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VERSÃO 2
Grupo I
A obesidade é, atualmente, um problema de saúde pública com sérias implicações sociais, físicas
e psíquicas. As consequências físicas estão diretamente associadas a maiores riscos de
morbilidade e mortalidade, bem como a doenças crónicas, como hipertensão arterial e diabetes
mellitus tipo 2.
Em 1953, G.Kennedy sugeriu que existia um fator no plasma, que designou por fator de
saciedade, o qual, atuando ao nível do hipotálamo, regularia a ingestão de nutrientes, o gasto
energético, os depósitos de gordura e o peso corporal. Em 1994, a descoberta do gene ob e da
proteína por ele codificada, a leptina, veio apoiar esta hipótese.
A leptina é uma hormona polipeptídica formada por 167 aminoácidos, produzida e segregada,
quase exclusivamente pelos adipócitos, as células do tecido adiposo. O seu armazenamento
nestas células é insignificante, sendo praticamente toda segregada para o sangue. A forma
circulante possui apenas 146 aminoácidos, uma vez que os primeiros 21 são removidos aquando
da sua secreção para a corrente sanguínea. No ser humano, o gene ob está situado ao nível do
braço longo do cromossoma 7. É no tecido adiposo que o mRNA do gene ob se encontra em
maiores quantidades. Pequenos níveis foram detetados no coração e na placenta.
A leptina exerce a sua ação principalmente no hipotálamo e atua unindo-se a recetores que são
codificados pelo gene db. Pensa-se que este gene, no ser humano, se localiza no braço curto do
cromossoma 1.
Os neurotransmissores e/ou neuropeptídeos que medeiam a ação da leptina, a nível central, ainda
não foram identificados. Um dos mais estudados é o neuropeptídeo Y (NPY), constituído por 36
aminoácidos. No quadro I encontram-se alguns codões e os respetivos aminoácidos.
Quadro I
CODÃO AMINOÁCIDO CODÃO AMINOÁCIDO CODÃO AMINOÁCIDO
UAC Tirosina (Tir) ACU Treonina (Tre) GCU Alanina (Ala)
UAG Stop ACA Treonina (Tre) GCA Alanina (Ala)
UGA Stop AUG Metionina (Met) CGA Arginina (Arg)
UGU Cisteína (Cis) AUC Isoleucina (Ile) CGU Arginina (Arg)
UUG Leucina (Leu) AAG Lisina (Lis) CGC Arginina (Arg)
UUC Fenilalanina (Fen) GAC Ácido aspártico (Asp) CCU Prolina (Pro)
1. No tecido adiposo...
(A) apenas ocorre armazenamento de triglicerídeos.
(B) encontra-se quantidades significativas de leptina intracelular.
(C) a expressão do gene ob é insignificante.
(D) ocorre secreção endócrina.
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2. No citoplasma dos adipócitos encontram-se moléculas de mRNA, transcrito do gene ob,
constituídas por…
(A) 501 codões.
(B) 501 bases azotadas.
(C) 501 anticodões.
(D) 167 nucleótidos.
3. Uma mutação no tripleto GCT, que codifica um aminoácido na posição 105 da cadeia
polipeptídica, para ACT resulta na formação de uma proteína ____ e na acumulação de ____.
(A) não funcional (…) mRNA nos adipócitos
(B) funcional (…) mRNA nos adipócitos
(C) não funcional (…) leptina no sangue
(D) funcional (…) leptina no sangue
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9. O segmento da proteína leptina formado pelos aminoácidos Leu-Asp-Fen-Ile-Pro é codificado
pela seguinte sequência de desoxirribonucleótidos:
(A) UUGGACUUCAUCCCU
(B) AACCTGAAGTAGGGA
(C) TTGGACTTCATCCCT
(D) AACCUGAAGUAGGGA
11. Nem sempre a substituição de um nucleótido por outro diferente na sequência nucleotídica do
gene ob implica alterações na sequência de aminoácidos da leptina.
Explique este facto atendendo às características do código genético.
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Grupo II
As regiões que não serão traduzidas do mRNA de um gene podem determinar a sua expressão ao
influenciar a estabilidade do mRNA e a sua eficiência translacional. Estudos recentes mostram
que a expressão de um gene pode ser regulada de forma alternativa através da utilização de
regiões não traduzidas do mRNA transcrito a partir dele. A expressão de transcritos específicos,
com diferentes regiões não traduzidas (untranslated regions - UTRs), em diferentes tecidos,
permitem controlar a expressão de proteínas que regulam aspetos fisiológicos, patológicos e do
desenvolvimento.
São vários os mecanismos que permitem o controlo da síntese proteica e obtenção de diferentes
proteínas a partir de um mRNA com UTRs alternativos. De entre eles salientam-se a formação de
locais de ligação de proteínas reguladoras ao mRNA, que modulam muitos aspetos da sua
função; a inibição da tradução por pequenas sequências de UTRs que limitam o acesso dos
ribossomas ao codão de iniciação.
