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Curso: Reciclagem para condutores infratores
Disciplina: Reciclagem para Condutores Infratores
NT3: Noções de Primeiros Socorros
OBJETIVO
Diferenciar as ações adequadas das não adequadas no atendimento de primeiros socorros com
vítimas de acidentes de trânsito.
Olá! Você sabe que um descuido pode ser fatal no momento do
socorro, não é? Mas será que você está preparado para prestar os
primeiros atendimentos a uma vítima de acidente de trânsito?
Quando isso ocorre, sinalizar o local do acidente e chamar o
atendimento especializado são ações importantíssimas. Mas o que
fazer e o que não fazer até a chegada desses profissionais? É o
que vamos ver nesta Unidade de Estudo. Preparado? Então,
vamos começar!
Ações que devem ser executadas diante da ocorrência de acidentes de trânsito
O sucesso no atendimento e o cuidado com uma vítima de acidente de trânsito dependem de
ações realizadas adequadamente.
Os passos a seguir são ações básicas que podem salvar vidas.
Acompanhe!
Avaliar o local para identificar riscos, como alta tensão, vazamento de combustível e
instabilidade do veículo (o carro pode se movimentar a qualquer momento provocando novos
acidentes).
Identificar os riscos e adotar medidas de segurança para quem está prestando socorro, para a
vítima e para os demais presentes no local.
Proteger o local do acidente de curiosos e impedir que tirem vítima do local.
Sinalizar e isolar a área do acidente o mais rápido possível.
Caso o socorrista identifique pontos cortantes (como cacos de vidro ou objetos pontiagudos)
nas proximidades do local do acidente (na calçada, por exemplo), é ideal que os cubra para
evitar exposição direta e, assim, um novo acidente com outras pessoas.
Se a vítima apresentar lesões, devese procurar as causas e providenciar atendimento.
Não movimentar a vítima, pois isso pode provocar fraturas ainda maiores (no caso de haver
alguma).
Evitar o pânico no local (não entrar em pânico também, porque isso assustará a vítima).
Não fumar ou fazer qualquer uso de fogo no local do acidente.
Com segurança, desligar a chave de ignição dos veículos envolvidos no acidente (no caso de
vazamento de combustível, desligar também os cabos da bateria).
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É importante estar preparado para utilizar o extintor de incêndio; para tanto, é essencial
mantêlo sempre por perto.
Acionar os recursos especializados, como o Corpo de Bombeiros1 e o Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência ( SAMU2).
Figura 1 – Socorristas atuando na movimentação da vítima
Extintor de incêndio: manuseio e uso
O uso do extintor de incêndio tornouse facultativo para automóveis, utilitários, camionetas,
caminhonetes e triciclos de cabine fechada; porém é considerado um grande aliado no combate ao início
de incêndio em veículos automotores em caso de acidente. Ele deve ser instalado na parte dianteira do
habitáculo do veículo, ao alcance do condutor.
Os proprietários de veículos que optarem por utilizar o extintor de incêndio deverão seguir as
normas dispostas na Resolução CONTRAN n. 556, de 2015.
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Não basta somente equipar o veículo com o extintor, é necessário saber manuseálo
corretamente, caso seja preciso utilizálo. O próprio equipamento vem com instruções para o manuseio
adequado.
Para saber como utilizar esse equipamento, é preciso levar em conta o tipo de combustível que
está sendo queimado. Observe a classificação:
Classe "A": sólidos inflamáveis;
Classe "B": líquidos e combustíveis inflamáveis;
Classe "C": equipamento eletroeletrônico energizado.
O agente triclasse (pó químico seco), presente nos extintores, pode ser usado nas três classes
de incêndio mais difundidas (classes A, B e C).
Para combater um princípio de incêndio em veículos automotores, é necessário cuidar com o manuseio
adequado do extintor e seguir alguns passos, tais como:
a. retirar o extintor do suporte;
b. leválo ao local do incêndio;
c. manter distância de segurança do fogo;
d. posicionarse a favor do vento (quando bater nas costas);
e. retirar a trava do gatilho (válvula), para romper o lacre;
f. pressionar o gatilho e direcionar o jato do agente extintor para a base do fogo,
movimentandoo em leque e criando uma nuvem, pois o pó químico seco extingue o fogo por
abafamento.
Importante: Manter o extintor carregado e com a pressão adequada. Conferir
a validade e a pressão do extintor de incêndio do veículo regularmente, mesmo que
não tenha sido utilizado. E, quando o extintor for utilizado, providenciar sua reposição
imediatamente.
As autoridades de trânsito, ou seus agentes, deverão fiscalizar os extintores de incêndio, nos
veículos em que o uso é obrigatório, verificando os seguintes itens (redação dada pela Resolução n. 556,
de 17 de setembro de 2015, que altera o art. 9º da Resolução n. 157/2004):
I. o indicador de pressão não pode estar na faixa vermelha;
II. integridade do lacre;
III. presença da marca de conformidade do INMETRO;
IV. os prazos da durabilidade e da validade do teste hidrostático do extintor de
incêndio não devem estar vencidos;
V. aparência geral externa em boas condições (sem ferrugem, amassados ou
outros danos);
VI. local da instalação do extintor de incêndio.
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Caso o extintor não apresente esses itens, o condutor estará sujeito à aplicação das sanções
previstas no art. 230, incisos IX e X do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Agora que vimos os passos para o sucesso de um atendimento e como usar e manusear
adequadamente o extintor de incêndio, precisamos relembrar os tipos de comportamento que não são
adequados em um acidente de trânsito. Vamos lá?
