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CULTURAS DE TUBEROSAS AMILÁCEAS LATINO AMERICANAS Volume 2 - Agricultura: Tuberosas Amiláceas Latino Americano

Capítulo 2
Importância, potencialidades e perspectivas
do cultivo da mandioca na América Latina.
.

Carlos Estevão Leite Cardoso1 & José da Silva Souza2

2.1. INTRODUÇÃO

Na última década a América Latina perdeu posição na participação da pro-


dução de mandioca no Mundo. Até então esta região ocupava a segunda posi-
ção. Atualmente ocupa a terceira posição com uma participação de menos de
20% da produção mundial, cabendo ao Brasil a maior parcela dentro da região
(72,7% em 2000). Em conjunto com o Brasil os países Paraguai, Colômbia,
Peru e Bolívia responderam por quase 95% da produção latino-americana no
ano 2000 (Tab. 2.1).

Tabela 2.1
Área, produção, rendimento e participação na produção de mandioca
dos cinco países de maior produção na América Latina. 2000.

Área Produção Rendimento Participação


Países
(ha) (t) (t/ha) (t/ha)
Brasil 1.706.644 22.960.118 13,5 72,7
Paraguai 240.000 3.500.000 14,6 11,1
Colômbia 210.618 1.956.051 9,3 6,2
Peru 85.000 985.500 11,6 3,1
Bolívia 41.330 514.794 12,5 1,6
Fonte: FAO, 2001

Dentre os principais países produtores, o Brasil não apresenta o melhor ren-


dimento médio por unidade de área cabendo ao Paraguai o melhor desempenho.

1
Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007, Cruz das Almas, BA -
CEP: 44380-000. E-mail: estevao@cnpmf.embra.br
2
Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007, Cruz das Almas, BA -
CEP: 44380-000. E-mail: jsouza@cnpmf.embra.br

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Esse desempenho da produtividade no Brasil é explicado pela grande diversida- Com uma participação de mais de 70% na produção regional é evidente que
de de condições ambientais em que a cultura é plantada, indo desde os solos de o comportamento histórico do setor seja determinado pelo desempenho verifi-
alta fertilidade natural (terra roxa) e condições pluviométricas excelentes obser- cado no Brasil. Na Figura 2.2 pode-se observar que na última década a produção
vadas no Estado do Paraná, até os solos de menor fertilidade natural e distribui- oscilou entre 25 e 32,6 milhões de toneladas, sendo que a média ficou em torno
ção de chuvas não tão favoráveis presentes na região Nordeste do país. Acres- de 29,5 milhões de toneladas. Nesse mesmo período, a produção brasileira va-
cente-se a isso o fato de ainda serem utilizados sistemas de manejo inadequados riou entre 17,7 e 25,4 milhões de toneladas. Esses valores extremos acontece-
e pouca orientação para o mercado, refletindo-se em sistemas de produção de ram nos ano de 1995 e 1996 respectivamente.
subsistência. Completam os fatores que influenciam no baixo rendimento físico Na década de 90 a área média alcançou 2,5 milhões de hectares de um total
no Nordeste do Brasil a prática de se cultivar mandioca em consorciação com de 16,5 milhões de hectares plantados em todo o Mundo. Comparando-se com
outras culturas. Se forem apenas considerados os principais estados produtores África e Ásia, a América Latina foi a única região em que se observou queda na
de mandioca da região Centro-Sul do Brasil, ou seja, Paraná, Mato Grosso do área plantada a partir de meados da década de 70. Esse comportamento desfavo-
Sul e São Paulo a produtividade média praticamente dobra. rável da área plantada é atribuído ao fato de que as políticas públicas vigentes
Um aspecto que deve ser ressaltado com relação ao comportamento da pro- nos países naquela época foram orientadas principalmente para fomentar a ex-
dutividade na década passada é que a média observada na região latino-ameri- pansão da cultivos comerciais e a produção de cereais (FAO, 2000).
cana não sofreu nenhuma alteração no período (Fig.2.1). Esse comportamento
indica que, pelo menos em termos agregados, o padrão tecnológico utilizado na
cultura não foi modificado, com o agravante de que esse é praticamente o mes-
mo valor de quatro décadas anteriores (11,9 t/ha segundo aos dados disponíveis
na FAO, 2001). Portanto, as alterações na produção ainda estão associadas às
mudanças na área plantada.

Fonte: Dados básicos (FAO, 2001)


Figura 2.2
Produção de mandioca na América Latina e principais países
latino-americanos no período de 1990 a 2000.

