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Artigo 1º
O Presidente da Assembleia Nacional,
Aprovação
Artigo 2º
Remissões
Artigo 3º
Revogação
Artigo 4º
Entrada em vigor
2. A autonomia do Ministério Público caracteriza-se pela e) Dirigir a investigação criminal, ainda quando
existência de mecanismos de governo próprios, pela realizada por outras entidades;
vinculação dos seus magistrados a critérios de legalidade,
objectividade e imparcialidade e pela sua exclusiva f) Participar na execução da política criminal
sujeição às directivas, ordens e instruções previstas na definida pelos órgãos de soberania;
lei.
g) Promover e realizar acções de prevenção
Artigo 4º criminal;
Poderes do Ministro da Justiça
h) Exercer o patrocínio oficioso dos trabalhadores e
suas famílias na defesa dos seus direitos de carácter
Compete ao Ministro da Justiça: laboral;
i) O mais que lhe for cometido por lei ou pelo c) Exercer as atribuições conferidas por lei ao
Procurador-Geral da República. Procurador-Geral da República, por delegação deste;
2. Não obstante a cessação dos respectivos mandatos, os h) Nomear, colocar, exonerar, apreciar o mérito
membros eleitos ou designado mantêm-se em exercício profissional, exercer a acção disciplinar e, em geral,
de funções até à entrada em funções dos que os vierem praticar todos os actos de idêntica natureza
substituir. respeitantes aos recursos humanos das secretarias do
Ministério Público;
3. Os vogais que não exerçam funções a tempo inteiro
têm direito a senhas de presença ou subsídio, nos termos i) Promover a formação e o aperfeiçoamento
e em montante constante da portaria conjunta dos profissional dos magistrados e funcionários do
membros do Governo responsáveis pelas áreas das Ministério Público, elaborando o correspondente
Finanças e Justiça. plano;
q) Exercer as demais funções que lhe sejam Pode o Procurador -Geral da República exercer as
atribuídas por lei. competências do CSMP que, pela sua natureza, não
devam aguardar a reunião deste, em caso de urgência,
2. O CSMP entrega à Mesa da Assembleia Nacional, até submetendo as decisões adoptadas à ratificação do CSMP
20 de Setembro de cada ano, o relatório sobre a situação na primeira reunião seguinte.
da Justiça, o funcionamento do Ministério Público e o
exercício das suas actividades relativo ao ano judicial Artigo 41º
anterior, contendo, nomeadamente, as estatísticas sobre a Recurso contencioso
evolução da criminalidade e o movimento processual.
1. Das deliberações do CSMP cabe recurso contencioso
Artigo 38º para o Supremo Tribunal de Justiça, a interpor nos
Funcionamento termos da lei.
1. As reuniões do CSMP têm lugar, ordinariamente, uma 2. A interposição de recurso contencioso de deliberações
vez por mês e, extraordinariamente, sempre que que apliquem sanções disciplinares a magistrados do
convocadas pelo Procurador-Geral da República. Ministério Público tem efeito suspensivo.
5. No caso de o relator ficar vencido, a redacção da 3. As funções de presidente são exercidas pelo
deliberação cabe ao vogal que for designado pelo Procurador-Geral da República e as deliberações são
presidente. tomadas à pluralidade de votos.
Publicado: I SÉRIE – Nº 7 «B.O» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE – 14 DE FEVEREIRO DE 2011
Compete especialmente à Comissão Eleitoral decidir as 1. Das decisões relativas à apresentação de candidaturas
reclamações que surjam no decurso das operações cabe recurso para o Tribunal Constitucional, no prazo de
eleitorais. vinte e quatro horas.
2. As candidaturas são recebidas pelo secretário do 1. Os eleitores podem exercer o seu direito de voto por
CSMP. correspondência, dirigida à Comissão Eleitoral até ao dia
anterior ao da eleição.
3. O prazo de apresentação de candidaturas é de dez dias
após a publicação do aviso que designa a data das 2. Os eleitores que pretendam exercer o seu direito de
eleições. voto por correspondência devem comunicar tal intenção à
Comissão Eleitoral no prazo de quinze dias, após a
Artigo 48º comunicação da data designada para a eleição.
Admissão de candidaturas
3. Para o exercício desse direito, a Comissão Eleitoral
1. Findo o prazo para a apresentação de candidaturas, o deve enviar aos eleitores referidos no número anterior o
Procurador-Geral da República verifica a regularidade boletim de voto no prazo de dez dias, após a
dos processos e a elegibilidade dos candidatos. comunicação da data designada para a eleição.
