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BÍBLICA
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Notas e Informações:
1. Este material foi elaborado com a finalidade de auxiliar no estudo do abrangente estudo de
Geografia Bíblica para o Curso de Teologia Básica do Instituto Teológico das Igrejas de Nosso
Senhor Jesus Cristo, e outras que desejarem este material.
2. Para acompanhar este estudo é necessário ir respondendo as questões propostas ao longo dos
textos, nos espaços indicados, lendo os versículos citados e fazer os testes ao final de cada lição.
3. Os textos transcritos e citados foram extraídos da Bíblia Sagrada traduzida em português por
João Ferreira de Almeida, da Sociedade Bíblica do Brasil, na edição – A Bíblia Anotada – Edição
Revista e Atualizada - 1969, a qual recomendamos para este estudo.
4. Pedimos aos irmãos que nos comuniquem caso encontrem alguma falha neste livro, seja de
ordem de redação ou mesmo de conteúdo.
5. É PROIBIDO modificar ou reproduzir o livro, seja total ou parcialmente, por qualquer meio, sem
a devida permissão escrita.
6. Os testes no final de cada capítulo deverão ser destacados do livro, após serem respondidos
pelo estudante, (sem consultar o livro) e serem enviados ao representante da Diretoria de
Educação da região a qual sua cidade pertence, ou diretamente a Diretoria de Educação no
endereço anteriormente citado.
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SUMÁRIO
Introdução....................................................................... 17
1 / Crescente Fértil........................................................... 18
2 / Impérios..................................................................... 19
3 / Geografia Física da Palestina........................................ 19
4 / Geografia Econômica da Palestina................................. 21
5 / Geografia Humana da Palestina.................................... 21
6 / Geografia Política da Palestina...................................... 22
7 / Costumes Orientais...................................................... 22
8 / Período Inter-Bíblico.................................................... 23
9 / A Palestina no Novo Testamento................................... 24
10 / O Evangelho na Palestina........................................... 25
11 / O Mundo nos Tempos do Novo Testamento................ 26
12 / Viagens do Apóstolo Paulo.......................................... 27
Apêndice - A. ...................................................................68
Apêndice – B ................................................................... 70
Apêndice – C ................................................................... 63
Bibliografia ...................................................................... 75
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Introdução
Geografia Bíblica é a parte da Geografia Geral que tem como objetivo o conhecimento das
diferentes áreas da superfície da Terra relacionadas com a Bíblia, ou seja , a Geografia Bíblica
ocupa-se do estudo sistemático do cenário da revelação divina e da influência que teve o meio
ambiente na vida de seus habitantes.
A importância do estudo da Geografia Bíblica está no auxílio que ela nos oferece na
apreciação, compreensão e interpretação dos fatos bíblicos, pois, localizando, fixando e
documentando os relatos sagrados, a Geografia Bíblica completa as informações, dando-lhes mais
consistência e autenticidade.
A fonte principal do estudo da Geografia Bíblica está na própria Bíblia, considerando ser ela
que nos fornece nomes de lugares, de acidentes físicos, de povos, e de circunstâncias e
acontecimentos com eles relacionados. Outra fonte é a História, tanto a que chamamos sagrada
como a profana e a terceira é a Arqueologia. Com os dados que essas fontes nos oferecem, e com
o auxílio indispensável de mapas das respectivas áreas, é possível um estudo proveitoso e
adequado da Geografia Bíblica.
Os Pontos Cardeais
Em seu movimento de rotação, a Terra gira no sentido Oeste para Leste. Pela manhã, o Sol
parece surgir a Leste. Na realidade, é a Terra que, ao girar, “descobre” o Sol nessa direção. A
palavra ‘Leste’ ou ‘Este’ vem do antigo hindu ‘idh-ta’ (inflamar), que originou, em grego, ‘ aith-os’
(calor).
No idioma hindu, ‘vasati’ queria dizer tarde, noite. Em latim a palavra se transformou em
‘vesper’. Daí se originou ‘Oeste’, ou seja, ‘ocaso’, que serve para designar a direção em que o Sol
parece pôr-se (mas que, na verdade, é a direção na qual a Terra vai “escondendo” o Sol, no seu
movimento de rotação).
A Terra gira sobre si mesma em torno de um eixo imaginário, chamado ‘ eixo terrestre’. Se
esta linha imaginária se prolongasse pelo céu, a partir do Pólo Norte, acabaria encontrando a
estrela Polar. Por isso, denomina-se ‘Norte’ a direção em que, à noite, no hemisfério norte, se
observa a estrela Polar.
Os antigos navegantes europeus que se dirigiam ao equador observaram que essa região
era mais quente que as regiões européias. E a definiram com as palavras ‘Sudh’, ‘Sunno’, ‘Sonne’ (
que em diferentes idiomas significam Sol ou calor). Daí surgiu ‘ Sul’, para designar a zona oposta
ao Norte.
Como vimos, as direções principais são quatro: ‘ Norte’, ‘Sul’, ‘Leste ou Este’ e ‘Oeste’. Tais
pontos se chamam cardeais (ou seja, fundamentais).
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5) Complete: Os _________ cardeais ________ como _________, ou seja, para saber em que
__________ está determinado ________ .
Muitas vezes, a necessidade de orientação obriga a citação de direções intermediárias. Para isso,
estabeleceram-se outras direções, que tomam seu nome dos pontos cardeais entre os quais se
situam. Todas essas denominações estão expressas no esquema abaixo:
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CAPÍTULO 1
O crescente Fértil
Introdução
É um fato que nunca deixa de ser motivo de admiração que o Criador do Universo viesse a
se interessar numa parcela tão insignificante de sua Criação como nosso planeta, porém aumenta
milhares de vezes o assombro do estudante ao dar-se conta de que os sucessos relacionados com
o Povo Escolhido e o Salvador do Mundo se desenvolveram dentro de um pequeno retângulo da
Ásia Ocidental.
Este retângulo encerra uma área de 2.184.000 Km2 aproximadamente, dentro da qual se
acha uma região de terra fértil, que foi o verdadeiro cenário do drama bíblico. Esta região se
estende em forma semicircular entre o Golfo Pérsico e o sul da Palestina, estando limitada ao
(NNO) e (E) por uma série de cordilheiras e
encerrando em seu interior o grande deserto da Arábia. Sua história pode ser resumida numa série
de lutas entre os habitantes das serranias e as tribos nômades do deserto para a possessão da
cobiçada Terra Fértil. Seu lado oriental foi o berço da raça humana e de sua primeira civilização:
em suas grandes curvas levantaram-se um após outro os grandes impérios dos amorreus,
assírios, dos caldeus e dos persas; e finalmente foi em seu extremo ocidental que nasceu o
Salvador do Mundo.
O Fértil Crescente limita-se a (E) e (NE) por uma linha contínua de montanhas, formada
pelas cordilheiras de Zagros e Armênia, e no (O) pelo Mar Mediterrâneo. Em seu interior se
encontra o deserto da arábia, cuja beira limítrofe com a primeira recebe durante o inverno
escassas chuvas, apenas para fazer brotar uma grama rala e que desaparece tão logo se aproxima
o estio.
A fim de facilitar nosso estudo dos países componentes do Fértil Crescente iremos classificá-los
em três grupos:
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margens esquerda do Rio Tigre, a cidade ocupava uma grande extensão pois para circundá-la era
preciso uma caminhada de três dias (Jn. 3:3), era fortificada, possuindo grandes muralhas. Por
volta de 606 A.C foi destruída por povos ferozes que habitavam mais ao norte. Foi nas montanhas
da Assíria que o Rei Salmanazar instalou uma grande parte dos cativos de Israel (Reino do Norte).
2.) Elão (ou Elam)_ País antigo ao qual os gregos denominavam Suziânia, limitando-se ao sul
com o Golfo Pérsico; a oeste com o Rio Tigre - portanto com Babilônia e Assíria - ao norte
com a Média que estudaremos mais tarde e a leste com a Pérsia. Segundo provas
arqueológicas, sua capital, Susã, foi fundada cerca de 4.000 A.C. Em épocas diferentes
pertenceu aos impérios vizinhos, como Assíria, Babilônia e Pérsia . Quedorlaomer, que
aprisionou Ló e em cuja perseguição saiu Abraão derrotando-o, era rei de Elão (Gn. 14). É
região montanhosa e relativamente fértil.
1.) Mesopotâmia (entre rios)_ É a vasta região do oeste asiático margeada pelos Rios Tigre e
Eufrates, que se estende desde os montes da Armênia, ao norte, até o Golfo Pérsico , ao sul,
ocupando uma área de aproximadamente 1.500.000 Km2. É a terra dos primeiros dias da história
bíblica e o berço da humanidade. Também fatos importantes como o dilúvio, formação da família
de Noé, migrações de sua descendência , etc., deram-se nesta região.
2.) Caldéia (chamada também Sinar e Babilônia)_ é região baixa e alagadiça , extremamente
fértil devido ao lodo depositado pelos Rios Tigre e Eufrates, especialmente na parte sul, e também
devido à irrigação artificial produzida por um sistema de canais. A fertilidade do aluvião tornou
esta área freqüentemente cobiçada por povos próximos e distantes. Várias cidades prósperas
estabeleceram-se na região: Ur, Eridu, Obeide, Larsa, Fara, Ereque, Nipur e outras, merecendo
menção especial a Babilônia, edificada por Nimrode - filho de Cusi, neto de Cam e bisneto de Noé
- e que se tornou capital do famoso Império Babilônico, situada no noroeste do país atravessada
pelo Rio Eufrates. Pelo sistema de canais, não só em toda região se faziam presentes as águas
carregadas de húmus fertilizantes, como também se faziam a comunicação e intercâmbio
comercial entre as muitas cidades. E quando em decorrência de inundações mais violentas, ou
negligência de governos, os leitos dos rios e dos canais apresentavam desvios consideráveis,
verificava-se o declínio de várias dessas cidades. Como exemplo deve-se mencionar a cidade de
Ur, que, julgando-se pelas escavações ali realizadas, ao tempo de Abraão era porto marítimo, mas
cujas ruínas hoje encontram-se a cerca de 250 quilômetros ao norte do fundo do Golfo Pérsico.
Nesta região, Judá ficou exilado por 70 anos e nela exerceram seu ministério os profetas Daniel e
Ezequiel.
4) Responda: Quais são os países que estão entre os rios Tigre e Eufrates ?
______________________________________________ .
1.) Síria (ou Arã)_ Localiza-se a sudoeste da Armênia, a leste da Ásia Menor e do Mediterrâneo,
ao norte da Palestina e oeste da Assíria e partes da Arábia, cortada na direção norte - sul pela
cordilheira do Líbano, paralela à costa do Mediterrâneo, que apresenta duas divisões: Líbano - a
mais ocidental, a ante-Líbano - a oriental, em cujo extremo sul fica o célebre Monte Hermon. Os
dois rios mais importantes da região correm entre as duas divisões dos Líbanos: Orontes , para o
norte e depois oeste, passando perto da cidade de Antioquia e desaguando no Mediterrâneo, e o
Leontes, para o sul, repentinamente desviando o seu curso para o mesmo mar. Grande parte da
região é uma planície exuberante de fertilidade. Os sírios (ou arameus) são descendentes de Arã,
filho de Sem e neto de Noé. Damasco é capital até hoje, sendo, conforme se crê, a mais antiga
cidade viva da Terra. A Síria foi conquistada sucessivamente por Salomão, assírios, babilônios,
persas, gregos e romanos. A Síria foi o primeiro país estrangeiro a receber o cristianismo pelo
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testemunho dos crentes perseguidos em Antioquia, onde estes foram primeiramente chamados
cristãos (At. 11:26).
2.) Fenícia_ Era uma faixa de terra estreita e fértil que ficava entre o Monte Líbano e o
Mediterrâneo, abrangendo as cidades de Tiro e Sidom tendo ao sul a Palestina (Canaã) e a Síria, e
ao norte a Ásia Menor, ou terra dos Heteus. Seus habitantes, provavelmente vindos do Golfo
Pérsico aproximadamente 1.700 AC, eram notáveis na navegação, comércio, artes, ciências e
literatura.
3.) Palestina_ É região banhada pelo Mediterrâneo a oeste, tendo ao norte a Fenícia e a Síria, e
a leste e sul a Arábia, sendo que ao sul também fica o Egito.
1.) Armênia - Esta região abrange extensas e altas serras entre o Mar Cáspio ao leste, Mar Negro
a oeste e Assíria ao sul. Nesta região se encontram as cabeceiras dos rios Tigre e Eufrates, a
provável área do Éden e o Monte Arará - na parte nordeste - onde descansou a arca de Noé
no fim do dilúvio
2.) Média - Fica ao norte de Elão, a leste da Assíria e ao sul do Mar Cáspio; a princípio esteve
sujeita aos assírios, porém depois do tempo de Senaqueribe (rei assírio), libertou-se e mais
tarde foi absorvida pela Pérsia. Os cativos de Samaria foram levados por Sargom II, rei da
Assíria, para esta terra (2 Rs. 17:6; 18:11). Nos livros de Daniel e Ester usa-se muito a
expressão “Medos e Persas”.
3.) Pérsia - Situada a nordeste do Golfo Pérsico, a sudeste da Babilônia e Elão, ao sul da Média,
tendo a leste a Carmânia, desconhecida nos relatos bíblicos. Sabemos que o Império Persa
chegou a abranger toda a Ásia Ocidental, Grécia e Egito. A capital mais antiga era Persagada,
ou Pasárgada, depois Persépolis, e até Susã, antiga capital de Elão. Depois da queda do
império babilônico sob o poder medo-persa, Ciro, o rei persa foi quem decretou o
repatriamento dos judeus, ordenando ao mesmo tempo a reconstrução do templo e a
restituição dos vasos sagrados que Nabucodonozor, rei da Babilônia, havia tomado (Ed. 1:1-
11; 5:13-15). Foi na Pérsia que tiveram lugar os acontecimentos descritos no livro de Ester.
Rios
1.) Rios Tigre e Eufrates_ Possuem de 1.760 e 2.880 Km de extensão respectivamente, têm seus
mananciais nas montanhas da Armênia.
2) Rio Jordão_ Desce do Monte Hermon por uma fenda que atravessa o país de norte a sul e
deságua no Mar Morto, possuindo uma extensão de 340 Km.
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3.) Rio Nilo_ O grande rio do Egito, desemboca no Mar Mediterrâneo próximo da extremidade
ocidental do Fértil crescente, possuí uma extensão de 6.400 km.
4) Mesopotâmia, Caldéia.
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MUNDO ANTIGO
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CAPÍTULO 2
Impérios
Egito
O Egito representa uma das mais antigas civilizações humanas. Sua história é quase tão
antiga como o próprio homem. Julgam alguns historiadores, por isso, ter sido o Vale do Nilo o
berço da humanidade. Mas, por intermédio das Sagradas Escrituras, sabemos ser a Mesopotâmia o
primeiro lar de nossos mais remotos ancestrais.
