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APOSTILA DE LOGÍSTICA EMPRESARIAL

CUSTOS LOGÍSTICOS

INTRODUÇÃO

Uma das principais funções da Logística consiste no controle e


administração dos seus Custos. Na verdade o desafio principal consiste em
administra-los em relação ao Nível de Serviço desejado pelos Clientes.

Proporcionar um maior Nível de Serviço sem que isso acarrete um


acréscimo substancial dos Custos consiste num dos principais trade–offs da
Logística.

O grande problema é que cada vez mais os Clientes demandam um


maior serviço, ao passo que não estão dispostos a pagar a mais por isso. Uma
vez que o preço é um qualificador, o Nível de Serviço consiste no diferenciador
perante o mercado.

QUALIFICA A EMPRESA A
PREÇO ENTRAR OU SE MANTER NO
MERCADO

DIFERENCIA A EMPRESA EM
NÍVEL DE RELAÇÃO AOS
SERVIÇO CONCORRENTES

Sendo assim, a Logística ganha uma função importante na busca da


empresa pelo ganho de mercado. Agregando valor aos produtos através do
Serviço, a Logística pode contribuir de várias formas, dentre as quais destacamos:

 A maior redução no prazo de entrega;


 A maior disponibilidade de produtos;
 A entrega com hora determinada;
 O maior cumprimento do prazo de entrega;
 Maior facilidade de colocação de pedidos.

Os Clientes além de exigirem um serviço de qualidade, exigem também


uma diferenciação. Como sabemos, quanto mais a empresa tenta diferenciar seus
serviços aos seus Clientes, maior serão seus custos, de forma tal que, se a
empresa chegasse a tratar cada Cliente individualmente e aplicasse um Nível de
Serviço diferente para cada um, seus Custos poderiam ser de tal forma que a
operação se tornasse inviável. É importante diferenciar os Clientes em relação ao
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Nível de Serviço, porém deve-se procurar estabelecer alguns padrões em relação


ao Serviço para que seja aplicado à grupos com características semelhantes.

A IMPORTÂNCIA DOS CUSTOS LOGÍSTICOS EM OUTROS PAÍSES


Apesar de não estar visível para muitos, os Custos Logísticos estão
fortemente presentes dentro da economia de um país. Basta levar em
consideração que o Custo com Transportes, que agrega substancialmente os
Custos dos Produtos.

Levando em consideração esse aspecto, não podemos deixar passar


despercebida a importância do gerenciamento dos Custos Logísticos como sendo
um fator determinante para a determinação do Custo de Vida da população.

Falando um pouco do Brasil, estima-se que os Custos Logísticos estão


num patamar significativamente alto em relação aos demais países. Se levarmos
em consideração alguns aspectos básicos, podemos entender os motivos aos qual
o Custo Brasil se torna tão alto, seguem-se alguns:

 Condições das estradas que aumenta o custo com manutenção


e combustível de veículos;
 Tarifas portuárias altas;
 Ineficiência do transporte ferroviário;
 Desqualificação da mão-de-obra;

Portanto, analisando sob esse aspecto, pode-se chegar a conclusão


que nem sempre os Custos Logísticos são totalmente controlados pelas
empresas. Independe delas a manutenção das estradas, por exemplo.

Entretanto, muitos fatores são de exclusiva competência da empresa,


que pode, através do bom gerenciamento, tratar a questão dos Custos Logísticos
de forma eficiente.

Em outros países, a importância dos Custos Logísticos alcança um


nível também elevado, principalmente em países desenvolvidos, onde o volume
de exportação de produtos manufaturados é muito maior que nos países
subdesenvolvidos, onde a Logística atua mais em produtos primários como
cereais ou frutas, por exemplo. Existe também o inverso, onde alguns países
importam uma quantidade grande de insumos para abastecer suas indústrias,
como é o caso do Japão.

Portanto, em termos percentuais, veja quanto os Custos Logísticos


impactam no total das vendas destes países:

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CUSTOS LOGÍSTICOS
Países % das vendas % dos transportes
Inglaterra 16 5,5
Japão 26,5 13,5
Austrália 14,1 2,5

AS INFORMAÇÕES DE CUSTOS
Como foi dito anteriormente, a empresa precisa diferenciar seu Serviço
em função de seus produtos e em função da rentabilidade de seus Clientes. Neste
momento, faz-se necessário que as informações que chegam à Gerência da
empresa sejam as mais confiáveis possíveis, principalmente as informações
referentes aos Custos.

A má qualidade da informação de custos pode trazer uma série de


distorções no processo de tomada de decisão. Usualmente, são utilizadas
informações da contabilidade da empresa para fins gerenciais. No entanto, o fato
destas estarem direcionadas a um objetivo, sobretudo fiscais e com foco na
produção, pode prejudicar, ou mesmo inviabilizar, algumas análises gerenciais.
Entre as principais críticas à utilização da informação contábil para fins gerenciais,
pode-se citar:
 Os critérios de rateio de custos utilizados;
 A não consideração do custo de oportunidade;
 Os critérios legais de depreciação.

Outra evidência da falta de comprometimento dos dados contábeis com


os custos logísticos são os planos de conta. Por exemplo: os custos de transporte
de suprimento compõem o custo do produto vendido, como se fossem custos de
material; os custos de distribuição aparecem como despesas de vendas e outros
custos aparecem como despesas administrativas. Desta maneira, nenhuma
informação referente às atividades logísticas é evidenciada.

GERENCIANDO OS CUSTOS LOGÍSTICOS


Em decorrência dessa inabilidade de outros setores da empresa em
fornecer números adequados para o correto gerenciamento dos Custos Logísticos,
faz-se necessária a criação de ferramentas específicas para tais fins.

Porém, ao se criar tais ferramentas, o Gerente de Logística deve


inicialmente estabelecer quais as prioridades de controle, que podem ser
estabelecidas respondendo duas perguntas básicas:

 Qual tipo de análise desejada? De curto ou de longo prazo?


 O que pretende custear? Produtos? Canais de Distribuição?
Regiões de atendimento ou Clientes?

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O gerenciamento de custos logísticos pode ser mais ou menos focado


de acordo com o objetivo desejado. Desta maneira, é possível desenvolver um
sistema para atender apenas uma atividade (custos de estoque), um conjunto de
atividades (sistema de distribuição e controle de estoque) ou até mesmo todas
atividades logísticas da empresa (suprimento, estocagem, armazenagem e
processamento de pedidos e distribuição). No entanto, é importante perceber que
o aumento do escopo pode repercutir na falta de foco. Daí a necessidade de
direcionar o sistema para o tipo de controle ou decisão que se pretende apoiar.

Muitas empresas extrapolam o controle dos Custos Logísticos,


ultrapassando os limites da empresa. No caso de companhias que transportam
seus produtos em fretes terceirizados, a diminuição deste tipo de Custo é
importantíssima. Então há uma constante preocupação para saber se o
terceirizado está conduzindo bem seus Custos. Em alguns casos, a empresa
contratante gerencia em conjunto os Custos com a empresa prestadora dos
serviços.

Três pontos fundamentais podem ser levados em conta no


Gerenciamento eficiente dos Custos Logísticos: O Suprimento, o apoio à produção
e a distribuição física.

Na questão do suprimento, é importante que a empresa consiga


escolher bem seus fornecedores, determinar bem os tamanhos de lote de compra
e na definição das políticas de estoques. Muitas vezes, administrando um ou todos
os elementos da área de suprimentos, a empresa consegue adquirir seus produtos
de forma mais racional, diminuindo seus Custos.

Na questão do apoio à produção, a empresa deve tomar algumas


precauções principalmente em se tratando do modelo contábil de rateio de Custos
Indiretos, que acabam por supertaxar os produtos que mais vendem e sobretaxar
aqueles que menos vendem.

Para a logística, a ferramenta de custos de produção deve estar voltada


às necessidades do planejamento e controle da produção, a fim, de apoiar
decisões referentes aos tamanhos de lote e alocação da produção entre as
plantas e as linhas de produção.

Para isso, o sistema deve possibilitar a simulação de diferentes políticas


de produção para perceber como se comportam os custos diante destas
modificações. Além disso, este sistema deve alocar os custos indiretos de maneira
não distorcida para que se possa custear os produtos e assim mensurar a
rentabilidade não só dos produtos, como também dos clientes.

