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O LOCAL DE OCORRÊNCIA
A OCORRÊNCIA
A ocorrência emergencial (incidente) pode ser definida como um evento causado pelo homem ou por
um fenômeno natural, que pode colocar em risco a integridade de pessoas, o meio ambiente ou o patrimônio
e requer ações imediatas dos Serviços de Emergência.
CHAMADA DE EMERGÊNCIA
Dados a solicitar
1. Nome do solicitante;
2. Local da ocorrência;
3. Tipo de emergência;
4. Número de vítimas;
5. Riscos potenciais;
6. Necessidade de apoio especializado.
CHEGADA AO LOCAL DA OCORRÊNCIA
 Proteger a equipe de trabalho;
 Isolar e sinalizar o local;
 Garantir uma rápida saída do local para o transporte;
RECONHECIMENTO E AVALIAÇÃO DA CENA DE EMERGÊNCIA
Reconhecimento da situação, realizado pelo socorrista no momento em que chega no local da
emergência. O reconhecimento é necessário para que o socorrista possa avaliar a situação inicial, decidir o
que fazer e como fazer.
PASSOS PARA AVALIAR A CENA DE EMERGÊNCIA
A Avaliação da Cena de Emergência é o estudo rápido dos diferentes fatores relacionados à
ocorrência e indispensável para a tomada de decisão. Deve ser constante e não apenas no primeiro momento,
pois os fatores podem alterar-se com facilidade e rapidez.
Três passos para avaliar uma cena:
1. Qual é a situação atual? (estado atual das coisas):
 Consiste na identificação da situação em si. O que está ocorrendo, o que o Socorrista vê.
2. Para onde vai? (riscos potenciais):
 Análise da potencialidade ou de como a situação pode evoluir. Combustível derramado pode
explodir, um fio energizado, fogo que pode alastrar-se, um veículo que pode rolar um barranco, etc.
3. O que fazer para controlá-la? (operação e recursos adicionais):
 Identificação dos recursos a serem empregados, incluindo a solicitação de ajuda para atender
adequadamente a situação, levando-se em conta, rigorosamente, os dois passos dados anteriormente.
OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DA CENA DE EMERGÊNCIA
Fazer uma verificação inicial rápida do local, observando:
1. Natureza da ocorrência;
2. Número de vítimas; situação das vítimas;
3. Presença de algum perigo iminente, afastando-o ou minimizando-o;
4. Possibilidade de atuação e necessidade de apoio de unidades adicionais ou outros serviços de
emergências.
SEGURANÇA NO LOCAL DA OCORRÊNCIA
São prioridades para manter seguro o local de uma ocorrência:
1. Sinalizar o local;
2. Isolar o local evitando a interferência de curiosos;
3. Acionar o apoio necessário para eliminar os riscos no local.
SEGURANÇA PESSOAL
A primeira preocupação do Socorrista, no local da emergência, é com a sua segurança pessoal. O
desejo de ajudar as pessoas que têm necessidade de atendimento pode favorecer o esquecimento dos riscos
no local.
O socorrista deverá ter certeza de que está em segurança, ao aproximar-se da vítima e que
permanecerá em segurança, enquanto presta o atendimento.
Parte das preocupações do Socorrista com a segurança pessoal está relacionada com a própria proteção
contra as doenças infecciosas.
O Socorrista, avaliando ou prestando atendimento às vítimas, deverá evitar contato direto com o

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sangue do paciente e outros fluídos corpóreos, tais como vômitos, fezes, urina, suor, etc.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são aqueles que se destinam à proteção da integridade
física do socorrista, durante a realização de atividades onde possam existir riscos potenciais a sua pessoa.
TIPOS DE EPI
 Luvas apropriadas de vinil ou de látex;
 Máscara facial de bolso, com válvula e filtro para os procedimentos de ventilação artificial ou outro tipo
de máscara que impeça o contato com microorganismos veiculados pela respiração da vítima;
 Óculos protetores, para evitar o contato nos olhos com respingos de fluidos corporais, durante certos
procedimentos.
 Aventais e máscaras faciais descartáveis são outros itens importantes na proteção individual em
determinadas ocasiões.

BIOSSEGURANÇA

Conjunto de medidas tomadas para evitar contaminação e transmissão de infecções


SEGURANÇA DO SOCORRISTA
Procedimentos operacionais
1.1. Lavar as mãos antes e após qualquer contato com a vítima;
1.2. Utilizar sempre equipamento de proteção individual:
1.2.1. Óculos de proteção;
1.2.2. Luvas de procedimento;
1.2.3. Máscara descartável;
1.2.4. Evitar contato direto com fluidos corpóreos e secreções (sangue urina, fezes, vômito, esperma,
secreções vaginais, saliva).
UTILIZAR SEMPRE QUE NECESSÁRIO AVENTAL DESCARTÁVEL

SEGURANÇA DA VÍTIMA
Procedimentos operacionais
1.3. Lavar as mãos antes e após qualquer contato com a vítima;
1.4. Trocar as luvas de procedimentos antes de examinar outra vítima;
1.5. Descontaminar todo material antes de utilizar na próxima vítima;
1.6. Utilizar preferencialmente material estéril para curativo (compressas ou plásticos estéreis) em casos de
feridas abertas.
ATENÇÃO
 É de responsabilidade de todos os socorristas limitarem a possibilidade de infecção cruzada entre as
vítimas.
 No local da ocorrência recolher todo o material utilizado para o atendimento à vítima.
 Considerar toda vítima como provável fonte de transmissão de doença infecto-contagiosa.
NÃO EXISTE RAZÃO QUE JUSTIFIQUE O ESQUECIMENTO DAS PRECAUÇÕES PADRÃO DE
BIOSSEGURANÇA.

TÉCNICA DE VENTILAÇÃO
REANIMADOR MANUAL
1. Equipamento indicado para a ventilação artificial nos casos de depressão ou parada respiratória;
2. A recomendação atual sobre as especificações do reanimador manual é:
 Ausência de válvula de alívio de pressão; caso exista deve ser competente para permanecer fechada em
pressões inferiores à especificada;
 Reservatório para alta concentração de oxigênio;
 Presença de válvula unidirecional que não obstrua na presença de corpo estranho;

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Fig. A Fig. B Fig C


Capacidade de funcionamento em condições normais de pressão e temperatura, bem como em
situações adversas com altas temperaturas;
 Mecanismo unidirecional capaz de garantir fluxo interno máximo de 30 l/min.
3. Deve ser utilizado acoplado ao sistema de oxigenoterapia fixo ou portátil;
4. Preferencialmente, 2 socorristas devem fazer uso do ressuscitador manual, enquanto um mantém a
vedação da máscara com as duas mãos, o outro efetua a insuflação. Insuflar o suficiente para encher o
tórax da vítima. Hiperinsuflação tem como conseqüência a distensão gástrica e regurgitação. O emprego
incorreto poderá provocar ou agravar um pneumotórax;
5. Utilizar o equipamento de tamanho e volume adequado à idade da vítima. Em adultos, a recomendação
atual é de 6 a 7 ml/Kg (400 a 600 ml) de volume inspiratório se estiver acoplado a uma fonte de
oxigênio. Se não houver fonte de oxigênio acoplada ao reanimador, deve-se manter o volume de 10
ml/Kg (700 a 1000 ml).

ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA
Nos casos de depressão respiratória, onde não há
ventilação eficiente com conseqüente hipóxia, utilizar o
ressuscitador manual acoplado ao fluxo indicado de
oxigênio.
Depressão respiratória
Respiração superficial ou bradipnéia, acompanhada de
cianose, ansiedade, agitação:
 Vítima com idade acima de 8 anos com m.r.m. menor que 8;
 Vítima com idade entre 28 dias e 8 anos com m.r.m. menor que 12;
 Vítima com idade abaixo de 28 dias com m.r.m. menor que 24.

IDADE MODO FLUXO


0 a 28 dias Reanimador manual 3 l/min
28 dias a 8 anos Reanimador manual 5 l/min
Acima de 8 anos Reanimador manual 10 l/min

AVALIAÇÃO DE VÍTIMAS
PROCEDIMENTOS GERAIS NO LOCAL DA OCORRÊNCIA
1. Adotar as precauções universais no contato com a vítima (EPI apropriado);
2. Utilizar EPI;
3. Avaliar e assegurar a cena de emergência, precavendo-se, isolando ou eliminando riscos para si e para a
vítima;
4. Avaliar a Cinemática do Trauma e prever possíveis lesões nas vítimas de trauma;
CONTATO COM A VÍTIMA
Se a vítima estiver consciente o socorrista deve
1. Apresentar-se, dizendo o seu nome;
2. Indagar se pode ajudá-la (obtenha o consentimento).
3. Questionar sobre o ocorrido;
4. Questionar a sua queixa principal;
5. Informar que vai examiná-la e a importância de fazê-lo.
Ao avaliar a vítima observe

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1. Seqüência sistemática de avaliação da vítima (Análise Primária e Secundária);
2. Sinais e sintomas específicos de emergência médica ou de trauma apresentados pela vítima;
3. Indícios de lesão na coluna vertebral, sempre que a vítima sofrer um trauma, ou ainda quando for
encontrada inconsciente;
4. Conduta e/ou comportamento da vítima, atentando para qualquer alteração em suas condições em
quaisquer das etapas de avaliação.
ANÁLISE PRIMÁRIA
Processo ordenado para identificar e corrigir de imediato, problemas que ameacem a vida em curto
prazo.
ANÁLISE PRIMÁRIA
(A) Estabilizar a coluna cervical manualmente, verificar responsividade e verificar permeabilidade das vias
aéreas.
(B) Verificar respiração e ministrar oxigênio.
(C) Verificar circulação e hemorragias.
(D) Realizar exame neurológico sucinto.
(E) Expor a vítima (prevenir hipotermia).

(A) Estabilizar a coluna cervical manualmente, verificar responsividade e verificar permeabilidade das vias
aéreas.
1. Apoiar a cabeça da vítima para evitar movimentação (estabilização manual da coluna cervical) até a
colocação do colar cervical e protetor lateral de cabeça.
2. Chamar a vítima pelo menos três vezes (Ei, você está me ouvindo? Ei, você está bem? Ei, fala comigo?)
tocando em seu ombro sem movimentá-la.
Se a vítima estiver inconsciente, comunique imediatamente ao serviço de emergência governamental
1. Fazer abertura das vias aéreas, por uma das manobras:
 Manobra de elevação da mandíbula;
 Manobra de tração do queixo;
 Manobra de extensão da cabeça, nos casos em que não há suspeita de trauma de coluna cervical;
2. Fazer aspiração, caso haja vômito ou sangue nas vias aéreas;
3. Utilizar a cânula orofaríngea.
Se a vítima estiver consciente
 Verificar se as vias aéreas estão pérvias.
MANOBRAS
1. Manobra de Elevação da Mandíbula: (executada por equipe de Resgate em vítima de trauma).
a. Posicionar-se atrás da cabeça da vítima;
b. Colocar as mãos espalmadas lateralmente a sua cabeça, com os dedos voltados para frente, mantendo-a na
posição neutra;
c. Posicionar os dedos indicadores e médios das mãos, em ambos os lados da cabeça da vítima, no ângulo da
mandíbula;
d. Posicionar os dois dedos polegares sobre o mento (queixo) da vítima;
e. Simultaneamente, fixar a cabeça da vítima com as mãos, elevar a mandíbula com os indicadores e médios,
abrindo a boca com os polegares.
Observação
Esta manobra aplica-se a todas as vítimas, principalmente em vítimas de
trauma, pois proporciona ao mesmo tempo liberação das vias aéreas,
alinhamento da coluna cervical e imobilização. Na impossibilidade de
apoiar os cotovelos no solo, apóie-os na coxa.
2. Manobra de Tração do Queixo: (executada por socorrista
atendendo isoladamente uma vítima de trauma).
a. Apóie com uma das mãos a testa da vítima evitando que a
cabeça se mova;
b. Segurar o queixo da vítima com o polegar e o indicador da outra
mão e tracioná-lo para cima e em seguida efetuar a abertura da
boca.
Observação
Assim que possível, obtenha auxílio de outro socorrista para auxiliar na

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manutenção da abertura das vias aéreas e na estabilização da coluna cervical.
3. Manobra de Extensão da Cabeça: (executada em vítimas em
que não há suspeita de lesão raquimedular):
a. Posicionar uma das mãos sobre a testa e a outra com os dedos
indicador e médio tocando o mento da vítima;
b. Mantendo apoio com a mão sobre a testa, elevar o mento da
vítima;
c. Simultaneamente, efetuar uma leve extensão do pescoço;
d. Fazer todo o movimento de modo a manter a boca da vítima
aberta.
Observação
Este procedimento aplica-se apenas às vitimas que não possua indícios de ter
sofrido trauma de coluna vertebral, especialmente, lesão cervical.
(B) Verificar respiração e ministrar oxigênio
Empregar técnica de “ver, ouvir e sentir”, (7 a 10 segundos de
verificação):
 Se presente, ministrar imediatamente oxigênio à vítima;
 Se ausente, iniciar a ventilação artificial.
TÉCNICA
1. Empregar a técnica de “Ver, Ouvir e Sentir”, através da
seguinte forma:
a. Liberar as VAS da vítima através da manobra indicada;
b. Aproximar o ouvido da boca e nariz da vítima voltando a face
para seu tórax;
c. Observar os movimentos do tórax;
d. Ouvir os ruídos próprios da respiração;

Esta verificação deve durar de 7 a 10 segundos.

(C) Verificar circulação e hemorragias


Apalpe o pulso carotídeo em vítimas acima de 1 ano de idade
 No caso de vítimas com idade abaixo de 1 ano, palpar a artéria braquial.
Observações
Pulso carotídeo palpável indica uma pressão arterial sistólica no mínimo em 60 mmHg;
Pulso femural palpável indica uma pressão arterial sistólica no mínimo em 70 mmHg;
Pulso radial palpável indica uma pressão arterial sistólica no mínimo em 80 mmHg.
Na ausência de pulso central, iniciar a RCP, conforme o caso.

TÉCNICA

1. Em vítimas com idade superior a 1 ano, se deve palpar a artéria


carótida;
2. Em vítimas com idade inferior a 1 ano, se deve palpar a artéria
braquial;
3. Empregar os dedos indicador e médio;
4. Posicionar as polpas digitais na Proeminência Laríngea;
5. Deslizar lateralmente os dedos até o sulco entre a cartilagem e a
musculatura do pescoço;
6. Aliviar a pressão dos dedos até sentir o pulsar da artéria;
Esta verificação deve durar de 7 a 10
segundos.

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Verificar a perfusão capilar na extremidade
TÉCNICA
1. Pressione a polpa digital ou o leito ungueal (unha) e observe o retorno sanguíneo:

PERFUSÃO MOTIVADOR DE ALTERAÇÕES


Retorna-se em até 2 Normal
segundos
Retorna-se após 2 segundos Hemorragia intensa
Se não retorna Choque - PCR
Hemorragia interna ou externa devem ser suspeitadas quando houver constatação de irregularidade na
perfusão capilar.
Verificar a temperatura, coloração e umidade da pele na testa da vítima
A temperatura normal do corpo é de 36.2 a 36.8 ºC. A pele é responsável, em grande parte, pela
regulação desta temperatura, irradiando o calor através dos vasos sangüíneos subcutâneos e evaporando água
sob forma de suor.
Uma pele fria e úmida é indicativa de uma resposta do sistema
nervoso simpático a um traumatismo ou perda sangüínea (estado de
choque). A exposição ao frio geralmente produz uma pele fria e seca.
Uma pele quente e seca pode ser causada por febre, em uma doença,
ou ser o resultado de uma exposição excessiva ao calor, como na insolação.
A pele humana é a grande responsável pela regulação da
temperatura. Poderá apresentar-se: normal, quente, fria, seca ou úmida.
Utilize o dorso da mão colocada na testa da vítima. Remova parcialmente a
luva de procedimento expondo o dorso da mão para a verificação. Observe a face
da vítima durante a verificação:
Analise:
1. Temperatura e umidade da pele.
TEMPERATURA E UMIDADE DA PELE MOTIVADOR DE ALTERAÇÕES
Pele fria, pálida e úmida Perda sanguínea
Pele fria e seca Exposição ao frio
Pele quente e seca Insolação
Pele quente e úmida Hipertermia (febre), intermação

Analise ainda:
2. Coloração da pele.
A cor da pele depende primariamente da presença de sangue circulante nos vasos sangüíneos
subcutâneos.
Uma pele pálida, branca, indica circulação insuficiente e é vista nas vítimas em choque ou com infarto
do miocárdio. Uma cor azulada (cianose) é observada na insuficiência cardíaca, na obstrução de vias aéreas,
e também em alguns casos de envenenamento. Poderá haver uma cor vermelha em certos estágios do
envenenamento por monóxido de carbono (CO) e na insolação.
Alterações na coloração da pele podem indicar patologias (doenças) ou alterações vasculares
periféricas decorrentes de traumatismos. Em pessoas de raça negra, a cianose da pele deve ser verificada na
mucosa nasal e na parte interna dos lábios.

COR DA PELE MOTIVADOR DE ALTERAÇÕES


Pálida Choque hemodinâmico, ataque cardíaco, hemorragia.
Cianose (arroxeada) Deficiência respiratória, arritmia cardíaca, hipóxia, doenças pulmonares,
envenenamentos.
Icterícia (amarelada) Doença hepática (fígado)
Hiperemia (avermelhada) Hipertensão, insolação, alergias, diabetes, choque anafilático.

Verificar a presença de hemorragias que ameacem a vida


1. Visualizar a parte anterior do corpo da vítima;
2. Apalpar a parte posterior do corpo da vítima;

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3. Dispensar atenção inicialmente às hemorragias intensas, direcionando o exame da cabeça em direção aos
pés;
4. Procurar por poças e manchas de sangue nas vestes.

