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Projetos de Prefeitura
(Legislação base: Código de Obras e Edificações do
Município de São Paulo – COE Lei n. 11.228/92)

Roberta Vendramini - Arquiteta


Sabrina Marano - Arquiteta
Valéria Miranda - Advogada

www.construir.arq.br
São Paulo, outubro de 2015
Projetos de Prefeitura de acordo com o COE/SP Lei n. 11.228/92

Elaboração de Projetos de Prefeitura de acordo com o COE de São Paulo

Sumário

Agradecimentos ................................................................................... 4

Sobre as autoras .................................................................................. 5

Introdução ...........................................................................................6

1. Conceito: O que é um projeto de prefeitura ou projeto legal? ................. 7


1.1 Atividades que exigem aprovação de projetos na prefeitura ............................................ 9
1.2. Trâmites para se aprovar um projeto na prefeitura ......................................................... 11
1.2.1 Alvará de Autorização ...........................................................................................13
1.2.2 Prazos para despacho de decisão .......................................................................13
1.3 Alvará de Execução .........................................................................................................14
1.4 Certificação de conclusão de obra (“Habite-se”) .............................................................15

2. Pré-requisitos e procedimentos anteriores à aprovação do projeto ........ 16


2.1 Documentação técnica – registro profissional..................................................................16
2.2 Documentação do lote/imóvel – título de propriedade e situação fiscal ...........................17
2.3 Outras documentações exigidas ......................................................................................23
2.4 Nota ao Capítulo: a polêmica entre o CAU e o CREA......................................................24

3. Definições dos termos de um projeto legal ......................................... 26

4. Delimitação da responsabilidade legal técnica e do proprietário ............ 32


4.1 Responsabilidades/obrigações do proprietário ................................................................32
4.2 Responsabilidades/obrigações do profissional ................................................................33
4.2.1 Alterações no projeto ..............................................................................................34
4.2.2 Identificação da responsabilidade na obra ..............................................................34
4.3 Responsabilidade civil - corresponsabilização .................................................................34

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5. Iniciando o projeto de prefeitura ....................................................... 36


5.1. Elementos gráficos indispensáveis .................................................................................43
5.1.1 Planta baixa ...........................................................................................................43
5.1.2 Cortes transversais e longitudinais ........................................................................45
5.1.3 Fachadas ...............................................................................................................48
5.1.4 Planta de cobertura ...............................................................................................49
5.1.5 Detalhes ................................................................................................................52
5.1.6 Quadro de iluminação e ventilação ........................................................................54

Considerações finais ........................................................................... 56

Referências consultadas ...................................................................... 57

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Agradecimentos

A Deus, por tudo que nos tem proporcionado!!


Aos nossos pais, pelo sacrifício que permitiu nossa formação profissional.
Aos nossos esposos e filhos, pelo amor e apoio incondicional.
À toda equipe Construir, funcionários, estagiários e parceiros.

Aos nossos queridos alunos, presenciais e virtuais!! Sem vocês, nosso


trabalho não teria sentido!! Obrigada, obrigada e obrigada!!

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Sobre as autoras

A professora e arquiteta Roberta Vendramini está hoje à frente da empresa


Cursos Construir. Com sólida experiência em coordenação e compatibilização
de projetos, trabalhou no renomado escritório de arquitetura Olegário de Sá,
em São Paulo. Durante anos, atuou também como docente de AutoCAD,
Desenho Arquitetônico, Legislação para Obras, Projeto, dentre outras
disciplinas, na Faculdade de Tecnologia em Construção de Edifícios IPEP e
na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Anhanguera. Atualmente, a
professora Roberta direciona todo seu tempo e know-how para treinamentos
em DVD, videoaulas gratuitas, blogs e páginas no Facebook para cadistas,
projetistas e alunos de arquitetura, engenharia e design. Seu primeiro blog, o
AutoCAD para Construção de Edifícios, já foi visualizado mais de 5 milhões
de vezes e seu canal no youtube é um dos maiores da área, com mais de 38
mil inscritos e 5 milhões de visualizações de vídeos.

A arquiteta Sabrina Marano nasceu em São Paulo-SP, formada em


Arquitetura e Urbanismo em 2001 pela Unib, trabalha na área desde 1999,
atuando como colaboradora em escritórios de arquitetura conceituados da
capital paulista. Em 2007, abriu seu escritório e continuou atuando em
parceria com grandes arquitetos e construtoras, desenvolvendo projetos nas
áreas residenciais e comerciais. Fez cursos livres nas áreas de
luminotécnica, visual merchandising, design de interiores, legislação
municipal para arquitetura e urbanismo e softwares voltados para a área de
arquitetura. Hoje, é também parceira dos Cursos Construir, atuando na área
educacional ao lado da professora Roberta Vendramini.

A advogada Valéria Miranda é irmã da professora Roberta Vendramini e


desde agosto faz parte da equipe Cursos Construir. Com experiência de mais
de 10 anos atuando como advogada, ela colaborou na interpretação de leis e
decretos municipais de modo a situar o assunto dentro do Código de Obras e
Edificações de São Paulo e legislações esparsas, esclarecendo acerca da
aplicabilidade das leis e normas nos projetos de prefeitura.

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Introdução
É comum as pessoas sentirem insegurança ao se depararem com a falta de conhecimento
básico quando precisam aprovar um projeto arquitetônico na prefeitura antes de iniciar uma
construção ou reforma.
Pensando no despreparo que muitos podem ter, foi que preparamos este e-book com o intuito
de simplificar a sistemática de elaboração de projetos de prefeitura, desmistificando a ideia de
que ele é complicado.
Este material é destinado principalmente aos profissionais da área, estudantes, e pessoas que
desejam conhecer mais sobre o assunto, como proprietários e construtores.
Será demonstrada, de uma maneira muito agradável, com linguagem simples, a elaboração do
projeto, os elementos essenciais e os trâmites comuns que envolvem o processo nas
prefeituras. O leitor será apresentado ao processo passo a passo, mediante estudos de caso,
com as variáveis envolvidas na elaboração do projeto e a maneira como se faz isso de acordo
com as normas do COE – Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo e normas
gerais básicas a todas as prefeituras.
O Capítulo 1 trata do conceito de projeto de prefeitura, ou projeto legal, como é tecnicamente
chamado, e demonstração, por meio de figuras, da interface da representação gráfica; uma
“prancha” de desenho, como se diz. Também discorremos brevemente sobre os requisitos para
a aprovação e alguns termos usuais que envolvem o projeto.
No Capítulo 2 tratamos pormenorizadamente da documentação necessária para instruir o
processo, com demonstração de modelos, bem como dos elementos essenciais que devem
constar no projeto.
O Capítulo 3 traz a conceituação dos termos recorrentes nos projetos e requerimentos das
Prefeituras.
No Capítulo 4 é feita uma breve delimitação das responsabilidades do proprietário do imóvel e
também do responsável técnico pela obra, situando cada caso no aspecto jurídico.
Por fim, o Capítulo 5 trata da parte física do processo, da folha de desenho, o que deve ser
demonstrado e como se faz para se montar um processo desde o início até a aprovação.
Em alguns capítulos apresentamos estudos de casos, tomando por base o que é exigido pela
prefeitura de São Paulo e que pode ser aplicado em qualquer prefeitura, uma vez que a
prefeitura paulistana é uma das mais exigentes no país em termos de aprovação de projetos.
Assim, o aluno estará apto a desenvolver um projeto legal e obter a aprovação em qualquer
município do país.

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1. Conceito – o que é um projeto de prefeitura ou


projeto legal?


É objetivo da Política Urbana ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da Cidade e o uso socialmente justo e ecologicamente equilibrado e
diversificado de seu território, de forma a assegurar o bem-estar equânime de
seus habitantes...” Plano Diretor Estratégico (PDE) de São Paulo, art. 9º, Lei n.13.430/02.

Um projeto de prefeitura (ou legal) é um documento exigido pelos COE's – Códigos de Obras e
Edificações dos municípios no qual devem constar todos os parâmetros que serão utilizados
em uma construção ou reforma/alteração residencial, comercial, industrial ou galpão.

O projeto é uma exigência dos Poder Executivo Municipal, visando ter registrado tudo o que
ocorre nas cidades, como as obras se relacionam dentro do planejamento urbanístico e se elas
respeitam as normas legais vigentes.

A apresentação do projeto é padronizada (com gráficos e nomenclaturas específicos) e deve


ser elaborada por profissional de arquitetura ou engenharia, que seguirá as normas codificadas
pela prefeitura, sujeitando-se às sanções legais, uma vez que possuem valor jurídico, ou seja,
vinculam o profissional ao que ficou registrado no projeto.

O projeto possui a interface gráfica com a disposição dos desenhos arquitetônicos dos
pavimentos da edificação – a chamada planta baixa, que, basicamente, é um desenho da
planta da construção, vista de cima, como se cortada à altura de 1,5m do piso. Devem ser
apresentados, também, os cortes transversais e longitudinais, bem como fachadas
(usualmente a frontal ou principal e em alguns casos a lateral), quadros técnicos com
indicativos de iluminação, ventilação e outros índices.

É importante mencionar que o projeto de prefeitura é um projeto único, pois não se confunde
com o projeto técnico (aquele que vai todo detalhado para a obra), nem com o projeto para o
cliente (que tem ênfase nos detalhes estéticos).

Para a aprovação do projeto na prefeitura, o profissional deverá seguir todas as normas


técnicas do COE e do Plano Diretor1 do município onde será edificada a construção.

1 O Plano Diretor rege o desenvolvimento do município, envolve planos estratégicos de transportes, uso e ocupação
do solo, dentre outros.

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Cada COE determina seu regramento, com os cortes e parâmetros gráficos e legais diferentes
(selo, cotas e legenda, p.ex.), porém, na maioria das vezes os elementos gráficos e as
informações são comuns em todos os municípios, variando apenas em alguns poucos
detalhes.