Na distribuição, faz-se necessário o controle de custos abrangendo


todas as atividades desde a saída das mercadorias até a entrega. O importante é

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conseguir rastrear os custos através da estrutura logística, tentando evitar ao


máximo o rateio indiscriminado dos Custos.
Assim torna possível identificar os Clientes de acordo com o seu Nível
de Serviço, possibilitando à Área Comercial um embasamento sobre a
rentabilidade de seus Clientes.

ELEMENTOS DOS CUSTOS LOGÍSTICOS

Um dos erros fatais é considerar que os Custos Logísticos se resumem


somente ao Custo de Transportar. O Custo com Transporte consiste somente em
um dos elementos dos Custos Logísticos.

Na verdade, os Custos Logísticos são formados por quatro elementos


básicos, como podemos ver a seguir:

 Custos com Armazenagem;


 Custos com Processamento de Pedidos;
 Custos com Estocagem;
 Custos com Transportes.

É o entendimento de cada um deles que vão fazer com que possamos


entender a dimensão que é estudar os Custos Logísticos de uma empresa. Não
devemos esquecer também que as decisões sobre custos na empresa devem ser
tomadas observando os impactos nos Custos Totais e não somente em um
elemento só.
CUSTOS COM ARMAZENAGEM

{
CUSTOS COM
PROCESSAMENTO DE PEDIDOS

CUSTOS
TOTAIS +
CUSTOS COM ESTOCAGEM

+
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CUSTOS COM TRANSPORTES
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CUSTOS COM ARMAZENAGEM


O primeiro Custo Logístico objeto do nosso estudo será o Custo com
Armazenagem. Este tipo de Custo vem crescendo em termo de importância face
as crescentes exigências por serviço dos Clientes. No momento em que o
mercado exige variabilidade, disponibilidade, rapidez na entrega, menor tolerância
de erros na entrega, faz – se necessário o gerenciamento eficiente das atividades
de armazenamento.

Armazenar significa disponibilizar espaço físico, recursos e


procedimentos necessários para que os materiais sejam acondicionados
corretamente, evitando perdas e demora no fluxo logístico.

Os Custos com Armazenagem em si aumentaram de importância em


função desta crescente exigência do mercado por serviços melhores. Esta busca
levou os Administradores a repensarem como estariam seus Custos com
Armazenagem, principalmente no que diz respeito à manutenção de armazéns
propriamente dito.

Apenas como lembrança, é importante deixar clara a diferença entre


custos de estoque e armazenagem. Serão considerados custos de armazenagem
os que se referem ao acondicionamento dos bens e a sua movimentação, como
por exemplo: aluguel do armazém, mão-de-obra, depreciação das empilhadeiras
etc, enquanto, o custo referente aos bens, produzidos ou comercializados, como o
custo financeiro de estoque e o custo de perdas – devido a roubo, obsolescência e
avarias - serão tratados em outra oportunidade por serem classificados como de
estoque.

Os Custos de Armazenagem se apresentam tanto para empresas


industriais como para as empresas comerciais, que compram e vendem produtos.
Na indústria, o aumento da quantidade de pedidos e a variabilidade dos itens que
constituem esse pedido, forçaram as empresas industriais a traçarem novas
estratégias de armazenamento de produtos como o cross – docking. No varejo, os
Custos de armazenagem são também expressivos, visto que os espaços de
gôndolas em supermercados estão cada vez mais disputados, colaborando para
que o preço para estar presente aumente cada vez mais.

A elevada parcela de custos fixos na atividade de armazenagem faz


com que os custos sejam proporcionais à capacidade instalada. Desta maneira,
pouco importa se o armazém está quase vazio ou se está movimentando menos
produtos do que o planejado. Ainda assim, a maior parte dos custos de
armazenagem continuará ocorrendo, pois, na sua grande maioria, estão
associados ao espaço físico, aos equipamentos de movimentação, ao pessoal, e
aos investimentos em tecnologia.
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Portanto, os Custos com Armazenagem se comportam mais ou menos


da seguinte forma:

Custos

Movimentação

O gráfico acima mostra que a abertura de novos espaços para


armazenamento depende diretamente do volume movimentado pela empresa, em
termos de materiais. Quando a empresa opera somente com um armazém, seja
ele público ou próprio, seus Custos com Armazenagem são mais ou menos os
mesmos. Para a empresa, se torna indiferente trabalhar com a capacidade mínima
ou máxima, pois o armazém exigirá uma série de requisitos mínimos para operar
como energia, aluguel, empilhadeiras, etc.

Ao passo que a empresa compra ou aluga um novo armazém, seus


Custos com Armazenagem aumentam significativamente, visto que há a
necessidade de implantar a mesma estrutura neste novo local (apesar de que
pode acontecer que o acréscimo seja menor, pois muitas vezes não há a
necessidade de ter uma armazém da mesma proporção do anterior).

Os Custos vão aumentando na medida em que se abre novos


armazéns, obedecendo à quantidade movimentada. É interessante para a
empresa que se trabalhe sempre próximo à capacidade máxima, pois os Custos
serão diluídos melhor nos produtos. É com base nisso que podemos analisar o
próximo gráfico que mostra como se comporta o Custo do produto em relação à
abertura de novos armazéns:

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Custos

Qde de armazéns

Para complicar ainda mais, devemos lembrar que as demandas por


movimentação são na maioria das vezes inconstantes, o que leva o
superdimensionamento de estrutura para atender os períodos de pico,
comprometendo assim o Nível de Serviço.

Entendido como se comporta o Custo de Armazenagem em função da


movimentação de produtos e o Custo destes em relação à quantidade de
armazéns, é hora de conhecermos o que compõe o Custo de Armazenagem.

Na verdade, o Custo de Armazenagem se divide em três elementos


básicos, que são os Custos com o Armazém propriamente dito, o Custo com o
Manuseio de Estoques e o Custo do pessoal envolvido na operação. Veja abaixo
cada um deles:

CUSTO DO MANUSEIO DE
CUSTO DO ARMAZÉM ESTOQUES CUSTO DE PESSOAL

ALUGUEL IMPOSTOS EMPILHADEIRA GUINDASTES SALÁRIOS

LUZ CONSERVAÇÃO TRATORES SEPARADORES ENCARGOS

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O fato de os custos de armazenagem serem indiretos dificulta a sua


alocação aos produtos e clientes, pois a alocação, neste caso, é realizada através
de rateios, deixando-os sujeitos a distorções. Para minimizar as distorções é
importante que:
 Os itens de custos sejam contabilizados de acordo com a sua
função (movimentação, acondicionamento, administração) e não
por contas naturais (depreciação, mão-de-obra);
 A alocação seja condizente com o real consumo de recursos na
operação.

Etapas para o custeio da Armazenagem

Entendido todas as peculiaridades dos Custos com Armazenagem


temos que estabelecer os critérios para levantamento de tais dados. Esse
critérios, em forma de passos, apresento a seguir:

1. Identificar os Itens de Custo: Nessa etapa, deve-se selecionar os


itens de custos que serão considerados. Por exemplo: operadores de
empilhadeira, supervisores, depreciação das empilhadeiras, custo de oportunidade
das empilhadeiras, aluguel do armazém, depreciação dos racks e custo de
oportunidade dos racks.
É importante que as contas não sejam agrupadas somente de acordo com
a sua natureza – como depreciação, pessoal etc. -, pois neste caso se
condicionaria a alocação de todas as contas a um único critério. Dessa forma, em

