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Lages/SC
2010
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4
1.1. Preparo das amostras .............................................................................................................. 4
3. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA....................................................................................... 7
3.1. Método da Pipeta - Day (1965) e Gee & Bauder (1986) .......................................................... 7
3.1.1. Exemplo dos cálculos do método da pipeta ............................................................................. 9
3.2. Método do Densímetro (Hidrômetro de Bouyoucos) “Simplificado” ..................................... 10
3.2.1. Exemplo dos cálculos do Método do Densímetro Simplificado ............................................. 11
3.3. Método do Densímetro (Hidrômetro de Bouyoucos) ............................................................. 12
3.3.1. Exemplo dos cálculos do método do densímetro (fração areia determinada pelo densímetro). 13
3.4. Grau de Floculação ............................................................................................................... 13
7. UMIDADE ATUAL............................................................................................................ 22
7.1. Umidade Gravimétrica.......................................................................................................... 22
7.1.1. Exemplo de cálculo da umidade gravimétrica ....................................................................... 22
2
7.2. Umidade Volumétrica ........................................................................................................... 22
7.2.1. Exemplo de cálculo da umidade volumétrica ........................................................................ 23
8. POROSIDADE ................................................................................................................... 24
8.1. Porosidade do solo................................................................................................................ 24
8.1.1. Exemplo de cálculos de porosidade do solo .......................................................................... 25
9. Curva de retenção de água no solo ........................................................................................ 27
9.1. Determinação da curva de retenção de água no solo .............................................................. 27
9.1.1. Exemplo de cálculos da curva de retenção de água no solo.................................................... 29
9.1.2. Cálculos do fracionamento da porosidade do solo e da água disponível no solo ..................... 30
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1. INTRODUÇÃO
Para as análises físicas do solo devem ser coletadas amostras representativas da área do estudo,
visando detectar a variabilidade do solo e conforme os objetivos propostos nos experimentos.
Conforme a análise que será realizada as amostras podem ter a “estrutura alterada” também
denominada de “amostra deformada”, ou devem ter a “estrutura preservada” também denominada de
“amostra indeformada”. As amostras com estrutura alterada são coletadas com trados, espátulas, facas,
pás ou colher de pedreiro. Já as amostras com estrutura preservada, são coletadas com cilindros de aço
de volumes variados, geralmente entre 50 e 370 cm3. Em situações específicas, solo muito compactado
ou com presença de cascalho, o que inviabiliza o uso dos cilindros, um “torrão” com um volume
próximo de 100 a 200 cm3 pode ser coletado, o qual no laboratório é impermeabilizado para
determinar a densidade e porosidade do solo.
As amostras com estrutura preservada são utilizadas para determinar: a relação massa volume
do solo; umidade volumétrica; a retenção de água em diferentes tensões; condutividade a água e ao ar;
e a resistência do solo a penetração. Para evitar a formação de fendas na amostra às mesmas devem ser
mantidas com umidade próximo da capacidade de campo até o momento de serem processadas. Além
disso, se o processamento não for imediato, os insetos presentes devem ser eliminados para evitar
distúrbios na estrutura do solo.
As amostras com estrutura alterada são utilizadas para determinações de: umidade gravimétrica;
distribuição do tamanho das partículas (também denominado de textura); dispersão ou floculação da
argila; consistência do solo; coeficientes de contração e expansão; e estabilidade de agregados. As
amostras devem ser secas ao ar (TFSA) ou em estufa de circulação de ar não ultrapassando a
temperatura de 50ºC. Após a secagem as amostras devem ser peneiradas a 2 mm de diâmetro e
acondicionadas em embalagens até o processamento. Para estabilidade de agregados as amostras
devem ser preparadas com umidade próxima da friabilidade.
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2. CARBONO ORGÂNICO
Reagentes
- K2Cr2 O7 1,25 moI L-1: pesar 61,30 g de K2Cr2O7 (seco a 105°C por 2 horas) e dissolver a 1 L
em balão volumétrico com água destilada;
- FeSO4 0,25 moI L-1: dissolver 69,5 g de FeSO4.7H2O em 400 mL de água destilada. Adicionar
15 mL de H2SO4 concentrado e diluir a 1 L em balão volumétrico com água destilada. Essa solução
dever ser preparada a cada 10-15 dias.
- Indicador ferroin (complexo ortofenantrolina - FeSO4 0,025 moI L-1): dissolver 1,485 g de
ortofenantrolina (monohidratado) e 30,695g de FeSO4.7H20 em água destilada e completar o volume
para 100 mL.
Cálculos
6
3. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
1) Amostras de solo com teor de matéria orgânica (MO) maior que 5% devem passar pelo
tratamento de oxidação da MO antes da determinação da granulometria com dispersante químico
(NaOH).
2) Para a correção da umidade do solo (fc), pesar aproximadamente 30 g da amostra de TFSA
em latas de alumínio pré-pesadas e levar a estufa a 105ºC por 24 h, pesando a amostra seca.
3) Pesar aproximadamente 50 g de TFSA em frascos snap-cap de 150 mL, com duas repetições.
Podem ser utilizadas balanças com precisão de duas casas decimais. Em solos com alto teor de argila,
pode-se utilizar 25 a 30 g de TFSA.
4) Adicionar aos snap-cap, juntamente com a amostra, 70 mL de água destilada com proveta
graduada e 10 mL de NaOH 1N com pipeta volumétrica ou seringa calibrada. Adicionar duas bolinhas
de acrílico e vedar os frascos com plástico e tampa para evitar o vazamento da amostra.
5) Para calcular o grau de floculação, repetir o procedimento anterior apenas com água
destilada, sem adicionar dispersante químico (NaOH).
6) Efetuar uma prova em branco (pb), realizando o mesmo procedimento sem adicionar a
TFSA, ou seja, adicionar em snap-cap 70 mL água destilada e 10 mL de NaOH 1N.
7) Agitar as amostras utilizando agitador horizontal a 200 rpm, o que pode ser feito por três
métodos:
1º) Agitar por 15 minutos. Deixar em repouso por uma noite e agitar por 2 horas, sempre com os
frascos na posição horizontal.
2º) Agitar por 3 horas sem repouso. Segundo a literatura, os resultados são semelhantes à
agitação de 15 min + 2 h.
3º) Agitar por 4 horas sem repouso. O aumento do tempo de agitação tem resultado em melhor
dispersão do solo.
8) Transferir o material para uma proveta de 1000 mL, passando por peneira de malha
0,053 mm para separar a fração areia. Usar jatos d'água destilada e funil. Completar o volume da
proveta para 1000 mL.
9) Transferir a fração areia retida na peneira com o auxilio de jatos de água para uma lata de
alumínio pré-pesada. Deixar decantar a areia, retirar o excesso de água e levar à estufa de circulação
de ar a 1050C por 24 h. Após secar, pesar a areia total. Separar a areia fina usando peneira de 0,25 mm.