A presença do Egito nas Escrituras Sagradas é muito forte. Por esse motivo, precisamos
conhecer melhor a história e a geografia desse país.
História do Egito
Não podemos datar, com precisão, quando chegaram os primeiros colonizadores aos
territórios egípcios. Quanto mais recuamos no tempo, mais a cronologia torna-se imprecisa.
Sabemos, contudo, que os primeiros habitantes dessa região foram nômades. Após uma vida de
árduas e incômodas peregrinações, eles começaram a organizar-se em pequenos Estados. Essas
diminutas e inexpressivas unidades políticas conhecidas como “nomos” (distritos), foram
agrupando-se com o passar dos séculos, até formarem dois grandes reinos: Alto Egito, no sul, com
sua capital em Tebas; e, o Baixo Egito, no norte, com sua capital em Mênfis.
2) Complete: O Egito com o passar dos séculos foi agrupando-se até formarem dois grandes
__________: Alto ________ , no ____, com sua ___________ em _________; e, o ________
Egito, no _______ com sua ____________ em __________ .
Entre ambos havia um forte contraste. Seus deuses eram diferentes, como diferentes
eram, também seus dialetos e costumes. Até mesmo a filosofia de vida desses povos eram
marcadas por visíveis antagonismos.
No período pré-dinástico, o desenvolvimento da cultura egípcia foi quase totalmente ,
nativo e interna. Houve apenas, alguns elementos de evidente influência Mesopotâmica: o selo
cilíndrico, a arquitetura monumental, certos motivos artísticos e , talvez, a própria idéia da escrita.
Há nessa época, progressos básicos nas artes, ofícios e ciências. Trabalhou-se a pedra, o cobre, e
o ouro (instrumentos, armas, ornamentos, jóias). Havia olarias, vidragem, sistemas de irrigação,
foi-se formando o Direito, baseado nos usos e costumes tradicionais.
A Unificação do Egito
A unificação do Egito ocorreu, de acordo com cálculos aproximados, entre 3.000 a 2.780
A.C. Nesta mesma época, os egípcios começaram a fazer uso da escrita e de um calendário de 365
dias.
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Unificados, o Alto e Baixo Egito transformaram-se no mais florescente e poderoso império
da antigüidade. Os reis iniciaram a construção das grandes pirâmides, que lhes serviram de
tumbas. Por causa desses arroubos arquitetônicos, receberam o apelido de “casa grande – faraó”.
Então, a cultura egípcia alcançou proporções consideráveis.
No final do Antigo Império, que abrange o período de 2.780 a 2.400 A.C, o poder dos
faraós começou a declinar. O fim dessa era de glórias foi marcada por revoltas e desordens,
ocasionadas pelos governadores dos Nomos.
Uma febre de independência alastra-se por todo o país. Cresce, cada vez mais, o poder
da nobreza; a influência da realeza decai continuamente. Aproveitando-se desse caos
generalizado, diversas tribos negróides e asiáticas invadem o país.
Graças, entretanto, a intervenção dos faraós tebanos, o Egito consegue reorganizar-se,
pelo menos até a agressão hicsa.
A Invasão Hicsa
Não obstante a segurança trazida pelos príncipes de Tebas (11º dinastia) e pelas
conquistas político-sociais do povo, o Egito começa a sofrer incursões de um bando aguerrido de
pastores asiáticos. Nem mesmo o prestígio internacional dos faraós seria suficiente para tornar
defensáveis as fronteiras egípcias.
Esses invasores, que dominaram o Egito por 200 anos aproximadamente, são conhecidos
como hicsos. Eles iniciam sua dominação em 1.785 e são expulsos por volta de 1.580 A.C.
Novo Império
Com a expulsão dos hicsos, renasce o Império Egípcio com grande pujança. Com Amés I,
os faraós tornaram-se imperialistas e belicosos.
Foi durante o Novo Império (1.580 – 1.200 AC), que os israelitas começaram a ser
escravizados pelos faraós.
Geografia do Egito
Sem o Nilo ( esse rio é o mais extenso do mundo, com um percurso de 6.400 Km com suas
vazantes, fertiliza vastas extensões de terra , tornando possível fartas semeaduras), o Egito seria
um Saara – terrível e inabitado. O Nilo proporcionou riquezas aos faraós que puderam viver
gloriosamente, construindo templos suntuosos, monumentos grandiosos, palácios de alto luxo,
pirâmides gigantescas e a manutenção de exércitos bem armados que, não somente protegiam o
Egito, mas tomavam, nas guerras novas regiões. Os egípcios não tinham necessidade de observar
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se as nuvens trariam chuvas ou não. O Nilo lhes garantia a irrigação e as suas águas lhes davam
colheitas fartas e certas. As secas e as enchentes eram raras.
A Grandeza do Egito
Em sua velhice, Abraão recebe esta sombria revelação do SENHOR: “então lhe foi dito:
Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à
escravidão, e será afligida por quatrocentos anos. Mas também eu julgarei a gente a que têm de
sujeitar-se; e depois sairão com grandes riquezas. E tu irás para teus pais em paz; serás sepultado
em ditosa velhice. Na Quarta geração tornarão para aqui; porque não se encheu ainda a medida
da iniqüidade dos amorreus.” (Gn. 15:13-16).
Estevão, sábio diácono da igreja primitiva conta-nos como José chegou a primeiro-ministro
do faraó: “Os patriarcas,, invejosos de José, venderam-no para o Egito; mas Deus estava com ele,
e livrou-o de todas as suas aflições, concedendo-lhe também graça e sabedoria perante Faraó, rei
do Egito, que o constituiu governador daquela nação e de toda a casa real. Sobreveio, porém,
fome em todo o Egito; e, em Canaã, houve grande tribulação, e nossos pais não achavam
mantimentos. Mas, tendo ouvido Jacó que no Egito havia trigo, enviou a primeira vez nossos pais.
Na Segunda vez José se fez reconhecer por seus irmãos, e se tornou conhecida de Faraó a família
de José. Então José mandou chamar a seu pai. Jacó, e toda a sua parentela, isto é , setenta e
cinco pessoas.” (At. 7:9-14).
Não obstante sua humilde condição de escravo, José tornou-se primeiro-ministro do faraó.
E, por seu intermédio, Deus salvou toda a descendência de Israel. Não fosse o providencial
ministério exercido por esse intrépido hebreu a progênie abrâmica ver-se-ia em grandes
dificuldades.
José chegou ao Egito no século XX A.C. Nesse tempo, segundo os historiadores, os hicsos
dominavam o país.
10) Complete: ________ chegou ao ________ no século XX AC. Nesse tempo, os __________
dominavam o ________ .
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Continua Estevão a contar a história dos israelitas no Egito: “Como, porém, se aproximasse o
tempo da promessa que Deus jurou a Abraão, o povo cresceu e se multiplicou no Egito, até que se
levantou ali outro rei que não conhecia a José. Este outro rei tratou com astúcia a nossa raça e
torturou os nossos pais a ponto de forçá-los a enjeitar seus filhos, para que não sobrevivessem.
Por esse tempo nasceu Moisés, que era formoso aos olhos de Deus. Por três meses foi ele mantido
na casa de seu pai; quando foi exposto, a filha de Faraó o recolheu e criou como seu próprio filho.
E Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios, e era poderoso em palavras e obras. Quando
completou quarenta anos, veio-lhe a idéia de visitar seus irmãos, os filhos de Israel. Vendo um
homem tratado injustamente, tomou-lhe a defesa e vingou o oprimido, matando o egípcio. Ora,
Moisés, cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus os queria salvar, por intermédio dele;
eles, porém, não compreenderam. No dia”. seguinte, aproximou-se de uns que brigavam, e
procurou reconduzi-los à paz, dizendo: Homens, vós sois irmãos; por que vos ofendeis uns aos
outros? Mas o que agredia ao próximo o repeliu, dizendo: Quem te constituiu autoridade e juiz
sobre nós? Acaso queres matar-me, como fizeste ontem ao egípcio? A estas palavras Moisés fugiu
e tornou-se peregrino na terra de Midiã, onde lhe nasceram dois filhos. Decorridos quarenta anos,
apareceu-lhe no deserto do monte Sinai um anjo, por entre as chamas de uma sarça que ardia.
Moisés, porém, diante daquela visão ficou maravilhado e, aproximando-se
para observar, ouviu-se a voz do Senhor: Eu sou o Deus dos teus pais, o Deus de Abraão, de
Isaque e de Jacó. Moisés, tremendo de medo, não ousava contemplá-la. Disse-lhe o Senhor: Tira a
sandália dos pés; porque o lugar em que estás, é terra santa. Vi, com efeito, o sofrimento do meu
povo no Egito, ouvi o seu gemido, e desci para libertá-lo. Vem agora e eu te enviarei ao Egito. A
este Moisés, a quem negaram reconhecer, dizendo: Quem te constituiu autoridade e juiz? A este
enviou Deus como chefe e libertador, com a assistência do anjo que lhe apareceu na sarça. Este
os tirou , fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, assim como no Mar Vermelho e no deserto,
durante quarenta anos. Foi Moisés quem disse aos filhos de Israel: Deus vos suscitará dentre
vossos irmãos um profeta semelhante a mim.”(At. 7:17-37).
Israel deixou o Egito no século XV A.C. Depois do Êxodo, israelitas e egípcios voltariam a se
enfrentar no tempo dos reis e no chamado período interbíblico.
Os únicos reis do Egito que se destacam na história de Israel depois do Êxodo são Sisaque,
Zerá, Sô, Tiraca e Neco.
Sisaque – Deu asilo a Jeroboão durante seu desterro e, depois da divisão do Império de
Salomão, invadiu Judá para despojá-lo dos seus tesouros de seu templo e palácio real. Judá nunca
se refez desse desastre.
Zerá – O etíope, que lutou contra Asa, rei de Judá, foi derrotado e seu exército aniquilado
na batalha de Maressa.
Sô – Com quem Oséias, último rei de Israel, fez aliança contra a Assíria, não foi mais que
um dos pequenos potentados que governavam os “nomos” em que se havia fracionado o Egito
naquele tempo.
Neco – O rei egípcio que matou Josias, rei de Judá, começou seu reinado com grandes
obras públicas. Tentou construir um canal que unisse o Mar Vermelho com o Mediterrâneo,
enviando uma expedição naval fenícia que conseguiu a circunavegação do continente africano
(610 A.C).
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ÊXODOS
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Assíria
Origens
Os assírios se jactavam de ser os descendentes de Assur, filho de Sem, que saiu da planície
de Sinear numa ocasião remotíssima, para estabelecer-se na cidade que levava seu nome, situada
na orla ocidental do rio Tigre. Por muitos séculos os assírios seguiram sua vida tranqüila, sem
empenhar-se em conflitos de maior envergadura com seus vizinhos até ao século XIII, época em
que conquistaram a Babilônia. Este episódio de sua história está envolto em obscuridade, porém,
desde o começo, a Assíria pôde manter sua posição como potência preponderante do Fértil
Crescente.
A Geografia da Assíria
13) Complete: O território _________, no princípio, era inexpressivo, suas ___________ nunca
foram bem ___________ .Variavam de conformidade com as __________ ou __________ em
___________ .
A História da Assíria
Durante muitos séculos , Nínive manteve-se inexpressiva no cenário assírio. Em 2.350 A.C,
contudo , Sargão transformou-a em sua capital. A partir de então, a cidade tornou-se participante
das glórias e derrotas da Assíria.
Nínive é a própria história do Império Assírio.
No século XII AC. os assírios começaram a demonstrar suas intenções hegemônicas. Sob a
poderosa influência do rei Tiglete-Pileser, encetam várias campanhas militares , visando à
expansão de seu território. Nessa época, dominaram facilmente os sidônios.
Os assírios entretanto, não possuíam guarnições suficientes para manter suas conquistas.
Enquanto marcham para o Ocidente, os vassalos orientais rebelavam-se. A Assíria, em
conseqüência desses insucessos militares, sofre clamorosas perdas territoriais.
O enfraquecimento do império assírio favoreceu o reino davídico.
15) Complete: Os _____________ não possuíam ___________ suficientes para manter suas
____________, este fato favoreceu o _________________ .
Duzentos anos mais tarde, a Assíria fez novas tentativas para dominar o mundo.
Salmanaser II, primeiro soberano assírio a ser mencionado nas crônicas hebraicas, derrotou , na
batalha de Carcar , na Síria, uma coligação militar formada por sírios, fenícios e israelitas.
Passados doze anos, ele volta a enfrentar a aliança palestínica. E, à semelhança da
primeira vez, vence-a. Rumores do Oriente, entretanto, fazem-no voltar à Assíria. Frustrado,
abandona suas conquistas.
No século VIII AC, a Assíria começa a estabelecer-se, de fato, no Ocidente.
A Assíria teve seu apogeu entre 705 a 626 A.C. Período que abrange os reinados de
Senaqueribe, Esar-Hadom e Assurbanipal. Esse clímax de prosperidade e brilho é demasiado
efêmero.
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Em 616 A.C , Nabopolassar, governador de Babilônia, revolta-se e declara a independência
dos territórios sob sua jurisdição. Decidido a arrasar com o já minado poderio assírio, alia-se ao rei
medo Ciaxares. Este, em 614 A.C, conquista e destrói totalmente Nínive. Com a queda de Nínive,
desaparece a glória da Assíria.
16) Complete: Os habitantes de ___________ foram levados a terras distantes pela ___________.
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Babilônia
Introdução
Babilônia, nas Sagradas Escrituras, é sinônimo de poder e glória. A história desse império,
simbolizado pelo ouro, é antiqüíssima. Trata-se de uma das primeiras civilizações da Terra. As
crônicas babilônicas estão intimamente associadas com as da Mesopotâmia – berço da raça
humana.
História da Babilônia
Babilônia era uma cidade antiquíssima, sendo sua data de fundação incerta, mas tudo nos
leva a supor que ela tenha sido fundada por volta do ano 3.000 A.C. A sua história passa de uma
longa série de sangrentas lutas.
Babilônia foi sitiada várias vezes. É difícil de numerar quantas vezes seus muros foram
destruídos. Seus ávidos inimigos a despojavam de seus tesouros com freqüência.
Durante séculos a Babilônia ficou sobre domínio assírio. Por volta de 616 A.C, Nabopolassar
governador da Caldéia, revoltou-se e auxiliado por Ciaxares, rei dos medos, proclamou a
independência dos territórios sobre sua administração.
18) Complete:_____________ era uma ___________ antiquíssima. Ela foi ___________ várias
vezes. Durante séculos ficou sobre _________________ .
Nabopolassar sendo proclamado Rei da Babilônia deu início a um combate sem tréguas
contra o exército assírio. Com a tomada de Nínive, capital do império assírio, ele consolida
definitivamente a soberania sobre esta região.
Após a queda do império assírio, os babilônicos tiveram que enfrentar o egípcios, em
Carquemis por volta do ano 606, onde os egípcios foram derrotados por Nabucodonosor, filho de
Nabopolassar. Após a derrota egípcia Nabucodonosor era proclamado Rei da Babilônia, em virtude
da morte de seu pai.
