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Resumo
Abstract
Introdução
Não podemos falar sem ressalvas que Lacan seja estruturalista, uma
vez que ele mesmo deixa em suspenso a adesão a esse rótulo.
Contudo, é possível falar no estruturalismo de Lacan, e é isto que nos
interessa aqui. Em De um Outro ao outro, quando Lacan identifica o
estruturalismo ao que chama de “seriedade” (1968-69, p. 12),
podemos entender, primeiramente, um certo rigor científico buscado
através da lógica matemática. Lacan é absolutamente inequívoco a
esse respeito: “O estruturalismo é lógica por toda parte, até no nível
do desejo” (1968-69, p. 73). Encontramos aqui a proposta de uma
homologia entre a falha da lógica e a da estrutura do desejo, ponto
que retomaremos a seguir. Se há uma estrutura logicamente
apreensível desencadeada pelo fato de cada significante identificar-se
pela diferença em relação a todos outros, é dizer, que a linguagem em
sua essência não significa nada (1968-69, p. 87), então não é senão
através da própria lógica que a estrutura linguageira deve ser
manipulada. Trata-se, portanto, de um retorno a Freud; retorno que,
através da lógica, descobre conexões e idéias latentes de sua obra. É
necessário, contudo, compreender de que maneira Lacan está
utilizando a lógica em tal contexto.
Do trecho acima escandimos “já seria desde sempre” como aquilo que
expressa fundamentalmente a estrutura desse avanço retroativo. No
caso, Lacan mostra como um discurso tem consequências, por vezes
latentes, que, se devidamente reconhecidas, podem ser formalizadas,
como se assim desde sempre o fossem, gerando elas mesmas outras
novas consequências. Eis o que caracteriza o método psicanalítico de
pesquisa, isto é, o método que segue o modelo da clínica psicanalítica,
onde a irrupção de saber inconsciente produz um efeito de descoberta,
desvelamento, para o analisante ou, nesse caso, para o pesquisador.
Sobre esse efeito que o saber provoca, Lacan (1968-69) se interroga:
Desejo e Verdade
Considerações finais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS