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INSTITUTO POLITÉCNICO DE SAÚDE
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DA
ACADEMIA BRASILEIRA DE ARTE E CIÊNCIA ORIENTAL (ABACO)

TTA TTA TTA TTA TTA TTA TTA TTAE


SOHAKU-IN FOUNDATION FOR ORIENTAL MEDICINE

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TTA TTA TTA TTA TTA TTA TTA TTA
TTA TTA TTA TTA TTA TTA TTA TTA
Prof. Dr. Alex Macedo

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Técnicas Terapêuticas da Acupuntura

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CAPÍTULO I

GENERALIDADES SOBRE A AGULHA

1.2 HISTÓRICO

As primeiras agulhas (materiais perfurantes) foram feitas de pedra (Bian),


posteriormente outros materiais pontiagudos foram utilizados, como: osso, bambu,
cerâmica (anterior ao ano 2000 A.C.).
A utilização das agulhas de metal começou na Era do Bronze (Dinastia
Chang, cerca de 1600 A.C.).
No Período de Guerra entre os Estados, no Século V A.C. e com o progresso
da metalurgia, surgiram as Agulhas de Aço.
O Ling Shu descreve no capítulo VII as “Nove Agulhas Clássicas”: “Cada uma
das Nove Agulhas, tem sua função apropriada, longa, curta, grande e pequena, cada
uma com sua função”.

1.3 TIPOS DE AGULHAS

As 09 Agulhas Clássicas citadas no capítulo I do Ling Shu (Segunda Parte do


Nei Jing), atualmente não são mais utilizadas.
As Agulhas utilizadas hoje são uma extrapolação aperfeiçoada da sétima
agulha das 9 agulhas antigas, descrita no capítulo Ido Ling shu. Atualmente são de
Aço Inox (lâmina), sua fabricação é artesanal (sendo feita na China em Presídios).

Cada uma das nove agulhas tem um nome e uma forma diferente:
1. Agulha Chan (Agulha Sagital ou Flecha)
Destinada às punções superficiais, tendo como objetivo eliminar fatores
patógenos exógenos superficiais, reduzindo as tumefações da pele.

2. Agulha Yuan (Agulha Redonda ou Cilíndrica)


É recomendado para massagear o ponto de acupuntura.

3. Agulha Ti ou Di (Agulha Rombuda ou Obtusa)


Agulha longa de ponta rombuda, não tinha como objetivo atravessar a pele,
agindo somente na superfície; era utilizada para tratar a dor.

4. Agulha Feng (Agulha Triangular ou Pontiaguda)


Com ponta triangular e corte nos três lados, indicada para sangria e doenças
crônicas, como abscesso e tumores.
5. Agulha Pi (Agulha em Forma de Espada ou Cortante)
Semelhante a agulha Feng, porém maior, utilizada para drenagem de
abscessos.

6. Agulha Yuan Li (Agulha de Forma Redonda)


Extremidade redonda e pontuda, semelhante à agulha Ti, servia para tratar
doenças agudas como artralgias.

7. Agulha Hao (Agulha Filiforme)


Agulha longa, utilizada nos casos de obstrução, artralgias, paralisias,... Hoje a
agulha mais utilizada, as agulhas atuais são aperfeiçoamentos deste tipo de
agulha.

8. Agulha Chang (Agulha Longa)


Longa, fina e pontiaguda, utilizada nos casos de paralisias, obstruções e
tratamento da Síndrome Bi.

9. Agulha Da (Agulha Grande Grossa)


Forma de bastão pontiagudo, a ponta era levemente arredondada. Segundo
Auteroche, a agulha era pontiaguda na extremidade, sendo utilizada para
drenar edema articular.

1.4 TIPOS DE AGULHAS MODERNAS

Filiforme, Semi-permanentes, Triangular, Agulha Quente, Martelo de 7 pontas.

1.4.1 Agulhas Filiformes (Mais Utilizadas)

• Formato: fino e longo.


• Cabos variáveis: Cobre bronze, alumínio (ótima para eletroacupuntura), ouro,
prata ou silicone (Japonesa e Francesa).
• Lâmina: Na grande maioria Aços Inoxidáveis, podendo ser também em Prata
ou Ouro.
• Comprimento: 15/ 20/ 25/ 30 /40 /50 / 65/ 75 /90 / 100/ 115/ 125 / 150mm
• Diâmetro: de 0,22mm até 0,45mm
• Agulhas mais utilizada são de (0,25mm X 30mm), (0,20mm X 20mm) e
(0,16mm X 15mm Ting).
• Permanecem no corpo durante o tratamento.
• Recomendável sempre utilizar Agulhas descartáveis.

1.4.1.1 A Formação da Agulha Filiforme

• Cabo: Toda a comunicação. Cabo Liso (japonesa e francesa), cabo


espiralado (coreana, japonesa ou chinesa) objetivo de prender a moxa.
• Raiz: Parte mais frágil.
1.4.1.2 O Mandril, Condutor ou Tubo Guia

• Vantagens da utilização do mandril: Ameniza a dor durante a inserção das


agulhas; Conservar a agulha evitando que entorte; praticidade e segurança.
• Quanto mais fino o mandril, maior a precisão.

1.4.2 Agulhas Intradérmicas /Semi-Permanentes

Em 1962 a técnica foi popularizada por Kobei Akabane, como Hinaishin (Hi-
Pele, Nai-Dentro e Shin-Agulha).
O cabo da agulha é confeccionado de várias formas (grão de trigo, anel ou
chapa) impossibilitando a penetração na pele.
As agulhas são colocadas na pele e presa com esparadrapo antialérgico.
O objetivo é estímulos contínuos, dispersando a concentração da dor na área
ou no ponto, aumentando o intervalo entre as sessões.
As agulhas são inseridas no sentido da fibra, em locais de prega a inserção
será no sentido da prega.
Cuidados: alergia, utilizar o menor número de agulhas, paciente que trabalha
em área eletromagnética e não utilizar em locais inflamado.

1.4.3 Agulha Triangular

Com ponta trifacetada, cuja finalidade é de provocar pequena sangria com


uma punção rápida e superficial.

1.4.4 Agulha Quente

Liga especial de prata que é aquecida e usada em doenças crônicas e


determinados caroços da pele. Ex.: Gânglios posteriores ao punho e adenomas
tiroideanos.

1.4.5 Agulha (Martelo) de 7 Pontas

Utilizada ao longo do meridiano em um ponto determinado ou em uma


determinada área. Indicado para crianças, pacientes fracos, doenças de pele, etc.
CAPÍTULO II

NORMAS DE BIOSSEGURANÇA / ESTERILIZAÇÃO

Visa proporcionar aos profissionais que utilizam esta prática e aos pacientes,
maior segurança durante a realização do procedimento da Acupuntura, minimizando
os riscos de infecções e acidentes. A COMISSÃO DE BIOSSEGURANÇA da
FIOCRUZ, a define como: “O conjunto de ações voltadas para a prevenção,
minimização ou eliminação de riscos inerentes as atividades de pesquisa, produção,
ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem
comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade
dos trabalhos desenvolvidos”

2.2 CAUSAS DE ACIDENTES EM ACUPUNTURA

As grandes causas de acidentes em acupuntura estão relacionadas a:

• Instrução inadequada.
• Supervisão ineficiente.
• Mau uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
• Não observação de normas existentes.
• Práticas inadequadas.
• Planejamento falho.
• Jornada excessiva de trabalho.

2.3 ACIDENTES MAIS COMUNS EM ACUPUNTURA

Alguns tipos de acidentes e reações indesejáveis podem acontecer, os mais


comuns são:

A. Desmaios:
Paciente sente-se fraco. Podendo ocorrer náuseas; sensação de vertigem;
movimento e balanço de objetos à sua volta; opressão no peito, palpitação; ânsia de
vômito; palidez; pulso fraco; extremidades frias; queda da pressão arterial e perda
da consciência.
Tratamento: Primeiramente as agulhas devem ser removidas. Pressionar o
ponto VG26. Pode-se massagear o CS6, e E36, em casos mais graves pode-se
fazer moxabustão nos pontos VG20, VC6, E36 e VC4, tomar medidas necessárias
de primeiros socorros para estabilizar o paciente e caso não havendo melhora
encaminhar para unidade hospitalar mais próxima.

B. Agulha retida:
Poderá ocorrer por um espasmo muscular ou rotação excessiva da agulha
para um mesmo sentido.
Tratamento: Sendo a causa por espasmo muscular a agulha deve ser deixada
por algum tempo e depois retirada por rotação ou massagear em torno do ponto. Se
a causa é a rotação excessiva numa só direção a dor vai ser aliviada quando fizer
uma rotação em sentido inverso.
C. Agulha quebrada:
Poderá ocorrer devido a má qualidade da agulha, forte espasmo muscular,
pela erosão entre a lâmina e o cabo, movimento brusco do paciente ou utilização
prolongada de corrente galvânica.
É prudente não penetrar mais da metade da lâmina da agulha, devido a
junção entre o cabo e a lâmina ser a parte mais frágil da agulha, podendo ocorrer
quebra da mesma nesta área.
Tratamento: Manter o paciente calmo orientando-o para que não se mova a
fim de se evitar que a agulha penetre mais nos tecidos. Se parte da agulha quebrada
estiver visível, pressionar em torno do local para que seja possível a retirada da
mesma com auxílio de uma pinça, não sendo possível, uma intervenção cirúrgica
será necessária, devendo o paciente ser encaminhado a um cirurgião.

D. Agulha dobrada:
Causas diversas.
Tratamento: Retirar com cuidado, nunca bruscamente.

2.4 ORIENTAÇÕES E PRECAUÇÕES DA ACUPUNTURA

• Utilizar agulhas descartáveis e com registro no Ministério da Saúde.


• Não aplicar acupuntura com paciente muito nervoso, com estômago vazio ou
com grande deficiência.
• Não utilizar os seguintes os seguintes pontos em mulheres grávidas: IG4,
BP6, B60, B67 e pontos da região lombo sacra e abdômen (principalmente
após 3 meses).
• Não se deve puncionar pontos nas fontanelas dos bebês.
• Evitar a perfuração de algumas áreas do corpo como: mamilos, umbigo, globo
ocular, genitália externa e vasos sanguíneos.
• Não aplicar acupuntura em zonas infectadas, vísceras, ou em zonas de
tumores e cicatriz.
• Atenção para não atingir órgãos vitais.
• É contra-indicado punção perpendicular e profunda nos pontos do tórax, pois
pode atingir o pulmão.

2.5 POSTURA TERAPEUTA / AMBIENTE DE TRABALHO

Os consultórios devem ser amplos e arejados, sua metragem deverá ser de


7,5m². O piso e paredes deverão ser de material lavável e preferencialmente na cor
clara. Deverá dispor de lavatórios/pias exclusivos para lavagem das mãos, as
torneiras devem ter comando do tipo que dispensem o contato das mãos, quando do
seu fechamento. Junto aos lavatórios deverá haver dispersadores de sabão líquido e
provisão de papel toalha.
O ambiente deverá ser mantido livre de sujeira e poeira. A limpeza deverá ser
feita com água e sabão e hipoclorito de sódio a 1%.
Não é permitida a colocação de plantas, devido a possibilidade de
contaminação, o que poderá ocasionar riscos ao paciente.
É importante o controle da qualidade do ar no ambiente.
Os materiais perfuro - cortantes devem ser descartados separadamente, no
local de sua geração, imediatamente após o uso, em recipientes, rígidos, resistentes
à punctura, ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados, baseados
nas normas da ABNT NBR 13853/97.
A maca deve estar em boa posição, ideal na altura da crista ilíaca, com
largura diferenciada 70/80.
Papel celulose virgem.
Terapeuta deve estar com sapatos de couro e fechado.
Higienização das mãos e luva de procedência.

2.6 POSTURA PACIENTE

O paciente deve ser acomodado de forma confortável e orientado a


permanecer quieto e a evitar mudança de posição abruptamente.
Paciente em decúbito dorsal: Ideal colocar triângulo nos membros inferiores e
apoio na cabeça.
Paciente em decúbito ventral: Ideal maca com encaixe para cabeça e apoio
no ventre.
Paciente em decúbito lateral: Perna de baixo semi fletida, a de cima fletida e
apoio para o braço.

CAPÍTULO III

APLICAÇÃO DAS AGULHAS DE ACUPUNTURA

Este método consiste, basicamente, na utilização e aplicação de agulhas


especiais (geralmente fabricadas com diferentes tipos de metais) em pontos
específicos do corpo, com o objetivo de, através de determinadas técnicas,
estimulá-los e, assim, sensibilizar o plexo nervoso, provocando várias respos-
tas terapêuticas.

3.2 INSERÇÃO DA AGULHA

• Inserir a agulha com pressão do polegar ao lado do ponto;


• Pegando no corpo da agulha com os dedos da outra mão;
• Pregueando a pele;
• Esticando a pele;
• Inserção através de guia com o dedo;
• Inserção com batida;
• Com mandril.

3.2.1 Ordens de Inserção e Retirada

1. De cima para baixo;


2. Do proximal para o distal;
3. De longe para perto do acupunturista;
4. Do menos dolorido para o mais dolorido;
5. Cercando o dragão;
6. Atacando o dragão (AH SHI).
3.2.2 Treinamento dos Dedos e das Mãos.

Para possuir uma técnica correta de inserção, é necessário adotar um


treinamento progressivo e assíduo, destinado a amolecer e fortalecer os dedos e os
pulsos e aumentar a sutileza do toque.

3.3 VARIAÇÃO NA INSERÇÃO

Existem dois parâmetros para levar em considerações na coloração de uma


agulha:

3.3.1 Ângulo da Inserção

O ângulo varia de acordo com a região anatômica onde será inserida agulha,
a direção em que a sensação do Qi será propagada e o que é preciso
terapeuticamente.
Existem 3 possíveis tipos de inserção:

A. Inserção perpendicular: A Agulha fica num ângulo de 90° a superfície da pele.


Este ângulo é apropriado para a maioria dos pontos de acupuntura.

B. Inserção oblíqua: A agulha fica num ângulo de 45° a superfície da pele. As


áreas situadas sobre importantes órgãos são geralmente agulhadas deste
modo.

C. Inserção horizontal ou subcutânea: A agulha fica num ângulo de 15° com a


superfície da pele. Este modo de colocar é agulha é usado para pontos em
volta da cabeça.

3.3.2 Profundidade da Inserção

A profundidade da inserção varia de acordo com os pontos agulhados. Pode


ser aumentada ou diminuída de acordo com a idade do paciente, constituição física,
intensidade de reação, nível da doença e ligação junto com os pontos selecionados.

A. Idade do paciente: A profundidade da agulha recomendada pelos livros é


adequada para adultos; quanto a crianças e pessoas idosas, que possuem QI
e XUE deficientes, a inserção deve ser mais superficial (O Qi circula mais na
superfície).
B. Constituição Física: Uma inserção mais profunda deve ser usada em pessoas
grandes com uma forte constituição, enquanto uma inserção mais superficial
deve ser usada em pacientes magros com constituição fraca.

C. Reação a Agulha: Se as sensações de dor, dormência, distensão ou choque


elétrico são muito fortes, ou se essas reações ocorrerem rapidamente em
pacientes nervosos ou tímidos, a inserção deve ser mais superficial; quando
essa reação é demorada, a inserção deve ser mais profunda.

D. Nível da doença: • Se está instalada na pele ou canais tendíneo-musculares,


usa-se a agulha ao nível superficial (céu); • Se está nos músculos ou
JINGLUOS, usa-se ao nível médio (homem); • Se estiver nos ossos, funções
ZANG FU ou se existe dor, a inserção deverá ser a nível profundo (terra).

3.4 DESPERTANDO O DE QI

Toda inserção deve desperta o De Qi.


A obtenção do Qi (De Qi) dá-se após a inserção correta da agulha no ponto
escolhido e na profundidade exigida.
Para o paciente, a chegada ao Qi manifesta-se por uma sensação do tipo
cansaço (Suan), entorpecimento (Ma), inchaço (Zhang), peso (zhong), fadiga (kun),
frio (Liang), calor (Re) ou choque elétrico (Chu Dian).
Quando a localização do ponto é escolhida convenientemente e a agulha é
inserida na profundidade exigida, se o prático não tem nenhuma manifestação de
obtenção do Qi ou se não há sensação de propagação do Qi, ou se há perda do Qi,
devem-se empregar os seguintes métodos:

1. ATINGIR O QI
• Procurar o Qi
• Massageando o canal
• Comprimindo o ponto
• Peteleco
• Bicada de pássaro
• Tremer
• Recolocação da agulha

2. MOVENDO O QI
• Puxar-Inserir
• Rotação
• Balançar-Arranhar
• Girar-Agitar
• Bloqueio do dedo na área oposta ao Qi

3. MANTENDO O DE QI
• Curvando a agulha
• Deslocar a almofada
3.5 TONIFICAÇÃO E DISPERÇÃO CLÁSSICA

Há duas técnicas básicas para a manipulação das agulhas: a de provocar a


estimulação tonificante e a de produzir a sedação. Deve-se fazer a estimulação
tonificante para os doentes enfraquecidos, de constituição débil, em doentes
crônicos, com estado de vazio de Qi e se sedar as afecções energéticas febris nos
casos de congestão de Qi e de sangue, nas doenças agudas, em estado de
plenitude de Qi.
As técnicas para a manipulação das agulhas são várias e os aspectos mais
utilizados para isso são as agulhas, a inserção, a manipulação e o ponto.

3.5.1 Aspectos

3.5.1.1 A agulha
Parâmetro controlado Para tonificar Para sedar

Temperatura Aquecer antes de inserir Não Aquecer


Usar um calibre mais
Padrão Usar um calibre mais fino grosso

Tipo de material Ouro Prata

3.5.1.2 A inserção
Parâmetro controlado Para tonificar Para sedar

Velocidade Inserir lentamente e Inserir rapidamente e


remover rapidamente remover lentamente

Profundidade Inserir rasamente Inserir mais profundamente

Direção Inserir a agulha na direção Inserir a agulha contra o


do fluxo do canal fluxo do canal

Movimento respiratório Inserir na expiração e Inserir na inspiração e


remover na inspiração remover na expiração

3.5.1.3 A manipulação
Parâmetro controlado Para tonificar Para sedar

Giro Girar no sentido horário Girar no sentido anti-horário

Retenção Deixar a agulha durante Deixar a agulha durante


menos tempo após a mais tempo após a
manipulação do DE QI <20’ manipulação do DE QI >20’

Forma de inserção Inserir em três estágios e Inserir em um estágio e


retirar em um retirar em três

Número de manipulações 9 manipulações ou os 6 manipulações ou o


múltiplos (18 ou 27) múltiplo de 12
3.5.1.4 O ponto
Parâmetro controlado Para tonificar Para sedar

Massagem Friccionar o ponto Inserir sem fricção


suavemente antes da
inserção

Pressão Pressionar e “fechar” o Estender a pele para “abrir”


ponto depois da remoção o ponto depois da remoção

Beliscar Apertar com as unhas antes Inserir sem beliscar


da inserção

Seleção do ponto Colocar a agulha no ponto Colocar a agulha no ponto


“mãe” (e canal) “filho” (ecanal)

CAPÍTULO IV

CINCO PONTOS DE TRANSPORTE OU SHU ANTIGOS

É uma técnica antiga de tratamento que consiste em um conjunto de 5 pontos


localizados nos membros, que se iniciam nos dedos indo até o cotovelo ou joelho
(extremidades em direção ao centro do corpo), presente em cada meridiano que
representam o transporte do Qi periferia ao interior (independente do sentido do
meridiano) de cada meridiano principal.
Simbolizam o fluxo de águas na natureza. O Fluxo de Qi vai crescendo e se
aprofundando, desde sua captação na extremidade (Ting) até sua penetração à
níveis mais profundos nos cotovelos/ joelhos.
São utilizados conforme suas funções individuais e vão ainda determinar
pontos de tonificação e sedação, segundo a Teoria dos 5 elementos.
São eles, em ordem “crescente” de distal para proximal:

4.2 UTILIZAÇÃO DOS PONTOS SHU ANTIGOS

• TING (=Jing =Well =Nascente):


Localizados nas extremidades dos pés e mãos (exceto Rim). Ponto onde o
meridiano está mais superficial e fino, onde ocorre a mudança de polaridade
Yin-Yang e onde há captação de energia.
Meridiano Yin - ponto madeira / Meridiano Yang - ponto metal.

Indicações: Elimina fator patogênico rapidamente; utilizado para casos


agudos; apresentam forte efeito sobre o estado mental e mudam o humor.
• IONG (=Ying =Spring =Manancial):
Localizados nas mãos e pés, corresponde sempre ao segundo ponto partindo
da extremidade
Mais poderoso e repleto de QI, tem grande potencial de movimento, como um
grande roda-moinho de um rio após a nascente.
Meridiano Yin - ponto fogo / Meridiano Yang - ponto água.

Indicações: Ação forte para dispersar o calor, já que é ponto água ou fogo.

• IU (=Shu =Stream=Riacho):
Localizados nos punhos e tornozelos, corresponde sempre ao terceiro ponto
partindo da extremidade, com exceção da Vesícula Biliar, onde é o quarto.
Todo terceiro ponto do meridiano Yin é ponto fonte.
O fluxo começa a aumentar e é levemente mais profundo dentro do
meridiano, o fluxo de Qi é rápido e grande para carregar outros fatores com
ele. Os fatores patogênicos exteriores podem ser transportados para o interior
e aprofundar, por outro lado Qi defensivo (Wei Qi) se acumula.
Meridiano Yin - ponto terra (fonte) / Meridiano Yang - ponto madeira.

Indicações: Promove a circulação de Qi nos canais; síndrome de Obstrução


Dolorosa, principalmente por umidade (mais aplicável aos meridianos Yang);
pode-se usar como ponto local ou distal para eliminar vento e umidade dos
meridianos; nos canais Yin é também ponto fonte (circula Yuan Qi (Qi
original); possui parte da essência pré-celestial; ponto pulsante, bom para
observar a qualidade do Qi e Xue).

• KING (=Jing =River =Rio):


Localizados nos antebraços e pernas, onde o Qi está mais largo e mais
profundo, flui como uma grande corrente. O fator patogênico exterior é
desviado para as articulações, osso e tendões. Nos canais Yang está próximo
aos pontos fonte.
Meridiano Yin - ponto metal / Meridiano Yang - ponto fogo.

Indicações: Patologias respiratórias superiores, tosse, asma, se aplicando


principalmente nos meridianos Yin.

• HO (=He =Sea =Mar):


Localizados nos cotovelos e joelhos. O Qi encontra-se mais profundo e por
isso, é um ponto menos dinâmico e tende à interiorização. Seu efeito é mais
lento.
Meridiano Yin - ponto água / Meridiano Yang - ponto terra.

Indicações: Patologias do estômago e do intestino (principalmente nos


meridianos yang), auxilia na drenagem, umidade (mais aplicável aos
meridianos ying).
4.3 PONTOS SHU ANTIGOS COMO PONTOS DE TONIFICAÇÃO E SEDAÇÃO

Relacionado com a Teoria dos 5 Elementos.

O “Clássico das Dificuldades” no capítulo 64 diz:

PONTOS TING NOS CANAIS YANG É METAL.


PONTOS TING NOS CANAIS YIN É MADEIRA.

O “Clássico das Dificuldades” no capítulo 69 diz:

NA DEFICIÊNCIA TONIFICAR A MÃE


NO EXCESSO DISPERSAR O FILHO.

CANAIS YIN: CANAIS YANG:

TING-MADEIRA TING-METAL
IONG- FOGO IONG- ÁGUA
IU- TERRA IU- MADEIRA
KING- METAL KING- FOGO
HO- ÁGUA HO- TERRA

4.3.1 Ponto Ting nos Canais Yin é Madeira

MADEIRA = PRIMAVERA

PRIMAVERA= Depois do inverno (Yin), antes do verão (Yang).

PRIMAVERA = YANG (verão), PENETRANDO NO YIN (inverno).


4.3.2 Ponto Ting nos Canais Yang é Metal

METAL = OUTONO

OUTONO = Depois do verão (yang), antes do inverno (yin).

OUTONO = YIN (inverno) PENETRANDO NO YANG (verão).