Nos anos recentes têm-se observado que foi interrompido o processo de re-
Fonte: Dados básicos (FAO, 2001) dução da área plantada iniciado na década de 70. Uma explicação para esse
Figura 2.1 comportamento está associada à necessidade de ajustes macroeconômicos rea-
Produtividade média de mandioca na América Latina e principais lizados nas décadas de 80 e 90, sobretudo na economia brasileira. Para atender
países latino-americanos no período de 1990 a 2000.

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aos objetivos do ajustes macroeconômicos, houve uma certa perda de intensida- A cultura da mandioca tem um importante papel no Brasil, tanto como fonte
de nas intervenções governamentais implementadas na produção e de energia (como fonte de proteína ainda é pouco usada) para a alimentação
comercialização agrícola (FAO, 2000). Diante dessa conjuntura, parcelas de humana e animal, quanto como geradora de emprego e de renda, notadamente,
algumas culturas que só eram competitivas quando atreladas às políticas públi- nas áreas pobres da Região Nordeste.
cas recuaram em termos de expansão de área. Para as famílias na faixa de renda de menos de um salário mínimo, o consu-
Considerando a importância do Brasil no contexto latino-americano de pro- mo de mandioca e seus derivados representa em torno de 10% da despesa anual
dução de mandioca é de se esperar, conforme já foi dito, que o desempenho do em alimentação. Ela só perde em importância para o feijão, que aparece com um
setor, na região, seja determinado pelo o que acontece no Brasil. Neste sentido, consumo equivalente a 13% dessa despesa. Esses dados ratificam a importância
optou-se por caracterizar a cadeia e também apresentar as potencialidades e do produto para as classes de renda mais baixa (Cardoso et al., 2001).
perspectivas para a cultura nesse país. Estima-se que a atividade mandioqueira proporcione uma receita bruta anual
equivalente a 2,3 bilhões de reais (IBGE, 2001). Apesar de ter ocorrido queda
na produção, quando se comparam o inicio da década de setenta e o anos recen-
2.2. IMPORTÂNCIA E CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA AGROINDUSTRIAL DE tes, a cultura não perdeu sua importância como demandadora de mão-de-obra,
MANDIOCA NO BRASIL principalmente, nas regiões de agricultura tradicional. Considerando-se a fase
de produção primária e o processamento de farinha e fécula, estima-se que são
O cultivo da mandioca está associado ao Brasil desde o seu descobrimento. gerados, no Brasil, um milhão de empregos diretos (Cardoso & Leal, 1999).
Planta-se mandioca em todas as unidades da federação, e o produto tem destaca- A mandioca tem grande número de usos correntes e potenciais, classificados
da importância na alimentação humana e animal, além de ser utilizado como segundo o tipo de raiz, em duas grandes categorias: mandioca de “mesa” e,
matéria-prima em inúmeros produtos industriais. mandioca para a indústria (Fig.2.3.).
Segundo o IBGE (2001), a produção nacional dessa cultura, na safra 2001,
foi estimada em 24,3 milhões de toneladas com rendimento médio de 13,8 tone-
ladas de raízes por hectare. Dentre os principais Estados produtores destaca-
ram-se: Paraná (18,05%), Bahia (16,40), Pará (16,27%), Rio Grande do Sul
(5,36%) e São Paulo (4,44%), que em conjunto são responsáveis por 60,52% da
produção do país. Na distribuição da produção pelas diferentes regiões
fisiográficas brasileiras, também na safra 2001, a Região Nordeste se destaca
com uma participação de 33,23% da produção, porém, com rendimento médio
de apenas 10,8 t/ha. Nas demais regiões, as participações na produção nacional
são: Norte (24,25%), Sul (26,29%), Sudeste (9,83%) e Centro-Oeste (6,41%).
As regiões Norte e Nordeste destacam-se como principais consumidoras,
sendo a produção essencialmente utilizada na dieta alimentar, na forma de fari-
nha. Nas Regiões Sul e Sudeste, em que os rendimentos médios são foram 18,7
t/ha e 17,1 t/ha, respectivamente, a maior parte da produção é orientada para a
indústria, principalmente nos Estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais. É
importante também destacar, o crescimento da atividade no Estado do Mato
Grosso do Sul. Comparando-se os anos de 2000 e 2001 a produção apresentou
um incremento de mais de 50% (maior crescimento no período).