Nabucodonosor era um rei empreendedor, logo no início de seu reinado, começou a
realizar gigantescas construções que fariam de seu reino, em pouco tempo, uma das maiores
maravilhas do mundo.
Geografia da Babilônia
Babilônia foi plantada em uma fértil região, onde as chuvas eram constantes, possibilitando
o surgimento, no local, de grandes civilizações, desde os primórdios da humanidade.
Nessa região, as pedras eram bastantes raras. Em compensação, havia abundância de
cerâmica. Por isso as construções babilônicas consistiam basicamente, de tijolos.
A Grandeza da Babilônia
Como resultado da batalha de Carquemis, Judá tão recentemente subjugado pelo Egito,
passou como presa de guerra ao rei da Babilônia. Nabucodonosor o colocou sob tributo, porém em
606 AC o rei Jeoaquim fez caso omisso de suas obrigações e não cumpriu com seus tributos.
Nabucodonosor o castigou levando-o preso para a Babilônia juntamente com os vasos do templo e
com vários personagens destacados do reino, na qualidade de reféns, figurando entre eles Daniel.
Zedequias foi levado ante Nabucodonosor, que o aguardava na cidade de Ribla, sobre o
Orontes, na Síria, donde, depois de presenciar a morte de seus filhos, foi cegado e levado em
cadeias para Babilônia a fim de terminar seus dias no presídio.
19
Pérsia
Introdução
Com a destruição do império Babilônico surge no cenário do Médio Oriente uma nova
superpotência. A coligação medo-persa transforma-se, rapidamente, em um vastíssimo reino. No
tempo de Assuero, por exemplo, a Pérsia dominava sobre 127 províncias, da Índia à Etiópia.
Durante o império Persa, os judeus foram tratados com longaminidade e condescendência.
Permitiam-lhes, por exemplo, as manifestações de sua religiosidade e tradições nacionais.
Por muitos séculos, esse povo esteve no anonimato. Suas alianças políticas variavam de
acordo com as tendências da época.
A Pérsia durante o Império Babilônico, não passava de um Estado vassalo da Média. Com o
passar dos tempos, todavia, os persas aumentaram seu poderio e começaram a desvencilhar-se
dos tentáculos medos.
Ciro II consegue em 555 AC, reunificar as várias tribos persas. Sentindo-se fortalecido,
lança-se sobre a Média. Depois de três anos de violentas batalhas, derrota-a. A vitória é tão
incontestável, que sua vitória cria um alvoroço em toda a região.
Os reinos vizinhos, temerosos, criam uma coalizão para tentar derrotar a Pérsia. Ciro II
sábio e oportunista, em uma série de ataques relâmpagos destrói esta aliança em seu nascedouro.
Dario, um dos generais de Ciro II, conquistou a Babilônia, na noite de 538 AC.
26) Complete: ____________ foi nomeado _____________ da __________ por ________ . Ciro
devolveu os __________ do ___________, levados à ___________ por ____________, para os
____________.
20
Grécia
Introdução
A História da Grécia
Alexandre Magno
Seu filho, Alexandre, hábil discípulo do célebre filósofo Aristóteles, apesar de não ter mais
de 20 anos ao subir ao trono, depois de reafirmar sua autoridade sobre os estados gregos,
dirigiu-se em seguida contra os persas, à frente de seu exército de 40.000 homens. Derrotou a
Dario Codomano, que possuía uma descomunal guarnição de mais de 800.000 soldados, e
prontamente se apossou de todo o império persa.
A morte repentina de Alexandre foi um verdadeiro desastre para seu vasto império , visto
que eliminou a única possibilidade de unificar a Europa Oriental com a Ásia Ocidental sob a direção
grega. Após sua morte o seu império foi dividido em quatro partes entre seus generais, ficando
assim a divisão:
1) Trácia e uma parte da Ásia Menor, coube a Lisímaco;
2) Macedônia e a Grécia, coube a Cassandro;
3) Síria e o Oriente, ficou com Seleuco; e
4) Egito, com Ptolomeu, filho de Lages.
30) Responda: Após a morte de Alexandre, em quantas partes foi dividido seu Império ?
__________________
Nos últimos reinos (Síria e Egito) continuaram a obra de helenização começada por
Alexandre sob governadores sábios e artistas gregos, até que a civilização e cultura gregas
chegaram a dominar todo o mundo antigo.
Geografia da Grécia
Os Gregos e os Judeus
De acordo com algum historiadores , o contato de Alexandre Magno com os judeus foi
rápido e emocionante. O historiador judeu Flávio Josefo narra-nos este encontro: “(...) Dario,
tendo sabido da vitória obtida por Alexandre sobre seus generais, reuniu todas as suas forças,
para marchar contra ele antes que se tornasse senhor de toda a Ásia; depois de ter passado o
22
Eufrates e o monte Touro que está na Cilícia, resolveu dar-lhe combate. (...) Dario foi vencido com
graves perdas ; sua mãe, sua mulher e seus filhos ficaram prisioneiros e ele foi obrigado a fugir
para a Pérsia. Alexandre, depois da vitória, chegou à Síria, tomou Damasco, apoderou-se de Sidom
e sitiou Tiro. Durante o tempo em que ele esteve empenhado nessa empresa, escreveu a Jado,
grão-sacrificador dos judeus e pediu-lhe três coisas: auxílio, comércio livre com seu exército e o
mesmo auxílio que lhe dava Dario, garantindo-lhe que, se o fizesse, não teria de que se
arrepender, por ter preferido sua amizade à dele. O grão-sacrificador respondeu-lhe que os
judeus tinham prometido a Dario, com juramento,jamais tomar armas contra ele e por isso não
podiam fazê-lo, enquanto ele vivesse. Alexandre ficou tão irritado com esta resposta, que mandou
dizer-lhes que logo que tivesse tomado Tiro, marcharia contra ele, com todo o seu exército, para
ensinar-lhe, e a todos, a quem é que se devia guardar um juramento. Atacou depois Tiro com
tanta força, que dela se apoderou; depois de ter regularizado todas as coisas, foi sitiar Gaza onde
Baemes governava em nome do rei da Pérsia.
(...) Quando este ilustre conquistador tomou esta última cidade (Gaza), ele avançou para
Jerusalém e o grão-sacrificador Jado, que bem conhecia a sua cólera contra ele, vendo-se com
todo o povo em tão grave perigo, recorreu a Deus, ordenou orações públicas para implorar o seu
auxílio e ofereceu-lhe sacrifícios. Deus apareceu-lhe em sonhos na noite seguinte e disse-lhe que
fizesse espalhar flores pela cidade, mandar abrir todas as portas e ir revestido de seus hábitos
pontificais, com todos os santificadores, também assim revestidos e todos os demais, vestidos de
branco, ao encontro de Alexandre, sem nada temer do soberano, porque ele os protegeria. Jado
comunicou com grande alegria a todo o povo a revelação que tivera e todos se prepararam para
esperar a vinda do rei. Quando se soube que ele já estava perto, o grão-sacrificador,
acompanhado pelos outros sacrificadores e por todo o povo, foi ao seu encontro, com essa pompa
tão santa e tão diferente da das outras nações, até o lugar denominado Safa que em grego
significa mirante, porque de lá se podem ver a cidade de Jerusalém e o templo. Os fenícios e os
caldeus, que estavam no exército de Alexandre, não duvidaram de que a cólera em que ele se
achava contra os judeus, ele lhes permitiria saquear Jerusalém e daria um castigo exemplar ao
grão-sacrificador. Mas aconteceu justamente o contrário, pois o soberano apenas viu aquela
grande multidão de homens vestidos de branco, os sacrificadores revestidos com seus paramentos
de linho e o grão-sacrificador, com seu éfode, de cor azul adornado de ouro sobre a qual estava
escrito o nome de Deus, aproximou-se sozinho dele, adorou aquele augusto nome e saudou o
grão-sacrificador, ao qual ninguém ainda havia saudado. Então os judeus reuniram-se em redor de
Alexandre e elevaram a voz, para desejar-lhe toda sorte de felicidade e de prosperidade. Mas os
reis da Síria e os outros grandes, que acompanhavam, ficaram surpresos, de tal espanto que
julgaram que ele tinha perdido o juízo. Parmênio, que gozava de grande prestígio, perguntou-lhe
como ele, que era adorado em todo o mundo, adorava o grão-sacrificador dos judeus. “Não é a
ele,” respondeu Alexandre, “ao grão-sacrificador, que adoro, mas é a Deus de quem ele é o
ministro, pois quando eu estava na Macedônia e imaginava como poderia conquistar a Ásia, Ele
me apareceu em sonhos com esses mesmos hábitos e me exortou a nada temer, disse-me que
passasse corajosamente o estreito do Helesponto e garantiu-me que Ele estaria à frente de meu
exército e me faria conquistar o império dos persas.
“Eis porque, jamais tendo visto antes a ninguém revestido de trajes semelhantes aos com
que Ele me apareceu em sonho, não posso duvidar de que não tenha sido ordem de Deus que
empreendi esta guerra e assim vencerei a Dario, destruirei o império dos persas e todas as coisas
suceder-me-ão segundo meus desejos”.
Alexandre, depois de ter assim respondido a Parmênio, abraçou o grão-sacrificador e os
outros sacrificadores, e caminhou no meio deles até Jerusalém, subiu ao templo, ofereceu
sacrifícios a Deus da maneira como o grão-sacrificador lhe dissera devia fazer.
O soberano pontífice mostrou-lhe em seguida o livro de Daniel no qual estava escrito que
um príncipe grego destruiria o império dos persas e disse-lhe que não duvidava de que era ele de
quem a profecia fazia menção. Alexandre ficou muito contente; no dia seguinte, mandou reunir o
povo e ordenou-lhe que dissesse que favores desejava receber dele. O grão-sacrificador
respondeu-lhe que eles lhe suplicavam permitir-lhes viver segundo suas leis, e as leis de seus
antepassados e isentá-los no sétimo ano, do tributo que lhe pagariam durante os outros.
Ele concedeu-lho. Tendo-lhes, porém, eles pedido que os judeus que moravam em
Babilônia e na Média, gozassem dos mesmos favores, ele o prometeu com grande bondade e disse
23
que se alguém desejasse servir seus exércitos ele o permitiria viver segundo sua religião e
observar todos os seus costumes. “Vários então se alistaram.”
Roma
Introdução
Nas duas últimas guerras púnicas, Roma derrota o brilhante general cartaginês, Aníbal, e
põe fim à grandeza de Cartago.
24
Estas guerras lançaram as sementes da conquista da bacia oriental, posto que Filipe V da
Macedônia havia ajudado a Aníbal; e Antíoco, o Grande, da Síria, lhe havia concedido asilo depois
de sua derrota. Filipe foi vencido e os esforços de seu filho Perseu, para vingar a derrota,
fracassaram. Diante desta demonstração de poder de Roma, quase todos os príncipes do Oriente
optaram por reconhecer sua supremacia e aliar-se com a potência superior. Antíoco, o Grande,
havia sonhado com a conquista da Grécia, porém foi vencido pelos romanos, e a seu neto, Antíoco
Epifanes, que se havia proposto agregar o Egito a seus domínios, bastou uma repressão de Roma
para que desistisse. Houve uma ou outra escaramuça depois dos meados do século segundo antes
de Cristo, porém desde aquela data, todo o mundo teve que reconhecer a supremacia da
República Romana.
A República durou até que Augusto, o jovem sobrinho de César, depois da derrota das
forças de Antônio na batalha de Ácio, efetuou uma série de transformações na administração
pública que mudou radicalmente a estrutura do estado romano. De forma mui inteligente
concentrou em suas mãos todo o poder executivo, conservando por sua vez todos os antigos
postos, procedimento e formas exteriores do sistema republicano. Assim, sem que o povo romano
percebesse, a República se transformou em Império.
Pompeu, destacado militar de família nobre, foi enviado ao Oriente para lutar contra
Mitrídates, ambicioso rei do Ponto, que sonhava com a conquista de toda a Ásia Menor. Vencido,
Mitrídates refugiou-se na casa de seu sogro, Tigranes, rei da Armênia. As tropas gregas enviadas
contra ele se amotinaram, Mitrídates regressou ao Ponto e Tigranes se aproveitou da confusão
para apoderar-se da Síria. O senado romano enviou Pompeu à frente de outro exército para
restaurar a ordem, nomeando-o governador das províncias da Ásia.
Foi nesta qualidade, que Pompeu recebeu Aristóbulo e Alexandre. Disputando
ferrenhamente o trono da Judéia, ambos submetem-se à arbitragem. O povo, contudo, não deseja
ser governado por nenhum dos dois.
Que decisão tomar ?
Prático, o general romano desejava colocar sobre os judeus um rei títere. Entre os
contendores, opta pelo mais manobravél e influenciável. A escolha recai sobre Hircano, cujo
caráter era débil. A decisão de Pompeu desagrada, profundamente, a Aristóbulo, que começa a
arquitetar planos de vingança e revolta.
25
Hircano, respaldado por Roma, assume o poder e introduz, em Jerusalém, o exército
romano. Revoltado, Aristóbulo refugia-se no templo com 12 mil partidários. Pompeu, ao examinar
detidamente a questão, decide tomar o santuário.
Depois desta intervenção, a Judéia torna-se província romana. Nessa qualidade, fica sujeita
aos mais absurdos caprichos dos poderosos senhores de Roma.
34) Responda: Como se chama o general romano que invadiu a cidade de Jerusalém
?_________________________________
26
Império Romano
27
CAPÍTULO 3
A Palestina era um ponto destacado no mundo antigo devido à sua situação entre os
continentes da Ásia e África, os mares Mediterrâneo e Índico. Embora sua extensão territorial
fosse muito mais reduzida que seus poderosos vizinhos, a Palestina contribuiu para a história da
humanidade com páginas de importância transcendental, fazendo sentir sua influência até aos
confins da terra. O desenvolvimento desta história não pode ser devidamente apreciado sem
correlacioná-lo com o cenário geográfico.
Nomes da Palestina
Tanto na história sagrada, como a secular, a Terra de Israel recebeu várias designações.
Cada nome por ela recebido encerra um drama vivido pelo povo de Deus. Desde a Era Patriarcal
até os nossos dias, as mais variadas nomenclaturas têm sido dadas ao território israelita. Para os
hebreus, entretanto, o seu sagrado solo nunca deixará de receber esse carinhoso tratamento:
Terra Prometida.
Canaã ou Terra de Canaã - É o nome mais antigo por se tratar da terra habitada pelo neto de
Noé, Canaã, e sua descendência. Literalmente significa “habitantes de terras baixas”, designando
assim, provavelmente, a preferência dos descendentes de Canaã pelas planícies. Das muitas
passagens bíblicas depreende-se que este era o nome para designar o território entre o
Mediterrâneo e o Rio Jordão.
