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VIGILÂNCIA FETAL

INTRAPARTO

Maria Aparecida Baggio


Marlei Fátima Cezarotto Fiewski
Vigilância fetal intraparto
História da monitoração fetal intraparto

 Século XVII – Phillipe LeGaust – descreveu os


batimentos cardíacos fetais;
 1818 – François Mayor – auscultou BCF com ouvido
no abdome materno;
 1838 – Evory Kennedy e outros – descreveram
ritmo cardíaco fetal;
 1917 – David Hills – estetoscópio de cabeça;
 Anos 1960 Monitoração Fetal Eletrônica - MFE;
Indicações Monitoramento
 Indicações Maternas
♦ Hipertensão arterial, doenças cardíacas;
♦ Hemoglobinopatia e anemia severa;
♦ Hipertireoidismo e doenças do colágeno;
♦ Doenças renais

 Indicações Fetais
♦ Gestação múltipla, RCIU (risco de restrição ao crescimento
uterino, TP pré-termo;
♦ Apresentação pélvica e isoimunização

 Indicações do Trabalho de Parto


♦ Indução ou estimulação, TP prolongado;
♦ Anestesia regional, contratibilidade uterina anormal;
♦ Mecônio, alterações BCF e sangramento vaginal no TP.
Efeitos da Vigilância Fetal

Diminui a mobilidade da parturiente;


Reduz o contato entre a parturiente e seu
parceiro;
Elimina a necessidade de contato direto com a
equipe de saúde;
Aumenta a incidência de parto operatório.
Fatores a serem considerados na
vigilância fetal

Oportunidade de fazer a Ausculta Intermitente


Estruturada - AIE;
Avaliar o risco para mulher e feto;
Número de profissionais disponíveis na
maternidade;
Seguranças dos profissionais com a vigilância
fetal;
Freqüência da Ausculta
Fase Ativa Segundo Período

Gravidez Gravidez Gravidez Gravidez


Baixo Risco Alto Risco Baixo Risco Alto Risco

A cada A cada A cada A cada


15 a 30 15 5 a 15 5
minutos minutos minutos minutos

Após cada contração OU


Diretrizes para a AIE
Profissionais capacitados;
Experiências com ausculta;
Plano de ação de acordo as avaliações da
freqüência cardíaca;
Intervenções clínicas devem ser realizadas
quando houver um padrão intranquilizador;
Um profissional para auscultar o BCF a cada 15
– 30 min – 1 hora, conforme indicação.
Controle de BCF
Auscultar BCF antes de:
♦ Iniciar procedimentos de TP;
♦ Deambulação;
♦ Administração de medicamentos;
♦ Analgesia ou anestesia.

Auscultar BCF depois de:


♦ Internar a gestante/parturiente;
♦ Rotura das membranas;
♦ Toque vaginal;
♦ Contratibilidade uterina anormal;
♦ Avaliação da anestesia/analgesia.
Método Mnemônico – DR. CONIVADO

Defina o Risco
COntrações
Nível da linha de base
Variabilidade
Aceleração
Desacelerações
Opinião
DR. CONIVADO - Defina o Risco
Conhecer a história da gestante/parturiente;
A reserva fetal é sugerida pela avaliação da
situação clínica;
Feto a termo?
Risco habitual? Há Risco?
Um único risco ou vários?
Trabalho de parto evolui bem? Distocia?
Risco de parto vaginal assistido?
DR. CONIVADO - COntrações

Intensidade das contrações;

Avaliação da freqüência e regularidade das


contrações;

Hiperestimulação?