Exemplo da representação gráfica de um projeto de prefeitura:

Figura 1: Exemplo de projeto completo de prefeitura


Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

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1.1 Atividades que exigem aprovação de projetos na prefeitura

O projeto principal de prefeitura, apresentado na figura do item anterior, não é exigido somente
para construções novas, é obrigatório também em caso de alteração de um projeto original
(reformas), mesmo que já efetivado, como um projeto de regularização de obra existente (no
qual se acrescentam ou não área à construção), projeto de anistia (que só são permitidas em
períodos específicos), reparos (como telhados) e projeto de demolição, por exemplo. Todos
esses são, igualmente, projetos de prefeitura devem ser submetidos ao mesmo regimento
normativo (item 3.3 do COE/SP).

3.3 - Em função da natureza do serviço ou obra a serem executados, ou ocorrência a ser


notificada dependerão, obrigatoriamente, de Comunicação prévia à PMSP:

a) execução de restauro em edificações tombadas ou preservadas, desde que obtida a


prévia aprovação dos órgãos competentes;
b) execução de reparos externos em edificações com mais de dois andares;
c) execução de reparos externos em fachadas situadas no alinhamento;
d) execução de pequenas reformas;
e) execução de obras emergenciais;
f) execução de muros e gradis nas divisas do lote;
g) início de serviços que objetivem a suspensão de embargo de obra licenciada;
h) início, paralisação e reinício de obras para efeito de comprovação da validade do Alvará
de Execução;
i) implantação de mobiliário;
j) transferência, substituição, baixa e assunção de responsabilidade profissional.

3.3.1-A comunicação será apresentada em requerimento padronizado, avalizada por


profissional habilitado quando a natureza do serviço ou obra assim o exigir, e instruída
com peças gráficas, descritivas ou outras julgadas necessárias para sua aceitação.

Um projeto atrelado a outro já existente terá sob-registro o mesmo número de protocolo do


processo original de entrada na prefeitura, de modo que formem um todo homogêneo e
interdependente.

Outros exemplos: quando se quer unir lotes ou separá-los, apresentam-se projetos de


unificação (ou fusão) de lotes ou desmembramento/desdobro. Tais projetos devem
representar graficamente as configurações das dimensões do lote, que constam oficialmente
na Matrícula do Registro de Imóveis do lote. Veja exemplo de um projeto de desmembramento
de lote na Figura 2.

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Figura 2: Exemplo de projeto de desmembramento de lote


Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

Há, também, projetos legais de condomínio, os quais requerem aprovação tanto na prefeitura,
como no condomínio, pois a construção/alteração deve seguir os parâmetros previstos nas
regras condominiais. Então serão dois projetos apartados.

Também seguem o mesmo entendimento os projetos em imóveis com tombamento histórico, os


quais requerem aprovação do CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,
Arqueológico, Artístico e Turístico, por exemplo. Na capital de São Paulo, há locais onde
existem tombamentos de jardins, os quais requerem uma autorização específica para que se
possa remover vegetação de porte arbóreo para poder construir no local. Veja o projeto da
Figura 3.

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Figura 3: Exemplo de projeto com tombamento arbóreo para apresentação no CONDEPHAAT


Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

1.2 Trâmites para se aprovar um projeto na prefeitura

Como se disse, um projeto de prefeitura existe para documentar e regulamentar o curso de


uma construção ou para regularizar uma edificação existente. Ele é necessário para que as
prefeituras mantenham todos os registros das modificações existentes nas cidades, porque
toda ação humana sobre o ambiente influencia de alguma maneira – positiva ou negativa –
sobre a cartografia da cidade.

Após a apresentação e aprovação do projeto, a prefeitura emite o Alvará de Aprovação do


projeto, que não é o documento final para a liberação da construção. Para a efetiva
construção deverá ser apresentado o Alvará de Aprovação e feito um requerimento de
Alvará de Execução (que recebe um número de registro) para que o proprietário possa
construir ou reformar seu imóvel.

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A prefeitura de São Paulo, atualmente, já aceita que, para residência unifamiliar pequena (lote
até 400 m² que não envolva outorga onerosa, área de operação urbana ou INCRA), seja feito
um único requerimento de alvará, que funcionará para aprovação e construção ao mesmo
tempo:

3.7.3 - O Alvará de Execução poderá ser requerido concomitantemente ao Alvará de


Aprovação e seus prazos correrão a partir da data de publicação do despacho de
deferimento do pedido.

3.10 - Por opção do proprietário, devidamente assistido por profissional habilitado, poderá
ser requerida a emissão de Alvará de Licença para Residências Unifamiliares, como
procedimento alternativo àqueles previstos nas seções 3.6 (Alvará de Aprovação), 3.7
(Alvará de Execução) e 3.9 (Certificado de Conclusão).

Os alvarás de aprovação são mais comumente requeridos por construtoras, que apresentam
vários projetos para aprovação para, depois de deferido o alvará, requerer o alvará de
execução. Isso é interessante para grandes empreendimentos, pois somente depois da
aprovação do projeto é que a empresa decidirá qual deles é economicamente mais viável de se
construir ou comercialmente mais vantajoso.

Para que um projeto obtenha aprovação, deverá observar estritamente as disposições do COE
do município onde está registrado o imóvel.

A prefeitura de São Paulo exige que para requerer o Alvará de Aprovação, o pedido seja
instruído com as seguintes peças:

3.6 - Mediante procedimento administrativo e a pedido do proprietário ou do possuidor do


imóvel, a PMSP emitirá Alvará de Aprovação para:
a) movimento de terra;
b) muro de arrimo;
c) edificação nova;
d) reforma;
e) aprovação de equipamento;
f) sistema de segurança.

3.6.1-Um único Alvará de Aprovação poderá abranger a aprovação de mais de um dos


tipos de projetos elencados no "caput" desta Seção.

3.6.2-O pedido de Alvará de Aprovação será instruído com:

a) documentação referente ao imóvel, contendo dados que permitam sua caracterização e


a análise do projeto, inclusive nos aspectos relativos à LPUOS;
b) peças gráficas e descritivas que permitam a perfeita compreensão e análise do projeto,
em especial quanto ao atendimento das condições mínimas previstas na LOE e na LPUOS;
c) apresentação de levantamento topográfico para verificação das dimensões, área e
localização do imóvel, quando necessário.

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1.2.1 Alvará de Autorização

Para casos transitórios e urgentes, a Prefeitura emite autorização para implantação de


edificações temporárias, como stands de vendas de unidades autônomas em condomínio,
edificações de canteiros de obras, avanços de tapumes etc. O requerimento, conforme
determinado no item 3.5 do COE/SP poderá ser feito pelo proprietário, mas também deverá
estar acompanhado das peças gráficas e descritivas dos processos legais comuns:

3.5 - Mediante procedimento administrativo e a pedido do interessado, a PMSP concederá,


a título precário, Alvará de Autorização, o qual poderá ser cancelado a qualquer tempo
quando constatado desvirtuamento do seu objeto inicial, ou quando a PMSP não tiver
interesse na sua manutenção ou renovação.

Dependerão obrigatoriamente de Alvará de Autorização:

a) implantação e/ou utilização de edificação transitória ou equipamento transitório;


b) implantação e/ou utilização de canteiro de obras em imóvel distinto daquele onde se
desenvolve a obra;
c) implantação e/ou utilização de estande de vendas de unidades autônomas de
condomínio a ser erigido no próprio imóvel;
d) avanço de tapume sobre parte do passeio público;
e) utilização temporária de edificação, licenciada para uso diverso do pretendido;
f) transporte de terra ou entulho.

3.5.1-O pedido de Alvará de Autorização será instruído com peças descritivas e


gráficas, e será devidamente avalizado por profissional habilitado quando a natureza da
obra ou serviço assim o exigir, dependendo sua renovação de recolhimento semestral das
taxas devidas.

1.2.2 Prazos para despacho de decisão

Como cada município tem seu regramento próprio, o prazo para um parecer da prefeitura a
respeito de uma solicitação pode variar. Em São Paulo o COE determina 90 (noventa) dias
como prazo máximo para uma decisão da prefeitura sobre a aprovação (item 4.2 e seguintes
do COE). Caso não seja cumprido esse prazo, faculta-se ao proprietário o requerimento de
execução da obra, que poderá ser iniciada sob a responsabilidade do proprietário e do
responsável técnico acerca das observações das normas vigentes.
Caso seja constatada uma irregularidade no projeto submetido à análise para aprovação, será
emitido um documento, pelo setor de aprovação, denominado “Comunique-se”2 ao proprietário

2 “Comunique-se” é um comunicado da prefeitura apontando falhas no projeto ou documentação faltante


e que devem ser sanadas e atendidas no prazo estipulado. O processo fica paralisado durante esse
período, até que se cumpra as determinações. Em São Paulo o prazo do “Comunique-se” é de 30 dias,
podendo-se requerer prorrogação.

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para que seja adequado o projeto ao que determinar a prefeitura, entretanto, se não cumpridas
em 30 dias a partir da publicação do “Comunique-se”, o pedido será indeferido.

Pode ser que o despacho emitido pela Prefeitura não seja aquele que o proprietário espere.
Nesse caso, pode-se fazer o pedido de reconsideração desse despacho, mediante a
correção dos problemas que foram apontados como causadores do indeferimento da
solicitação. Na Prefeitura de São Paulo o prazo é de trinta dias, e para Certificado de
Conclusão de obra (“habite-se”), 60 dias. Esses prazos são improrrogáveis.

1.3 Alvará de Execução

É o documento que vai autorizar o início efetivo da construção ou reforma. Com ele em mãos,
o arquiteto ou engenheiro pode autorizar que os trabalhos iniciem no imóvel do cliente, sendo
necessário também para os casos de: movimento de terra; construção de muro de arrimo;
demolição total; reforma; reconstrução; instalação de equipamentos e execução de sistema de
segurança.

