar a necessidade de mudar os horários escolares e assim

evitar ocorrências aumentadas de depressão, atraso, uso de cafeína e obesidade enquanto o

sucesso acadêmico dos adolescentes aumenta.

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Referências

Boergers, J., Gable, C. J., & Owens, J. A. (2014). Later school start time Is associated with

improved sleep and daytime functioning in adolescents. Journal Of Developmental And

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Brandalize, M., Pereira, É. F., Leite, N., Filho, G. L., & Louzada, F. M. (2011). Effect of

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Barreto, L. (2016). Activity/rest rhythm of depressed adolescents undergoing therapy:

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Short, M. A., Gradisar, M., Lack, L. C., & Wright, H. R. (2013). The impact of sleep on

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