Pesar a areia fina e obter areia grossa por diferença.
10) Nas provetas, medir a temperatura de algumas amostras (3-5) e da prova em branco, agitar
cada amostra por um tempo fixo de 30 a 60 s com o auxílio de uma vareta com êmbolo. Fazer a média
da temperatura das amostras e marcar o tempo zero, deixando a suspensão em repouso por tempo pré-
determinado conforme a Tabela 1.
11) Após o tempo de repouso da suspensão na proveta, pipetar lentamente 50 mL a 5 cm de
profundidade. Colocar o volume pipetado em becker (seco e pré-pesado em balança de precisão de 3 a
5 casas decimais) e levar à estufa de circulação de ar por até 48 h. Após secar, pesar.
12) Os exemplos dos cálculos da granulometria estão em percentagem. Transformar os
resultados para g kg-1 (g kg-1 = % x 10) e kg kg-1 (kg kg-1 = % ÷ 100) e classificar o solo em relação as
classes texturais (Figuras 1 e 2).
Reagente
- NaOH 1N: pesar 40 g de NaOH e dissolver em água destilada completando o volume para 1L
em balão volumétrico.
7
Cálculos
AT
(massaAreia pl ) pl *100
massaAmCorrigida
d) Areia fina:
massaAreiaFina
AF *100
massaAmCorrigida
e) Areia grossa:
(massaAreiaTotal massaAreiaFina )
AG *100
massaAmCorrigida
f) Prova em branco:
pb massaBec ker soluçãoNaOH1N massaBec ker
g) Argila:
massaArgila bec ker bec ker pb
Argila *20*100
massaAmCorrigida
h) Silte:
Silte 100 Argila AreiaTotal
Onde:
- pl = massa da lata;
8
3.1.1. Exemplo dos cálculos do método da pipeta
Argila
49, 7388 48,3678 0, 0229 *20*100 57, 49 %
46,90
h) Silte
Silte 100 57, 49 8,62 33,89 %
Para granulometria, os resultados são expressos em números inteiros e as unidades podem ser
em %, g kg-1 ou kg kg-1. Exemplo: 45%; 450 g kg-1 ou 0,450 kg kg-1.
9
0 0
100 100
10 10
90 90
20 20
80 80
40 40
60 60
S il
Sil
,%
,%
te,
te,
gila
gila
50 50
%
%
50 Argilosa 50 Argilosa Argilo-
Ar
Ar
60 Argilo- siltosa
60
40 40 arenosa
Franco-argilosa Franco-argilo-
70 siltosa 70
30 30 Franco-argilo-
arenosa
Média Siltosa 80 80
20 20
Franca
90 Franco-siltosa 90
10 10 Franco-arenosa
Areia
Arenosa -f ranc Siltosa
100 a 100
0 Arenosa
0
100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
Areia,% Areia,%
Figura 1. Diagrama triangular simplificado (utilizado Figura 2. Diagrama triangular utilizado para a
pela Embrapa) para a classificação textural do solo. classificação textural do solo.
1) Amostras de solo com teor de matéria orgânica (MO) maior que 5 % devem passar pelo
tratamento da oxidação da MO antes da determinação da granulometria com dispersante químico.
2) Para a determinação da correção da umidade do solo (fc), pesar aproximadamente 30 g de
TFSA em latas de alumínio pré-pesadas e levar a estufa a 105ºC por 24 h. Pesar as amostras secas.
3) Pesar aproximadamente 50 g de TFSA em frascos snap-cap de 150 mL, com duas repetições.
Podem ser utilizadas balanças com precisão de duas casas decimais. Em solos com alto teor de argila,
pode-se utilizar 25 a 30 g de TFSA.
4) Adicionar aos snap-cap, juntamente com a TFSA, 70 mL de água destilada com proveta
graduada e 10 mL de NaOH 1N com pipeta volumétrica ou seringa calibrada. Adicionar duas bolinhas
de acrílico e vedar os frascos com plástico e tampa para evitar o vazamento da amostra. Para calcular o
grau de floculação, repetir o procedimento sem adicionar NaOH 1N.
5) Efetuar uma prova em branco (pb), realizando o mesmo procedimento sem adicionar a
TFSA, ou seja, adicionar em snap-cap 70 mL de água destilada e 10 mL NaOH 1N.
6) Agitar por 4 horas sem repouso, utilizando agitador horizontal a 200 rpm.
7) Transferir o material para uma proveta de 1000 mL, passando por peneira de malha
0,053 mm para separar a fração areia. Usar jatos d'água destilada e funil. Completar o volume da
proveta para 950 mL.
8) Transferir a fração areia retida na peneira com o auxilio de jatos de água para uma lata de
alumínio pré-pesada. Deixar decantar a areia, retirar o excesso de água e levar à estufa de circulação
de ar a 105 °C por 24 h. Após secar, pesar a areia total. Separar a areia fina usando peneira de 0,25
mm. Pesar a areia fina e obter a areia grossa por diferença.
9) Agitar cada amostra por um tempo fixo de 30 a 60 s com o auxílio de uma vareta com
êmbolo. Marcar o tempo zero, deixando a suspensão em repouso por 2 h.
10) Após o tempo de repouso, fazer as leituras das amostras imediatamente colocando o
densímetro vagarosamente nas provetas. Após a estabilização do densímetro na suspensão, realiza-se a
leitura rente a superfície do líquido, considerando leituras intermediárias (Exemplos: 1,5 g L-1,
12,5 g L-1). Anotar a leitura da prova em branco e as leituras das amostras.
10
11) Após a leitura com o densímetro, determinar a temperatura da prova em branco e das
amostras (podendo ser a média de algumas amostras).
12) O densímetro é calibrado a uma temperatura de 68 ºF (20 ºC), fornecendo leituras diretas
das amostras em g L-1. Para as demais temperaturas deve-se utilizar fatores de correção, conforme a
Tabela 3.
13) Os exemplos dos cálculos da granulometria estão em percentagem. Transformar os
resultados para g kg-1 (g kg-1 = % x 10) e kg kg-1 (kg kg-1 = % ÷ 100) e classificaar o solo em relação
as classes texturais (Figuras 1 e 2).
Reagente
- NaOH 1N: pesar 40 g de NaOH e dissolver em água destilada completando o volume para 1L
em balão volumétrico.
Cálculos
a) Areia total:
AT
(massaAreia pl ) pl *100
massaAmCorrigida
b) Areia fina:
massaAreiaFina
AF *100
massaAmCorrigida
c) Areia grossa:
AG (massaAreiaTotal massaAreiaFina)*100
d) Argila:
Argila [( LAmostra ct ) ( LPB ct )]*2* fc
e) Silte:
Silte 100 Argila Areia
Onde:
- LAmostra = Leitura da suspensão da amostra;
- LPB = Leitura da prova em branco.
