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São Carlos
2010
DEDICATÓRIA
Agradeço a Deus por sempre estar ao meu lado, ajudando-me a enfrentar e vencer todas as
barreiras que surgem na vida.
Ao Prof. Dr Sydney Furlan Júnior, por aceitar-me como orientado, pela paciência,
esclarecimento das dúvidas, pela compreensão e incentivo durante as etapas deste
trabalho.
A todos os colegas que fiz nesses anos de convivência na graduação, pela paciência e
incentivo durante todos os trabalhos, em especial: Mirna, Evandro, Eric, Thiago, Natália.
Aos professores que verdadeiramente gostam do que fazem e ensinam com qualidade.
Aos técnicos de laboratório e funcionários do Departamento de Engenharia Civil.
A todos os funcionários da Secretaria de Informática por possibilitarem um ambiente de
trabalho agradável.
A muitas outras pessoas, que contribuíram de alguma forma durante minha graduação, sou
imensamente grato. Agradeço a todos por participarem dessa importante etapa da minha
vida.
RESUMO
ABSTRACT
This essay presents a study about the building dimensioning in a non armed masonry. This
work studies two norms of masonry, the NBR 10837:1989 and the NBR 15812:2010. The
NBR 10837:1989 was studied for being in vigor in the building dimensioning in masonry
using concrete blocks in Brazil and for being used as a base of calculation of buildings in non
armed masonry with ceramic blocks for many years. The NBR 15812:2010 was studied due
a tendency for dimensioning through the probabilistic methods and also for being in vigor
recently in our country. Therefore aspects of calculus are used having as base the methods
or admittance and the methods of the latest limiting studies.The intention for this
dimensioning is to show how methods are really different and still enable the comparison
between the obtained results for the most typical situations of the project, as simple
compression, shearing and flexion compound. (flexi-compression).
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 1
1.1 BREVE HISTÓRICO .............................................................................................. 3
1.1.1 ANTIGUIDADE ................................................................................................ 4
1.1.2 RENASCIMENTO EUROPEU E REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ................... 5
1.1.3 PÓS-GUERRA ................................................................................................... 5
1.1.4 NO BRASIL ....................................................................................................... 5
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 6
1.3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 6
1.4 METODOLOGIA..................................................................................................... 7
1.4.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 7
1.4.2 EXEMPLO NUMÉRICO ................................................................................... 7
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 8
2.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8
2.2 NOÇÕES SOBRE SEGURANÇA EM ESTRUTURAS ....................................... 8
2.3 MÉTODO DETERMINÍSTICO DAS TENSÕES ADMISSÍVEIS ..................... 9
2.4 MÉTODO PROBABILÍSTICO DOS ESTADOS LIMITES ............................. 10
2.4.1 COMBINAÇÃO DE AÇÃO ............................................................................ 13
2.5 TENSÕES ADMISSÍVEIS E ESTADOS LIMITES........................................... 13
3. NORMAS PARA ALVENARIA ESTRUTUURAL ........................................................ 15
3.1 NBR 10837:1989 ..................................................................................................... 15
3.1.1 ALTURA EFETIVA ........................................................................................ 15
3.1.2 ESPESSURA EFETIVA .................................................................................. 16
3.1.3 ESBELTEZ....................................................................................................... 16
3.1.4 TENSÕES ADMISSÍVEIS NA ALVENARIA ............................................... 16
3.1.5 DIMENSIONAMENTO À COMPRESSÃO SIMPLES.................................. 17
3.1.6 DIMENSIONAMENTO AO CISALHAMENTO ........................................... 18
3.1.7 DIMENSIONAMENTO À FLEXÃO COMPOSTA ....................................... 19
3.2 NBR 15812:2010 ..................................................................................................... 19
3.2.1 PROPRIEDADES DA ALVENARIA E SEUS COMPONENTES ................ 20
3.2.2 DIMENSIONAMENTO À COMPRESSÃO SIMPLES.................................. 20
3.2.3 DIMENSIONAMENTO AO CISALHAMENTO ........................................... 21