ATENÇÃO
 Roupas grossas de inverno podem absorver grande quantidade de sangue, assim como pisos porosos,
tais como terra, areia e grama onde o sangue pode ser facilmente absorvido.
 Iluminar locais escuros.
 Expor as vestes par avaliação.
(D) Realizar exame neurológico sucinto
AVDI
Normalmente, uma pessoa está alerta, orientada e responde aos estímulos verbais e físicos. Quaisquer
alterações deste estado podem ser indicativas de doença ou trauma.
O estado de consciência é provavelmente o sinal isolado mais seguro na avaliação do sistema nervoso
de uma pessoa. Uma vítima poderá apresentar desde leve confusão mental por embriaguez, até coma
profundo, como resultado de uma lesão craniana ou envenenamento. Serve para indicar se há ou não
comprometimento neurológico (como se fosse uma Escala de Coma de Glasgow simplificada) e fornecer
parâmetros para o socorrista definir a gravidade do caso.
 Alerta: está orientado no tempo, espaço e contexto > fornece informações corretas relativos à data e dia
da semana, sabe o próprio nome, indica para onde se dirigia no momento do acidente, está ciente de que
está envolvido em um acidente ou que apresenta um problema de saúde;
 Verbal: responde somente quando estimulado > abre os olhos quando o socorrista determina, mesmo
que torne a fechá-lo novamente; aperta a mão do socorrista quando ordenado;
 Doloroso: somente responde ao estímulo doloroso > quando estimulado através de fricção no esterno
apresenta respostas motoras que indicam o grau de comprometimento neurológico, em geral está
inconsciente ou incapaz de se comunicar com o socorrista;
 Irresponsivo: não apresenta nenhum tipo de resposta, mesmo sendo estimulado através de ordens
verbais ou dor. Apresenta um nível de consciência rebaixado indicando lesão cerebral grave.
(E) Expor a vítima (prevenir hipotermia)
Procedimentos Operacionais
1. Informar antecipadamente à vítima e/ou responsável sobre o procedimento que será efetuado.
2. Executar a exposição do corpo da vítima somente quando indispensável para identificar sinais de lesões
ou de emergências clínicas.
3. Evitar tempo demasiado de exposição, prevenindo a hipotermia.
4. Cobrir com manta aluminizada ou cobertor ou lençóis limpos.
5. Garantir privacidade da vítima, evitando expor desnecessariamente as partes íntimas de seu corpo.
6. Respeitar as objeções da vítima, por motivos pessoais, incluindo religiosos, desde que isso não implique
em prejuízo para o atendimento com conseqüente risco de vida.
7. Evitar danos desnecessários ao remover vestes e/ou calçados;
7.1. Quando necessário cortar vestes da vítima, utilizar tesoura de ponta romba, evitando meios de
fortuna que possam contaminar ou agravar ferimentos.
8. Relacionar os pertences do acidentado, mesmo danificados, e entregá-los no hospital, à pessoa
responsável pela vítima devidamente identificada ou à Chefia de Enfermagem, no hospital.
ATENÇÃO
 Pertences pessoais da vítima, mesmo roupas e/ou calçados danificados, devem ser arrolados em recibo próprio
e entregues à pessoa responsável ou à Chefia de Enfermagem no hospital.
O TÉRMINO DA ANÁLISE PRIMÁRIA DEVE-SE:
Verificar se a situação se enquadra no Transporte Imediato:
Procedimentos Operacionais
1. Procurar identificar uma das situações abaixo:
1.1. Obstrução respiratória que não pode ser facilmente permeada por métodos mecânicos;
1.2. Parada cardiorrespiratória;
1.3. Evidência de estado de choque;
1.4. Trauma de crânio;

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1.5. Dificuldade respiratória provocada por trauma no tórax ou face;
1.6. Ferimentos penetrantes em cavidades;
1.7. Queimadura da face;
1.8. Parto complicado;
1.9. Envenenamento;
1.10. Acidentes com animais peçonhentos;
1.11. Sinais de lesões internas geradas por trauma violento.
2. Solicitar SAV ou fazer transporte imediato:
2.1. Neste intervalo, aplicar, sempre que necessário, o colar cervical e prancha longa, e remover a vítima
para local seguro e arrejado.
3. Efetuar o transporte para o hospital em caráter de emergência.
3.1. Os procedimentos complementares de Suporte Básico deverão ser aplicados a vítima durante o
transporte.
Checar continuamente os sinais vitais e condições gerais da vítima durante o transporte.
ATENÇÃO
 Considerando que a vítima deve chegar ao hospital no menor tempo possível, sempre que houver
possibilidade o transporte deverá ser feito de helicóptero;
 Nos casos onde a Unidade de Suporte Avançado já esteja em deslocamento para o local, sua
chegada não deverá retardar a saída para o hospital em mais de 5 minutos.
Aplicar o Colar Cervical, nas vítimas de trauma, com técnica adequada.
IMOBILIZAÇÃO DA COLUNA
1. Escolher o colar cervical de tamanho apropriado, da seguinte forma:
1.1. Com o pescoço da vítima em posição neutra, usando os dedos, meça da base do pescoço (músculo
trapézio) até a base da mandíbula da vítima;
1.2. O colar cervical apropriado deverá ter a medida encontrada no plástico rígido na sua lateral.
APLICAÇÃO DO COLAR EM VÍTIMA SENTADA
1. Retirar qualquer vestimenta e outros adornos da área do pescoço da vítima.
2. Examinar pescoço da vítima antes de aplicar o colar cervical.
3. Socorrista 1:
3.1. Faz o alinhamento lentamente da cabeça e a mantém firme com uma leve tração para cima;
3.2. Na vítima inconsciente, mantém as vias aéreas permeáveis, usando a manobra de elevação da
mandíbula;
3.3. Na vítima consciente, realizar o apoio lateral de cabeça.
4. Socorrista 2:
4.1. Escolhe o colar cervical de tamanho apropriado;
4.2. Coloca o colar cervical iniciando pela parte do queixo, deslizando o colar sobre o tórax da vítima
até que seu queixo esteja apoiado firmemente sobre o colar (parte anterior);
4.3. Passa a parte posterior do colar por trás do pescoço da vítima até se encontrar com a parte anterior;
4.4. Ajusta o colar e prende o velcro observando uma discreta folga (1 dedo) entre o colar e o pescoço
da vítima.
5. Socorrista 1:
Mantém a imobilização lateral da cabeça.
APLICAÇÃO DO COLAR EM VÍTIMA DEITADA
1. Retirar qualquer vestimenta e outros adornos da área do pescoço da vítima.
2. Examinar pescoço da vítima antes de aplicar o colar cervical.
3. Socorrista 1:
3.1. Faz o alinhamento lentamente da cabeça e a mantém firme com uma leve tração para cima;
3.2. Na vítima inconsciente, mantém as vias aéreas permeáveis, usando a manobra de elevação da
mandíbula;
3.3. Na vítima consciente, realizar manualmente o apoio lateral de cabeça.
4. Socorrista 2:
4.1. Escolhe o colar cervical de tamanho apropriado;
4.2. Passa a parte posterior do colar por trás do pescoço da vítima;
4.3. Coloca a parte anterior do colar cervical, encaixando no queixo da vítima de forma que esteja
apoiado firmemente;
4.4. Ajusta o colar e prende o velcro observando uma discreta folga (1 dedo) entre o colar e o pescoço

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da vítima.
5. Socorrista 1:
5.1. Mantém a imobilização lateral da cabeça até que se coloque um recurso material para tal (cobertor,
imobilizador lateral).
ATENÇÃO
 Lembrar que mesmo com o colar cervical, a vítima pode movimentar a cabeça. A região cervical somente
estará com imobilização completa com o uso do imobilizador lateral de cabeça.
 O colar cervical deverá ter o tamanho adequado de forma a proporcionar alinhamento e imobilização
antero-posterior da coluna cervical.
 Em toda vítima de trauma deverá ser colocado o colar cervical, mesmo que o estado da vítima não seja
grave.
ATENÇÃO
1. A Análise Primária deve ser completada num intervalo entre 15 e 30 segundos.
2. Toda vítima encontrada inconsciente e que não haja informações precisas sobre a causa do problema que
apresenta deve ser tratada como portadora de lesão raquimedular.
3. Nas vítimas de trauma, manter a coluna cervical estável, em posição neutra, com aplicação do colar
cervical e protetor lateral de cabeça ou manual.
4. Não mover a vítima da posição que se encontra antes de imobilizá-la, exceto quando:
 Estiver num local de risco iminente;
 Sua posição estiver obstruindo suas vias aéreas;
 Sua posição impede a realização da análise primária;
 Para garantir acesso a uma vítima mais grave.
5. Para verificar a respiração, estando de capacete, retirá-lo, recolocando-o em seguida.

Iniciar a Análise Secundária através do exame dos sinais vitais


ANÁLISE SECUNDÁRIA
Processo ordenado que visa descobrir lesões ou problemas clínicos que, se não tratados, poderão
ameaçar a vida, através da interpretação dos achados na verificação dos sinais vitais, exame físico e na
entrevista. Através da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela vítima o socorrista poderá
determinar o tipo de emergência e os procedimentos operacionais específicos. Uma parte da análise é
objetiva, através do exame dos sinais vitais e do corpo da vítima (exame físico) e a outra é subjetiva, através
de dados colhidos em entrevista.
SINAIS VITAIS E SINAIS DIAGNÓSTICOS
Toda lesão ou doença tem formas peculiares de se manifestar e isso pode ajudá-lo no descobrimento
do tipo de problema que afeta a vítima. Estes indícios são divididos em dois grupos: os sinais e os sintomas.
Alguns são bastante óbvios, mas outros indícios importantes podem passar despercebidos, a menos
que você examine a vítima cuidadosamente, da cabeça aos pés.
SINAIS são detalhes que você poderá descobrir fazendo o uso dos sentidos – visão, tato, audição e olfato –
durante a avaliação da vítima. Sinais comuns de lesão incluem sangramento, inchaço (edema), aumento de
sensibilidade ou deformação; já os sinais mais comuns de doenças são pele pálida ou avermelhada, suor,
temperatura elevada e pulso rápido.
SINTOMAS são sensações que a vítima experimenta e é capaz de descrever. Pode ser necessário que o
socorrista faça perguntas para definir a presença ou ausência de sintomas. Pergunte à vítima consciente se
sente dor e exatamente onde. Examine a região indicada procurando descobrir possíveis lesões por trauma,
mas lembre-se de que a dor intensa numa região pode mascarar outra enfermidade mais séria, embora menos
dolorosa. Além da dor, os outros sinais que podem ajudá-lo no diagnóstico incluem náuseas, vertigem, calor,
frio, fraqueza e sensação de mal-estar.

SINAIS VITAIS
Refletem o estado atual dos sistemas respiratório e circulatório:
Verificar a freqüência respiratória e a qualidade da respiração;
Verificar a freqüência cardíaca e a qualidade do pulso;
Verificar a pressão arterial.

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FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA E QUALIDADE DA RESPIRAÇÃO

a) A respiração normal é fácil, sem dor e sem esforço;


b) Observar a expansão do tórax da vítima;
c) Palpar o pulso radial para evitar que a vítima perceba que o socorrista
está checando a respiração;
d) Observar os movimentos torácicos e contar durante 30 (trinta) segundos,
multiplicando-se por 2 (dois), obtendo a freqüência de movimentos
respiratórios por minuto (m.r.m.);
d. e) Se a respiração for irregular, contar durante 1 minuto;
e.
f.
Observar a qualidade da respiração, avaliando se:
 Normal;
 Superficial;
 Profunda;
 Rápida;
 Lenta.
Verificar tipo de respiração se:
 Regular;
 Simétrico;
 Ruídos anormais.

FREQUENCIA RESPIRATÓRIA NORMAL

RESPIRAÇÃO EM REPOUSO
NORMAL – de12 a 20 rpm
Idade acima de 8 anos LENTO – menor que 12 rpm
RÁPIDO – maior que 20 rpm
NORMAL – de 20 a 40 rpm
Idade entre 1 a 8 anos LENTO – menor que 20 rpm
FREQÜÊNCIA RÁPIDO – maior que 40 rpm
NORMAL – de 40 a 60 rpm
Idade abaixo de 1 ano LENTO – menor que 40 rpm
RÁPIDO – maior que 60 rpm

FREQÜÊNCIA CARDÍACA E QUALIDADE DO PULSO.


a) Pulso é a onda de pressão gerada pelo batimento cardíaco e propagada ao longo das artérias.
b) Em vítimas com idade superior a 1 ano, palpar o pulso radial e contar os batimentos cardíacos durante
30 (trinta) segundos, multiplicando-se por 2 (dois), obtendo a freqüência cardíaca por minuto.
c) Em vítimas com idade inferior a 1 ano, palpar o pulso braquial e
contar os batimentos cardíacos durante 30 (trinta) segundos,
multiplicando-se por 2 (dois), obtendo a freqüência cardíaca por
minuto
d) Se o pulso for arrítmico, palpá-lo durante 1 minuto
Avaliar a regularidade do intervalo entre os batimentos,
classificando em:
 Regular ou irregular.
Avaliar a intensidade do pulsar da artéria, classificando em:
 Fraco ou forte.
Avaliar a freqüência qualitativa, classificando em:
 Lento;
 Normal;
 Rápido.

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FREQUENCIA CARDÍACA NORMAL
PULSO EM REPOUSO
NORMAL – de 60 a 100 bpm
Idade acima de 8 anos LENTO – menor que 60 bpm
RÁPIDO – maior que 100 bpm
NORMAL – de 80 a 140 bpm
FREQÜÊNCIA Idade entre 1 e 8 anos LENTO – menor que 80 bpm
RÁPIDO – maior que 140 bpm
NORMAL – de 120 a 160 bpm
Idade abaixo de 1 ano LENTO – menor que 120 bpm
RÁPIDO – maior que 160 bpm
REGULAR – Intervalos entre os batimentos iguais
RITMO IRREGULAR – Intervalos entre os batimentos diferentes
FORTE – Batimentos facilmente palpáveis
INTENSIDADE FRACO – Dificuldade em sentir os batimentos cardíacos

ANORMALIDADES DE PULSO
COR DA PELE MOTIVADOR DE ALTERAÇÕES
Pulso rápido e forte Hipertensão, susto, medo
Pulso rápido e fraco Hemorragia, desidratação
Pulso ausente Parada cardíaca, lesão arterial

PRESSÃO ARTERIAL
É a pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes internas das artérias. É constituída por
duas mensurações: PA máxima (sistólica) e PA mínima (diastólica).
Sistólica: é a pressão máxima exercida pelo sangue contra as paredes internas das artérias durante a
contração do coração (sístole)
Diastólica: é a pressão mínima exercida pelo sangue contra as paredes internas das artérias durante o
relaxamento do coração (diástole)

TÉCNICA EMPREGADA PARA AFERIR A PRESSÃO ARTERIAL


1. Expor o braço da vítima acima do cotovelo, certificando-se de que não há compressão;
1. Fixar o manguito do esfigmomanômetro cerca de 04 (quatro) cm acima do cotovelo da vítima;
2. Posicionar o estetoscópio sobre a artéria braquial do mesmo braço da vítima;
3. Fechar a válvula e insuflar ar pela pêra até o manômetro marcar 200 mmhg;
4. Abrir a válvula lentamente, cerca de 5 mmhg no intervalo de 3 segundos;
5. O som do primeiro batimento indicará a pressão arterial sistólica;
6. Continuar permitindo a saída do ar;
7. O cessar do som dos batimentos indicará a pressão arterial diastólica;
8. Remover todo o ar, soltando o manguito,

ATENÇÃO
 Na impossibilidade de auscultar os batimentos, a pressão arterial sistólica poderá ser medida palpando-se
o pulso radial ou no membro inferior (pulso pedioso).
 Evitar verificar a PA várias vezes consecutivas no mesmo braço;
 Se a vítima for hipertensa e o socorrista começar a ouvir o som dos batimentos cardíacos logo que
desinflar o manguito, torne a inflá-lo acima dos 200 mmhg indicados.

VALORES NORMAIS DE PRESSÃO ARTERIAL


Idoso – acima de 50 140-160/90-100 mmHg
anos
Idade acima de 16 anos 120/80 mmHg
Idade – 16 anos 118/75 Idade – 6 anos 95/62
mmHg mmHg

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Idade – 12 anos 108/67 Idade – 4 anos 85/60
mmHg mmHg
Idade – 10 anos 100/65 RN (3Kg) 52/30
mmHg mmHg

O resultado poderá apresentar-se:


 Normal (normotenso);
 Alterado (hipertensão ou hipotensão);
 Na faixa etária adulta os valores limites de PA são: PAS 140 mmHg – PAD 90 mmHg.
AVALIAÇÃO DAS PUPILAS
As pupilas quando normais são do mesmo diâmetro e possuem contornos regulares.
Pupilas contraídas podem ser encontradas nas vítimas viciadas em drogas. As pupilas indicam um estado de
relaxamento ou inconsciência, geralmente tal dilatação ocorre rapidamente após uma parada cardíaca.
As pupilas desiguais são geralmente encontradas nas vítimas com lesões de crânio ou acidente
vascular cerebral. Na morte, as pupilas estão totalmente dilatadas e não respondem à luz.
 Observe: reatividade, igualdade e tamanho das pupilas.
Analise as alterações:
1. Observar a reação das pupilas à luz, classificando-as em: reativas ou arreativas;
2. Observar a simetria entre as pupilas classificando-as em: isocóricas ou anisocóricas;
3. Observar o tamanho das pupilas classificando-as em: midriáticas (midríase) ou mióticas (miose).

ALTERAÇÕES PUPILARES
TIPO MOTIVADOR DE ALTERAÇÕES
Midríase Morte cerebral
paralítica
Miose Uso de alguns tipos de drogas
Anisocoria Lesão cerebral localizada devido a TCE, AVC

EXAME DA CABEÇA AOS PÉS


Refere-se à apalpação e inspeção visuais realizadas pelo socorrista, de forma padronizada, buscando
identificar na vítima, sinais de uma lesão ou problema médico.
Proceder ao exame da cabeça aos pés, observando:
1. Cabeça:
 Ferimentos ou deformidades;
 Crepitação óssea;
 Secreção pela boca, nariz e/ou ouvidos;
 Hálito;
 Dentes quebrados, próteses dentárias;
2. Pescoço:
 Ferimentos ou deformidades;
 Estase jugular, comuns no pneumotórax hipertensivo e tamponamento pericárdico;
 Desvio de traquéia, comum em lesão direta no pescoço ou pneumotórax hipertensivo;
 Resistência ou dor ao movimento;
 Crepitação óssea;
 Enfisema subcutâneo, em conseqüência de lesão nas vias aéreas.
3. Tórax e costas:
 Ferimentos e deformidades;
 Respiração difícil;
 Alteração da expansibilidade;
 Crepitação óssea;
 Enfisema subcutâneo, em conseqüência de lesão nas vias aéreas.
4. Abdome:
 Ferimentos (contusões, escoriações, etc.);
 Dor à palpação;

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 Rigidez da parede abdominal (abdome em tábua).
5. Pelve e nádegas:
 Ferimentos ou deformidades;
 Dor à palpação;
 Crepitação óssea;
 Instabilidade da estrutura óssea.
6. Extremidades inferiores e superiores:
 Ferimentos ou deformidades;
 Pulso distal (extremidades superiores - artéria radial; extremidades inferiores - artéria pediosa);
 Resposta neurológica (insensibilidade, formigamentos) para avaliar lesão de nervos;
 Avaliar a motricidade e a força muscular para verificar lesão de nervos ou músculos;
 Perfusão capilar, para avaliar lesão arterial ou sinais de choque;
 Verificar temperatura e coloração da pele, para avaliar lesão vascular.
ENTREVISTA - ANÁLISE SUBJETIVA
 Colher dados com a própria vítima, testemunhas e/ou familiares, durante o atendimento,
concomitantemente com as demais avaliações, que possam ajudar no atendimento, usando a regra
mnemônica A M P L A:
(A) Alergias: a alimentos, medicamentos, pós, gases inalados, ou qualquer substância que saiba ser alérgico ou que
tenha tido contato;
(M) Medicamentos em uso: toma medicamento regularmente, prescrito por médico ou automedicação, tipo,
destinado a que problema; use as palavras “medicação” ou “remédio”, evite o uso da expressão “droga”, pois pode
inibir a pessoa ou quem esteja sendo questionado;
(P) Problemas antecedentes: sofre de alguma doença crônica (diabetes, cardíaco, renal crônico)? Já teve distúrbios
semelhantes? Quando? Como ocorre? Quais os sinais e sintomas presentes? Sofreu internações hospitalares?;
(L) Líquidos e alimentos ingeridos: quando comeu pela última vez? O que comeu? (alguns alimentos podem
causar conseqüências no organismo ou agravar a condição clínica da vítima. Além disso, se a vítima precisar ir para
a cirurgia, a equipe médica que vier a receber a vítima no hospital, precisa saber quando foi a última refeição);
(A) Ambiente, local da cena: elementos presentes na cena de emergência podem dar indicações do tipo de
problema apresentado, aplicadores de drogas, frascos de medicamentos, vômitos, presença de gases, etc.