2. O Serviço de Inspecção é dirigido pelo Inspector a) Emitir parecer restrito à matéria de legalidade
Superior do Ministério Público. nos casos de consulta previstos na lei ou a
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Secção VI
Serviços de Apoio Técnico e Administrativo
Artigo 64º
Reuniões
Artigo 68º
1. O Conselho Consultivo reúne-se ordinariamente uma Competência e estrutura
vez por quinzena e extraordinariamente quando for
convocado pelo Procurador-Geral da República. 1. À Direcção dos Serviços de Apoio Administrativo
compete a gestão, coordenação e controlo dos recursos
2. Durante as férias judiciais há uma reunião para humanos, financeiros e patrimoniais dos serviços, bem
apreciação de assuntos urgentes. como o apoio administrativo ao CSMP e ao Conselho
Consultivo da Procuradoria-Geral da República.
3. O Conselho Consultivo é secretariado pelo Secretário
da Procuradoria-Geral da República. 2. A Direcção dos Serviços de Apoio Administrativo
compreende a Unidade de Administração e Processos e a
Artigo 65º Unidade de Administração Geral.
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g) Garantir a realização das tarefas inerentes à 1. Compete ao Departamento Central de Acção Penal
recepção, distribuição, expedição, arquivo e coordenar a direcção da investigação dos seguintes
conservação de correspondência e outros crimes:
documentos; e
a) Contra a paz e a humanidade;
h) Assegurar a execução do expediente relativo a
concursos públicos, serviços de apostilhas, b) Organização terrorista e terrorismo;
exposições, prestação de cauções e demais
tarefas não confiadas a outros serviços. c) Contra a segurança do Estado, com excepção dos
crimes eleitorais;
para nelas participar e prestar colaboração aos 3. O Departamento Central de Interesses Difusos é
representantes do país em organizações constituído por um Procurador-Geral Adjunto, que dirige,
internacionais; e por Procuradores da República, designados pelo CSMP,
sob proposta do Procurador-Geral da República.
e) Preparar, editar e distribuir publicações
organizadas ou dirigidas pela Procuradoria-Geral
da República ou pelo Procurador-Geral da CAPÍTULO III
República; PROCURADORIAS DA REPÚBLICA DE
CÍRCULO
f) Colaborar na divulgação, no estrangeiro, do
sistema jurídico cabo-verdiano, designadamente Secção I
entre os Estados Membros da Comunidade dos Procuradoria da República de Círculo
Países de Língua Portuguesa e da Comunidade
de Estados da África Ocidental; Artigo 77º
Estrutura
g) Desenvolver projectos de informática jurídica e
de gestão, no âmbito das atribuições da 1. Na sede de cada círculo judicial existe uma
Procuradoria-Geral da República, segundo Procuradoria da República de Círculo.
planos aprovados pelo Ministério da Justiça;
2. Nas Procuradorias da República de Círculo exercem
h) Exercer outras funções que lhe sejam conferidas funções Procuradores da República de Círculo.
em matéria documental e de informação jurídica.
Artigo 78º
2. O Departamento Central de Cooperação e de Direito Competência
Comparado é constituído por um Procurador-Geral
Adjunto, que dirige, e por Procuradores da República, em Compete à Procuradoria da República de Círculo:
número mínimo de três, designados pelo CSMP, sob
proposta do Procurador-Geral da República. a) Promover a defesa da legalidade democrática;
1. A Procuradoria da República de Círculo é dirigida por Compete aos Procuradores da República de Círculo na
um Procurador da República, com a designação de Procuradoria da República de Círculo:
Procurador da República de Círculo Coordenador.
a) Assumir, sob a direcção do Procurador da
2. O Procurador da República de Círculo é substituído, República de Círculo Coordenador, a
nas suas faltas e impedimentos, pelo magistrado da representação do Ministério Público no Tribunal
mesma categoria, designado pelo Procurador-Geral da da Relação;
República.
b) Superintender e coordenar as áreas de
intervenção que lhes forem delegadas pelo
Artigo 80º Procurador-Geral da República ou pelo Vice
Competência Procurador-Geral da República, sob proposta do
Procurador da República de Círculo
1.Compete aos Procuradores da República de Círculo coordenador.
Coordenador:
CAPÍTULO IV
a) Representar o Ministério Público no Tribunal da PROCURADORIAS DA REPÚBLICA DE
Relação; COMARCA
f) Velar pela legalidade da execução das medidas 4. Para efeitos de ingresso e acesso na carreira da
restritivas de liberdade e de internamento ou magistratura do Ministério Público as Procuradorias da
tratamento compulsivo e propor medidas de República de Comarca classificam-se por procuradorias
inspecção aos estabelecimentos ou serviços, bem de comarca de ingresso, procuradorias de comarca de
como a adopção das providências disciplinares acesso e procuradorias de comarca de acesso final.
ou criminais que devam ter lugar;
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e) Exercer as demais funções conferidas por lei. 3. Quando substitua o Procurador da República, o
conservador ou notário toma a designação de agente do
2. Compete ao Procurador da República Coordenador: Ministério Público.
a) Definir, ouvidos os demais Procuradores da 4. O agente do Ministério Público tem direito a cartão
República, critérios de gestão dos serviços; especial de identificação idêntico ao dos magistrados do
Ministério Público.