Determinar quando começa e quando termina


uma contração?
DR. CONIVADO - Nível da linha de base
 Frequência Cardíaca Fetal – normal (110) 120 a 160
bpm;
 Mudança da FCF basal - igual ou > 10 min.
estabilizar;
 Na AI avaliar o nível da linha de base entre as
contrações;
 gradual no nível da linha de base, acompanhado
por diminuição da variabilidade ou desaceleração (ou
ambos) frequentemente indica hipóxia fetal;
 A linha de base é influenciada por:
♦ Prematuridade
♦ Mudança no estado fetal
♦ Febre materna, apresentação, medicação
DR. CONIVADO - Variabilidade
Freqüência Cardíaca Fetal
Bradicardia leve: de 100 a 110 bpm
Bradicardia grave: < 100 bpm

Etiologias:
Cardiopatia congênita
Bloqueio cardíaco
Hipoxia grave
Bradicardia
DR. CONIVADO - Variabilidade
BRADICARDIA

 Bradicardia leve está associada a pós-datismo e


posição occipito-sacral;

 Taxas transitórias abaixo de 100 bpm podem ser


vistas em fetos com doenças cardíacas congênitas
ou defeitos de condução do miocárdio associado
com doença vascular do colágeno na mulher;

 Bradicardia prolongada, isolada ou associada com


outras anormalidades, pode indicar hipóxia fetal
grave.
DR. CONIVADO - Variabilidade
Freqüência Cardíaca Fetal
Taquicardia Leve: de 160 – 180 bpm

Taquicardia moderada: 180 – 200 bpm

Taquicardia grave: > 200 bpm


Taquicardia
DR. CONIVADO - Variabilidade
Normal = 10-15 bpm de amplitude

Reflete função normal do SNC

Melhor preditor de bem-estar fetal

A ausência de variabilidade da linha de base é


indicativo de hipóxia fetal;

Melhor avaliada através do eletrodo interno (ECG)


DR. CONIVADO - Variabilidade
TAQUICARDIA
 Movimento fetal, ansiedade materna ou febre,
desidratação ou cetose materna e agentes beta-
adrenérgicos podem causar taquicardia não
associada a hipóxia;
 Imaturidade fetal, tireotoxicose e anemia podem
também causar taquicardiaca leve;
 Taquicardiaca inferior a 180 bpm, em especial
quando há febre materna, sugere corioamnionite;
 FCF acima de 200 bpm é associada, com arritmia
fetal e outras anormalidades congênitas.
Causas de variabilidade reduzida
Hipóxia / acidose
Sono fetal
Prematuridade
Anomalias congênitas (SNC)
Drogas
• Depressores do sistema nervoso
• Anticolinérgicos / parassimpatolíticos
• corticosteroídes
Variabilidade
Variabilidade normal são as características mais
importante do traçado tranqüilizador
Com variabilidade - normal Sem variabilidade - deprimida
DR. CONIVADO - Aceleração
 Definições
♦ Aumento de = ou > 15 bpm
♦ Duração de = ou > 15 segundos
 Presença indica bem-estar fetal
 Ausência
♦ Frequentemente falso-positiva em gestação de baixo
risco;
♦ Requer avaliação mais apurada (PBF, teste de estresse
na contração)
 Quando acelerações são observadas em associações
com contrações e desaceleração variáveis, podem
indicar compressão parcial de cordão
DR. CONIVADO - Desacelerações

Desacelerações precoces (compressão da


cabeça - cefálico) (DIP I);

Desacelerações variáveis (compressão do


cordão - umbilical) (DIP III);

Desacelerações tardias (insuficiência


placentária) (DIP II).
DR. CONIVADO - Desacelerações
Desacelerações precoces
 Quedas transitórias da FCF ocorrendo com as
contrações uterinas e espelhando-as;
 Elas começam e terminam com a contração e o pico
de uma coincide com o nadir de outra;
 Em geral não caem mais de 60 batimentos com
relação à linha de base e raramente atingem os 100
batimentos;
 Elas são quase sempre benignas se não houver
outras anormalidades.
Desacelerações precoces (DIP I - Cefálica)
As desacelerações precoces coincidem com as contrações:
usualmente benignas, compressão cefálica
Desacelerações precoces (DIP I - Cefálica)
DR. CONIVADO - Desacelerações
Desacelerações variáveis
 Variáveis leves: descem em torno de 80 bpm c/
duração de 30 a 60 segundos;
 Variáveis moderadas: estão em torno de 70 bpm e 80
bpm e duram de 30 a 60 segundos;
 Variáveis graves: caem abaixo de 70 bpm e duram + de
60 segundos;
 Mau prognóstico incluem o inicio tardio com relação à
contração, retorno lento, diminuição da variabilidade,
taquicardia da linha de base, ausência de acelerações
(ou ambos);
 Para determinar a gravidade considerar profundidade,
frequência e duração;
Desaceleração variáveis (DIP III - Umbilical)
Descida e retorno mais rápido do que as
desacelerações precoces e tardias – compressão
do cordão;
DR. CONIVADO - Desacelerações

