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Imunidade aos microrganismos: (referencia: Cap.

Imunidade aos Microrganismos- Abbas)

1 - Explique os mecanismos da imunidade inata e adaptativa contra bactérias


extracelulares.
Imunidade inata – Os principais mecanismos da imunidade inata contra bactérias
extracelulares são a ativação do sistema complemento, a fagocitose e a resposta inflamatória.
As bactérias Gram-positivas, contém peptídeoglicano na sua parede celular, que causam a
ativação do sistema complemento pela via alternativa. Além disso o LPS das paredes celulares das
Gram-negativas também ativa o sistema complemento. As bactérias que tem manose na sua
superfície, podem ativar o sistema complemento pela via da lectina. Consequência da ativação do
complemento é a opsonização e o aumento da fagocitose de bactérias.
Os fagócitos têm vários receptores de superfície para reconhecer bactérias extracelulares.
Os receptores semelhantes a Toll e vários sensores citoplasmáticos de produtos microbianos
participam na ativação de fagócitos. Alguns desses receptores participam promovendo a fagocitose
de micro-organismos, outros participam estimulando os fagócitos, outros realizam as duas funções.
Além disso as células dentríticas e os fagócitos secretam citocinas, que induzem a infiltração de
leucócitos para os sítios de infecção, promovendo a inflamação.
Imunidade adaptativa – as respostas de anticorpos contra bactérias extracelulares são
dirigidas contra antígenos da parede celular e toxinas secretadas associadas a célula (podendo ser
polissacarídeos e proteínas). A imunidade humoral é o principal mecanismo de defesa contra
bactérias encapsuladas e ricas em polissacarídeos (que escapam da fagocitose). Mecanismos
efetores dos anticorpos: neutralização (mediada por isótopos de IgM, IgG e IgA de alta afinidade),
opsonização (mediada por algumas subclasses de IgG) e a ativação do sistema complemento
(mediada por IgM e algumas subclasses de IgG). Os antígenos proteicos de bactérias extracelulares
também ativam células T CD4⁺, que produzem citocinas indutoras da inflamação local, aumentando
as atividades fagocíticas e microbiocidas de macrófagos e neutrófilos, além disso, estimulando a
produção de anticorpo.

2 - Como bactérias extracelulares podem evadir-se da resposta imune do


hospedeiro?
As bactérias com cápsulas ricas em polissacarídeos resistem a fagocitose. As cápsulas de
muitas bactérias patogênicas Gram-positivas e Gram-negativas contêm resíduos de ácido siálico que
inibem a ativação do complemento pela via alternativa. Outro mecanismo utilizado como escape
pelas bactérias é a variação genética de antígenos de superfície. Esta capacidade de alterar os
antígenos auxilia a bactéria a escapar do ataque pelos anticorpos específicos. Já em outras bactérias,
mudanças na produção de glicosidases conduzem alterações químicas no LPS e em outros
polissacarídeos de superfície, permitindo a evasão das respostas humorais contra esses antígenos.

3 - Explique as lesões teciduais provocadas por bactérias extracelulares.


As mesmas reações de neutrófilos e macrófagos que atuam para erradicar a infecção
também causam danos tecidual pela produção local de espécies reativas de oxigênio e enzimas
lisossômicas.
O choque séptico é uma síndrome caracterizada por colapso circulatório e coagulação
intravascular disseminada. A fase inicial é causada por citocinas produzidas por macrófagos que são
ativados pelos componentes microbianos. O fator de necrose tumoral (TNF), a IL-6 e a IL-1 são as
principais citocinas mediadoras do choque séptico.
Já os superantígenos têm sua importância na capacidade de ativar muitas células T, com a
produção subsequente de grandes quantidades de citocinas que também podem causar uma
síndrome inflamatória sistêmica.

4 - Explique os mecanismos da imunidade inata e adaptativa contra bactérias


intracelulares.
Imunidade inata – as bactérias patogênicas são fagocitadas por neutrófilos e em seguida
por macrófagos, mas essas bactérias intracelulares são resistentes à degradação dentro de fagócitos.
Essas bactérias ativam as células NK pela indução da expressão de ligantes ativadores de células
NK em células infectadas e pela estimulação de células dendríticas e macrófagos para produção de
IL-12 e IL-15, citocinas ativadoras de NK. As células NK produzem IFN-γ, que por sua vez ativa os
macrófagos e promove a morte de bactérias fagocitadas.
Imunidade adquirida – a principal resposta imunológica contra bactérias intracelulares é a
imunidade celular. Ela consiste em recrutamento e ativação de fagócitos através das ações do
ligante de CD40 e IFN-γ derivados de células T CD4⁺, resultando na morte de micro-organismos
fagocitados e lise de células infectadas pela ação do T citotóxico. As células T helper e as T
citotóxica respondem a antígenos proteicos, apresentado associados a moléculas dos complexos
MHC II e MHC I. As células T helper diferenciam em Tₕ1efetoes sob a influencia de IL-12
(produzido por macrófagos e células dendríticas). As células T expressam ligante CD40 e secretam
IFN-γ, ambos ativadores de macrófagos, induzindo a produção de substâncias microbicidas. O IFN-
γ estimula a produção de isótipos de anticorpos (que ativam complemento e opsonizam bactérias
para a fagocitose).