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Folhas Alimentação animal A maior parte da mandioca de “mesa” é comercializada na forma in natura.
Parte aérea

Material de plantio
Hastes Alimentação animal (silagens, fenos e
Atualmente vem crescendo a comercialização de mandioca pré-cozida e conge-
“in natura”) lada e na forma de snack. A mandioca para a indústria tem uma grande varieda-
Cozidas, fritas, farinhas, bolos, biscoitos, de de usos, dos quais a farinha e a fécula são os mais importantes. A farinha tem
Alimentação pães, tortas, sopas, mingaus, beijus,
humana purês, suflês, empadas, cuscuz, roscas,
essencialmente uso alimentar, com elevada especificidade regional que em mui-
cremes, pudins, nhoques etc. tos casos torna o produto cativo a mercados locais. De acordo com Cardoso &
Cruas Leal (1999), as mudanças nos hábitos alimentares associado ao aumento de
Alimentação Cozidas
animal Farinhas
renda per capita brasileira vem resultando em redução de consumo de farinha
Desidratadas Raspas (Tab. 2.2). A fécula e seus produtos derivados têm sidos utilizadas em produtos
Pellets amiláceos para a alimentação humana ou como insumos em diversos ramos
Glucose
Maltose
industriais tais como o de alimentos embutidos, embalagens, colas, mineração,
Uso alimentício
(amido nativo e Fermentos têxtil e farmacêutica. São nesses mercados que ocorrem a maior agregação de
amido modificado) Gelatinas valor e se encontram as maiores perspectivas para o desenvolvimento da ativi-
Féculas (amido nativo)
dade mandioqueira.
Dextrina
Adesivos
Amido (fécula) Têxtil Tabela 2.2
Papel e celulose Consumo per capita anual de farinha de mandioca, em kg, em alguns
Uso industrial Farmacêutica municípios e regiões metropolitanas (POF).
(amido nativo e Explosivos
Raiz

amido modificado) Calçados


Indústria Tintas Regiões metropolitanas e Anos
(%)
Embutidos (carnes) municípios 1987 1996
Cervejeira Brasília – DF 1,46 3,24 121,92
Petrolífera
Curitiba 0,79 0,89 12,66
Confeitarias
Amido fermentado (polvilho azedo) Padarias São Paulo 1,30 1,23 -5,38
Uso alimentício Ind. de biscoitos etc. Belém 37,79 33,90 -10,29
Ind. de pão de queijo
Rio de Janeiro 2,96 2,62 -11,49
Alimentação humana “Farinhas de mesa”
Farinhas Farinha panificável Salvador 17,99 14,39 -20,01
Alimentação animal Rações balanceadas Fortaleza 9,83 7,41 -24,62
Alimentação animal Rações balanceadas Porto Alegre 0,81 0,56 -30,86
Raspas Alimentação animal
Farinhas de raspas Alimentação humana Recife 14,74 9,04 -38,67
Uso industrial Goiânia – GO 2,04 1,24 -39,22
Combustível Belo Horizonte 2,04 1,20 -41,18
Desinfetante
Fonte: IBGE, 2001.
Álcool Bebidas
Perfumarias
Farmacêutica

Fonte: Adaptado de Sampaio et al. (1994).