11
Exemplo 2: Determinar a granulometria pelo método do densímetro simplificado. A
temperatura da amostra no momento da leitura era de 18 ºC e a leitura foi de 19,5 g L-1, a temperatura
da prova em branco era 19 ºC e a leitura de 0,5 g L- 1. O fator de correção da umidade (fc) é de 1,072.
a) Argila:
Argila [( LAmostra ct ) ( LPB ct )]*2* fc
Argila [(19,5 0,72) (0,5 0,36)]*2*1,072
Argila (18,78 0,14)*2*1,072 39,96 %
1) Realizar a oxidação da matéria orgânica nas amostras de solo com mais de 5% de MO.
2) Calcular a correção da umidade do solo (fc).
3) Colocar 50 g de TFSA no copo do agitador, adicionar 1/3 do copo com água destilada (±230
mL) e 10 mL de NaOH 1N.
4) Agitar por 10 minutos em agitador elétrico a 12.000 rpm. O agitador elétrico pode ser
substituído pela agitação horizontal por 4 h sem repouso em frasco do tipo snap cap de 150 mL.
5) Transferir o material diretamente para uma proveta de 1000 mL usando jatos d'água
destilada sob um funil. Completar o volume da proveta para 1000 mL. A areia deve ser separada
utilizando peneira de 0,053 mm, segundo as metodologias da Pipeta ou Densímetro Simplificado.
6) Agitar cada amostra por um tempo fixo de 30 a 60 s com auxílio de uma vareta com êmbolo.
Marcar o tempo zero.
7) Fazer a leitura de silte mais argila com o densímetro aos 40 s após o início da sedimentação
(1ª leitura). Medir a temperatura da suspensão para correção da leitura. Obs.: o densímetro deve ser
colocado com cuidado para evitar perturbação na suspensão e choque com o fundo da proveta. Após
cada leitura, deve-se lavar o densímetro com água destilada.
8) Após 2 h de repouso (2ª leitura), retirar 250 mL da parte superior das provetas com 1000 mL
de suspensão e transferir para provetas de 250 mL. Inserir o densímetro vagarosamente na proveta de
250 mL. Após a estabilização do densímetro na suspensão, realizar a leitura rente a superfície,
considerando leituras intermediárias. Medir a temperatura da prova em branco e das amostras para
correção (ct).
9) O densímetro é calibrado a uma temperatura de 68 ºF (20 ºC), fornecendo leituras diretas
das amostras em g L-1, para as demais temperaturas utilizam-se fatores de correção conforme Tabela 3.
10) Os exemplos dos cálculos da granulometria estão em percentagem. Transformar os
resultados para g kg-1 (g kg-1 = % x 10) e kg kg-1 (kg kg-1 = % ÷ 100) e classificar o solo em relação às
classes texturais (Figuras 1 e 2).
Reagente
- NaOH 1N = pesar 40 g de NaOH e dissolver em água destilada completando o volume para 1L
em balão volumétrico.
Cálculos
12
a) Argila:
Argila (2ª LAmostra ct ) ( LPB ct ) *2* fc
b) Silte:
Silte (1ª LAmostra ct 2ª LAmostra ct ) ( LPB ct ) *2* fc
c) Areia:
Areia 100 ( Argila Silte)
Onde:
- 1ª LAmostra = Leitura da suspensão da amostra aos 40s após a agitação;
- 2ª LAmostra = Leitura da suspensão da amostra após 2 h após a agitação.
3.3.1. Exemplo dos cálculos do método do densímetro (fração areia determinada pelo
densímetro)
a) Silte:
Silte 16 1,08 12,5 0,72 0,5 0,36 *2*1,03 3, 21 %
b) Argila:
Argila (12,5 0,72) (0,5 0,36) *2*1,03 23,98 %
c) Areia:
Areia 100 (23,98 3, 21) 72,81 %
No Método do Densímetro pode-se obter o teor de areia através da separação por peneiramento,
utilizando as metodologias descritas nos métodos da Pipeta ou do Densímetro Simplificado.
Cálculo
( Argilatota l Argilanatu ral )
GF (%) *100
Argilatota l
13
4. DISTRIBUIÇÃO DO TAMANHO E ESTABILIDADE DE AGREGADOS ESTÁVEIS
EM ÁGUA
4.1. Método por Via Úmida Padrão (Kemper, W. D. & Chepil, W. S., 1965)
1) Coletar as amostras a campo quando o solo estiver úmido. Coletar preferencialmente torrões
maiores.
2) Trabalhar com as amostras no ponto de friabilidade do solo (até um mês após a coleta). A
separação dos agregados maiores em agregados menores deve ser realizada com as mãos, nos planos
naturais de fraqueza, aplicando forças no sentido de tração e nunca de compressão, não compactando
ou pulverizando o solo.
3) Peneirar as amostras de solo no conjunto de peneiras 8 e 4,76 mm. Guardar em potes
plásticos com tampa aproximadamente 150 gramas de cada amostra que passou pela peneira de 8 mm
e ficou retida na peneira de 4,76 mm.
4) Antes da agitação em água, passar as amostras novamente pela peneira de 4,76 mm,
retirando os cascalhos e os restos vegetais. Pesar 3 sub-amostras de aproximadamente 25 g cada,
sendo que uma deve ser transferida para lata de alumínio pré-pesada e levada a estufa a 105 ºC por
24 h, pesando o solo seco para a correção da umidade da amostra.
5) Preparar o aparelho de oscilação vertical colocando os conjuntos de peneiras pela seguinte
ordem decrescente de tamanho: 4,76; 2,00; 1,00 e 0,250 mm.
6) Acrescentar água no aparelho de agitação vertical, ajustar o nível da água até atingir
aproximadamente 1 cm acima da base das peneiras de 4,76 mm quando o conjunto estiver em sua
posição mais alta; e não submergir por completo as peneiras de 4,76 mm em sua posição mais baixa.
Ajustar a rotação do aparelho para 42 rotações por minuto. As peneiras não devem bater entre si ou
nas paredes do aparelho.
7) Distribuir uniformemente a amostra sobre a peneira de 4,76 mm de um conjunto. Os
agregados deverão ficar submersos em água por 10 minutos em repouso para umedecimento.
8) Após o tempo de repouso, ligar o aparelho e deixar oscilando por 10 minutos.
9) Desligar o aparelho, retirar os conjuntos de peneiras da água e transferir o material retido em
cada peneira para latas de alumínio, previamente pesadas e identificadas, com auxílio de jatos de água.