- EXEMPLOS:
• PONTO DE TONIFICAÇÃO/ SEDAÇÃO DA BEXIGA.
Bexiga é Yang. Bexiga é elemento Água.
Ponto Ting da BEXIGA está em METAL.
A mãe tonifica. O filho seda.
Ting = tonificação (mãe).
Iu = sedação (filho).
4.3.3 Pontos de Tonificação e Sedação

Ponto Jing Ying Shu Jing He


(ting) (long) (lu) (King) (Ho)
Yang Metal Água Madeira Fogo Terra
Int.Delgado 1 ID 2 ID 3 ID 5 ID 8 ID
Bexiga 67 B 66 B 65 B 60 B 40 B
Int.Grosso 1 IG 2 IG 3 IG 5 IG 11 IG
Estômago 45 E 44 E 43 E 41 E 36 E
Tri. Aquec 1 TA 2 TA 3 TA 6 TA 10 TA
Ves.Biliar 44 VB 43 VB 41 VB 38 VB 34 VB

Ponto Jing Ying Shu Jing He


(ting) (long) (lu) (King) (Ho)
Yin Madeira Fogo Terra Metal Água
Coração 9C 8C 7C 4C 3C
Pericárdio 9 CS 8 CS 7 CS 5 CS 3 CS
Pulmão 11 P 10 P 9P 8P 5P
Fígado 1F 2F 3F 4F 8F
Rim 1R 2R 3R 7R 10 R
Baço 1 BP 2 BP 3 BP 5 BP 9 BP

CAPÍTULO V

MOXABUSTÃO (Jiu Fa)

Método terapêutico que consiste em aquecer a área da pele ou acima dela


nos pontos de acupuntura pela queima da Artemísia vulgaris (ou outras ervas), com
a finalidade de aquecer o Qi e o Xue dos canais de energia. Útil para tratar doenças
e para manter a saúde.

5.2 HISTÓRICO

A moxabustão é a terapêutica chinesa mais antiga, com a descoberta do


“tratado de moxabustão dos onze vasos Yin Yang (Yin Yang Shi Yi Mai Jiu Jing)” na
tumba de Ma wang (Ma Wang Dui), o dá o testemunho do emprego de moxas, mil
anos antes de Nei Jing.
Depois, as obras clássicas (Su Wem, Ling Shu, shang Han Lun, Zheng Jiu Da
Cheng, Yi Xue Ru Men) fizeram referências às indicações da moxabustão.

5.3 CARACTERÍSTICAS DA ARTEMÍSIA

Principal erva utilizada na prática da moxabustão;


Espécie de crisântemo; é muito vivaz e possui cheiro penetrante;
Alastra-se e domina a área onde nenhuma outra planta consegue competir;
Zu Dan Xi (1280-1358): resume a ação da artemísia em uma frase: "de
natureza extremamente quente, ela faz circular para baixo, quando empregada em
medicamentos, e para cima, quando empregada em moxas;
New Edition of Materia Medica: “a folha de moxa é amarga e picante e produz
aquecimento, quando usada em quantidades pequenas, e calor forte, quando usada
em grandes quantidades”.

5.4 CLASSIFICAÇÃO DA MOXA


5.4.1 Moxa Direta

Utilização de Cones de lã de moxa diretamente sobre a pele.

É clássico dizer que o número mínimo de cones é de 1 a 3, e o máximo é de


"algumas centenas".

A. Moxabustão sem cicatriz ou não-escarificante:


Utilizando um cone pequeno ou médio, deixá-lo queimar sobre a pele,
retirando-o antes que queime completamente ou após a solicitação do
paciente.

B. Moxabustão com bolhas ou bolhosa:


Utilizando cones pequenos, acender o cone e deixá-lo queimar até que o
paciente tenha sensação de queimação. Deixe que o cone se consuma por
mais 3 a 5 segundos e retire-o.

C. Moxabustão com cicatriz ou escarificante:


Untar o ponto com um pouco de suco de alho e acender o cone de moxa e
deixá-lo queimar até o final.

5.4.2 Moxa Indireta

Técnica em que não há contato direto da artemísia com a pele.

A. Com Cones:

Há utilização de substâncias entre o cone de moxa e a pele.

• Cone de Moxa Com Alho: indicada para casos de furúnculos, estágio inicial
das infecções piogênicas da pele, picadas de insetos e cobras e fase inicial
das úlceras cutâneas. Pode ser feito em lâminas de alho ou pasta de alho.
• Cone de Moxa com cebolinha: Utilizar cebolinhas inteiras inclusive o bulbo. A
utilização e as indicações são similares às da moxa de alho.

• Cone de Moxa com Gengibre: indicado para casos de dispepsia, abdômen


doloroso, diarréia, espermatorréia, ejaculação precoce e processos dolorosos
reumáticos que pertencem a categoria de vazio-frio.

• Cone de Moxa com Cebola: utilizada em casos de prolapsos, flatulência,


dores abdominais do tipo frio, anúria e retenção urinária.

• Cone de Moxa Sobre o Umbigo: pode ser feita com sal marinho ou sal grosso,
e ainda cones de gengibre ou outras substâncias sobre o sal. É indicada para
casos de deficiência do Baço, Estômago e Intestinos, que cursam com
diarréia matinal crônica, vômitos, doenças crônicas do intestino e do
estômago e prolapso anal.

B. Com Bastão de Moxa:

• Tipos de Bastão
- Bastão com artemísia pura
- Bastão Lei Huo (Miracle thunder-fire Needle): associada a mais sete
ervas: Chen Xiang, Mu Xiang, Yin Chen, Jiang Hauo, Gan Jiang, Chuan
Shan Jia e She Xiang.
- Bastão Tai Yi Shen (Miracle Needle): associada a mais 16 ervas

• Técnicas com Bastão de Moxa


- Moxabustão com calor constante e moderado (Wen He Jiu)
- Moxabustão bicada de pardal (Que Zhuo Jiu)
- Moxabustão tipo passar a roupa (Yun Re Jiu): também conhecida como
técnica em varredura.

C. Agulha Aquecida:
Técnica que associa a acupuntura à moxa. Após a inserção da agulha,
coloca-se um cone de lã de moxa no cabo da agulha. Acender o cone pela
parte de baixo do cone de moxa.
5.4.3 Outras Formas de Moxa

A. Caixa de Moxa:
Este método pode ser útil quando se deseja aquecer uma área muito grande,
em que se estimulam vários pontos de uma só vez, geralmente nas partes
superior e inferior das costas, o epigástrio, o abdômen, o baixo ventre e as
coxas.

B. Copo de Moxa:
É um utensílio que facilita a aplicação da moxa com o bastão, principalmente
quando aplicado de forma constante sobre um determinado ponto

C. Aplicador de moxa de cerâmica:


É um aplicador de moxa com formato circular, lembrando um anel, que possui
no seu interior uma grade metálica que serve para apoiar o cone de moxa.

D. Cilindros Aquecidos:
Consiste em queimar a moxa dentro de um recipiente de metal ou madeira,
usado freqüentemente para crianças ou pacientes que tenham medo de
outros métodos de moxa.

E. Moxa Elétrica:
Este método de moxa consiste na estimulação de pontos do corpo através de
um aparelho elétrico que produz calor, desenvolvido especialmente para a
moxa, encontrado em alguns aparelhos de eletroacupuntura.

F. Moxa Auricular:
A moxa feita na orelha, geralmente sobre a agulha inserida, pode ser usada
em casos de reumatismo crônico ou doenças do frio. Costuma ser suficiente
de 3 a 5 minutos de aquecimento.

5.4.4 Moxa sem Artemísia

Também denominado de "Cauterização Celestial”, este método consiste em


aplicar vários emplastros que irritam a pele em determinados pontos até que a pele
fique com congestão e vermelha, e em alguns casos, aparecer bolhas. A eficácia
desta moxa não reside no calor, mas na ação vesicante dos produtos utilizados.

A. Moxa de Pasta de Alho:


Fazer uma pasta de alho, de preferência o alho roxo. Colocá-lo em forma de
emplastro sobre o ponto a ser tratado. Exemplos:
• IG4 (Hegu): para tratar amidalites.
• P10 (Yuji): para tratar faringites.

B. Moxa de pasta de grão de mostarda branca:


Um pouco de mostarda branca em pó, misturada com água é eficaz, em
forma de emplastro, contra as dores reumáticas. Emplastros sobre B13
(Feishu), B43 (Gaohuangshu) são indicados para tratar a asma. Depois de ter
colocado o emplastro, sente-se dor e algumas "picadas" na pele, que
desaparecem após uma ou duas horas. Trocar o emplastro todos os dias. O
tratamento dura, em média, 10 dias.

5.5 CONSELHO E REGRAS PARA A PRÁTICA DA MOXA

1) O paciente deverá estar confortavelmente posicionado, para que possa


manter-se estático durante a prática da moxa;

2) Antes de iniciar um tratamento, informar ao paciente como funciona a técnica,


e prepará-lo, psicologicamente, caso ocorra alguma queimadura;

3) A moxa deverá começar sempre na parte mais Yang do corpo. Primeiro na


parte de cima, depois a parte de baixo. Primeiro na parte do dorso, depois a
parte da frente. Esta regra segue uma antiga idéia de que a moxa é feita
somente para se tonificar. E como para se tonificar deve-se atuar na energia
Yang, a moxa deve ser iniciada pela parte Yang do corpo. Uma outra relação
com esta regra, é evitar síncopes ou desmaios, já que a moxa iniciada pela
parte inferior do corpo poderia puxar muita energia da parte superior do
corpo, gerando um déficit energético no cérebro e o indivíduo poderia
desmaiar.