Desacelerações tardias – Insuficiência Placentária

 O nadir ocorre após o pico da contração;

 Se não forem corrigidas, as repetidas


desacelerações tardias são associadas, com
freqüência, a insuficiência útero-placentária e hipóxia
fetal;
Desaceleração tardias (DIP II - Placentária)
Começam após o início da contração, o nadir depois do
pico da contração retorna a linha de base após o
final da contração – insuficiência placentária
Desaceleração prolongada
DR. CONIVADO - Opinião
Avaliação do estado fetal
♦ Tranquilizador

♦ Intranquilizador

Plano de conduta
• Baseado no contexto clínico

• Deve incluir estratégias para maior vigilância


Causas de queda súbita da FCF
Amniotomia
Prolapso de cordão
Toque vaginal
Coleta de sangue do couro cabeludo fetal
Hipertonia uterina
Hipotensão materna ou mudança de posição
Convulsão materna
Conduta no traçado intranquilizador
 Mudança no método de monitoração;
 Sinais vitais maternos;
 Toque vaginal – avaliar dilatação e prolapso de
cordão;
 Mudança de posição materna, O2, hidratação EV;
 Estímulo acústico ou do couro cabeludo fetal;
 Interromper o uso de ocitócico;
 Coleta de sangue do couro cabeludo fetal (pH < 7
cesariana);
 Tocólise (terbutalina 0,25mg SC) e Amnioinfusão;
 Parto imediato.
Interpretação do pH fetal

Superior a De 7,20 a Inferior a


pH Fetal 7,25 7,25 7,20

Repetir o pH Repetir o pH
Conduta em 1 hora se em 30 min. Parto
traçado não se traçado imediato
tranqüilizador não melhorar
Substitutos do pH do couro cabeludo fetal

Dois métodos:

♦ Estímulo acústico

♦ Estímulo do couro cabeludo fetal

Acelerar, pH> 7,25

Poucos dados de interpretação na ausência de


aceleração
Amnioinfusão
Diluição do mecônio espesso
♦ Reduz a frequência das desacelerações
variáveis
♦ Diminuir internações em UTI e a síndrome
de aspiração

Compressão de cordão
♦ Diminui as desacelerações variáveis
♦ Diminui os partos cesáreos por traçados não
tranqüilizadores
Amnioinfusão
 O objetivo da amnioinfusão é corrigir e manter o índice
de líquido amniótico entre 8 a 12 cm;
 Não deve ser feita:
♦ na ausência de indicações clara, como bradicardia fetal
ou desacelerações tardias;
♦ sem evidência de compressão de cordão ou mecônio
moderado ou espesso
♦ oligodrâmnio com traçado normal da FCF;
♦ indicação de parto cesáreo, como apresentação
transversa;
♦ placenta prévia e descolamento prematuro de placenta;
♦ apresentação pélvica ou gestação múltipla.
Técnica de Amnioinfusão
 Exame do colo (apresentação, dilatação e prolapso);
 Consentimento livre e esclarecido da mulher;
 Colocar a parturiente em DLE;
 Inserir um Cateter Intra-Uterino de Pressão - CIUP e
um Eletrodo de Couro Cabeludo Fetal - ECF;
 Se o cateter de dupla via não estiver disponível,
conectar um abocath de calibre 18 ao equipo;
 Infundir SF e RL;
 Volume inicial de 250 a 500 ml;
 Volume de manutenção de 50 a 60 ml/h.

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