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vez utilizar uma única conta de depreciação, deve-se considerar separadamente a


depreciação de cada ativo (empilhadeira, racks, palete etc.).
2. Cálculo dos itens de custo: Alguns itens, como salários, benefícios,
manutenção, aluguel e outros, são obtidos com facilidade através da
contabilidade. Outros itens, como a depreciação e o custo de oportunidade,
precisam ser calculados de fato, conforme é exposto abaixo:
 Depreciação – segundo a visão gerencial, o tempo utilizado para
depreciação não deve ser o tempo contábil legal, mas sim o de
operação do ativo – quanto tempo a empresa utiliza um
determinado ativo antes de substituí-lo. Assim, para calcular o
valor mensal de depreciação, deve-se dividir a diferença entre o
valor de aquisição e o residual pelo tempo (n meses) que a
companhia irá utilizar o ativo (antes de trocá-lo).
 Custo de oportunidade – não existe na ótica contábil, pois não
existe uma despesa associada a esse custo, mas sim uma perda
de receita ocasionada pela imobilização de um capital. Uma
empresa que tenha um armazém próprio não tem uma conta de
aluguel. No entanto, deve ter um item de custo associado ao
custo de oportunidade do imóvel, que representa o quanto a
empresa ganharia se o vendesse e investisse o capital em outros
projetos, ou caso resolvesse alugá-lo. Para cálculo do valor do
custo de oportunidade, deve-se multiplicar o valor do ativo pela
taxa de oportunidade da empresa – que normalmente varia entre
10 a 20% ao ano. Vale chamar a atenção que, para um ativo
como a empilhadeira, deve-se considerar tanto o custo de
depreciação como o de oportunidade.
3. Agrupar os itens de custos relativos a cada função (ou atividade) - O
objetivo de agrupar os custos em funções ou atividades é facilitar a alocação
desses custos na etapa seguinte. Por exemplo, a função de movimentação irá
reunir itens de custos de diferentes contas naturais – pessoal, manutenção,
depreciação – mas que estão todos direcionados ao mesmo objetivo, movimentar
materiais, e assim podem ser alocados por um único critério de rateio, como
número de paletes expedidos.
Quando a operação for relativamente simples, o sistema de custeio
pode ser desenvolvido considerando as funções básicas da atividade de
armazenagem. Já no caso de uma operação mais complexa, que movimenta
produtos com características de acondicionamento ou movimentação muito
distintas, pode ser necessário subdividir as funções em atividades. A seguir, serão
abordas as funções básicas que devem ser consideradas:
a) A movimentação de materiais inclui a recepção e a expedição de
mercadorias. Assim, devem ser agrupados nessa função todos
os itens de custos referentes a essas atividades, como por
exemplo, os custos associados a empilhadeiras, transelevadores,
operadores de empilhadeira, supervisores da movimentação etc.

b) O acondicionamento de produtos se refere a estocagem do


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produto. Deve se ter em mente que esta função não engloba a


movimentação. Esta função se refere apenas ao fato de o
produto estar parado em estoque. Nesse caso, o produto estaria
consumindo um espaço, não só de um armazém como também
de um palete, de um contenedor, racks. Assim, teriam que ser
agrupados os custos referentes ao espaço, como aluguel ou
custo de oportunidade do armazém, e os itens referentes a ativos
que estão sendo utilizados no acondicionamento do produto
como paletes e racks. No caso de produtos que necessitam de
acondicionamento especial como os que devem ser mantidos em
ambiente refrigerado, também devem ser considerados os custos
com o equipamento de refrigeração e consumo de energia
elétrica. Pelo fato da função de acondicionamento estar ligada
diretamente ao espaço físico, o grupo de custos dessa função é
comumente chamado de custo da ocupação de espaço.

c) A função de administrar o fluxo de bens na realidade irá


agregar os custos que não dizem respeito às funções anteriores
por terem um caráter mais administrativo, como por exemplo, os
custos referentes ao gerente, à secretária, ao telefone, ao
material de escritório etc.
3. Alocar custos a cada produto ou cliente - Uma vez agrupados
segundo as funções (ou atividades) é necessário alocar esses custos
aos produtos. Os custos dos clientes, podem ser obtidos a partir do
mix de consumo de cada cliente, estando sempre atento, é claro,
para alguma condição especial que o cliente possa exigir.
A seguir, são discutidos alguns critérios de alocação para cada uma
das três funções básicas da armazenagem.

a. Movimentar material – os custos dessa função, mesmo que


indiretamente, se referem ao volume de carga expedida. É
importante perceber qual é de fato o gerador do consumo de
recursos. No exemplo de um armazém em que toda mercadoria
é paletizada, o número de paletes expedidos de cada produto
seria um bom critério de rateio para esses custos de
movimentação. Nesse caso, pode-se imaginar que o consumo
dos recursos se dá pela movimentação da empilhadeira, que
carrega sempre um palete, independente da quantidade de
produtos ou caixas nele contido. Assim, é possível obter o custo
de cada movimentação dividindo-se o custo total associado à
movimentação pela soma dos paletes recebidos e expedidos.
É importante, que sejam considerados todos os paletes
recebidos e expedidos, mesmo os não completos, pois, como já
comentado, o trabalho de movimentação é praticamente o
mesmo estando o palete completo ou não. De posse do custo de
cada movimentação, basta verificar quanto de cada produto foi
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movimentado - no caso, quantos paletes foram recebidos e


expedidos - e multiplicar esse valor pelo custo unitário da
movimentação de paletes. Se esse mesmo armazém expedisse
não só paletes, mas também caixas avulsas, já seria interessante
separar a função de movimentação em atividades, como por
exemplo: recepção, expedição de paletes e expedição de caixas
avulsas.

b. Acondicionar produtos – os custos dessa função, usualmente,


dão margem a distorções na alocação, uma vez que esses não
são proporcionais ao volume expedido. Uma linha de produto
pode estar ocupando espaço no armazém e não ter nenhuma
unidade vendida, enquanto outra pode ocupar um espaço
relativamente pequeno e ter um alto volume de vendas. Na
próxima figura, são apresentados os principais passos para
alocação dos custos de acondicionamento em uma estrutura de
racks e paletes. Nos casos em que os produtos não estão
dispostos em paletes ou não são utilizados racks o processo é
bastante similar. No entanto, nestes casos deve-se considerar o
limite de armazenagem de cada item por metro quadrado, que é
função da dimensão e do empilhamento máximo de cada
produto.

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A figura 2 indica que para um dado custo associado à ocupação


do espaço, a alocação a cada produto é realizada em função de
dois fatores: do giro e do espaço ocupado por cada produto:
 Quanto menor o espaço ocupado pelo produto, menor será
o seu custo unitário de ocupação;
 Quanto maior o giro do produto, menor será o seu custo
unitário de ocupação do espaço.
c. administrar o fluxo de bens – os custos relativos à
administração do armazém usualmente não estão relacionados
ao volume de carga expedido, tampouco à quantidade dos
produtos em estoque, mas sim ao número de processamentos
realizados. Dessa forma, esse custo pode ser alocado de acordo
com o número de ordens (ou notas) de recebimento ou
expedição.
É importante notar que a alocação dos custos dessa função
específica irá variar bastante em função da empresa, sendo a
participação do executivo da área primordial na definição do
critério dessa alocação.

CUSTOS COM ESTOQUE

Enquanto que o Custo com Armazenagem trata apenas dos gastos que
a empresa tem em disponibilizar espaços para que os materiais sejam alocados e
movimentados dentro de armazéns, os Custos com Estoques tratam
especificamente daqueles associados aos materiais em si.

Sabemos muito bem que as empresas necessitam de estoques para


atender as demandas de seus Clientes com maior rapidez e pontualidade
possível. Tendo isso como necessário, as empresas vêm concentrando seus
esforços para diminuir ao máximo os Custos com Estoques.

Esses Custos, se não forem bem administrados, podem responder por


boa parte da composição de custos de um produto. Alguns estudiosos falam entre
10 e 40% do custo total do produto, ou seja, se não for bem gerenciado, somente
o custo do estoque pode ser responsável por quase a metade de um valor de uma
mercadoria.

Em se falando de uma economia estável, onde dispor estoques em


demasia significa estar mobilizando capital, o descontrole destes custos pode
provocar uma crescente necessidade da empresa por novos empréstimos ou
então a elevação de seus custos de tal forma que seu patrimônio líquido diminua.

Assim, devemos encarar os Custos com Estoques, assim como outros,


inevitáveis, a não ser que a empresa consiga disponibilizar seus produtos na hora
em que o Cliente deseja, o que seria uma coisa quase impossível. Porém seu

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controle se faz necessário e a busca constante por um bom Nível de Serviço deve
ser um objetivo.

Porém, nesta fase dos estudos não vamos objetivar nossas análises ao
fato da Administração de Estoques em si, pois a faremos em outra ocasião. Nos
deteremos em identificar os elementos que geram custos e calculá – los.