Complemente a entrevista pesquisando circundantes e familiares, de forma discreta, de modo a colher


mais informações pertinentes ao estado da vítima.
CHECK LIST DA ANÁLISE PRIMÁRIA

ATIVIDADE COMO EXECUTAR PORQUE EXECUTAR


A posição da vítima e arredores serão a
Observe visualmente a Certifique-se da segurança para si e para
chave para descobrir sobre mecanismos da
vítima e a área a vítima. Observar as condições da cena
lesão e a história da vítima.
do acidente. e do ambiente.
Estabilize a cabeça da vítima
inicialmente. Estimule a vítima tocando Vítima conscientes permitem melhor
Verifique o estado de
levemente nos ombros e pergunte "você avaliação por parte do socorrista, respiram e
consciência da
está bem?". Se a vítima está consciente tem pulso. Vítimas inconscientes podem
vítima.
e responde ao seu chamado, pergunte-a necessitar de procedimentos específicos de
Identifique-se.
sobre o que aconteceu e sobre sua liberação de VAS e reanimação.
pessoa.
Se a vítima estiver Permitirá ao médico regulador decidir pelo
Solicite ao motorista da guarnição para
inconsciente, informe a acionamento de SAV para o local e agilizar
informar a Central de Operações
Central de Operações. a triagem para o hospital de referência.
Execute a manobra Abra as vias aéreas pela manobra de A abertura das vias aéreas é o primeiro
adequada para Tração do Queixo, se agindo passo essencial no tratamento da vítima. Se
liberação das vias isoladamente. Empregue a Manobra de houver suspeita de trauma cervical a
aéreas da vítima e Elevação de Mandíbula, se auxiliando manobra adequada evita o agravamento da
inspecione a cavidade no resgate. Use a Manobra de Extensão lesão. Imobilize a coluna permanentemente.

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oral. da Cabeça para os casos clínicos sem
suspeita de lesão cervical.

ATIVIDADE COMO EXECUTAR PORQUE EXECUTAR


Com as vias aéreas abertas, incline seu
ouvido sobre a boca e o nariz da vítima
A respiração poderá estar ausente, rápida ou
e tente ouvir e sentir a respiração.
lenta, superficial ou profunda, ou ainda,
Observe também se o peito da vítima
Verifique a respiração com esforço. A ausência da respiração
esta
da vítima. requer manobras de ressuscitação
movimentando-se.
imediatas, antes de qualquer outro
Se a vítima não respira, inicie
tratamento.
imediatamente a
respiração artificial.
Traumas ou emergências médicas podem
Utilize um equipamento de oxigênio
Ministre oxigênio por levar a vítima à hipóxia. A Administração
portátil quando estiver fora da viatura.
meio de máscara facial de oxigênio suplementar pode evitar lesão
Abra o registro, regule o fluxo adequado
ou cateter, conforme em importantes órgãos do corpo,
de oxigênio por minuto, instale uma
seja adequado para a especialmente os mais susceptíveis a
máscara facial ou cateter e observe a
vítima. hipóxia, como o cérebro, coração e
tolerância da vítima ao oxigênio.
pulmões.
O pulso carotídeo poderá estar ausente,
forte ou fraco, rápido ou lento, ou ainda,
São sinais de circulação: respiração, irregular. A ausência de pulso requer
tosse e movimento. Apalpe o pulso manobras de ressuscitação imediatas
Verifique a circulação carotídeo por cerca de 7 a 10 segundos (RCP), antes de
da vítima. Cheque o no lado do pescoço onde estiver qualquer outro tratamento. A
pulso carotídeo. posicionado. Se não houver sinais de impossibilidade de palpar o pulso carotídeo
circulação ou pulso carotídeo, inicie em vítimas que respiram indica uma
imediatamente a RCP. pressão sistólica abaixo de 60 mmHg, desse
modo, a vítima está em estado de choque
descompensado
Perfusão capilar adequada é aquela em que
Pressione a polpa digital da extremidade a irrigação retorna em até 2 segundos.
Verifique a circulação mais próxima e que não apresente Retorno sanguíneo após 2 segundos indica
da vítima. Cheque a lesões, como fraturas. Verifique o perda sanguínea. Se na há retorno
perfusão capilar. retorno sanguíneo ao soltar a sanguíneo podemos concluir que a vítima
compressão. está em choque ou parada cardíaca, ou
ainda há lesão arterial.
Exponha o dorso da mão e a coloque na
Verifique a circulação testa da vítima. Compare a temperatura
Alterações na temperatura, coloração e
da vítima. Cheque a da vítima com a sua e a classifique
umidade da pele refletem as condições do
temperatura, umidade e como normal, quente ou fria. Observe
sistema circulatório.
coloração da pele. ao mesmo tempo a coloração e a
umidade da pele.

Procure por sangramentos que


Hemorragias graves merecem atenção e
comprometam a vida do acidentado. Se
controle imediato, antes de qualquer outro
Verifique hemorragias houver sangramento externo grave,
tratamento posterior. A vida fica ameaçada
externas. controle imediatamente com
diante da perda de grandes
compressão direta sobre o ferimento.
volumes de sangue.
Use sempre luvas.

Execute uma avaliação Aplique a avaliação através da sigla Permite avaliar de forma rápida o status
neurológica sucinta. AVDI. Verifique estado de alerta, neurológico e orientar o socorrista na

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responsividade a comando verbal ou à tomada de decisão de Transporte Imediato
dor, ou ausência de resposta. ou Acionamento de SAV.
Exponha o acidentado, Para identificar sinais e sintomas de
mas previna tão logo Remova ou corte as vestes da vítima, de traumas ou de emergências médicas ou para
seja possível a forma técnica. determinar o tipo adequado de tratamento
hipotermia. para lesões traumáticas.
CHECK LIST DA ANÁLISE SECUNDÁRIA
ATIVIDADE COMO EXECUTAR PORQUE EXECUTAR

Apalpe todo o crânio, procure por


deformidades, ferimentos, edemas, Para identificar possíveis lesões na cabeça.
equimoses.

Observe ambas as pupilas, procure


por edemas, equimoses, lesões nas Para indicar possíveis lesões na cabeça, no
córneas ou pálpebras. próprio olho, uso de drogas, etc.

Pesquise a saída de sangue ou


líquor pelos condutos auditivos.
Certifique-se de que a vítima pode Para indicar possíveis perdas da audição, sinais
ouvir. Pesquise edemas ou de traumatismo crânio-encefálico ou ferimentos
equimoses atrás das orelhas. na cabeça.

Apalpe os ossos da face, o nariz e a


mandíbula da vítima. Procure
hemorragias, deformidades,
ferimentos, ou equimoses. Pesquise Para indicar possíveis lesões na cabeça: fraturas
por líquor no nariz. Verifique na de ossos faciais, fraturas no crânio, lesões na
boca possíveis lesões na língua, boca e mandíbula, ingestão de álcool, etc.
perda de dentes ou prótese, pesquise
o hálito.

Pesquise ferimentos ou
deformidades. Para indicar possíveis traumatismos na região da
Verifique a coluna cervical, coluna cervical.
pesquisando por edemas ou
deformidades.
Apalpe os ombros, a clavícula e a
escápula da vítima bilateralmente, Para indicar possíveis lesões na cintura escapular
procurando por deformidades, da vítima. Fraturas e/ou luxações nos ossos dos
ferimentos, hemorragias ou edemas. ombros.

Apalpe as regiões anterior e lateral


do tórax. Apalpe o esterno. Pesquise Para identificar sinais e sintomas de fraturas de
deformidades, fraturas, áreas de costelas ou esterno, feridas fechadas ou abertas
contusão ou edemas. Observe no tórax e possíveis problemas respiratórios.
movimentos respiratórios anormais.

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Apalpe e pesquise contusões ou
ferimentos abertos. Observe a Para indicar possíveis hemorragias internas,
sensibilidade e o tônus muscular. eviscerações, contusões e ferimentos abertos.

ATIVIDADE COMO EXECUTAR PORQUE EXECUTAR

Apalpe a região anterior, lateral e


posterior da pelve. Pesquise Para indicar possíveis lesões na região da pelve.
instabilidade, dor, ferimentos ou Fraturas e/ou luxações dos ossos da pelve.
hemorragias. Procure identificar Possíveis lesões nos órgãos genitais ou urinários.
lesões na região genital.

Apalpe os membros inferiores e


membros superiores. Pesquise por
ferimentos, hemorragias, Para identificar possíveis fraturas, luxações e
deformidades ou edemas. Cheque a entorses.
capacidade de movimentação, a Indicar sinais de traumatismos na coluna
sensibilidade. vertebral ou de traumatismos crânio-encefálico,
Compare com o membro não lesado. etc.

Aproveite a
manobra de
rolamento e apalpe Verificar presença de contusões, hematomas,
o dorso da vítima. inchaço local.

REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR
A obstrução das vias aéreas causadas por corpo estranho (OVACE) é um evento raro. Trabalhos
recentes mostram que nos Estados Unidos, o índice de óbito causado por OVACE é de 1,2 em 100.000
habitantes. Estes dados também são observados em outros países. Compare-se este índice com o de óbito
causado por doenças coronarianas: 198 em 100.000.
Dados estatísticos atuais mostram que adultos inconscientes apresentam normalmente obstrução sem a
presença de corpo estranho. A incidência de OVACE é muito menor em adultos quando comparados às
crianças.
A principal causa de obstrução em adultos inconscientes é o relaxamento da língua, que dificulta a
passagem do ar na faringe.
É fundamental entender que as manobras de desobstrução podem salvar a vida através de
procedimentos elementares. Por exemplo, as manobras manuais de tração do queixo liberam as vias aéreas
ao deslocarem anteriormente a língua. Porém, em situações em que o engasgamento total não pode ser
resolvido com a manobra de Heimlich, é altamente recomendável iniciar compressões torácicas contínuas.
PRINCIPAIS CAUSAS DE OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES
Obstrução causada pela língua: principal causa em vítimas inconscientes devido ao relaxamento da língua;

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Obstrução em glote: edema local por inalação de gases aquecidos, anafilaxia sistêmica, trauma causado por
tentativas de intubação traqueal sem sucesso;
Obstrução causada por hemorragia: epistaxe, ferimentos em cavidade oral, traumas cervical e de face,
(hemorragia digestiva alta);
Obstrução causada por meio fluido: água, secreções, líquido de estase proveniente do estômago;
Obstrução por corpos estranhos (OVACE): engasgamento por restos alimentares, corpos externos
introduzidos pela boca e/ou nariz, próteses quebradas, etc.
Obstrução por trauma: trauma cervical ou de face;
Obstrução por enfermidades: doenças da tireóide, neoplasias (câncer), epiglotite aguda infecciosa na
criança.
ADVERTÊNCIAS
Antes de realizar qualquer manobra de abertura ou desobstrução de vias aéreas observe o seguinte:
1. Em vítimas que respiram, ainda que com dificuldade, adotar o procedimento operacional específico;
2. Evitar a hiperextensão do pescoço e qualquer movimentação da cabeça da vítima encontrada
inconsciente e que não seja possível estabelecer a causa do problema existente ou das vítimas que
sofreram trauma, como precaução aos danos que possam ter sofrido na coluna vertebral,
3. A Elevação da Mandíbula é a manobra recomendada para ser empregada em vítimas com suspeita de
lesão na coluna cervical. Se o socorrista atua isoladamente deverá empregar a Manobra de Tração do
Queixo.
4. Em pacientes não-traumatizados, a combinação das manobras: tração do queixo e retificação das vias
aéreas (Manobra de Extensão da Cabeça) é considerada o método de escolha.
VÍTIMAS COM OBSTRUÇÃO PARCIAL
Procedimentos operacionais:
1. Observar se a vítima pode respirar, tossir, falar ou chorar
1.1. Em caso positivo:
1.1.1. Orientar para continuar tossindo e não interferir.
1.1.2. Deixar que a vítima encontre uma posição de conforto ou mantenha em decúbito elevado (semi-
sentado).
1.2. Em caso negativo, tratar a vítima como obstrução total.
2. Observar se o corpo estranho foi eliminado pela tosse
2.1. Se a obstrução parcial persistir e a vítima respirar:
2.1.1. Ministrar oxigênio por máscara facial;
2.1.2. Transportar a vítima sentada, numa posição confortável e aquecida;
2.1.3. Manter observação constante da vítima, incluindo sinais vitais.
VÍTIMA COM OBSTRUÇÃO TOTAL CONSCIENTE
(OVACE) idade acima de 1 ano
Procedimentos operacionais:
1. Observar se a vítima pode respirar, tossir, falar ou chorar
1.1. Em caso negativo:
Realizar repetidas compressões abdominais, até a desobstrução das vias aéreas. Caso a vítima se
torne inconsciente adotar as manobras de desobstrução correspondente.
2. Solicitar SAV ou fazer transporte imediato.

TÉCNICA DE COMPRESSÃO ABDOMINAL PARA VÍTIMA CONSCIENTE (Manobra de “Heimlich”)


Vítima consciente em pé ou sentada (somente casos clínicos)
Procedimentos operacionais:
1.1. Posicionar-se atrás da vítima;
1.2. Posicionar sua mão fechada com a face do polegar encostada na parede abdominal, entre o
apêndice xifóide e a cicatriz umbilical, Fig 06-02;
1.3. Com a outra mão espalmada sobre a primeira comprima o abdome num movimento rápido
direcionado para trás e para cima, Fig 06-03;
1.4. Repetir a compressão até a desobstrução ou a vítima tornar-se inconsciente, quando então será
executada a manobra correspondente.
Observar que nos casos de vítimas obesas ou gestantes no último trimestre, a compressão deverá ser
realizada no esterno na mesma posição em que se realiza a compressão torácica da RCP. (Fig. 6-04 A e B)
VÍTIMA COM OBSTRUÇÃO TOTAL INCONSCIENTE

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1. Posicionar a vítima em DDH.
2. Fazer abertura da vias aéreas com a manobra mais adequada e:
2.1. Abrir a boca da vítima;
2.2. Inspecionar a cavidade oral e se houver corpo estranho visível removê-lo com os dedos

Fig 06-02

Fig 06-01

Fig 06-03

Detalhe do posicionamento da mão


sobreposta

Fig 06-04 A
Fig 06-04 B

3. Verificar a respiração;
3.1. Se a respiração estiver ausente, tentar efetuar duas ventilações sucessivas;
3.2. Se não houver expansão torácica, efetuar nova manobra de abertura das vias aéreas (reposicionamento
da mandíbula), e tentar efetuar mais 2 (duas) ventilações sucessivas;
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3.3. Se não houver sucesso nas ventilações, efetuar 5 compressões manuais abdominais (ou esternais em
gestantes de último trimestre e vítimas obesas).
3.4. Inspecionar a cavidade oral e se houver corpo estranho visível removê-lo com os dedos.
4. Verificar se a vítima voltou a respirar espontaneamente.
5. Se a obstrução persiste e a vítima não respira espontaneamente:
5.1. Efetuar compressões manuais abdominais (ou esternais em gestantes de último trimestre e vítimas
obesas).
5.2. Inspecionar a cavidade oral e se houver corpo estranho visível removê-lo com os dedos.
5.3. Verificar se a vítima voltou a respirar espontaneamente. Se a respiração estiver ausente, iniciar
compressões torácicas contínuas;
6. Checar o pulso carotídeo após 01 minuto e, se ainda presente, continuar nas manobras de compressões
abdominais ou torácicas;
7. Tentar a seqüência completa de manobras antes do transporte, por:
7.1. Uma vez para vítimas abaixo de 8 anos;
7.2. Duas vezes para vítimas acima de 8 anos.
8. Se a obstrução não persiste e a vítima volta a
respirar
8.1. Ministrar oxigênio por máscara facial com
um fluxo de 10 l/min;
8.2. Mantê-la aquecida e colocá-la, quando
possível, em posição de recuperação
(decúbito lateral);
8.3. Monitorar os sinais vitais;
8.4. Informar a Central de Operações.
9. Se a obstrução não persiste, mas a vítima não
volta a respirar;
9.1. Proceder a manobras de ventilação
artificial;
9.2. Monitorar pulso carotídeo;
9.3. Informar a Central de Operações.

MANOBRAS DE DESOBSTRUÇÃO EM VÍTIMAS INCONSCIENTES


Manobra de Compressão Abdominal
1.1. Posicionar a vítima em decúbito dorsal horizontal numa superfície
rígida;
1.2. Posicionar-se de forma a apoiar os seus joelhos um de cada lado da
vítima na altura de suas coxas;
1.3. Colocar sua mão sobre o abdome da vítima de forma a apoiar a
região tenar e hipotenar da mão entre o apêndice xifóide e a
cicatriz umbilical;
1.4. Apoiar a outra mão sobre a primeira;
1.5. Comprimir o abdome num movimento rápido, direcionado para baixo e
cranialmente;

1.6. Efetuar 5 (cinco) compressões.


Manobra de Compressão Torácica

1.1. Posicionar a vítima em decúbito dorsal horizontal numa


superfície rígida;
1.2. Posicionar-se de lateralmente à vítima na altura dos seus ombros;
1.3. Apoiar suas mãos sobrepostas e com dedos entrelaçados no local
correspondente ao local para reanimação cardiopulmonar;
1.4. Comprimir o tórax da vítima em movimento rápido, direcionado
para baixo;
1.5. Efetuar 5 (cinco) compressões.
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Nas manobras acima, há risco de lesões internas de vísceras


Na vítima inconsciente e que apresentar parada cardíaca
executar as manobras de reanimação cardiopulmonar para a respectiva faixa etária.
Nesse caso, inspecione a cavidade oral todas as vezes que tiver de efetuar a ventilação artificial.
Não utilize cânula orofaríngea em uma vítima que apresenta obstrução respiratória.
ATENÇÃO
 Ministrar sempre O2, umidificado, acoplado ao reanimador manual.
 Caso o socorrista não obtenha êxito na desobstrução, transportar a vítima ao hospital
rapidamente, sem interromper a manobra correspondente de desobstrução das vias aéreas.
 Se a vítima em questão for vítima de trauma, manter a imobilização manual da cabeça e coluna
cervical, mantendo-a em posição neutra durante as tentativas de desobstrução das vias aéreas.
Utilizar a manobra de elevação da mandíbula e manter a vítima em decúbito dorsal horizontal
(DDH).
OVACE EM VÍTIMAS COM IDADE ENTRE 0 A 28 DIAS
Procedimentos operacionais:
1. Posicionar a vítima em DDH.
2. Liberar suas vias aéreas com a manobra mais adequada e:
2.1. Abrir a boca;
2.2. Visualizar o objeto;
2.3. Tentar remover com seu dedo qualquer objeto, desde que esteja visível.
3. Verificar a respiração:
3.1. Se a respiração estiver ausente tentar efetuar 2 (duas) ventilações.
3.2. Se não houver expansão torácica, efetuar nova manobra para liberar as vias aéreas e mais 2 (duas)
ventilações;
3.3. Verificar novamente a expansão torácica e, se não houver sucesso, adotar os seguintes procedimentos:
3.3.1. Posicionar a vítima de bruços em seu
antebraço apoiado em sua coxa; a cabeça da
vítima deverá estar em nível inferior ao
próprio tórax; segurando firmemente a cabeça
da vítima pela mandíbula, apoiando o lábio
inferior com o dedo indicador para manter a
boca aberta;
3.3.2. Efetuar 5 (cinco) pancadas, com a região
tenar e hipotenar da palma de sua mão, entre
as escápulas da vítima.
3.3.3. Colocar o antebraço livre sobre as costas da
vítima e virá-la para decúbito dorsal.
3.3.4. Manter a cabeça da vítima em nível inferior
ao próprio tórax, apoiando o braço sobre a
coxa.
3.3.5. Efetuar 5 (cinco) compressões esternais.
3.3.6. Abrir a boca, visualizar e tentar remover
qualquer objeto estranho visível.
3.3.7. Checar a respiração e, se ausente, efetuar 2
(duas) ventilações;
3.3.8. Após 1 (um) ciclo de manobras checar o
pulso braquial e, se ausente, iniciar a RCP.
3.3.9. Após 1 (um) ciclo de manobras checar o
pulso braquial e, se presente, prosseguir nas
manobras de tapas nas costas e compressão
no esterno.
ATENÇÃO
 No local, tentar uma única vez a seqüência completa.
 Cuidado com a intensidade das pancadas, pois poderá causar lesões internas.