5 - Explique uma lesão tecidual causada por bactéria intracelular.


As bactérias intracelulares evoluíram para resistir à morte dentro dos fagócitos, portanto,
podem sobreviver por longos períodos e causam estimulação antigênica crônica e ativação de
células T e macrófagos, que podem resultar na formação de granulomas em torno dos micro-
organismos. Essa reação inflamatória serve para localizar e prevenir a disseminação, mas está
associada ao dano funcional grave causado pela necrose tecidual e formação da fibrose. Ex:
tuberculose (M. tuberculosis).

6 - Explique os mecanismos da imunidade inata e adaptativa contra vírus.


Imunidade inata – os interferons tipo I atuam na inibição da replicação viral em células
infectadas e não infectadas pela indução de um “estado antiviral” e as células NK destroem as
células infectadas, elas também têm a capacidade de reconhecer as células que foram infectadas e o
vírus causou o bloqueio da expressão do MHC de classe I, para escapar dos CTL.
Imunidade adaptativa – Os anticorpos são eficazes contra o vírus durante o estágio
extracelular. Os vírus são extracelulares no início da infecção ou quando são liberados das células
infectadas. Os anticorpos ligam-se ao envoltório viral ou aos antígenos do capsídeo e neutralizam o
vírus. Além da neutralização, os anticorpos podem opsonizar partículas virais e promover a
eliminação do patógeno por meio dos fagócitos. Eles também ativam o sistema complemento. Os
CTL também participam da imunidade adaptativa contra vírus, seus efeitos antivirais são
principalmente a morte das células infectadas, além disso ativam nucleases que degradam os
genomas virais na célula infectada e secretam citocinas, como o IFN-γ, que ativa os fagócitos.
7 - Cite os mecanismos de evasão dos vírus à resposta imune do hospedeiro
Os vírus podem alterar seus antígenos e não ser mais alvo das respostas imunológicas. Os
principais mecanismos de variação antigênica são as variações pontuais e os rearranjos dos
genomas de RNA (os processos de rearranjo resultam em mudanças maiores na estrutura antigênica
chamada “mutação antigênica maior” que criam vírus distintos).
Alguns vírus podem inibir a apresentação de antígenos proteicos citosólicos associados ao
MHC de classe I, portanto, não são reconhecidos e nem destruídos pelas células CTL CD8⁺.
Alguns vírus produzem moléculas que inibem a resposta imunológica. As proteínas de
ligação às citocinas secretadas podem atuar como antagonistas competitivos das citocinas da
resposta imunológica.
Algumas infecções virais crônicas estão associadas à falha das respostas dos CTL, esse
tipo de imunodeficiência pode resultar da ativação das vias inibitórias de células T, inclusive a via
PD-1.
Os vírus podem infectar e destruir ou inativar as células imunocompetentes, como o HIV,
que sobrevive ao infectar e eliminar as celulass T CD4⁺.

8 - Explique o mecanismo da imunidade adaptativa contra helmintos.


Os helmintos estimulam a diferenciação de células T CD4⁺ auxiliares virgens para o
subgrupo Tₕ2 das células efetoras, que secretam as citocinas IL-4 e IL-5. A IL-4 estimula a
produção de IgE, a qual se liga ao receptor de Fcε de eosinófilos e mastócitos, enquanto a IL-5
estimula o desenvolvimento e a ativação dos eosinófilos. As ações combinadas de mastócitos e
eosinófilos também contribuem para a expulsão dos parasitos do intestino, a chamada imunidade
das barreiras. A expulsão de alguns nematódeos do intestino pode ser decorrente de mecanismos
dependentes de IL-4 que não necessitam de IgE, como a peristalse aumentada.

9 - Explique os mecanismos de escape dos parasitas à resposta imune do


hospedeiro.
Os parasitas podem mudar seus antígenos de superfície durante o ciclo de vida nos
hospedeiros vertebrados. Podem alterar especificamente determinado estágio na expressão
antigênica, de tal forma que os estágios teciduais maduros dos parasitos produzem antígenos
diferentes daqueles dos estágios infectantes. Eles também podem variar continuamente os principais
antígenos de superfície.
Eles podem tornar-se resistentes aos mecanismos imunológicos efetores durante sua
permanência em hospedeiros vertebrados.
Os protozoários parasitos podem se esconder do sistema imunológico vivendo dentro das
células do hospedeiro ou desenvolvendo cistos que são resistentes aos efetores imunológicos. Eles
também podem expelir suas coberturas antigênicas, de modo espontâneo ou após ligação aos
anticorpos específicos.
Além de tudo isso, alguns tem a capacidade de inibir as respostas imunológicas por
múltiplos mecanismos.

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