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1. O expediente do Ministério Público é assegurado por i) Passar certidões relativas a processos arquivados;
secretarias.
j) Preparar, tratar e organizar os elementos e dados
2. Cada órgão do Ministério Público dispõe de uma necessários à elaboração do relatório anual;
secretaria própria.
k) O mais que lhe for cometido por lei ou pelo
magistrado competente, ou que não caibam às
Artigo 89º secções de processos.
Composição e quadros do pessoal
2. Compete às secções de processos das secretarias:
1. As secretarias compreendem uma secção central e
podem ter uma ou mais secções de processos. a) Movimentar os processos e efectuar o respectivo
expediente;
2. Quando o volume de serviço ou a especificidade da
secretaria não o justifiquem as secretarias podem ter uma b) Preparar e controlar a execução do serviço
secção única com as devidas adaptações. externo que deva ser cumprido pela secção
central de forma centralizada;
3. O número de secções de processos é definido pelo
Procurador-Geral da República mediante circular, ouvido c) Passar cópias, extractos e certidões relativos a
o magistrado competente. processos pendentes, mediante despacho do
magistrado competente;
4. A composição e o quadro de pessoal das secretarias
constarão do mapa posteriormente a ser publicado pelo d) O mais que lhe for cometido por lei ou pelo
CSMP. magistrado competente.
2. O serviço que deva ser executado para além do horário 4. Sem prejuízo dos poderes de superintendência do
normal de funcionamento das secretarias é assegurado, magistrado do Ministério Público competente, o restante
sob a superior orientação do magistrado competente, pela pessoal é afecto às secções pelo secretário.
forma determinada pelos funcionários que chefiem as
secções. Artigo 96º
Coadjuvação de autoridades
3. As secretarias funcionam nos dias úteis.
Os oficiais de justiça podem solicitar a colaboração de
4. As secretarias funcionam igualmente aos sábados, quaisquer autoridades para execução de actos de serviço.
domingos e feriados, quando seja necessário assegurar o
serviço urgente previsto no Código de Processo Penal e Secção III
na legislação sobre o regime tutelar socio-educativo Livros e arquivos
aplicável a menores e sobre cooperação judiciária com
entidades exteriores a Cabo Verde em matéria penal, bem Subsecção I
como em outros casos previstos na lei. Livros
Artigo 97º
Artigo 92º Espécies de livros
Turnos
1. A secção central das secretarias do Ministério Público
Para assegurar o funcionamento das secretarias do dispõe, designadamente, dos seguintes livros:
Ministério Público aos sábados, domingos e feriados
podem ser organizados turnos nos termos determinados a) De ponto;
pelo magistrado competente, ouvido o secretário.
b) De registo de entrada de expediente;
2. As secções de processos das secretarias do Ministério 2. A numeração e rubrica são feitas por processos
Público dispõem, designadamente, dos seguintes livros: mecânicos.
a) De mandados;
Subsecção II
b) De remessa interna aos Magistrados do Arquivos
Ministério Público;
Artigo 101º
c) De remessa ao Tribunal; Arquivos
2. Diariamente, à hora de encerramento dos serviços, o 1. O arquivo das secretarias é constituído pelos
livro de registo de entrada é encerrado e rubricado no fim processos, livros e demais papéis findos.
do último registo pelo secretário.
2. Consideram-se findos para efeitos de arquivo:
3. O registo de entrada de qualquer documento fixa a data
da sua entrada na secretaria. a) Os processos penais, logo que preenchido o seu
fim;
4. Quando os interessados o solicitem, é-lhes passado,
conforme os casos, recibo no duplicado do papel b) Os processos administrativos, após o trânsito em
apresentado ou certificado do registo da denúncia, nos julgado da respectiva decisão final.
termos do disposto no Código de Processo Penal.
3. Os processos, livros e demais papéis ingressam no
Artigo 99º arquivo respectivo após o visto do secretário e, quando
Saída de processos e papéis seja o caso, a correição do magistrado do Ministério
Público de quem aquele depende.
Depois de registados, os processos e papéis apenas
podem sair da secretaria nos casos expressamente 4. Integram ainda o arquivo os documentos de expediente
previstos na lei e mediante as formalidades por ela administrativo e de contabilidade.
estabelecidas, cobrando-se recibo e averbando-se a saída.
5. A correspondência recebida e as cópias dos ofícios
expedidos são arquivadas por ordem cronológica em
Artigo 100º maços anuais distintos.
Legalização dos livros
Artigo 104º
1. Os livros das secretarias são legalizados pelo secretário Saída de processos do arquivo
mediante assinatura dos termos de abertura e de
encerramento, e numeração e rubrica de todas as folhas. Quando seja necessário movimentar algum processo
arquivado, o mesmo é requisitado à respectiva secção
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Artigo 107º
Estrutura e direcção
5. Nos departamentos de acção penal exercem funções O Presidente da Assembleia Nacional, ARISTIDES
Procuradores da República e Procuradores Assistentes, RAIMUNDO LIMA
em número mínimo de três por cada secção.
Artigo 108º
Competência