10) Eliminar o excesso de água e colocar as latas em estufa de circulação de ar a 105 ºC por
24 h. Após secar, pesar o material retido em cada peneira.
11) Para amostras de solos mais cascalhentos, determinar a quantidade de material inerte
(outros que não agregados) retida em cada peneira. Para isso, transferir os agregados de cada lata para
sua respectiva peneira utilizando jatos de água e imergir a peneira em uma solução de hidróxido de
sódio NaOH 1N. Mexer por aproximadamente 1 minuto o solo com um bastão de vidro até sobrar
apenas areia e cascalho. Lavar com jato de água, transferir o material inerte para lata de alumínio e
secar em estufa. Pesar o material seco e descontar da massa de cada classe de agregados.
12) Calcular a percentagem de agregados por classe de tamanho, o diâmetro médio ponderado
(DMP) e o diâmetro médio geométrico (DMG). Se a distribuição de agregados nas peneiras tiver
distribuição normal deve ser calculado o DMP e se tiver distribuição log normal calcular o DMG.
Reagente
- NaOH 1N = pesar 40 g de NaOH e dissolver em água destilada completando o volume para 1L
em balão volumétrico.
Cálculos
14
a) Cálculo da umidade gravimétrica do solo (Ug):
(mSU mSS )
Ug (kg kg 1 )
mSS
Onde:
- mSU = massa do solo úmido (g)
- mSS = massa do solo seco (g)
n mAgr mi * Ln.ci
DMG(mm) EXP i
i 1 TAgr miT
Onde:
- mAgri = massa de agregados em cada classe (g);
- mi = massa de material inerte em cada classe (g);
- TAgr = massa de agregados da amostra inicial (g);
- miT = massa de material inerte total (de todas as classes) (g);
- ci = diâmetro médio da classe de agregados (mm) (Tabela 6);
- Ln = logaritmo natural.
4.1.1. Exemplo dos cálculos do método por via úmida padrão (Kemper, W. D. & Chepil, W. S.,
1965)
(18, 24 0, 06)
d) AgrClasse1 *100 88, 68 %
(20, 61 0,11)
i
(0, 25 0, 04)
e) AgrClasse 2 *100 1, 02 %
(20, 61 0,11)
i
(0, 04 0, 01)
f) AgrClasse3 *100 0,15 %
(20, 61 0,11)
i
(0, 08 0, 00)
g) AgrClasse 4 *100 0,39 %
(20, 61 0,11)
i
2, 00
h) AgrClasse5 *100 9, 76 %
(20, 61 0,11)
i
(18, 24 0, 06)
a) AgrClasse1 *6,38 5, 66 mm
(20, 61 0,11)
(0, 25 0, 04)
b) AgrClasse2 *3,38 0, 03 mm
(20, 61 0,11)
(0, 04 0, 01)
c) AgrClasse3 *1,5 0, 002 mm
(20, 61 0,11)
(0, 08)
d) AgrClasse4 *0, 625 0, 002 mm
(20, 61 0,11)
2, 00
e) AgrClasse5 *0,125 0, 01 mm
(20, 61 0,11)
f) DMP AgrClasse1 AgrClasse2 AgrClasse3 AgrClasse4 AgrClasse5)
DMP 5,66 0,03 0,00 0,00 0,01 5,70 mm
16
3) Diâmetro Médio Geométrico (DMG):
n mAgr mi * Ln ci
DMG EXP i
i 1 TAgr mi
18, 24 0, 06 * Ln 6,38
a) Classe1DMG EXP 1, 64
20, 61 0,11
0, 25 0, 04 * Ln 3,38
b) Classe2 DMG EXP 0, 01
20, 61 0,11
0, 04 0, 01 * Ln 1,5
c) Classe3DMG EXP 0, 00
20, 61 0,11
0, 08* Ln 0, 625
d) Classe4 DMG EXP 0, 00
20, 61 0,11
2, 00* Ln 0,125
e) Classe5DMG EXP 0, 20
20, 61 0,11
f) DMG EXP 1,64 0,01 0 0 0, 20
Tabela 8. Percentagem dos agregados de um Neossolo Litólico de São Joaquim/SC, na camada de 0 a 0,15 m.
Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4 Classe 5
------------------------------------------ % -------------------------------------------
88,68 1,02 0,15 0,39 9,76
Tabela 9. Diâmetro Médio Ponderado (DMP) e Diâmetro Médio Geométrico (DMG) de um Neossolo Litólico
de São Joaquim/SC, na camada de 0 a 0,15 m.
DMP DMG
-------------------------------- mm ---------------------------------
5,70 4,26
4.2. Método por Via Úmida 2 (Kemper, W D. & Rosenau, R. C., 1986)
17
6) Desligar o aparelho, transferir o solo retido na peneira para uma lata de alumínio
previamente pesada e colocar em estufa a 105 ºC por 24 h. Pesar depois de seco.
7) Para amostras de solos mais cascalhentos, determinar a quantidade de material inerte (outros
que não agregados) retida em cada peneira com solução NaOH 1N.
Cálculos
a) Estabilidade de Agregados:
EA
(massaAgr A) mA *100
(TAgr mA)
Onde:
- EA = estabilidade de agregados em %;
- massaAGR A = massa de agregados + areia (g);
- mA = massa de areias (g);
- TAgr = amostra corrigida em relação o teor de umidade (g).
b) Índice de Estabilidade de Agregados do Solo (IEA) (Castro Filho et al., 1998):
TAgr wp 25 areia
IEA *100
TAgr areia
Onde:
- wp 25 = peso dos agregados < 0,25 mm (g);
4.2.1. Exemplo dos cálculos do método por via úmida 2 - (Kemper, W.D. & Rosenau, R.C., 1986)
a) Estabilidade de Agregados
2,36 0, 03
EA *100 EA 82%
2,88 0, 03
18
5. DENSIDADE DE PARTÍCULAS (REAL)
Cálculos
a) Densidade do álcool:
massaÁlcool
Da
50 mL
b) Densidade de partículas:
mB mS sec o mB
Dp
mB mS sec o mA mB mS sec o
50
Da
5.1.1. Exemplo dos cálculos do método do balão volumétrico modificado (Gubiane et al., 2000)
19
Exemplo 6. Determine a densidade de partículas de um Neossolo Litólico do município de São
Joaquim/SC na camada de 0 a 0,15 m em um vinhedo comercial. Dados: mB mS sec o mA =
92,14 g; mB mS sec o =57,87 g; mB =37,69 g; massa de álcool em 50 mL = 41,27 g.
a) Densidade do álcool
41, 27 g
Da 0,825 g cm3
50mL
b) Densidade de partículas
(57,87 37, 69) 20,18
Dp 2,385 g cm3
92,14 57,87 (50 41,54)
50
0,825
Cálculo
a) Densidade de partículas:
massaS sec o
Dp (g cm3 )
(50mL volume álcool )
Onde:
- massaS sec o = massa do solo seco a 105 ºC (g);
- volume álcool = volume do álcool adicionado (mL).
a) Densidade de partículas
19,95
Dp 2,53 g cm-3
(50 42,11)
20
6. DENSIDADE DO SOLO (antigamente denominada de densidade aparente)
1) Determinar o volume do anel que contém a amostra de solo (Ex: 50 cm³, 100 cm³).