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 Vítimas com idade acima de 1 ano em que se consiga apoiá-la no antebraço, pode ser realizada esta
manobra.
PARADA RESPIRATÓRIA - VENTILAÇÃO DE RESGATE
O ar atmosférico possui 21% de oxigênio. Dos 21% inalados, aproximadamente 5% são utilizados
pelo corpo e os 16% restantes são exalados, quantidade suficiente para manter viva uma vítima.
As técnicas não invasivas de ventilação, também chamadas de ventilação de resgate ou ventilação
de suporte utilizada pelo socorrista são: boca a boca, boca a máscara, boca a nariz, boca a boca e
nariz.
RISCOS E COMPLICAÇÕES DA VENTILAÇÃO DE RESGATE
1. Infecções: pelo contato direto com mucosa infectada;
2. Intoxicações: inalação ou contato com a boca que tenha ingerido ou inalado veneno;
3. Lesão cervical: utilização de manobra inadequada de liberação de vias aéreas;
4. Distensão gástrica: insuflação excessiva com escape de ar para o estômago.
VENTILAÇÃO ARTIFICIAL
Procedimentos operacionais:
1. Constatar inconsciência;
2. Fazer abertura das vias aéreas com a técnica mais adequada;
3. Constatar respiração ausente.
4. Efetuar 2 (duas) ventilações; se não houver expansão torácica na primeira ventilação, reposicione as
VAS e verifique se há obstrução se persistir, adote técnica de desobstrução em OVACE;
5. Colocar a cânula orofaríngea nas vítimas inconscientes, nos casos em que não há reflexo de vômito.
6. Verificar pulso carotídeo em vítimas acima de 1 ano e braquial em vítimas abaixo de 1 ano; se ausente,
realizar RCP .
7. Efetuar 1 (uma) ventilação a cada:
7.1. 5 ou 6 segundos: vitimas adultas ou acima de 12 anos (10 a 12 ventilações)
7.2. 3 a 5: vítimas com idade entre 28 dias e 12 anos (12 a 20 ventilações);
7.3. 2 segundos: vítimas com idade abaixo de 28 dias.
8. Checar pulso a cada 1 minuto, conforme item 6.
9. Auxiliar a ventilação com máscara e ressuscitador manual, quando verificar:
9.1. Presença de cianose;
9.2. Retrações e diminuição do nível de consciência tais como sonolência e agitação acentuada;
9.3. Respiração superficial ou bradipnéia:
9.3.1. Vítima com idade acima de 12 anos com m.r.m. menor que 8;
9.3.2. Vítima com idade entre 28 dias e 12 anos com m.r.m. menor que 12;
9.3.3. Vítima com idade abaixo de 28 dias com m.r.m. menor que 24.
9.4. Nesses casos, observar o fluxo de oxigênio respectivo.
ATENÇÃO
 Na presença de vômitos, em casos clínicos, girar a cabeça da vítima lateralmente; em casos de
trauma, girar a vítima em bloco ou a prancha lateralmente, se devidamente fixada.
 Utilizar o equipamento e fluxo de O2 adequados para ventilação.
 Evitar insuflar excessivamente para prevenir distensão gástrica e conseqüente regurgitação.
MÉTODO BOCA-A-BOCA
Vítimas com idade acima de 1 ano
Procedimentos operacionais:
1. Posicionar-se lateralmente à cabeça da vítima.
2. Certificar-se de que as vias aéreas da vítima estejam liberadas.
3. Posicionar a sua mão na região frontal do crânio da vítima, pinçando o seu nariz com o dedo indicador e
polegar.
4. Envolver totalmente a boca da vítima com sua boca (do socorrista) bem aberta, elevando o queixo com a
outra mão.
5. Respirar normalmente e insuflar ar até observar o tórax se elevar (1 segundo).
6. Soltar o nariz e afastar ligeiramente o rosto, mantendo as vias aéreas livres para que o ar saia (expiração).
7. Observar a técnica de ventilação adequada para cada caso.
VENTILAÇÃO BOCA A BOCA-NARIZ
Vítimas com idade inferior a 1 ano
Procedimentos operacionais:

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1. Posicionar-se lateralmente à cabeça da vítima.
2. Certificar-se que as vias aéreas da vítima estejam liberadas.
3. Envolver totalmente a boca e o nariz da vítima com sua boca (do socorrista) bem aberta.
4. Insuflar os pequenos pulmões apenas com o ar contido no interior de sua boca (bochechas), através de
um curto sopro, cessando ao observar a expansão do tórax.
5. Afastar sua face do rosto da vítima no intervalo das ventilações para permitir a saída de ar (expiração).
ATENÇÃO
 Utilizar este tipo de ventilação somente na ausência de outro recurso material.
 Manter a coluna cervical numa posição neutra ao realizar a ventilação no caso de vítimas de trauma.
 Na presença de vômitos, girar rapidamente a cabeça da vítima lateralmente e limpar os resíduos de sua
boca antes de reiniciar a ventilação, exceto nos casos de vítimas de trauma, situação em que a vítima
deve ser girada lateralmente em monobloco, protegendo sua coluna por inteiro.
 Na impossibilidade de abrir a boca da vítima, efetuar a insuflação de ar pelo nariz.
 Cuidado para não exceder a quantidade de ar insuflado; para tal, assim que o tórax começar a erguer,
cessar a insuflação.
VENTILAÇÃO BOCA A MÁSCARA
Procedimentos operacionais:
1. Posicionar-se atrás da cabeça da vítima.
2. Manter vias aéreas pérvias.
3. Posicionar a máscara corretamente sobre a boca e o nariz.
4. Colocar a máscara realizando abertura de suas bordas, proporcionando perfeita vedação com a face da
vítima.
5. Segurar a máscara com as duas mãos espalmadas, uma de cada lado da cabeça da vítima posicionando os
dedos como indicado na figura abaixo:
5.1. Dedo polegar na porção superior da máscara;
5.2. Dedo indicador na porção inferior da máscara;
5.3. Demais dedos elevando a mandíbula.
6. Insuflar ar com sua boca no local apropriado da
máscara, observando expansão torácica da vítima.
7. Permitir a expiração sem retirar a máscara da posição.

ATENÇÃO
 Manter as bordas da máscara com pressão
adequada para vedar a face, certificando-se que o ar não escape pelas laterais da máscara durante
as insuflações.
 Escolher a máscara de tamanho adequado à vítima.
VENTILAÇÃO COM REANIMADOR MANUAL
Procedimentos operacionais:
1. Posicionar-se atrás da cabeça da vítima.
2. Manter vias aéreas pérveas.
3. Posicionar a máscara corretamente sobre a boca e o nariz;
3.1. Colocar a máscara realizando abertura de suas bordas, proporcionando perfeita vedação com a face da
vítima.
4. Posicionar o reanimador manual da seguinte
forma:
4.1. Segurar a máscara com uma das mãos,
posicionando os dedos como indicado na
figura abaixo;
4.1.1. Dedo polegar na porção superior da
máscara;
4.1.2. Dedo indicador na porção
inferior da máscara;
4.1.3. Demais dedos elevando da
mandíbula.
4.2. Com a outra mão comprimir a bolsa do

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reanimador que deverá estar conectado à máscara e posicionado transversalmente à vítima.
5. Observar a elevação do tórax a cada insuflação.
6. Conectar uma fonte de oxigênio suplementar na entrada apropriada do balão ou válvula do reanimador oferecer
500 a 600 ml de volume ao paciente.
ATENÇÃO
 Ter cautela ao realizar a vedação da máscara para não fazer flexão da cabeça e obstruir as vias aéreas.
 Estar atento para a ocorrência de vômito, principalmente em máscaras não transparentes.
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
Reanimação Cardiopulmonar - RCP
A RCP é um procedimento de emergência aplicado quando constatamos que a vítima teve uma parada
das atividades do coração e do pulmão. Quando isso ocorre é possível ao socorrista, através da combinação
de compressões torácicas com ventilação de resgate, manter artificialmente a circulação e a respiração da
vítima até que haja um socorro médico adequado.
PRINCIPAIS CAUSAS
 Doenças cardiovasculares, afogamento, choque elétrico, trauma de crânio, etc.
OBSERVAÇÃO
Existem ainda fatores que contribuem indiretamente com os problemas cardíacos, tais como a
obesidade, a inatividade e o estresse.
DEFINIÇÃO DE MORTE
MORTE CLÍNICA: Uma vítima está clinicamente morta, quando cessa a respiração e o coração deixa de
bater;
MORTE BIOLÓGICA: Uma vítima esta biologicamente morta, quando as células do cérebro morrem.
Corresponde a morte encefálica.
SINAIS EVIDENTES DE MORTE
Procedimentos operacionais:
1. Decapitação;
2. Esmagamento completo de cabeça ou tórax com PCR;
3. Calcinação (tornar-se cinzas) ou carbonização (em forma de carvão);
4. Estado de putrefação ou decomposição;
5. Rigidez cadavérica (rigor mortis);
6. Apresentação de manchas hipostáticas (livor mortis);
7. Secção do tronco.
Em termos legais, somente um profissional médico poderá atestar que uma pessoa está
definitivamente morta.
CORRENTE DA SOBREVIVÊNCIA
Conceito da American Hearth Association sobre reanimação cardiopulmonar que estabelece uma
seqüência de procedimentos realizadas no menor tempo possível viabilizando a sobrevida após uma parada
cardiorrespiratória. Mostra a importância da integração dos diferentes elos, em especial a RCP e a
desfibrilação precoce.

1º ELO 2º ELO 3º ELO 4º ELO


1º ELO: acionamento rápido do Serviço de Emergência Médica, pela pessoa que assiste a emergência;
2º ELO: início da reanimação cardiopulmonar no tempo útil de até 4 minutos após a parada
cardiorrespiratória;
3º ELO: emprego do desfibrilador em até 6 minutos após a parada cardiorrespiratória; eficiente nos casos
em que a vítima apresenta fibrilação ou taquicardia ventricular. Se empregado no 1º minuto reverte 70% dos

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casos. Perde 10% da eficiência a cada minuto sem emprego;
4º ELO: assistência médica pré ou intra-hospitalar precoce após a retorno espontâneo da circulação

REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR
Para possibilitar a eficiente combinação da compressão torácica (massagem cardíaca externa) com a
respiração artificial (ventilação de resgate) é imprescindível aplicar a técnica adequada. Isto inclui o correto
posicionamento da vítima e do socorrista, a localização dos pontos de compressão e avaliação, a
permeabilidade das vias aéreas através da manobra mais indicada, e a adequada intensidade dos movimentos
e das insuflações de ar. Alguns sinais que podem indicar que a RCP está sendo corretamente aplicada:
retorno da coloração rósea da pele, presença de movimentos, tosse ou espasmos.
As técnicas de RCP diferem para vítimas dependendo da quantidade de socorrista e sua faixa etária.
A importância da RCP resume-se em duas funções: manter uma circulação sangüínea mínima num
tempo suficiente para retorno espontâneo da circulação através da desfibrilação precoce e, também, restaurar
o pulso em casos específicos (pacientes pediátricos, quase-afogamento, overdose).
ERROS MAIS FREQÜENTES NA APLICAÇÃO DA RCP
1. A vítima não está posicionada sobre uma superfície rígida;
2. A vítima não está em posição horizontal;
4. Não se executa adequadamente a manobra de liberação das vias aéreas;
5. A máscara não está perfeitamente selada e o ar escapa;
6. As narinas da vítima não estão fechadas na respiração boca-a-boca;
7. As mãos estão colocadas incorretamente ou em local inadequado sobre o tórax;
8. As compressões estão sendo realizadas muitas profundas ou demasiadamente rápidas;
9. A razão entre as ventilações e compressões está incorreta;
10. A RCP deixa de ser executada por mais de 5 segundos
A RCP DEVE CONTINUAR ATÉ QUE:
 Ocorra o retorno da respiração e circulação;
 Ocorra o retorno espontâneo da circulação (retorno do pulso), situação em que deverá ser mantida a
ventilação de resgate;
 A vítima seja entregue sob os cuidados da equipe de USA ou médica no hospital;
 Médico devidamente qualificado determine o óbito da vítima no local.
TÉCNICA DE COMPRESSÃO TORÁCICA EM VÍTIMAS ACIMA DE 12 ANOS (1 ou 2 socorristas)
Procedimentos operacionais:
1. Posicionar a vítima em DDH numa superfície rígida.
2. Posicionar-se lateralmente à vítima, na altura do seu tórax.
3. Localizar o ponto de compressão que consiste no cruzamento da linha dos mamilos e o esterno.
4. Ou, palpar o apêndice xifóide (extremidade inferior do osso esterno). Se houver dificuldade em localizá-
lo, palpar a última costela e seguir o rebordo costal até o centro do tórax onde se encontra o apêndice
xifóide. Colocar as suas mãos a uma distância de dois dedos acima do apêndice xifóide.
5. Apoiar a região tenar e hipotenar da mão no centro do esterno e a outra mão sobre a primeira.
6. Manter os braços estendidos, num ângulo de 90º com o corpo da vítima.
7. Comprimir o esterno cerca de 4 a 5 centímetros. Realizar a compressão com o peso de seu corpo e não
com a força de seus braços.
8. Realizar compressões no ritmo de 100 por minuto:
8.1. No caso de vítimas de trauma, ao deitá-la de costas, fazê-lo de forma a proteger ao máximo a coluna
da vítima;
8.2. Os dedos do socorrista, durante a compressão, não devem apoiar no peito da vítima, devem ficar
estendidos e entrelaçados.
8.3. Após cada compressão, aliviar totalmente o peso para que o tórax retorne à posição normal e permita o
enchimento sangüíneo das cavidades cardíacas (diástole), mas não perder o contato entre a base da
mão e o tórax da vítima.
8.4. Poderá ser verificadas a efetividade das compressões, por um segundo socorrista, com a palpação de
pulso carotídeo ou femoral.
TÉCNICA DE COMPRESSÃO TORÁCICA EM VÍTIMA COM IDADE ENTRE 1 E 12 ANOS
Procedimentos operacionais:
1. Posicionar a vítima em DDH numa superfície rígida.
2. Posicionar-se lateralmente à vítima, na altura do seu tórax.

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3. Localizar o ponto de compressão que consiste no cruzamento da linha dos mamilos e o esterno
4. Ou, Palpar o apêndice xifóide (extremidade inferior do osso esterno). Se houver dificuldade de palpá-lo
diretamente; palpar a última costela e seguir o rebordo costal até o centro do tórax onde se encontra o
apêndice xifóide. Colocar uma única mão a uma distância de dois dedos acima do apêndice xifóide. A
outra mão permanece apoiando a cabeça da vítima a fim de manter abertas as vias aéreas.
5. Apoiar a região tenar e hipotenar da mão no centro do esterno.
6. Manter o braço estendido, num ângulo de 90º com o corpo da vítima.
7. Comprimir o esterno 2,5 a 3,0 centímetros. Realizar a compressão com o peso de seu corpo e não com a
força de seus braços.
8. Realizar compressões no ritmo de 100 por minuto:
8.1. No caso de vítima de trauma, ao deitá-la de costas, fazê-lo de forma a proteger o máximo que puder a
coluna da vítima.
8.2. Os dedos do socorrista durante a compressão não devem apoiar no peito da vítima, devem ficar
estendidos.
8.3. Após cada compressão aliviar totalmente o peso para que o tórax retorne a posição normal e permita o
enchimento sangüíneo das cavidades cardíacas (diástole).
8.4. Poderá ser verificadas a efetividade das compressões, por um Segundo socorrista, com a palpação do
pulso carotídeo ou femoral.
TÉCNICA DE COMPRESSÃO TORÁCICA EM VÍTIMAS COM IDADE ABAIXO DE 1 ANO
Procedimentos operacionais:
1. Posicionar a vítima em DDH numa superfície rígida.
2. Posicionar-se lateralmente à vítima.
3. Traçar uma linha imaginária entre os mamilos.
4. Colocar o dedo indicador na linha imaginária.
5. Posicionar os dedos médio e anelar imediatamente abaixo do dedo
indicador.
6. Retirar o dedo indicador do tórax da vítima, mantendo-o apontado
para a linha imaginária;
7. Comprimir o esterno cerca de 1/3 a 1/2 da profundidade torácica da
vítima (cerca de 1,5 cm) usando a polpa digital dos dedos médio e
anelar.
7.1. Como opção para compressão torácica pode-se envolver o tórax da vítima com as duas mãos e
posicionar os dois polegares sobre o esterno (lado a lado) – Fig 6.1-A, ou (um sobre o outro) – Fig 6.1-
B, logo abaixo da linha dos mamilos; os outros dedos fornecem apoio necessário ao dorso da vítima;
esta técnica é recomendada se empregada com 02 (dois) socorristas utilizando equipamentos
auxiliares na reanimação (ressuscitador, cânula orofaríngea e oxigênio).
7.2. Após cada compressão, aliviar a pressão para que o tórax retorne à posição normal e permita o
enchimento passivo de sangue nas cavidades cardíacas;
7.3. Poderá ser verificada a efetividade da compressão, através de um segundo socorrista, palpando-se o
pulso braquial;
8. Realizar compressões no ritmo de:
8.1. 100 por minuto para vítimas com idade entre 1 a 12 anos;

Fig 6.1-A (Fonte: BRADY EMERGENCY CARE, 1995). Fig 6.1-B

8.2. 120 por minuto para vítimas com idade abaixo de 03 dias.