Diferentemente do Custo com Armazenagem, o Custo de Estocagem é


sempre variável e crescente, pois na medida em que se aumenta os Níveis de
Estoques, os elementos que compõem seus Custos aumentam de forma
proporcional. Chega – se num momento que o Nível de Estoque está tão alto que
pode prejudicar o Capital de Giro da Empresa. Veja abaixo como os Custos com
Estoque se comportam em função do Nível de Estoque:

Custo com Estoque

Nível de Estoque

Como podemos ver, a variável que determina os Custos com


Estocagem é o próprio Nível de Estoque. Empresas que objetivam um maior Nível
de Serviço podem manter um nível elevado para que o índice de faltas diminua.
Porém essa prática aumenta o Custo de Oportunidade do Capital Parado, bem
como os Custos com seguros. Em contrapartida, os Custos com falta diminuirão
consideravelmente. Este é um trade – off Logístico que veremos mais adiante.

Elementos dos Custos com Estoques

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Para entendermos os Custos de Estocagem, devemos antes conhecer


os elementos de custos que este tipo de Custo é composto. Na verdade, o Custo
com Estocagem é o somatório de quatro elementos básicos: O Custo de
Oportunidade do Capital Parado, Custos com Seguros, Custos com o risco de
manter estoques e o Custo com faltas.

1. Custo de Oportunidade do Capital Parado: Toda aquisição de estoque


implica em um desembolso de recursos. Quando uma empresa está adquirindo
um produto, na verdade ela está deixando de disponibilizar aquele capital que
poderia ser útil para pagar salários, comprar máquinas ou até mesmo investir
no mercado financeiro para imobilizar na compra de estoques. Tudo isso gera
um custo de oportunidade do capital parado que nada mais é do que o valor
que a empresa está deixando de ganhar se aplicasse no mercado financeiro ao
invés de aplicar seus recursos em estoque. Geralmente este custo está
associado a uma taxa de juros do mercado, que varia de acordo com o perfil
de investimento da empresa. Este tipo de Custo não acarreta um desembolso
direto.
2. Custos com Impostos e Seguros: Apesar de muitos estudiosos
considerarem esse elemento de custo pertencente ao Custo de Armazenagem,
consideramos que, os Custos com impostos e seguros referentes aos estoques
fazem parte dos Custos com Estocagem. Na verdade existem dois tipos de
impostos e seguros quando analisamos a questão do acondicionamento de
produtos. A primeira é referente ao Armazém. Neste caso, impostos como
IPTU e seguros que protegem o imóvel são incluídos como Custos de
Armazenagem, porém impostos que incidem diretamente sobre os produtos e
seguros contra roubos e incêndios do Estoque são considerados como Custos
com Estocagem.
3. Custos com o Risco de Manter Estoques: Todo Estoque corre o risco de se
depreciar, ficar obsoleto, perder-se ou ser furtado. A empresa deve contar este
tipo de custo, pois em alguns casos ele pode ser significativo, como na
informática, onde a o nível de obsolescência é muito alto.
4. Custos com Falta: Este tipo de Custo geralmente passa desapercebido por
aqueles que fazem parte do departamento de Logística, pois eles são
invisíveis, não há o desembolso direto e é de difícil mensuração, porém ele
pode ser bastante significativo. O Custo com a Falta é aquele em que um
Cliente procura um determinado produto e ele não está disponível no estoque
ou então ele chega atrasado. Com isso, o Cliente tanto pode desistir da
compra como pode até comprar, mas sua insatisfação pode gerar perdas de
vendas futuras. No caso de desistência da compra, o Cliente cancela o pedido,
neste caso, o Custo pode ser calculado apurando o lucro que os produtos
gerariam para a empresa. No caso de vendas futuras perdidas, a empresa
deve considerar o quanto cada Cliente compra de cada produto. Já no caso de
atrasos, quando o Cliente aceita receber certo tempo depois do combinado,
deve-se levar em consideração os Custos adicionais para reprocessar esse
pedido, de transporte e suprimento, caso o produto seja entregue fora do canal
normal de distribuição.
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CUSTOS COM
ESTOQUES

CUSTOS DE CUSTOS COM CUSTO DO RISCO DE CUSTO COM FALTAS


OPORTUNIDADE IMPOSTOS E SEGUROS MANTER ESTOQUES

Calculando os Custos com Estoques

Diferentemente dos custos com armazenagem, onde temos que


trabalhar com o sistema de rateio, quando vamos calcular todos os custos de
estocagem, temos que trabalhar com o parâmetro do estoque médio, que é a
quantidade média de material mantida em estoque num determinado período.

Em = Eo + E1 + E2 + ... + En
n

Onde E = Estoque num determinado mês


n = Qde de meses

1. Cálculo do Custo de Oportunidade do Capital Parado: Esse Custo pode ser


obtido multiplicando o estoque médio de um item ou produto pelo custo unitário
deste e pela taxa de juros do mercado. Assim poderemos saber quanto a
empresa está deixando de ganhar (perder) mantendo aquelas quantidades de
estoques. Assim, temos que, quanto maior o Nível de Estoque, o Custo do
Produto e a Taxa de Juros do Mercado, maior será o Custo de Oportunidade.
Então podemos chegar à seguinte fórmula:

Custo de Oportunidade (CO) = Em x Custo Unitário x Taxa de Juro

2. Custos com Impostos e Seguros: Como já foi dito, os Custos com Impostos e
Seguros diretamente ligados aos estoques podem ocorrer, para isso, devemos
levar em consideração na composição dos Custos de Estocagem. No caso de
impostos, geralmente estes são atrelados aos custos dos produtos diretamente,
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através de taxas, ficando fácil sua composição. Já os seguros, estes são


fechados não por produto, mas sim através de uma avaliação feita pela
seguradora que determina um valor fixo mensal. Apesar das seguradoras
verificarem os Níveis de Estoques, os valores dos produtos e os riscos
envolvidos na estocagem para determinar o valor da apólice, isso fica
totalmente alheio à vontade da empresa. Para isso, também utilizamos a forma
de rateio para determinar este Custo. Para isso, divide-se o valor mensal do
seguro pelo estoque médio, caso seja somente um produto, porém se for mais
de um produto é necessário saber o estoque médio de cada um, bem como o
valor unitário e ratear o valor do seguro por este valor.

Custo com Impostos (CI) = Em x Custo Unitário x Taxa de Imposto

Custo com Seguros (CS) = Custo do Seguro

No caso da empresa trabalhar com mais de um produto, é necessário fazer um


rateio levando – se em conta o valor de cada item no estoque. A partir daí,
aplica – se o valor do seguro rateado por valor de cada item, bastando dividir
esse valor pelo estoque médio desse item para achar o Custo de Seguro por
item. Veja como fica uma empresa que trabalha com 3 produtos A, B e C:

Produto Estoque Custo Unitário Valor do Estoque


Médio (Unid) (R$) (R$)
A 800 1,00 800,00
B 500 2,00 1.000,00
C 300 4,00 1.200,00
3.000,00

Supondo que o Custo do Seguro seja R$ 10.000 / mês, temos que:

Se R$ 10.000,00 cobre R$ 3.000,00 em estoques


Quanto será X para cobrir R$ 800,00 em estoques?
X = 2.666,66
Se R$ 10.000,00 cobre R$ 3.000,00 em estoques
Quanto será X para cobrir R$ 1.000,00 em estoques?
X = 3.333,33
Se R$ 10.000,00 cobre R$ 3.000,00 em estoques
Quanto será X para cobrir R$ 1.200,00 em estoques?
X = 4.000,00

Assim, temos o Custo mensal com seguros para manter cada um dos
itens em estoque. Assim, basta dividir pelo estoque médio para saber
quanto custa por produto em um mês. Portanto temos:

Custo Mensal do Seguro (A) = 2.666,66 / 800 = R$ 3,33 / mês


Custo Mensal do Seguro (B) = 3.333,33 / 500 = R$ 6,66 / mês
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Custo Mensal do Seguro (C) = 4.000,00 / 300 = R$ 13,33 / mês

Para saber quanto cada produto gasta realmente com seguros, temos
que saber o tempo médio de estoque de cada item, pois o número
acima diz que se o produto ficar em estoque durante um mês, ele gasta
os valores acima descritos. Mas como sabemos que um produto fica
períodos diferentes no estoque, temos que pegar o valor médio de dias
que cada produto fica em estoque. Supondo que o produto A fica em
média 15 dias, o B 10 dias e o C 20 dias, temos que:

Custo do Seguro (A) = 3,33 x 0,5 = R$ 1,665


Custo do Seguro (B) = 6,66 x 0.33 = R$ 2,197
Custo do Seguro (C) = 13,33 x 0,66 = R$ 8,797

3. Custos com o Risco de Manter Estoques: Este Custo, como já foi dito,
considera a depreciação dos estoques, bem como a obsolescência, furtos e
danos. Apesar de ser um pouco difícil de se mensurar, eles devem ser
considerados. O mais fácil é a depreciação, que é calculada multiplicando o Custo
do Produto pela vida útil que ele tem. A Obsolescência só é calculada quando é
lançado um novo produto e aquele que está em estoque não vende mais. Já as
perdas podem ser verificadas no balanço. Desta forma, a quantidades perdidas
devem ser diluídas nas outras quantidades do mesmo produto. Os roubos devem
ser calculados considerando a mesma forma das perdas.