Terra dos Hebreus - Nome cuja origem uns atribuem a Eber, patriarca importante de quem
descende Abraão, e outros a haber ou habiru, termo que significa “o do outro lado, ou além”,
alusão à circunstâncias de que Abraão veio de um país situado do outro lado do Rio Eufrates (o
grande divisor natural de regiões do antigo Oriente) e cujos descendentes vieram a tornar-se
donos da terra.
Terra de Israel ou Terra dos Israelitas - Esta designação ocorre com freqüência no Antigo
Testamento e significa terra pertencente aos descendentes de Jacó, a quem o Senhor pôs o nome
de Israel e de cujas doze tribos constituíram o povo de Israel. Após o cisma, este nome aplicava-
se apenas ao Reino do Norte.
Terra de Judá ou Judéia - a princípio este nome se referia somente à área que, na distribuição da
terra de Canaã após a conquista, tocou por sorte à tribo de Judá. Depois da divisão do reino de
Israel, nesta designação incluía-se também a área pertencente à tribo de Benjamin, assim
formando o Reino de Judá. Quando o povo de Deus voltou do cativeiro babilônico e reorganizou a
sua vida nacional, este nome passou a ser usado para designar todo o território compreendido na
bênção de Jacó (Gn. 49: 8-12) e seus habitantes foram chamados judeus.
Terra da Promessa ou Terra Prometida - É o nome dado à terra de Canaã por causa da promessa
de Deus feita a Abraão, quando de sua chamada (Gn. 12: 1-4), e na qual Deus estabeleceria o
seu servo e sua descendência.
Palestina - Este nome deriva-se do termo Filístia, ou seja, a terra habitada pelos filisteus. Na
Bíblia este nome é dado a um a faixa de terra a sudoeste de Canaã, ao largo do Mar Mediterrâneo
até o Egito. Posteriormente, figuras como Plínio e Josefo passaram a chamar por este nome toda a
região de Canaã. Desde os tempos do domínio romano até os dias que precedem a fundação do
moderno Estado de Israel, Palestina era o nome mais usado.
Terra Santa - É a designação dada pelo profeta Zacarias (Zc. 2:12) e pelos cristãos desde a
Idade Média, por ter sido aquela terra palco das maravilhas divinas, particularmente do
nascimento, ministério e sacrifício redentor do filho de Deus em favor dos homens.
Topografia
1) Planície do Acre ou Aco - Esta planície fica no extremo Noroeste da costa israelense, e
estende-se até o monte Carmelo. Em toda a sua extensão, bordeja a baía do Acre. Esta
região, cujo nome em hebraico é “Akko”, e significa “areia quente”, compreende uma
faixa de terra que cerceia as montanhas localizadas entre a Galiléia, o Mediterrâneo, o
sul de Tiro até a Planície de Sarom. Essas terras são irrigadas pelos rios Belus e
Quisom. O solo dessa área é muito fértil , com exceção da parte praiana, cujas areias
29
são demasiadamente quentes. Quando da divisão de Canaã , esta planície coube à tribo
de Aser (Js. 19: 25-28).
2) Planície de Sarom - Sarom não é nome semítico. O seu significado evoca poesia e
pensamentos idílicos: Zona de Bosques e Bosques de Teberinto. A planície que leva
esse memorável nome localiza-se entre o Sul do monte Carmelo e Jope. Com uma
extensão de 85 Km, sua largura varia entre 15 e 22 Km. Na antiguidade, essa região
era conhecidíssima em virtude de seus pântanos palúdicos e traiçoeiros bosques. O seu
solo , entretanto, era coberto de lírios e outras flores exóticas.
9) Complete e responda: _________ não é nome ________. Onde localiza-se a Planície de Sarom
?______________________________
filistéias: Gaza, Ascalom, Asdode, Gate e Ecrom. Nesta região ficava também o porto de
Jope.
Existem outras planícies em Israel, mas por serem pequenas, não são muito importantes
no contexto histórico-bíblico, por isso não as estudaremos.
30
Vales
Israel é uma terra de muitos vales, por isso veremos apenas os mais importantes:
2) Vale de Jesreel - Não se deve confundir este vale com a planície do mesmo
nome. O Vale de Jesreel tem o seu começo na cabeceira do ribeiro de Julab, que
serpenteia pelo mesmo e termina no Vale do Jordão na altura de Bete-Seã.
3) Vale de Acor - Este fica entre as terras de Judá e benjamim, ao Sul de Jericó,
no qual se deu o apedrejamento e queima de Acã e toda a sua família.
15) Complete: Entre as __________ de __________ e _________,ao_____ de _________ localiza-
se o __________ de ________.
17) Complete: O Vale de _______ a oeste de _________ é o vale onde os _________ levaram a
_________ um ______ de _______ tão __________ que foram necessários ______ homens para
_____________.
31
7) Vale de Sidim - Conforme Gênesis 14: 3-10, tudo faz crer que este é o vale
onde se encontra hoje o Mar Morto, especialmente a parte sul do mesmo,
provável região de Sodoma e Gomorra.
10) Vale de Moabe - É o vale mais largo dos três riachos que desembocam na
planície de Moabe a nordeste do Mar Morto.
22) Complete: O ________ de ________ é o vale mais ________ dos três __________ que
desembocam na __________ de ____________ a __________ do _________ Morto.
Planaltos
A) Planalto Central
B) Planalto Oriental
1) Planalto de Basã - Conhecido também, como Auram, situa-se entre o Sul do monte
Hermom e o rio Yarmuque. Essa região era abundante em trigo e pasto para gado.
2) Planalto de Gileade - Fica entre Yarmuque e Hesbom. Esse planalto é cortado pelo
Rio Jaboque . sua fertilidade é também notória. O bálsamo dessa região era
bastante apreciado no período do Antigo Testamento.
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3) Planalto de Moabe - Essa região é bastante rochoso. No entanto, entrecortam-se
vicejantes pastagens. Localização: ao leste do rio Jordão e Mar Morto, prosseguindo
até o rio Arnom.
Montes
A) Montes Palestínicos
(1) Monte Hatin - Localizado nas proximidades do mar da Galiléia, o monte Hatin
compõe o chamado Cornos de Hatin. Sua altitude não ultrapassa os 180 metros.
De seu topo, pode-se avistar o Mar da Galiléia. Acredita-se ter sido esse o
monte, o qual Cristo pronunciou o célebre Sermão da Montanha. O Hatin é
conhecido, de igual modo, como o Monte das Bem-aventuranças.
26) Complete: O Monte ________ também é conhecido como _________ das _______________.
(2) Monte Tabor - Localizado também na Galiléia, o Tabor tem 320 metros de
altura. Trata-se de um monte solitário, plantado na luxuriante Esdraelom. Dista
apenas 10 quilômetros de Nazaré e 16 do mar da Galiléia. Situa-se a 615 metros
acima do nível do Mar Mediterrâneo. O Tabor é muito importante no Antigo
Testamento. Em suas cercanias, os exércitos de Débora e Baraque combateram
as forças de Sísera. Mais tarde, Gideão, nessa mesma área, colocou em fuga os
batalhões dos midianitas.
27) Complete: Foi nas cercanias do Monte _______ que os exércitos de __________ e
___________ combateram as forças de _________
e _________ colocou em ________ os ____________
(3) Monte Gilboa - Com 13 quilômetros de comprimento e com uma largura que
varia entre 5 a 8 quilômetros, o Monte Gilboa está localizado no Sudoeste da
planície de Jesreel. Em Gilboa, que significa “fonte borbulhante” em hebraico,
morreram o rei Saul e seu filho Jônatas.
28) Complete: Foi no Monte _______ que morreram o rei _______ e seu filho ______________.
(4) Monte Carmelo - Seu nome significa “campo fértil, jardim”. Na realidade o
Carmelo é uma pequena cordilheira com cerca de 30 quilômetros de
comprimento por 5 a 13 de largura. O ponto mais alto desta serra fica na
extremidade sudeste – cerca de 575 metros – em cujas imediações havia um
altar antigo, referido em 1 Rs. 18:32, lugar do desafio lançado pelo profeta Elias
aos profetas de Baal.
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(1) Monte Ebal - Do Ebal foram pronunciadas as maldições, por isso também é
conhecido como Monte das Maldições. Situa-se ao norte de Nablus, antiga
Siquém, tem um a altitude de 300 metros acima do vale, e é árido e escarpado.
(2) Monte Gerizim - Fica ao sul do Vale de Siquém, também é árido e escarpado,
com apenas 230 metros acima do Vale. Este monte também é conhecido como
Monte das Bênçãos, pois foi nele que os israelitas liderados por Josué
pronunciaram as bênçãos.
(1) Monte Gileade - É um conjunto montanhoso, ao sul do rio Yarmuque, indo até o
mar Morto , e dividido ao meio pelo ribeiro de Jaboque.
(2) Monte de Basã - Não se trata de uma certa elevação e sim de largo e fértil
conjunto montanhoso na parte do Planalto Oriental, limitado ao norte pelo Hermom,
a leste pelo deserto da Síria e parte do deserto da Arábia, ao sul pelo Vale de
Yarmuque e a oeste pelo Jordão e Mar da Galiléia.
(3) Monte Pisga - Do cimo do monte Pisga, contemplou Moisés a Terra Prometida. O
Pisga está localizado na planície de Moabe , dista 15 quilômetros do Leste da foz do
rio Jordão. Possui 800 metros de altitude. Este monte também é conhecido como
Nebo.
(4) Monte Peor - Do monte Peor, Balaão tentou amaldiçoar os israelitas. Este monte
fica nas imediações do monte Pisga ou Nebo.
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Desertos
1) Deserto do Sinai - O deserto do Sinai recebe, ainda outros nomes como: Sur,
Parã, Cades, Zim e Berseba. Os geógrafos descrevem-no como um colossal
deserto. Vai do noroeste da península do mesmo nome ao golfo do Suez. Essa
região constitui-se de um maciço montanhoso. Nesse lugar, recebeu Israel a lei
de Moisés e peregrinou por quarenta anos.
2) Deserto da Judéia - As áreas localizadas do Leste dos montes de Judá ao rio
Jordão e ao mar Morto formam o deserto da Judéia. Subdivide-se este em vários
desertos sem importância: Maon, Zife e En-gedi. Nessa região, perambulou Davi
quando era perseguido pelo rei Saul. Eis mais alguns desertos de Judá: Tecoa e
Jeruel. Nesse território, o rei Josafá obteve estrondosa vitória sobre as forças
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moabitas e amonitas. Nessa região, o profeta Amós exerceu o seu ministério e
João Batista clamou contra seus reticentes contemporâneos.
3) Desertos de Jericó, Bete-Áven e Gabaom - O deserto de Jericó fica no território
benjamita. Esse desolado território forma, um longo desfiladeiro rochoso de
cerca de 15 quilômetros que desce de Jerusalém a Jericó. Nessa área há muitas
cavernas. Bete-Áven e Gabaom são outros importantes desertos de Jericó.
Hidrografia
A hidrografia da Palestina pode ser dividida em três partes, a saber: Mares, lagos e rios.
Mares
(1) Mar Mediterrâneo - Este mar aparece na Bíblia com outros nomes: Mar Grande,
Mar Ocidental, Mar dos Filísteus, Mar de Jafa. Biblicamente, ele é tratado
simplesmente como “O Mar”. Com sua extensão de 4.500 quilômetros e uma
superfície de três milhões de quilômetros quadrados é o maior dos mares
internos. Sua águas banham a Europa Meridional, a Ásia Ocidental e a África
Setentrional. O mar Mediterrâneo banha toda a costa ocidental de Israel. Nessa
área, suas águas são bastante razas o que tornava impossível a aproximação de
navios de grandes calados. O Grande Mar, por esse motivo, não era usado pelos
judeus como via de transporte . Eles, aliás, sentiam-se isolados pelo
Mediterrâneo.
(2) Mar Morto - O mar Morto recebe, ainda, os seguintes nomes: mar Salgado,
mar de Arabá, mar Ocidental, mar do Sal, lago do Asfalto, mar Pestilento, mar
de Sodoma, mar de Ló, mar Segor, mar de Sodoma e Gomorra. Localiza-se na
foz do rio Jordão, entre os montes de Judá e Moabe, o mar Morto constitui-se
na mais profunda depressão da Terra Encontra-se a mais de 400 metros abaixo
do nível do Mediterrâneo. Com 78 quilômetros de comprimento por 18 de
largura , o mar do Sal ocupa uma área de 1.020 quilômetros quadrado.
(3) Mar da Galiléia - O mar da Galiléia não é propriamente um mar. Trata-se, na
realidade, de um grande lago de água doce, formado pelo rio Jordão. No Novo
Testamento, recebe os seguintes nomes: Mar de Quinerete, Mar de Tiberíades e
lago de Genesaré. Os judeus o chamavam de mar em razão de seu tamanho e
violentas tempestades que o agitam constantemente. O mar da Galiléia tem 24
quilômetros de comprimento por 14 de largura. Com uma profundidade média
de 50 metros, encontra-se a quase 230 metros abaixo do nível do mediterrâneo.
Em sua margens orientais, encontram-se altas montanhas. Já em seu lado
ocidental, podemos contemplar férteis planícies e importantes cidades como:
Genezaré, Betsaida, Tiberíades, Carfanaum, Corazim e Magdala.
Lagos
Um único lago encontramos no território palestínico – o Lago de Merom, também
conhecido como Águas de Merom (Js. 11:5,7), e modernamente como Lago de Hulé (nome
árabe). Localiza-se a 20 quilômetros ao norte do Mar da Galiléia, seu comprimento era de
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cerca de 10 quilômetros por 6 de largura, achando-se o seu nível 2 metros acima do nível
do Mediterrâneo e tendo de 3 a 4 metros de profundidade.
1) Bacia do Mediterrâneo
(1) Quisom (ou Kishon) - Este é o maior rio da Bacia do Mediterrâneo e o segundo da
Palestina. Nascendo das pequenas correntes dos montes Gilboa e Tabor. Corre em
direção noroeste ao largo no monte Carmelo até desaguar no Mediterrâneo, na
parte sul da Baía de Acre.
(2) Caná - Outro wadi (ribeiro) ou torrente de meses de chuvas, que nasce perto de
Siquém e, atravessando a Planície de Sarom, verte no Mediterrâneo 7 quilômetros
ao norte de Jope.
(3) Besor - Este é o mais volumoso de todos os wadis que desembocam no
Mediterrâneo. Nasce no sul das montanhas de Judá, passa ao largo de Berseba pelo
lado sul desta cidade e lança-se no mar a uns 8 quilômetros ao sul da cidade de
Gaza.
2) Bacia do Jordão
(1) Jordão - Este é o principal rio da Palestina e corre na direção norte-sul, assim
dividindo o país em duas partes distintas – Canaã propriamente dita e
Transjordânia. Costuma-se dividir o curso do Jordão em três partes: Região das
nascentes que vai das nascentes até o lago de Merom; região chamada de Jordão
superior que vai do lago Merom até o mar da Galiléia, e; Jordão inferior que vai do
mar da Galiléia ao mar Morto.