4) O número de moxas deverá ser maior para pacientes jovens e fortes, e menor
para pacientes idosos, crianças e deficientes;

5) O número de moxas também pode ser aumentado nas regiões mais frias ou
nas estações do ano mais frias, como no inverno.

5.6 INDICAÇÃO

Fortificar o Yang enfraquecido; circular o Qi e o Xue; expelir o frio e a


umidade; aquecer o útero; induzir o fluxo homogêneo de Qi e Xue; caráter
preventivo.

"Quando a acupuntura é ineficaz, a moxa é apropriada". Esta passagem do


Ling Shu, refere-se ao uso da moxa no tratamento de afecções pelo frio em que o
uso da acupuntura, somente, é relativamente ineficaz.

5.7 CONTRA-INDICAÇÃO

1) Doenças febris, pulso rápido, ou nos casos de Yin vazio e de calor interno
(calor vazio), porque isso pode elevar o Fogo;

2) Síndromes de plenitude de calor;

3) Se o indivíduo estiver acabado de se alimentar ou bêbado;

4) Na região lombar e do baixo ventre, nas gestantes;

5) Moxas diretas no rosto e perto dos órgãos dos sentidos; nas regiões pilosas;
6) Moxas diretas sobre pontos em cicatrização ou “descarnados”; nas
articulações do punho e tornozelo;

7) Nas regiões próximas ao coração, ao redor dos olhos, no pescoço e na nuca,


sobre os órgãos sexuais e nas proximidades de um vaso sangüíneo de
grande calibre.

8) Em pacientes com déficit de sensibilidade térmica, como nas neuropatias


periféricas comuns em diabéticos e em pacientes com hanseníase.

Há também alguns pontos que são proibidos para a moxabustão. Esta lista é
tirada da Canção dos pontos proibidos para a moxabustão, do Zhen Jiu Da Cheng:
• DM3, DM6, DM15, DM16, DM25,
• B1, B2, B5, B6, B10, B15, B30, B36, B37, B40, B62
• VB15, VB42
• E7, E8, E9, E31, E32, E33, E35, E38,
• TA4, TA23
• IG19, IG20,
• ID17, ID18, ID9
• P3, P8, P10, P11
• BP1, BP7, BP9, BP16, BP20
• RM15
• CS9

CAPÍTULO VI

VENTOSAS (Ba Guan Zi)

São pequenos frascos com abertura redonda e lisa, utilizados para estimular
pontos ou áreas do corpo, com objetivo de puxar o sangue para o exterior e fazê-lo
circular, mediante sucção (pressão negativa).

6.2 HISTÓRICO

Autores não sabem exatamente qual povo foi o primeiro a utilizar a ventosa.
Têm-se informações de seu uso desde o antigo Egito.
Ela também é mencionada nos escritos de Hipócrates, e praticamente pelo
povo Grego no século IV a.C.. Foi provavelmente conhecida e utilizada também por
outras antigas nações.
O antigo instrumento utilizado para fazer ventosa era a cabaça, conhecida
naquela época como “Curubitula”, que em latim significa ventosa.
Nas regiões primitivas do mundo, a ventosa tem registros históricos que
datam de centenas a milhares de anos. Nas suas formas mais primitivas, era
utilizada pelos índios americanos que cortavam a parte superior do chifre dos
búfalos, cerca de duas e meia polegadas de comprimento, provocando o vácuo por
sucção oral na ponta do chifre, sendo em seguida tamponado.
Há quem diga que eram utilizadas na China antiga, também de chifres de
búfalos e tamponadas com cera.
6.3 EFEITOS FISIOLÓGICOS

6.3.1 Na Medicina Tradicional Chinesa:

Facilitar o fluxo de Qi e Xue nas estagnações.


Dispersar excessos. Com Sangria dispersa calor; com agulha dispersa
excessos internos ou externos.

6.3.2 Na Medicina Ocidental:

Melhorar o fluxo circulatório, levando células fagocitárias ao local, aumenta o


aporte de oxigênio, melhora o catabolismo.

6.4 TIPOS DE VENTOSA

• Vidro
• Barro
• Bambu
• Plástico
• Acrílico
• Chifres

6.5 TÉCNICAS COM VENTOSAS

A. Estática / Parada:
Estímulo (fraco [tonificante], moderado [tonificante] ou forte [sedante]) em
pontos específicos de acordo com cada patologia. O tamanho da ventosa
varia de acordo com a área a ser tratada. Podem ser aplicadas junto com
substâncias medicamentosas, como óleos ou pomadas.
Ex: Asma: ventosas no P1, VC6, B12 e B13
Diarréia: ventosas no E25, VC6 e E36
Dores Abdominais: Ventosas no VC6, VC4 e BP6.
- Tempo de Aplicação: em média 5 minutos ou até a região ficar violácea

B. Móvel / Deslizante:
Utilizam-se ventosas com as bordas lisas, para facilitar o deslizamento.
Aplicar na pele uma quantidade suficiente de óleo ou creme (uva, abacate,
gergelim), que facilite o deslizamento. Mover a ventosa até a região ficar
avermelhada ou violácea.

C. Associação da Ventosa com Sangria:


Após realizar a perfuração para provocar o sangramento, colocar a ventosa,
que com a sua pressão negativa, irá aumentar o sangramento.

D. Associação da Ventosa com Acupuntura:


Após se inserir a agulha, colocar a ventosa sobre a agulha. Indicada para
casos de Síndrome Bi.

E. Herbácea:
Utilizam-se ventosas com fitoterápico
6.6 CONSELHOS E PRECAUÇÕES

A. O paciente deve ser instalado confortavelmente, porque ele não pode mexer-
se.

B. Não se deve colocar a ventosa sobre zonas descamadas, queimaduras,


bolhas, regiões ósseas, vasos sangüíneos e locais onde já foram colocadas
outras ventosas, enquanto a congestão sangüínea não tiver sido reabsorvida.

C. A ventosa móvel deve ser deslocada lentamente.

D. Tomar cuidados para não queimar o paciente, quando utilizar a técnica de


pressão negativa por combustão.

E. Avaliar, nas técnicas de ventosa móvel, se há algum sinal de aspereza na


borda da ventosa.

F. Adequar o tamanho da ventosa à área a ser tratada.

6.7 REGRAS DE TONIFICAÇÃO / DISPERÇÃO

Em geral, as estimulações mais severas são mais dispersantes, e as mais


fracas são mais tonificantes.

6.7.1 Métodos de Tonificação

Utilização da Ventosa estática, com rápida retirada após sua colocação e


reaplicação diversas vezes, até que apareça uma leve vermelhidão.
Métodos Estáticos: fazer uma sucção mais suave.

6.7.2 Métodos de Dispersão

Utilização da Ventosa Móvel.


Utilização da Ventosa Estática, com uma sucção mais forte.

6.8 INDICAÇÕES

Contração / espasmo muscular, dor artrítica, gripes e resfriados, pressão alta


ou baixa, dor de cabeça, stress, lombalgias e todo o tipo de dor e incomodo
muscular.
Na Estética, a Ventosa é muito utilizada como na redução de celulite e
gordura localizada, através de ativação da circulação sanguínea e linfática,
reduzindo a retenção de líquidos no organismo feminino.

6.9 CONTRA-INDICAÇÕES

Hipertermias, espasmos, convulsões, ulcerações cutâneas, alergias cutâneas,


insuficiência cardíaca, tumores malignos, tuberculose pulmonar evolutiva, doenças
mentais, menstruações, doenças hemorrágicas, doenças infecciosas agudas, nos
idosos debilitados e sobre região abdominal e lombar das gestantes.
CAPÍTULO VII

SANGRIA

Técnica que utiliza agulhas apropriadas, com o objetivo de promover


sangramento (de 7 a 10 gotas) em pontos ou áreas do corpo. É uma técnica
utilizada geralmente em casos de excesso, onde há estagnações de Qi ou Xue.

7.2 HISTÓRICO

Método praticado desde a idade da pedra com agulhas feitas de pedra


(bianshi). A agulha de pedra foi substituída posteriormente pela agulha feng e depois
pela agulha triangular ou de três faces.
Médicos antigos davam muita importância para o tratamento de perda de
consciência, coma, desmaio, frio nos quatros membros, insolação, intoxicação com
CO2, vômito etc.
Na Medicina Ocidental era usada para extirpar os humores (líquidos ruins).