3.2.4 DIMENSIONAMENTO À FLEXÃO COMPOSTA ....................................... 22
4. DIMENSIONAMENTO DE UM EDIFÍCIO EXEMPLO ............................................ 25
4.1 DADOS BÁSICOS.................................................................................................. 25
4.2 PLANTAS DO EDIFÍCIO..................................................................................... 26
4.3 CARGAS VERTICAIS .......................................................................................... 30
4.3.1 DISTRIBUIÇÃO DAS CARGAS VERTICAIS.............................................. 32
4.4 AÇÃO DO VENTO E DESAPRUMO.................................................................. 32
4.5 MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DOS ESFORÇOS DE VENTO E
DESAPRUMO .................................................................................................................... 36
4.5.1 DEFINIÇÃO DAS PAREDES DE CONTRAVENTAMENTO NA DIREÇÃO
Y 36
5. RESULTADOS OBTIDOS APLICANDO A NBR 10837.............................................. 38
5.1 COMPRESSÃO SIMPLES- PAREDES ISOLADAS ......................................... 38
5.2 COMPRESSÃO SIMPLES- GRUPO DE PAREDES ........................................ 39
5.3 CISALHAMENTO................................................................................................. 41
5.4 FLEXÃO COMPOSTA ......................................................................................... 41
6. RESULTADOS OBTIDOS APLICANDO A NBR 15812.............................................. 45
6.1 COMPRESSÃO SIMPLES- PAREDES ISOLADAS ......................................... 45
6.2 COMPRESSÃO SIMPLES- GRUPO DE PAREDES ........................................ 46
6.3 CISALHAMENTO................................................................................................. 47
6.4 FLEXÃO COMPOSTA ......................................................................................... 47
7. DIMENSIONAMENTO DA PAREDE 25 ..................................................................... 50
7.1 CARGAS VERTICAIS .......................................................................................... 50
7.2 NBR 10837............................................................................................................... 51
7.2.1 COMPRESSÃO SIMPLES .............................................................................. 51
7.2.2 CISALHAMENTO........................................................................................... 51
7.2.3 FLEXÃO COMPOSTA.................................................................................... 53
7.3 NBR 15812............................................................................................................... 54
7.3.1 COMPRESSÃO SIMPLES .............................................................................. 54
7.3.2 CISALHAMENTO........................................................................................... 54
7.3.3 FLEXÃO COMPOSTA.................................................................................... 55
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES ........................................................... 57
8.1 COMPRESSÃO SIMPLES E COMPRESSÃO NA FLEXÃO .......................... 57
8.2 CISALHAMENTO................................................................................................. 58
8.3 FLEXÃO COMPOSTA ......................................................................................... 58
9. Referências Bibliográficas .............................................................................................. 60
1
1. INTRODUÇÃO
Além disso, a combinação dos fatores acima descritos faz com que não sejam riscos
raros os problemas de qualidade e de segurança nas construções em alvenaria estrutural.
3
Apesar do atual extensivo uso do sistema alvenaria estrutural, ainda constata-se que
poucas bibliografias sobre conceitos de projeto de alvenaria estrutural são disponíveis, o
que contribui para o pouco conhecimento geral sobre esse tema. Infelizmente é ainda
possível encontrar engenheiros civis que realizam projeto ou execução de obras que não
sabem ao menos o significado de um prisma de alvenaria.
Na Babilônia, Egito, Espanha e aqui na América do Sul tijolos eram produzidos com
solo argiloso, areia e água, depois eram secados ao Sol dando origem a em bloco cerâmico
chamado adobe. Inicialmente produzidos por simples amassamento e rolamento manual. A
cidade de Arg-é Bam é conhecida como a maior estrutura em adobe, construída em meados
de 2500 anos a.C. Desde então a produção de tijolos cerâmicos muito evoluiu, mas em
algumas regiões do planeta o adobe ainda é produzido.