(2) Querite - Verdadeiramente não se trata de um rio perene, e sim de wadi, torrente
das épocas de chuvas, que desce dos montes de Efraim e desemboca no Jordão,
pela margem ocidental, pouco ao norte de Jericó.
(3) Cedrom - Também este é um rio perene, porém nas épocas de chuvas torna-se
uma torrente impetuosa. Nasce a dois quilômetros a noroeste de Jerusalém e,
correndo na direção sudeste, passa ao lado leste da cidade Santa pelo Vale de
Josafá – que separa esta do Monte das oliveiras – e prossegue rumo sudeste até o
Mar Morto, numa distância de cerca de 40 quilômetros, por um leito profundo e
sinuoso.
(4) Yarmuque - Este é o principal afluente oriental do Jordão, embora não esteja
mencionado na Bíblia. É formado por três braços, dos quais o mais setentrional
recebe águas abundantes das vertentes orientais e meridionais do Monte Hermom e
desemboca no Jordão, 6 quilômetros ao sul do Mar da Galiléia.
(5) Jaboque - É outro tributário oriental do Jordão. Nasce ao sul do Monte Gileade,
corre para leste, depois para o norte e noroeste, descrevendo uma verdadeira semi-
elipse, até desaguar no Jordão, mais ou menos no meio do curso deste, entre o Mar
da Galiléia e o Mar Morto, depois de ter percorrido cerca de 130 quilômetros.
37
(6) Arnom - Nasce nas montanhas de Moabe, a leste do Mar Morto, despejando neste
as suas águas. Este rio primeiramente separava os moabitas dos amorreus e depois
os moabitas do território da tribo de Rúben, ficando como limite meridional
permanente dos territórios israelitas da Transjôrdania.
41) Complete: Os rios que compõem a bacia do ___________ são: _________, __________,
___________, ___________, _____________, ______________, e ______________.
Clima da Palestina
Nas montanhas, o clima é fresco e bastante ventilado. No verão, esse quadro altera-se um
pouco, em conseqüência das correntes de ar quente provenientes do Sul e do Ocidente. Na cidade
santa, durante o inverno, a temperatura chega a 6 graus positivos, com neves e freqüentes
geadas. No verão, os termômetros oscilam entre 14 e 29 graus. Na região litorânea, durante o
inverno, a temperatura baixa para menos de 14 graus em Gaza e Jafa. No pico do verão, os
termômetros chegam a registrar 34 graus ! Em algumas localidades situadas mais ao norte, o
inverno torna-se insuportável.
Nos desertos de Israel, de uma maneira geral, as temperaturas oscilam, no verão, entre
43, 47 e 50 graus. Inclui-se, nessa classificação, o Vale do Jordão.
As correntes de ventos que varrem o Oriente Médio encarregam-se da formação do clima
da Terra Santa: as úmidas, do Mar Mediterrâneo, as frias, dos montes do Norte; e as quentes, das
regiões desérticas.
As primeiras chuvas (Temporã) constituem as chuvas fortes e de pouca duração que
costumam cair por um ou diversos dias consecutivos pelo fim de outubro, ou às vezes em começo
de novembro. Inaugura o ano agrícola pois refresca a terra depois de um verão cálido,
abrandando o solo gretado para a lavra e semeadura.
Chuva tardia (Serôdia) é o nome que se aplica às quedas intermitentes de chuva que se
apresentam em fins de março e no mês de abril. Posto que vêm antes da colheita e estiagem do
verão, são de tanta importância para o país como as chuvas grandes.
45) Responda: Qual é o nome das quedas intermitentes de chuva que caem em fins de março e
no mês de abril ? ________________
1) Por causa de sua localização entre os continentes da Ásia e África e os mares Mediterrâneo e
Índico.
2) Palestina, asiático, Mar Mediterrâneo, oeste, leste, Árabe, Síria.
3) Superfície, Palestina, Norte, Sul, 250 quilômetros, largura, 120 quilômetros, 30.000 Km2.
4) Terra, Israel, nomes, hebreus, Terra Prometida.
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5) Canaã ou Terra de Canaã.
6) É que os amorreus eram descendentes de Canaã.
7) Palestina, quatro, longitudinais, Planície da Costa do Mediterrâneo, Região Montanhosa
Central, Vale do Jordão, Planalto Oriental.
8) Planície, Acre, Aco, Noroeste, costa, monte Carmelo.
9) Sarom, semítico, localiza-se entre o sul do monte Carmelo e Jope.
10) Filístia; marítima; Jope; Gaza; sudoeste; Israel; cinco; Gaza, Ascalom, Asdode, Gate e Ecrom.
11) Filístia, montanhas, Judá, oriente, Sefelá.
12) Armagedom, Jesreel, Esdraelom, montes, Galiléia, Samaria, planície, Israel.
13) Vale, Jordão, Vale, Palestina, monte Hermom, Norte, país, Mar Morto, extremo.
14) Começa na cabeceira do ribeiro de Julab e termina no Vale do Jordão na altura de Bete-Seã.
15) Terras, Judá, Benjamin, sul, Jericó, Vale, Acor.
16) Na região de Sefelá a 24 quilômetros a Noroeste de Jerusalém.
17) Escol, Hebrom, espias, Moisés, cacho, uvas, pesado, dois, transportá-lo.
18) Vale, Hebrom, Manre, 30 quilômetros a sudoeste de Jerusalém.
19) Vale, Sidim, Morto.
20) Siquém, centro, Canaã, Gerizim, Ebal.
21) Vale de Basã.
22) Vale, Moabe, largo, riachos, planície, Moabe, nordeste, Mar.
23) O Planalto Central e o Oriental.
24) Naftali, Efraim, Judá.
25) Basã, Gileade, Moabe.
26) Hatin, monte, Bem-aventuranças.
27) Tabor, Débora, Baraque, Sísera, Gideão, fuga, midianitas.
28) Gilboa, Saul, Jônatas.
29) Carmelo, cordilheira.
30) Como o Monte das Maldições.
31) Gerizim.
32) Sião, Moriá, Oliveira, Tentação ou Quarentena.
33) Gileade, Basã, Pisga, Peor.
34) Regiões, escassa, vegetal, nula, reduzida, plantas.
35) Desertos, Bíblia, sul, oriente, Israel, deserto do Sinai, Judéia, desertos de Jericó, Tete-Áven e
Gabaom.
36) Mares, lagos, rios.
37) Mar Mediterrâneo, Mar Morto e Mar da Galiléia.
38) Lago, Palestina, Lago Merom, Lago, Hulé.
39) Bacia do Mediterrâneo e Bacia do Jordão.
40) Quisom (ou Kishon), Caná, Besor.
41) Jordão, Jordão, Quenerite, Cedrom, Yarmuque, Jaboque, Arnom.
42) Localiza-se, subtropical.
43) Motanhas, clima, fresco, ventilado.
44) Primeiras chuvas (ou Temporã)
45) Chuva tardia (Serôdia).
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CAPÍTULO 4
Reino Vegetal
No reino vegetal os produtos mais comuns eram o trigo, a oliva e a uva. Estes eram os
elementos básicos da alimentação dos hebreus e formavam o trinômio tão repetido na Bíblia:
pão, azeite e
vinho. Também eram comuns a cevada, lentilha, feijão, pepino, cebola, alho, mostarda, figo
melão, tâmara e romã.
Das plantas silvestres podemos citar cedro, pinheiro, faia, carvalho, acácia, palmeira, murta
, lírio do campo e Rosa-de-Sarom.
Reino Animal
Reino Mineral
Entre os metais o mais abundante parece ter sido a prata. Há bastante mineração de
carvão, sal-gema, potassa, enxofre, ferro, cobre, etc.
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CAPÍTULO 5
Bem nos primórdios da história étnica da Palestina, antes da chegada de Abraão à terra então
chamada Canaã, a região era ocupada por diversas tribos conhecidas sob o nome geral de
cananeus (Gn. 12:6;24:3,37).As cidades desses povos eram muradas e fortificadas, cada uma
tendo o seu próprio rei, exceto umas poucas que eram de natureza mais nômades. Esses reinos
eram, geralmente, independentes e bastante belicosos para alcançar a supremacia. Alguns desses
reinos, e em certas épocas quase todos eles, eram subordinados ao Egito. Os mais importantes
eram:
8) Girgazeus - São camitas. São várias vezes mencionados na Bíblia, mas não se
sabe em que partes da Palestina habitavam.
42
CAPÍTULO 6
A Terra Santa é a região mais visada pelas superpotências. Localizada no centro do globo,
constitui-se no ponto mais estratégico do mundo. Em todas as épocas despertou a gana dos
conquistadores e serviu de palco para as mais sangrentas batalhas. Esse minúsculo país, tanto no
período bíblico como hoje, é politicamente um barril de pólvora.
Deus tomou um caldeu, Abraão, no sul da Babilônia, de origem semita, para nele constituir um
povo seu que viesse beneficiar todas as demais raças com a revelação que lhe daria do seu
caráter, sua natureza e seu propósito. A data de nascimento de Abraão não é possível de ser
determinada com precisão, mas a época geralmente aceita é 2000 AC. Com 75 anos de idade, o
patriarca deixou a sua cidade natal, Ur dos Caldeus, e emigrou para Canaã.
Não sabemos em que tempo também Naor, irmão de Abraão, fixou-se em Arã, mas tudo faz
crer que foi ali que Abraão mandou buscar esposa para seu filho Isaque.
Mais tarde o neto de Abraão, Jacó, encontrou na mesma parentela e no mesmo lugar suas
esposas Raquel e Lia. Destas duas uniões e com as concubinas de suas esposas nasceram os 12
patriarcas, que por sua vez tornaram-se, no chamado povo de Israel.
O povo de Israel ficou cativo no Egito por aproximadamente 400 anos, até a época, que Deus
os libertou através de Moisés.
2) Complete: Abraão era um _________ do sul da ______________ de origem _________ que foi
escolhido para __________ todas as demais ______ com a _____________ do __________,
natureza e _____________ de Deus.
Uma vez encerradas as campanhas pela conquista, Josué repartiu a terra entre as doze tribos
da seguinte maneira: a tribo de Levi não teria herança, mas teria 48 cidades entre as demais por
todo o território conquistado. Porém a parte de José, filho de Jacó, seria dividida entre os seus
dois filhos, Efraim e Manassés, perfazendo, assim outra vez, o número de 12 tribos na terra
conquistada, dividimos a distribuição delas em dois grandes grupos: tribos da Palestina Oriental ou
Transjordânia , e tribos da Palestina Ocidental ou Canaã propriamente dita.
3) Responda: Quais são os dois grandes grupos que foi dividido a Palestina
?________________________________________________
a) Tribos da Palestina Oriental ou Transjordânia - Estas são duas tribos e meia: Rúben,
logo ao norte de Moabe e a leste do Jordão; Gade , ao norte de Rúben e a leste do
Jordão; e meia tribo d Manassés, ou Manassés Oriental, ao norte de Gade e a leste do
Jordão e do mar da Galiléia.
b) Tribos da Palestina Ocidental ou Canaã - Estas podem ser divididas em três grupos:
(1) Grupo Norte - Naftali, Aser e Zebulom, entre Fenícia, Mediterrâneo e Jordão, ou
Galiléia.
(2) Grupo Central - Issacar, Manassés Ocidental (meia tribo), Efraim, Benjamim e
Dã, ou mais tarde Samaria.
(3) Grupo Sul - Judá,e Simeão, posteriormente conhecida como Judéia.
43
Durante o período dos Juízes, esta divisão permaneceu praticamente a mesma, porém com
menos precisão devido às misturas dos elementos das tribos pelo casamento e emigração de áreas
mais desertas para as mais propícias à agricultura e pecuária, como no caso da tribo de Simeão
que se confundiu com Judá.
Neste período a Palestina possuía a maior área em toda a sua história, ou seja, aquela que
fora prometida por Deus a Abraão. Foi quando, devido às conquistas de Davi e Salomão, o
território do império hebreu estendeu-se desde Filístia, Berseba e o Golfo de Ácaba (ou cidades de
Ezio-Geber e Elate) ao sul até a Babilônia a leste, abrangendo Edom, Moabe e Amon, até Hamate
e Damasco, ou Síria, ao norte.
44
45
46
5) Responda: Qual foi o período que a Palestina possuiu a sua maior área em toda a sua história ?
_______________________________________________________________________________
Como sabemos, após a morte de Salomão o reino hebreu dividiu-se em dois, a saber:
6) complete: Samaria era a capital do ______ do ______ (que era Israel),este reino era composto
por _____ tribos; e___________ era a capital do Reino do Sul ( que era _________), este reino
abrangia os territórios das _________ de: __________, ___________ e parte de ____________.
Reino dividido
Depois da queda do reino do Norte, o Reino de Judá permaneceu ainda cerca de 135 anos em
seu território bastante reduzido e como tributário da Assíria durante a maior parte desse período.
Porém, com ascensão da babilônia sobre a Assíria, veio o cativeiro de Judá pela Babilônia, ao
tempo de Nabucodonozor. A invasão ocorreu em 605 AC, quando o rei de Judá era Joaquim. Judá
foi reduzido a um estado de vassalagem e a maioria dos habitantes – entre eles Daniel – foi levada
em cativeiro para a Babilônia.
Durante os 70 anos do cativeiro babilônico, a Palestina como tal deixou de existir, se não como
província da Babilônia subdividida em setores de influência de governos fantoches das áreas da
síria, da Samaria e de Judá.
Quando o rei persa, Ciro, subjugou o rei da Babilônia, decretou no mesmo ano uma lei pela
qual foi dada a permissão aos judeus para voltarem a sua terra, Judéia, reconstruírem os eu
templo em Jerusalém e restaurarem o seu culto. Isto aconteceu em 538 AC, quando então,
começou o longo e penoso período da restauração do Estado Judeu na Palestina.
4) Rubem, Manassés, Gade, Naftali, Aser, Zebulom, Issacar, Efraim, Benjamin,Dã, Judá, Simeão.
7) Assíria.
48
MAPA MACABEUS
49
CAPÍTULO 7
Os habitantes do Oriente Próximo, ou terras bíblicas, sempre tiveram, como ainda têm, o
seu estilo peculiar de vida, de expressão e pensamento. Isto se deve às peculiaridades
geográficas, étnicas e religiosas dos mesmos.
Na impossibilidade de um estudo completo daremos um pequeno resumo dos costumes e
usos das terras bíblicas, dada a importância deste conhecimento, na interpretação bíblica.
