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NOTAS DE AULA
INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
COMBATE A INCÊNDIO
Ilha Solteira
março 2001
SUMÁRIO
COMBUSTÍVEL CALOR
FOGO
OXIGÊNIO
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Esguicho - peça metálica destinada a dar forma ao jato d’água.
Hidrante - é o ponto de tomada de água, provido de dispositivo de manobra
(registro) e união de engate rápido.
Mangueira - é o condutor flexível destinado a transportar água do hidrante ao
esguicho.
Registro de manobra - registro destinado à manobra de abertura e fechamento
do hidrante.
Registro de recalque - dispositivo hidráulico que permite a introdução externa
de água na instalação, deve ser colocado em posiçào que assegure a rápida
identificação e de fácil acesso.
Reserva de incêndio - é a quantidade de água reservada especialmente para o
combate a incêndio.
Reservatório - local onde se armazena a água da rede de hidrantes.
Unidade extintora - capacidade mínima convencionada de agente extintor.
Nota: A via pública entre edificações pode ser considerado suficiente para efeito de isolamento
de riscos.
- Risco A - 2 horas
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- Risco B - 4 horas
- Risco C - 6 horas
Isolamento entre pavimentos - é considerado isolamento entre pavimentos
quando terem:
- piso de concreto armado de acordo com as normas da
ABNT.
- paredes externas resistentes ao fogo por no mínimo 2
horas.
- afastamento mínimo de 1,20 m entre vergas e peitoris das
aberturas em pavimentos consecutivos.
- as distâncias entre aberturas substituídas por abas
horizontais que avancem pelo menos 1,0 m da face externa
da edificação, solidária com o entre-piso e ser de material
resistente ao fogo de mínimo 2,0 horas.
As edificações são classificadas de acordo com sua ocupação e destinação, com segue:
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uso residencial incluindo apartamentos, conventos e similares.
uso institucional incluindo escolas, hospitais, clínicas, laboratórios, creches,
sanatórios, asilos e similares.
uso de escritórios, incluindo agências bancárias, repartições públicas, serviços
de assessoria, de consultoria e similares.
locais de reunião de públicos incluindo locais de exposições, teatros, cinemas,
auditórios, salas de reunião, salões de festas, bailes, casas noturnas, ginásios
poliesportivos, templos religiosos(igrejas) e similares.
uso de hotel, motel, flat residencial, apart-hotel, pensão e similares.
uso industrial incluindo todas atividades com processo industrial e similares.
uso comercial incluindo lojas, magazines, centros de compras(shoppings
centers), supermercados, restaurantes, bares, lanchonetes, serviços diversos,
oficinas, garagens coletivas(automáticas ou não) e similares.
depósitos em geral, incluindos centros atacadistas, transportadoras e similares.
instalações de produção, manipulação, armazenamento ou distribuição de
gases e líquidos combustíveis ou inflamáveis como: a) destilaria, refinaria ou
plataforma de carregamento; b) parques de tanques ou tanques isolados; c)
posto de serviços de abastecimento; d) armazém de produtos acondicionados.
Cada UE pode proteger uma determinada área conforme o risco, como indicado na
Tabela 2.
A distribuição dos extintores deverá ser equidistante, de forma que o usuário não
necessite percorrer mais que as distância indicadas na Tabela 3, conforme o risco.
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Tab.03 - Distância máxima percorrida pelo usuário
Risco Distância (m)
A 25
B 20
C 15
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Tabela 6 - Distância máxima percorrida pelo usuário
Risco Distância (m)
A 32,5
B 30
C 22,5
VI.4.1. – HIDRANTE
Os hidrantes podem ser internos ou externos e distribuídos de tal forma que qualquer
ponto da edificação possa ser coberto por jato d’água, considerando-se no máximo 30 m de
mangueira. Devem possuir dispositivos de manobra, registro e engate rápido de 63 mm, ter altura
entre 1 e 1,5 m, estar desobstruídos e sinalizados.
Recomenda-se que um hidrante deve ficar próximo da porta de acesso, a uma distância
máxima de 5,0 m. Em edificação multi-andares, os hidrantes devem ficar próximos da escadaria.