Custo de Depreciação = Em x (Valor do Item – Valor Residual) / Vida Útil


Custo com Perdas e Roubos = Índice x Em x Valor do Item

4. Custos com Faltas: Neste caso, o Custo mais fácil de mensurar seria os
Custos decorrentes do pedido que foi deixado de ser atendido. Neste caso, pega-
se cada item do Pedido, multiplica a quantidade pedida pelo lucro de cada um.
Assim sabemos quanto aquele pedido deixou de prejuízo por não ser atendido.

Custo com Faltas = Índice de Falta x (Preço de Venda – Custo Unitário) x Em

CUSTOS COM PROCESSAMENTO DE PEDIDOS

Os Custos com Processamento de Pedidos são os que menos


impactam nos Custos Logístico Total. Porém a sua inclusão deve ser necessária,
pois em alguns casos este Custo pode significar o item de controle para a
determinação do Nível de Serviço.

Na verdade, quando falamos em processamento de Pedidos, temos


que analisar tanto pelo lado dos pedidos de ressuprimento (compras) quanto pelo
lado dos pedidos dos Clientes (vendas).

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Autor desconhecido
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Se analisarmos os Custos de Processamento de Pedidos, podemos


chegar a conclusão de que o Custo com Processamento e com Recursos
Humanos respondem pela maior parte deste tipo de Custo Logístico. O restante
fica por conta dos materiais envolvidos e depreciação e custo de oportunidade de
equipamentos.
Distribuição dos Custos de Processamento de Pedidos

Processamento
13% 29%
25% Recursos Humanos
33%
Materiais

Outros

Os custos de processamento e recursos humanos são gerados por


processos internos e externos. São considerados como processos internos:
definição dos produtos a serem comprados, preparação e colocação de cotações
e pedidos, workflow de aprovação e registros e controles nos sistemas de gestão.
E como processos externos: análise de propostas, fechamento de concorrências,
acompanhamento de entregas e realização de pagamentos. Esses custos
impactam em mais de 50% do que é gasto em um pedido de compras de
materiais.
Calculando o Custo com Processamento de Pedidos

Para o cálculo dos Custos com Processamento de Pedidos, temos que


primeiro identificar os itens que agregam valores na emissão tanto de Pedidos de
Compra como de Venda. Neste caso, podemos exemplificar na tabela abaixo:

Itens do Custo de Processamento de Pedidos


Aquisição Vendas
Salários e encargos do pessoal de Salários e encargos de digitadores,
compras. conferentes, separadores de pedidos,
etc.
Custo de Oportunidade dos Custo de Oportunidade dos
Equipamentos Utilizados no processo Equipamentos Utilizados no processo
de aquisição (FAX, computadores, etc). de aquisição (FAX, computadores, etc).
Custo de Depreciação destes Custo de Depreciação destes
equipamentos. equipamentos.
Custo do Aluguel do espaço ou Custo Custo do Aluguel do espaço ou Custo
de Oportunidade do imóvel utilizado. de Oportunidade do imóvel utilizado.
Energia, telefone, Internet. Energia, telefone, Internet.
Materiais Utilizados (papel, canetas, Materiais Utilizados (papel, canetas,
etc). etc).

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Identificado os itens de Custos, o próximo passo é calcula-lo de


preferência de forma mensal. Assim saberemos quanto se gasta no
processamento de pedidos de aquisição e venda total.

Considerando-se que a empresa emite uma quantidade X de pedidos


de compra e Y de Pedidos de Venda, basta dividir os valores obtidos no parágrafo
anterior pela quantidade de pedidos, assim temos o Custo de Processamento de
um Pedido, tanto de aquisição quanto de venda.

CUSTOS COM TRANSPORTES

Por fim chegamos no último item de Custo da Logística e talvez a mais


importante que é o Custeio dos Transportes. A empresa pode optar tanto por
terceirizar seus Transportes como se encarregar ela mesmo da movimentação de
mercadorias para o Cliente. Seja de que forma for, a empresa precisa calcular os
Custos com essa atividade.

Nesse aspecto, vamos considerar, para efeito de estudo o transporte


rodoviário, que é o mais utilizado no Brasil. O transporte de carga rodoviário no
país chama a atenção por faturar mais de R$ 40 bilhões e movimentar 2/3 do total
de carga. Por outro lado, destaca-se por ser palco de várias greves e impasses,
quase sempre com um motivo comum: o valor do frete. Isso acontece em virtude
do alto grau de pulverização desse setor, que opera com mais de 350 mil
transportadores autônomos, 12 mil empresas transportadoras e 50 mil
transportadores de carga própria.

Antes de tratar do custeio propriamente dito é importante formalizar os


conceitos de custos fixos e variáveis, que embora estejam presentes no nosso dia
a dia, por vezes são utilizados de maneira incorreta.

A classificação de custo fixo e variável deve ser feita sempre em


relação a algum parâmetro de comparação. Normalmente, em uma empresa
industrial são considerados itens de custos fixos aqueles que independem do nível
de atividade e itens de custos variáveis aqueles que aumentam de acordo com o
crescimento do nível de atividade.

Do ponto de vista de um transportador, usualmente essa classificação é


feita em relação à distância percorrida, como se a unidade variável fosse a
quilometragem. Dessa forma, todos os custos que ocorrem de maneira
independente ao deslocamento do caminhão são considerados fixos e os custos
que variam de acordo com a distância percorrida são considerados variáveis. É
importante ressaltar que essa forma de classificação não é uma regra geral.
Nesse artigo, o conceito de fixo e variável estará sempre relacionado à distância
percorrida.

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NÃO VARIA DE ACORDO


COM A DISTÂNCIA
CUSTOS FIXOS
PERCORRIDA

VARIA DE ACORDO COM


A DISTÂNCIA
CUSTOS
PERCORRIDA
VARIÁVEIS

Vale destacar duas considerações importantes com relação ao conceito


de custos fixos e variáveis. A primeira é que este conceito só faz sentido em
análises de curto prazo, uma vez que no longo prazo a capacidade pode ser
variável. Por exemplo, no longo prazo pode-se adquirir ou vender determinados
ativos, como também se pode contratar ou demitir pessoal, alterando, portanto a
estrutura de custos fixos. Pode-se dizer que no longo prazo todos os custos são
variáveis.

Uma boa abordagem para iniciar esta estimativa de custos é considerar


a utilização de veículos padrão, com peso bruto de 15, 19, 24 e 40 toneladas, para
proceder ao transporte de cargas completas (de 9, 11, 15 e 24 toneladas,
respectivamente). Na análise que explicaremos nos pontos seguintes vamos
considerar apenas o meio de transporte rodoviário pela sua preponderância,
embora este mesmo raciocínio possa ser aplicado a qualquer outro meio de
transporte.

Assim, os passos a realizar para obter uma estimativa de custos são os seguintes:

 Definição dos itens de custos;


 Classificação dos itens de custos em fixos e variáveis;
 Cálculo do Custo Fixo;
 Cálculo dos Custos Variáveis;
 Custeio das rotas de entrega / coleta.

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Fonte: http://dc436.4shared.com/doc/KreaNoBB/preview.html
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Passo 1: Definição dos Itens de Custo: Os principais itens de custos do


transporte rodoviário são listados a seguir. Mais adiante, na etapa de cálculo dos
itens de custos, serão fornecidas informações mais detalhadas.