(2) Contrato de Casamento - O contrato de casamento era feito pelo pai do noivo, pelo
irmão mais velho ou por um parente mais próximo. Excepcionalmente, podiam atuar
também a mãe ou um amigo da família. Às vezes, o próprio noivo encarregava-se da
concretização do casamento. No entanto, as negociações sobre o dote e outra formalidades
ficavam a cargo de terceiros. Antes da realização do matrimônio, eram feitas exaustivas
consultas sobre os bens de ambos. Eram tomados cuidados especiais também quanto à
segurança da noiva e ao enfraquecimento da tribo. Finalmente, o noivo pagava o dote ao
pai de sua futura esposa, que oscilava entre 30 e 50 siclos de prata. Dessa forma, o pai da
moça era recompensado pela perda da filha. Esse pagamento podia ser, também, em
forma de trabalho.
3) Complete: O contrato de _________ era feito pelo _______ do noivo, pelo ______ mais
_______ ou por _______ mais ___________
(3) Noivado - Este era o primeiro ato do casamento, porém tão importante que somente
a morte ou infidelidade podiam dissolvê-lo. Desde o momento em que o noivo entregava à
noiva, ou representante dela, na presença de testemunhas uma moeda com a inscrição:
“Seja Consagrada a Mim” – uma espécie de juramento - o jovem casal era considerado
casado, embora a sua vida conjugal poderiam ocorrer um mês para as viúvas e um ano
depois para as virgens. Durante o noivado o homem era isento do serviço militar.
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(4) Núpcias - A festa de núpcias durava, geralmente, sete dias, prolongando-se,
excepcionalmente, até quatorze. O noivo, sendo rico, distribuía roupa nupcial aos
convidados. Saindo de sua casa, ia à casa dos pais da noiva acompanhado de amigos e
vestido de sua melhor roupa, com grinalda na cabeça, ao som de música e de cânticos.
Quando as núpcias eram realizadas à noite, as pessoas que acompanhavam o
cortejo muniam-se de tochas. Recebendo a esposa na casa dos pais desta, com o rosto
velado, acompanhada das bênçãos paternais, o esposo a conduzia para a casa de seu pai
ou para a sua própria casa.
(5) Divórcio - A dissolução dos laços matrimoniais entre os hebreus era permitida como
uma “necessidade calamitosa”, porém não aprovada, e mesmo repudiada já na última
parte do Antigo Testamento.
Também Jesus repudiou o divórcio, exceto no caso de adultério. O divórcio tinha
que ser efetivado por um documento escrito, chamado carta de divórcio, entregue à
mulher pelo marido, para lhe dar o direito a um novo casamento.
II) Moradias
(1) Tendas - Este era o tipo mais primitivo de habitação palestínico e de um modo geral
de todo o Oriente. Originalmente parece que eram feitas de pele de cabra; depois
evoluíram para tecido de pêlos de cabra de uma qualidade especial. Os tipos de tendas
variavam de tempos em tempos, desde o mais primitivo – um grande pedaço de tecido
retangular levantado sobre uma vara horizontal, apoiada em alguns esteios verticais, e
preso pelos quatro cantos a estacas ao rés-do-chão – até o mais complicado feitio
octogonal, com uma ou duas colunas verticais no centro e divisões internas para
dormitórios de homens, mulheres, crianças, casais, servos, sala cozinha, etc.
(2) Cabanas - Eram ranchos feitos de estacas encimando varas cobertas de ramos ou
folhagens, ou mesmo de tecidos, destinados à permanência mais prolongada no local.
(3) Tabernáculo - É termo que significa simplesmente habitação e que tanto pode ser
uma tenda como uma cabana. Entretanto, na Bíblia esta palavra é aplicada especificamente
à tenda que durante a peregrinação dos israelitas pelo deserto servia para o culto de Deus.
Era uma construção portátil de aproximadamente de 15 metros por 5 que posteriormente
foi substituído pelo Templo de Salomão.
(4) Casas - as casa eram feitas de pedra, de tijolos e de madeira (menos comum) dependendo
do que era mais encontrado na região. Quanto ao tamanho, geralmente eram de um cômodo só e
de um único andar. Os cidadãos mais abastados construíam casas de
dois pavimentos com vários cômodos. Os telhados na regiões mais quentes era chatos e
transformados em terraços, cercados de parapeitos, com acesso por uma escada externa.
Nas regiões mais frias eram encontrados telhados em forma de meia-água ou cumeeira
51
para deslizamento da neve. A divisão interna das casas dependia das posses do dono e do
tamanho da mesma. As casas de dois andares possuíam um pátio interno com poço,
tanques e até piscina. Na parte da frente, logo à entrada, ficava a sala de visitas, ao lado o
quarto dos hóspedes e o dos donos e, mais adiante, as acomodações dos servos, a
cozinha, a despensa, etc. No segundo andar, os cômodos dos filhos ou outros moradores
da casa e freqüentemente dos próprios donos. Esses cômodos sempre davam a porta para
o pátio interno. As portas eram estreitas e baixas e as janelas poucas e sem vidros.
(5) Torres de Vigia - Eram armações de estacas e galhos, como as cabanas, com uma
plataforma de 2 a 2,5 metros de altura para facilitar a vigilância dos pomares e das
lavouras. As torres de caráter permanente eram feitas de pedra com acomodações para a
família na parte inferior, para os meses de calor, e uma plataforma em cima para a guarda.
(6) Palácios - Eram as residências reais, construídas com requinte de luxo, em estilos
que variavam com a época de influência histórica.
III) Mobília
A mobília dos antigos no Oriente era bem reduzida. Nas tendas geralmente nada
havia senão tapetes ou esteiras servindo como divã, cadeira, mesa e cama, pois os
orientais tinham por costume sentar-se no chão. Outros objetos de um habitante de tendas
eram: martelo, duas pedras de moinho, algumas panelas, tigelas, amassadeiras e odres.
Nas casas já haviam camas e cadeiras, embora estas sempre baixas. Os candeeiros eram
de barro. Talheres não se usavam antigamente; porém havia garfos para uso no preparo
do alimento.
IV) Alimentação
Pão, leite, mel, legumes, frutas, farinha, azeite e vinho eram a base alimentar. A
carne geralmente aparecia somente em ocasiões especiais. Também o peixe era comum
nas proximidades dos lagos e mares. Manteiga e queijo eram feitos de leite de cabra ou
vaca (mais raramente). Azeite era a gordura mais usada para temperar a comida Os
legumes mais comuns eram: lentilha, cebola, alho, pepino, repolho, e couve-flor. Das frutas
fazemos a menção: uva, figo, tâmaras, ameixas, pêssegos. A carne mais apreciada era a
de cabra, assada ou cozida em água ou no leite.
V) Vestuário
(1) Peças do Vestuário Masculino - Túnica era uma camisola de algodão ou linho, sem mangas,
chegando até os joelhos. A túnica dos ricos e dos sacerdotes tinha mangas compridas e largas.
Manto ou capa era uma peça de fazenda geralmente de lã que se usava por
sobre a túnica, servindo também de cobertor, tapete, sela, etc. Era uma peça bastante
adornada com franjas e borlas. O cinto do manto era feito de couro ou fazenda espessa,
bastante comprido para dar várias voltas na cintura, por dentro do qual também
carregavam-se dinheiro e outras miudezas. O sapato era a sandália confeccionada de couro
ou pano e presa ao pé por cordões de algodão ou fitas de couro fino. Os ornamentos
masculinos mais comuns eram o cajado, o anel-sinete e as filactérias. Na cabeça usava-se
o turbante. Porém a cobertura mais comum era um lnço quadrado preso por uma fita (de
cor diferente) ao redor da cabeça, deixando a parte mais longa para trás a fim de proteger
o pescoço.
(1) O Lugar da Mulher na Sociedade - De modo geral, os orientais dos tempos antigos
relegavam a mulher a uma condição bastante inferior à do homem. Porém os hebreus
asseguravam à mulher o gozo de vários direitos não encontrados nos costumes de outras
nações. Entre os hebreus: a mulher merecia lugar de honra e distinção; a mãe era digna
das mesmas honras que se deviam ao pai; perante às autoridades, a mulher tinha o direito
de requerer justiça; quanto às ocupações, quase que não existia distinção de sexo.
(2) Saudações - Estas sempre eram prolongadas no Oriente. A posição mais comum era
a inclinação do corpo para a frente e com a mão direita posta no lado esquerdo do peito.
Outra maneira usada, especialmente perante pessoas superiores, era a prostração ou
inclinação até a terra. As expressões mais comuns eram: “Paz”, “Paz seja convosco”, “Paz
esteja nesta casa”.
(3) Enterro e Manifestação de Luto - Constatada a morte, o corpo do falecido era lavado
e enrolado com faixas ou lençóis impregnados de perfumes. Raramente eram usados
esquifes ou caixões abertos. O embalsamento não era costumeiro entre os hebreus. O
enterro era feito no mesmo dia da morte. O acompanhamento do cortejo fúnebre era na
seguinte ordem: as mulheres, as carpideiras (lamentadoras profissionais), o defunto, os
parentes e amigos mais próximos, e o povo. O período de luto era de sete dias, em casos
excepcionais era delongado para mais. As manifestações de luto eram variadas: o rasgar
de roupas, o andar descalço, o lançar pó na cabeça, o vestir-se de saco, o arrancar os
cabelos e a barba, o lançar-se no chão, o jejuar, o choro desesperado, o andar com o rosto
coberto, etc.
53
CAPÍTULO 8
Período Inter-Bíblico
I) Introdução
Por cerca de um século depois da época de Neemias, o Império Persa exerceu controle
sobre a Judéia. O período foi relativamente tranqüilo, pois os persas permitiam aos judeus o livre
exercício de suas instituições religiosas. A Judéia era dirigida por sumo sacerdotes, que prestavam
contas ao governo persa, fato que, ao mesmo tempo, permitiu aos judeus uma boa medida de
autonomia e rebaixou o sacerdócio a uma função política.
Em seguida à derrota dos exércitos persas na Ásia Menor (333 AC), Alexandre marchou
para a Síria e Palestina. Alexandre permitiu aos judeus observarem suas leis, isentou-os de
impostos durante os anos sabáticos, e quando construiu Alexandria no Egito (321 AC), estimulou
os judeus a se estabelecerem ali e deu-lhes privilégios comparáveis aos de seus súditos gregos.
Depois da morte de Alexandre (323 AC), a Judéia, ficou sujeita, por algum tempo, a
Antígono, um dos generais de Alexandre que controlava parte da Ásia Menor. Subseqüentemente,
caiu sob o controle de outro general , Ptolomeu I (que havia então dominado o Egito),
cognominado Soter, o Libertador, o qual capturou Jerusalém num dia de Sábado em 320 AC.
Ptolomeu foi bondoso para com os judeus. Muitos deles se radicaram em Alexandria, que
continuou a ser um importante centro da cultura e pensamento judaicos por vários séculos. No
governo de Ptolomeu II (Filadelfo) os judeus de Alexandria começaram a traduzir a sua Lei, i.é., o
Pentateuco ou Torá, para o grego. Esta tradução seria posteriormente conhecida como
Septuaginta, a partir da lenda de que seus setenta (mais exatamente 72 – seis de cada tribo)
tradutores foram sobrenaturalmente inspirados para produzir uma tradução infalível. Nos anos
subseqüentes todo o Antigo Testamento foi incluído na Septuaginta.
Depois de aproximadamente um século de vida dos judeus sob domínio dos
Ptolomeus, Antíoco III (o Grande) da Síria
conquistou a Síria e a Palestina ao Ptolomeus do Egito (198 AC). Os governantes sírios eram
chamados selêucidas porque seu reino, construído sobre os escombros do império de Alexandre,
fora fundado por Seleuco I (Nicator). Durante os primeiros anos de domínio sírio, os selêucidas
permitiram que o sumo sacerdote continuasse a governar os judeus de acordo com suas leis,
Porém, surgiram conflitos entre o partido helenista e os judeus ortodoxos. Antíoco IV (Epifânio)
aliou-se ao partido helenista.
As liberdades civis e religiosas foram suspensas, os sacrifícios diários foram proibidos e um
altar a Júpiter foi erigido sobre o altar do holocausto. Uma porca foi oferecida sobre o altar do
holocausto para ofender ainda mais a consciência religiosa dos judeus.
54
Não demorou muito para que os judeus oprimidos encontrassem um líder para sua causa. Quando
emissários de Antíoco chegaram à vila de Modena, cerca de 24 Km a (O) de Jerusalém, esperavam
que o velho sacerdote, Matatias, desse bom exemplo perante seu povo, oferecendo um sacrifício
pagão. Ele, porém, além de recusar-se a fazê-lo, matou um judeu apóstata junto ao altar e o
oficial sírio que presidia a cerimônia. Matatias fugiu para a região montanhosa da Judéia e, com
seus filhos, empreendeu uma luta de guerrilhas contra os sírios.
Judas, cognominado “o Macabeu”, assumiu a liderança depois da morte de seu pai. Por volta de
164 ac, Judas havia reconquistado Jerusalém, purificado o Templo e reinstituído os sacrifícios
diários. Pouco depois das vitórias de Judas, Antíoco morreu na Pérsia. Entretanto, as lutas entre
Macabeus e os reis selêucidas continuaram por quase vinte anos.
Aristóbulo I foi o primeiro dos governantes Macabeus a assumir o título de “Rei dos Judeus”.
Depois de um breve reinado, foi substituído por Alexandre Janeu, que, por sua vez, deixou o reino
para sua mãe, Alexandra, após sua morte seu filho mais novo Aristóbulo II, deu um golpe de
estado e desapossou seu irmão mais velho João Hircano, e reinou. A esta altura , Antípater,
governador da Iduméia , assumiu o partido de Hircano, e surgiu a ameaça de uma guerra civil.
Consequentemente Roma entrou em cena e Pompeu (general romano) marchou sobre a Judéia
com suas legiões , buscando um acerto entre as partes e o melhor interesse de Roma. Aristóbulo
II tentou defender Jerusalém do ataque de Pompeu, mas os romanos tomaram a cidade e
penetraram até o Santo do Santos, porém, Pompeu não tocou nos tesouros do Templo.
Após a morte de Antípater, Antígono filho de Aristóbulo, tentou apossar-se do trono. Por algum
tempo chegou a reinar sobre Jerusalém, mas Herodes (o grande), filho de Antípater, regressou de
Roma e tornou-se rei dos judeus com apoio de Roma. Seu casamento com Mariane, neta de
Hircano, ofereceu um elo com os governantes Macabeus.
Herodes foi um dos mais cruéis governantes de todos os tempos. Assassinou o venerável Hircano
e mandou matar sua própria esposa e seus filhos. No seu leito de morte, ordenou a execução de
Antípater, seu filho com outra esposa. Nas Escrituras, Herodes é conhecido como o rei que
ordenou a morte dos meninos em Belém por temer o rival que nascera para ser o Rei dos Judeus
(Jesus Cristo).
55
de pensamento era semelhante à dos fariseus, com os quais aparecem freqüentemente
associados no NT.
4) Os Herodianos: Os herodianos criam que os melhores interesses do judaísmo
estavam na cooperação com os romanos. Seu nome foi tirado de Herodes, o Grande,
que procurou romanizar a Palestina em sua época. Os herodianos eram mais um
partido político que uma seita religiosa.