Figura 2.3
Utilização da mandioca

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2.3. POTENCIALIDADES E PERSPECTIVAS DA CADEIA AGROINDUSTRIAL DE a prática do uso de herbicida no controle de ervas daninhas tem se intensificado
MANDIOCA nos últimos anos.
No tocante a utilização da mandioca na alimentação animal, a comparação
que diversos autores fazem entre a parte área da mandioca e outras plantas mos-
2.3.1. POTENCIALIDADES ASSOCIADAS ÀS CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS tra que a percentagem de fibra bruta é menor e, que a percentagem de proteína
bruta é mais alta do que a maioria das plantas tropicais nas mesmas condições
A mandioca é produzida principalmente por produtores de pequeno por- (Carvalho, 1983). Esse autor considera que nas folhas de mandioca concentra-
te, em sistemas de produção complexos, com pouco ou nenhum uso de se em torno de 28-32% de proteína e nas hastes e nos talos 11%. A parte aérea
tecnologia moderna, especialmente agroquímicos. Duas características agro- pode ser consumida pelos animais na forma “in natura”, sob forma de silagem,
nômicas do cultivo são importantes para tentar explicar a dispersão geográ- feno ou peletizada, pura ou misturada com outros alimentos. Echandi, citado
fica de sua produção: a sua capacidade para usar eficientemente o recurso por Carvalho (1983), comparou o farelo da parte área da mandioca (que tem
água e ter grande adaptação a solos de baixa fertilidade, nos quais alguns 16% de proteína bruta) com o feno de alfafa (que tem 17% de proteína bruta),
cultivos não conseguem produzir, e quando produz o faz de forma bastante concluindo pela superioridade da parte aérea da mandioca por apresentar menos
precária. fibra e maior concentração de carboidratos e gorduras, pois em termos de prote-
A capacidade dessa cultura para usar água eficientemente permite sua explo- ína bruta os produtos são equivalentes.
ração em zonas de estação seca prolongada, como o Nordeste do Brasil e a Sampaio et al. (1994), com base nas características nutricionais da cultura,
África. Além disso, a sua adaptação aos solos de baixa fertilidade permite a indicaram que pode-se substituir o milho, total ou parcialmente, na alimentação
conversão eficiente de energia solar (que é abundante nos Trópicos) em animal, seja em confinamento ou como complementação alimentar nos perío-
carboidratos, sem competir com outras culturas que demandam uma quantidade dos críticos. Deve ser ressaltado que o nível de substituição depende da espécie
maior de nutrientes do solo. Segundo Cardoso (1995), a crença de que, dada a animal considerada.
sua rusticidade, a mandioca possui a capacidade de se desenvolver bem em Ainda quando comparada ao milho, há uma série de estudos que apontam no
condições adversas, faz com que essa cultura seja implantada em condições de sentido de que a mandioca possui um balanço energético positivo, ou seja, a
recursos naturais altamente desfavoráveis, ou seja, condições em que as pesqui- produção por unidade de área, quando transformada em energia é maior do que
sas têm ação limitada na solução dos problemas, logo colocando a cultura em a quantidade de insumos gastos, também transformado em energia. A título de
desvantagem, quando comparada com outros produtos. exemplo, segundo Machado (1983), em 1982 a produção energética no Brasil,
Outra característica agronômica importante da cultura, reside na possibilida- considerando-se ambas as culturas, foi de 17.111 Mcal ED3/ha e 16.296 Mcal
de de suas raízes serem armazenadas no próprio solo por um período razoável EM/ha para a mandioca e 5.949 Mcal ED/ha e 5.579 Mcal EM/ha para o milho.
sem perdas consideráveis de qualidade e rendimento. Em outras palavras, a re- É preciso ressaltar que os valores seriam equivalentes se fosse possível a produ-
lativa versatilidade de ser colhida com diferentes idades permite aos produtores ção de aproximadamente três safras de milho no mesmo período de tempo da
melhor aproveitar as oportunidades de mercado e, em função da demanda, fazer produção de uma safra de mandioca, o que, certamente, só aconteceria se hou-
ajustes alternativos dentro das unidades de produção. vesse altos investimentos em sistemas de uso intensivo de energia, o que torna-
A convivência com pragas e doenças em determinadas situações, indica grande ria o balanço energético também negativo.
potencialidade para os sistemas produtivos de mandioca integrarem programas Na Tab.2.3 apresentam-se os valores (kg) da produção de proteína e matéria
de produção de alimentos com baixa agressão ao ambiente, uma vez que o uso seca por hectare/ano da farinha de folha e raiz de mandioca, trigo, milho e soja.
de agrotóxicos, no Brasil e, em especial na Região Nordeste, é praticamente Nesta tabela pode-se observar que a farinha de folha de mandioca apresenta teor
desprezível. Ressalta-se entretanto que provocado pelas pressões de custo im-
posta pelo incremento no preço da mão-de-obra, nas regiões Sul e Centro-Oeste 3
ED =Energia Digestível; EM= Energia Metabolizável.

