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direitos humanos mobilizando a pressão pública e liderança para o movimento da Amnistia numa clausura física.
através de manifestações de rua, vigílias, lobby Internacional por todo o mundo e reúne-se
direto e, entre outras, através de campanhas regularmente ao longo do ano. A Direção Soltem os prisioneiros
on-line e off-line. Internacional reúne pelo menos duas vezes por nas vossas consciências…
ano mas, na prática, acaba por reunir pelo
A sua orgânica menos quarto vezes ao ano.
Os prisioneiros, esses!
carlmartel@hotmail.com
http://amnistia.pt/index.php/quem-somos/historia-
do-movimento
http://amnistia.pt/index.php/quem-somos/visao-e-
missao
http://www.continuamosamnistia.pt/#historia
3 - Qual será o futuro dos mais elementares as consequências da retórica tóxica e divisiva.
Direitos Humanos nesta Europa fragmentada Mas há também outra lição que a História nos
É necessário que os países da Europa elevem os
pelos neonacionalismo reinantes ? ensinou: sempre que líderes tentam dividir,
seus compromissos de partilha de
demonizar e reprimir, há sempre pessoas
responsabilidades e de solidariedade no
Pedro Neto - Deixe-me dar-lhe uma nota de determinadas em barrar-lhes o caminho e é isso
acolhimento de refugiados, quer pela via da
esperança sobre este assunto. Já em 2017 que acontecerá, é isso que já acontece.
recolocação, quer pela via da reinstalação. É
assistimos na Europa a duas eleições nacionais
também necessário que os refugiados possam Não podemos ficar em silêncio, não podemos
em que as pessoas rejeitaram esses líderes ditos
reunificar as suas famílias, com celeridade e sair do caminho, não podemos ficar
populistas que utilizam uma retórica
segurança. Que tenham acesso a cuidados de indiferentes. É necessário um movimento
sustentável de mudança, que começa com este caminho para fazer no que a direitos humanos Os maus-tratos nas prisões portuguesas são
ato simples de desafio – nunca foi tão diz respeito. também um sinal de discriminação, quando
importante erguermo-nos juntos e barrar o aquilo que as pessoas em reclusão perderam foi
Depois da publicação do relatório, Portugal já
caminho ao ódio e ao medo, ao discurso a liberdade, nada mais. Uma sentença não priva
ensaiou dar destaque legislativo aos crimes de
neonacionalista de que fala. Se nos abrirmos ao alguém da sua dignidade e as condições
ódio, questão para que alertávamos. Estava em
outro veremos que ele é tão pessoa quanto eu, prisionais, a higiene e a qualidade da
falta. Está ainda em falta a criação de um
é tão frágil e tão forte quanto eu. É tão humano alimentação continuam inadequadas a essa
sistema nacional de recolha de dados sobre este
quanto eu e nessa humanidade somos humanidade que não pode ser negada.
tipo de crimes assentes em discriminação e falta
semelhantes. É esse o mundo mais justo e igual
ainda desenvolver as medidas recomendadas Relatamos ainda alguns aspetos positivos no
que temos de construir todos os dias e repudiar
em 2013 pela Comissão Europeia contra o que aos direitos humanos diz respeito. Em 2016,
essa visão divisiva que mais não é do que medos
Racismo e a Intolerância para dirimir o racismo o Parlamento português reverteu o veto a uma
e justificações irreais para eles.
e a discriminação. lei que excluía a adopção aos casais do mesmo
comunidades de costas voltadas à polícia, não a estado civil ou da orientação sexual. A sociedade
Pedro Neto - Comparado com outras realidades
vendo como protetora, mas como agressora e é hoje, pela lei, mais justa e igualitária para
do mundo, Portugal é um oásis de direitos
retaliando também, seja com medo, seja a todas as mulheres, permitindo-lhes que
humanos. Ainda assim, vivemos desafios muito
defender-se, seja com dificuldades de encontro escolham se e quando querem ser mães.
importantes que não podemos descurar. O
e de conciliação.
nosso país tem promessas por cumprir, tem
Nas disponibilidades de acolhimento de
refugiados recolocados da Grécia e da Itália,
Portugal tem estado na linha da frente no
panorama da União Europeia – também por
demérito de muitos outros países da Europa que
não estão a cumprir a sua parte na partilha de
responsabilidade pela crise de refugiados. Mas
continuamos aquém de concretizar a promessa
de acolher, proteger e oferecer paz, segurança e
dignidade a milhares de pessoas, promessa que
nos inspirou a acreditar em Portugal como um
exemplo de humanidade. E que queremos ver
cumprida. Guia-nos e motiva-nos essa
esperança.
Carlos Cruchinho
carlmartel@hotmail.com