5) Os Essênios: O Essenismo era uma reação ascética do externalismo dos fariseus e do
mundanismo dos saduceus. Os essênios afastavam-se da sociedade e viviam no
ascetismo e celibato. Davam atenção à leitura e estudo das Escrituras, orações e
cerimônias de purificação. Tinham tudo em comum e eram conhecidos por seu trabalho
e piedade. A guerra e a escravidão eram contra seus princípios. O mosteiro de Cunrã,
perto das cavernas onde se encontraram os Códices do Mar Morto, segundo muitos
mestres, deve ter sido um centro essênio no deserto da Judéia. Os códices indicam que
os membros da comunidade tinham deixado as corruptas influências das cidades judias
para prepararem, no deserto, “o caminho do senhor”. Criam na vinda do Messias e
achavam-se o verdadeiro Israel para o qual Ele viria.
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CAPÍTULO 9
(a) Judéia - Era a maior da Palestina, pois compreendia o território que antigamente correspondia às
tribos de Judá, Simeão, Dã e Benjamim. No transcurso dos anos a linha divisória setentrional sofreu
freqüentes variações, porém, pode-se dizer que se estendia desde Jope, na costa do Mediterrâneo, até um
ponto no Jordão, a 16 quilômetros ao (N) do Mar Morto. A linha meridional se estendia desde Ascalom
a (O) para incluir
Edom ocidental a (SE). Excetuando lugares tais como Belém, Betânia, Hebrom e os férteis declives
do lado ocidental da meseta da Judéia, sua característica dominante é a monotonia. A cor cinzenta
das rochas que emergem dum solo árido, os leitos secos e pedregosos das torrentes hibernais, os
montes semeados de pedras com seus cumes arredondados e sem variação de forma ou de cor,
imprimem a essa área um ar de solidão e rudeza.
Etnografia _ Os habitantes eram arrogantes, exclusivistas, conservadores e de pouca
iniciativa espiritual. Todavia, souberam manter-se firmes quando se impunha lealdade ao passado
ou um patriotismo apaixonado. Semelhante caráter estulto, porém, não permitia que mudassem
com facilidade de opinião ou de crença, como prova o fato de que através dos anos se prendiam a
suas tradições e suas crenças inflexíveis no Único e Verdadeiro Deus.
(b) Samaria - Era a província central da Palestina, situada entre a Judéia e a cordilheira
do Carmelo. Contrasta com a Judéia em que seus montes estão agrupados separadamente,
coberto de abundantes pastagens e vegetação, enquanto o terreno está costado por formosas e
férteis planícies que antigamente produziam enormes colheitas de cereais e frutas, circunstância
que a fazia cobiçada, nos tempos bíblicos, pelos inimigos de Israel. A planície de Sarom que se
encontrava dentro de seus limites, ao lado ocidental, era ocupada quase exclusivamente por gente
pagã, fato esse que obrigou os samaritanos a se radicarem nas serranias.
Etnografia _ Os samaritanos tinham a reputação de ser gente descontente que sabia
abrigar sentimentos de ódio e vingança, porém ao mesmo tempo não era mal-agradecida.
(c) Galiléia - A mais setentrional das províncias ocidentais, compreendia todo o território
ao N de Samaria até ao monte Líbano, estendendo-se de E a O, entre o Mar da Galiléia e o Mar
Mediterrâneo e Fenícia. Coincidia essa região com o território que coube às tribos de Zebulom,
Aser, Naftali e grande parte de Issacar. Era atravessada por grandes rotas de caravanas que
demandavam de Damasco ao Sul, do Lago da Galiléia ao Egito, e através da baixa Galiléia a Bete-
Seã, e dali através do Jordão, a Gileade e Arábia. Foi afamada pela assombrosa variedade,a
exuberante fertilidade e extraordinária beleza de seu território. Seus alegres prados eram também
afamados, suas fragrantes flores e seus frondosos bosques de sicômoros, azinheiros e louros,
alegrados por multidões de pássaros de todos os climas. As fraldas de seus cerros dispostos em
terraços foram povoados de rebanhos e os vales prodigamente regados por risonhos riachos
rendiam colheitas abundantes de grãos, uvas, figos, olivas, enfim, toda espécie de frutas e
legumes de um clima subtropical. Em vão se buscaria em todo o território palestino umas região
de tão encantadora beleza e vegetação tão profusa.
Etnografia _ Por longo tempo a província da Galiléia se chamava “Galiléia dos Gentios”, em
virtude de se achar povoada principalmente por fenícios, árabes, egípcios, sírios, etc., os quais se
estabeleceram naquela área depois do Cativeiro. Os judeus patriotas que se dirigiram a este
ponto, de regresso da Babilônia, foram novamente atraídos para a Judéia por Simão Macabeu.
Porém mais tarde, no reinado de João Hircano, muitos judeus voltaram a estabelecer-se no
57
aludido território sem temor de serem perseguidos, e pouco a pouco deixou-se de empregar o
termo “dos gentios” ao referir-se àquela província. O contínuo contato dos galileus com os
comerciantes que freqüentavam sua região, e com os estrangeiros que se estabeleceram no lado
ocidental do lago da Galiléia, influiu muito em sua emancipação de preconceitos religiosos, e por
conseguinte, na aquisição de um caráter mais expansivo e cordial em relação ao de seus vizinhos
ao S. Embora tivessem fama de ser de caráter rixento, eram na verdade patriotas fervorosos e de
nobres impulsos, se bem que é certo, gostavam de inovações e das sedições. Foi, pois, entre
aquela gente que nosso Salvador encontrou sua melhor aceitação, seus primeiros discípulos e
agressivos missionários.
(a) Peréia - Designada no Novo Testamento como “a outra banda do Jordão”, aplicava-
se à faixa de terra que se estendia ao longo do Jordão desde um pouco ao S de Pela até ao
Arnom. Segundo Josefo, a região se inter-relacionava com Decápolis, pois ele considerava Gadara
como a capital pereana e contava a Otopos, em lugar daquela, na confederação de cidades
gregas. Esse território, que se confundia a E com o deserto arábico, não contava com população
numerosa e não figurava muito no ministério do Salvador.
Etnografia _ Constituiu essa região uma importante base de população judia. Alguns gregos
também se estabeleceram dentro de seus limites.
(b) Decápolis - Não era um termo preciso, por conseguinte não se deve considerar como
uma jurisdição política. No sentido mais limitado da palavra, refere-se a dez cidades gregas
sob a proteção do governador da Síria, cada uma delas constituindo um centro
administrativo da região circunvizinha. As cidades da confederação eram: Citópolis,
Damasco, Diom, Rafana, Canata, Hipos, Gadara, Pela, Geresa e Filadélfia. Tais
confederações, tão comuns na época do império romano, foram formadas para promover
as relações comerciais entre si e o cultivo do espírito helênico contra as raça's estrangeiras.
O antigo Basã, em cujo território havia penetrado a influência grega, dividia-se no tempo
do Novo Testamento em cinco seções: Gaulonites, Auranites, Traconites, Ituréia, Batanéia.
Etnografia _ Na região compreendida entre Hipos e Filadélfia, predomivam os gregos,
enquanto que estrangeiros de diversos países e judeus residiam principalmente ao N e NE
de dita região.
IV) Período de 4 AC – 40 AD
Quando Jesus Cristo nasceu, Herodes o Grande governava todo o território da Palestina
(Iduméia, Judéia, Samaria, Galiléia, Peréia e Decápolis), após sua morte, Roma não quis outorgar
ao seu sucessor, Arquelau, tanto poder como havia tido seu pai e, dividiu seus domínios em 4
(quatro) tetrarquias que são:
''
1) Tetrarquia de Arquelau: Esta era composta pela Judéia, Samaria e Iduméia (Mt. 2:22).
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4) Abilene: Era o pequeno distrito entre o Monte Hermom e Damasco, constituiu o
território que coube a Lisânias o tetrarca.
Arquelau acabou sendo destituído pelo imperador romano; em seguida a Judéia e Samaria
foram anexados diretamente ao império romano e governados por procuradores, dos quais Pôncio
Pilatos era um de interesse bíblico.
3) Responda: Qual era o rei que governava a Palestina quando Jesus Cristo Nasceu ?
___________________________________________
V) Período de 41 AD – 44 AD
A subida de Calígula ao trono imperial romano foi ocasião de conceder a Herodes Agripa I
(filho de Aristóbulo, neto de Herodes o Grande), todos os domínios de Herodes o Grande,
juntamente com Abilene, de modo que reinou sobre uma extensão territorial mais ou menos igual
à de Salomão. Foi ele quem matou o apóstolo Tiago, encarcerou a Pedro e morreu
ignominiosamente depois em Cesaréia (At. 12).
VI) Período de 45 AD – 70 AD
Ao morrer Herodes Agripa I, o país se sujeitou a uma nova organização, sendo dividido
politicamente em duas províncias:
1) A Quinta Província e Abilene: Herodes Agripa II, filho de Herodes Agripa I, contava
somente com 17 anos quando morreu seu pai, e o imperador lhe outorgou só as
tetrarquias de Felipe e Lisânias sobre as quais governou até à extinção do estado judeu
por Tito no ano de 70 AD, data em que se retirou para Roma. Ante esse rei Agripa é
que Paulo deu um excelente testemunho (At. 25 e 26).
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CAPÍTULO 10
O Evangelho Na Palestina
I) Introdução
Depois que Jesus voltou aos céus, os discípulos, amedrontados e tristes, permaneceram na
capital da Palestina, Jerusalém.
Em Jerusalém receberam o Consolador, o Espírito Santo, que Jesus havia prometido.
Por algum tempo os cristãos viveram em paz em Jerusalém, e, pelo poder do Espírito
Santo, rapidamente se multiplicaram.
Mas então começaram as perseguições, e muitos cristãos fugiram da cidade, com exceção
dos apóstolos, os cristãos fugiram de Jerusalém indo para outras cidades da Judéia e Samaria.
Filipe foi um dos cristãos que deixaram a cidade de Jerusalém, e foi para Samaria, onde
começou a anunciar o Evangelho para os samaritanos. Nesta cidade houve uma grande
quantidade de pessoas convertidas ao Evangelho ao ponto dos apóstolos, que estavam em
Jerusalém enviarem Pedro e João.
De Samaria Filipe partiu para o caminho que ia para a cidade de Gaza, onde anunciou o
Evangelho para um oficial da rainha da Etiópia.
Do caminho que ia para Gaza, Filipe foi para a cidade de Azoto; e evangelizando foi parar
na cidade de Cesaréia.
Pedro depois de estar em Samaria passou a visitar as igrejas de Cristo, para confirmar a fé
dos convertidos e ensinar-lhes sobre Jesus e o reino de Deus. Pedro, desta forma passou por toda
parte, chegando a Lida onde curou o paralítico Enéias
Da cidade de Lida, Pedro, foi para a cidade de Jope onde ressuscitou a Dorcas; desta
cidade, foi até Cesaréia onde pregou o Evangelho ao centurião Cornélio e seus familiares.
Pedro após estes acontecimentos voltou para a cidade de Jerusalém.
61
CAPÍTULO 11
Até este momento estivemos nas terras da Palestina, onde Jesus nasceu e viveu, e por
onde os primeiros cristãos se espalharam ao fugirem de Jerusalém. Neste momento vamos deixar
a Palestina, o berço do cristianismo, e viajar pelo mar Mediterrâneo, pois o mundo, no início do
cristianismo, girava todo ao seu redor.
O mar Mediterrâneo está situado entre a Europa, África e Ásia. O mundo relacionado com o
Novo Testamento, compreendia as terras banhadas pelo Mediterrâneo.
O mar Mediterrâneo foi um verdadeiro caldeirão onde os povos da antigüidade se
encontravam e misturavam. Uma grande parte do mundo civilizado na antigüidade dava para o
mar Mediterrâneo.
V) Províncias Romanas
Para facilitar a administração os romanos dividiram o Império em províncias. As províncias
mencionadas no Novo Testamento são: Macedônia, Acaia, Ásia, Creta e Cirene, Bitínia, Chipre,
Panfília, Cilícia, Siria, Egito, Ilírio, Galácia, Judéia, Capadócia, Lícia.
Estudaremos apenas sete províncias, que são:
(1) Síria_ A Síria ficava ao (N) da Palestina. Os romanos deram o nome de província da
Síria a toda a região que ficava a E do mar Mediterrâneo. Desta forma a Palestina,
também estava incluída na província da Síria. Foi na cidade de Antioquia, localizada
nesta província, que os discípulos foram chamados pela primeira vez de cristãos.
(2) Chipre_ Localizada no mar Mediterrâneo, era uma ilha famosa na antigüidade pela
riqueza de suas minas de cobre; Barnabé era natural desta província.
(3) Galácia_ Nesta província estavam, entre outras, as cidades de Icônio, Derbe e Listra,
cidades estas que o apóstolo Paulo esteve.
(4) Ásia_ Era a província oriental mais importante do Império Romano. Localizava-se a (E)
da província da Galácia e a (O) pelo mar Egeu (hoje em dia chamamos de Ásia ao
grande continente que abrange a Índia, Rússia, China, Japão, etc. A província romana
da Ásia corresponde apenas ao que chamamos hoje de Ásia Menor).
(5) Macedônia_ Localiza-se ao (NNO) do mar Egeu e limitando-se desta forma a (E) pelo
mar Egeu e a (O) pelo mar Adriático. A macedônia pertence ao continente Europeu.
(6) Acaia_ Localiza-se ao S da Macedônia, nesta província estão as cidades de Corinto e
Atenas (hoje as províncias romanas da Macedônia e Acaia constituem a Grécia).
(7) Itália_ Nesta província localizava-se a cidade de Roma, capital do Império Romano.
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Mapa império romano
63
CAPÍTULO 12
Consolidado o trabalho evangélico em Antioquia (da Síria), a igreja local, orientada pelo
Espírito Santo, comissiona Barnabé e Saulo (Paulo) para a pregação das boas-novas aos gentios.
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VIII) Segunda Viagem Missionária (At. 15:36 a 18:22)
De Antioquia , Paulo e Silas tomaram rumo norte, viajando por terra para:
Cilícia, cuja capital era Tarso, e atravessando os Montes Taurus, chegaram em:
Derbe e Listra, que foram os pontos finais da primeira viagem. Em Listra Paulo
encontrou Timóteo, que lhe pareceu apto para o trabalho missionário e o convidou para
integrar a sua equipe. Partindo dali, passaram pelas regiões da Frígia e Galácia, indo
para Trôade, na costa do mar Egeu, de onde orientados pelo Espírito santo partiram
para a Macedônia.
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IX) Terceira Viagem Missionária (At. 18:23 a 21:8)
Depois de breve período de descanso, Paulo empreendeu sua terceira viagem missionária.
