De acordo com Bergue (2012, p. 07) “as demandas da sociedade evoluem em
termos quantitativos e qualitativos, o que faz incidir sobre o arranjo institucional do Estado uma tensão por mudança visando à sua adaptação às novas contingências, pela via da inovação em diferentes níveis de intensidade”. Já para Matias-Pereira (2012) os principais desafios que a gestão pública enfrenta são: Esforços para viabilizar a inclusão; Redução da desigualdade; Manutenção do crescimento econômico sustentável; Melhoria das condições socioambientais. Nesse sentido, é necessário que a administração pública defina novos modelos de gestão que favoreça a execução tanto de ações, quanto de políticas públicas consistentes, orientadas não só para promoção da inclusão, mas também, para reduzir a desigualdade, além de estimular o crescimento econômico e buscar soluções para os sérios problemas socioambientais (MATIAS-PEREIRA, 2012). Para Carvalho e Tonet (1994) as propostas para gerar um estado de qualidade na administração pública são: • A criação de uma cultura propícia ao estado de qualidade: Significa o rompimento com valores, crenças, tabus e com os demais elementos da cultura organizacional que permeiam o passado e o presente, substituindo alguns, reforçando outros, fazendo surgir expectativas e verdades até então desconhecidas e até indesejadas. • A Aquisição e utilização de tecnologia adequada: Já que ao investir em tecnologia as agências governamentais estarão aptas a novos conhecimentos, com acesso a equipamentos, materiais e estratégias de que precisam para oferecerem os serviços de qualidade a população. • O investimento na formação de quadros para a gestão pública: para desenvolver competências individuais e organizacionais que permitam ao governo atender à sociedade em suas demandas. • A Implantação de novos modelos de gestão com ênfase na gestão participativa: O envolvimento da população garante mais transparência nas ações do governo. • O Investimento na melhoria do desempenho das pessoas: Essa é uma boa estratégia, ao passo que ao Investir na qualificação das pessoas, estas podem desenvolver conhecimentos e habilidades, empregando de forma adequada tanto a parte teórica quanto a prática, levando à qualidade das suas atividades impactando positivamente no eficiente atendimento as necessidades da sociedade. Podemos perceber que o processo de mudança é complexo, mas ao mesmo tempo dinâmico. Um dos elementos principais nesse processo é a comunicação, nesse sentido é necessária uma clareza na transmissão de dados e informações. É relevante salientar que para que haja a mudança é preciso conhecer como as pessoas percebem a organização. A partir desse diagnóstico, podem ser elaboradas ações para que elas mudem a forma de com que visualizam a organização. Com a globalização, os cidadãos estão mais conscientes de seus direitos, estão sempre ávidos por serviços de qualidade, ao mesmo tempo, o gestor público precisa administrar recursos escassos e estar atento a questões relacionadas a eficiência e transparência. Nesse sentido, o processo de mudança é contínuo, sempre visando o interesse público, porém, nem sempre ele encontra colaboradores motivados, nessa etapa é que entra o conhecimento do contexto desse funcionário, muito além de uma estrutura adequada, para que a mudança aconteça é preciso estar bem claro, porque ela deve ocorrer, como ocorrerá, quais os benefícios dessa mudança, e que ações são necessárias para que ela impacte positivamente na organização.
Aprendemos na aula que, para mudar resultados dentro das organizações
públicas é necessário trocar interesses particulares por coletivos, além de aumentar os níveis de comprometimento, mudar hábitos, preparar os chefes e servidores de uma maneira geral para que aprendam a trabalhar com sinergia positiva, ou seja, é preciso mudar a cultura dentro das organizações.
REFERÊNCIAS
BERGUE, Sandro Trescastro. Cultura e mudança organizacional. 2. ed. reimp. –
Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2012. 104p.: il.
CARVALHO, Maria do Socorro M.V. de, TONET, Helena Correa. Qualidade na
Administração pública. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro: FGV, v.28, p.137-152, abr./jun. 1994. Disponível em:<http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/8481/7224>. Acesso em: 28 maio. 2015. MATIAS-PEREIRA, José. Manual de Gestão Pública Contemporânea. 4. ed. São Paulo: 2012.