Professional Documents
Culture Documents
ALAVARCE, CS. A ironia e suas refrações: um estudo sobre a dissonância na paródia e no riso
[online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 208 p. ISBN 978-85-
7983-025-9. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>.
All the contents of this chapter, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non
Commercial-ShareAlike 3.0 Unported.
Todo o conteúdo deste capítulo, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição -
Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada.
Todo el contenido de este capítulo, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative
Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported.
3
Paródia
A obra literária, por ser uma inversão dos códigos estabelecidos, por
questionar a ideologia do modo como ela se apresenta, por ser menos
A IRONIA E SUAS REFRAÇÕES 59
O paradoxo da paródia
Como foi dito anteriormente, a paródia não deve ser vista sem‑
pre como uma categoria que visa à desconstrução e à ridicularização
de discursos anteriores. Na verdade, segundo a estudiosa Linda
Hutcheon, a paródia se caracteriza por uma “voz” que se propõe a
repetir de forma crítica, assinalando, desse modo, um discurso que
marca a diferença em vez da semelhança. Assim, a crítica não tem
de estar necessariamente presente na forma de riso ridicularizador
para que um texto seja considerado paródia.
Seguindo, pois, uma definição mais abrangente e menos co‑
mum, a paródia – distanciada da visão tradicional de “canto ridicu‑
larizador” – funciona, ao contrário, como uma inscrição de
continuidade histórico‑literária, atuando na revisão crítica de dis‑
cursos anteriores. Segundo Linda Hutcheon, “talvez os parodistas
não façam mais do que apressar um processo natural: a alteração
das formas estéticas através do tempo” (1985, p.51). Ainda para
essa estudiosa,