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ATENÇÃO
 No caso da compressão torácica com os 2 polegares, a técnica não é efetiva quando a vítima é grande
ou quando as mãos do socorrista são pequenas.
 A compressão não deverá ser realizada no apêndice xifóide ou acima da linha entre os mamilos.
RCP EM VÍTIMAS COM IDADE ACIMA DE 12 ANOS
Procedimentos operacionais:
1. Confirmar a PCR constatando:
1.1. Inconsciência;
1.2. Ausência de movimento respiratório; e
1.3. Ausência de pulso central (artéria braquial , abaixo de 1 ano e carotídeo, acima de 1 ano).
2. Informar a Central de Operações, solicitar SAV ou autorização para transporte imediato.
3. Posicionar a vítima em DDH sobre uma superfície rígida.
4. Efetuar 30 compressões torácicas, no ritmo de 100 compressões por minuto.
5. Efetuar 2 ventilações.
6. Manter as compressões e ventilações na freqüência 30:2.
7. Verificar o pulso central a cada 2 minutos (5 ciclos):
7.1. Se não houver pulso, RCP deve ser reiniciada pelas 30 compressões torácicas;
7.2. Se houver retorno do pulso, porém respiração ausente, iniciar a ventilação artificial.
ATENÇÃO
 O socorrista que ventila é responsável por avaliar a eficácia da compressão, controle do tempo e verificação
do pulso central.
 A troca de posição entre socorristas deve ser feita durante a verificação do pulso central, não devendo exceder a 5
segundos.
RCP EM VÍTIMAS COM IDADE ENTRE 1 a 12 ANOS
Procedimentos operacionais:
1. Confirmar a PCR constatando:
1.1. Inconsciência;
1.2. Ausência de movimento respiratório;
1.3. Ausência de pulso central (artéria braquial, abaixo de 1 ano e carotídeo, acima de 1 ano).
2. Informar a Central de Operações, solicitar SAV ou autorização para transporte imediato.
3. Posicionar a vítima em DDH sobre uma superfície rígida.
4. Efetuar 30 (1 socorrista) ou 15 (2 socorristas) compressões torácicas, no ritmo de 100 compressões por
minuto.
5. Efetuar 2 ventilação (1 ou 2 socorristas).
6. Manter as compressões e ventilação na freqüência 30:2 (1 socorrista) ou 15:2 (2 socorristas).
7. Verificar o pulso central e respiração a cada 2 minuto:
7.1. Se não houver pulso, a RCP deve ser reiniciada pelas 30 ou 15 compressões torácicas, conforme nº
de socorristas;
7.2. Se houver retorno do pulso, porém respiração ausente, iniciar e manter a ventilação artificial.
RCP EM VÍTIMAS COM IDADE ATE 03 DIAS
Procedimentos operacionais:
1. Confirmar a PCR constatando:
1.1. Inconsciência;
1.2. Ausência de movimento respiratório;
1.3. Ausência de pulso central (artéria braquial).
2. Informar a Central de Operações, solicitar SAV ou autorização para transporte imediato.
3. Posicionar a vítima em DDH sobre uma superfície rígida.
4. Efetuar 3 compressões torácicas, no ritmo de 120 compressões por minuto.
5. Efetuar 1 ventilação.
6. Manter as compressões e ventilação na freqüência 3:1.
7. Verificar o pulso central a cada 1 minuto:
7.1. Se não houver pulso a RCP deve ser reiniciada pelas 3 compressões torácicas;
7.3. Se houver retorno do pulso, porém respiração ausente, iniciar e manter a ventilação artificial.

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DIFERENÇAS DE POSICIONAMENTO DAS MÃOS DURANTE A RCP DE ACORDO COM A FAIXA ETÁRIA DA VÍTIMA

REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR COM EMPREGO DE DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO (DEA)


Procedimentos operacionais:
1. Efetuar análise primária.
2. Efetuar a RCP conforme situações já descritos , se a vítima estiver em PCR, até que o desfibrilador esteja
pronto e os terminais estejam conectados.
3. Solicitar Suporte Avançado ou fazer transporte imediato.
4. Posicionar o aparelho ao lado esquerdo da cabeça da vítima.
5. Fixar os terminais adesivos (eletrodos) nos locais indicados.
6. Interromper a RCP e pressionar o modo análise do DEA, mantendo afastadas as pessoas da vítima e da
maca.
7. Desfibrilar uma única vez, ou conforme recomendação do DEA, mantendo RCP por 5 ciclos ou 2’.
8. Checar pulso/ ritmo após 2 minutos ou 5 ciclos de RCP e, se ausente, efetuar RCP.
9. Checar pulso e, se ausente, pressionar o modo análise do DEA, mantendo afastadas as pessoas da vítima
e da maca.
10. Desfibrilar mais 1 vez, ou conforme recomendação do DEA, mantendo RCP por 5 ciclos ou 2’.
11. Checar pulso e, se ausente, efetuar RCP por 2 minutos.
12. Checar pulso e, se ausente, pressionar o modo análise do DEA, mantendo afastadas as pessoas da vítima
e da maca.
13. Desfibrilar mais 1 vez se necessário, conforme recomendação do DEA.
14. Checar pulso e, se ausente efetuar a RCP, realizando o transporte imediato ou aguardando a Suporte
Avançado.
OBSERVAÇÃO
Caso o choque não seja recomendado, checar pulso e, se ausente, reiniciar a RCP, realizando o
transporte imediato ou aguardando a Suporte Avançado.
Se não houver respiração e houver pulso, manter as vias aéreas pérvias e respiração artificial.
ATENÇÃO
 O DEA somente deverá ser empregado por pessoa treinada e habilitada.
 Não usar o DEA em vítimas com idade abaixo de 01 ano.
 Não utilize o DEA em locais molhados e mantenha o tórax do paciente seco.
 A maior chance de sobrevida ocorre quando o DEA é utilizado dentro dos primeiros 6 minutos.
 Mantenha as pessoas afastadas e não permita contato físico com a vítima ou com a maca durante o
processo de análise e choque.
 Não utilizar rádio (da Viatura ou HT) a menos de 2 metros da vítima durante a análise ou os choques.
 Não há necessidade de verificar o pulso apos o choque a não ser que haja um alerta de "choque não
indicado".
 Caso ocorra PCR durante o transporte, realizar RCP.
 Em pacientes com hipotermia não efetuar mais de 03 choques. O coração não responde adequadamente a
desfibrilação. Os choques subseqüentes somente poderão ser ministrados quando a vítima apresentar

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uma temperatura corporal mínima de 30 Cº.
 A segurança da utilização e eficácia do DEA depende de uma manutenção adequada.
 Lançar em relatório a realização de RCP com o uso do DEA.
 Nas emergências traumáticas a PCR é geralmente produzida por lesões cardíacas graves e
associadas a outras lesões no organismo que requerem tratamento médico hospitalar imediato.
Priorize o transporte.
 Informar à equipe médica (USA ou Hospital) a utilização do DEA e a quantidade de choques
aplicados na vítima.
 Procedimento autorizado conforme Parecer CRM nº 67.245/00.
 Se o socorrista estiver sozinho e presenciar uma Parada Cardíaca Súbita (PCS), em vitima acima de 1 ano, deve-
se primeiro acionar (ou pedir) o socorro e depois iniciar RCP. Se a PCS não for testemunhada, executar 5 ciclos
de RCP e antes de usar o DEA.
 Em crianças de 1 a 8 anos usar DEA com doses pediátricas através de pás/sistema infantis.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
1. Os ciclos de reanimação iniciam-se com a compressão torácica e terminam com a ventilação artificial;
2. Após checagem de pulso ao término dos ciclos, estando este ausente, deve o socorrista reiniciar a RCP
com as compressões torácicas;
3. Quando efetuando a RCP com 2 socorristas, a fim de manter um controle da freqüência de compressões
e os ciclos de RCP, utilizar a seguinte regra:
 O socorrista que ventila conta os ciclos;
 O socorrista que efetua as compressões marca somente o ritmo das compressões
4. O socorrista que ventila é quem checa o pulso ao término dos ciclos;
5. Marcação de ritmo para vítima com idade acima de 8 anos: um, dois, três, quatro, cinco ... quinze;
6. Em geral, na RCP em vítima acima de 8 anos, exige-se a aplicação de 5 ciclos de 30x2 no tempo de 2
minutos para se atingir corretamente a técnica proposta para a reanimação;
7. Em situações de trauma, o colar cervical deve ser aplicado em qualquer momento antes da
movimentação da vítima para a prancha longa por socorrista que não esteja empenhado na RCP. Ex: o
motorista de resgate.
TROCA DE SOCORRISTAS DURANTE A RCP
A troca de socorrista é benéfica, pois se sabe que a qualidade da RCP deteriora em função do tempo. O
gráfico abaixo ilustra a queda na qualidade das compressões torácicas em função do tempo.
1. Os socorristas devem determinar um sinal convencional para a troca;
2. Ao término dos ciclos, aquele que efetua as compressões assume o local da ventilação e checa o pulso,
informa sua presença ou não;
3. Ao término dos ciclos, o socorrista que ventila se posiciona junto ao tórax da vítima, localiza o ponto de
compressão e posiciona corretamente as mãos; depois de informado que não há presença de pulso,
inicia-se a compressão torácica.

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FLUXOGRAMA

ANÁLISE PRIMÁRIA

PULSO AUSENTE

R.C.P. (até conexão do DEA)

PRESSIONAR ANÁLISE
FUNCOR - SP

não
R.C.P. e indicado
TRANSPORTE IMEDIATO CHOQUE

indicado

DESFIBRILAR ATÉ 3 VEZES 2X


(conforme indicado pelo DEA)

presente
TRANSPORTE IMEDIATO CHECAR
PULSO

ausente
R.C.P. por 1 minuto

presente
CHECAR
PULSO

ausente

APÓS 3 CICLOS DE DESFIBRILAÇÃO,REINICIAR RCP E


PROVIDENCIARTRANSPORTE IMEDIATO

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SITUAÇÕES EM QUE O SOCORRISTA NÃO INICIARÁ A RCP


1. Nos casos em que a vítima apresentar sinais de morte evidente:
 Decapitação;
 Esmagamento completo de cabeça ou tórax;
 Calcinação;
 Presença de sinais tardios de morte como rigidez cadavérica, putrefação, manchas hipostáticas;
 Seccionamento do tronco.
2. Determinação por médico (morte atestada por médico no local);
3. Classificação como críticos inviáveis na triagem de vítimas (classificação cinza pelo método START), até
que todas as vítimas classificadas como vermelhas e amarelas tenham sido atendidas.
CASOS DE INTERRUPÇÃO DA RCP
1. A vítima recuperar e manter o pulso espontaneamente (providenciar ventilação, quando
necessária);
2. Durante a substituição ou troca de posição de socorristas ou para a movimentação da vítima (não exceder
5 segundos);
3. Durante a verificação do pulso e respiração (entre os ciclos ou a cada 2 minutos);
4. A vítima é entregue aos cuidados da equipe médica (Hospital ou Suporte Avançado);
5. Determinação de interrupção da RCP por médico no local.
Quando não for iniciada ou for interrompida definitivamente a RCP, o caso deverá constar em relatório,
inclusive com o nome e CRM do médico, se for o caso.

MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE ACIDENTADOS


ABORDAGEM E MOVIMENTAÇÃO DE POLITRAUMATIZADOS
Não mover a vítima da posição que se encontra antes de imobilizá-la, exceto quando:
1. Estiver num local de risco iminente;
2. Sua posição estiver obstruindo suas vias aéreas;
3. Sua posição impede a realização da análise primária;
4. Para garantir acesso a uma vítima mais grave.
Demonstração e prática
ROLAMENTO EM MONOBLOCO COM TRÊS SOCORRISTAS
Procedimentos Operacionais Padrão:
1. Socorrista 1: segura a cabeça da vítima.
2. Socorrista 2: posiciona-se na lateral da vítima, na altura do tronco, colocando uma das mãos no ombro
contralateral e a outra mão na região pélvica contralateral.
3. Socorrista 3: posiciona-se na mesma lateral que o Socorrista 2, na altura dos membros inferiores da
vítima; coloca uma das mãos na região pélvica, numa posição acima da mão do Socorrista 2 e a outra
mão na altura do terço médio da perna.
4. Socorrista 1: após certificar-se que todos estão na posição correta, faz a contagem combinada pela equipe
em voz alta e todos ao mesmo tempo, efetuam o rolamento em monobloco da vítima.
5. Socorrista 2: retira a mão da região pélvica e traz a prancha para próximo da vítima e em seguida retorna
a mão para a mesma posição.
6. Socorrista 1: comanda o rolamento em monobloco da vítima para colocá-la sobre a prancha longa.
7. Socorrista 1: mantém a estabilização da coluna cervical, durante todo o procedimento.
8. Socorristas 2 e 3: ajustam, se necessário, a posição da vítima na prancha, em movimentos longitudinais,
apoiando a região dos quadris e ombros.
9. Socorrista 1: realiza imobilização lateral da cabeça.
10. Socorristas 2 e 3: prendem os tirantes nas seguintes posições:
10.1. Na altura das axilas e cruzando, sem envolver os membros;
10.2. Na altura das cristas ilíacas;
10.3. Na altura dos joelhos.
Método alternativo
LEVANTAMENTO EM MONOBLOCO COM QUATRO SOCORRISTAS
Procedimentos Operacionais Padrão:
1. Socorrista 1: posiciona-se acima da cabeça da vítima e de frente para o corpo e segura a cabeça dela.

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2. Socorrista 2: em pé, posiciona-se sobre a vítima colocando uma perna de cada lado da vítima e segura-a
pelos ombros.
3. Socorrista 3: em pé, posiciona-se sobre a vítima colocando uma perna de cada lado da vítima na altura
das coxas e segura a vítima pela região pélvica.
4. Socorrista 4: posiciona-se de frente para o Socorrista 1 e segura os membros inferiores da vítima na
altura dos tornozelos.
5. Socorrista 1: após certificar-se que todos os socorristas estão na posição correta, faz a contagem
conhecida pela equipe em voz alta e todos, ao mesmo tempo, levantam a vítima em monobloco. Ao
segundo comando do Socorrista 1 deslocam-se lateralmente para colocar a vítima sobre a prancha
longa.
6. Socorrista 1: realiza imobilização lateral da cabeça.
7. Socorristas 2 e 3: prendem os tirantes nas seguintes posições:
7.1. Na altura das axilas e cruzando, sem envolver os membros;
7.2. Na altura das cristas ilíacas;
7.3. Na altura dos joelhos.
TÉCNICA DE IMOBILIZAÇÃO DA VÍTIMA TRAUMATIZADA EM PÉ
Procedimentos Operacionais Padrão:
1. Socorrista 1: aborda a vítima pela frente e estabiliza a coluna cervical explicando o procedimento que
será efetuado;
2. Socorrista 2: aborda a vítima por trás e assume a estabilização da coluna cervical;
3. Socorrista 1: aplica o colar cervical;
4. Socorrista 3: ao término da aplicação do colar cervical, posiciona a prancha atrás da vítima apoiando-a
no tornozelo, no glúteo e nas escápulas;
5. Socorristas 1 e 3:
5.1. Posiciona-se lateralmente à prancha longa, de frente para a vítima; introduzem seu antebraço sob as
axilas da vítima apoiando e segurando a prancha pelo vão imediatamente superior ao ombro da vítima;
5.2. Com as mãos que ficaram livres, seguram a vítima pelo braço;
5.3. Mantém-se com um pé paralelo à parte inferior da prancha longa e o outro pé a um passo atrás;
5.4. Sob contagem de um dos socorristas, deslocam-se lentamente dois passos à frente, flexionando no
segundo passo o joelho mais próximo à prancha longa, Segurando-a até que esta apóie no solo;
6. Socorrista 2: mantém a estabilização da coluna cervical durante a descida da prancha longa;
7. Socorristas 1, 2 e 3: ajustam, se necessário, a vítima à prancha longa.

ROLAMENTO EM MONOBLOCO COM VÍTIMA EM DECÚBITO VENTRAL


Procedimentos Operacionais Padrão:
1. Socorrista 1: posiciona-se de joelhos acima da cabeça da vítima, estabilizando sua coluna cervical,
segurando-a pela mandíbula.
2. Socorrista 2: examina o membro superior do lado ao qual será efetuado o rolamento e o posiciona ao
longo do corpo ou acima da cabeça da vítima, realizando a menor movimentação possível.
3. Socorrista 3: posiciona a prancha longa ao lado da vítima mantendo a distância adequada para o
rolamento.
4. Socorrista 2: posiciona-se de joelhos na altura do tórax da vítima segurando-a pelo ombro e coxa
opostos.
5. Socorrista 3: posiciona-se de joelhos na altura da perna da vítima, segurando-a pela região pélvica e na
altura da panturrilha.
6. Socorristas 1, 2 e 3: sob comando de um dos socorristas, efetuam o rolamento em monobloco até que
esteja posicionada lateralmente (90 graus);
7. Socorristas 2 e 3: ajustam sua posição e completam a manobra de rolamento posicionando a vítima em
decúbito dorsal sobre a prancha.
8. Socorrista 3: reposiciona o membro superior da vítima ao longo do corpo, se necessário.
ATENÇÃO
 Preferencialmente utilizar o primeiro método; o método alternativo deve ser empregado quando não for
possível o rolamento em monobloco.
 Ao realizar o método alternativo, deve-se tomar cuidado de escolher o lado correto para efetuar o giro,
deixando o lado com traumas ou fraturas livre para cima.

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 A vítima deve estar sempre bem fixa à prancha para evitar acidentes e também, se houver necessidade,
movimentá-la rapidamente sem perder a imobilização da coluna.
 Para centralizar a vítima na prancha, usar técnica dos socorristas a cavaleiro com elevação da vítima e
reposicionando a prancha.
 Cuidado com a imobilização torácica para não restringir o movimento respiratório.
 Sempre que possível o rolamento da vítima deverá ser efetuado sobre a prancha longa evitando dupla
movimentação do acidentado.
TÉCNICA DE RETIRADA DO CAPACETE
Procedimentos Operacionais Padrão:
1.1. Solta ou corta o tirante do capacete, enquanto o Socorrista 1 mantém a tração;
1.2. Coloca o polegar e o indicador de uma das mãos segurando a mandíbula e com a outra na parte
posterior do pescoço, na altura da região occipital, fixando a coluna cervical.
2. Reposicionar a vítima, se necessário, da seguinte maneira:
2.1. Socorrista 2: mantém a coluna cervical estabilizada;
2.2. Socorristas 1 e 3: efetuam a manobra de rolamento em monobloco
3. Socorrista 1:
3.1. Remove o capacete da cabeça da vítima, atentando para os seguintes itens:
3.1.1. Capacete oval: é necessário alargá-lo com as próprias mãos, mantendo-o dessa forma durante
todo o processo de retirada, para que ele não traumatize as orelhas da vítima e seja mais fácil a
retirada.
3.1.2. Capacete que cobre toda a face da vítima: remova primeiro o visor e erga a parte da frente do
capacete ao tirá-lo, para que não traumatize o nariz.
4. Socorrista 2:
4.1. Mantém a coluna cervical estável, enquanto o Socorrista 1 remove o capacete;
5. Socorrista 1: depois de retirar o capacete, assume posição para realizar manobra de elevação da
mandíbula (vítima inconsciente), considerando que a vítima esteja deitada.
6. Socorrista 2:
6.1. Coloca o colar cervical no pescoço da vítima, com técnica adequada.
ATENÇÃO
 A retirada do capacete deve ser feita o mais precocemente possível.
 Permite-se a retirada do capacete com a vítima em outra posição que não em decúbito dorsal se ela
estiver presa em algum lugar impedindo o rolamento.
 Não retirar o capacete se houver objeto transfixando o mesmo.
 Não retirar o capacete se a vítima queixar-se de dor em coluna cervical; nesse caso transportá-la com o capacete
fixo a prancha.
UTILIZAÇÃO DO COLETE IMOBILIZADOR DORSAL (KED)
Procedimentos Operacionais Padrão:
1. Verificar se a vítima está sentada e A B C D estáveis.
2. Socorrista 1: realiza estabilização da coluna cervical, liberando as vias aéreas;
3. Socorrista 2:
3.1. realiza a colocação do colar cervical;
3.2. prepara o colete imobilizador;
4. Socorrista 1 e 3: em movimento monobloco, posicionam o corpo da vítima à frente para permitir a
colocação do colete imobilizador.
5. Socorrista 2: passa a mão nas costas da vítima até a região lombar para procurar ferimentos, fragmentos
de vidro, pedaços de lataria ou possível armamento.
6. Socorrista 2: coloca o colete imobilizador entre a vítima e o encosto, ajustando-o de maneira que as abas
laterais fiquem sob as axilas.
7. Socorristas 2 e 3:
7.1. Passam os tirantes do colete, na seguinte ordem:
7.1.1. Tirante abdominal (do meio);
7.1.2. Tirante pélvico (inferior);
7.1.3. Tirante torácico (superior), sem ajustá-lo demasiadamente;
7.1.4. Tirantes dos membros inferiores, passando-os de fora para dentro por baixo, um de cada lado;

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7.1.5. Em seguida coloca a almofada entre a cabeça e o colete corrigindo a distância existente entre
eles;
7.1.6. Fixa a cabeça com os tirantes da testa e queixo;
7.2. Ajustar o tirante torácico;
7.3. Revisar os tirantes;
7.4. Se possível, coloque um cobertor dobrado entre os membros inferiores e fixe-o com bandagem
triangular na altura do tornozelo, abaixo do joelho e no terço médio da coxa;
7.5. Restringir os pulsos da vítima com bandagem triangular, antes de removê-la.
ATENÇÃO
 Este procedimento deve ser aplicado apenas em vítimas que estejam sentadas com A B C D estáveis;
 Não fixar o tirante pélvico no caso de vítima gestantes e obesos extremos.
 Todos os tirantes devem estar bem fixos e deve-se evitar que fiquem com as pontas soltas, pois podem enroscar
e dificultar a movimentação da vítima.