2) Colocar as amostras na estufa a 105ºC, por um período de 24 a 48 horas. Pesar o conjunto
solo seco mais anel (mSs+mA) em balança digital com precisão de duas casas decimais.
3) Retirar o solo do anel, lavar o anel metálico, secar e pesar (mA).
4) Calcular massa de solo seco ( mS seco ) contida no anel, por diferença entre mSs+mA e mA.
5) Com a massa de solo seco e o volume do anel, determinar a densidade do solo.
Cálculos
21
7. UMIDADE ATUAL
1) Coletar amostras de solo nas camadas de estudo do solo em estrutura alterada. Utilizar latas
de alumínio ou embalagens plásticas evitando perda de umidade da amostra.
2) Pesar aproximadamente 30 g das amostras de solo em latas de alumínio pré-pesadas ( mL ),
anotar a massa de solo úmido mais a massa da lata ( mSU mL ). Transferir as amostras para estufa
de circulação de ar a 105ºC por período de 24 a 48 h. Pesar o solo seco ( mSS mL ).
3) Calcular a umidade gravimétrica (kg água/kg solo, kg kg-1, Mg Mg-1 ou g g-1).
Cálculo
a) Umidade gravimétrica
mSU mSS mSU mSS
Ug kg kg 1 mSS
ou Ug %
mSS
*100
a) Umidade gravimétrica:
(139, 09 29, 01) (106,32 29, 01) (110, 08 77,31)
Ug Ug 0, 424 kg kg 1
(106,32 29, 01) 77,31
1) Coletar amostras de solo utilizando anéis metálicos, com solo de estrutura preservada.
Utilizar latas de alumínio ou papel alumínio para acondicionar as amostras evitando a perda de
umidade.
2) Preparar as amostras no laboratório, de modo que o solo fique rente ao anel e não ocorram
espaços vazios visíveis nas duas faces do anel. Limpar também a face externa do anel.
3) Pesar as amostras de solo. Anotar a massa de solo úmido mais a massa do anel metálico
( mSU mAnel ).
4) Transferir as amostras para estufa de circulação de ar a 105ºC por 24 a 48 h. Pesar o solo
seco ( mSS mAnel ).
5) Calcular a umidade volumétrica ( ou Uv ) (cm3 cm-3; m3 m-3).
6) Para os cálculos, utilizam-se as equações abaixo, considerando-se a densidade da água igual
a 1 g cm-3, logo, 1 g de água é igual a 1 cm-3.
Cálculos
a) Umidade volumétrica:
22
mSU mSS
ou = Ug * Ds
V
a) Umidade volumétrica:
(73,59 49, 44)
= 0,483 m3m3
50
a) Camada de 0-0,15 m:
12 = 0,42 kg kg1 *0,987 g cm3 0, 415 m3 m3
17 = 0,44 kg kg 1 *0,987 g cm3 0, 434 m3 m3
22 = 0,36 kg kg 1 *0,987 g cm3 0,355 m3 m3
0, 415 0, 434 0,355
H 00,15 m = *0,15 0, 060 m ou 60 mm
3
b) Camada de 0,15-0,30 m:
12 = 0,42 kg kg1 *0,900 g cm3 0,375 m3 m3
17 = 0,41 kg kg 1 *0,900 g cm3 0,369 m3 m3
22 = 0,35 kg kg 1 *0,900 g cm3 0,315 m3 m3
0,375 0,369 0,315
H 0,150,30 m = *0,15 0, 053 m ou 53 mm
3
HTotal H 0,150,30 m + H 0,150,30 m
H 00,30 m 60 mm 53 mm 113 mm
Assim, este perfil de solo no momento em que a θ 0-0,15 m = 0,401 m3 m-3 e θ 0,15-0,30 m = 0,353 m3
m , contém 113 mm de água ou 1130 m3 ha-1 ( 1 mm = 10 m3 ha-1) na camada de 0 a 0,30 m. Portanto,
-3
se fosse possível retirar toda a água de 1 ha até 0,30 m desse perfil nessas condições de umidade,
obteria-se um volume de 1130 m³ de água.
23
8. POROSIDADE
1) Após a coleta de amostras de solo com estrutura preservada em anéis metálicos, realizar a
limpeza do anel e o emparelhamento das duas superfícies do solo rente as bordaduras do anel com o
uso de estilete.
2) Após o preparo das amostras, pesar o conjunto solo mais anel e colocar um tule na face
inferior do anel com auxílio de um elástico. Pesar o tule e o elástico utilizado para cada amostra.
3) Colocar os anéis para saturar em bandejas plásticas elevando o nível da água até próximo da
borda superior do anel, deixando por 48 h. No caso de não ocorrer a saturação das amostras, colocá-las
em recipiente com água dentro de dessecador e aplicar vácuo.
4) Pesar as amostras saturadas (mSsat+mAnel) e retornar as amostras para a bandeja com água,
de forma a não baixar o nível da água.
5) Acondicionar os anéis na mesa de coluna de areia previamente saturada e nivelada. Abaixar
o nível de água para 10 cm , deixando por 48 horas.
6) Retirar os anéis da mesa, limpar com um pincel a parte inferior do anel para retirar a areia
aderida ao tule e pesar (mS10 cm+mAnel).
7) Retornar os anéis para a mesa de areia e baixar o nível de água para 60 cm, deixando por 48
horas. Retirar, limpar e pesar os anéis (mS60 cm+mAnel).
8) Transferir os anéis para estufa de circulação de ar a 105ºC por 48 h. Pesar quando seco
( mSS mAnel ). Retirar o solo, lavar o anel metálico, secar e pesar ( mAnel ).
9) Calcular as porosidades do solo: macroporosidade, microporosidade, porosidade total,
porosidade de aeração (m3 m-3, cm3 cm-3 ou %).
Cálculos
a) Porosidade total:
Ds Ds
PT (m3m3 ) 1 ou PT (%) 1 *100
Dp Dp
Onde:
- Ds = densidade do solo (g cm-3);
- Dp = densidade de partículas (g cm-3).
Outra forma para o cálculo da porosidade total do solo é pela saturação:
(mSaturado mSS ) (mSaturado mSS )
PT (m3m3 ) = ou PT (%) = *100
V V
Onde:
- mSaturado = massa do solo saturado menos a massa do anel+tule+elástico (g).