Para ter certeza de que o pedido de execução será deferido, devem ser seguidas as regras do
COE:

3.7.2-Os pedidos de Alvará de Execução, excetuados aqueles para demolição total e


reconstrução, serão instruídos com:

a) título de propriedade;
b) projeto aprovado, devidamente avalizado pelo Dirigente Técnico da Obra;
c) Alvará de Aprovação;

3.7.2.1-Quando se tratar de demolição total serão instruídos com título de propriedade e,


ainda, em se tratando de prédio com mais de 2 (dois) andares, aval do Dirigente Técnico da
Obra.

3.7.2.2-Quando se tratar de reconstrução serão instruídos com:

a) título de propriedade;
b) laudo técnico de sinistros;
c) documentos comprovantes da regularidade da obra sinistrada;
d) peças descritivas, devidamente avalizadas pelo Dirigente Técnico da Obra.

É preciso estar atento ao prazo de validade do Alvará de Execução no município em que


será executada a edificação, pois, uma vez vencido, não se poderá dar início às obras. Em São
Paulo o prazo varia, sendo de 1 (um) ano para movimentação de terra, e 2 (dois) anos para os
demais casos (itens 3.7.8 e 3.7.9 do COE/SP).

Durante a execução das obras, é obrigatório ao Dirigente Técnico da Obra (que poderá ser o
engenheiro ou o arquiteto que fez o projeto) comunicar periodicamente, no mesmo processo
que originou o Alvará de Execução, o andamento das obras ou serviços durante suas

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etapas, até a total conclusão, quando será requerida a expedição do Certificado de


Conclusão (item 3.7.7).

1.4 Certificado de Conclusão de Obra (“Habite-se”)

Esse certificado é uma confirmação de que a obra foi concluída dentro do projeto aprovado que
originou o Alvará de Execução. Pode ser concedido, também, certificado parcial para o caso
de haver partes concluídas que estejam dentro das exigências mínimas.

Somente será emitido o certificado (total ou parcial) mediante vistoria prévia por meio de
fiscais da Prefeitura constatando a fidelidade ao projeto e, no caso de haver alguma
discrepância, essa não pode ser superior a 5% entre a obra e o projeto (itens 3.9.1 e 3.9.2 do
COE/SP).

3.9.1-Poderão ser concedidos Certificados de Conclusão de Edificação em caráter parcial,


se a parte concluída atender, para o uso a que se destina, as exigências mínimas previstas
na LOE e na LPUOS.

3.9.2-Poderão ser aceitas pequenas alterações que não descaracterizem o projeto


aprovado, nem impliquem em divergência superior a 5% (cinco por cento) entre as
metragens lineares e/ou quadradas da edificação, constantes do projeto aprovado e as
observadas na obra executada.

O certificado de conclusão não será expedido se houver multas pendentes sobre o imóvel,
sendo necessário saldá-las para se obter a liberação do documento (item 3.9.3).

Esse foi um breve relato acerca do trâmite do processo dentro da Prefeitura de São Paulo.
Possivelmente ele será o mesmo procedimento existente nas demais prefeituras do país. A
partir do próximo capítulo serão conhecidas as especificidades dos elementos do projeto, os
órgãos envolvidos nos diferentes tipos de edificações e como tudo isso se interliga para que um
projeto possa ser aprovado.

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2. Pré-requisitos e procedimentos anteriores à


aprovação do projeto

2.1 Documentação técnica – registro profissional


Será comunicado ao órgão federal fiscalizador do exercício profissional a
atuação irregular do profissional que incorra em comprovada imperícia, má-fé,
ou direção de obra sem os documentos exigidos pela PMSP.” COE/SP, item 2.4.3

Somente um profissional licenciado nos órgãos e conselhos profissionais competentes – como


os Conselhos de Engenharia e Arquitetura - pode elaborar e solicitar a aprovação de um
projeto na prefeitura. É necessário, ainda, que o profissional possua registro na prefeitura
municipal de localização do imóvel.

O engenheiro3 ou arquiteto deverá ser formado em curso superior reconhecido pelo MEC e
estar registrado no conselho profissional competente, bem como seguir as determinações que
seu órgão de classe prevê.

Outro requisito essencial, sem o qual não se consegue dar entrada no projeto na prefeitura
competente, é o cadastro do profissional na prefeitura municipal, sob pagamento de taxa
inscrição. Basta cumprir esse requisito e efetuar o registro em quantas prefeituras se tenha
interesse/necessidade.

No item 2.4 do COE/SP estão dispostas as exigências para que o profissional atue perante a
municipalidade.

A prefeitura de São Paulo disponibiliza um manual com interface simples e agradável para
nortear o pedido de aprovação eletrônica dos projetos no endereço
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/planejamento/arquivos/manual%20slc.
pdf.

3 Desde agosto de 2013 tramita no Tribunal Regional Federal de Santa Catarina uma Ação Civil Pública intentada
pelo CREA/SC contra o CAU/SC a respeito da reserva de mercado deste último aos arquitetos em detrimento dos
engenheiros para os projetos arquitetônicos. Até a data de fechamento deste e-book ainda não há decisão definitiva,
sendo que o CREA venceu na primeira instância, mas perdeu na segunda. Ainda deve ser julgado o recurso de
Apelação do CREA/SC. Para maiores detalhes, veja nota ao final deste capítulo.

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2.2 Documentação do lote/imóvel – título de propriedade e situação


fiscal
- Documento comprobatório de propriedade. Para se requerer a aprovação do projeto, o
cliente tem que fornecer o documento que comprove que ele é proprietário do imóvel, por meio
da matrícula registrada no Cartório de Registro de Imóveis do Município. A matrícula do imóvel
é a documentação onde constam essas informações, além das dimensões do lote,
confrontantes, numeração, quadra e área total.

É necessário que a matrícula esteja atualizada (o prazo máximo aceitável fica a critério da
municipalidade), para que se confirme a validade do documento e sua real situação, seja física
(dimensões, por exemplo), seja jurídica (título de propriedade).

É importante que o nome do proprietário constante na matrícula seja o mesmo que conste nas
plantas, ou, no caso de possuidor, pode ser o mesmo que conste no contrato de compra e
venda, mas também deve ser acompanhado da matrícula para confrontação das dimensões do
lote. Isso pode ser feito somente para o pedido de Alvará de Aprovação do projeto, porém para
a execução o nome do proprietário tem que constar na matrícula atualizada do imóvel e ser o
mesmo que conste das plantas.

- Folha de rosto do IPTU. A edificação tem que estar regularizada para reforma e também o
terreno para receber qualquer construção nova. Caso não esteja, primeiramente devem-se
regularizar os documentos, pois não se pode efetuar qualquer alteração em uma edificação ou
terreno irregular.

- Documentos do proprietário. São necessários cópias do RG e CPF.

- Documentos do profissional. Devem-se juntar cópias do CAU ou CREA para se identificar o


profissional, e documento comprobatório do CCM – Contribuição de Cadastro Mobiliário
(pagamento do ISS – Imposto Sobre Serviços).

Em São Paulo (e também em algumas cidades do interior) é permitido entrar com cadastro por
obra, não é necessário ter cadastro permanente, porque pode ser que a pessoa não atue no
município, seja apenas um serviço de execução temporária.

- Requerimento padrão de cada Prefeitura. Neste requerimento serão colocados todos os


dados solicitados, ou seja, do proprietário, do profissional, do imóvel onde será feita a
construção ou reforma, dentre outros.

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Nas Figuras 4 e 5 está representado um modelo de requerimento da Prefeitura de São Paulo.


Esse documento deve ser preenchido on-line, pois na Capital pode ser feito o procedimento
pela via eletrônica, com cadastro prévio de senha no site
(http://www.capital.sp.gov.br/portal/secoes/nav-cidadao/#/MSwxMDc2LDExMjQsMjc2Mg==). A
PMSP disponibiliza o passo-a-passo do preenchimento do requerimento no link:
http://www3.prefeitura.sp.gov.br/sd2110/Forms /sisacoePH.aspx.

Figura 4: Modelo de Requerimento da PMSP para uso e ocupação do solo


Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/licenciamentos/requerimento_padrao.pdf

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Figura 5: Instrução para preenchimento de Requerimento da PMSP para uso e ocupação do solo
Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/licenciamentos/requerimento_padrao.pdf

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- Declarações padrão. O profissional declara que não está sendo usado um tipo de material
que é proibido no município onde será realizada a obra. Em São Paulo é proibido utilizar o
amianto, por exemplo. Também devem ser feitas as declarações de acessibilidade. Cada
Prefeitura exige um tipo de declaração.

- Levantamento planialtimétrico (ou topográfico). Somente é necessário para edificação


nova, pois para reforma os níveis do terreno já devem constar no projeto anteriormente
aprovado. Também é exigido pela prefeitura quando houver movimentação de terra, muro de
arrimo e outros casos. Como se mencionou anteriormente, o levantamento planialtimétrico é
elaborado por profissional habilitado, que pode ser o engenheiro agrônomo ou topógrafo,
deverá ser juntado em folha separada do projeto arquitetônico e observará as informações
padrão exigidas por cada prefeitura.

O arquiteto não será responsável pelo levantamento topográfico, pois o autor é outro
profissional, porém, o arquiteto deverá saber como ele é feito, para poder pegar as informações
e transpor para o projeto arquitetônico, como as dimensões reais do terreno, a angulação, o
perfil natural do terreno tem que aparecer no corte, as cotas de nível têm que aparecer na
planta, o ângulo de encontro das arestas, a largura da via (que também é levantada no
planialtimétrico), a localização de boca de lobo, postes, árvores, todos esses elementos devem
ser indicados no projeto de arquitetura para aprovação na prefeitura.

A seguir, exemplo de uma planta topográfica e suas características:

Figura 6: Exemplo de uma planta topográfica


Fonte: http://drb-assessoria.com.br/11topografiasituacaoeimplantacao.htm

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- Projeto arquitetônico de acordo com o padrão exigido pela prefeitura. Deverá ser juntado
ao requerimento de aprovação o projeto em 2 ou 3 vias, a critério de cada prefeitura. Se for on-
line, como em São Paulo, deve juntar como documento anexo, na extensão especificada no
site.

