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TESTE DE HISTÓRIA A – 11.

º ANO

GRUPO I – A SOCIEDADE INDUSTRIAL OITOCENTISTA: A CONDIÇÃO OPERÁRIA

DOC. 1 – AS CRÍTICAS AO CAPITALISMO DOC.2 – A desigualdade e a exploração no trabalho (gravura do


século XIX)
A Grã-Bretanha tem desenvolvido […] o despotismo
do capital e a escravidão do trabalho. Em nenhum
outro país foram de tal forma varridos da terra os
estádios intermédios entre os milionários […] e os
assalariados vivendo na miséria. […]. Na Grã-Bretanha
ocorreu um divórcio completo entre a propriedade e o
trabalho. Em nenhum outro país, aliás, a guerra entre
as duas classes que constituem a sociedade moderna
assumiu dimensões tão colossais e características tão
distintas e visíveis. Mas é precisamente a partir destas
realidades que as classes trabalhadoras da Grã-
Bretanha são chamadas a agir como líderes no
grandioso movimento que deve culminar na absoluta
emancipação do trabalho. […] Foram os milhões de
trabalhadores na Grã-Bretanha que primeiro estabeleceram a base real de uma nova sociedade […]. Têm agora de tomar
consciência da sua condição. Têm de libertar das amarras infames do monopólio a capacidade de produção de riqueza,
sujeitando-a ao controlo coletivo dos produtores […]. As classes trabalhadoras, para terem êxito, não querem a força, mas a
organização da sua força comum, a organização das classes trabalhadoras.
Karl Marx, Carta aos trabalhadores ingleses reunidos em Manchester, 1854.

1. Nomeie, com base no documento 1, o princípio marxista subjacente à afirmação “[as classes trabalhadoras]
Têm de libertar das amarras […] a capacidade de produção de riqueza, sujeitando-a ao controlo coletivo dos
produtores”.
2. Transcreva duas afirmações do documento 1 que traduzem o modelo económico-social proposto por Karl
Marx.
3. Refira, a partir dos documentos 1 e 2, três das características das condições de trabalho do operariado no
século XIX.

GRUPO II – PORTUGAL: DO PROGRAMA DA REGENERAÇÃO À CRISE ECONÓMICA DO FINAL DO SÉCULO


(1852-1891)

DOC. 1 – A REGENERAÇÃO VISTA POR UM CONTEMPORÂNEO


Com um espírito novo, a Regeneração veio proclamar o contrário do que então se dissera e estava desacreditado. […] Amortizar,
pedindo emprestado, nós que temos de nos endividar para solver os encargos anuais […]. Amortizar, o quê? A dívida? Não, que
deve ser fundada, permanente, eterna, como caixas de economias, instrumento de distribuição de riqueza, de capitalização de
migalhas […]. Um Estado não é um particular. Quanto mais uma nação dever mais rica será. Os tempos tinham mudado, em
Portugal e em toda a parte. Chegara [o] liberalismo […]. Reconhecia-se conquistada a liberdade […]. Custara muito? Ao reino, é
impossível dizer quanto? ao Tesouro, cinquenta, sessenta, oitenta mil contos? […] De joelhos, perante o deus Fomento! Com
esse culto novo podia gastar-se à larga, à farta […]. O deus novo pagaria com muitos mil os empréstimos que se lhe faziam.
Caminhos de ferro! Caminhos de ferro! Circulação, liberdade respiratória para o corpo económico! Vida nova! E assim o moço
ministro engenheiro […] entrava pregando a religião nova.
Oliveira Martins, Portugal Contemporâneo, 1.ª Ed., 1881.
DOC. 2 – A CRISE FINANCEIRA EM PORTUGAL
Reunidas as Câmaras e aberta perante elas o orçamento de Estado,
começa-se por constatar […] que continua a existir o défice. Cada um
dos três Governos, a quem a Coroa alternadamente adjudica a
mamadeira do sistema, encarrega-se de explicar […] essa ocorrência –
aliás desagradável, cumpre dizê-lo – mas de que ele, Governo em
exercício, não tem culpa […] decide-se que é indispensável, ainda mais uma vez, recorrer ao crédito, e faz-se um novo
empréstimo. No ano seguinte averigua-se por cálculos cheios de engenho aritmético que para pagar os encargos do empréstimo
do ano anterior não há outro remédio senão recorrer ainda mais uma vez ao País, e cria-se um novo imposto. […] criam-se
impostos para pagar os juros dos empréstimos, […], e neste interessante círculo vicioso, […], o défice […] aumenta sempre […].
Ramalho Ortigão, As Farpas, Vol. VI, 1882.