Partindo de Antioquia, Paulo dirigiu-se, através das províncias de Cilícia, Galácia e Frígia para :
Éfeso, que é o ponto principal de sua atenções nesta viagem, onde Paulo ministrou na
Escola de Tirano, por uns dois anos, após isto Paulo partiu para:
Trôade, onde esperou o seu novo companheiro de viagem Tito, que lhe trouxe notícias de
Corinto, passando para a Macedônia foram para:
Corinto, onde pôs em ordem as irregularidades ocorridas na igreja e de onde escreveu as
duas importantes epístolas ao Gálatas e Romanos. De Corinto, Paulo empreendeu sua viagem de
retorno seguindo para Filipos:
De Filipos regressou para Trôade na Ásia. De Trôade seguiu o itinerário: Assôs, Mitilene,
Mileto (de onde o apóstolo mandou chamar os presbíteros de Éfeso), Cos (na ilha de Rodes),
Pátara (de onde navegou direto para Tiro), de Tiro partiu para Cesaréia e foi para Jerusalém.
Paulo ao chegar em Jerusalém por ocasião da festa de Pentecostes suscitou a ira dos judeus, que
tentaram matá-lo. Detido pelas autoridades romanas, foi enviado a Cesaréia, onde acabou
apelando a César.
De Cesaréia, onde permaneceu por dois anos, foi para:
Sidom, onde lhe foi permitido visitar os amigos, partindo posteriormente para:
Mirra, porto da província da Lícia , na Ásia Menor, de onde partiu até:
Bons Portos, na ilha de Creta, e dirigiu-se à:
Ilha de Malta, ou Melita, onde ficaram alguns dias, em virtude do naufrágio, e partiram para:
Siracusa, na costa oriental da Sicília. Dali seguiram para:
Régio, já península itálica, de lá navegando à:
Potéoli, ponto final da viagem marítima, e partiram para Roma.
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Apêndice – A
Dinheiro, Pesos e Medidas
(1) Dinheiro
(a) Dárico _ A moeda cunhada persa mais antiga, conhecida pelos hebreus no período
da restauração (Ed. 2:69), valendo, segundo John D. Davis, um dólar.
(b) Shekel ou siclo _ A primeira moeda cunhada judaica (shekel e meio shekel de prata
e a subdivisão em quartos de cobre, chamados leptos).
(c) Dracma (moeda grega) _ valia um quarto de shekel ou siclo.
(d) Denário (moeda romana) _ valia um quarto de shekel ou siclo.
(e) Didracma _ valia, meio siclo, era a moeda do tributo (Mt. 17:24).
(f) Estáter _ Moeda romana, igual a um siclo ou shekel judaico.
(g) Ceitil _ Moeda romana, também chamada “sescum”, valia uma oitava paste de um
“as” ou “asse” (Lc. 12:6; Mt. 10:29). Dois ceitis equivaliam a um quadrante, e 4
quadrantes a um “as”ou “asse”.
(2) Pesos
Segundo Levítico 19:36, os hebreus desde os tempos mais remotos de sua nacionalidade
usavam pesos e medidas para avaliar o dinheiro e outros artigos comerciais. Os pesos referidos na
Bíblia são os seguintes
(a) Shekel ou Siclo _ Segundo o historiador Flávio Josefo, o shekel ou siclo de ouro
tinha cerca de 16 gramas e o de prata aproximadamente 14 gramas. Já o siclo
babilônico era de apenas de 8 gramas. O siclo sagrado, ou siclo do santuário, era
equivalente ao de prata.
(b) Óbolo ou jeira _ Era submúltiplo do siclo, ou seja, a sua vigésima parte.
(c) Beca _ Outro submúltiplo do siclo , era igual a dez óbolos ou meio siclo.
(d) Arratel _ 300 gramas
(e) Mané _ Múltiplo de siclo, valendo 50 siclos, ou cerca de 800 gramas, era também
chamado mina.
(f) Talento _ 3 mil siclos, aproximadamente 50 quilogramas ou 60 minas.
(3) Medidas
Algumas medidas variam de acordo com os autores e investigadores que nem sempre tiveram
ao seu alcance as melhores fontes. Nesta exposição baseamo-nos em Joseph Angus e John D
Davis, considerados os melhores.
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(f) Braça (medida grega) _ Cerca de 2 metros e 20 centímetros (At. 27:28).
(g) Estádio (medida grega equivalente ao comprimento da pista do estádio de Olímpia,
centro de competições atléticas) _ Igual a 185 metros.
(h) Milha (medida romana) _ Equivalente a 1.500 metros.
(i) Caminho de um Sábado _ Correspondia a 1.000 metros aproximadamente, e originou-
se do costume observado no deserto, junto do Sinai, de não se percorrer no Sábado
distância maior que a do arraial até o tabernáculo.
Jeira, que, segundo Angus, “é um espaço de terra que uma junta de bois pode lavrar num
dia”. Evidentemente a dimensão exata da jeira não é possível de se estabelecer, mas os
autores opinam em torno de 2.500 metros quadrado.
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Apêndice - B
Divisões do Tempo
A maneira usada pelos hebreus para computar o tempo era como segue:
I. Dia
A palavra “dia” se empregava em vários sentidos. Denota ordinariamente o tempo que leva
a terra para dar uma volta sobre seu próprio eixo. O dia civil é aquele cujo princípio e fim têm sido
fixados pelo costume dos diversos povos antigos. Os israelitas costumavam contar o dia de uma
tarde a outra, ao passo que entre nós se conta de uma meia-noite à outra. O dia natural constitui
o espaço de tempo que dura a claridade solar sobre o horizonte, o qual corresponde ao transcurso
entre o nascer e pôr do sol ( Lv. 23;32).
Divisões do Dia
A noite, por sua vez, era dividida em três vigílias ou velas, isto é;
Mas no Novo Testamento se vê claramente que dividiam o dia em doze horas, cuja duração
flutuava segundo as estações, embora dum modo geral se contasse desde as 6 da manhã
até às 6 da tarde. A noite era dividida em quatro vigílias à maneira dos romanos.
Dia
Noite
II. Semana
Esta era de sete dias chamados pelos seus ordinais – primeiro dia, segundo, etc., ainda que
o sexto dia geralmente fosse denominado “o dia da preparação”, e o sétimo, pelo seu caráter
sagrado “Sábado (descanso)”.
70
III. Mês
Os meses hebreus eram lunares, por estarem regulados de conformidade com as fases da
lua, começando na lua nova. Como uma lunação requer pouco mais de 29 ½ dias, os meses por
conseguinte representavam um termo médio de 29 a 30 dias alternadamente, somando 354 dias.
Para acomodar este ano lunar de 354 dias ao ano solar de 365 dias intercalava-se um mês
suplementar cada 3 ou 4 anos. Este mês chamava Ve-adar ou Adar-segundo.
No princípio os judeus não designavam os meses com nomes particulares, mas eram
citados por sua ordem no ano. Por exemplo , primeiro mês, segundo, etc., porém, depois do
cativeiro cada mês recebeu seu nome distintivo, tomado, segundo se crê, do uso dos caldeus e
persas.
IV. Ano
Dividia-se em “Sagrado e Civil”. Pelo primeiro, que começava em março-abril com a lua
nova, em recordação da saída dos hebreus do Egito, o qual correspondia ao sétimo mês, no ano
civil, se fixavam as festas religiosas. O segundo, que começava em setembro-outubro, na lua
cheia, regia para os trabalhos agrícolas e os assuntos civis.
V. Calendário Hebreu
No quadro abaixo consignamos o número e nome dos meses judeus e sua correspondência
aproximada em nosso calendário, junto com a estação agrícola e o tempo.
71
à noite.
Etanim ou Tisri VII 1 Vindima na Palestina Vento frio do
(outubro). setentrional. Colheita de Norte.
algodão. Começo da lavra
e semeadura.
Bul (novembro). VIII 2 Mês da lavra e As chuvas não
semeadura. Cidras e são fortes até
laranjas em flor. fins do mês.
Quisleu IX 3 As árvores perdem suas As chuvas são
(dezembro). folhas. Neve nas abundantes.
cordilheiras. As campinas
cobertas de flores. Os
desertos antes ermos,
reverdecem de verdes
pastos.
Tebete X 4 As laranjas amadurem. Os Neve e
(janeiro). rios aumentam seu nevoeiros nas
caudal. Prados adornados alturas. Às
de flores. vezes uma
ligeira nevada
em Jerusalém.
Meses de chuva
mais copiosa:
dezembro a
fevereiro.
Sebate XI 5 Laranjeiras carregadas de Rios
(fevereiro). frutos nas terras baixas. caudalosos.
Amendoeiras e
pessegueiros em flor.
Laranjeiras carregadas de
frutas nas regiões cálidas.
Adar (março). XII 6 Colheita de cevada em Os rios
Jericó. crescem.
Furacões. Neve
raras vezes.
72
Apêndice - C
Festas Religiosas Anuais
Os hebreus costumavam celebrar anualmente sete festas religiosas anualmente, sendo que
cinco eram da época mosaica e duas de épocas posteriores. As mais importantes delas eram três -
às quais estavam obrigados a assistir todos os varões da nação (Êx. 23: 14-19) – que eram: a da
Páscoa, a de Pentecostes e a dos Tabernáculos. Elas objetivavam manter viva no coração do povo
a realidade de que tudo que ele possuía ou tudo que ele era em si vinham de Deus como dádiva.
Em resumo, as lições que as festas pretendiam ensinar eram as seguintes:
1) Tudo provém de Deus, como proprietário que é de todas as coisas.
2) A natureza produz pela providência de Deus (uma espécie de maná).
3) Este Deus a quem pertencem todas as coisas e que faz a terra produzir
milagrosamente é o Deus dos hebreus, que os dirige, guia e protege, com o fim
de habilitá-los a desempenhar no mundo uma missão específica e messiânica.
As festas eram as seguintes:
1) Páscoa, ou Festa dos Pães Asmos - Era celebrada de 14 a 21 do mês de Abibe ou Nisã, o
primeiro do ano religioso, como um memorial do livramento dos hebreus do jugo egípcio,
destacando, especialmente, a passagem (este é o significado da palavra “páscoa”) do anjo que
feriu os primogênitos dos egípcios. O cordeiro pascal se comia no começo do dia 15 , no dia
seguinte se ofereciam as primícias da cevada, designando-se outros serviços especiais, para os
demais dias que durava a festa. Nosso Senhor, depois de celebrar a páscoa pela última vez,
que em realidade tipificava seu sacrifício vicário a favor da humanidade, instituiu a festa cristã,
na qual seus seguidores deveriam comemorar sua morte até sua próxima vinda.
2) Pentecostes, ou Festa das Semanas ou Dia das Primícias - Constituía a Segunda das
três grandes festas anuais, e a primeira das festas agrárias. Ocorria no dia 6 de Sivã, isto é, o
qüinquagésimo dia depois da consagração da estação da colheita, mediante o oferecimento
do primeiro feixe de cevada, que costumava oferecer-se no segundo dia de festa da páscoa, o
qual deu origem ao nome de Pentecostes ou dia Qüinquagésimo. Foi instituído como dia de
expressão de graças a Deus pela colheita de cereais. A festa de Pentecostes mais notável foi
aquela que se celebrou depois da ascensão de Cristo, em que o Espírito Santo foi derramado
sobre os congregados no Cenáculo e que assinala, por sua vez , a data da fundação da Igreja
Cristã.
3) Festa dos Tabernáculos - Festa conhecida também como a da Colheita, Festa do Senhor ou
simplesmente “a festa”, celebrava-se no 7º mês, Tisri, e durava sete dias (15 a 21). De todas
as festas, esta era a mais alegre porque caía justamente numa época do ano em que todos os
corações estavam repletos de contentamento pelas colheitas guardadas nos celeiros, frutos
recolhidos e a vindima feita, o que falava eloqüentemente do favor de Deus a ao mesmo
tempo lembrava a proteção de Deus durante a peregrinação no deserto quando o povo
habitava em tendas ou cabanas. Diz-se que três eram as coisas principais que distinguiam esta
festa das demais:
a) o caráter alegre das celebrações.
b) a habitação em “tendas”.
c) os sacrifícios e ritos peculiares à semana.
4) Trombetas ou Lua Nova - Era observada no 1º e 2º dias de Tisri, o 7º mês, porque
assinalavam a 7ª lua nova do ano religioso (sagrado) e o início do ano civil. A particularidade
desta celebração era o toque de trombetas dos sacerdotes com que dava o início da festa.
5) Dia da Expiação - Este era o dia 10 do 7º mês, Tisri, e observado com abstenção dos
trabalhos e com jejum. Neste dia, somente o sumo sacerdote é quem oficiava, e o fazia não
com vestes comuns, mas especiais, coo expressão de pureza. Este era o único dia do ano que
o sumo sacerdote entrava no Santos dos Santos para oferecer expiação por si mesmo, pelos
sacerdotes e pelo povo. Era realmente o dia mais importante de todo o calendário judaico e o
mais complexo no que diz respeito aos sacrifícios, seu preparo, seus detalhes e seu oficiante.
73
6) Purim - Chamada assim pelo nome Pur, que quer dizer “sorte”, instituída depois do cativeiro,
comemorava a libertação providencial dos judeus da Pérsia, do cruel massacre idealizado por
Hamã. Era celebrada nos dias 14 e 15 do mês de Adar (março).
7) Dedicação - Instituída por Judas Macabeu, em 165 AC para celebrar a purificação do Templo,
depois de haver sido profanado com a introdução nele da idolatria grega, por Antíoco Epifanes
IV. Realiza-se a 25 de dezembro.
Festas Móveis
1) O Sábado _ Comemorava o dia do repouso cada sétimo dia.
2) A Lua Nova _ Ocorria cada primeiro dia do mês. Era uma festa de devoção e celebrada com
um festim.
3) O Ano Sabático _ Celebrada cada sete anos, em que se suspendia todo o trabalho agrícola e
em que o credor tinha que renunciar a todo direito à cobrança, se tratasse de devedores
israelitas.
4) O Jubileu _ Realizada cada cinqüenta anos e anunciada solenemente ao som da trombeta.
Nesse ano a terra gozava de um repouso universal e cada um resgatava a possessão de sua
herança que houvesse sido hipotecada ou vendida. Ficavam perdoadas as dívidas, e livres os
que se encontravam em dura servidão.
74
Bibliografia:
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Geografia Bíblica. Rio de Janeiro. CPAD. 224 p..
É um fato que nunca deixa de ser motivo de admiração que o Criador do Universo viesse a
se interessar numa parcela tão insignificante de sua Criação como nosso planeta, porém aumenta
milhares de vezes o assombro do estudante ao dar-se conta de que os sucessos relacionados com
o Povo Escolhido e o Salvador do Mundo se desenvolveram dentro de um pequeno retângulo da
Ásia Ocidental.
Em virtude disso, a importância do estudo da Geografia Bíblica está no auxílio que ela nos
oferece na apreciação, compreensão e interpretação dos fatos bíblicos, pois, localizando, fixando e
documentando os relatos sagrados, a Geografia Bíblica completa as informações, dando-lhes mais
consistência e autenticidade.
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