Cada prefeitura possui seus requisitos padrão, umas dão mais ênfase à volumetria (desenhos
de fachadas), outras aos cortes. A prefeitura de São Paulo, objeto de estudo deste e-book,
exige o seguinte:

- plantas de todos os pavimentos: implantação/térreo, superior, barriletes, planta de


cobertura;
- cortes : no mínimo um longitudinal e um transversal – fala-se em mínimo, porque
pode haver outros detalhes que devam ser demonstrados, como mezaninos e
escadas, por exemplo;
- fachadas: na maioria dos casos somente a fachada frontal, porque é a qual vai
indicar a relação com o logradouro. Se for terreno de esquina, é comum apresentar
todas as fachadas voltadas para as ruas;
- detalhes necessários para a melhor compreensão do projeto – deve-se usar o
bom senso e analisar as implicações do projeto para se evitar um “Comunique-se”,
o que acaba atrasando a aprovação do projeto.

Geralmente o projeto é apresentado em escala 1:100 ou, se for necessário reduzir, até 1:200 é
admitido. Deve ser observado o fundo claro e sem detalhes desnecessários, de modo a
informar sem “tumultuar” o desenho.

Assim, os desenhos devem indicar as cotas internas dos ambientes (sem linhas), cotas
externas de referência, cotas de nível, chamadas de esquadrias quando necessário (quando
houver muitas esquadrias, faz-se um quadro indicando a altura x largura x peitoril),
denominação de compartimentos, marcação de guarda-corpo (deve observar as normas de
segurança), platibanda, inclinações de rampas, numeração de escadas. Tudo em escala
compatível e legível. Detalhes de escadas, rampas, saliências e mobiliários, quando
necessário.

Os cálculos também devem aparecer na folha de projeto (mas não precisam constar no
carimbo): lotação, área permeável, vagas de estacionamento, quota de terreno por unidade
(em caso de conjunto residencial), reservatório (quando necessário), quadro de áreas de
insolação e ventilação.

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O quadro de áreas de escritura x real, computáveis e não computáveis, e área total, devem
aparecer no carimbo, bem como os cálculos de taxa de ocupação e coeficiente de
aproveitamento.

Os cálculos específicos, a legenda e a representação gráfica padrão a serem seguidos


variam em cada prefeitura.

Igualmente, cada município possui uma legislação acerca das declarações e notas que
devem constar no projeto, o que deverá ser pesquisado pelo arquiteto.

A figura abaixo demonstra um exemplo de projeto arquitetônico simplificado disponível no


site da Prefeitura de São Paulo. O profissional deve se inteirar se a prefeitura em que consta
o imóvel possui exemplos a serem seguidos.

Figura 7: Modelo de projeto simplificado para residência unifamiliar


Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/licenciamentos/PROJ_SIMPL_Resid_Unifamiliar.pdf

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- Anotação e registro de responsabilidade técnica. A anotação é cabível para casos em que


o profissional seja registrado no CREA; para o arquiteto o registro refere-se ao CAU. Como se
mencionou anteriormente, o arquiteto é responsável pelo projeto arquitetônico; a
responsabilidade sobre as estruturas, levantamento topográfico, dentre outros, devem ser
atribuídas aos profissionais que executaram tais projetos, devendo ser incluídos a declaração e
recolhimento da taxa referente à responsabilidade técnica.

- Declarações gerais. Conforme dito no capítulo anterior, há exigências que devem ser
observadas por escrito no próprio projeto, como a declaração de não haver pendências
judiciais envolvendo o imóvel e a juntada de documento de anuência dos órgãos
competentes, com aprovação de plantas, referentes às áreas de controle aéreo, tombamento
histórico e proteção ambiental. A própria prefeitura informa quais órgãos devem ser
consultados para a aprovação dos projetos específicos.

Ao fim dos projetos aprovados, de posse das declarações de anuência desses órgãos, é que o
projeto estará apto para entrada na prefeitura.

Um documento interessante disponibilizado pela PMSP é o “checklist” dos projetos de


prefeitura. Trata-se de uma lista dos documentos necessários para cada procedimento durante
o processo de requerimento, análise do pedido e aprovação. Essa lista pode ser muito útil para
os arquitetos e engenheiros no país todo (caso não seja disponibilizada em todos os
municípios), pois dá um “norte” para o profissional se situar em meio a tanta legislação. Com as
devidas adaptações, pode ser utilizado sem problema em outros municípios.

O link para acesso do checklist é:


http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/licenciamentos/checklist(1).pdf

2.3 Outras documentações exigidas

Em mais de 15 anos de experiência em arquitetura, a arquiteta Sabrina Marano, uma das


autoras deste e-book, pôde constatar que cada prefeitura possui seu próprio procedimento
interno, leis, atos e código de obras (como já foi dito), porém há um mínimo de requisitos que
são comuns na maioria dos municípios, seja para a construção ou regularização de obra.

Assim, os seguintes documentos são comumente mais exigidos (alguns deles já mencionados
no tópico anterior):

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- projeto completo (confeccionado de acordo com o padrão da prefeitura e com o


Código de Obras);
- requerimento padrão;
- memoriais descritivos de construção (caso seja construção nova);
- memoriais descritivos do tipo e laudo técnico (construção existente);
- documentação de propriedade e matrícula do lote;
- documentação do registro do profissional;
- comprovante de recolhimento das taxas municipais;
- certidão negativa de débitos fiscais atualizada.

Assim, antes de dar entrada do projeto na prefeitura, aconselha-se confirmar quais os


documentos necessários para o processo, evitando, dessa forma, a protelação do início das
obras. No site da Prefeitura de São Paulo há um quadro bastante elucidativo que elenca todos
os documentos necessários de acordo com cada tipo de processo:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/licenciamentos/checklist(1).pdf.

2.4 Nota ao capítulo: a polêmica entre o CAU e o CREA


Como afirmamos, há forte controvérsia entre o CAU e o CREA de Santa Catarina a respeito
das prerrogativas dos engenheiros para atuarem nos projetos arquitetônicos. Isso porque o
CAU emitiu a Resolução 51, na qual determina a reserva do mercado de projetos para os
Arquitetos e Urbanistas. Essa resolução, segundo o CREA, prejudicou muitos engenheiros,
engenheiros agrônomos, agrimensores e engenheiros topógrafos com registro no CREA.

O que acontece é que de 1933 até 2011, o CAU não existia. Os profissionais de Arquitetura e
Urbanismo eram associados diretamente ao CREA, que até então era o Conselho Regional de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Com um trabalho e projeto que se estenderam por muito
tempo, os arquitetos conseguiram, enfim, um conselho próprio para que pudessem
regulamentar sua prática profissional, atribuindo aos graduados da área uma série de
atividades exclusivas a eles.

Essas atividades exclusivas, portanto, só poderiam ser feitas, dentro da lei, por aqueles que
estivessem associados e com a anuidade em dia com o CAU, e não mais os engenheiros e
técnicos que participavam do CREA. A “Resolução 51″, documento que traz as leis que devem
ser seguidas, normas e direitos de um arquiteto, determina que apenas seus associados criem
“projetos arquitetônicos” (dentre outros). Isso causou muito alvoroço, e os engenheiros que
trabalhavam nessa área passaram a procurar caminhos para reverter essa situação.

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Com todos os problemas, o próprio CREA começou a procurar alternativas para cassar essa
permissão da justiça. Alguns estados conseguiram através de seus CREA’s uma liminar para
suspender a resolução, como o do Paraná e de Santa Catarina. Outros ainda brigam pelos
seus direitos e acompanham de longe a situação.

Em 2013 a Associação Brasileira de Engenheiros Civis (Abenc) entrou com um pedido de


anulação na Justiça e conseguiu, mesmo que temporariamente, suspender a execução da
Resolução 51. Em dezembro do mesmo ano a CAU revidou e entrou com um recurso junto ao
TRF para que seus direitos fossem restabelecidos, mostrando todas as regras que o tornam
completo e com direito legítimo.

“No pedido, o CAU/BR reafirmou a legalidade da norma, com base na Lei 12.378/2010, nas
Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Engenharia Civil,
e também nas Resoluções nº 218/1973 e nº 1010/2005 do Conselho Federal de Engenharia e
Agronomia (Confea).”

No recurso, a defesa da CAU aponta argumentos da juíza Lana Lígia Galati contraditórios e
mostra que não há problemas no documento que ela suspendeu, e por isso pedem que seja
reconsiderada a decisão.

Entre os argumentos do CREA está o fato de que as próprias universidades de engenharia civil
ensinam o projeto arquitetônico aos seus alunos, o que torna-os capazes de fazer esse
trabalho. Os arquitetos, por outro lado, dizem que também aprendem matérias específicas do
engenheiro, mas que não procuram exercê-las.

Enquanto o documento não está sendo executado, o CAU trabalha para reorganizá-lo de modo
que não cause problemas com a legalidade e que valorize o trabalho do arquiteto e suas
atividades específicas, luta que se estende há mais de 50 anos.

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3. Definições dos termos de um projeto legal

Um projeto de prefeitura envolve diversos elementos informativos específicos obrigatórios, os


quais definiremos brevemente a seguir.

- Área de escritura – é a área oficial constante do documento de propriedade, ou seja, a


escritura. Lá constam as dimensões de cada lado do terreno e também área total.

- Área real – é a área que o terreno tem de fato, ou seja, a área que foi encontrada pelo
levantamento planialtimétrico.

Não poderá haver discrepância superior a 5% entre a área de escritura e a área real. Caso
essa diferença seja superior ao previsto no COE, deve-se adequar a escritura no cartório
competente, para que conste conforme a área real.

No projeto de prefeitura deverão ser indicadas as duas áreas, como na Figura 8, em que “E”
corresponde à área de escritura, e “R”, à área real:

Figura 8: Exemplo de disposição das áreas de escritura e real


Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

- Área construída total – o nome é autoexplicativo, ou seja, é toda a área coberta construída
no terreno, sendo consideradas tanto as áreas computáveis e não computáveis. Ela vale para o
cálculo do IPTU, que cobra sobre tudo.