1.1.1 ANTIGUIDADE
O material “alvenaria”, assim como o concreto, apresenta elevada resistência à
compressão, porém o material falha com baixas tensões de tração.
Uma das primeiras soluções encontradas para “fugir” das tensões de tração foi a
forma piramidal atingindo grandes alturas de forma estável. Exemplos disso são as
pirâmides de Sakkara, Quéops.
A alvenaria estrutural também era produzida na China e tem como principal exemplo
a Muralha da China construída com blocos de pedra e tijolos cerâmicos.
1.1.3 PÓS-GUERRA
Com o fim da segunda guerra mundial a Europa estava arrasada e inúmeras
edificações precisavam ser construídas. Nesse momento a alvenaria estrutural pareceu a
melhor solução e com isso era preciso recuperar, organizar e avançar o conhecimento sobre
esse sistema construtivo. Várias pesquisas levaram a grande evolução da alvenaria
estrutural, com o desenvolvimento de novos materiais e procedimentos de cálculo. Essa
evolução ocorre até hoje e representa a moderna engenharia de estruturas em alvenaria,
possibilitando a construção de edifícios com paredes cada vez mais esbeltas. Mas é bom
deixar claro que isso só ocorreu após exaustivos estudos teóricos e experimentais.
1.1.4 NO BRASIL
No Brasil, assim como em outros países houve a fase das construções realizadas de
maneira empírica e a fase do método racional.
1.2 OBJETIVOS
1.3 JUSTIFICATIVA
Outro ponto importante é que o cálculo da alvenaria segundo norma vigente para
blocos de concreto é baseado no método das tensões admissíveis e agora para edifícios em
blocos cerâmicos (a norma para blocos de concreto está em revisão) é baseado no método
dos estados limites últimos, ou seja, o procedimento de cálculo sofreu considerável
modificação.
1.4 METODOLOGIA
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 INTRODUÇÃO
Uma estrutura pode ser considerada segura quando existe garantia de que durante
sua vida útil não serão atingidos estados de desempenho que se configurem como anormais
ou insatisfatórios. Portanto, a segurança da estrutura está relacionada com o período de
duração de sua vida útil, sendo que à medida em que este período aumenta cresce o risco
de deterioração da estrutura.
A vida útil dos objetos construídos é de difícil precisão, sendo que a sua definição
pode corresponder a distintos níveis de custos das soluções de projeto. Para edificações
residenciais é admitida vida útil de 50 anos.
Até meados do século 20, e ainda atualmente em alguns casos, era empregado o
chamado Método Clássico ou Método das Tensões Admissíveis, no qual como
carregamentos de projeto eram deterministicamente admitidos os máximos valores para
uma utilização normal da estrutura. Neste método, a verificação da segurança é efetuada
pela limitação das máximas tensões obtidas nos cálculos, durante a elaboração do projeto, a
valores admissíveis para as mesmas. Estes são estabelecidos conforme a natureza do
esforço e conforme o material estrutural empregado.
Para tanto, são adotados coeficientes de segurança, cuja função nos cálculos é
minorar os valores das resistências, determinadas em ensaios para cada tipo de esforço
solicitante dos diversos materiais.
Analiticamente:
f
σ adm = (2.1)
γ
10
Onde:
γ = coeficiente de segurança.
• Os valores das ações e das resistências dos materiais são considerados fixos
e não aleatórios e são empregados em seus valores máximos, raramente
atingidos durante a vida útil do projeto construído, provocando
superdimensionamento da estrutura;
Resistência de cálculo
Características geométricas
dos materiais
e mecânicas da estrutura • defeitos de execução
Valores de cálculo das
real
ações
R>S (2.2)
Onde:
R = capacidade resistente;
S = nível de solicitação.
Dessa forma, FUSCO (1976) sugere que, em lugar de estruturas “seguras contra
ruína”, sempre que possível devem ser construídas estruturas de “ruína segura”, o que
implica em evitar-se tanto a ruptura não avisada, quanto o colapso progressivo.