Os mecanismos que permitem a expressão dos UTRs estão representados na figura 1. Diferentes
estruturas genómicas são apresentadas para ilustrar cada um desses mecanismos. As linhas
horizontais representam o gene com os exões a cinzento e as regiões que não serão traduzidas a
negro. As setas representam os locais do início da transcrição e da tradução representada pelos
codogenes de iniciação e de terminação (ATG e TAA, respetivamente). Note-se a possibilidade
dos mesmos exões do gene estarem associados a regiões UTRs alternativas.
A B
C D
Figura 1.
2. As _____ correspondem a porções das moléculas de mRNA que ________ aminoácidos das
cadeias polipeptídicas.
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(A) UTRs (...) codificam
(B) proteínas (...) codificam
(C) UTRs (...) não codificam
(D) proteínas (...) não codificam
4. No código genético, que regula a tradução da sequência dos codões do mRNA numa cadeia de
aminoácidos de uma dada proteína…
(A) vários codões codificam o mesmo aminoácido, tornando-o ambíguo.
(B) um codão codifica vários aminoácidos, tornando-o redundante.
(C) um codão codifica vários aminoácidos, tornando-o universal.
(D) vários codões codificam o mesmo aminoácido, tornando-o redundante.
7. Relacione, com base nos dados apresentados, a existência de uma variedade de mRNAs do
mesmo gene (codões iguais) mas com UTRs variáveis com a expressão desse gene nos
tecidos.
8. Faça corresponder a cada letra das afirmações da coluna A, referentes à síntese proteica, o
número do termo da coluna B que lhe corresponde.
Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.
Coluna A Coluna B
a. Constituinte celular responsável pela tradução da informação
1. Ribossoma
genética.
2. tRNA
b. Cadeia simples de ribonucleotídeos com um local de ligação
3. mRNA
a um aminoácido específico.
4. Codão
c. Sequência de três nucleótidos complementar dos transcritos
5. Anticodão
de DNA.
Grupo III
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Até 1956, a estrutura macromolecular dos cromossomas, e o modo como eles se duplicavam,
permaneceu um mistério. Nesse ano, uma equipa constituída por Taylor, Woods e Hughes
realizou uma série de experiências em cromossomas de Vicia faba (faveira) que lançaram luz
sobre o modo como estes se duplicavam, valendo-lhes este feito a conquista do prémio Nobel. A
escolha desta planta por estes investigadores deveu-se ao facto de possuir 12 cromossomas
grandes e de ser conhecida a duração do seu ciclo celular e da síntese de DNA.
Foram inicialmente colocadas plântulas jovens de faveira a crescer numa solução contendo 2-3
pig/ml de timidina tritiada. A timidina é um nucleosídeo formado por uma timina ligada à
desoxirribose. A timidina tritiada está marcada com trítio, um isótopo de hidrogénio radiativo cuja
presença é detetada em autorradiografias.
Após 8 horas de crescimento das plantas nesta solução, as raízes foram cuidadosamente lavadas
em água e as plântulas transferidas para uma solução mineral não radioativa contendo colchicina,
substância que impede a formação do fuso acromático, interrompendo a divisão celular na
metáfase. Em intervalos regulares, algumas raízes eram fixadas em etanol-ácido acético (3:1) e
hidrolizadas em HCL a 1 N durante 5 minutos. Foram montados cortes em lâminas delgadas,
sendo estes posteriormente recobertos com tiras de filme para autorradiografias (fotográfico). A
radioatividade provoca o aparecimento de pequenos pontos negros no filme.
Figura 2.
Adaptado de: Taylor, J. Herbert; Woods, Philip S.; Hughes, Walter L. The organization and duplication
of chromosomes as revealed by autoradiographic studies using tritium-labeled thymidine
4. Explique de que modo a utilização de timidina tritiada prova que os cromossomas são
constituídos por moléculas de DNA.
6. A escolha de células de faveira para estas experiências ficou a dever-se ao facto destas
possuírem cromossomas de__________ dimensões, o que _______ a sua visualização nas
autorradiografias.
(A) pequenas (...) dificultava
(B) grandes (...) dificultava
(C) pequenas (...) facilitava
(D) grandes (...) facilitava
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1. O RNA distingue-se do DNA porque possui, nas suas moléculas, desoxirribose e a base
azotada uracilo.
2. O RNA é constituído por cadeias simples de nucleótidos que, em certos locais, podem
dobrar sobre si mesmas, devido à complementaridade das bases azotadas.
3. Tanto no RNA como no DNA, as cadeias de nucleótidos crescem no sentido de 5`para 3`.
(A) 1 e 2 são verdadeiras; 3 é falsa.
(B) 2 e 3 são verdadeiras; 1 é falsa.
(C) 3 é verdadeira; 1 e 2 são falsas.
(D) 1 é verdadeira; 2 e 3 são falsas.
9. Faça corresponder cada uma das descrições relativas à divisão celular, expressas na coluna A,
à respetiva designação, que consta da coluna B.
Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.
Coluna A Coluna B
a. Clivagem dos centrómeros e separação dos cromossomas-
1. Telófase
-irmãos.
2. Metáfase
b. Início da condensação da cromatina e formação do fuso
3. Anáfase
acromático.
4. Citocinese
c. Alinhamento de vesículas do Complexo de Golgi na região
5. Prófase
equatorial da célula.
10. Explique de que modo os resultados experimentais expressos na figura 2 apoiam a replicação
semiconservativa do DNA.
FIM
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