Se a edificação possuir escada enclausurada, devem ser instalados em áreas adjacentes, como
hall, ante-câmaras, etc. O hidrante externo deve ser instalado no mínimo a 15 m de distância da
edificação para garantir alcance do jato d’água de 60 m, caso contrário, o alcance do jato
considerado fica limitado a mesma do hidrante interno, de 30 m.
Nota: Não será exigido a colocação de hidrante em edículas, mezaninos, escritórios de fábricas
em andar superior e zeladorias com áreas inferiores a 200 m2, desde que o hidrante
instalado no pavimento assegure a proteção.
VI.4.2. – CANALIZAÇÃO
As canalizações deverão ter diâmetro mínimo de 63 mm, de material resistente ao calor
como aço galvanizado, ferro fundido ou cobre. Nas redes externas enterra das, pode ser
utilizadas canalizações de cimento amianto e PVC. Deve resistir a uma pressão em torno de 100
mca, valor igual a pressão máxima de recalque de uma bomba de incêndio.
As canalizações deverão ter terminais padronizados pelo Corpo de Bombeiros, com
registro, mangueiras e esguichos com conexões de engate padrão.
Deverá ser previsto um prolongamento da canalização até a entrada principal para
instalação do dispositivo de recalque de 63 mm de diâmetro e vazão de 1000 l/min, no máximo
dois bocais em cada dispositivo e os dispositivos espaçadas de 20 m entre si, quando instalado
mais de um dispositivo de recalque.
Os dispositivos de recalque podem ser de passeio ou de parede. No passeio, o registro de
recalque deverá ficar em caixa de alvenaria de 0,40 x 0,60 m, com a expedição voltada para cima
com profundidade máxima de 0,15 m em relação ao piso, e ter uma tampa metálica com a
inscrição INCÊNDIO. Quando instalada na parede, as dimensões da caixa será a mesma da
utilizada no passeio, com a expedição voltada para a rua e altura entre 0,6 e 1,0 m e ter uma
tampa com inscrição INCÊNDIO.
Em rede de hidrantes alimentada por gravidade recomenda-se não colocar válvula de
retenção no dispositivo de recalque.
VI.4.3. – MANGUEIRA
As mangueiras devem ser revestidas internamente com forro de borracha ou outro
material de acordo com as especificações das normas técnicas. O comprimento máximo das
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mangueiras, o diâmetro e respectivo esguicho serão escolhidos de acordo com a classe de risco
atribuído à edificação. Os valores podem ser observados na Tabela 7.
VI.4.4. – RESERVATÓRIO
O volume mínimo de reservação deverá ser de 5,0 m3. Se a alimentação for por gravidade
ou por “by-pass”, o volume de armazenamento deverá ser feito junto com o reservatório superior
da edificação. Se for por bombeamento ou sob comando, deverá ser armazenado no reservatório
inferio da edificação. O volume armazenado deverá alimentar continuamente os hidrantes em
uso simultâneo em pelo menos 30 minutos.
Para dimensionar o reservatório, ou determinar o volume de reservação necessária para
combate a incêndio, deve-se estimar a pressão e vazão em cada hidrante em funcionamento
simultâneo. Esta estimativa também depende do sistema de alimentação adotado para a rede de
hidrantes instalado na edificação.
Para efeito de equilíbrio de pressão no ponto de cálculo será admitida a variação máxima
de para mais ou menos 0,5 mca.
Em edificação com mais de 12 andares e/ou 36 m de altura, mão são recomendadas
pressões acima de 100 mca em nenhum dos hidrantes.
A vazão da rede de hidrantes será estimada como sendo a soma das vazões que saem dos
hidrantes em testes de uso simultâneo.
O volume necessário de armazenamento será estimado de acordo com o tamanho da
edificação e do seu tempo de funcionamento, dado pela formula:
V Q.t
onde:
V - volume de reserva, em litros.
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Q - vazão correspondente ao número de hidrante em funcionamento simultâneo,
em litros/minutos.
t - tempo de funcionamento, em minutos.
Q Cd .A. 2.g.H
onde:
Q - vazão, m3/s;
A - área do bocal, m2;
g - aceleração da gravidade, m/s2;
Cd = coeficiente de descarga, 0,95 ~ 0,98;
H = pressão dinâmica mínima no bocal, mca.