13
A combinação das ações deve procurar evitar que sejam cometidos erros, como
supor que todas as cargas atuem simultaneamente com seu valor máximo, permitindo,
assim, que um determinado componente seja dimensionado para um efeito total inferior à
soma dos valores máximos das ações atuantes.
RAMALHO & CORRÊA (2003) abordaram diversos aspectos que dizem respeito ao
projeto de alvenaria estrutural, enfatizando o uso das tensões admissíveis. Foram
apresentados os principais parâmetros para dimensionamento dos elementos baseado na
NBR 10837:1989. Destacam que a utilização do método dos estados limites é mais
complexa do que a simples utilização de valores admissíveis, mas que essa maior
complexidade é que realmente permite a obtenção de economias mais significativas,
quando isso é possível, ou então penalizações adequadas para situações de risco.
ATAÍDE (2005) fez um estudo comparativo entre o método das tensões admissíveis
e o dos estados limites para alvenaria estrutural apresentando os principais parâmetros para
o dimensionamento dos elementos baseado nas normas NBR 10837:1989, texto base para
a revisão da NBR 10837:1989, BS 5628: 1992 e Eurocódigo 6:1986. Para melhor
14
Se uma parede é apoiada na base e no topo, segundo a direção normal ao seu plano
médio a sua altura efetiva ( hef ) deve ser a altura real ( h ) da parede, mas se não houver
nenhum apoio no topo a sua altura efetiva ( hef ) deve ser duas vezes a altura da parede
Se um pilar dispõe de travamentos laterais na direção dos eixos principais, nas suas
extremidades, a altura efetiva deve ser a altura do pilar. Já para a situação em que um pilar
dispõe de travamentos laterais na sua base e em uma das direções dos eixos principais no
seu topo, a sua altura efetiva é:
3.1.3 ESBELTEZ
A esbeltez é resultado da razão entre a altura efetiva e a espessura efetiva como
mostra a equação (3.1):
hef
λ= (3.1)
t ef
para paredes e pilares não armados; λ ≤ 30, para paredes e pilares armados.
Exceto quando o vento atua as tensões admissíveis na alvenaria não armada não
devem ultrapassar os valores que constam na Tabela 3.1.
17
Onde:
Podemos utilizar o conceito de “eficiência”, neste caso analisando uma relação entre
as resistências do prisma e do bloco que o compõe:
fp
η= (3.2)
fb
⎡ ⎛ h ⎞3 ⎤
Padm = 0,2 f p x ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ xA (3.3)
⎣⎢ ⎝ 40t ⎠ ⎦⎥
Onde:
h = altura efetiva;
t = espessura efetiva;
⎡ ⎛ h ⎞3 ⎤
Padm = 0,18 f p x ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ xA (3.4)
⎢⎣ ⎝ 40t ⎠ ⎥⎦
Onde:
h = altura efetiva;
t = espessura efetiva;
V
τ alv = (3.5)
bxt
Onde:
t = espessura efetiva.
f alv ,c f alv , f
+ ≤ 1,00 (3.6)
f alv ,c f alv , f
Onde:
Caso a ação dos ventos também esteja sendo considerada na combinação, a NBR
10837 prescreve que o limite das tensões pede ser acrescido de 33%. Isso significa verificar
a combinação através da relação:
f alv ,c f alv , f
+ ≤ 1,33 (3.7)
f alv ,c f alv , f
Este projeto de norma destaca que a estrutura de alvenaria deve ser projetada de
modo que, além de suportar todas as ações que venham a solicitá-la, resista a ações
excepcionais (explosões e impactos) sem apresentar danos desproporcionais evitando
colapsos progressivos.
20
3.2.1.1 BLOCOS
Em conformidade com a NBR 7184: 1992 utiliza-se o valor característico da
resistência à compressão dos blocos.
Onde:
Deve-se verificar:
Vk xγ f f vk
≤ (3.9)
bxd γm
22
Onde:
γ f = 1,4;
f vk = resistência ao cisalhamento;
γ m = 2,0.