 Depreciação – do ponto de vista gerencial, a depreciação pode ser


imaginada como o capital que deveria ser reservado para a reposição do
bem ao fim de sua vida útil.
 Remuneração do capital – diz respeito ao custo de oportunidade do capital
imobilizado na compra dos ativos.
 Pessoal (motorista) – deve ser considerado tanto o salário quanto os
encargos e benefícios;
 Seguro do veículo;
 IPVA/ seguro obrigatório;
 Custos administrativos;
 Combustível;
 Pneus;
 Lubrificantes;
 Manutenção;
 Pedágio.

É importante notar que a remuneração do capital – que é um custo de


oportunidade – e a depreciação devem ser considerados como itens
independentes.

Caso a empresa tenha uma operação complementar ao transporte, como uma


escolta, ou um equipamento específico no veículo, como um refrigerador, outros
itens de custos devem ser adicionados no modelo para garantir a sua eficácia do
custeio.

Passo 2: Classificação dos itens de custos em fixos e variáveis: Essa


classificação entre fixo e variável, conforme já comentado, será feita em relação à
distância percorrida. Assim, todos os custos que variam de acordo com a
quilometragem serão considerados variáveis, enquanto que os demais serão
considerados fixos.

São considerados itens de custo fixo: depreciação; remuneração do capital;


pessoal (motorista); custos administrativos; seguro do veículo; IPVA/ seguro
obrigatório.

São considerados itens de custo variável: pneus; combustível; lubrificantes;


lavagem; lubrificação, manutenção e pedágio. O pedágio não deve ser alocado de
acordo com a quilometragem como os demais, devendo ser considerado de
acordo com cada rota, já que o valor do pedágio normalmente não é proporcional
ao tamanho da rota. Por exemplo, em uma viagem de Niterói (RJ) para Fortaleza
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Fonte: http://dc436.4shared.com/doc/KreaNoBB/preview.html
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(CE) são percorridos quase 4.000 km sem nenhum pedágio, enquanto que em
uma viagem de São Paulo para Igarapara, quase fronteira com Minas, o
caminhoneiro paga 8 pedágios em uma percurso de menos de 800 Km.

Vale lembrar que essa classificação entre fixo e variável depende tanto da
operação da empresa, como também da forma que algumas contas são pagas. No
Brasil, o motorista recebe um salário mensal, assim esse item de custo é
classificado como fixo. Já na literatura americana a remuneração do motorista é
considerada como um item de custo variável, uma vez que nos EUA é de costume
o motorista ser remunerado de acordo com a quilometragem.

Passo 3: Calcule os custos fixos: Neste passo devem ser calculados os


seguintes elementos:

 Valor anual correspondente à depreciação do veículo:


(veículo novo carroçado, excluindo pneus e valor residual no fim
da sua vida útil, considerada como sendo, em média, de 7 anos).
Para efeitos desta análise deve ser considerado o valor residual
atualizado.

CDep = (Valor de Aquisição – Valor Residual) / No. De Meses

 Remuneração do capital: Associados ao investimento em


veículos. Este valor depende da taxa de juro que a empresa
consegue obter para financiamento.

CRem cap = Valor de Aquisição x 12 1 + Taxaanual - 1

 Custos Administrativos: São Custos associados à


manutenção da frota, por isso precisa ser rateado.

Cadm = Custo Administrativo Total / Qde. de Veículos

 IPVA / Seguro Obrigatório: Neste caso, basta dividir o valor


do imposto anual pelo número de meses:

CSeg / IPVA = Valor Anual / 12

 Valores dos encargos com mão de obra: Nomeadamente os


motoristas. Quanto à este tipo de custos com pessoal deverão ser
contabilizadas todas as suas componentes associadas:
remunerações, horas extraordinárias, ajudas de custo, encargos
sociais, seguro de acidentes de trabalho, etc.

CMOB = Salários + encargos + Outros

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Passo 4: Calcule os custos variáveis: Em termos de custos variáveis, deverão


ser analisadas três componentes:

 Custos de combustível: Sendo importante considerar as


diferenças entre os tipos de veículo indicados inicialmente:

5 ton 19 ton 26 ton 40 ton


Tráfego Regional 26 30 40 54
Tráfego Nacional 25 28 39 14
L / 100 Km

Os valores apresentados permitem um cálculo do custo por Km,


para cada tipo de veículo e para as duas situações de tráfego
apresentadas. Porém de uma forma geral, temos a seguinte
forma para calcular este custo:

CComb = Preço por Litro / Rendimento (Km / l)

O custo de combustível é o clássico exemplo de um item


variável. Para calculá-lo, basta dividir o preço do litro (R$/l) do
combustível pelo rendimento do veículo (km/l). Notem que
quanto menor o consumo menor será o custo de combustível por
quilômetro rodado.

 Custo com óleo: Os veículos precisam trocar os óleos em


intervalos de quilometragem definidos, com isso, precisamos
contabilizar estes custos. O custo relativo ao óleo é calculado de
maneira similar ao dos pneus. Deve-se multiplicar o preço de um
litro do lubrificante pela capacidade do reservatório e dividir o
resultado pelo intervalo entre as trocas de óleo.

CÓleo = Preço x Capacidade / Intervalo entre as trocas (Km)

 Custo com lavagem / lubrificação: Considera – se os Custos


relacionados à lavagem dos veículos. Quando a lavagem é
terceirizada, considera – se o preço da lavagem, porém se a
empresa tem uma equipe para esse trabalho, considera – se todos
os Custos com pessoal, equipamentos (depreciação e custo de
oportunidade, etc).

Clavagem / lubrificação = Custo da Lavagem / Intervalo entre as lavagens


(Km)

 Custo dos pneus: Considerando o tipo de veículo em causa.


De acordo com o veículo selecionado, podem observar-se valores
específicos quanto a: número de pneus; preço do pneu novo;
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Fonte: http://dc436.4shared.com/doc/KreaNoBB/preview.html
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preço da recuperação (recapagem) e prazo de vida útil (em Km). A


consideração destes elementos para cada tipo de veículo permite
estimar um custo por Km associado à utilização dos pneus. De
forma geral, pode obter esse custo de acordo com a seguinte
fórmula:

CPneu = Qde de Pneus x (P1 + Qde. de Recapagem x P2)


Vida Útil do Pneu com Recapagem
Onde P1 = Preço Unitário do Pneu Novo
P2 = Preço da Recapagem
O custo dos pneus é calculado como se fosse uma depreciação
por quilômetro em vez de tempo. Basta dividir o preço de um jogo
de pneus (preço unitário do pneu vezes o número de pneus do
veículo) pela vida útil em quilômetros dos pneus. Para considerar
a recapagem, deve-se somar ao preço de cada pneu o preço de
suas respectivas recapagens, multiplicando o resultado pelo
número de pneus, para então, dividi-lo pela vida útil dos pneus
considerando as recapagens.

 Custos de manutenção e reparação: Também aqui é


possível aferir um custo por Km para cada tipo de veículo (para
tráfego regional e nacional). Estes valores terão em conta os
preços médios praticados por concessionários em contratos de
assistência global. O custo de manutenção pode ser considerado
de duas maneiras. A mais simples é com base no seu custo
padrão, em R$/Km. Outra possibilidade é criar um centro de
custos e calcular o custo médio de manutenção por quilometro.

 Custo com Pedágio: Em alguns trechos, há a necessidade


de incluir os Custos com Pedágios. Da mesma forma, temos
condições de ratear o valor pela quilometragem do trecho.

CP = Custo dos Pedágios / Quilometragem

Neste momento fazemos o que se chama planilha de entrada e


saída de dados. Nesta planilha, os dados ficam organizados de
forma tal que possamos calcular tanto os Custos Fixos como os
Variáveis. Desta forma, a análise se torna mais fácil de ser feita.