As perdas de carga nas canalizações e nas mangueiras serão estimadas pela formula de
Hazen-Williams dada por:
10,641 Q 1,85
J 1.85 . 4,87
C D
onde:
C = coeficiente do material;
D = diâmetro da canalização ou mangueira, m.
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Exemplo de Dimensionamento
Utilizando o edifício do exemplo dos outros tópicos, um prédio de 8 andares, mais térreo e um
sub-solo.
R2
Reservatório Elevado
R1 X
R.G.
R.G.
1,55
1,45
Valvula de Retenç ão
1,90 2,00
A H1
2,80
B
H2
2,80
C H3
2,80
D
H4
2,80
E H5
2,80
F
H6
2,80
G
H7
2,80
H H8
3,50
I
1,60
H9
1,20
J
H10
K
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- Equação para calculo da vazão no bocal.
2
Q
H Cd . A
(II)
2. g
10,641 Q 1,85
J . (III)
C 1.85 D 4,87
htubo = J . L (V)
110
a vazão no hidrante H1, pela Equação I, será :
Q 0,98.1,327x10 4 2.9,81.6
hmang = 1,50 m
J = 1493,46 . (1,41x10-3)1,85
J = 0,0080
htubo = 0,13 m
PA = 7,63 mca
- Cálculo da pressão em B.
Adotando Q2 = 1,60x10-3 m3/s, e substituindo nas Equações II, IV, V e VI, tem-se:
PB = 9,78 mca
- Cálculo da pressão em C.
PC = 12,19 mca
- Cálculo da pressão em D.
PD = 14,88 mca
A diferença entre os valores da pressão nos pontos de cálculos deve ser menor que
0,50 mca.
- Comprimento da tubulação
- Pressão em C.
PC = PD - H + htubo
Q = 1,98x10-3 m3/s
- Pressão em B.
PB = PC - H + htubo
Q = 3,77x10-3 m3/s
- Pressão em A.
PA = PB - H + htubo
Q = 5,37x10-3 m3/s
112
- Determinação da altura do reservatório
PA = PR2 + H - htubo
X = 8,12 / 0,8552
X = 9,50 m
A estimativa da vazão para efeito de armazenamento deve ser feito quando 04 hidrantes
mais favoráveis estiverem em uso ou teste. Portanto, deve-se estimar a vazão dos hidrantes H7,
H8, H9 e H10, pela mesma metodologia de cálculo adotado para os hidrantes mais
desfavoráveis.
O comprimento total da tubulação do trecho K - H10 difere do adotado os outros trechos
pelo uso de um joelho de 90o no lugar de um Tê de saída bilateral, assim o comprimento total
considerado, L = 16,56 m nos demais, passa para L = 14,75 m.
PG = 16,71 mca
113
PH8 = 14,72 mca
hmang = 3,45 mca
htubo = 0,30 mca
PH = 18,47 mca
PI = 20,67 mca
PK = 23,35 mca
A diferença entre os valores da pressão nos pontos de cálculos deve ser menor que
0,50 mca.
PI = PK - H + htubo
Q = 2,49x10-3 m3/s
- Pressão em H.
PH = PI - H + htubo
Q = 4,83x10-3 m3/s
- Pressão em G.
PG = PH - H + htubo
Q = 7,04x10-3 m3/s
PG = H - htubo
Os resultados mostram que o sistema esta equilibrado dentro das especificações do Corpo
de Bombeiros, e finalmente pode-se calcular o volume de armazenamento.
115
R2
Reservatório Elevado
R1 2,00
R.G.
R.G.
1,41
BOMBA 1,00
Valvulas de Retenç ão
SIST EMA "BY-PASS"
1,90 2,00
A H1
2,80
B
H2
2,80
C
H3
2,80
D H4
2,80
E H5
2,80
F H6
2,80
G H7
2,80
H H8
3,50
I H9
1,60
1,20
J
H10
K
Valvula de Retenção
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- Equacionando o esquema para Q = 6,78x10-3 m3/s e J = 1493,46 . Q1,85, tem-se:
PA = PR2 + H - htubo
- J = 0,1448 m/m.
htubo = J . L
Hm = 7,92 m
Pot = . Q . Hm
SUGESTÕES
117