- Área computável – é a área que é considerada para os cálculos da taxa de ocupação e do


coeficiente de aproveitamento (serão discutidos mais à frente). O COE de cada município lista
as áreas computáveis.

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- Área não computável – aquela que não entra para fins de cálculos, como os abrigos para
carros, a área de lazer comum de prédios (piscina, churrasqueira), guarita, apartamento do
zelador (até 60m², no caso da cidade de São Paulo).

- Área permeável – área ajardinada do terreno, ou seja, é a terra mesmo, sem o contrapiso,
sem concregrama (tipo de piso vazado muito usado para criar caminhos em jardins). Nas áreas
com concregrama deve ser apontado o grau de permeabilização (isso pode ser verificado com
o fabricante), pois há blocos com permeabilidade de 50%, 70%. Como fazer esse cálculo para
apontar no projeto? Primeiro, somam-se todas as áreas efetivamente ajardinadas, e caso haja
concregrama ou jardineira, faz-se o cálculo de proporção de permeabilidade destes em
separado, para poder somar a área de jardim. Depois dessa soma, divide-se o total pela área
do terreno, resultando na porcentagem de área permeável do terreno.

A Lei de Uso e Ocupação de Solo determina os parâmetros mínimos que um terreno deve ter
de permeabilidade, o que pode chegar até 30% da área total em algumas regiões.

Como se sabe, o escoamento das águas das chuvas é matéria de saúde pública, porque não é
raro as grandes cidades sofrerem com as enchentes, pois as pessoas estão cada vez mais
concretando os terrenos, o que sobrecarrega as bocas de lobo e o resultado todo ano é
documentado pela mídia.

- Coeficiente de aproveitamento – não possui uma unidade de medida, é um índice, um


número. Para se encontrar o coeficiente, somam-se todas as áreas computáveis de todos os
pavimentos (térreo, 1º pavimento, 2º pavimento…) e divide-se tudo pela área do terreno. O
resultado corresponde ao efetivo uso e aproveitamento que se fez do terreno, que deve
observar o valor máximo determinado pela Lei de Uso e Ocupação do Solo.

Em São Paulo determinou-se uma faixa entre o mínimo, básico e máximo, sendo que o mínimo
é a quantidade mínima que deve ter de construção, o básico é o limite que deve ter o
coeficiente, sem que se pague nada além; valores entre o básico e o máximo podem ocorrer,
porém deve-se pagar uma taxa sobre o excedente de área construída, que é a chamada
“outorga onerosa”.

- Taxa de ocupação – também é um índice, porém leva em conta a ocupação horizontal do


terreno, sem computar os pavimentos. A forma de se calcular esse taxa é sobrepor as plantas
de todos os pavimentos, de modo a considerar a projeção total dos pavimentos em relação ao
solo (por exemplo, a sacada do piso superior deverá ser projetada na área do térreo, somando-
se a ela). Essa área deve ser dividida pela área total do terreno, chegando-se, assim, ao índice
da taxa de ocupação.

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A Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS) delimita os parâmetros mínimos e máximos da taxa
de ocupação. Para obras em São Paulo devem ser observados os coeficientes dispostos no
art. 108, Seção II da LUOS.

Vejamos outras disposições contidas na LUOS no Capítulo III, art. 97:

Art. 97. Para a disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo, esta lei recorre às
seguintes estratégias, sem prejuízo de outras estabelecidas em legislação pertinente:

[...]
V. controle do uso e ocupação do solo referente aos aspectos:

a) das densidades construtivas;


b) da volumetria e do de altura máxima das edificações;
c) da relação entre espaços públicos e privados;
d) de movimentos de terra;
e) de uso do subsolo;
f) da circulação viária, de polos geradores de tráfego e de estacionamentos;
g) da permeabilidade do solo;
h) dos usos e atividades incômodos.

Parágrafo único. Para o cumprimento dos controles estabelecidos no "caput" deste artigo,
deverá ser verificada nos projetos e na execução e conclusão das obras, a observância:

4
I. dos coeficientes de aproveitamento definidos pelo PDE e PREs ;
II. das cotas mínimas de terreno por unidade construída;
III. do número máximo de habitações por metro quadrado de terreno, por zona de uso;
IV. dos recuos mínimos das edificações às divisas do terreno;
V. do gabarito de altura máxima das edificações;
VI. das relações entre altura das edificações e largura das vias públicas;
VII. das proporções mínimas de áreas públicas exigidas por lei;
VIII. do nível máximo do pavimento designado como térreo, em relação ao perfil natural do
terreno e declividade da via;
VIII. do nível máximo do pavimento designado como térreo, em relação ao perfil natural
do terreno e declividade da via;
IX. das diretrizes, expedidas pela Municipalidade, relativas aos dispositivos de acesso,
circulação e acomodação de veículos;
X. do atendimento ao número mínimo de vagas para estacionamento de veículos no interior
dos imóveis;
XI. do atendimento à taxa de permeabilidade;
XII. dos parâmetros de declividade e da não utilização de áreas com risco de
escorregamento ou geração de processos erosivos;
XIII. da compatibilidade entre o uso pretendido e os permitidos na zona de uso e,
quando couber, na via de acesso ao imóvel, segundo suas dimensões e categoria.

4 PDE; - Plano Diretor Estratégico; PREs - Planos Regionais Estratégicos das Subprefeituras.

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- Recuos – são os afastamentos horizontais de uma edificação em relação à edificação vizinha


e logradouros. Os recuos mínimos são previstos na LUOS dos municípios e mesmo nos
regulamentos de condomínios, que possuem suas próprias regras quanto aos recuos. Em São
Paulo, por exemplo, em edificações de até 6m de altura, só é necessário observar o recuo da
frente, nos lados e nos fundos pode ser avançado.

Mas isso não significa que as edificações de até 6m de altura podem ser coladas nas laterais e
nos fundos, porque sempre deverão observar o coeficiente de aproveitamento, então os recuos
não são totalmente preenchidos nesses casos.

Em uma edificação que supere de 6m de altura, os recuos partem de 3m e seguem uma forma
de cálculo escalonado definida na LUOS, conforme o número de pavimentos da edificação.

- Cálculo de lotação – é um cálculo que deve ser apresentado na folha de projeto e, para
tanto, deve ser utilizada uma tabela que defina a ocupação máxima por metro quadrado para
os variados tipos de uso em uma edificação. Obtém-se a ocupação máxima multiplicando a
área construída de cada espaço pela quantidade de pessoas por metro quadrado definida na
lei. Caso a construção seja mista (residência no piso superior e comércio no inferior, por
exemplo), deve-se fazer um cálculo para cada área, de acordo com a finalidade dela.

Essa lotação serve para a prefeitura local mensurar impactos na região e para a definição de
vagas de estacionamento, número de sanitários necessários em um projeto, dentre outras
definições.

- Classificação dos compartimentos – é uma classificação feita pelo COE para cada tipo de
ambiente de uma edificação, definida pelo seu uso (com base no tempo que as pessoas
passam dentro de cada ambiente), que determina dimensões mínimas, ventilação e insolação
necessárias.

- Ventilação e insolação – a ventilação e a insolação mínimas exigidas dos compartimentos


vão depender da classificação de cada uma delas, o que vai determinar se são necessárias
iluminação e ventilação naturais, ou se podem ser utilizados meios mecânicos e artificiais (ex:
“ventokit” para ventilar), e qual a razão utilizada para esse cálculo. Podem ser utilizados os
meios físicos e mecânicos de forma complementar, ou seja, em uma sala, por exemplo, pode-
se utilizar janela e complementar a ventilação com um ar condicionado. Os meios
complementares e artificiais podem ser substituídos.

Em São Paulo, por exemplo, podem-se utilizar ventilação e iluminação artificiais em banheiros
e, para salas e dormitórios (áreas habitacionais) usa-se 15% da área do ambiente como área

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de abertura para insolação (e metade desta para a ventilação). Para outros cômodos, como
áreas de trabalho, repouso (hotéis), estudo, (escolas) essa razão cai para 10%.

Todos os meios de ventilação e insolação (naturais ou artificiais) devem ser indicados nas
plantas.

- Espaços de circulação e segurança - as áreas de circulação e segurança de cada


edificação terão suas áreas mínimas de acordo com o uso. Quando se tratar de uso coletivo, a
exigência é maior, devido à necessidade de escoação das pessoas internas ao edifício e essas
diretrizes vão depender da lotação máxima da edificação e da própria arquitetura, uma vez que
as distâncias e os caminhos percorridos fazem diferença.

Para este item devem ser consideradas rampas, escadas, corredores e acessos em geral. Para
escadas há dimensões mínimas de pisada e espelho e, para rampas, inclinação máxima.

Dependendo do uso da edificação, faz-se necessário projeto de segurança a ser aprovado pelo
Corpo de Bombeiros local.

- Áreas de estacionamento – a legislação de cada município regula os espaços destinados a


acesso, circulação e estacionamento de veículos em cada edificação, dependendo do uso, se
privado ou coletivo. Há as dimensões construtivas mínimas (nem sempre adequadas para
todos os automóveis, porém, dentro das normas do município), número de vagas, tipos de
vagas com medidas variáveis em sua fração, espaços de manobra adequados (determinados
também pelas leis de engenharia de tráfego de cada localidade) e acessos permitidos.
Dependendo do tipo de edificação, deve ser feito um estudo específico de estacionamento e o
projeto passará também pela aprovação do órgão de trânsito do município.

- Escadas e rampas – as escadas e rampas, conforme mencionado no item Espaços de


circulação e segurança, obedecem a regras específicas de segurança, dependendo do tipo de
edificação em que estão inseridas, seu uso e localização. As regras de conforto mínimo
também devem ser observadas.

As escadas protegidas (contra incêndio) devem estar presentes em edificações de uso coletivo
e possuem regras construtivas específicas.