1. Nomeie o “moço ministro engenheiro” (Doc.1) a que se refere Oliveira Martins.


2. Explicite, a partir do documento 1, três características associadas ao período da Regeneração.

3. A referência “Reunidas as Câmaras”, em 1882 (Doc. 2), remete politicamente para o período da…
(A) Monarquia absoluta.
(B) Monarquia feudal.
(C) Monarquia constitucional.
(D) República.

4. A afirmação “Cada um dos três Governos, a quem a Coroa alternadamente adjudica a mamadeira do
sistema” refere-se ao sistema político-partidário designado…
(A) Rotativismo.
(B) Bipartidarismo.
(C) Alternância política.
(D) Bicameralismo.

5. Explicite, a partir dos documentos 1 e 2, três dos problemas que conduziram Portugal à crise financeira da
década de 1890.

GRUPO III – PORTUGAL: DA CRISE DO FINAL DO SÉCULO XIX À AÇÃO DO I GOVERNO


REPUBLICANO (1911)

DOC. 1 – A DEFESA DO REI FACE À IMINENTE QUEDA DA MONARQUIA


Foi uma coroa de espinhos a que o moço rei teve para colocar sobre a cabeça, e nem o brio da juventude lhe permitiu um instante
o gozo da vaidade, a que se chama fortuna. […] E antes, depois e sempre, em todo o decurso deste já longo terramoto, cujo fim
não vimos ainda, o moço rei, sozinho, desajudado de homens prestigiosos que lhe amparassem o trono, com partidos
desconjunturados que na hora do perigo se demitem, confessando meritoriamente a sua impotência, ouvia estalar os tiros
sediciosos do Porto e crescer a vozearia, confundindo os erros da sociedade com a responsabilidade da Coroa, esperando a
salvação da queda da monarquia. Como se, no jogo mais ou menos imperfeito das instituições vigentes, houvesse alguma
espécie de tirania! […] Como se a desesperança, a apatia, o abandono com que a sociedade portuguesa se submete à oligarquia
das clientelas e cabalas que a exploram, fossem filhas da ação perniciosa da Coroa! Como se, pelo contrário, não pudesse o rei
queixar--se de tantos que desertam o seu posto.
F.A. Oliveira Martins, “El-Rei D. Carlos I” in Semana de Lisboa, 1/1/1893.

DOC. 2 – AS CRÍTICAS À MONARQUIA


A velha administração da nova monarquia [reinado de D. Manuel II] não fez uma reforma útil, não fez um pataco de economias e
agravou todas as despesas e todos os males. Aumentou a lista civil ao rei, empenhou os rendimentos públicos […], contraiu mais
empréstimos, deu mais empregos. […] O rei é novo. Sim, é novo! Mas o que é numa monarquia sem monárquicos um rei, mesmo
novo? É ele, por isso, mais rei? Não. É menos. É então um privilégio cujo absurdo salta à vista. Quer dizer nesta nova monarquia
nada em rigor é novo, nem mesmo o rei. O rei tem dezanove anos, mas a mentalidade que lhe estão fazendo tem séculos. […] A
situação é improlongável […]. Pode dizer-se que a vida social está desorganizada e que todas as resoluções individuais estão
suspensas à espera da grande resolução coletiva […]. O comércio está paralisado. Não se compra nem se vende. As falências
[…] sucedem-se. Quando ouvir lá fora a derrocada de sete séculos de monarquia que fazem a história deste país, há de ouvir
também o hino imenso da vitória do povo, celebrando a sua libertação. Estes acontecimentos estão muito à mercê do imprevisto,
mas hão de dar-se e hão de conduzir a estes resultados.
João Chagas, Cartas Políticas, Lisboa, 22 de fevereiro de 1909.
DOC. 3 – A ASCENSÃO DOS REPUBLICANOS DOC. 4 – AS CONQUISTAS REPUBLICANAS
No dia 23 de novembro de 1910, lembrou-se o Governo
da República de proclamar oficialmente o direito à greve
[…]. No dia 8 de março de 1911 foi confirmada a lei do
descanso semanal. A instrução pública, todos o sabem,
enferma de graves faltas. Para as remediar demanda-se
tempo e dinheiro. […] O Governo […] decretou a criação
de novas escolas primárias. […] O decreto de 20 de abril
[…] separou a Igreja do Estado […]. Suprimiu as
congregações, tarefa bastante fácil, porquanto o papel
delas era de há muito limitadíssimo.
Léon Poinsard, Portugal Ignorado, 1912 [adaptado].