- mSS = massa do solo seco a 105ºC menos a massa do anel+tule+elástico (g).
- V = volume do anel (cm³).
Esta fórmula para o cálculo da PT não é recomendada pela literatura científica, pela
possibilidade do solo não saturar totalmente, o que subestima a porosidade total.
b) Microporosidade:
24
(mS 60 cm mSS ) (mS 60 cm mSS )
Micro(m3 m3 ) = ou Micro(%) = *100
V V
Onde:
- mS 60 cm = massa do solo a 60 cm de sucção menos a massa do anel+tule+elástico (g);
- mSS = massa do solo seco a 105ºC menos a massa do anel+tule+elástico (g);
- V = volume do anel (cm³).
c) Macroporosidade:
Macro(m3m3 ) PT Micro
Macro(%) PT Micro *100
d) Volume de bioporos:
(mSsat mS10 cm)
Bio (m3 m3 ) =
V
Onde:
- mS10 cm = massa do solo a 10 cm de sucção menos a massa do anel+tule+elástico (g);
- mSsat = massa do solo sarurado (m3 m-3);
- V = volume do anel (cm³).
Tabela 11. Dados para cálculos das porosidades de um Neossolo Litólico na camada de 0 a 0,15 m, no
município de São Joaquim/SC.
Solo úmido Tule + Solo saturado + anel Solo a 10 cm + anel Solo a 60 cm + anel Solo seco
Anel
+ anel elástico + tule + elástico + tule + elástico + tule + elástico + anel
------------------------------------------------- g --------------------------------------------
114,74 0,9 121,88 119,00 113,42 89,47 32,52
a) Porosidade total:
1,14
PT (m3m3 ) 1 = 0,55 m3m3
2,529
(88,46 56,95)
PT (m3m3 ) = 0, 63 m3m3
50
25
b) Macroporosidade:
(88,46 80)
Macro(m3m3 ) = 0,17 m3m3
50
c) Microporosidade:
Micro(m3m3 ) 0,55 0,17 0,38 m3m3
d) Volume de Bioporos:
(88,46 85,58)
Volume de Bioporos (m3m3 ) = 0, 06 m3m3
V
26
9. CURVA DE RETENÇÃO DE ÁGUA NO SOLO
1) A curva de retenção de água do solo, em mesa de coluna de areia e câmara de pressão, pode
ser determinada nas mesmas amostras de estrutura preservada em anéis metálicos usadas para a
determinação das porosidades, nos potenciais de 1, 6, 10, 33, 100, 300, 500, 1000 e 1500 kPa. Os
resultados são expressos em base volumétrica. Obs.: 100 kPa equivale a 1 Bar.
2) Pesar as amostras saturadas (mSsat+mAnel).
3) Colocar os anéis na mesa de areia previamente saturada e nivelada. Baixar o nível da água
até 10 cm, deixando por 48 horas. Após o período retirar os anéis da mesa, limpar com um pincel o
tule e pesar (mS10 cm+mAnel).
4) Retornar os anéis para a mesa de areia e baixar o nível da água até 60 cm deixando por 48
horas. Retirar os anéis, limpar e pesar (mS60 cm+mAnel).
5) Retornar os anéis para a mesa de areia e baixar a água até o nível de 100 cm deixando por 48
horas. Retirar os anéis, limpar e pesar (mS100 cm+mAnel).
6) A tensão de 100 cm pode ser feita em câmara de pressão também.
7) Colocar os anéis em câmara de pressão (Câmara de Richards) sobre placa porosa de 0,5 ou 1
bar. Adicionar pressão de 0,33 bar deixando por 48 horas ou até que a tensão aplicada não retire mais
água da amostra. Retirar os anéis e pesar (mS330 cm+mAnel).
8) Retornar os anéis para a câmara de pressão e adicionar uma pressão de 1 bar, deixando por
72 horas ou até que a tensão aplicada não retire mais água da amostra. Retirar os anéis e pesar (mS1
bar+mAnel).
9) Colocar os anéis em câmara de pressão de 5 bar sobre placa porosa de 5 bar. Adicionar
tensão de 3 bar deixando por 120 horas ou até que a tensão aplicada não retire mais água da amostra.
Retirar os anéis e pesar (mS3 bar+mAnel). Repetir o procedimento aplicando tensão de 5 bar (mS5
bar+mAnel).
10) Colocar os anéis em câmara de pressão de 15 bar com placa porosa de 15 bar. Adicionar
uma pressão de 10 bar deixando por 168 horas ou até que a tensão aplicada não retire mais água da
amostra. Retirar os anéis e pesar (mS10 bar+mAnel). Repetir o procedimento aplicando tensão de 15
bar (mS15 bar+mAnel).
Tabela 12. Tempo (dias) para a permanência das amostras na mesa de areia e nas panelas de pressão utilizando
anéis cilíndricos metálicos de 0,025 m de altura.
Ponto da Curva, Tensão em bar Tempo (Dias)
Saturação 2
0,01 2
0,06 2
0,10 2
0,33 2
1 3
5 6
10 6
15 7
Secagem a 105ºC 2
11) Observação: as placas porosas de cerâmica devem estar saturadas na ocasião de seu uso.
Para isso, deixá-las imersas em água por 48 h.
27
12) Concluída a pesagem a 15 bar transferir os anéis para estufa de circulação de ar a 105ºC
por 48 h. Pesar quando seco ( mSS mAnel ). Retirar o solo, lavar o anel metálico, secar e pesar
( mAnel ).
13) Para os cálculos, descontar a massa do anel+tule+elástico.
14) Transformar os dados para valores de umidade volumétrica.
15) Com os valores da umidade volumétrica do solo e do potencial matricial, ajustar a equação
de Van Genuchten (Van Genuchten, 1980):
s r
r m
1 m
n
Onde:
- θ = umidade volumétrica;
- θr = umidade volumétrica residual;
- θs= umidade volumétrica do solo saturado;
- Ψm= potencial mátrico da água no solo;
- α, m, n = parâmetros empíricos de ajuste da equação.
Cálculos
a) Bioporos:
(mSsat mS10 cm)
Bioporos (m3m3 ) =
V
b) Macroporos:
(mS10 cm mS 60 cm)
Macro(m3m3 ) =
V
c) Microporos:
(mS 60 cm mS15 bar )
Micro(m3m3 ) =
V
28
d) Criptoporos:
(mS15 bar mSSeco)
Criptoporos (m3m3 ) =
V
e) Água disponível:
Solo arenoso = AD(mm) CC (100 cm) PMP(15 bar )* h
Solo argiloso = AD(mm) CC (0,33 bar ) PMP(15 bar )* h
Onde:
- CC = umidade na capacidade de campo (cm3 cm-3);
- PMP(15bar ) = umidade no ponto de murcha permanente (cm3 cm-3);
- h = profundidade da camada de solo (mm).