1) Tração máxima:
γ fq xQ + γ fg xG ≤ f tk γ
• m
• A ação do vento deve ser tomada como favorável, com γ fq ,vento = 1,4
f tk
1,4 xQvento − 0,9 xG ≤ (3.10)
γm
23
2) Compressão máxima:
• Deve-se verificar:
γ fq Ψ0 Qacidental + γ fg G γ fq Qvento fk
+ ≤
•
R 1,5 γm
γ fq Qacidental + γ fg G γ fq Ψ0 Qvento fk
+ ≤
•
R 1,5 γm
•
f k = 0,7 f pk
•
Ψ0 = 0,5 (acidental); 0,6 (vento); γ fq = γ fg = 1,4
•
γ m = 2,0
• Substituindo, então:
Simplificando:
0,7Qacidental + 1,4G
+ 2,66Qvento ≤ f pk
0,35R (3.11)
24
1,4Qacidental + 1,4G
+ 1,60Qvento ≤ f pk
0,35R (3.12)
25
4. DIMENSIONAMENTO DE UM
EDIFÍCIO EXEMPLO
Este capítulo é dedicado ao dimensionamento de edifícios de média altura em
alvenaria estrutural.
• Para o vento foi adotada a velocidade básica igual a 40 m/s (São Carlos) e
terreno de categoria IV;
f pk
Relação prisma/ bloco adotada ( ):
f bk
• oco= 0,5;
Pavimento tipo:
• Q= 2,0 KN/m2;P P
26
laje).
Escada:
• Q= 2,5 KN/m²;
• G= 2,0 KN/m².
Os valores das cargas permanentes e acidentais seguem as prescrições da NBR
6120- Cargas para o cálculo de estruturas de edificações (1980).
A Figura 4.4 mostra a distribuição dos carregamentos verticais aplicados nas lajes do
pavimento tipo. Mostra também como é a distribuição para cada parede.
31
A Tabela 4.1 mostra os valores acumulados das cargas nos 6 níveis da edificação.
A ação do vento foi determinada de acordo com as prescrições da NBR 6123- Forças
devido ao vento em edificações (1989).
• local (cidade);
• dimensões da edificação;
em análise:
Vk = V0 xS1 xS 2 xS 3 (4.1)
Onde:
S1 = fator topográfico;
Outro fator levado em conta através de S 2 é número e altura dos obstáculos ao nível
do solo entre o vento e a edificação. Há cinco categorias, mas o intuito não é descrevê-las e
sim nos atermos ao edifício a dimensionar. Nesse caso a categoria é IV por se tratar de
terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados em zona urbanizada.
Assim a cota média do topo dos obstáculos é considerada igual a 10m.
requerido e a vida útil da edificação. Por se tratar de edificação residencial o edifício a ser
dimensionado pertence ao grupo 2, portanto S 3 = 1,00.
34
q v = 0,000613 xVk
2
(4.2)
Onde:
q v em KN/m2 e Vk em m/s.
P P
Fa = C a xqt xA (4.3)
Onde:
Fa = força de arrasto;
C a = coeficiente de arrasto;
qt = q v + q d ;
=0,9 ⇒ C a = 1,05.
pesopavxA
qd = (4.4)
100 xCxHx H
Onde:
Iy i Ixi
FXi = Fx x ; FYi = Fy x (4.5)
∑ Iyi ∑ Ixi
Deve-se deixar claro que essas simplificações podem não ser suficientes para um
dimensionamento econômico em edifícios de tipologia mais arrojada, como em casos de
maior número de pavimentos ou menor número de paredes estruturais.
É inegável e certo que o edifício sofrerá torção mesmo se a planta for duplamente
simétrica haverá torção devido à ação do vento que nunca é uniformemente distribuída na
fachada.
No caso de edifícios baixos, com paredes bem distribuídas nas duas direções, muito
provavelmente o modelo de paredes em balanço sem consideração de torção é suficiente.
No caso de edifícios mais altos ou com quantidade de paredes estruturais reduzidas
(pórticos planos, espaciais, elementos finitos) a consideração da torção se torna necessária.