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de proteína inferior apenas a soja. Deve-se salientar que nas estimativas foram 2.3.2.1. CARACTERÍSTICAS MICROECONÔMICAS4
computadas apenas uma colheita anual das folhas de mandioca. No entanto,
colheitas mais freqüentes da parte aérea podem ser efetuadas sem comprometer Os indicadores microeconômicos são de vital importância, tanto para expli-
o rendimento de raízes. Ressalta-se também que não está sendo considerado os car o comportamento passado de um produto num mercado específico, como
aspectos relacionados à qualidade intrínseca dos nutrientes oriundos das dife- para dar suporte aos cenários prospectivos eventualmente traçados consideran-
rentes culturas o que pode estar provocando um viés na análise. De qualquer do-se o comportamento futuro.
forma, o relevante é considerar que a cultura não deve ser tratada como uma Os indicadores a serem considerados são: (i) elasticidade-preço de oferta;
atividade de pouca relevância. (ii) elasticidade-preço da demanda; e (iii) elasticidade-renda da demanda.
Os estudos até então realizados no Brasil, com relação ao comportamento da
Tabela 2.3 oferta e demanda de mandioca, permitem as seguintes considerações:
Rendimento de algumas culturas no Vale do Paranapanema (SP) e Região i) a elasticidade da oferta, tanto no curto quanto no longo prazo, indica acen-
de Campo Mourão (PR) em quilo de matéria seca e proteína por hectare.
tuada inelasticidade da oferta do produto;
Mandioca ii) a elasticidade-preço da demanda também indica inelasticidade; e
Especificações Trigo Milho Soja iii) a elasticidade-renda da demanda, como era de se esperar, depende dos
Farinha de folha Raiz
Produção (t/ha) 2,42 30 (1) – 60 (2) 1,7 - 2,5 2,8 - 5,0 2,0 - 3,0 estratos de renda. Para os níveis de renda mais baixos o produto é considerado
Ciclo (dias) 365 540 125 140 130 como um bem necessário, como é o caso da realidade nordestina. Para estratos
Matéria seca (%) 88 38 86 68 86 de renda mais elevados (por exemplo, mais de 5 salários mínimos) o produto é
Proteína (%) 27 1 10 8 35 considerado um bem inferior.
Matéria seca (t/ha) 2,3 11,4 - 22,8 1,5 - 2,1 2,4 - 4,3 1,7 - 2,6 Um aspecto a ser considerado com relação às considerações anteriores, diz
Matéria seca (kg/ha/dia) 5,8 21,1 - 42,2 11,7 - 17,2 17,2 - 30,7 13,2 - 19,8 respeito a preços e quantidades usados para estimar as funções de oferta e de-
Proteína (kg/ha) 653,4 300 - 600 170 - 250 224 - 400 700 - 1.050 manda. Nesses estudos, as análises foram feitas considerando-se o preço e a
Proteína (kg/ha/dia) 1,79 0,56 - 1,11 1,36 - 2,0 1,60 - 2,86 5,38 - 8,08 quantidade de raízes ou de farinha de mandioca, pressupondo-se que o único
(1)
Valores médios da Região; (2) Valores obtidos por alguns produtores. produto resultante do processamento das raízes seja apenas a farinha. Nessas
Fonte: VILPOUX (1996). condições há um consenso que, na atualidade econômica, a mandioca compor-
ta-se, no agregado, como um bem inferior. Entretanto, muitos outros produtos
(amido5, mandioca congelada e pré-cozida, raspa etc.) estão sendo processados
2.3.2. POTENCIALIDADES ASSOCIADAS ÀS CARACTERÍSTICAS SÓCIO-ECONÔ- a partir das raízes da mandioca e certamente com utilização muito mais nobre e,
MICAS consequentemente com características microeconômicas diferentes. Todavia o
volume de raízes processadas ainda não foi suficientes para mudar o quadro
As potencialidades econômicas de um dado produto não podem prescindir econômico dessa cultura no mercado como um todo.
de um entendimento das características microeconômicas e consequentemente
dos aspectos relacionados com a oferta e a demanda. Neste sentido, serão apre-
sentadas em seguida as principais características microeconômicas e alguns
indicativos do potencial de demanda da mandioca e produtos derivados.
4
Para maiores detalhes a respeito das características microeconômicas ver, por exemplo, CAR-
DOSO (1994).
5
Tecnicamente denominado de fécula e popularmente polvilho.