Comportamentos inadequados em acidentes de trânsito
Sempre que possível, é importante não adotar atitudes que possam prejudicar o atendimento ou
agravar as condições de saúde da vítima, por exemplo:
abandonar o local do acidente e a vítima;
omitir socorro;
remover a vítima que está presa nas ferragens;
tumultuar o local;
deixar de colaborar com as autoridades (elas podem solicitar que se testemunhe ou conduza
um ferido para outro local).
Com base no que você viu até agora, o atendimento à vítima fica
mais fácil, não é? Mas o que fazer para não movimentar o ferido
no momento do socorro? É o que vamos ver a seguir. Acompanhe!
Cuidados para não movimentar a vítima de acidente de trânsito
A recomendação é clara: não remover e não mexer na vítima, pois a remoção e a movimentação
são ações de responsabilidade do SAMU.
Importante: essa recomendação só não vale em casos de risco iminente para
a vítima, como incêndio, afogamento ou outras situações que oferecem risco de morte
caso permaneça no local do acidente. Nessas situações, as vítimas que estão no
interior do veículo devem ser retiradas. Mas lembrese: não se deve remover a vítima
se não estiver preparado, e jamais deixar de acionar os recursos especializados!
Abraçar o tronco da vítima pelas costas e trazêla até o seu tórax (peito);
apoiar a cabeça da vítima em seu ombro, imobilizando o pescoço e evitando que ela o
movimente (fazer isso com calma para não machucar a vítima);
após realizar esses procedimentos, levar a vítima até um local seguro e deixála deitada em
uma superfície plana, mantendo a imobilização da cabeça e do pescoço.
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Figura 2 – Passos para retirar a vítima de dentro do veículo
Relembrando
1. Se a vítima estiver consciente, devese perguntar nome, número de telefone para contato e
endereço.
Se a vítima estiver consciente, é muito importante realizar a verificação do seu estado por meio
da entrevista, pois isso auxilia no controle dos sinais vitais e traz conforto emocional. O socorrista deve
apresentarse à vítima, dizer seu nome, fazer perguntas objetivas para obter respostas diretas e rápidas,
criar um vínculo de diálogo com ela e prestar atenção às suas respostas. Se a vítima parar de falar,
esquecer o que houve ou não souber o próprio nome, endereço ou referências pode ser sinal de lesões ou
choque emocional.
2. Se a vítima estiver inconsciente, devese abrir os olhos dela e verificar suas pupilas.
Pupilas normais: significam, geralmente, que não existem lesões neurológicas aparentes e
há oxigenação.
Pupilas diferentes: quando uma está normal e a outra dilatada significa presença de lesão
neurológica. Devese intensificar a avaliação, pois pode haver parada cardiorrespiratória.
Pupilas dilatadas: significam parada cardiorrespiratória há mais de um minuto. É possível
que haja, também, lesão neurológica.
Sempre que a vítima estiver inconsciente, devese suspeitar de lesões na coluna, traumatismo
craniano ou hemorragias graves. É importante não movimentála, manter a calma, verificar os sinais
vitais e repassar informações sobre as condições do acidentado ao socorro especializado .
3. Em hipótese alguma retirar qualquer corpo estranho dos ferimentos.
4. Mesmo que a vítima pareça estar bem, é indispensável encaminhála para um profissional de
saúde.
5. Se houver mais de uma vítima no acidente, os casos mais graves devem ser atendidos
primeiramente.
6. Caso o acidente seja com uma motocicleta, não se deve retirar o capacete das vítimas.
Esse tipo de socorro, se realizado incorretamente, poderá causar uma lesão da coluna vertebral.
Somente será permitida a retirada do capacete quando a respiração estiver dificultada. Isso vale também
para o cinto de segurança. Mas, atenção: não se deve movimentar o corpo da vítima.
Chegamos ao final de mais um Núcleo Temático! Esperamos que
você tenha compreendido e recordado, de maneira satisfatória, a
importância de estar seguro e consciente no momento de prestar
socorro a uma vítima. Sempre que se encontrar em uma situação
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de emergência, lembrese dos cuidados que você deve tomar e
dos comportamentos inadequados que devem ser evitados para
diminuir as chances de agravamento do estado de saúde da
vítima. Até o próximo Núcleo Temático!
Referências
ITT – INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO (Coord.). Capacitação de Recursos
Humanos. Curitiba, 2001, 144 p. Apostila do Curso de Formação de Instrutor de Trânsito. Módulo
IV. Parte C. Noções de Primeiros Socorros e Medicina de Tráfego. Curso a distância. Versão
10.10.01.
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