5. RESULTADOS OBTIDOS
APLICANDO A NBR 10837
Os resultados obtidos aplicando a NBR10837 estão representados abaixo separados
por tipo de esforços. Para chegar nestes resultados foram utilizadas planilhas elaboradas no
Excel, pois esse software facilita muito os cálculos.
Os resultados foram obtidos aplicando as equações 3.3 e 3.4. Na Tabela 5.1 são
apresentados os valores de fp necessários para cada parede e por andar considerando
paredes isoladas.
Para verificar a quantidade de furos que deve ser grauteado basta aplicar a equação
5.1:
∆f p100% ∆f pnecessário
= (5.1)
100% quantograutear
3,2 1,61
= (5.1)
100% quantograutear
Resulta que 50,31% do grupo deve ser grauteado, ou seja, 0,29m do grupo deve ser
grauteado.
41
5.3 CISALHAMENTO
Pela Tabela 5.3 vemos que não há necessidade de armar nenhuma parede para
resistir aos esforços cortantes.
A análise desses resultados mostra que as paredes 15, 16, 19, 25 e 26 requerem
uma quantidade maior de grauteamento devido à compressão na flexão do que aquela
mínima necessária devido à compressão simples. Assim, feita essa comparação podemos
finalmente determinar a quantidade a ser grauteada.
Para e verificação à tração foi elaborada a Tabela 5.6 lembrando que a tensão
admissível (normal à fiada) é de 0,10 MPa (100 KN/m2), ou seja: falv,f – 0,75 falv,c ≤ 100
P P B B B B
KN/m2.
P P
43
Observando à figura acima, pode-se perceber que o ponto de tração nula ocorre a
141 cm da face direita, tem-se então: Ft = 478,07 x 1,41/2 x 0,14 = 47,18 KN.
44
Para calcular a área de aço necessário, basta dividir a força pela tensão admissível
de 165 MPa = 16,5 KN/cm2: As = 47,18/16,5 = 2,96 cm2.
6. RESULTADOS OBTIDOS
APLICANDO A NBR 15812
Os resultados obtidos aplicando a NBR 15812 estão representados na Tabela 6.1
separados por tipo de esforços. Novamente destaca-se a utilização do software Excel para a
elaboração das planilhas.
Para verificar a quantidade de furos que deve ser grauteado basta aplicar a equação
5.1:
∆f p100% ∆f pnecessário
= (5.1)
100% quantograutear
2,4 1,49
= (5.1)
100% quantograutear
Resulta que 62,08% do grupo deve ser grauteado, ou seja, 0,37m do grupo deve ser
grauteado.
47
6.3 CISALHAMENTO
Para verificação à tração foi elaborada a Tabela 6.6 lembrando que a tensão limite
f tk
γm =
0.2 = 0,1 MPa (100 KN/m2), ou seja: 1,4Q
2
P P
7. DIMENSIONAMENTO DA PAREDE
25
Cargas permanentes:
O pé-direito livre de 2,80 m, o que fornece um peso/ metro igual a 5,04 KN/m.
Cargas variáveis:
⎡ ⎛ h ⎞3 ⎤
Padm = 0,2 f p x ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ xA (3.3)
⎣⎢ ⎝ 40t ⎠ ⎦⎥
⎡ ⎛ 2,8 ⎞ 3 ⎤
71,51 = 0,2 f p x ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ x0,14
⎢⎣ ⎝ 40 * 0,14 ⎠ ⎥⎦
7.2.2 CISALHAMENTO
A parede 25 recebe o esforço cortante proporcional à sua inércia em relação à
inércia total. A Tabela 4.4 mostra essa relação. Portanto, o F atuante nessa parede é igual a
0,144*237,19, ou seja 34,22KN.
Deve-se verificar:
Portanto essa parede não necessita de armadura para resistir os esforços cortantes.
