O documento discute as características do "Estado Herdado" versus o "Estado Necessário", como o Planejamento Estratégico Governamental pode auxiliar na transformação rumo ao Estado Necessário, e por que o termo "Administração Geral" é inadequado para a gestão pública.
O documento discute as características do "Estado Herdado" versus o "Estado Necessário", como o Planejamento Estratégico Governamental pode auxiliar na transformação rumo ao Estado Necessário, e por que o termo "Administração Geral" é inadequado para a gestão pública.
O documento discute as características do "Estado Herdado" versus o "Estado Necessário", como o Planejamento Estratégico Governamental pode auxiliar na transformação rumo ao Estado Necessário, e por que o termo "Administração Geral" é inadequado para a gestão pública.
O PEG deve subsidiar as ações que se realizam no contexto maior da gestão
pública; em particular aquelas que se relacionam ao ciclo de elaboração das políticas públicas (formulação, implementação e avaliação).
Questões
1) Quais são as principais características que contrapõem o “Estado
Necessário” ao “Estado Herdado”? No “Estado Herdado” o planejamento teve um caráter demagógico e manipulador herdado do período militar ou então foi praticamente desativado no período do neoliberalismo por não estar preparado para atender às demandas da sociedade. Era um Estado que associava patrimonialismo e autoritarismo com clientelismo, hipertrofia com opacidade, insulamento com intervencionismo, deficitarismo com megalomania e não atendia ao projeto das coalizões de direita e muito menos daquelas de esquerda. Ele não contemplou os recursos como escassos. Os econômicos podiam ser financiados, interna ou externamente, com aumento da dívida imposta à população, os políticos eram virtualmente inesgotáveis, uma vez que seu aparato repressivo a serviço do regime militar sufocava qualquer oposição. Já o “Estado Necessário” é entendido como um Estado capaz de fazer emergir e atender as demandas da maioria da população marginalizada e projetar o país numa rota que leve a estágios civilizatórios superiores. Para que isso seja possível é necessária uma ampla conscientização e mobilização política que se espera ocorrer sem maiores custos sociais além dos que a sociedade já vem pagando.
2) De que forma o Planejamento Estratégico Governamental auxilia na
transformação rumo ao Estado Necessário? Primeiramente, propõe-se a importância de qualificar gestores públicos para promover a construção do "Estado Necessário". A antiga relação Estado- Sociedade que se fortalecia com uma gestão pública baseada na meritrocracia weberiana apoiada no modelo burocrático patrimonial deve dar lugar a uma gestão que contemple o planejamento estratégico como ferramenta eficaz de gestão governamental. O Planejamento Estratégico Governamental é um importante instrumento através do qual as novas inter-relações sobre determinações e pontos críticos para a implementação de políticas, terão de ser identificados, definidos e processados. Ele coloca metas e objetivos mais estratégicos coerentes com uma análise política específica que contemple não só as demandas outrora relegadas pelo estado burocrático e autoritário, como também, a emergência de novas demandas que atendam aos anseios de toda a população. Este é um grande desafio pois trata-se de uma atividade que ainda não está presente na gestão pública brasileira e depende não só do Estado, mas também de uma ampla conscientização e mobilização política. Portanto, para que ocorra a transiçao do “Estado Herdado” para o “Estado Necessário”, o Planejamento Estratégico Governamental deverá ser utilizado como ferramenta de mudança social, econômica e política.
3) Por que o conceito de “Administração Geral” é entendido pelo autor
como inadequado ao tratamento da gestão pública? Porque o termo “Administração Geral” é derivado de “Administração de Empresas” e está ligado a conceitos inerentes às empresas privadas como lucratividade e competitividade empresarial. Esses conceitos não se enquadram nos objetivos da gestão pública, pois a gestão pública visa à elaboração de políticas orientadas ao atendimento de demandas da sociedade, que são as políticas sociais. Diferentemente de outras políticas públicas que, por estarem destinadas a orientar ou subsidiar as atividades empresariais, as políticas sociais demandam, tanto para sua formulação, quanto para a sua implementação, um tipo específico de gestor, com conhecimentos distintos da “Administração Geral”. Mas isso não quer dizer que conceitos da “Administração Geral” não possam ser aplicados na gestão pública, como, por exemplo, eficiência, eficácia e efetividade que podem ser utilizados também no ambiente público, porém, com particularidades próprias que diferem do contexto empresarial. É por isso que a Administração Geral é utilizada como base nos cursos de Administração Pública, buscando-se identificar dentre os conteúdos que constituem a “Administração Geral” quais poderiam ser aplicados na gestão pública.
4) Qual a diferença entre o termo Gestão Pública e Administração
Pública? A gestão pública destina-se as atividades realizadas no ambiente público, pelo governo e seus órgãos. É regida por ações direcionadas ao interesse público, por meio de prestações de serviços públicos de acordo com o que é determinado ou permitido por lei. A Administração Pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que asseguram a satisfação das necessidades coletivas como segurança, cultura, saúde e educação. Pode ser conceituada também como o conjunto de funções desempenhadas para organizar a administração do Estado em todas as suas instâncias. O principal objetivo da Administração pública é a satisfação do interesse público e, para isso, é regida pelos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.