1. Nomeie o acontecimento que


levou à subida de um «rei […] novo» (Doc. 2).

Comício republicano, Lisboa, 1908. 2. Ordene os seguintes


acontecimentos:
(A) Revolta da Janeirinha.
(B) Promulgação da Constituição republicana.
(C) Início da governação de João Franco.
(D) Regicídio.
(E) Golpe de 31 de janeiro.

3. Desenvolva, a partir dos documentos 1 a 4, o seguinte tema:


Da situação política da década de 90 em Portugal à queda da monarquia e à instauração do regime
republicano.
A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três aspetos de cada um dos seguintes tópicos:
- a crise da monarquia – fatores e manifestações de descontentamento;
- as ações levadas a cabo pelos republicanos para a tomada do poder;
- as primeiras medidas da República.
Deve integrar na resposta, para além dos seus conhecimentos, os dados disponíveis nos documentos 1 a 4.

GRUPO IV – OS CAMINHOS DA CULTURA E DA ARTE


NA VIRAGEM PARA O SÉCULO XX DOC. 2 - GRUPO ORGANIZADOR DAS
CONFERÊNCIAS DO CASINO, 1871.
DOC. 1 – A DEFESA DE NOVAS IDEIAS
Os meus romances importam pouco; está claro que são medíocres; o que importa é o triunfo do Realismo - que ainda hoje
méconnu e caluniado, é todavia a grande evolução literária do
século, e destinado a ter na sociedade e nos costumes uma
influência profunda. O que queremos nós com o Realismo? Fazer o
quadro do mundo moderno, nas feições em que ele é mau, por
persistir em se educar segundo o passado; queremos fazer a
fotografia, ia quase a dizer a caricatura do velho mundo burguês,
sentimental, devoto, católico, explorador, aristocrático, etc.; e
apontando-o ao escárnio, à gargalhada, ao desprezo do mundo
moderno e democrático – preparar a sua ruína. Uma arte que tem
este fim não é uma arte à Feuillet ou à Sandeau. É um auxiliar
poderoso da ciência revolucionária.
Eça de Queirós, carta enviada a Rodrigues de Freitas, em 30 de
abril de 1878.
DOC. 3 – O REALISMO NA RÚSSIA (1880-1883)

1. Nomeie designação pela qual ficou conhecida o grupo organizador das Conferências do Casino (Doc. 2).
2. Eça de Queirós ao referir que “o que importa é o triunfo do Realismo” (Doc. 1) está a referir-se a uma
corrente estética literária e artística apresentada como…
(A) uma visão simbólica e metafórica da realidade e da natureza.
(B) uma crítica crua e quase caricatural do mundo e da sociedade.
(C) uma exaltação da natureza e dos sentimentos do Eu.

Ilya Repin, Procissão religiosa na província de Kursk, 1880.

(D) uma contemplação idealista da natureza e da sociedade.

3. Eça de Queirós considera que o realismo se assume…


(A) como defensor da continuidade dos valores do passado e de uma sociedade democrática.
(B) como um movimento de intervenção revolucionária na transformação da sociedade burguesa.
(C) como uma exaltação do passado e da sociedade burguesa, nos seus valores e virtudes religiosas.
(D) como uma rutura em relação ao passado, recusando os valores decadentes da sociedade burguesa.

4. As “Conferências do Casino” (Doc. 2), realizadas em 1871, apoiaram a modernidade e defenderam a crença
na razão e nos progressos científicos de acordo com…
(A) a filosofia positivista.
(B) a filosofia realista.
(C) a filosofia simbolista.
(D) a filosofia subjetivista.

5. A obra de Ilya Repin (Doc. 3) evidencia características do realismo, patentes…


(A) na representação simbólica de uma cena religiosa para retratar a tradição popular nacional.
(B) na representação idealista dos tipos sociais e da alegria da vida do povo num ato de devoção religiosa.
(C) na representação minuciosa e sem artifícios dos tipos sociais, evidenciando contrastes e a dureza da vida do
povo.
(D) na representação romântica dos tipos sociais, evidenciando o dramatismo e exaltando a vida do povo.

6. Identifique três características do realismo na obra de Ilya Repin.

FIM
I.1 I.2 I.3 II.1 II.2 II.3 II.4 II.5 III.1 III.2 IV.1 IV.2 IV.3 IV.4 IV.5 IV. 6 TOTAL
5 10 20 5 30 5 5 20 5 50 5 5 5 5 5 20 200

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