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2. Materiais e Métodos
2.2 Antioxidante
Foram utilizados 1000 mg/kg (ppm) do antioxidante TBHQ (Sigma Aldrich), de pureza
igual a pureza 97%, adicionado diretamente ao biodiesel B100 antes da avaliação da estabilidade
oxidativa.
2.3 Corpos de prova de aço inoxidável AISI 304
Utilizaram-se corpos de prova de aço inoxidável AISI 304 de área média de 1,5 cm2. Antes
dos testes de estabilidade oxidativa, as amostras de aço foram polidas em lixas de SiC de # 200,
400, 600 e 1200 mesh. Após o polimento, os corpos de prova foram lavados com água destilada e
secados com ar frio.
2.4 Determinações dos períodos de estocagem
Nos ensaios de estabilidade oxidativa foi utilizado o aparelho Rancimat, modelo 873 da
Metrohm, em conformidade com a norma EN 14112, vide Figura 1. Foi realizada a determinação do
período de estocagem do biodiesel (B100), do biodiesel + placa de aço inoxidável (B100/304), do
biodiesel + TBHQ (B100, TBHQ) e da interação entre biodiesel + aço inoxidável + TBHQ
(B100,TBHQ/304). Para obter-se o tempo de estocagem à 20oC é necessário primeiramente
determinar o período de indução dos sistemas estudados nas temperaturas de 90, 100, 110 e 120oC
(GALLINA,2010).
Os ensaios foram realizados em duplicata.
O estudo cinético foi realizado com os resultados do ensaio de estabilidade oxidativa nas
diversas temperaturas estudadas. Com isso foi possível obter os valores de constante de velocidade
das reações de oxidação do biodiesel e o valor da energia de ativação dos processos oxidativos. Para
o cálculo da Energia de Ativação foi utilizada a equação de Arrhenius. (ATKINS e PAULA, 2006).
3. Resultados
Os valores dos períodos de indução para o B100; B100/304; B100, TBHQ e B100,
TBHQ/304 são mostrados na Tabela 2.
Tabela 2: Valores obtidos dos períodos de indução para o B100; B100/304; B100, TBHQ e
B100, TBHQ/AI em diferentes temperaturas.
Período de indução (h)
o
Temperatura ( C) B100 B100/304 B100, TBHQ B100, TBHQ/AI
90 13,86 ± 0,04 8,61 ± 0,68 45,12 ± 2,99 40,36 ± 1,87
100 8,80 ± 0,14 4,26 ± 0,01 24,49 ± 0,25 20,20 ± 0,52
110 3,48 ± 0,22 2,62 ± 0,03 11,87 ± 0,49 8,54 ± 1,39
120 1,77 ± 0,08 1,31 ± 0,24 5,67 ± 0,40 5,16 ± 0,11
ln = ln i – kt (Equação 1)
Onde:
= condutividade medida em diferentes tempos;
i = condutividade no tempo inicial das medidas;
k = constante de velocidade para a equação de primeira ordem;
t = tempo de medida da condutividade em t ≠ 0.
(B100) (B100/304)
(B100,TBHQ) (B100,TBHQ/304)
Tabela 3: Valores das constantes de velocidade para o B100; B100/304; B100, TBHQ e B100,
TBHQ/304.
k (10-4 s-1)
Temperatura ( oC) 90 100 110 120
B100 1,13348 ± 0,10 1,858535 ± 0,10 2,39495 ± 0,05 3,71037 ± 0,36
B+AI 2,04447 ± 0,04 2,21474 ± 0,01 3,0378 ± 0,13 4,00832 ± 0,40
TBHQ 0,830979 ± 0,06 1,461455 ± 0,15 1,942635 ± 0,10 3,467955 ± 0,01
B+AI+TBHQ 1,050665 ± 0,07 1,78143 ± 0,03 2,595365 ± 0,06 3,6525 ± 0,34
Utilizando-se a equação 2, equação de Arrhenius, obteve-se a Figura 3, referente à variação
do logaritmo neperiano de k em função da variação do inverso da temperatura.
(Equacão 2)
Onde:
k1= constante de velocidade de primeira ordem para T1;
k2= constante de velocidade de primeira ordem para T2;
Ea = Energia de ativação média da reação de oxidação do biodiesel;
R = constante dos gases ideiais (8,314 J K-1mol-1)
T1 = Temperatura do condicionamento do sistema, por exemplo T1 = 100oC.
T2 = Temperatura do condicionamento do sistema, por exemplo T2 = 110oC.
Figura 3: Logaritmo neperiano das constantes de velocidades versus 1/T para obtenção do
valor médio da energia de ativação, utilizando-se a equação de Arrhenius: A (- - -) B100 e (---)
B100/304, B (- - -) B100 e (---) B100,TBHQ e C (- - -) B100 e (---) B100,TBHQ/304.
5. Conclusões
(1) A presença do aço inoxidável AISI 304 em contato com o biodiesel diminui a estabilidade
oxidativa, em todas as temperaturas estudadas;
(2) O tempo de estocagem do B100 na presença do aço inoxidável AISI 304 diminui mesmo na
presença do antioxidante TBHQ;
(3) Os parâmetros cinéticos, como a constante de velocidade e energia de ativação, podem ser
obtidos com os testes de estabilidade oxidativa.
Agradecimentos
ATKINS, P., PAULA, J. Atkins’ Physical Chemistry. 8.ed. Nova York: Oxford Press. 2006.
BORSATO, D.; MOREIRA, I.; PINTO, J. P.; MOREIRA, M. B.; Nobrega, M. M.; Constantino, L.
V.; Acta Sci. 2010, 32, 187.
BORSATO, D.; DALL’ANTONIA, L. H.; GUEDES, C. L. B.; MAIA, E. C. R.; FREITAS, H. R.;
MOREIRA, I.; SPACINO, K. R.; Quim. Nova 2010, 33, 1726.
McCORMICK, R.L.; RATCLIFF, M.; MOENS, L.; Several factors affecting the stability of
biodiesel in standard accelerated tests. Fuel Processing Technology. 2007.
XIN, J; IMAHARA, H, SAKA, S. Kinetics on the oxidation of biodiesel stabilizaed with oxidants.
Fuel 88 (2009) 282-286.
Autor Responsável: Paulo Rogério Pinto Rodrigues - Universidade Estadual do Centro Oeste –
UNICENTRO
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