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2.3.2.2. ASPECTOS RELACIONADOS À DEMANDA DE MANDIOCA6 Ainda com relação às mudanças nos hábitos de consumo, não se pode deixar
de considerar que a demanda de alimentos para a maioria da população brasilei-
Considerando-se os indicadores microeconômicos anteriormente apresenta- ra encontra-se, no momento, numa fase mais quantitativa, mas já começa incor-
dos, os estudos realizados nas últimas duas décadas passadas visando projetar o porar positivamente as tendências mundiais em termos da demanda de alimen-
comportamento da demanda de diversos produtos, indicaram que se prevaleces- tos. Por exemplo, o aumento da participação da mulher no mercado de trabalho
se o nível de consumo existente na época, um crescimento na economia brasilei- é um fenômeno inexorável, logo, o tempo anteriormente dedicado às tradicio-
ra acompanhado de uma melhor distribuição de renda, conduziria a uma redu- nais tarefas domésticas está sendo reduzido e exigindo consequentemente pro-
ção da demanda pelo produto (ver por exemplo, Homem de Melo,1988, 1991 e dutos de preparação mais fáceis, a chamada “demanda por conveniência’’. Ape-
1994). As informações estatísticas disponíveis, confirmam essa tendência. No sar de a curto prazo não contribuir de forma significativa, a médio e longo
Estado da Bahia, por exemplo, a produção em termos agregados vem apresen- prazos a produção de mandioca pré-cozida e congelada poderá ampliar a de-
tando tendência de declínio acompanhado de queda nos preços (Cardoso & manda do produto. É importante ressaltar que em algumas regiões do Estado de
Almeida, 1996). Isso de certa forma, sugere uma redução no nível de demanda São Paulo já é possível observar o efeito desse mercado. Não é difícil encontrar
por esse bem. Portanto, caso não haja mudanças no nível de consumo, espera-se o produto nas gôndolas das grandes redes de supermercados do Brasil. Em ter-
uma deterioração do consumo desse produto no médio e longo prazos. mos de mercado latino-americano o destaque é para a Costa Rica. Segundo a
Por outro lado, apesar desse desempenho desalentador, há espaço para uma FAO (2000), esse país tem sido o responsável pelas exportações de 35 mil tone-
análise alternativa em meio à dinâmica da evolução da demanda de alimentos. ladas anuais de mandioca minimamente processada aos Estados Unidos e apro-
A referida análise pode ser respaldada no processo de mudança de hábitos de ximadamente 5 mil aos países europeus.
consumo, com predominância das proteínas animais em detrimento dos alimen- Outra alternativa para mudar as projeções da demanda de mandioca, reside
tos calórico e, nas possibilidades da mandioca participar de outros mercados, na possibilidade da referida cultura contribuir para a redução das importações
tais como redução das importações de trigo. Entretanto, em resposta a esse novo de trigo. De acordo com Silva & Silva (1992), enquanto não existiam protecio-
padrão de consumo a cadeia deverá se mostrar competitiva para ocupar os espa- nismo ao trigo (até 1967), já se misturavam até 25% de farináceos de mandioca
ços nos mais diversos mercados potenciais. à farinha de trigo sem alterar as características físicas e químicas de alimentos
Analisando-se especificamente a mudança de hábitos de consumo da popu- de amplo consumo popular, como pão e macarrão. Neste sentido Pedroso &
lação, na direção do consumo de proteínas animais, observa-se que vem aumen- Cereda (1996) revelam que um mercado potencial para a fécula de mandioca é
tando rapidamente o consumo de alimentos balanceados para animais, e o dos cookies, bolos e wafers, assim como o “pré-mix”, mistura já preparada e
consequentemente, via efeito demanda derivada, a demanda de milho e outras embalada por indústrias especializadas bastante utilizada em pequenas e médias
matérias-primas. Levando-se em consideração que na formulação de rações (con- padarias, com formulações para pão francês, hamburguer ou “cachorro quente”.
forme já explicitado anteriormente) o milho pode ser substituído por raspa de Silva & Silva (1992) também revelam que o farináceo de mandioca substitui
mandioca seca ao sol7 poder-se-ia estimar um mercado potencial de 4,0 milhões a farinha de trigo nas colas das indústrias moveleiras de placas de compensados
de toneladas de raízes, isso considerando-se uma substituição mínima equiva- ou aglomerados de madeiras. Os estudos de Cardoso et al. (1994), no estado do
lente a 10%8. Essa alternativa pode encontrar força, principalmente, nas regiões Pará, tanto em laboratório como em escala comercial, indicam que não houve,
onde há dificuldades para a produção de milho em toda fase de manufatura, problemas que inviabilizassem a substituição do
trigo pela farinha de mandioca na colagem das lâminas dos compensados. Com
6
7
Seção elaborada com base em CARDOSO (1994; 1995). relação aos testes de laboratório, os resultados mostram valores médios superi-
Raspa de mandioca seca ao sol são pequenos pedaços de raízes de mandioca cortados por meio ores aos da farinha de trigo, permitindo a esses autores concluírem que é tecni-
de máquinas raspadeiras do tipo tailândesa que são colocadas ao sol para desidratação por um
período médio de dois dias. camente viável a substituição da farinha de trigo pela farinha de mandioca neste
8
O nível de substituição de 10% é bastante conservador, uma vez que para suínos a substituição processo.
pode ser total.