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Figura 9: Detalhamento de escada de residência unifamiliar


Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

- Saliências, mobiliário e obras complementares – são partes da edificação que podem ser
consideradas como área construída, mas não entram na área computável da edificação. São
saliências os beirais de cobertura, marquises, abas, balcões abertos, floreiras, cujas medidas
são definidas pela legislação local. O mobiliário consiste em alojamentos de animais, estufas,
viveiros, guaritas, churrasqueiras, pergolados, jiraus, piscinas, entre outros. São consideradas
obras complementares os abrigos para automóvel, caixas eletrônicos, abrigos para gás,
cabines de força, portaria, bilheteria. Essas obras estão sujeitas aos parâmetros fixados nas
leis locais (COE, LUOS), e quando ultrapassam esses parâmetros são considerados área
construída computável. Devem ser detalhadas em escala maior que a utilizada nos outros
desenhos, que geralmente são de 1:100 (exigidas pelas prefeituras).

Figura 10: Detalhamento de pergolado


Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

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4. Delimitação da responsabilidade legal técnica e do


proprietário


É direito de vizinhos entrarem na Justiça embargando obras em desacordo com
a legislação no caso da omissão do poder público. Livro “Direito e Justiça de Victor”
Averbach – Ed. Pini.

As partes contratantes – proprietário e profissional – devem estar cientes de seus papéis na


construção/reforma envolvida, de modo que cada qual cumpra suas obrigações e possa
reivindicar seus direitos ao longo da prestação dos serviços. Assim, é altamente recomendado
que haja um contrato de prestação de serviços que delimite todas as responsabilidades
minuciosamente.

Muitos proprietários e até profissionais desconhecem os limites de seus direitos e obrigações,


de modo que este tópico é de suma importância.

Perante a prefeitura municipal, o profissional será o responsável efetivo pela obra, por ela
respondendo em caso de acidentes de quaisquer espécies, bem como quanto aos dados
técnicos e de materiais envolvidos.

O proprietário, por sua vez, também deve ser alertado de que possui algumas obrigações para
providenciar o bom e adequado andamento da obra, de modo que tudo possa transcorrer sem
percalços, de acordo com o que prevê o Capítulo 2 do COE/SP.

4.1 Responsabilidades/obrigações do proprietário


Conforme mencionado anteriormente, o proprietário é responsável por fornecer a
documentação que comprove sua titularidade sobre o imóvel/lote e demais características que
individualizem a região onde será edificado, portanto, além da matrícula do imóvel, também são
necessários: certidões negativas de débitos, comprovante de rede de esgoto (se houver),
certidão que comprove a numeração da residência e cópias de documentos pessoais. Além
disso, o proprietário deverá assinar o projeto que será apresentado à prefeitura para
aprovação.

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Como parte da obrigação do proprietário, também deve fornecer ao profissional planta


topográfica do local onde será construída a edificação. Esta planta deverá ser elaborada por
profissional denominado topógrafo, que será remunerado exclusivamente pelo proprietário. O
arquiteto ou engenheiro responsável pelo projeto principal não mantém qualquer relação de
dependência e/ou responsabilidade para com o projeto topográfico ou topógrafo.

Além do projeto topográfico, também correrão por conta do proprietário as despesas com as
taxas municipais e demais emolumentos e ISS, como não poderia deixar de ser. Recomenda-
se que o profissional mantenha cópia das despesas efetuadas para prestação de contas ao
cliente, tudo para manter a transparência do contrato e a confiança do cliente.

Eventuais ocorrências contrárias ao que determinam as resoluções da prefeitura podem


ocasionar em fixação de multas. Sempre que não estiver envolvida a responsabilização do
profissional no fato, o proprietário deverá arcar com o pagamento delas. É o caso, por exemplo,
de falta de atendimento às regras de canteiro e outras determinações obrigatórias previstas no
COE. A obra poderá até ser embargada, no caso de recorrência da infração.

4.2 Responsabilidades/obrigações do profissional


Um requisito essencial e óbvio – mas que não é demais reforçar – é que o profissional deverá
conhecer e estar em dia com as alterações legais e do Código de Obras referentes ao
município em que atua, devendo observá-las e aplicá-las no desenvolvimento de seus projetos.
Pode parecer óbvio, como se disse, mas é comum muito profissional perder horas de trabalho
por não ter observado que uma determinada regra foi modificada ou não é mais exigida.

Igualmente importante é estar atendo aos prazos de tramitação do processo na prefeitura,


cumprindo o quanto exigido em tempo hábil. Após a aprovação, o projeto deverá ser entregue
ao proprietário, acompanhado dos alvarás competentes.

Faz parte da obrigação e transparência do profissional fornecer ao proprietário as cópias de


toda a documentação adquirida na prefeitura, bem como de todos os projetos por ele
produzidos (projeto principal, de elétrica, de hidráulica…).

O cuidado em manter esses documentos e fornecê-los ao proprietário é uma forma de


salvaguardar ambas as partes sobre possíveis contradições e desentendimentos acerca do que
foi firmado.

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4.2.1 Alterações no projeto

Para se evitar experiências desagradáveis, recomenda-se que o profissional elabore um


anteprojeto, no qual especifique todos os requisitos necessários e interesses do proprietário,
antes de dar entrada no processo principal na prefeitura. Esse é um procedimento padrão
que deveria ser adotado por todos os profissionais, pois uma vez protocolizado, o projeto não
mais poderá sofrer alterações, exceto quando o corpo técnico de profissionais da prefeitura
assim exigir, visando atender a algum regramento específico.

4.2.2 Identificação da responsabilidade na obra

Em toda obra sob a responsabilidade do profissional deverá estar afixada, em local visível ao
público, placa com o nome do responsável técnico (com qualificação profissional) e demais
requisitos exigidos pela prefeitura: nome completo (tal como registrado na prefeitura), autor do
projeto (também com qualificação profissional), número de alvará e número de protocolo na
prefeitura (há municipalidades que não exigem este último).

A placa de identificação é necessária para apontar o responsável pela obra e se ela está de
acordo com as normas exigidas pela prefeitura. Isso possibilitará aos fiscais de rua da
prefeitura a verificação de regularidade da obra. Caso a obra não possua a placa poderá ser
autuada nos termos das leis municipais.

Além disso, deverão estar sempre à disposição na obra o projeto aprovado e alvarás, para que
em uma possível vistoria de rotina por parte dos fiscais possa se comprovar a obediência aos
regramentos do COE.

4.3 – Responsabilidade civil – corresponsabilização

A responsabilidade civil é a obrigação da reparação por danos causados pela culpa em um


evento que cause abalos físicos ou emocionais (danos morais) às pessoas.

O profissional somente será responsabilizado se ficar constatado que cometeu erro de


concepção ou cálculo no projeto por ele elaborado. Se ele foi contratado para também
acompanhar a obra, sua responsabilidade será para ela estendida.

Em caso de acidente durante ou após a obra é responsabilidade conjunta do proprietário e

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do profissional contratado (engenheiro ou arquiteto), pois ambos devem fiscalizar o bom


andamento da obra e do uso dos equipamentos de proteção individual. Se o engenheiro ou
arquiteto for contratado para acompanhar a obra, a responsabilidade pela fiscalização e a
reparação dos danos pode recair somente sobre o profissional.

Caso determinado pelas autoridades, deverão apresentar toda a documentação oficial como
licenças e alvarás para que se apurem as causas do acidente e seja identificado e punido o
responsável.

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5. Iniciando o projeto de prefeitura


As peças gráficas do pedido, devidamente avalizadas por profissional
habilitado, deverão conter elementos que possibilitem a análise da implantação,
movimento de terra, volumetria, aeração, previsão de vagas de estacionamento,
índices urbanísticos e áreas da edificação a ser projetada.” COE/SP, item 3.2.1

Neste capítulo serão apresentadas as características do projeto de prefeitura com base nas
determinações do COE para uso e ocupação de solo do Município de São Paulo por meio de
estudos de caso em que serão demonstrados os desenhos e os requisitos obrigatórios que
devem estar presentes nas plantas, cortes, fachadas, telhados, selo do projeto, dentre outros,
demonstrando um a um em detalhes.

Sugere-se que, antes de propor o projeto para o cliente, o profissional se certifique acerca da
legislação aplicável ao zoneamento (a chamada “lei de zoneamento”) em que será implantado
o projeto, pois há áreas que são exclusivamente residenciais (ZER-01), nas quais não há
viabilidade de se implementar um projeto comercial, por exemplo. Isso pode ser feito por
acesso online ou presencial à prefeitura em questão por meio do endereço onde será efetuada
a obra, que está localizada em determinada zona de uso registrada documentalmente no órgão
público.

Depois de fazer a reunião com o cliente e se ter chegado a todas as conclusões sobre o que
vai ser feito (projeto arquitetônico), o próximo passo é aprovar na prefeitura o anteprojeto
(chamado pré-executivo).

Como se mencionou no capítulo anterior, é prudente deixar bem claro ao cliente que, uma vez
aprovado o projeto pré-executivo, as alterações posteriores no projeto arquitetônico implicarão
mais tempo e gasto, uma vez que deverá ser dada entrada em nova aprovação deste outro
anteprojeto, implicando em mais pagamentos de taxas.

Como agora já se sabe, cada prefeitura possui seus requisitos para a apresentação do projeto
arquitetônico, porém, há requisitos que são padrão e devem estar em todo projeto.

Por esse motivo, sugere-se que sempre sejam guardados os projetos aprovados em
determinada prefeitura, pois se terá sempre à mão os requisitos necessários para aquela
municipalidade.

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Estudo de caso: exemplo de mapa e legenda de uso e ocupação do solo de uma


subprefeitura do Município de São Paulo demonstrando a zona de uso de cada região da
cidade.