Tabela 14. Resultados da umidade volumétrica (θ) em cada ponto da curva para os cálculos de retenção de água
de um Latossolo Vermelho na camada de 0 a 0,05 m, no município de Campos Novos/SC.
Solo saturado 0,1 m 0,6 m 1m 0,33 bar 1 bar 3 bar 5 bar 15 bar
--------------------------------------------------- m3m-3 --------------------------------------------------
0,655 0,553 0,492 0,483 0,465 0,450 0,409 0,379 0,369
b) Ajuste da curva de retenção de água no solo com o uso do software Sigma Plot 11.0:
29
0,70
Testemunha
0,65
-3
Umidade Volumétrica (Uv), m m
0, 655 0,3690
0,3690
3
0,60 2
[1 [4, 492e 1 PA ]3,575e ]7,294e
0,55 R ² 0,9586
0,50 CC
0,45
Água Drenável
PMP
0,40 Água Drenável
Água Disponível
0,35
Umidade Residual
0,30
1 10 100 1000 10000
(94,64 89,59)
a) Bioporos (m3m3 ) = 0,10 m3m3
49,50
(89,59-86,60)
b) Macro(m3m3 ) = 0, 06 m3m3
49,50
3 3 (86,60 80,50)
c) Micro(m m ) = 0,12 m3m3
49,50
30
10. CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA SATURADA
31
11. RESISTÊNCIA DO SOLO À PENETRAÇÃO DE RAÍZES
Tabela 15. Resultados da umidade volumétrica (θ) em cada ponto da curva para os cálculos de retenção de água
de um Latossolo Vermelho na camada de 0 a 0,05 m, no município de Campos Novos/SC.
Classe Resistência à penetração (MPa)
Extremamente baixa < 0,01
Muito baixa 0,01 - 0,1
Baixa 0,1 - 1,0
Moderada 1,0 - 2,0
Alta 2,0 - 4,0
Muito alta 4,0 - 8,0
Extremamente alta > 8,0
Fonte: Soil Survey Staff (1993), citado por Arshad, Lowery e Grossman (1996).
10
Profundidade, cm
15
20
25
30
Sem Pastejo
Diferido
35 Pastejado
40
Figura 4. Resistência do solo à penetração de raízes em um Cambissolo Húmico sob sistema integração lavoura
pecuária e diferentes sistemas de manejo da pastagem.
32
12. ENSAIO DE PROCTOR NORMAL
1) O ensaio de Proctor foi padronizado no Brasil pela ABNT (NBR 7.182/86). O cilindro
padrão tem volume de 1000 cm3 (10 cm de diâmetro e 12,73 cm de altura).
2) Coletar aproximadamente 15 kg de solo, secar ao ar e passar em peneira de 4,8 mm.
3) Determinar a umidade da amostra.
4) Pesar seis sub-amostras com 2,5 kg cada e acondicioná-las em sacos plásticos.
5) Colocar a primeira sub-amostra em uma bandeja e pulverizar água até atingir o ponto de
friabilidade. Anotar o volume de água adicionado a amostra.
6) Nas demais sub-amostras acrescentar água lentamente, de forma que toda a amostra seja
umedecida uniformemente. A variação de umidade entre as sub-amostras deve ser de 2 % para solos
argilosos e de 1,5 % para solos arenosos para cada amostra. Normalmente acrescenta-se água numa
quantidade na ordem 2 % da massa original de solo, em massa.
7) Embalar as sub-amostras em sacos plásticos, deixando em repouso por um período mínimo
de 24 h, para a adequada distribuição da água por todas as partículas de solo.
8) O ensaio deve ser iniciado pela segunda sub-amostra, podendo a primeira ser compactada
para o primeiro e para o último ponto (depois de reumedecida), conforme os resultados obtidos nos
outros pontos.
9) Realizar a compactação em três camadas, utilizando 25 golpes do compactador do Proctor
Normal. Colocar o solo solto no cilindro até uma altura tal que, o solo depois de compactado tenha
uma altura de 1/3 da altura do cilindro. Entre uma camada e outra, proceder à escarificação da
superfície para melhor contato entre as camadas. As camadas devem ser o mais uniformes possível.
Como o cilindro de 12 cm de altura, cada camada deverá ter em torno de 4 cm de altura.
10) Após a compactação, retirar cuidadosamente o colar. Cuidar para que o solo não exceda de
1 cm da borda superior do cilindro e nem que o cilindro não fique totalmente preenchido.
11) Retirar o excesso de solo de tal maneira que o volume do solo seja igual ao volume do
cilindro.
12) Determinar a massa do solo + cilindro (g).
13) Colocar o cilindro no extrator de amostra e retirar o solo.
14) Determinar a umidade do solo compactado, retirando do interior do corpo de prova
(cilindro) uma amostra composta por parte do solo do terço superior, médio e inferior.
15) Obtida a umidade gravimétrica ( Ug ) e tendo-se a massa de solo úmido ( mSU ) do
cilindro do Proctor, calcular a massa de solo seco ( mSS ).
16) Obtidos os pares de valores de umidade (eixo X) e densidade do solo (eixo Y), plotar
gráfico e traçar as curva que melhor ajustam os pontos.
17) Determinar o valor da densidade do solo máxima (pico da curva) e a umidade ótima.
Cálculos
Exemplo 14. Determinar a curva de compactação com os dados obtidos no ensaio de Proctor
Normal de um Nitossolo Bruno do município de Painel/SC no horizonte A. Dados: volume do cilindro
padrão = 1000 cm³, massa do cilindro padrão = 2509,1 g e umidade inicial da amostra = 0,10 kg kg-1.
Tabela 16. Dados do ensaio de proctor normal segundo ABNT (NBR 7.182/86) para os cálculos da curva de
compactação de um Nitossolo Bruno no horizonte A, no município de Painel/SC.
Antes da compactação Após compactação Umidade
Solo úmido + Solo úmido +
Sub-amostras Água adicionada Solo úmido Lata Solo seco + lata
cilindro lata
mL ---------------------------------- g ---------------------------------------------
1 300 4.028,7 1.519,6 28,21 188,75 154,81
2 400 4.188,3 1.679,2 29,46 232,88 183,84
3 500 4.264,4 1.755,3 30,61 249,8 192,07
4 600 4.246,1 1.737,0 28,21 257,02 190,22
5 700 4.198,3 1.689,2 29,46 294,22 208,91
6 800 4.173,1 1.664,0 30,61 324,22 225,36
34
1519, 6
c) mInc 1196,53 g
1 0, 27
1198
d) Ds 1,196 g cm3
1000
Tabela 17. Resultados do ensaio de proctor normal segundo ABNT (NBR 7.182/86) para os cálculos da curva
de compactação de um Nitossolo Bruno no horizonte A, no município de Painel - SC.