7.3 EFEITOS FISIOLÓGICOS

Drenar o calor patogênico, acalmar o Yang, eliminar dores (por excesso),


diminuir edema nos traumas, remover estagnações de Qi e Xue.

7.4 MATERIAL UTILIZADO

• Agulhas Triangulares, onde os três lados da ponta da agulha são afiados;


• Agulhas comuns de acupuntura
• Martelo de Sete Pontas (Pi Fu Zhen)
• Aparelho sangrador, tipo caneta com lancetas descartáveis.

7.5 TÉCNICAS DE SANGRIA

A. Dian Ci (Agulha Rápida): Sangria em um único ponto.


Ex: - Sangria no B40 para dor lombar.
- Sangria no P11 para inflamações na garganta.

B. San Ci (Agulhamento Dispersivo): Sangria em uma área que circunscreva a


parte afetada.
Ex: Nas alterações cutâneas como dermatoses ou úlceras cutâneas.

C. Tiao Ci (Agulhamento por arranhão).

D. Cong Ci (Agulhamento Agrupado): Fazer várias agulhadas rápidas e próximas


a uma área restrita e deixar sangrar.

E. Associado a ventosas: Processo de estagnação profundo.


7.6 INDICAÇÕES

Síndrome de excesso (shi): Inflamações, dermatites, torções, febre alta,


amigdalite, cefaléia (excesso), conjuntivite, parestesia de extremidades, coma, crise
hipertensiva, hematomas provocados por traumas, pruridos.

7.6.1 Exemplos de Pontos Utilizados na Sangria

A. P10: Inflamações na garganta ou febre.

B. B40: Para dores lombares e na panturrilha.

C. IG 1 E P11: Febre alta.

D. Taiyang: Para cefaléia temporal ou olhos vermelhos e doloridos.

E. Shixuan: Conjunto de 10 (dez) pontos extras na polpa digital. Reanima a


consciência e dispersa o calor. Usado no choque, desmaios, convulsão,
insolação, febre alta.

F. Sifeng: Conjunto de 4 (quatro) pontos extras na face palmar do 2º ao 5º dedo


na primeira articulação interfalangiana. Facilita o fluxo de Qi e Xue e desfaz
estagnação de alimento. Usado nas dores locais e verminose em crianças.

G. Ápice da orelha – Usado para febre, inflamação, hipertensão.

7.7 CONTRA-INDICAÇÕES

Síndromes de deficiência de Xue, hipotensão, anemia, constituição debilitada,


gestantes, doenças hemorrágicas, tumores vasculares, fome e sede, pacientes
alcoolizados e que utilizam medicamentos anticoagulantes.

7.8 CUIDADOS

Luvas, assepsia local, local sem feridas, algodão descartado em saco branco
específico, esclarecimento ao paciente, esterilização.
CAPÍTULO VIII

ACUPUNTURA CUTÂNEA

Estímulo superficial (epiderme) com agulha de pequeno calibre, sem perfurar


profundamente os tecidos subcutâneos. Estimula áreas cutâneas relacionadas ao
Zang - Fu acometido.

8.2 AÇÃO FISIOLÓGICA

“Cada um dos doze canais de energia principais está relacionado a uma


região cutânea. Por isso as cem doenças surgem primeiro na pele e nos poros.” SU
WEN, Cap. 56.
Os canais relacionam-se aos órgãos. Estimular a região cutânea é estimular o
canal e o Zang – Fu.

Regularizar a circulação de Qi e Xue no local (área ou canal).

8.3 MATERIAL UTILIZADO

• Técnica de Escova
• Técnica de Raspagem (Gua Sha)
• Rolete (Gun Ci Tong) ou Rolinho
• Acupuntura por Pressão

8.4 OBJETIVO

Trabalho superficial com efeito em tendineo muscular ou superficial.


A técnica de característica tonificante consiste em produzir uma leve
vermelhidão, através de estímulos mais suaves.
A técnica de dispersão consiste em gerar uma vermelhidão maior. Os
estímulos deverão ser mais fortes.

8.5 INDICAÇÕES

Dermatites, parestesias, vitiligo, paralisia facial, cefaléia, dismenorréia,


desordens gastro-intestinais, artralgias, etc.

8.6 CONTRA-INDICAÇÕES

Áreas com ulcerações, traumatismos, doenças infecciosas agudas, desordens


abdominais agudas.

8.7 CUIDADOS

Assepsia e esterilização.
CAPÍTULO IX

RAIZ E MANIFESTAÇÃO

Princípio de tratamento que deve ser estabelecido para adotar o método que
deverá ser utilizado primeiro, ou seja, a raiz e manifestações clínicas da patologia.

RAIZ=BEN MANIFESTAÇÃO=BIAO

São como a raiz, caule e folhas de uma árvore. Um não pode existir sem o
outro. Como a relação YIN /YANG.

9.2 SIGNIFICADOS DIFERENTES SOBRE RAIZ E MANIFESTAÇÃO

Podemos entender RAIZ e MANIFESTAÇÂO de diferentes formas:

A. A condição do Qi (RAIZ) e do Fator patogênico (MANIFESTAÇÃO):


Ex: Deficiência de Qi levando a resfriados freqüentes.

B. Etiologia (RAIZ) e sintomas clínicos (MANIFESTAÇÃO):


Interpretação mais usada na prática.
Ex: Deficiência de YIN do Rim levando a sudorese noturna e boca seca.

C. Início da patologia (RAIZ) e condição posterior (MANIFESTAÇÃO):


Ex: Deficiência de YIN do Rim, levando a deficiência do YIN do Coração.

D. Patologia crônica (RAIZ) e patologias agudas (MANIFESTAÇÃO):


Ex: Deficiência do QI do Baço, levando a retenção de mucosidade no Pulmão
com dificuldade respiratória.

9.3 PARA TRATAR É PRECISO CONHECER A RAIZ

Podem haver várias manifestações e muitas vezes contraditórias, como frio e


calor ou excesso e deficiência. Se conhecermos a RAIZ tratamos todos os sintomas
através do tratamento adequado a RAIZ.
Ex: Um quadro de mãos quentes e pés frios podem ter como RAIZ a
Estagnação do Qi, levando a dissociação alto-baixo. O tratamento deve ser
promover a circulação harmoniosa do Qi e não aquecer o baixo e resfriar o alto.

Se não conhecemos e tratamos a RAIZ, as MANIFESTAÇÕES continuarão


aparecendo. O tratamento será apenas sintomático. Se quisermos acabar com a
árvore, não adianta somente podar os galhos, é preciso acabar com a raiz.
Ex: Um quadro de Deficiência do QI do Baço pode ter como sintomas:
plenitude abdominal, tendência à diarréia. Se usarmos pontos só para diarréia (como
E25- alarme do IG) e plenitude (como VC12) e não tonificamos o Baço, o quadro
pode ter melhora temporária e logo retornar.

Conhecendo a Raiz podemos entender e prevenir MANIFESTAÇÕES futuras:


Ex: Um quadro de lombalgia, mãos quentes, sudorese noturna e irritabilidade.
Vemos aqui sinais de Deficiência do YIN do Rim e um sintoma de acometimento de
Fígado. Se não tratarmos a RAIZ - Def de YIN do Rim, este não conterá o YAN do
Fígado e o quadro se agravará, podendo chegar ao acometimento do Coração
também (Água não segura o Fogo), levando a sintomas como palpitação e insônia.O
quadro de Deficiência do YIN do Rim tenderá então a gravar-se pela geração de
calor e consumo do YIN.

9.4 COMO E QUANDO TRATAR RAIZ E MANIFESTAÇÃO

Três possibilidades: Tratar somente a raiz; Tratar raiz e manifestação; Tratar


primeiro a manifestação e depois raiz.

9.4.1 Tratar Somente a Raiz

Quando entendemos a raiz como a causa da doença e os sintomas não são


numerosos e contraditórios.

Ex: * Diarréia causada por Deficiência de Qi do Baço. Tratando a Deficiência


de Qi o sintoma – diarréia – desaparecerá.
* Obstrução nasal, dor de cabeça causada por invasão de vento frio, sem
outros padrões internos. Basta expulsar o fator patogênico.

9.4.2 Tratar Raiz e Manifestação

Quando a manifestação é muito desconfortável ou torna-se grave podemos


agravar o quadro do paciente.