Figura 11: Mapa e legenda de uso e ocupação do solo de São Paulo


Fonte: http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/secretarias/planejamento/zoneamento/0001/parte_II/lapa/08-MAPA-LA-04.jpg

Primeiramente, deve-se localizar a zona, de acordo com a localização do lote, ou seja, o bairro.
Como o município de São Paulo é muito grande, ele é subdividido em administrações regionais
(subprefeituras), cada uma tem o mapa de uso e ocupação do solo e seu Plano Diretor
Estratégico (isso pode ser verificado on-line ou na própria prefeitura).

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O exemplo dado é de um lote localizado na área amarela da figura anterior, na Zona


Exclusivamente Residencial 1. A zona de uso gera as restrições de uso e ocupação do solo, ou
seja, de acordo com a zona será determinado o que pode ou não ser edificado. Cada prefeitura
divulga essas normas de um modo; na Cidade de São Paulo, em cada subprefeitura, isso é
publicado em um quadro, o qual indica a zona de uso e suas restrições (coeficiente de
aproveitamento, taxa de ocupação, taxa de permeabilidade, lote mínimo, dentre outras
particularidades). O quadro a seguir demonstra como isso é feito:

5.1 Elementos gráficos indispensáveis

Figura 12: índices de aproveitamento, dimensionamento e ocupação de lotes


Fonte: Lei 13.885/04, anexo 04, livro XII

As prefeituras disponibilizam a lista das exigências dos elementos que devem constar em todo
projeto. Ao se inscrever na prefeitura, o profissional deve solicitar que lhe seja fornecida essa
lista. O COE de São Paulo menciona os elementos gráficos essenciais ao estudo preliminar
de projeto de edificação na Seção 3C.

Basicamente, os principais desenhos que devem constar do projeto são: planta baixa, cortes
transversais e longitudinais, fachadas, planta de cobertura e detalhes (como escadas e
piscinas, iluminação e ventilação). Todos eles estão detalhados na sequência.

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O projeto geralmente é apresentado em escala 1:100 (caso precise reduzir, para que caiba o
desenho, é admitido até 1:200), e em fundo claro, para melhor visualização.

Os cálculos com lotação, área permeável, vagas de estacionamento, cota de terreno por
unidade em caso de conjunto residencial, reservatório (quando necessário), quadro de áreas
de insolação e ventilação, devem, obrigatoriamente, ser dispostos na folha do projeto, mas não
precisam constar no carimbo.

O quadro de áreas de escritura e real, computáveis e não computáveis e área total, devem
aparecer no carimbo, bem como os cálculos de taxa de ocupação e coeficiente de
aproveitamento. Atentar para cálculos específicos exigidos pela prefeitura de cada município. A
seguir, confira um exemplo de carimbos e tabelas de projeto de prefeitura.

Figura 13: Exemplo de tabelas e carimbo de projeto de prefeitura


Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

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À esquerda constam as tabelas de iluminação, na qual devem ser indicadas a iluminação


artificial e a natural, bem como a tabela de elementos arbóreos, se houver.

À direita está representado um carimbo padrão da Prefeitura de São Paulo, devendo constar o
nome do proprietário, zona de uso, número de contribuinte, a escala, a categoria de uso
pretendido (nesse caso é residencial), tem que colocar a zona, também deve constar a
situação sem escala, com indicação do norte (para identificar o lote na quadra a que pertence),
a tabela de áreas computável e não computável, taxa de ocupação, coeficiente de
aproveitamento, área permeável.

As declarações devem aparecer acima da indicação do proprietário, do responsável técnico de


projeto e do dirigente técnico da obra.

A folha de projeto de prefeitura não requer padronização, pode ser tamanho A0, A1, A2, A3,
não importa, desde que o carimbo obedeça ao padrão A4, sendo que ele deve ser a frente da
dobradura da folha do projeto. Dessa forma, a folha de projeto pode variar as dimensões, mas
o carimbo determina o tamanho que ela deve ser dobrada, sendo que o carimbo não pode ser
dobrado, pois é o indicativo do projeto e será anexado assim dentro dos processos nas
Prefeituras. Cuidado apenas com a largura da plotter ao definir a largura da folha de seu
projeto… a largura máxima é de 900mm, mas o comprimento da folha pode ser maior. Se a
folha ficar muito grande, o ideal é distribuir os elementos do projeto em mais de uma folha.

Geralmente, inserimos o quadro de áreas dentro do carimbo e os cálculos de índices


urbanísticos, lotação, estacionamento, reservatório, etc junto com as notas do projeto logo
acima do carimbo. Confira exemplos na Figura 14 e na Figura 15:

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Figura 14: Demonstração da disposição de cálculos em um projeto de prefeitura


Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

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Figura 15: Exemplo da disposição de cálculo da área permeável em um projeto de prefeitura


Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

Para cada uso pretendido (residencial, predial, shopping), há certos cálculos que devem ser
demonstrados no projeto arquitetônico, como lotação, área permeável, cálculo de vagas, de
reservatório – deve vir acima do carimbo, na frente.

Legendas – são necessárias basicamente em caso de reformas, pois vai indicar a área
existente (regular, que será mantida), a área a ser demolida e a área a construir. No caso de
construção nova, não é necessária legenda, pois toda a construção será edificada.

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5.1 Elementos básicos indispensáveis

Geralmente as prefeituras oferecem ao profissional uma listagem dos elementos mínimos que
devem constar nos projetos. Cabe ao engenheiro ou arquiteto se informar acerca deles, para
que o projeto atenda às determinações. Basicamente, os principais são:

- planta baixa;
- cortes transversais e longitudinais;
- fachadas;
- planta de cobertura;
- detalhes;
- quadro de iluminação e ventilação.

A seguir estão tratados um a um:

5.1.1 Planta baixa

A planta baixa é um desenho representativo do corte imaginário da edificação no plano


horizontal paralelo ao solo. É requisito obrigatório demonstrar esse corte à altura de 1,20/1,50m
do piso, possibilitando, assim, a visualização das esquadrias (portas, janelas) e outras
aberturas.

A finalidade da planta é possibilitar a identificação das divisões dos compartimentos, as


dimensões, destinação e circulação existentes.

O desenho da planta baixa deverá conter as informações básicas para tais identificações:

- medida da calçada (denominada “passeio” no COE/SP) e nome da rua;


- marcação de postes e árvores nas calçadas, quando houver;
- medida do lote;
- abrigo de água, luz e gás;
- paredes altas e baixas;
- cota dos recuos mínimos;
- cota dos ambientes internos e externos;
- cota do perímetro externo da edificação;
- identificação das cotas de nível (internas e externas);

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- identificação dos ambientes internos e externos, das áreas cobertas e


descobertas;
- identificação dos pontos básicos de hidráulica (banheiros, cozinha e área de
serviço);
- numerar degraus e sentidos (subida e descida) da escada, se houver;
- locar lareira e churrasqueira, se houver;
- colocar hachura de piso em áreas molháveis (cozinha, banheiro e área de
serviço);
- marcar aberturas e dimensões de portas e janelas;
- marcar altura dos muros;
- marcar pé direito duplo, quando houver;
- sinalizar guarda corpos e corrimãos;
- projeções de coberturas;
- mostrar onde passam as linhas de cortes transversais e longitudinais;
- locar a piscina e seus recuos mínimos.

A Figura 16 mostra como esses elementos, agrupados, aparecem no projeto de uma residência
com dois pavimentos.

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Figura 16: Exemplo de planta baixa de uma residência com dois pavimentos
Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

5.1.2 Cortes transversais e longitudinais

Os cortes são representações verticais e bidimensionais de um ou vários ambientes, nos quais


são demonstradas as alturas dos elementos da edificação. Para a demonstração dos cortes
transversais e longitudinais necessários serão utilizados os desenhos da planta baixa como
parâmetro.

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A finalidade dos cortes é a complementação das informações do projeto, uma vez que a planta
baixa sozinha não consegue mostrar as alturas de pé-direito, telhado, peitoris, etc. Os cortes
também possibilitam a visualização da configuração interna dos ambientes por quem vai
analisar o projeto (seja na prefeitura, seja na obra).

Eles podem ser transversais, longitudinais, oblíquos, planos e semicirculares, a depender do


que se quer evidenciar no desenho.

Embora a ABNT NBR 6492:1994 deixe claro que nos cortes devam ser cotadas apenas as
alturas, muitas vezes, nos projetos de prefeitura, cotamos as larguras de beirais dos telhados
nos cortes para facilitar o entendimento do projeto.

Os seguintes elementos são necessários aos desenhos de cortes:

- cotar a altura do pé direito;


- cotar a altura do telhado;
- cotar a altura dos muros, incluindo os de arrimo;
- cotar as alturas das portas e janelas em relação ao piso;
- representação das áreas revestidas com cerâmicas;
- indicação das diferenças de nível entre os ambientes;
- representação da cobertura, calhas, acessos a alçapão (se houver), caixas d'água
e chaminés (se houver);
- indicação dos tipos de telhas utilizadas;
- indicação dos tipos de laje, piso e forros;
- representação do perfil natural do terreno e a altura total da edificação.

A Figura 17 traz como exemplo o corte longitudinal da residência com dois pavimentos, cujas
plantas estão representadas na Figura 16. Já o corte transversal está representado na Figura
18. À critério do desenhista, o corte longitudinal foi denominado como Corte AA e o corte
transversal como Corte BB.

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Figura 17: Exemplo de corte longitudinal de uma residência com dois pavimentos
Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

Figura 18: Exemplo de corte transversal de uma residência com dois pavimentos
Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

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5.1.3 Fachadas

As fachadas correspondem às vistas externas verticais da edificação. Na visualização do


desenho da fachada não se indicam detalhes como tipos e composição de materiais estruturais
utilizados, apenas são representados os elementos considerados indicativos visuais (como tipo
de textura, pintura e detalhes ornamentais).

A ABNT NBR 6492:1994 diferencia as fachadas das elevações. Enquanto as fachadas se


referem às vistas externas, as elevações são as vistas internas verticais da edificação ou a
vista de um elemento arquitetônico. No entanto, é muito comum usarmos o termo “elevação”
também para vistas externas. Então, quando falarmos de elevação frontal em um projeto de
prefeitura, na verdade, estamos nos referindo à fachada frontal e não a uma vista interna.