IMPUT DE DADOS
Custos da Empresa 25
Custo U/M
Fonte: Valor
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Salário do motorista R$/mês Autor desconhecido
750,00
Horas de trabalho/mês H/mês 176
Encargos e benefícios do OUTPUT DE DADOS
motorista R$/mês 562,50 Itens de Custo Fixo
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Passo 4: Faça uma estimativa final de custos: Levando em conta os diferentes


tipos de custos fixos e variáveis, é possível chegar a uma estimativa de custos
para cada tipo de veículo e de tráfego, considerando os seguintes pressupostos
adicionais:

 Velocidades médias de serviço: 25 Km/h (cargas regionais); 45


Km/h (cargas nacionais);
 Tempos médios de carga / descarga: 2 horas (veículos de 15,
19 e 26 toneladas); 3 horas (veículos de 40 toneladas);
 Total de dias produtivos por ano (descontando paralisações
para manutenção e reparação);
 Custos fixos horários para os dias produtivos.

Estes pressupostos poderão ser utilizados para o apuramento dos


custos totais por unidade de tempo, por Km percorrido ou por tonelada -
consoante o nível de análise que a empresa considere relevante. Por exemplo, se
considerarmos que existem 192 dias produtivos no ano, conseguimos obter o
número potencial de horas de circulação do transporte. Descontando o tempo
médio de carga / descarga para o tipo de veículo selecionado (2 ou 3 horas por
dia), obtemos as horas de transporte efetivas. A partir deste valor, e considerando
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Fonte: http://dc436.4shared.com/doc/KreaNoBB/preview.html
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a velocidade média do veículo (cargas regionais ou nacionais), podemos chegar


ao número de Km que o veículo pode percorrer durante o ano (ou outro período
considerado). Esta informação permite apurar, por exemplo, os custos fixos por
Km. Este raciocínio pode também se aplicar à capacidade de cada tipo de veículo
para apurar o custo por tonelada.

Este tipo de raciocínio pode facilitar a avaliação das propostas dos


transportadores. Esta informação pode ser relevante para uma empresa que gere
uma frota própria, que subcontrata a terceiros ou que atua como subcontratada.

Uma vez calculados os valores unitários de todos os itens de custos,


basta agrupá-los (R$/mês) e dividir o resultado pela utilização (número de horas
trabalhada por mês) para se chegar ao custo fixo por hora (R$/hora). Os custos
variáveis também devem ser agrupados (R$/ Km). Assim pode-se montar a
equação de custo para uma rota:

CRota = Tempo(h) x CF(R$/h) + Distância(Km) x CV(R$/Km)

O tempo a considerar é o tempo total da rota considerando as


atividades de carga e descarga, com as suas respectivas filas, além do tempo de
viagem.

A fórmula do custo da rota pode ser desmembrada para se custear as


rotas segundo três atividades básicas: carregamento, viagem e descarregamento.

CViagem = Tempo de Viagem(h) x CF(R$/h) + Distância x CV(R$/h)


CCarr = Tempo de carga(h) x CF(R$/h)
CDescarr = Tempo de descarga(h) x CF(R$/h)

Notem que os custos de carga e descarga independem da distância


percorrida, enquanto o custo de viagem é diretamente proporcional ao tamanho da
rota, uma vez que quando aumenta-se a distância percorrida, aumenta-se além da
quilometragem, o tempo de viagem.

Fatores que influenciam o custo e o preço do transporte

Entre o peso e a cubagem deve-se escolher aquele que limita a


capacidade do veículo. Por exemplo, peso no caso de se transportar aço, ou
cubagem no caso do transporte de pneus. Além desses e da distância que são os
fatores mais lembrados pode-se destacar:

 A facilidade de manuseio do produto – representa a facilidade de se


carregar e se descarregar o veículo. Uma maneira encontrada para se
agilizar a carga e a descarga é a paletização, que reduz de maneira
significativa os tempos de carga e descarga.

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 A facilidade de acomodação – peças com formato muito irregulares ou com


grande extensão muitas vezes prejudicam a utilização do espaço do
veículo, dificultando a consolidação e a total utilização do mesmo.
 Riso da carga – produtos inflamáveis, tóxicos ou mesmo visados para
roubo são fatores de risco que influenciam o valor do frete.
 Sazonalidade – efeitos como a safra de grãos afeta de forma acentuada a
procura por frete, fazendo com que os preços de frete desta época sejam
maiores que os da entressafra.
 Trânsito – entregas em grandes centros urbanos com trânsito e com janelas
de horário para carregamento e descarregamento, também influenciam o
custo e respectivamente o preço do transporte.
 Carga retorno – a não existência de frete retorno faz com que o
transportador tenha que considerar o custo do retorno para compor o preço
do frete.
 Especificidade do veículo de transporte – quanto mais especifico for o
veículo menor é a flexibilidade do transportador, assim caminhões
refrigerados ou caminhões tanques acabam tendo um preço de frete
superior que um veículo de carga granel.

Comparação entre os custos calculados e os preços praticados

Quando se compara o custo, calculado pela metodologia de custeio,


com os preços praticados pelo mercado para as cargas fechadas, de grande
volume e baixo valor agregado, percebe-se que o preço praticado é
sistematicamente menor que o custo. Essa situação até seria aceitável caso
existisse capacidade ociosa, o preço cobrisse pelo menos os custos marginais (ou
seja, os custos variáveis) e se essa fosse uma política de curto prazo. No entanto,
tem-se percebido que essa situação vem se arrastando por alguns anos.

Assim, para viabilizar a operação nesse mercado, com preços abaixo


do custo, as transportadoras subcontratam o serviço de motoristas autônomos, os
agregados. Esses por sua vez trabalham cobrindo apenas os custos variáveis
mais imediatos, sem se dar conta que um dia terão que repor o veículo e que
ainda deveriam ser remunerados pelo seu investimento. O resultado disso é uma
frota com idade média superior a 15 anos e muitas vezes trafegando sem
condições de uso.

No mercado de frete fracionado, onde se movimenta carga de menor


volume, maior valor agregado e entrega pulverizada, a situação é um pouco
diferente. A relação entre o preço e o custo acontece de acordo com a capacidade
de consolidação de cargas do transportador. A escala da operação possibilita que
sejam cobertos todos os custos e ainda seja gerada uma margem satisfatória, em
contrapartida a falta de escala compromete a consolidação de carga,
comprometendo a rentabilidade da operação. Para garantir essa escala tem sido
fundamental o foco dos transportadores em regiões específicas. Além da escala, o

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sucesso desse setor depende, sobretudo do planejamento e da coordenação da


operação.

Subsídios cruzados ao se cobrar a conta dos clientes

No caso em que o preço do frete está incluso no valor do bem, o


custeio deve ser realizado para verificar se a margem gerada por cada cliente
realmente sustenta os seus custos de entrega. Para contornar os casos de
entregas não rentáveis, as empresas fornecedoras podem estabelecer lotes
mínimos de entrega diferenciados por região e/ou alterar a freqüência de entrega
de determinados clientes, assim como estabelecer dias da semana para entregas
em determinadas regiões visando a consolidação de carga.

Já no caso em que o fornecedor cobra o frete de seus clientes a parte


do valor da mercadoria é fundamental que não haja um subsídio cruzado entre os
mesmos, isto é, que determinados clientes não sejam beneficiados em detrimento
de outros. Quando se compara os custos resultantes do custeio das rotas de
entrega com os preços de frete praticados pelos fornecedores, destacam-se dois
tipos de subsídios.

O primeiro é em relação a distância da praça destino, que ocorre


quando não são considerados de maneira adequada os tempos e os respectivos
custos de carga e descarga. Por exemplo, se para uma carga de 25 toneladas,
fosse cobrado um preço de R$ 2,50/Km para qualquer tamanho de rota, em uma
rota de 50 Km, o valor do frete seria de R$ 125,00 enquanto o custo seria de
aproximadamente R$ 180,00; enquanto que, para uma rota de 2.000 km, o valor
do frete seria de R$ 5.000,00 enquanto o custo dessa rota, mesmo considerando o
retorno, seria inferior a R$ 3.600,00. Assim os clientes próximos ao fornecedor
seriam beneficiados em detrimento dos clientes mais afastados. Essa distorção
ocorre porque os custos de carga e descarga independem da distância da rota,
uma vez que estes só dependem dos tempos de carregamento e
descarregamento. Dessa forma, nas rotas curtas a influência desses custos é
proporcionalmente maior que nas rotas longas.

O segundo subsídio acontece em função do volume, quando não são


consideradas economias de escala. Neste caso, não são diferenciados os preços
por tonelada em função da capacidade do caminhão, assim como não são
privilegiadas as cargas fechadas.