Água adicionada UG Ds
Sub-amostra
mL kg kg-1 Mg m-3
1 300 0,27 1,20
2 400 0,32 1,27
3 500 0,36 1,29
4 600 0,41 1,23
5 700 0,48 1,14
6 800 0,51 1,10
1,35
1,30
Densidade do Solo (Mg m )
-3
1,25
1,20
1,15
1,05
0,27 0,30 0,33 0,36 0,39 0,42 0,45 0,48 0,51 0,54
-1
Umidade do Solo (kg kg )
Figura 5. Curva de compactação de um Nitossolo Bruno, localizado no município de Painel-SC, sobre campo
natural.
35
13. LIMITE DE LIQUIDEZ
Tabela 18. Valores de (N/25)0,12 correspondentes ao número de pancadas para a determinação do limite de
liquidez.
N (N/25)0,12 N (N/25)0,12
18 0,961 26 1,005
20 0,974 28 1,014
22 0,985 30 1,022
24 0,995 32 1,03
25 1 - -
Cálculos
a) Limite de liquidez:
0,12
N
LL WN
25
b) Umidade:
mSU mSS
WN 100*
mSS
36
Onde:
- mSU = massa da amostra úmida retirada após as pancadas (%);
- mSS = massa da amostra seca em estufa a 105 ºC (%).
Exemplo 17. Determinar o limite de liquidez com os dados obtidos no ensaio com a utilização
do “aparelho de Casangrande” de uma amostra do horizonte A de um Cambissolo Húmico do
município de Lages/SC.
Tabela 19. Dados do ensaio do limite de liquidez com o uso do “aparelho de Casagrande” de um Cambissolo
Húmico no horizonte A, no município de Lages/SC.
mLata mL+SU mL+SS
Repetição N
---------------------- g ----------------------
1 20 15,75 24,76 22,13
2 22 17,11 28,54 25,18
3 20 16,04 29,35 25,51
9, 01 6,38
a) WN 100* 41, 22 %
6,38
0,12
20
b) LL 41, 22 40,15 %
25
O Limite de Liquidez é representado pela média das três repetições. Para o Cambissolo Húmico,
os limites de liquidez das repetições foram 40,15, 41,01 e 39,49 % e a média de 40,22 %.
37
14. LIMITE E ÍNDICE DE PLASTICIDADE
Cálculos
a) Limite de plasticidade:
mSU mSS
LP(%) 100*
mSS
Onde:
- mSU = massa da amostra úmida no final da determinação do limite de plasticidade (%);
- mSS = massa da amostra seca a 105 ºC (%).
b) Índice de plasticidade:
IP(%) LL LP
Onde:
- LL = limite de liquidez (%);
- LP = limite de plasticidade (%).
c) Índice de Consistência
( LL Ugnat )
IC (%)
IP
Onde:
- Ugnat = Umidade natural do solo (%);
- IP = Índice de Plasticidade (%).
d) Índice de atividade:
IP
IA
% Argila
Onde:
- % Argila = porcentagem de argila da amostra.
38
Tabela 21. Classificação da atividade da argila do solo segundo Almeida (2005).
Atividade da Argila Índice de atividade
Normal IA < 0,7
Média 0,7 < IA < 1,5
Grande IA > 1,5
Tabela 22. Dados do ensaio do limite de plasticidade do horizonte A de um Cambissolo Húmico do município
de Lages/SC.
Lata Solo úmido + lata Solo seco + lata
Repetição
------------------------- g ---------------------------
1 16,29 18,83 18,21
2 17,02 19,18 18,68
3 17,77 20,10 19,52
2,54 1,92
a) LP 100* 32, 29 %
1,92
O Limite de Plasticidade é representado pela média das três repetições. Para o Cambissolo
Húmico as repetições foram 32,29, 30,12 e 33,14 % e o valor do LL é de 31,85 %.
(40, 22 23)
b) IC 2,15 %
8
Segundo Almeida (2005), o IC de 2,15% classifica o Cambissolo Húmico como um solo de
consistência dura.
8
c) IA 0, 24
33
Segundo Almeida (2005), o IA de 0,24 classifica o Cambissolo Húmico como um solo de
atividade normal.
39
15. LIMITE DE PEGAJOSIDADE
Cálculos
a) Limite de Pegajosidade
mSU mSS
LPeg (%) 100*
mSS
Onde:
- LPeg = Limite de Pegajosidade (%);
- mSU = massa da amostra úmida no final da determinação do limite de plasticidade (%);
- mSS = massa da amostra seca a 105º C (%).
27, 43 19,14
a) LPeg 100* 43,31 %
19,14
O Limite de Plasticidade é representado pela média das três repetições. Para o Nitossolo
Háplico, os LPeg das repetições foram 43,31, 41,96 e 41,49 % e o valor do LPeg é de 42,26 %.
40
16. VALORES DE REFERÊNCIA DOS ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO
Quadro 1. Propriedades físicas e parâmetros relacionados para avaliar a qualidade do solo (valores
críticos).
Parâmetro Valores críticos Fonte
Densidade do solo crítica 1,4 a 1,8 dependendo do conteúdo
Jones (1983)
Mg m-3 de argila
Veihmeyer & Hendrickson
1,4 a 1,6 (argila)
(1948)
Veihmeyer & Hendrickson
1,6 a 1,8 (franco; arenoso)
(1948)
1,25-1,30 (muito argiloso) Reichert et al (2003)
1,30-1,40 (Argila) Reichert et al (2003)
1,40-1,50 (franco argiloso) Reichert et al (2003)
1,56 (franco siltoso) Reichert et al (2003)
1,70-1,80 (franco arenoso) Reichert et al (2003)
Resistência à penetração 2,0 MPa Taylor & Gardner (1963)
2,5 MPa Lapen et al. (2004)
Porosidade de aeração 0,10 a 0,15 m3 m-3 Cockrooft & Olson (1997)
Água disponível 0,15 a 0,25 m3 m-3 Cockrooft & Olson (1997)
1 CC/PT = 0,66
Aeração/Porosidade Olness et al. (1998)
EA/PT = 0,34
Silva et al. (1994); Reichert et al
Intervalo hídrico ótimo Maior que zero
(2003)
41
17. TRANSFORMAÇÕES DE UNIDADES
1) Unidades de potenciais
101,325 Pa 101 kPa 0,1 MPa 1 atm 1,013 bar 76 cmHg 10,33 mH 2O
42
18. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
43
“Vale muito mais errar tentando fazer alguma coisa, do que acertar por omissão.
Quem optar por esta última decisão estará tão somente aumentando o
contingente dos pobres de espírito”
Neroli Cogo
44