Também de acordo com a ABNT NBR 6492:1994, as fachadas não devem ser cotadas. Apenas
as cotas de nível do piso acabado devem ser indicados. Entretanto, a fim de facilitar o
entendimento do projeto por parte do profissional que fará a análise técnica para aprovação,
muitos desenhistas optam por cotar as alturas nos corte e nas fachadas.

Para aprovação do projeto na prefeitura de São Paulo, é exigida a fachada frontal da edificação
(Figura 19) e também a fachada do muro (Figura 20). Verifique em seu munícipio se o muro
deve ou não ser detalhado antes de finalizar o projeto de prefeitura.

Figura 19: Exemplo de fachada frontal de uma residência com dois pavimentos
Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

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Figura 20: Exemplo de fachada frontal com destaque para o muro


Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

5.1.4 Planta de cobertura

A planta de cobertura é a vista superior da edificação, com detalhes do telhado e de toda a


área que circunda a edificação. É como se olhássemos a construção de cima para baixo. Neste
desenho devem constar algumas informações utilizadas na planta baixa e que sejam
visualizadas no plano da cobertura:

- medida da calçada e nome da rua;


- marcação de postes e árvores nas calçadas, quando houver;
- medida do lote;
- representação do perímetro da edificação;
- cota do perímetro externo da edificação;
- cota de todos os recuos mínimos;
- identificação das cotas de nível;
- demonstração das saídas de dutos de lareira e churrasqueira (quando houver);
- marcar altura dos muros;

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- projeções da edificação;
- mostrar onde passam as linhas de cortes transversais e longitudinais;
- locar piscina e seus recuos mínimos.

Também são necessárias outras informações, como:

- localização da caixa d'água;


- marcação e cota do sentido do caimento das águas;
- cotas da largura dos beirais;
- tipo de telha e a porcentagem de inclinação.

Demonstração desses elementos:

Figura 21: Exemplo da locação da caixa d’água na planta de cobertura


Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

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Figura 22: Exemplo de planta de cobertura


Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

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5.1.5 Detalhes

Alguns elementos do projeto requerem um detalhamento aprofundado para informar quem vai
analisar o projeto para aprovação (técnicos, arquitetos e engenheiros da prefeitura) ou mesmo
para quem vai construir. Quando o corpo técnico requer maiores informações a respeito do
elemento, que podem ser escadas ou piscinas, por exemplo, o profissional que elaborou o
projeto deverá adequar seu desenho às determinações da prefeitura.

Geralmente as escadas são o que mais se determina que sejam detalhadas, com cortes e
medidas exatas da pisada e do espelho em relação à altura do piso acabado. Os corrimãos
também devem ser desenhados com detalhes e representados em corte (preferencialmente) ou
vista e devem estar em escola de maior tamanho que a do desenho em geral. Recomenda-se
que a escala seja 1:20.

As escadas devem ser projetadas de acordo com regras de cálculo dispostos no código de
obras de cada município – de acordo com o uso, se particular, privativo, ou coletivo,
determinam-se as pisadas e espelhos.

As piscinas também são elementos que requerem detalhes em um desenho arquitetônico. A


representação deverá ser em corte, no qual estarão representados:

- estrutura da piscina;
- profundidade;
- inclinação (algumas prefeituras sugerem que não haja inclinação);
- localização da casa de máquinas, suas alturas e pé direito;
- acesso à casa de máquinas;
- tipo de revestimento da piscina e da casa de máquinas.

Confira nas Figuras 23, 24 e 25 a planta e os cortes de uma piscina.

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Figura 23: Planta baixa com detalhamento de piscina


Fonte: http://www.habitissimo.com.br/orcamentos/bahia/guarajuba/construcao-de-piscina-de-alvenaria-19

Figura 24: Corte transversal com detalhamento de piscina


Fonte: http://www.habitissimo.com.br/orcamentos/bahia/guarajuba/construcao-de-piscina-de-alvenaria-19

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Figura 25: Corte longitudinal com detalhamento de piscina


Fonte: http://www.habitissimo.com.br/orcamentos/bahia/guarajuba/construcao-de-piscina-de-alvenaria-19

5.1.6 Quadro de iluminação e ventilação

Este quadro é utilizado para indicar, em percentual, a quantidade de luz e ventilação naturais
que os ambientes projetados recebem.

Os índices utilizados são também estipulados pelo Código de Obras, que os subdivide em 1/6,
1/8 e 1/10, a depender do ambiente e o tempo em que o ambiente será utilizado/usufruído. O
quadro deve apontar todos os ambientes, demonstrando as respectivas áreas de piso.

Em São Paulo a lei do COE determina 15%, 10% e 5% da área do ambiente para a insolação
(e metade desta área para ventilação) de acordo com a classificação dos compartimentos.

Exemplificando, tomando-se por base um ambiente de 24 m², coeficiente de iluminação de 1/8


do piso e janela de dimensões 3,50 x 1,20, teremos os seguintes parâmetros:

- Área do piso: 24,00 m²


- Coeficiente: 1/8
- Área de iluminação exigida: 3,00 m²
- Área de iluminação do projeto: 4,20 m²

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O índice de ventilação deverá ser de 0,5 em relação à iluminação: para a área de iluminação
exigida no exemplo anterior (3,00 m²), a ventilação deverá ser 1,50 m² e, da área projetada
(4,20 m²), será 2,10 m². Os valores projetados não poderão ser inferiores aos valores exigidos
pelo código de obras do munícipio. Então, no exemplo, tanto a área de iluminação quanto a
área de ventilação do projeto estão acima do exigido. Esse cuidado deve estar sempre
presente na elaboração dos projetos. Caso os valores do projeto resultem em uma margem
menor dos valores exigidos, as proporções das aberturas (portas e janelas) em relação à área
de piso do ambiente devem ser aumentadas!

Para as janelas dos banheiros, adotar, no mínimo, 0,60 m² de área de iluminação, mesmo que
o cálculo para a área exigida resulte menor. Exemplo: um banheiro com 2,50 m² com índice de
iluminação de 1/8, resultaria em uma área de iluminação de 0,3125 m². Neste caso, deve-se
adotar uma janela com pelo menos 0,60 m² de área de iluminação e 0,30 m² de área de
ventilação.

Também devem ser apontados no quadro os ambientes abertos, como os abrigos para
automóveis, por exemplo, porém a área projetada será indicada como ventilação permanente
(VP) ou “aberta”. O COE de São Paulo exige que apareça na tabela somente se três de quatro
faces forem vedadas.

O quadro a seguir é um exemplo de como deve constar no projeto:

Figura 26: Exemplo de quadro com áreas de iluminação e ventilação


Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

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Considerações finais
Como se pôde ver durante a demonstração dos desenhos necessários ao projeto, em
confronto com o Código de Obras de São Paulo, há diversas peculiaridades que devem ser
observadas para a apresentação do projeto para análise pela municipalidade. É um projeto que
requer inúmeros elementos detalhados, porém não é um projeto difícil de se fazer.

A Prefeitura de São Paulo é um tanto quanto burocrática para liberar a aprovação dos projetos
arquitetônicos, sendo mais difícil que na maioria dos municípios brasileiros, entretanto, com as
diretrizes que apontamos, passo a passo, pode-se considerar que a atuação fora da capital de
São Paulo não requererá maiores dificuldades.

Sendo assim, utilizando os parâmetros e observando o COE dos municípios, dificilmente um


projeto será indeferido, mesmo porque, sendo um processo administrativo de aprovação, há
regras a serem seguidas, com prazos para o cumprimento de cada uma, sendo
frequentemente possibilitado aos profissionais que requeiram a adequação do projeto, com as
alterações necessárias.

O profissional deve estar atento aos prazos e, caso não consiga sanar a falha no tempo
determinado, pode pedir que o prazo seja dilatado, conforme se mencionou neste e-book.

Com este material em mãos e as aulas teóricas e práticas do Curso “Elaboração de Projetos de
Prefeitura” com a Prof.ª Sabrina Marano, associados ao suporte por e-mail, haverá grande
possibilidade de êxito nos seus projetos de prefeitura!

Esperamos que tenha uma ótima experiência com este e-book e com as aulas!

Sucesso em seus projetos!

Link do curso “AutoCAD 2016: Elaboração de Projetos de Prefeitura”:


https://construir.arq.br/curso/autocad-2016-elaboracao-de-projetos-de-prefeitura/

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Projetos de Prefeitura de acordo com o COE/SP Lei n. 11.228/92

Elaboração de Projetos de Prefeitura de acordo com o COE de São Paulo

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CAU/BR. Disponível em: <http://www.abenc-ba.org.br/colunistas/576-acao-crea-sc-contra-
caubr> Acesso em 03.set.2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6492 Representação de


Projetos de Arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT, 1994

AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 5015134-10.2013.4.04.7200. Disponível em:


<http://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=consulta_processual_resultado_pesquisa&txt
Valor=50151341020134047200&selOrigem=SC&chkMostrarBaixados=&todasfases=S&selForm
a=NU&todaspartes=&hdnRefId=aea84344cd2af979177ca0b3b4bc29c5&txtPalavraGerada=zjbs
&txtChave> Acesso em 03.set.2015.

BOLONHA, R. O. CONFEA/CREA X CAU/BR - Afinal, engenheiros civis podem ou não


fazer projetos arquitetônicos? Disponível em: <http://blog.construir.arq.br/confeacrea-x-
caubr-afinal-engenheiros-civis-podem-nao-projetos-arquitetonicos/> Acesso em 03.set.2015.

BOTELHO, M. H.C; FREITAS, S.A. Código De Obras e Edificações do Município de São


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CAU/SC. CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DE SANTA CATARINA. CAU/UF’s


discutem Resolução 51 do CAU/BR em Brasília. Disponível em:
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Projetos de Prefeitura de acordo com o COE/SP Lei n. 11.228/92

Elaboração de Projetos de Prefeitura de acordo com o COE de São Paulo

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