No longo prazo, os clientes que são prejudicados pelo subsídio acabam


assumindo a responsabilidade do frete por perceber que pode realizar esse
serviço a um menor custo. Por outro lado, os clientes que recebem o subsídio
tendem a continuar deixando a responsabilidade por conta do fornecedor que
acabará arcando com a diferença entre o custo e o preço.

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Oportunidades de redução de custos

O ponto focal para redução do custo de frete deve ser o nível de


utilização da frota, ou seja, rodar o máximo possível com cada caminhão
carregado para se ter um menor número de caminhões sem prejudicar o nível de
serviço. Isso reduz de forma significativa os custos fixos, que usualmente
correspondem a cerca de 50% dos custos totais de um veículo. A seguir, são
listadas algumas ações que visam aumentar a utilização da frota
 Melhorar o planejamento do transporte – saber com
antecedência o total de carga a ser embarcado para cada
praça;
 Programar os embarques e os desembarques – para reduzir o
tempo de fila, que na maioria das vezes é maior que o próprio
tempo de carga e descarga, em virtude da concentração de
veículos em determinados horários do dia;
 Diminuir a variabilidade do volume embarcado – a expedição
concentrada no final do mês, ou em alguns dias da semana,
gera filas para carga e descarga nos dias de pico e ociosidade
nos dias de baixa;
 Aumentar a utilização da frota – quando se passa de um para
dois turnos de trabalho se diminui o custo de transporte em
cerca de 15%, enquanto que se passando para três turnos a
se reduz em até 20%.

PRINCIPAIS TRADE – OFF LOGÍSTICOS

Saber calcular cada Custo Logístico é importante para a empresa no


sentido de saber o impacto de cada um no Custo Final dos produtos. Porém, mais
do que isso, a empresa deve saber que o aumento de um tipo de Custo pode ser
compensado pela diminuição de outro e vice-versa.

Assim, no campo da Logística, faz – se necessário estudar os principais


trade-offs para que os conceitos sejam usados em decisões estratégicas e / ou
táticas. Na verdade, o estudo dos trade-offs auxiliam muito o Gerente de Logística
na determinação do meio de transporte a ser utilizado, o nível de estoque a ser
adotado, etc.

Podemos conceituar trade-off como sendo a capacidade que a empresa


tem de solucionar um conflito complicador. Esse conflito pode ser de várias
formas, dentre as quais podemos citar:

 Se a empresa aumentar o nível de transporte em x%, a diminuição


dos custos com estoque compensará esse aumento?

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 Se a empresa construir x armazéns, haverá uma diminuição do


tempo de entrega em y dias, mas o aumento do nível de estoque
compensará esse investimento?
 Se a empresa passar a transportar de avião seus produtos, estes
chegarão mais rápidos e seus níveis de estoque diminuirão, porém
os custos com transporte aumentarão. Será que compensa adotar
tal estratégia?

Conceito do Custo Total

Para solucionar trade-off como estes, faz – se necessário entender o


conceito do Custo Total. Como vimos antes, os Custos Logísticos são compostos
por quatro elementos básicos, os Custos com Armazém, de Processamento de
Pedidos, de Estoque e de Transportes. Os conceitos de Custo Total e a
compensação de Custos andam lado a lado.

O conceito de Custo Total reconhece que os Custos individuais exibem


comportamentos conflitantes, devendo ser examinados coletivamente e
balanceados no ótimo. Para exemplificar, vamos analisar o gráfico abaixo que
mostra a definição do número de armazéns:
Custo Total (Custo com
Transporte + Custo com
estoque + Custo com
Processamento de Pedidos)
Custo de
Transportes
Custo
Custo de Custo de
Estoque Processamento de
Pedidos

Total de Armazéns no Sistema de Distribuição

Note que no gráfico acima que a decisão de construir mais armazéns


fosse uma decisão baseada nos Custos com Transportes, a empresa tenderia a
construir, porém se fosse analisado sob o ponto de vista do Custo do Estoque ou
do Custo com Processamento de Pedidos, a empresa não construiria.

Sob o ponto de vista do Custo Total, a construção de mais armazéns de


distribuição, acarreta o aumento em um tipo de custo e a diminuição em outro. A
abordagem moderna concebe que as decisões Logísticas baseadas em Custos

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devem ser tomadas levando em consideração o Custo Total, que é o somatório de


todos os Custos Logísticos da empresa.

Trade – Off da escolha do Modal de Transporte

Um dos principais trade – off da Logística sem dúvida alguma consiste


na escolha do modal de transporte. Como sabemos, quanto mais veloz fica o
transporte, mais caro ele tende a ser. Porém, quanto mais rápido for o modal
escolhido, menos será o Custo com Estoques.

Assim, temos o primeiro trade – off Logístico, que define qual o modal a
ser transportado. Então, faz – se necessário saber o Custo Total envolvido na
decisão, optando pelo menor Custo. O gráfico a seguir explicita um pouco mais
esse Trade – Off:

Custo Total

Custo Transporte

R$

Custo de Estoque

Trem Caminhão Avião Serviço de Transporte

Ao passo que a empresa escolhe um modal de transporte mais rápido,


como o avião, seus Custos com estocagem vão ser menores em virtude da
rapidez deste tipo de transporte, porém, seus Custos com Transporte tendem a
aumentar, visto que o frete via aéreo é maior que via terrestre, por exemplo. Da
mesma forma que, se a empresa optar por um meio de transporte mais lento,
como trem, seus Custos com Transporte diminuirão, no entanto a empresa deverá
estocar mais produtos em virtude dessa lentidão. Assim, a empresa utiliza o
conceito do Custo Total para definir o seu modal. Neste caso, a soma dos Custos
de Transporte e de Estocagem devem determinar o Transporte a ser utilizado.

Trade – Off da Determinação do Nível de Serviço

A determinação do Nível de Serviço deve ser baseada no Custo que


este acarretará à empresa. O Nível de Serviço Logístico engloba todos os

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elementos de Custos Logísticos de uma empresa. Assim, sua definição deve ser
baseada neste parâmetro.

Assim, quanto mais a empresa gasta para elevar seu Nível de Serviço,
menores serão os Custos com Não Serviço (faltas, atrasos, não – conformidade,
etc). Ao passo que, se a empresa gastar o mínimo possível, seus Custos com não
serviço tendem a aumentar. Veja a seguir o gráfico que mostra isso:

Custo Total

Custo Transporte, Processamento de


Pedidos e Estoques.

R$

Custo do Não Serviço

Serviço ao Cliente

Trade – Off da Determinação do Número de Armazéns

Na medida em que a empresa aumenta o número de armazéns


disponíveis no sistema, seus Custos e Níveis de Serviço se modificarão de forma
tal que o exagero ou a insuficiência são parâmetros indesejáveis. Para isso,
estabelecemos que a definição do número de armazéns deve ser determinada
analisando os efeitos desta decisão trará nos Níveis de Estoques e no Sistema de
Transportes.

Assim, quanto maior for o número de armazéns, mais a empresa


investirá em estoque, aumentando demasiadamente seus Custos com Estocagem,
ao passo que, como os armazéns são numerosos, estes tendem a estar próximo
aos Clientes, o que diminui consideravelmente os Custos com Transportes. O
inverso também é válido. Quanto menor a quantidade de armazéns, menor será o
Custo com Estocagem, ao passo que, os Custos com Transporte aumentarão em
decorrência das distâncias a serem atendidas.

Custo Total

Custo de Estoque

R$

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Autor desconhecido Custo de Transporte

Quantidade de Armazéns
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Trade – Off da Determinação do Estoque de Segurança

Sabemos que o estoque de segurança é aquele que a empresa está


disposta a dispor para o pronto atendimento ou para suprir uma necessidade
momentânea de um Cliente. Porém, o aumento deste estoque de segurança
acarreta no aumento substancial do Custo de Estocagem e na diminuição dos
Custos com Transportes. Porém, analisando sob o ponto de vista do Nível de
Serviço, quanto maior for o estoque de segurança, menor será a probabilidade do
não atendimento, enquanto que um estoque de segurança baixo não garante este
atendimento, o que diminui o Nível de Serviço.

Custo Total

Custo de Estoque

R$

Custo do Não Serviço

Nível de Estoque

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