Ex: * Diarréia profunda por Afundamento do Qi do Baço. Tratar com


terapêutica própria a diarréia e o padrão. A diarréia leva a perda de líquidos e
conseqüentemente de Qi, agravando o quadro.
* Baço deficiente levando a acúmulo de umidade. Tratar a eliminação da
umidade e a tonificação do Baço. A umidade acumulada agride mais o Baço. Aqui
usaremos técnicas de tonificação e de sedação ao mesmo tempo.

9.4.3 Tratar Primeiro a Manifestação e Depois a Raiz

Quando a manifestação é grave e urgente.

Ex: Retenção de umidade no Pulmão causado por Deficiência do Yang do


Baço, levando a dificuldade respiratória. Antes tratamos a umidade, depois
tonificamos o Baço.

9.5 RAÍZES E MANIFESTAÇÕES MÚLTIPLAS

O mais comum na prática clínica.


Pode ser:

A. Mais de uma raiz, cada uma originando manifestações distintas:


Ao longo da vida, por causas distintas, adquire-se diferentes padrões, que
podem manifestar-se de formas isoladas ou em conjunto, podendo ainda um
agravar o outro. Tratam-se as diferentes raízes.
Ex: * Erro alimentar (RAIZ 1) levando a Deficiência do Qi do Baço e acúmulo
de fleuma (MANIFESTAÇÕES 1). Associado a um quadro de repressão emocional
(RAIZ 2) levando a estagnação do Qi do Fígado e dores pelo corpo
(MANIFESTAÇÕES 2).
O acúmulo fleuma pode predispor a estagnação de Qi.
A estagnação de Qi do Fígado pode afetar o Baço e levar ao acúmulo de
fleuma.

B. Uma raiz originando com manifestações distintas:


Uma só causa, ou um só padrão pode originar vários sintomas ou vários
padrões. Trata-se a única raiz.

Ex: * Deficiência do Qi do Baço levando a dificuldade digestiva, retenção de


líquido, com edema e fluxo menstrual escasso e com escape de sangue “em borra
de café” antes da menstruação.
RAIZ= Def. de Qi do Baço.
MANIFESTAÇÕES= Dificuldade digestiva (Baço não transporta e transporta
os alimentos); edema (Baço não transporta e transporta os líquidos); fluxo menstrual
escasso (Baço não forma sangue); escape em “borra de café” (Baço não segura o
sangue nos vasos).

C. Raiz coincide com a manifestação:


Causadas por trauma físico externo. Tratando-se uma, trata-se a outra,
diretamente.

Ex: * “Pancada” no joelho, levando a Estagnação de Qi e Sangue no local, o


que causa dor. Aqui estagnação e dor são praticamente a mesma coisa. Resolvendo
a estagnação, resolve-se a dor. A dor só existe pela estagnação.

CAPÍTULO X

REGRAS DE COMBINAÇÃO DE PONTOS

EQUILIBRIO DE PONTOS

10.2 SUPERIOR E INFERIOR

EXEMPLOS:

IG4 (Hegu) com F3 (Taichong), essa combinação elimina o vento da cabeça e


apresenta um efeito calmante poderoso.

CS6 (Neiguan) com E36 (Zusanli), CS6 harmoniza as partes superior e média
do Estômago, dominando a rebelião do QI. O E36 tonifica o QI do Estômago (WEI) e
do BP (PI).
Esta combinação proporciona uma tonificação equilibrada do Estômago (WEI)
e do Baço (PI), podendo ser utilizada em muitos casos de alteração do epigástrio.
Revisando os pontos:

CS6 ele afeta o Estômago (WEI), particularmente suas partes superior e


média, sendo o ponto de escolha para tratar náusea e o vômito. Pode ser utilizado
na maioria dos padrões do Estômago (WEI) caracterizados por dor epigástrica,
regurgitação ácida, solução e eructação.

TA6 (Zhigou) com VB31 (Fengshi), estes dois pontos eliminam o vento calor
do sangue (XUE) e podem ser utilizados para tratar a herpes zóster ou qualquer
alteração de pele, que se manifeste com erupção acompanhada de prurido e de cor
vermelha, que muda de posição rapidamente.

Revisando os pontos:

TA6 elimina calor e expele vento, expele o vento - calor do sangue (xue)
afetando a pele.
VB31 importante no tratamento das patologias dermatológicas decorrente do
vento - calor movimentando-se no sangue (xue).

EM ALGUNS CASOS PODE-SE SELECIONAR UMA PRESCRIÇÃO DE PONTOS


EM “DESARMONIA” PARA SE OBTER UM EFEITO ESPECÍFICO.

Ex: Desequilíbrio de QI entre parte superior e inferior do corpo com rubor


facial, hipertensão, tontura, ansiedade e insônia causada pela deficiência do YIN do
Rim (SHEN), chamada deficiência descendente e a combustão ascendente do
Fogo do Fígado (GAN), chamada excesso ascendente.
Pode-se selecionar a punção somente do R 1 yongquan para levar o excesso
de QI da parte superior para baixo.

Revisando o ponto:

R1 Tonifica o Yin, elimina o calor, domina o vento, domina o calor vazio,


acalma a mente, restaura a consciência, limpa o cérebro. Localizado na sola do pé,
apresenta uma ação forte de submersão, ou seja, elimina os fatores patogênicos
(tais como vento ou calor vazio) da cabeça e diminui a rebelião do QI ascendente,
particularmente do yang ou vento do Fígado (GAN).

* Mulher sofre de prolapso uterino causado pela submersão do QI do Baço


(PI), pode-se utilizar o ponto sobre a parte superior do corpo para levar o QI para
cima, por exemplo, moxabustão sobre o VG20 (Baihui).

Revisando o ponto:

VG20 Ponto de encontro dos meridiano Yang. Quando utilizado com moxa
direita tonifica o Yang e fortalece a função ascendente do Baço (PI), sendo, portanto
utilizado no prolapso dos órgãos internos, tais como Estômago, Útero, Bexiga, Ânus
e Vagina.
Contra indicado moxar este ponto quando houver sinais de calor e
hipertensão arterial. Máximo = Tai
Nestes casos a dinâmica dos meridianos foi usada para levar o QI para parte
superior ou inferior do corpo.
Outra forma de combinação alta - baixa é através dos níveis energéticos e
das correspondências anatômicas:

10.2.1 Combinação Alto - Baixo Pelos 06 Níveis

06 níveis combinando os meridianos Yang de mão e pé e os meridianos Yin


de mão e pé. Como se cada dupla fosse um único canal.

MAIS SUPERFICIAL

NÍVEL BRAÇO PERNA


Yang Máximo = Tai Yang INT. DELGADO BEXIGA
Yang Menor = Shao Yang TRIPLO AQUECEDOR VES. BILIAR
Yang Brilhante = Yang Ming INT. GROSSO ESTÔMAGO
Ying Máximo = Tai Yin PULMÃO BAÇO

Yin Terminal = Jue Yin CIRC. SEXUALIDADE FIGADO


Yin Menor = Shao Yin CORAÇÃO RIM

MAIS PROFUNDO

Exemplos:
• B60 + ID3 para tratar rigidez no dorso.
• VB34 + TA6 para tratar laterais do corpo, cabeça e pescoço.
• E40 + IG4 para tratar problemas de face anterior de pernas, tórax e face.
• C6 + R7 para tratar sudorese noturna.
• Pontos Geki (acúmulo / xi) do nível para desfazer estagnações de canal.

10.2.2 Combinação por Correspondência Anatômica

Há correspondência anatômica entre a cintura escapular e cintura pélvica,


cotovelo e joelho e punho e tornozelo. Podemos tratar área correspondente quando
a área afetada não pode receber agulha (ex. imobilização) ou para potencializar
efeito terapêutico.

Exemplos:
• Distensão aguda do punho, selecionar o meridiano do pé relacionado.
Se a lesão é a nível de TA4, pode-se escolher VB40.
• Dor no punho, P7 ponto local punho e BP5 no tornozelo.
• Dor no cotovelo IG11 e o ponto no joelho correspondente E36.
Nestes exemplos além da combinação de pontos por correspondência
anatômica, observamos também a correspondência por níveis energéticos (visto
acima).

10.3 PONTOS DISTAIS E LOCAIS

Pontos distais - localizados nos membros.


Pontos locais - localizados no tronco e cabeça.

Em alteração do meridiano o uso de pontos distais às vezes é suficiente.


Os pontos distais desempenham importante função na eliminação das
obstruções dos meridianos. Estas obstruções podem ter como causa frio, umidade
ou vento exterior ou somente estagnação de QI, sangue (XUE), nos casos de
trauma.
Os pontos distais dos pés são mais poderosos do que os das mãos.