PASSAGEM DA PRANCHA CURTA OU KED PARA A PRANCHA LONGA


Procedimentos Operacionais Padrão:
1. Colocar a prancha curta ou colete imobilizador;
2. Preparar a prancha longa, com 03 tirantes, sendo um ao nível da axila, outro ao nível das cristas ilíacas e
outro ao nível dos joelhos.
3. Apoiar a extremidade dos pés da prancha longa sobre o estribo ou banco do carro, enquanto a outra
extremidade é segura pelo Socorrista 3.
4. Fazer o giro da vítima, da seguinte maneira:
4.1. Socorrista 1: deverá ficar dentro do carro, no assento lateral, para apoiar as pernas da vítima;
4.2. Socorrista 2: deverá estar fora do veículo, ao lado da prancha longa, próximo à vítima para apoiar a
prancha curta ou colete imobilizador, até que a mesma encoste na prancha longa, levando a vítima até
a cabeceira da prancha longa.
5. Soltar os tirantes dos membros inferiores da prancha curta ou colete imobilizador e estender as pernas da
vítima suavemente sobre a prancha longa.
5.1. Após a vítima estar posicionada na prancha longa, soltar os tirantes do colete ou prancha curta para
reavaliar a vítima.
6. Socorrista 3: mantém a imobilização da coluna cervical até reajuste dos tirantes da cabeça ou colocação
do imobilizador lateral de cabeça.
7. Fixar a vítima à prancha longa com os tirantes.

ATENÇÃO
 Antes de realizar o giro da vítima, verificar se os tirantes da prancha curta ou colete imobilizador estão
bem firmes.
 Em algumas situações não é possível fazer o giro de forma a deixar as costas da vítima para fora; nesses
casos, o giro pode ser feito ao contrário, tomando-se o cuidado de inverter a prancha longa.
 A prancha curta ou colete imobilizador não são feitos para carregar a vítima sentada e sim para apoiar e
imobilizar a sua coluna, por isso, após imobilizá-la fazer o giro e deitá-la sobre a prancha longa.
TÉCNICA DE RETIRADA RÁPIDA COM TRÊS SOCORRISTAS
Procedimentos Operacionais Padrão:
1. Empregar este procedimento quando houver risco à vida da vítima que exija o transporte imediato;
2. Garantir que a vítima não esteja presa nos pedais, ferragens ou outro obstáculo.
3. Socorrista 1: Realiza a estabilização manual da coluna cervical, liberando as vias aéreas;
4. Socorrista 2:
4.1. realiza rápida avaliação (análise primária) e aplica o colar cervical;
4.2. estabiliza a coluna, apoiando a região occipital com a mão e as costas com o antebraço, enquanto
com o outro braço passado sob a axila, segura a mandíbula com a mão;
5. Socorrista 3: Segura o quadril da vítima.
6. Em movimento monobloco, efetuar o giro, posicionando a vítima com suas costas voltadas para a
prancha longa.
7. Socorrista 3: Posiciona a prancha longa apoiando-a sobre o estribo ou banco do carro e segura a outra
extremidade.
8. Socorrista 1: Deita a vítima sobre a prancha longa.
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9. Socorristas 1 e 2: Ajustam a vítima na prancha longa.
10. Conduzir a vítima até um local seguro.
CHAVE DE “RAUTECK”
Procedimentos Operacionais Padrão:
1. Empregar este procedimento somente quando:
1.1. for imprescindível para acessar a vítima mais grave;
1.2. local de risco iminente para vítima e/ou socorrista;
1.3. houver risco à vida da vítima que exija o transporte imediato e houver apenas um socorrista.
2. Garantir que a vítima não esteja presa nos pedais, ferragens ou outro obstáculo.
3. Socorrista 1:
3.1. aborda a vítima lateralmente e inicia a estabilização da coluna cervical apoiando com a mão direita a
região occipital;
3.2. estabiliza a coluna cervical da vítima, passando sua mão esquerda sob a axila esquerda, segurando a
mandíbula, deixando a coluna em posição neutra;
3.3. apóia a região occipital contra seu corpo e a mão direita passa por trás do tronco da vítima e agarra o
punho esquerdo dela;
3.4. gira a vítima, retirando-a de forma a manter a estabilização da coluna e conduzindo-a até um local
seguro;
3.5. abaixa a vítima ao solo, apoiando inicialmente a pelve;
3.6. apóia a região occipital com a mão direita e as costas com seu braço, afastando seu corpo
lateralmente;
3.7. deita a vítima ao solo mantendo o alinhamento cervical.
ATENÇÃO
 Caso o Socorrista 2 esteja disponível, auxiliará a retirada apoiando a região da pelve e membros
inferiores (acima da articulação do joelho).
 Caso não seja possível segurar o punho esquerdo da vítima, segure seu punho direito. Outra opção é segurar
pelas vestes (cinto ou cintura da calça) da vítima.
 Se a vítima não puder ser acessada pelo lado esquerdo, a técnica será empregada em posição invertida.

HEMORRAGIAS E FERIMENTOS EM TECIDOS MOLES


HEMORRAGIAS
Pacientes traumatizados apresentam freqüentemente ferimentos penetrantes (abertos) ou fechados que
acompanham o extravasamento de sangue. A perda contínua de sangue ativa mecanismos de compensação
do próprio organismo, na tentativa de proteger o fluxo sangüíneo para órgãos fundamentais como o cérebro e
o coração.
Quando os mecanismos protetores não conseguem manter uma circulação satisfatória, a perfusão dos
órgãos fica comprometida. Este comprometimento pode tornar-se irreversível e a perda da(s) função (ões)
do(s) órgão(s) evolui para a morte do organismo.
O reconhecimento precoce da hemorragia através da visualização direta ou da suspeita da hemorragia
interna ao avaliar sinais e sintomas, bem como o mecanismo de lesão pode ser uma etapa fundamental para
uma conduta pré-hospitalar decisiva na sobrevivência do paciente.
O choque hemorrágico é um exemplo do quadro sindrômico denominado Choque. Outros exemplos
são o choque distributivo, cardiogênico, séptico. O reconhecimento do choque hemorrágico pode ser uma
etapa tardia e nem sempre o resultado de esforços consideráveis no tratamento dos pacientes chocados será
bem sucedida.
Portanto, o reconhecimento precoce da hemorragia, assim como um controle do sangramento, aumenta
a chance de sobrevida. Não retarde o encaminhamento dos pacientes para um local de tratamento definitivo,
pois a evolução para o choque hemorrágico diminui a chance de sobrevida dos pacientes com hemorragias
não controladas.
È importante lembrar que sangramentos gastrointestinais e obstétricos são casos comuns de
hemorragia também.
FUNÇÕES DO SANGUE
Para melhor compreender o significado de uma perda sanguínea, é importante relembrar as cinco
funções do sangue. São elas:
- Transporte dos gases: oxigênio e gás carbônico através da ligação com a hemoglobina;
- Nutrição: transporte de nutrientes através do plasma;

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- Excreção: de substâncias nocivas ao organismo;
- Proteção: através dos glóbulos brancos;
- Regulação: distribuição de água e eletrólitos para os tecidos;
- Temperatura: controle de temperatura corporal.
Portanto, quando se tem uma perda sanguínea, não se está perdendo apenas o volume de sangue,
mas também as propriedades que o sangue proporciona. A vítima que apresenta uma hemorragia
abundante entra em estado de choque.
DEFINIÇÃO DE HEMORRAGIAS
Hemorragia ou sangramento significa a mesma coisa, isto é, sangue que escapa de artérias, veias ou
vasos capilares. As hemorragias podem ser definidas como uma considerável perda do volume sangüíneo
circulante. O sangramento pode ser interno ou externo e em ambos os casos são perigosos.
Inicialmente, as hemorragias produzem palidez, sudorese, agitação, pele fria, fraqueza, pulso fraco e
rápido, baixa pressão arterial, sede, e por fim, se não controladas, estado de choque e morte.
MECANISMOS CORPORAIS DE CONTROLE DE HEMORRAGIAS
1. vasoconstrição: que é um mecanismo reflexo que permite a contração do vaso sanguíneo lesado
diminuindo a perda sangüínea;
2. coagulação: que consiste em um mecanismo de aglutinação de plaquetas no local onde ocorreu o
rompimento do vaso sanguíneo, dando início à formação de um verdadeiro tampão, denominado coágulo,
que obstrui a saída do sangue.
TIPOS DE HEMORRAGIAS
 externa: o sangue arterial ou venoso flui através de um ferimento, é visível;
 interna: não é tão óbvia de se constatar, pois não pode ser detectada visualmente. Pode-se suspeitar
avaliando o mecanismo da lesão, constatando a presença de sinais e sintomas de choque.
CLASSIFICAÇÃO DA PERDA SANGUÍNEA
Segue na tabela 1, uma classificação de hemorragia com seus respectivos sinais e sintomas para um
paciente com 70 kg de peso:
O volume de sangue normal corresponde a 7% do peso ideal em adultos e a 8-9% do peso ideal para
crianças. Na tabela 1 os dados referentes à perda sangüínea (ml / %) são calculados para uma pessoa adulta,
do sexo masculino e com peso de 70 Kg.
RECONHECIMENTO DE HEMORRAGIAS EXTERNAS
Durante a análise primária, o socorrista deverá através da palpação e da visualização do corpo do
acidentado, constatar:
1. Saída de sangue através de ferimentos abertos;
2. Presença de sangue nas vestes;
3. Presença de sangue no local onde a vítima se encontra.
ACESSÓRIOS PARA CONTENÇÃO DE HEMORRAGIAS
1. Compressa de gaze estéril;
2. Bandagem triangular;
3. Atadura de crepe.
Grau I Grau II Grau III Grau IV
Perda sangüínea 700 ml 750 – 1500 ml 1500 - 2000 ml > 2000 ml
Volume de sangue Até 15% 15 -30% 30-40% > 40%
perdido
Freqüência cardíaca < 100 Entre 100 -120 >120 > 140
Pressão Arterial Normal Normal PAS < abaixo de 100 PAS < abaixo de 50
mmHg mmHg
Freqüência 14-20 20-30 30-40 >35
Respiratória
Outros sinais e Assintomático Sudorese, pele Ansiedade, agitação, Agonizante, cianose,
sintomas fria, sede, palidez, pele úmida e semiconsciente ou
Elevação ansiedade, pegajosa inconsciente, FR
moderada FC; aumento FR, aumentada, ausência de
pele pulso fino. pulso palpável.
ligeiramente
fria, tontura

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MÉTODOS PARA CONTROLE DAS HEMORRAGIAS EXTERNAS


1. Compressão direta sobre a lesão:
Aplicar uma gaze estéril seca sobre o ferimento. Comprimir manualmente o local ou utilizar uma
bandagem triangular ou atadura de crepe para a fixação do curativo, exercendo pressão direta sobre a área
lesada. Se a compressa de gaze estéril saturar de sangue e a hemorragia persistir, não a remova, aplique
outra compressa sobre a primeira e exerça maior pressão.

Compressão direta Aplicar mais compressas

2. Elevação: Este método é usado em conjunto com a pressão


direta. A elevação acima do nível do coração reduz o fluxo de
sangue para a ferida. Somente empregar em hemorragias no
membro superior, se não houver fraturas ou indícios de lesão
raquimedular, ou não houver objeto cravado na extremidade
superior afetada.
3. Técnica de compressão de pontos arteriais:
Se apesar de houver realizado a pressão direta e a elevação o
sangramento continuar, comprima os pontos arteriais proximais à
lesão.

Não utilizar esta técnica quando houver suspeita de fraturas no local de compressão.
Exemplos para aplicação da técnica de compressão de pontos arteriais proximais:
1. Operário com o antebraço preso em uma máquina: compressão da artéria braquial;
2. Múltiplos ferimentos em uma perna: compressão da artéria femoral.
3. Ferimento no couro cabeludo: compressão da artéria temporal.
4. Aplicação de torniquete:
Só deve ser utilizado em situações de desastres quando os procedimentos anteriores já foram tentados
e falharam.

Deve-se utilizar uma bandagem triangular em forma


de gravata, posicionada 5 cm antes da lesão, protegendo a
pele com compressas de gaze envolvendo o membro antes
de sua aplicação. Colocar um bastão, girando-o até que cesse
a hemorragia.
Outra opção: utilizar um manguito de esfigmomanômetro
colocado cerca de 5 (cinco) cm antes da lesão e insuflar até
que cesse o sangramento. Sempre se deve marcar a hora da
aplicação do torniquete e informar ao médico que receber a
vítima. Uma vez aplicado, nunca afrouxe o torniquete.
Procedimentos operacionais:

1. Utilizar o torniquete somente nos membros inferior ou superior.


2. Utilizar uma bandagem triangular dobrada em gravata, posicionada 5 cm antes da lesão.
3. Envolver o membro com a bandagem, dando duas voltas e prendê-lo com apenas uma
laçada.
4. Colocar um bastão, pedaço de madeira ou caneta e terminar o nó, dando outra laçada.
5. Torcer o pano com o bastão, girando-o, até que a hemorragia pare.

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6. Segurar nessa posição sem aliviar a pressão em nenhum momento até chegar ao hospital.
7. Anotar a hora em que foi exercida a pressão.
8. Fixar um aviso de torniquete em lugar visível (exemplo: testa do paciente), informar a equipe
do hospital.
ATENÇÃO
 Nunca soltar o torniquete até chegar ao hospital.
 Lembrar que o torniquete priva os tecidos de oxigênio e também comprime os nervos, podendo a vítima
perder o membro em decorrência deste procedimento, portanto o transporte até o hospital deve se iniciar
precocemente
 O torniquete é usado apenas como último recurso para controlar uma hemorragia que não cessou com os
procedimentos anteriores.
 Não aplicar torniquete em articulações.
COMPLICAÇÕES DA REMOÇÃO DO TORNIQUETE
 Perda adicional de sangue.
 Liberação de coágulos de sangue ou glóbulos de gordura para a circulação podendo causar embolia
pulmonar
 Liberação de substâncias de degradação celular para a corrente sangüínea: toxinas, ácido láctico do
metabolismo anaeróbio, etc.
IMOBILIZAÇÃO
Importante técnica coadjuvante para todos os casos de hemorragias. Não se deve permitir a
movimentação da área lesada. Um músculo lesado apresenta espasmos musculares, que por sua vez causam
contrações nos vasos lesados impedindo ou retardando a formação do coágulo e aumentando a velocidade da
perda sangüínea, agravando a hemorragia. A imobilização reduz os espasmos musculares, sendo fundamental
para que não se aumente a lesão dos tecidos das proximidades e se aumente a hemorragia.

HEMORRAGIAS INTERNAS
De difícil diagnóstico, exigem que o socorrista tenha um bom nível de treinamento para pesquisar a
história do acidente relacionado o mecanismo do trauma com a possibilidade de lesões ocultas e para realizar
um exame secundário detalhado.
Suspeitar de hemorragia interna quando:
1. Ferimentos penetrantes no crânio;
2. Sangue ou fluídos sanguinolentos drenando pelo nariz ou orelha;
3. Vômito ou tosse com sangue;
4. Hematomas ou traumas penetrantes no pescoço;
5. Hematomas no tórax ou sinais de fraturas de costelas;
6. Ferimentos penetrantes no tórax ou abdome;
7. Abdome aumentado ou com áreas de hematoma;
8. Abdome rígido, sensível ou com espasmos;
9. Sangramento retal ou vaginal;
10. Fraturas de pelve, ossos longos da coxa e braço.

