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“Falar de palavras com palavras é tão

complicado quando entrelaçar os


dedos e assim querer esfregá-los” (p.302)
Agostinho de Hipona
(354 – 430 d.C)
O filósofo nasceu na cidade de Hipona
(atualmente Annaba, na Argélia), ao norte da
África.
● Aos dezessete anos juntou-se com uma
mulher e dela teve o filho Adeodato, “dado por
Deus”;
● Aos 32, após vida desregrada, ocorre-lhe a
conversão para o cristianismo;
● Tornou-se padre, Bispo e, após sua morte,
Doutor e Santo da Igreja Católica.
Império Romano...

Rómulo e Remo sendo alimentados pela loba: lenda fundadora de Roma.


Quando sua mãe foi assassinada por um tio malvado, os bebés gémeos, Rómulo
e Remo, foram lançados no rio Tibre. Salvos por uma loba, que os amamentou e
os tratou como se fossem seus filhos, incutiu neles ferocidade e sentido de
lealdade. Quando chegaram à idade adulta, resolveram fundar conjuntamente
uma cidade, mas desentendendo-se, travaram uma luta de morte. Rómulo, o
vencedor fundou a cidade que ficou com o seu nome. A lenda fornece inclusive
data precisa: Roma foi fundada em 753 a. C., Rómulo foi o primeiro Rei e foi
venerado como uma divindade protetora de Roma.
...em Decadência
● O século III d. C (200 a
299) foi marcado por
diversas crises no
Império Romano.
Guerras civis e
externas, sucessivas
trocas de Imperadores
e governantes, crises
políticas, econômicas e
culturais.

Costantino sendo coroado em


Constantinopla. Século IV
d.C. Museu do Ermitage,
Rússia.
● Agostinho aqui com trajes romanos.
● Lembremos que este autor viveu na época do
declíno do Império Romano.
Principais obras do filósofo
● Texto autobiográfico – AS CONFISSÕES
● Textos filosóficos:
De Magistro
– De Libero Arbitrio (sobre o livre arbítrio)
– Contra os acadêmicos (Contra academicos,
em que combate o cepticismo)
– O Livro das disciplinas
Agostinho – Do mestre (de
Magistro)
● O filósofo de Hipona quer encontrar a
essência da linguagem, fator preponderante
nas relações humanas.

“Na verdade, chamamos sinais a tudo que significa


algo, e entre estes encontramos também as
palavras.” (299)
Sobre o significado ou de como
operam as palavras
“Parece-me, portanto, que falando, significamos pelas palavras ou
as próprias palavras ou outros sinais, como seria o gesto quando
falamos, ou as letras quando escrevemos; porque as coisas que
indicamos com esses dois vocábulos (gesto e letra) ou são ainda
sinais (o próprio gesto e as próprias letras), ou algo que não é
sinal, como quando dizemos “pedra”. Esta palavra, pois, é um
sinal enquanto significa algo, mas não é um sinal o que ela
indica.” (p.297)
SIGNIFICAR = sigma facere (fazer sinais) – significar algo é
fazer novos sinais para lançar luz aos sinais interpretados.

Sinais que se mostram por sinais: ou se ensinam e recordam os


mesmos sinais, ou outros sinais diferentes.
“...dai resulta que, quando se escreve uma palavra, apresenta-se
para os olhos em sinal, que desperta na mente o que se percebe
com o ouvido.” (297)

Todos os nomes são palavras (portanto, sinal) mas nem toda


palavra é nome (palavra que designa algo visível)
Da relação da linguagem com a
memória
“...entretanto, a memória, a que as palavras
aderem, em as agitando, faz com que venham
à mente as próprias coisas, das quais as
palavras são sinais” (292)

Memória = faculdade de trazer à mente as


próprias coisas através daquilo que lhes
servem de sinais (palavras, outras coisas que
funcionem como sinais, odor, gesto etc.)

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