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Além das possibilidades arroladas anteriormente a mandioca apresenta sendo inclusive objeto de uma patente. Além da simplicidade operacional e do
potencialidades para participar de outros mercados alternativos. O amido (inde- baixo custo, o uso da película de fécula apresenta a vantagem de não ser tóxica,
pendente de sua origem) é tradicionalmente empregado na indústria alimentí- portanto, pode ser ingerida sem problemas e, ser biodegradável (Cereda, 1996).
cia, metalúrgica, mineração, construção, cosmética, farmacêutica, papel e pape- Esses atributos atendem atualmente ao forte apelo para o consumo de produtos
lão, têxtil etc. O amido de mandioca por sua proporção entre amilose/ que garantam uma dieta saudável.
amilopectina, pelas características das ligações glicosídicas e da estrutura gra- Dentro desta perspectiva, não pode ser desconsiderado a ampliação do mer-
nular, apresenta propriedades singulares que o torna preferido em diversos cado de alimentos preparados, os chamados pratos prontos, semi-prontos e con-
processamentos alimentares e usos industriais (Cereda, 1989). servas, onde a fécula de mandioca poderá ter um papel destacado. As perspecti-
Na busca de mercados alternativos Venturini Filho & Cereda (1995) simula- vas de expansão desse mercado têm sido determinadas pelas mudanças nos há-
ram a produção de mosto cervejeiro, utilizando como adjunto do malte “grits” bitos de consumo direcionadas pelo crescente processo de urbanização, estabi-
de milho (padrão), farinha de mandioca e farinha de raspa. Os autores constata- lização da moeda (sobretudo no Brasil) e abertura econômica. Acrescente-se a
ram que além da redução do requerimento de energia térmica da mosturação, o esses aspectos a incrementação da competitividade da fécula de mandioca e
processo dispensa o uso do tanque denominado “cozedor de cereal”, podendo amidos modificados em relação ao amido de milho. Neste mercado destaca-se o
representar redução dos custos de investimentos no projeto de implantação de crescimento da parcela de mercado ocupada pelo xarope de glicose produzido a
uma nova cervejaria. Contudo, para uma adoção significativa da farinha de partir da fécula de mandioca. O xarope de glicose é insumo largamente utilizado
mandioca ou de raspa, nesse processo, há necessidade de se pesquisar a viabili- na indústria alimentícia, notadamente nas indústrias de doces e bebidas. Sabe-
dade técnica-econômica e a qualidade sensorial da bebida produzida. se que é no setor alimentício onde estão os principais demandantes de amido e
No tocante ao potencial de mercado para o amido no setor de papel e papelão fécula (Silva, et al. 2000).
Porfirio & Vilpoux (1996), com base nos índices técnicos de uso de amido em No mercado alimentício, mas especificamente no segmento da indústria de
papel, na Europa, estimaram que no Brasil há um mercado potencial de 650 mil embutidos, a fécula natural apresenta vantagens comparativamente a outros
toneladas. Isto significa uma demanda de matéria-prima equivalente a 3,3 mi- amidos, principalmente na produção de salsichas embaladas a vácuo (cry-o-
lhões de toneladas de raízes. De acordo com Silva, et al. (2000) neste mercado a vac), produto que também vem apresentando expansão da demanda (Silva, et al.
mudança no processo produtivo fez com que a fécula de mandioca se mostrasse 2000). É crescente também o uso de fécula modificada como espessante.
mais eficiente tecnicamente e além disso, tornasse um processo mais puro que Um aspecto sócio-econômico que deve ser considerado em favor da cultura
proporciona maior alvura ao produto. diz respeito aos aspectos de segurança alimentar, principalmente nas unidades
A produção de álcool, principalmente para fins alimentícios (bebidas), de produção do tipo familiar, situadas em regiões onde as condições
farmacológicos e laboratoriais9, também, apresenta-se como uma alternativa de agroambientais limitam o cultivo de outras culturas. Neste particular, essa cul-
mercado para a fécula de mandioca. Nesse aspecto, existe a vantagem de se tura “(...) além de ser importante como fonte de carboidrato para a alimentação
trabalhar com a fécula ao invés de amido de cereais, pois na obtenção de álcool, humana é utilizada também na alimentação dos pequenos rebanhos (bovino,
via fécula, precisa-se de temperaturas mais baixas no processamento, com a suíno e avícola), que são elementos significativos na composição da renda nes-
conseqüente economia de energia (Fonseca, 1996). sas unidades de produção” (Cardoso, 1995).
Embora com menor dimensão, no momento, há indicativos de outros merca- Prudencio & Al-Hassan (1994), estudando o papel da mandioca na estabili-
dos potenciais. O uso da fécula de mandioca para a elaboração de película fina zação da segurança alimentar na África, constataram que essa cultura desempe-
gelatinizada visando a conservação de frutas e hortaliças já é uma realidade, nha satisfatoriamente este papel quando a produção é para consumo doméstico,
devido entre outros fatores, ser menos sensível às condições ambientais adver-
9
sas e possuir um baixo custo de estocagem. Esses resultados são perfeitamente
CEREDA (1989) considera que o álcool carburante talvez seja a pior opção de produto obtido
a partir do amido de mandioca.
compatíveis com as condições do Nordeste brasileiro.