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Nunca obstrua a saída de sangue através dos orifícios naturais: boca, nariz, orelha, ânus, vagina.
CHOQUE
Conjunto de alterações orgânicas devido a uma inadequada perfusão e conseqüentes falta de
oxigenação dos órgãos e tecidos, denominado choque hemodinâmico.
PERFUSÃO
Inicialmente devemos entender o termo “perfusão”, ou seja, a circulação de sangue dentro de
um órgão. Dizemos que um órgão tem uma adequada perfusão quando o sangue oxigenado está
chegando pelas artérias e saindo pelas veias. A perfusão mantém viva as células do corpo através do
suprimento de nutriente e eliminação dos produtos da degradação gerados por eles.
Se a perfusão é deficitária o órgão entra em sofrimento e morre.
CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO DE CHOQUE
O choque hemodinâmico classifica-se de acordo com o mecanismo predominante em: neurogênico,
cardiogênico, anafilático, séptico e hipovolêmico.
1- CHOQUE NEUROGÊNICO
Esse tipo de choque é decorrente de uma lesão na medula espinhal. Esta lesão leva à paralisia da
parede das artérias devido a interrupção da comunicação com o sistema nervoso central causando uma
imensa vasodilatação na periferia do corpo da vítima. Há diminuição do retorno do sangue venoso ao
coração e conseqüente queda do volume de sangue bombeado pelo coração.
Os sinais marcantes são: diminuição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos (hipotensão com
bradicardia), pele rosada devido a vasodilatação dos vasos sanguíneos na superfície da pele.
2. CHOQUE CARDIOGÊNICO
Trata-se de diminuição da circulação e oxigenação inadequadas dos órgãos e tecidos, graças à falência
do coração como bomba cardíaca.
No choque cardiogênico o volume de sangue no corpo está mantido. No entanto, a quantidade de
sangue bombeada pelo coração está diminuída, devido à falha do coração enquanto "bomba cardíaca".
Comum nos casos de insuficiência cardíaca congestiva e infarto agudo do miocárdio.
3- CHOQUE ANAFILÁTICO
O choque anafilático é uma reação alérgica aguda a medicamentos (principalmente a penicilina),
picadas de insetos, comidas, pós e outros agentes. Instala-se rapidamente, logo após o contato com a
substância a qual a vítima é alérgica. Promove a liberação, nos tecidos, de uma substância chamada
histamina que promove vasodilatação geral e edema de glote causando insuficiência respiratória.
4- CHOQUE SÉPTICO
É um choque causado por toxinas liberadas por bactérias no organismo humano.
Decorrente principalmente de estados infecciosos bacterianos graves onde há liberação de toxinas que
lesam as paredes dos vasos sangüíneos provocando vasodilatação e aumento da permeabilidade dos vasos
sanguíneos, permitindo a saída de plasma do interior dos vasos sanguíneos para o interior dos tecidos,
diminuindo o volume de sangue circulante. Além disso, deve-se considerar como mais um agravante a
possibilidade da existência de infecção generalizada em órgãos vitais. Normalmente não encontrado no pré-
hospitalar.
i. CHOQUE HIPOVOLÊMICO
No choque hipovolêmico há redução do volume circulante com a perda de sangue e com isso, a
volemia torna-se instável. Comuns nos casos de grandes hemorragias (externas ou internas), queimaduras
extensas, desidratação.
SINAIS E SINTOMAS DO ESTADO DE CHOQUE HIPOVOLÊMICO
1. Taquipnéia: respiração rápida e superficial;
2. Taquicardia: pulso rápido e filiforme (fraco);
3. Pele fria, pálida e úmida;
4. Face pálida e posteriormente cianótica;
5. Sede intensa;
6. Hipotensão: queda da pressão arterial;
7. Sudorese;
8. Ansiedade, confusão mental;
9. Fraqueza muscular, distúrbios visuais (visão escura).
CONDUTA NO ESTADO DE CHOQUE HIPOVOLÊMICO E NEUROGÊNICO
Procedimentos operacionais
1. Efetuar a análise primária e secundária e tratar os problemas em ordem de prioridade;

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2. Acionar e aguardar o SAV ou efetuar o Transporte Imediato;
3. Ministrar oxigênio - 10 l/min;
4. Checar circulação e controlar hemorragias.
5. Checar estado neurológico.
6. Imobilizar fraturas de extremidades, desde que não retarde a aplicação do Transporte Imediato;
7. Posicionar e transportar a vítima em decúbito dorsal horizontal (DDH);
8. Monitorar os sinais vitais constantemente.
CONDUTA NO ESTADO DE CHOQUE CARDIOGÊNICO, SÉPTICO E ANAFILÁTICO.
Procedimentos operacionais
1. Efetuar a análise primária e secundária e tratar os problemas em ordem de prioridade;
2. Acionar e aguardar o SAV ou efetuar o Transporte Imediato;
3. Manter a vítima em decúbito dorsal com a cabeceira ou prancha elevada (aproximadamente 20
centímetros);
4. Monitorar os sinais vitais constantemente.
OBSERVAÇÃO
 Vítimas inconscientes requerem posicionamento em decúbito dorsal horizontal (DDH) para aplicação de
manobras manuais para liberação de vias aéreas e inserção de cânula orofaríngea.
 Nunca ofereça líquidos para ingestão para uma pessoa com sinais ou sintomas de choque.
 Pode-se aliviar a sede da vítima umedecendo seus lábios com uma gaze embebida em água.
FERIMENTOS
DEFINIÇÃO
Podem ser definidos como uma agressão à integridade tecidual.
Dependendo da localização, profundidade e extensão, podem representar risco de vida para a vítima
pela perda sangüínea que podem ocasionar ou por afetar órgãos internos.

Os ferimentos podem ser classificados em:


1. Ferimento aberto: é aquela onde existe uma perda de continuidade da superfície cutânea, ou seja,
onde a pele está aberta.
2. Ferimento fechado ou contusão: a lesão ocorre abaixo da pele, porém não existe perda da
continuidade na superfície, ou seja, a pele continua intacta.
TIPOS DE FERIMENTOS
1. Escoriações ou ferida abrasiva: São lesões superficiais de sangramento discreto e muito doloroso.
Devem ser protegidas com curativo estéril de material não aderente, bandagens ou ataduras.
2. Incisivo: São lesões de bordas regulares produzidas por objetos cortantes, que podem causar sangramentos
variáveis e danos a tecidos profundos, como tendões, músculos e nervos. Devem ser protegidas com
curativo estéril fixado com bandagens ou ataduras.
3. Lacerações: São lesões de bordas irregulares, produzidas por objetos rombos, através de trauma fechado
sobre a superfície óssea ou quando produzido por objetos afiados.
4. Pérfuro-contusos: São lesões causadas pela penetração de projéteis ou objetos pontiagudos através da
pele e dos tecidos subjacentes. O orifício de entrada pode não corresponder à profundidade de lesão,
devendo-se sempre procurar um orifício de saída e considerar lesões de órgãos internos, quando o ferimento
localizar-se nas regiões do tórax ou abdômen.
5. Contundente: lesão produzida por agressão através de objeto pesado e pouco afiada, ou pelo choque do
corpo contra estruturas semelhantes. Sempre suspeitar da possibilidade de rompimento de órgãos internos
principalmente se ocorre na cavidade abdominal.
6. Avulsões: Extração violenta ou arrancamento de determinadas partes do corpo.
7. Amputação Traumática: Perda total ou parcial de uma extremidade ou de parte deste segmento (mão,
dedo, pé,braço, etc) causada por um traumatismo.
Observação: em geral o termo amputação se refere ao procedimento cirúrgico de secção de parte ou de todo
um membro. Quando provocada por trauma deve o conceito ser acrescido da expressão “traumática”.
FERIMENTOS EM TECIDOS MOLES
Procedimentos operacionais
1. Verificar o mecanismo de lesão.
2. Identificar lesões que ameaçam a vida.

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3. Verificar a localização do ferimento, pois pode sugerir que houve lesão interna de órgãos, com ou sem
hemorragia.
4. Expor o ferimento:
4.1. Não retirar objeto encravado, exceto quando este se encontrar na bochecha comprometendo as vias
aéreas;
4.2. Retirar somente corpos estranhos grosseiros (pedaços de roupa, grama, por exemplo) superficiais e
soltos utilizando gaze seca;
4.3. Não lavar o ferimento;
4.4. No caso de objetos encravados ou transfixados, estabilizar e proteger o objeto de movimentação, com
auxílio de gaze, atadura ou bandagem;
5. Avaliar a função neurovascular distal ao ferimento.
6. Fazer curativo compressivo na presença de sangramento.
7. Cobrir o ferimento com compressa de gaze seca, fixando-a com esparadrapo, fita crepe, atadura ou
bandagem triangular.
IMPORTANTE
1. Deve-se utilizar compressas de gaze secas na confecção do curativo;
2. A umidificação é indicada nos seguintes casos:
a. Evisceração abdominal;
b. Oclusão de globo ocular protuso.
FERIMENTOS NA CABEÇA E FACE
COURO CABELUDO
Ferimentos de couro cabeludo podem ser difíceis de tratar pelos numerosos vasos sangüíneos
encontrados nessas regiões. Muitos destes vasos estão na superfície da pele e produzem sangramentos
profusos mesmo em pequenas feridas. Problemas adicionais surgem se os ferimentos envolvem os ossos do
crânio, vias aéreas e pescoço. Deve o socorrista oferecer apoio emocional às vítimas, pois estes ferimentos
tendem a ser muito dolorosos, produzem sangramentos que as assustam e estão em uma região onde todos se
preocupam com as possíveis cicatrizes e deformidades.
Procedimentos operacionais
1. Verificar a permeabilidade das vias aéreas, mantendo a coluna cervical alinhada na posição neutra.
2. Adotar cuidados especiais para:
2.1. Não retirar objetos encravados ou transfixantes, exceto aqueles transfixantes na bochecha que
comprometam a permeabilidade das vias aéreas.
2.2. Nos ferimentos com fratura de mandíbula utilizar a cânula orofaríngea nas vítimas inconscientes para
manter a via aérea permeável.
3. Aplicar curativo compressivo sem exercer forte pressão, exceto em ferimentos penetrantes de crânio,
quando deverá ser feito curativo oclusivo.
4. Utilizar para o curativo compressa de gaze e fixar com bandagem triangular ou atadura de crepe.
5. Estabilizar o objeto encravado com auxílio de compressa de gaze, atadura de crepe e bandagem
triangular.
6. Estar atento aos sinais e sintomas de traumatismo craniano.
ATENÇÃO
 Ferimentos de face associados à fratura são graves, muitas vezes necessitam de manobras de SAV para
a manutenção das vias aéreas.
 Em vítimas com lesões acima da clavícula existem grandes possibilidades de lesão na coluna cervical.
 Nas crianças os ferimentos de cabeça podem levar rapidamente ao choque por perda sangüínea.
 Em casos de sangramentos incontroláveis, transportar a vítima em DDH com lateralização da
prancha longa para drenar o sangue da boca;
FERIMENTOS NOS OLHOS
Impressionam pelo aspecto da lesão;
Não se descuidar das prioridades devido à lesão;
Suspeitar de lesões mais severas associadas à lesão ocular.
Lembrete:
1. NÃO aplique pressão direta no globo ocular traumatizado. Há fluido gelatinoso (humor vítreo e aquoso)
no globo ocular, insubstituível. Neste caso, utilize curativo absorvente não compressivo para auxiliar na
formação de coágulos sangüíneos e no controle do sangramento.

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Procedimentos operacionais:
1. Retirar somente corpos estranhos grosseiros superficiais e soltos com gaze seca na superfície externa das
pálpebras.
1.1. Não retirar nenhum corpo estranho do globo ocular.
2. Aplicar curativo oclusivo em ambos os olhos, mesmo que somente um olho tenha sido lesionado, para
limitar os movimentos.
2.1. Não fazer pressão sobre o globo ocular;
2.2. Não tentar recolocar o globo ocular protuso no lugar.
3. Irrigar com soro fisiológico por aproximadamente 20 minutos no caso de queimadura química seja por
substância álcali ou ácida. Fazer a irrigação do centro para o canto externo do olho;
3.1. Fazer a irrigação continuamente durante o transporte.
ATENÇÃO
 Retirar as lentes de contato, se houver.
 No caso de queimaduras químicas obter o nome do produto e se possível levar o recipiente para o
hospital.
FERIMENTOS NA ORELHA
Procedimentos operacionais
1. Utilize curativos absorventes (gaze estéril), enfaixando o local;
2. Partes avulsas devem ser mantidas envoltas em compressas de gaze estéril secas ou em plástico
esterilizado. Mantenha-a refrigerada envolvida em plástico estéril, em um recipiente com algumas pedras
de gelo;
3. Não efetuar a oclusão do sangramento através da orelha (conduto auditivo).
FERIMENTOS NO NARIZ
TRAUMÁTICOS
Procedimentos operacionais
1. Manter as vias aéreas permeáveis.
2. Observar se há saída de sangue e/ou líquor e não obstruir a sua saída; proteger o local com gaze.
3. Observar os procedimentos específicos para os casos de amputação ou avulsão.
SANGRAMENTO NASAL (EPISTAXE) - (Origem clínica)
Procedimentos operacionais
1. Manter as vias aéreas permeáveis.
2. Manter a vítima calma e sentada e a cabeça em posição neutra.
3. Orientá-la para que respire pela boca, não forçando a passagem de ar pelas narinas e também para não
engolir o sangue.
4. Pinçar com o dedo indicador e polegar, as narinas na sua parte cartilaginosa durante cinco minutos,
transportando a vítima na posição sentada:
4.1. Se persistir o sangramento, exercer novamente a pressão com os dedos;
4.2. Pode ser usada compressa fria sobre a narina que está sangrando.
ATENÇÃO
 Não permitir que a vítima assoe o nariz sob risco de agravar a lesão.
 Se usar gelo, envolver com pano para não provocar queimadura.
FERIMENTOS NO PESCOÇO
Sinais e sintomas:
1. Dificuldade ou impossibilidade de falar;
2. Obstrução de vias aéreas mesmo quando a boca e nariz estão livres;
3. Edema aparente ou contusão no pescoço;
4. Traquéia desviada para um lado;
5. Depressões no pescoço;
6. Feridas abertas aparentes: cortes, escoriações, perfurações.
Procedimentos operacionais
1. Manter as vias aéreas permeáveis;
1.1. Havendo dificuldade respiratória prestar assistência ventilatória;
2. Manter a coluna alinhada na posição neutra, mesmo não sendo possível utilizar o colar cervical.
3. Ministrar oxigênio.
4. Verificar se o ferimento produziu abertura no pescoço (tipo traqueotomia); em caso positivo:
4.1. Não ocluir este ferimento;

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4.2. Deixar a vítima respirar por esta via; e
4.3. Não permitir acúmulo de secreções.
5. Imobilizar objeto encravado ou transfixado para evitar movimentação; não tentar removê-lo, exceto se
obstruir as vias aéreas totalmente. Neste caso, informar a Central de emergência e solicitar SAV.
6. Adotar os seguintes cuidados nos ferimentos que comprometam vasos sangüíneos:
6.1. Fazer uma compressão manual direta sobre o vaso e mantê-la até chegar ao hospital;
6.2. Nunca pressionar os dois lados ao mesmo tempo;
6.3. Não retirar coágulos.
ATENÇÃO
 Estar atento aos sinais de lesão na laringe e traquéia por traumatismo fechado (enfisema
subcutâneo).
 Estar atento para alteração da voz, dos ruídos respiratórios, aumento de hematomas, enfisema de
subcutâneo e desvio de traquéia que podem comprometer a permeabilidade das vias aéreas. Nestes casos
acionar SAV.
AMPUTAÇÃO TRAUMÁTICA
Procedimentos operacionais
1. Conter hemorragias.
2. Prevenir o choque.
3. Localizar o segmento amputado.
4. Conduzir o segmento amputado juntamente com a vítima.
5. Envolver o segmento amputado com plástico protetor esterilizado.
6. Colocar o segmento amputado, envolvido com plástico esterilizado, em um recipiente com gelo, se
possível.
ATENÇÃO
 Considerar a possibilidade da ocorrência de choque nas grandes amputações e/ou avulsões.
 Não colocar o segmento amputado em contato direto com gelo, água, soro fisiológico ou outra
substância.
 Caso haja grande perda de sangue ou sinal de choque, não perder muito tempo em procurar o membro
amputado ou providenciar gelo.
OBJETO CRAVADO
Tipos de acidentes mais comuns:
Ex: lança de grade de portão, agressão à faca etc.
Tratamento pré-hospitalar:
1. Estancar a hemorragia, colocando-se gaze em torno do objeto;
2. Evitar movimentação do objeto enquanto se efetua o procedimento;
3. Estabilizar o objeto utilizando bandagem triangular, esparadrapo, blocos de gaze, etc.
4. Somente remover objetos que estejam na bochecha e com risco absoluto de obstruir as vias aéreas.
FERIMENTOS ABDOMINAIS
Sangramento interno pode ser severo quando há uma ruptura de um órgão. Além disso, órgãos ocos
podem romper e drenar seu conteúdo para a cavidade abdominal e pélvica, produzindo reações dolorosas e
graves, irritando o peritônio.
Conseqüências do ferimento abdominal
1. Lesões em vísceras ocas:
Ex: intestino delgado e intestino grosso, estômago, vesícula biliar, etc.
a. Alteração ou perda funcional do órgão;
b. Extravasamento do conteúdo para a cavidade abdominal podendo produzir peritonite aguda (inflamação
da parede abdominal).
2. Lesões em vísceras sólidas ou parenquimatosas:
Ex: baço, fígado, pâncreas, etc.
a. Alteração ou perda funcional do órgão;
b. Hemorragia abundante podendo evoluir para o estado de choque.
Reconhecimento do trauma abdominal
1. Verificar o mecanismo da lesão;
2. Verificar ocorrências de náuseas e vômitos;
3. Observar a posição e postura da vítima: protegendo o abdome e adotando posições típicas de defesa da dor
(resguardando o abdome);

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5. A vítima tentando deitar-se com as pernas encolhidas;
6. Abdome rígido ou sensível;
7. Respiração rápida, superficial e pulsação acelerada;
8. Observar sinais e sintomas de choque hipovolêmico.
Tratamento pré-hospitalar para ferimentos fechados abdominais
1. Avalie a necessidade de transporte imediato ou de acionamento de SAV;
2. Mantenha a vítima em decúbito dorsal horizontal;
3. Adote medidas para prevenir o estado de choque;
4. Esteja alerta para vômito.
EVISCERAÇÃO ABDOMINAL
Lesão na qual a musculatura do abdômen é rompida em decorrência de violento impacto ou lesão de
objeto perfurante, cortante ou contundente, expondo o interior da região abdominal exteriorizando vísceras e
provocando contaminação.
Protrusão de vísceras através de abertura na cavidade abdominal provocada por traumas (ferida
aberta).
Procedimentos operacionais
1. Cobrir as vísceras expostas com plástico esterilizado ou, na ausência, compressas de gaze algodoadas
estéreis umedecidas constantemente com soro fisiológico.
2. Proteger o local com curativo oclusivo.
3. Prevenir estado de choque.
ATENÇÃO
 Estar preparado para ocorrência de vômitos.
 Não recolocar as vísceras no interior do abdome.
 Não lavar com soro fisiológico ou qualquer outra substância.
 Não utilizar gaze de dimensões 7,5 x 7,5 cm para efetuar curativo, pois podem cair na cavidade
abdominal.
FERIMENTOS FECHADOS EM GERAL
Quando um objeto é lançado contra um corpo ou ocorre o inverso, com força suficiente para lesionar
tecidos abaixo da pele, sem, no entanto lesionar sua superfície temos uma ferida fechada, também chamada de
contusão.
EFEITOS DA CONTUSÃO
1. Equimoses; hematoma;
2. Fraturas, luxações e entorses;
3. Lesões em órgãos internos.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR DOS FERIMENTOS FECHADOS


Estes ferimentos podem variar o grau de lesão abaixo da pele até lesões severas em órgãos internos.
Basicamente, o tratamento pré-hospitalar consiste em avaliar o acidentado, identificar a lesão e tratar a
hemorragia interna com imobilização e prevenir o choque.
BANDAGEM TRIANGULAR

vértice

Em forma de gravata.
ponta
Vértice, base e Pontas.
base

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1. Ferimento no crânio

2. Ferimento na face

3. Ferimento no ombro

4. Ferimento no tórax

TRAUMATISMOS DE EXTREMIDADES
CAUSAS GERAIS DE TRAUMATISMOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
1. Trauma direto: A lesão pode ocorrer no local do impacto ou diferente do seu ponto de origem;
2. Forças de torção: O segmento ósseo ou articulação é exposto a uma força contrária lesando o(s)
tecido(s);
3. Espasmos musculares: contração violenta do músculo produzindo fratura;
4. Estresse: O osso submetido a esforço repetitivo pode sofrer uma fratura ou luxação;
5. Condições patológicas: Processos destrutivos localizados que podem enfraquecer o osso. Ex: câncer,
osteoporose, tumores, etc.