53
O esforço recebido por essa parede dependerá dos valores de I25, ymáx, w e Mtotal. B B B B B B
Temos que I25 = 1,3191m³, ymáx = 1,8068m, w = I25/ ymáx = 0,7301m². Portanto falv,f =
B B B B B B B B B B
2657,88*0,1441/0,7301 = 524,78KN/m².
f alv ,c f alv , f
+ ≤ 1,33 (3.7)
f alv ,c f alv , f
Onde:
f alv , c = 0,175 f p ;
f alv , f = 0,3 f p .
Substituindo os valores:
510,78 524,78
+ ≤ 1,33
0,175 f p 0,3 f p
2918,73 1749,27
+ ≤ 1,33 ⇒ f p = 3,51MPa
fp fp
Para verificação à tração sabe-se que a tensão admissível (normal à fiada), segundo
a Tabela 3.1, é de 0,10MPa.
141,69 ≤ 100 KN / m 2
Portanto temos que armar essa parede podendo usar o método simplificado
apresentado no item 5.4.
7.3.2 CISALHAMENTO
Sabe-se que a argamassa terá resistência entre 3,5 a 7,0MPa. De acordo com a
Tabela 3.4: f vk = 0,15 + 0,5σ ≤ 1,4 MPa.
Deve-se verificar:
Vk xγ f f vk
≤ (3.9)
bxd γm
0,103 ≤ 0,166
Portanto, essa parede não precisa ser armada para resistir aos esforços cortantes.
55
Deve-se verificar:
0,7Qacidental + 1,4G
+ 2,66Qvento ≤ f pk
0,35R (3.11)
1,4Qacidental + 1,4G
+ 1,60Qvento ≤ f pk
0,35R (3.12)
0,7Qacidental + 1,4G
+ 2,66Qvento ≤ f pk (3.11)
0,35R
1,4Qacidental + 1,4G
+ 1,60Qvento ≤ f pk
0,35R (3.12)
O resultado obtido pela equação (3.11) é maior que o encontrado nas equações
(3.12) e (3.8), portanto esse valor de f pk deve ser adotado no dimensionamento da parede
à compressão.
f tk
1,4 xQvento − 0,9 xG ≤ (3.10)
γm
0,36 ≤ 0,1
A inequação acima é falsa pois 0,36 é maior que 0,1. Portanto será necessária
armadura nas extremidades dessa parede para resistir os esforços.
Para calcular a área de aço necessária, basta dividir a força pela tensão admissível
de 50% fyd = 217MPa.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS E
CONCLUSÕES
Neste capítulo, finalmente poderemos fazer a comparação entre os resultados
obtidos em cada dimensionamento.
7,00
6,00
5,00
fp e fpk
O gráfico mostra que a NBR 10837 apresenta valores maiores que a NBR 15812.
Isso acontece, pois os valores gerados utilizando a NBR 10837 são valores médios de
resistência de prisma, enquanto que os valores gerados utilizando a NBR 15812 são valores
58
8.2 CISALHAMENTO
Não podemos definir qual método é mais conservador. Poderíamos dizer que a NBR
15812 é mais conservadora por gerar um limite maior se comparado à NBR 10837, mas o
esforço aplicado através da NBR 15812 também é maior que o gerado pela NBR 10837,
portanto dizer que um método é mais conservador que o outro seria um erro. O que
podemos concluir é que as paredes 15, 16 e 25 são críticas nos dois métodos, pois elas
estão mais próximas dos limites.
O fato de a parede 19 e 26 também precisarem ser armadas parece ser mais real,
pois essas paredes apresentam consideráveis valores de inércia e também estão distantes
do centro de gravidade do edifício. Portanto, a NBR 15812 parece ser mais realista nesse
aspecto.
60
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de maio de 2009.
REIS, A.S. Alvenaria estrutural: uma visão do sistema construtivo. Porto Alegre:
PUCRS/Departamento de Engenharia Civil, 2008. 82 p. Trabalho de Conclusão de Curso.
Disponível em: <http://www.pucrs.br/feng/tcc/civil/2008_1_86_trabalho.pdf>. Acesso em: 05
de maio de 2009.