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CULTURAS DE TUBEROSAS AMILÁCEAS LATINO AMERICANAS Volume 2 - Agricultura: Tuberosas Amiláceas Latino Americano

Dentro desse contexto das potencialidades sócio-econômicas, a capacidade • maior produção de amido na região Centro-Sul pode significar menor influên-
para utilizar um contigente não desprezível de mão-de-obra não pode deixar de cia da produção do Nordeste no processo de formação de preço. Isso é devido
ser considerado, sobretudo nas condições onde esse fator de produção é abun- ao fato de que as margens no setor de amido (especialmente no caso dos ami-
dante. Assim é razoável supor que o incremento no cultivo dessa cultura signi- dos modificados) permitem, relativamente, absorver maiores flutuações nos
ficará uma maior demanda por emprego. preços da raiz do que no setor de farinha. Essa capacidade de absorver
As perspectivas, principalmente para o setor produtor de fécula, são ampara- flutuações nos preços é determinada pela maior lucratividade no mercado de
das por indicadores favoráveis, tais como: i) a alta produtividade do setor agrí- amido o que favorece a um maior grau de liberdade nas negociações do preço
cola, notadamente nos Estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul onde da raiz.
a produtividade média alcança 22,9 t/ha, 20,4 t/ha e 18,1 t/ha, respectivamente, • a demanda por raiz na região Centro-Sul, influenciada pela demanda para raiz
chegando até 60 t/ha em áreas específicas; e ii) o alto rendimento no teor de para amido, será cada vez mais estável que na região Nordeste. Isso estimula-
amido que nas condições atuais pode chegar até 30%. Esses índices de rendi- rá a adoção de tecnologias e portanto níveis de produtividade cada vez mais
mento não são alcançados, por exemplo, pelos grandes produtores de fécula do elevados no Centro-Sul com impacto no padrão de preço.
mundo. A Tailândia tem uma produtividade média 16,0 t /ha e um rendimento • Para finalizar, acrescenta-se que as perspectivas favoráveis descritas anterior-
médio de amido em torno de 25% (CONAB, 2001 e FAO, 2001). Apesar de mente só serão consolidadas se a cadeia como um todo apresentar
comparativamente melhores do que os observados na Tailândia os indicadores competitividade, ou seja, se seus (i) segmentos e agentes estiverem usando os
alcançados no Brasil ainda podem (e devem) ser melhorados. recursos de forma eficiente. Além disso, é necessário que a cadeia (ii) apre-
A materialização dessas perspectivas favoráveis pode ser medida pelo cres- sente instrumentos de coordenação capazes de transmitir informações, estí-
cente interesse de grandes grupos econômicos no setor. Recentemente registra- mulos e controles ao longo de todo o processo de produção (eficiência da
se a entrada de quatro multinacionais (Avebe, Cargill, Corn Products e National cadeia, itens i e ii)11; e (iii) atenda às demandas atuais e potenciais de merca-
Starch) no mercado de amido de mandioca no Brasil. Essa nova conjuntura do, sobretudo, do ponto de vista de preço, quantidade e qualidade (eficácia da
poderá provocar várias repercussões no setor mandioqueiro como um todo: cadeia).
• promover a concentração física e geográfica no setor de amido;
• alterar estrutura de mercado e condições de operação nesse mercado;
• incrementar a concorrência e estimular a queda de preços;
• estimular a melhoria no nível tecnológico do setor;
• melhorar as informações de preço (amido) e influenciar as informações de
preços ao nível dos produtores e assim reduzir a ineficiência no mercado;
• promover a diferenciação de produtos (amidos modificados) e assim ampliar
a demanda;
• incrementar, via demanda derivada, a procura por raízes;
• aumentar as pressões por mais contratos formais ao longo da cadeia e também
11
ampliar, nas indústrias, a parcela de produção própria10; Essa abordagem foi inicialmente apresentada em Batalha (2001). Segundo esse autor “a eficácia
de uma cadeia está ligada a sua capacidade de fornecer produtos/serviços adaptados as necessida-
des dos consumidores. Por outro lado, a sua eficiência refere-se ao padrão competitivo de seus
10
A forma de gestão da matéria-prima ainda não está muito clara no setor de mandioca. Dadas às agentes e a capacidade de coordenação necessária para que estes produtos sejam disponibilizados
características do produto e da freqüência das transações realizadas entre produtores e agroindús- ao consumidor”. Ë importante reconhecer que Barriga (1995) identifica esses conceitos como
trias, não parece provável que haja um processo generalizado de verticalização da produção; importantes nas análises de produtividade. Para ele, eficiência relaciona produto obtido com os
embora algumas empresas busque a integração vertical com forma de garantir uma parcela da insumos utilizados e os custos de obtenção desse produto; já eficácia é um conceito mais qualita-
matéria-prima. tivo, pois indica o grau em que a organização alcança seus objetivos.

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