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GRUPO I
Sonhar é preciso
Através de um dos contos de fadas mais célebres, o musical A Cinderela no Gelo ensina-nos a
acreditar que, afinal, somos capazes. Para ver em Matosinhos.
A vida não é um conto de fadas. Todos sabemos. Mas é Natal e, nesta época, tudo se perdoa.
Os sonhos voltam. E, pelo menos por uns dias, voltamos a acreditar. Ou tentamos. O espetáculo musical
5 A Cinderela no Gelo, até 10 de janeiro, em Leça da Palmeira, dá-nos essa crença. Durante uma hora e
meia acreditamos que tudo é possível, que afinal até somos capazes, que é bom ir em frente. A velha
história dos irmãos Grimm sobre a madrasta (interpretada por Helena Laureano) que obriga a enteada e
tímida Cinderela (Liliana Santos) a varrer o chão
e a dormir na cave, enquanto atira as filhas
10 horripilantes para os braços do príncipe (José
Fidalgo), é recontada com base no tempo. Através
de um relógio que volta o tempo atrás se as coisas
“não forem bem feitas”. Ou seja, se acontecer um
deslize. Ou se Cinderela não acreditar. “Sonhar é
15 acreditar. Vezes sem conta e com sentido”, alerta-
-lhe a fada madrinha. E ela demora a perceber que
é possível. Que consegue e pode arriscar. “Cinde-
rela, uma das maiores virtudes é saber esperar
pela altura certa”, dir-lhe-á a fada, que chega
20 numa bola suspensa do teto. Neste baile real em
forma de musical de Natal, onde o sapatinho dei-
xado por Cinderela é substituído por um patim,
não faltam os cheiros a canela e a perfume. E a
simplicidade na conquista das pequenas coisas.
25 Afinal, estamos na época da partilha. E acreditar é
preciso. Sempre.
1. Assinala com um X, de 1.1. a 1.5., a opção que completa corretamente cada frase, de acordo com o sentido
do texto.
1.1. O espetáculo musical A Cinderela no Gelo ensina-nos a acreditar que
A. a vida não é um conto de fadas. C. é Natal.
B. somos capazes. D. sabemos tudo.
GRUPO II
O abismo
Andou, andou e, quando ia já quase a meio caminho, viu ao longe um vulto que vinha da cidade avan-
çando ao seu encontro. Era um vulto escuro, todo curvado, que caminhava devagar, encostado a um pau.
Oriana percebeu logo que era a velha. E pensou:
“Coitada da velha! Eu nunca mais a vim ajudar e ela, quase cega, anda sozinha por este caminho tão
5 perigoso ao lado do abismo. De hoje em diante vou tornar a guiá-la todos os dias, como antigamente.”
E apressou o passo para chegar mais depressa ao pé da sua amiga.
Mas de repente Oriana deu um grito. Porque viu a velha enganar-se na direção e começar a caminhar
para o abismo.
– Ai! – disse a fada –, ela vai cair no abismo!
10 Gritou:
– Para! Para!
E começou a correr.
Oriana estava muito longe da velha e a velha estava muito perto do abismo. Mas a velha andava muito
devagar e Oriana corria muito depressa.
15 Corria, corria.
E gritava:
– Para! Para!
Mas a velha era surda e catracega e, sem ver nem ouvir, caminhava devagarinho.
– Se eu tivesse asas já lá estava! – pensava Oriana.
20 E corria, corria.
A certa altura a velha parou para descansar. Estava a um passo do abismo. Oriana, a dez passos dela,
pensou:
“Ainda chego a tempo!”
Mas quando Oriana já estendia o braço, para a agarrar, a velha deu um passo em frente e caiu no abismo.
25 – Ai! – gritou Oriana.
E esquecendo-se de que não tinha asas, saltou no abismo, para salvar a velha.
Conseguiu apanhá-la pelas pernas e depois quis voar, mas não pôde. E lembrou-se de que não tinha
asas.
– Ai de nós! – disse ela.
30 Viu debaixo de si o fundo abismo, aberto como uma enorme boca que a ia devorar.
– Ai, ai, ai! – gritava a velha.
E caíam, caíam.
Mas de súbito, como um relâmpago, apareceu no ar a Rainha das Fadas. Estendendo o seu braço, ela
tocou em Oriana com a sua varinha de condão.
35 E no mesmo instante Oriana parou de cair e ficou imóvel, suspensa no ar, segurando a velha.
E a voz alta e direita disse:
– Oriana, cumpriste hoje a tua promessa. Para salvar a velha, esquecendo-te de ti, saltaste no abismo.
E o teu dó pela tua amiga foi tão grande que nem te lembraste de ter medo. Porque tu és a fada Oriana a
quem foram entregues as plantas, os animais e os homens da floresta. E és tu que os guardas para que eles
5.2. Como é que a Rainha das Fadas devolveu o estatuto de fada a Oriana?
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6. Atenta na frase: “Viu debaixo de si o fundo abismo, aberto como uma enorme boca que a ia devorar.” (linha 30)
6.1. Identifica o recurso expressivo presente na frase.
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7. “Oriana, cumpriste hoje a tua promessa. Para salvar a velha, esquecendo-te de ti, saltaste no abismo.” (linha 37)
7.1. Explica estas palavras da Rainha das Fadas, com base no teu conhecimento global da obra.
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GRUPO III
1. Classifica as palavras que se seguem quanto ao número de sílabas e à posição da sílaba tónica.
Nomes Verbos
a) escuridão
b) velha
c) salvação
4. Atenta na frase:
“E no mesmo instante Oriana […] ficou imóvel, suspensa no ar, segurando a velha.” (linha 35)
4.1. Retira da frase:
a) um nome próprio ____________________________________________________________________________________
b) um nome comum ____________________________________________________________________________________
c) um adjetivo qualificativo _____________________________________________________________________________
d) um verbo regular ____________________________________________________________________________________
b) antigamente
c) imóvel
d) desaparecer
GRUPO IV
Imagina que encontras uma varinha de condão e que tens a possibilidade de realizar um desejo.
Constrói uma narrativa em que relates: o local onde encontraste a varinha; o que sentiste ao encontrá-la;
o desejo que formulaste e as aventuras que viveste.
Para isso, deves: fazer um rascunho das ideias fundamentais, escrever de forma coerente e correta,
escrever um mínimo de 140 e um máximo de 180 palavras e, no final, rever o texto e corrigir aquilo que
achares necessário.