Ex: IG4 e E44 apresentam um efeito sobre a face e os dentes e ambos


podem ser utilizados para eliminar o calor do meridiano do Estômago (wei) afetando
a face, como por exemplo, nos casos de sinusite e inflamações de dentes e
gengivas.

Revisando o ponto:
IG4 - Patologia da boca, nariz e olhos, como úlcera bucal, dor de dente,
neuralgia do trigêmeo, paralisia facial.

E44 - Sangramento gengival e qualquer alteração do Estômago relacionado


com o calor, dor na mandíbula inferior.

Enxaqueca temporal pode ser tratada com TA5 e VB43, que afetam esta área
e podem ser utilizados como pontos distais.

Revisando o ponto:
TA5 - Domina indiretamente o Yang do Fígado (GAN) devido a conexão do
Triplo Aquecedor (Sanjiao) com a vesícula Biliar (DAN), sendo utilizado como ponto
distal para enxaqueca temporal decorrente do aumento Yan do Fígado.

VB43 - Domina o Yan do Fígado sendo efetivo no tratamento de cefaléias


temporais decorrente do aumento do Yan do Fígado (GAN).

Em casos agudos o ponto distal é utilizado primeiro com método de sedação,


para eliminar a obstrução pelos fatores patogênicos e abrir o meridiano para torná-lo
apto ao uso dos pontos locais.

Ex: Distensão aguda no dorso sobre linha média, logo acima do sacro. Sedar
VG26 enquanto paciente inclina-se levemente para frente e para trás. Auxilia na
eliminação da obstrução no meridiano. Depois o paciente é tratado a nível local com
agulhas e ventosas.

• Dor aguda na articulação do ombro afetando o meridiano do Intestino


Grosso.
Pode-se sedar intensamente o E38, enquanto o paciente move e gira o braço
levemente.
Após a manipulação do ponto distal os pontos locais são utilizados.
Alterações sistemas internos usar pontos distais combinados com pontos
locais, não é recomendado tratar os sistemas internos sem a utilização dos pontos
distais.

F3 - tratar patologias do Fígado (GAN).

E36 - tratar patologias do Estômago.

Usar pontos locais de preferência em condições crônicas.

Usar os pontos de assentimento e alarme.

Cefaléia crônica pontos locais tratam a manifestação e os pontos distais


tratam a raiz.

10.4 ESQUERDA E DIREITA

Indicados para pacientes tratados pela primeira vez, nervosos, pacientes com
deficiência severa de QI e de Sangue (XUE), idosos.
O ideal é puncioná-los em terminações opostas, ou seja, um braço e outro na
perna, o efeito é particularmente dinâmico.

Ex: CS6 com F3 - F3 elimina estagnação do Qi ou do Sangue (XUE) do


Fígado (GAN) e o CS 6 move o Sangue (XUE) acalmando a mente. Combinação
também pelos 06 níveis.

CS6 com E40 - CS6 harmoniza o Estômago (WEI) e E40 acalma o


Estômago nos padrões de excesso.
Esta combinação também é indicada para hematoma agudo no tórax.
CS6 abre o tórax, regulariza o QI do Coração (XIN) e do sangue (XUE). E40
abre e relaxa o tórax quando este está dolorido ou quando existe contusão torácica
ou lesão em costela.

A punção unilateral é particularmente efetiva quando se usa meridianos de


mesma polaridade, sendo um braço e outro na perna.
Quando usar vários pontos de um lado para tratar um problema específico
daquele lado, pode-se colocar alguns pontos do lado oposto de acordo com o
padrão do paciente para balancear o tratamento.

Ex: Dor no ombro - IG15, IG11, IG4 de um lado e E36 do outro lado no caso
de deficiência do Baço (Pi) ou F3 no caso de estagnação do Qi Fígado (Gan).

Usar pontos de passagem (ou Lo ou Conexão), se existe deficiência no


meridiano do IG manifestando-se numa condição de vazio com dor surda e leve
desgaste dos músculos, poderemos utilizar P7 no lado saudável. O objetivo é levar o
Qi do lado saudável para o lado afetado.
10.5 YIN E YAN

O ideal é tonificarmos pontos que tonifiquem o Yin e pontos que tonifiquem o


Yan equilibradamente.
O uso excessivo de pontos Yang pode tornar a pessoa inquieta ou nervosa,
enquanto o uso intenso dos pontos yin pode tornar uma pessoa cansada.

Ex: patologia do ombro direito usamos IG15, IG11, IG4 (yang) do lado direito,
podemos então usar F3 (Yin) do lado oposto.

10.6 FRONTAL E POSTERIOR

Os pontos frontais (Alarme ou Mo) são mais indicados para caso agudo e os
pontos posteriores (Assentimento ou Shu) são mais indicados para os casos
crônicos. Todavia esta não é uma regra geral.
Nos casos crônicos quase sempre se trata os pontos posteriores e frontais.
Se o tratamento é espaçoso deve-se tratar frontal e posterior.

10.7 MODIFICAÇÕES DE COMBINAÇÕES DURANTE O TRATAMENTO

É possível utilizar a mesma combinação por algumas sessões, no entanto há


casos em que deve ser mudada. Como:

10.7.1 Patologias de canal que não melhoram, nem aliviam

Rever se o canal a ser tratado foi corretamente avaliado. Comum confundir


IG, Ta e ID, por exemplo. Rever técnica terapêutica.

10.7.2 Doença interna que não melhora

Avaliar pulso. Se o paciente não refere melhora, mas o pulso mudou deve-se
manter a conduta básica e mudar parcialmente a combinação de forma a avaliar seu
sintoma. Deve-se perguntar também sobre sintomas periféricos, como sono, hábitos
intestinais, etc. Se o paciente não melhora e o pulso não mudou, rever diagnóstico e
combinação de pontos.

10.7.3 O paciente tem melhora limitada

Freqüentemente uma combinação dá resultados parciais ou por certo número


de sessões, depois o paciente não melhora mais ou piora. Deve-se buscar algum
novo fator na história, como, dieta, medicação ou problema emocional. Se não
existir, deve-se mudar a combinação e rever o diagnóstico. Pode ser uma patologia
mais profunda e a melhora ocorreu por aliviar a estagnação apenas, por exemplo.

10.7.4 Alguns sintomas melhoram, outros não


Avaliar se os sintomas têm raízes comuns ou diferentes e avaliar se todas
estão sendo tratadas. Por exemplo: Cefaléia associada a cólica menstrual. A cólica
melhora, mas a cefaléia não. A cólica pode ser por estagnação do QI do Fígado
(Gan) e a cefaléia por Deficiência de Sangue (Xue).
10.7.5 Paciente desenvolve novo padrão durante o tratamento.

Ex: Exposição a fator climático ou mudança de estilo de vida (excesso de


trabalho) levando a consumo de essência ou estagnação de Qi. Neste caso o
diagnóstico inicial estava correto, mas realmente mudou. É preciso mudar a conduta.
Acontece com pacientes que ficam em tratamento por longos períodos.
REFERÊNCIAS

AUTEROCHE, B. AUTEROCHE, M. Guia Prático de Acupuntura e Moxibustão.


São Paulo: Andrei, 1996.

CARVALHO, G.E.F. Acupuntura e Fitoterapia Chinesa Clássica. Rio de Janeiro:


Taba Cultural, 2002.

CHIRALI, ILOKAY Z. Ventosaterapia: Medicina Tradicional Chinesa. São Paulo:


Roca, 2001.

INADA, TETSUO. Técnicas Simples que Complementam a Acupuntura e


Moxabustão. São Paulo: Roca, 2003.

LIANG, Qiu Mao. Acupuntura Chinesa e Moxibustão. São Paulo: Roca, 2001.

MORANT, G. Soulie de. Acupuntura. Buenos Aires, Ed. Medica Panamericana,


1990.

Shanghai College of Traditional Medicine. Acupunture, A Comprehensive Text.


Traduzido para o inglês por John O`Connor e Dan Bensky. Seatle, Eastland Press,
1992. Traduzido para o protuguês com o título Acupuntura: Um texto compreensível.
São Paulo: Roca, 1996.

XINNONG, Chen. Acupuntura e Moxibustão Chinesa. São Paulo: Roca, 1999.

JUN, Zhang; JING, Zheng. Fundamentos de acupuntura y moxibustion de china.


China: Ediciones en lenguas extranjeras, 1984.

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