CONCEITOS BÁSICOS
FRATURAS
Podem definir uma fratura como sendo a perda, total ou parcial, da continuidade de um osso. A fratura
pode ser simples (fechada) ou exposta (aberta). Na fratura simples não há o rompimento da pele sobre a lesão
e nas expostas sim, isto é, o osso fraturado fica exposto ao meio ambiente, possibilitando sangramentos e um
aumento do risco de infecção.
No caso de fraturas, a vítima geralmente irá queixar-se de dor no local da lesão. O socorrista poderá
identificar também, deformidades, edemas, hematomas, exposições ósseas, palidez ou cianose das
extremidades e ainda, redução de temperatura no membro fraturado.
A imobilização provisória é o socorro mais indicado no tratamento de fraturas ou suspeitas de fraturas.
Quebra de um osso. Ruptura total ou parcial de um osso. Perda da continuidade óssea.
Tipos de fraturas
 Fechada (simples): A pele não foi perfurada pelas extremidades ósseas;

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 Aberta (exposta): O osso se quebra, atravessando a pele, ou existe uma ferida associada que se estende
desde o osso fraturado até a pele.
Sinais e sintomas de fraturas
1. Deformidade: a fratura produz uma posição anormal ou angulação num local que não possui articulação;
2. Sensibilidade: geralmente o local da fratura está muito sensível ou não há sensação nos extremos do
membro lesado;
3. Crepitação: se a vítima se move podemos escutar um som áspero, produzido pelo atrito das extremidades
fraturadas. Não pesquisar este sinal intencionalmente, porque aumenta a dor e pode provocar lesões;
4. Edema e alteração de coloração: quase sempre a fratura é acompanhada de um certo inchaço provocado
pelo líquido entre os tecidos e as hemorragias. A alteração de cor poderá demorar várias horas para
aparecer;
5. Incapacidade ou Impotência funcional: perda total ou parcial dos movimentos das extremidades. A
vítima geralmente protege o local fraturado, não pode mover-se ou o faz com dificuldade e dor intensa;
6. Fragmentos expostos: numa fratura aberta, os fragmentos ósseos podem se projetar através da pele ou
serem vistos no fundo do ferimento;
7. Dor: sempre acompanha a fatura de forma intensa;
8. Secção de tecido: o osso ou parte dele rompe o tecido e se retrai para sua posição original ou interna;
9. Mobilidade anormal: a vítima da fratura não consegue movimentar-se normalmente, apresentando
dificuldades ao se deslocar ou segurar algo;
10. Hemorragia: a lesão pode ser acompanhada de sangramento abundante ou não, dependendo de secção ou
não de artéria importante;
11. Hematoma: em caso de ferimentos fechados, é um bom indicador de trauma ósseo ou suspeita deste;
12. Espasmos musculares: logo após a fratura, há a tendência de que, as lesões em ossos longos, mais
especificamente no fêmur, o músculo que trabalha nesta região e que sempre permaneceu tenso, ao ter o
osso fraturado, começa a vibrar intensamente por alguns momentos até se relaxar e se contrair
bruscamente.
LUXAÇÃO
A luxação é uma lesão onde às extremidades ósseas que formam uma articulação ficam deslocadas,
permanecendo desalinhadas e sem contato entre si. O desencaixe de um osso da articulação (luxação) pode
ser causado por uma pressão intensa, que deixará o osso numa posição anormal, ou também por uma violenta
contração muscular. Com isto, poderá haver uma ruptura dos ligamentos.
Os sinais e sintomas mais comuns de uma luxação são: dor intensa, deformidade grosseira no local da
lesão e a impossibilidade de movimentação.
Em caso de luxação, o socorrista deverá proceder como se fosse um caso de fratura, imobilizando a
região lesada, sem o uso de tração. No entanto, devemos sempre lembrar que é bastante difícil distinguir a
luxação de uma fratura.
É o desalinhamento das extremidades ósseas de uma articulação fazendo com que as superfícies
articulares percam o contato entre si.
Sinais e Sintomas
Geralmente são bastante similares com as fraturas:
1. Deformidade: mais acentuada na articulação luxada;
2. Edema;
3. Dor: aumenta se a vítima tenta movimentar a articulação;
4. Impotência Funcional: perda completa ou quase total dos movimentos articulares.
ENTORSE
Entorse pode ser definida como uma separação momentânea das superfícies ósseas, ao nível da
articulação.
A lesão provocada pela deformação brusca, geralmente produz o estiramento dos ligamentos na
articulação ou perto dela. Os músculos e os tendões podem ser estirados em excesso e rompidos por
movimentos repentinos e violentos. Uma lesão muscular poderá ocorrer por três motivos distintos: distensão,
ruptura ou contusão profunda.
A entorse manifesta-se por um dor de grande intensidade, acompanhada de inchaço e equimose no
local da articulação.
O socorrista deve evitar a movimentação da área lesionada, pois o tratamento da entorse, também
consiste em imobilização e posterior encaminhamento para avaliação médica.
Em resumo, o objetivo básico da imobilização provisória consiste em prevenir a movimentação dos

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fragmentos ósseos fraturados ou luxados. A imobilização diminui a dor e pode ajudar a prevenir também
uma futura lesão de músculos, nervos, vasos sangüíneos, ou ainda, da pele em decorrência da movimentação
dos fragmentos ósseos.
Se a lesão for recente, esfrie a área aplicando uma bolsa de gelo ou compressa fria, pois isso reduzirá o
inchaço, o hematoma e a dor.
É a torção ou distensão brusca de uma articulação além de seu grau normal de amplitude.
Sinais e sintomas de entorse
Também são similares às luxações. Relembrá-los para os participantes. Comentar que nos entorses os
ligamentos geralmente sofrem ruptura ou estiramento, provocados pelo movimento brusco.
RAZÕES PARA A IMOBILIZAÇÃO PROVISÓRIA
1. Evitar a dor: prevenindo a movimentação de fragmentos ósseos fraturados ou dos ossos de uma
articulação luxada ou com entorse.
2. Prevenir ou minimizar:
a. Lesões futuras de músculos, nervos e vasos sangüíneos pelos fragmentos ósseos.
b. Rompimento da pele e conversão de uma fratura fechada em aberta (mais perigosa devido à
contaminação direta e possível infecção).
c. Diminuição do fluxo sangüíneo como resultado da pressão exercida pelos fragmentos ósseos sobre os
vasos sangüíneos.
d. Sangramento excessivo para os tecidos ao redor do local da fratura causado pelas extremidades ósseas
instáveis.
e. Paralisia das extremidades como resultado de uma lesão da medula espinhal por vértebras fraturadas ou
luxadas.
TIPOS DE IMOBILIZADORES
1. Talas rígidas: seguem um formato no alinhamento do membro;
2. Talas moldáveis: permitem moldagem na forma do segmento lesado;
3. Talas infláveis: dispositivo plástico no formato do membro;
4. Prancha longa: imobilização de corpo inteiro em plano rígido;
5. Bandagens triangulares: fechado de talas e imobilizador para luxações e entorses de membros
superiores;
6. Colete Imobilizador Dorsal, conhecido por KED - Kendrick Extrication Device: aplicado invertido
em caso de trauma no quadril.
ACESSÓRIOS DE IMOBILIZAÇÃO
1. Fita crepe; Atadura de crepe; Compressas de gaze; Bandagem triangular.
REGRAS GERAIS PARA A IMOBILIZAÇÃO
1. Priorizar o atendimento das lesões que ameacem a vida, detectadas na análise primária.
2. Imobilizar fraturas antes de movimentar o acidentado, exceto, nos casos de risco iminente de vida para a
vítima ou socorrista. Ex. explosão, local gaseado, risco de novos acidentes, etc.
3. Não perder tempo com imobilizações muito elaboradas nas situações em que houver risco de vida
imediato para o acidentado;
4. NUNCA tentar alinhar o osso fraturado.
5. NUNCA tentar reintroduzir um osso exposto.
6. Expor o local do ferimento e remover adornos como relógio, pulseiras e anéis das extremidades afetadas.
7. Cobrir ferimentos com gaze estéril seca, fixando com atadura de crepe ou bandagem triangular.
8. Avaliar o pulso distal, perfusão capilar, cor, temperatura, sensibilidade, mobilidade e motricidade da
extremidade afetada.
9. Imobilizar o membro com o mínimo de movimentação possível, em posição mais próxima da anatômica.
10. Refazer exame da extremidade após imobilização; caso haja alterações vasculares ou neurológicas,
refaça a imobilização.
11. Na dúvida, se há ou não fratura, sempre imobilizar.
12. Não se distrair das prioridades por causa de uma fratura que cause uma deformidade impressionante.
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DE IMOBILIZAÇÃO DE LESÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS
CLAVÍCULA, ESCÁPULA E OMBRO.
1. Imobilizar o membro proporcionando sustentação para o braço.
2. Utilizar bandagem triangular e confeccionar uma tipóia:
3. Se o membro estiver afastado do corpo, colocar um apoio entre o braço e o corpo para manter o
membro na posição encontrada.

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LUXAÇÃO DE OMBRO
1. Utilizar bandagem triangular e confeccionar uma tipóia:
2. Se o membro estiver afastado do corpo, colocar um apoio entre o braço e o corpo para manter o
membro na posição encontrada.
ÚMERO
1. Envolver a articulação do ombro e do cotovelo:
a. Se a fratura for proximal (próximo ao ombro), utilizar 2 bandagens triangulares, imobilizando o
membro fletido;
b. Se a fratura for medial, utilizar tala rígida na face anterior do braço, protegendo a extremidade da tala
que estiver em contato com a axila com uma atadura. Poderá ser utilizado tala moldável;
2. Se a fratura for distal (comum em crianças e pessoas idosas) utilizar a tala rígida ou a moldável.
RÁDIO E ULNA
1. Envolver a articulação do cotovelo e do punho.
2. Utilizar a tala rígida ou moldável para imobilização de fraturas.
3. Fraturas alinhadas, sem comprometimento neurológico ou vascular, podem ser imobilizadas com tala
inflável.
MÃO E DEDOS
1. Imobilizar a mão com os dedos semi-fletidos, deixando-os apoiados sobre um rolo de atadura de crepe
ou chumaço de gaze.
2. Utilizar tala rígida ou moldável.
3. Para os dedos, proceder da mesma forma; caso seja apenas um dedo e o comprometimento é da
falange distal, utilizar duas espátulas de madeira.
PÉLVE
1. Imobilizar na prancha longa, com auxílio da tala rígida e bandagem triangular.
2. Imobilizar envolvendo a articulação do joelho e impedindo a flexão do quadril.
3. Colocar um cobertor enrolado entre os membros inferiores.
4. Poderá ser utilizado o colete imobilizador dorsal na posição invertida.
LUXAÇÃO DE ARTICULAÇÃO COXO-FEMURAL
1. Fazer imobilização de forma a sustentar o membro na posição encontrada, utilizar tala moldável e
cobertores enrolados.
2. Utilizar a prancha longa.
FÊMUR
1. Utilizar a tala rígida ou moldável.
2. Imobilizar de forma a impedir movimentação do quadril e do joelho.
JOELHO
1. Lesões ortopédicas de joelho, utilizar tala rígida ou moldável.
2. Imobilizar o joelho envolvendo o fêmur, a tíbia e a fíbula.
TÍBIA E FÍBULA
1. Utilizar tala rígida, moldável ou inflável.
2. Imobilizar envolvendo a articulação do joelho e tornozelo
PÉS
1. Utilizar tala aramada moldável.
ATENÇÃO
 Nunca tentar realinhar um membro fraturado, devendo ser imobilizado na posição encontrada, particularmente
em casos onde houver suspeita de lesões próximas às articulações.
 Na evidência de alteração de perfusão e ausência de pulso distal à fratura, informar à Central de Operações e
priorizar o transporte da vítima.
 Estar atento para a possibilidade de choque nas vítimas com fratura de pelve e/ou fêmur pela grande quantidade
de sangue no foco da fratura.
 Não utilizar tala inflável nas fraturas desalinhadas, nas fraturas expostas e na ausência de pulso periférico distal
à lesão.
TRAUMATISMOS ESPECÍFICOS
Lesões de Crânio, Tórax e Coluna Vertebral
TRAUMATISMO CRANIENCEFÁLICO
O traumatismo craniencefálico apresenta alta morbidade e mortalidade. Em relação à morbidade, o
número de seqüelas é alarmante. As complicações decorrentes do primeiro trauma (primeiro impacto) são

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responsáveis pelo alto número de mortes e seqüelas. É fundamental que o socorrista saiba que essas
complicações secundárias podem ser freqüentemente evitáveis.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Por que os pacientes com TCE apresentam complicações?
 Por causa do fluxo sangüíneo cerebral que está comprometido, diminuindo a circulação cerebral, e pela
compressão de regiões do encéfalo devido ao aumento da pressão intracraniana ou através do efeito
“massa” formado por um hematoma intracraniano em progressão.
FISIOPATOLOGIA
O crânio é formado por ossos diferenciados e abriga internamente o encéfalo, que é formado pelo
cérebro, cerebelo, diencéfalo, mesencéfalo, ponte e bulbo. Estas estruturas estão em contato com o meio
fluido denominado líquido cefalorraquidiano (líquor) e são irrigadas por um complexo sistema arterial. Cabe
ao sistema venoso drenar o sangue e o líquor circulante.
Qualquer aumento de volume (sangramento, tumores, obstrução do sistema de drenagem) pode
acarretar a compressão encefálica, bem como aumentar a pressão intracraniana (PIC).
Inicialmente, o paciente tenta manter o fluxo sangüíneo cerebral mesmo com aumento da PIC. Este
fenômeno é denominado autorregulação.
Quando a PIC atinge valores críticos, a autorregulação não consegue manter o fluxo sangüíneo
cerebral, que começa a diminuir. A falta de suprimento sangüíneo no cérebro causa hipóxia, que piora ainda
mais os efeitos negativos da hipertensão intracraniana. Com a hipóxia, as células do cérebro sofrem
alterações funcionais que levam ao aumento do volume celular (degeneração baloniforme) e o conjunto de
células “inchadas” acarreta um maior volume cerebral, aumentando ainda mais a PIC.
Assim, menos sangue chega ao cérebro e o ciclo vicioso acarreta na compressão de estruturas vitais,
como as que se localizam no tronco cerebral, levando o paciente à morte.
CLASSIFICAÇÃO DO TRAUMA CRANIENCEFÁLICO
Quanto à morfologia:
 Fraturas cranianas: calota craniana ou base do crânio.
 Lesões encefálicas: focais ou difusas.
Quanto à gravidade:
 Leve: Escala de Glasgow entre 14 e 15.
 Moderado: Escala de Glasgow entre 09 e 13.
 Grave: Escala de Glasgow entre 03 e 08.
Quanto ao mecanismo de trauma:
 Fechado.
 Penetrante.
Nas fraturas de calota craniana, o reconhecimento pode ser evidente ou não: um afundamento ou uma
fratura exposta pode ser facilmente identificado; porém, fraturas lineares serão reconhecidas somente com
RX de crânio.
Na fratura de base de crânio, a observação de alguns sinais é importante para o reconhecimento:
equimose periorbitária (“olhos de guaxinim”), saída de sangue pelo ouvido externo (otorragia), saído de
líquor pelo ouvido (otoliquorréia), sangramento nasal (epistaxe), equimose em região mastóide (sinal de
Battle). As fraturas de base de crânio costumam ser muito graves.
Nas lesões encefálicas, pode-se observar a diferença no diâmetro pupilar em pacientes conscientes.
Pacientes conscientes podem apresentar o fenômeno caracterizado como intervalo lúcido mesmo com TCE.
A chance de complicação é grande, inclusive podendo evoluir à morte.
O rebaixamento do nível de consciência pode ser avaliado através da Escala de Coma de Glasgow,
definindo a gravidade do TCE. A escala de Glasgow é útil para o prognóstico do paciente e também define o
paciente em coma (Glasgow menor ou igual a 08).
AVALIAÇÃO DO TRAUMATISMO CRANIENCEFÁLICO
HISTÓRIA DO ACIDENTE
 Coleta de informações no local sobre as causas do acidente e condições da vítima imediatamente após o
acidente;
 Avaliar a cinemática do trauma.

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MECANISMOS DE TRAUMA DE CRÂNIO


LESÕES POR ARMA DE FOGO
As conseqüências variam em função do
calibre e tipo do projétil, da distância de disparo e
sua velocidade.
Os ferimentos de entrada e saída devem ser
protegidos com curativos estéreis para evitar
infecções.
AVALIAÇÃO INICIAL
a. Realizar a análise primária e tratar os
problemas em ordem de prioridade;
b. Estabelecer se é necessária o acionamento
de USA ou Transporte Imediato.

AVALIAÇÃO DOS SINAIS VITAIS


Alterações comuns que podem ser encontradas na vítima de TCE
FR – respirações rápidas e superficiais; podendo evoluir para depressão ou parada respiratória;
FC – bradicardia.
PA – hipertensão associada a bradicardia. Pressões sistólica e diastólica divergentes podem indicar lesão
cerebral grave.
ATENÇÃO
O conjunto dispnéia + bradicardia + hipertensão arterial é denominado Tríade de Cushing e representa
condição grave para o paciente.
AVALIAÇÃO DAS PUPILAS
Observar o tamanho, igualdade e reatividade à luz das pupilas:
a. MIDRÍASE: pupilas dilatadas, em lesões cerebrais;
b. MIOSE: pupilas puntiformes, em lesões de tronco cerebral;
c. ANISOCORIA: pupilas desiguais, em lesões focais que comprimem o hemisfério cerebral.
EXAME NEUROLÓGICO
Tem por objetivo determinar a gravidade da lesão cerebral e detectar qualquer piora no estado
neurológico da vítima. A Escala de Coma de Glasgow (ECG) fornece uma medida quantitativa do nível de
consciência, através da somatória dos valores da avaliação de três itens, cada um correspondendo a uma área
ou estrutura cerebral: abertura ocular, resposta verbal e resposta motora.
ESCALA DE COMA DE GLASGOW
Gravidade do traumatismo craniencefálico avaliado pela ECG
A Escala de Coma de Glasgow (ECGl) foi desenvolvida em 1974 por Teasdale e Jennet, para avaliar
variações do grau de consciência e estimar prognósticos (evolução do paciente) nas vítimas com
traumatismos craniencefálico.
LEMBRE-SE: o parâmetro para acionamento de USA é de vítima com pontuação na ECG inferior ou igual
a 12, devido à gravidade do estado neurológico. Atentar para posturas de decorticação e descerebração, que
correspondem a lesões que afetam o cérebro e/ou o tronco cerebral.
EXAME FÍSICO SECUNDÁRIO DA CABEÇA DA VÍTIMA
a. Inspeção visual: pesquisar a presença de ferimentos abertos no couro cabeludo; equimoses ou
hematomas periorbitários (ao redor dos olhos) ou atrás da orelha (região do mastóide), hemorragias ou
saída de líquor pela orelha ou nariz;
b. Palpação: pesquisar deformidade (depressões ou abaulamentos) , crepitação óssea, hematomas abaixo do
couro cabeludo (subgaleais).

AVALIAÇÃO DE DEFICIT MOTOR LATERALIZADO DE EXTREMIDADES


Verificar alterações de sensibilidade e/ou movimentos em algum segmento do corpo. A paralisia de
extremidades pode indicar comprometimento da região cerebral responsável pela movimentação da área
afetada.
ENTREVISTA
1. Avaliar a queixa de cefaléia (dor de cabeça), tontura, náusea ou vômitos;
2. Verificar se houve perda de consciência e amnésia.

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SINAIS DE TRAUMA DE CRÂNIO

Ferimento aberto no couro cabeludo Hematoma

Hematoma periorbital

Equimose no mastóide
Sangramento nasal

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
1. Proteger ferimentos abertos no crânio com gaze estéril seca, fixando com bandagem triangular ou atadura
de crepe, sem exercer pressão excessiva;
2. Não obstruir a saída de sangue ou líquor pela orelha ou nariz;
3. Suspeitar de lesão cervical associada. Transportar em prancha longa, mantendo a cabeça em posição
neutra, coluna cervical estabilizada com aplicação do colar cervical e apoio lateral de cabeça;
4. Transportar a vítima em DDH;
5. Na ocorrência de vômito, lateralizar a prancha longa e aspirar à cavidade oral;
6. Monitorar sinais vitais freqüentemente.
TRAUMATISMOS NA FACE
SINAIS E SINTOMAS
1. Coágulos de sangue nas vias aéreas;
2. Deformidade na face;
3. Equimose e/ou hematoma nos olhos;
4. Perda do movimento ou impotência funcional da mandíbula;
5. Incoordenação dos movimentos oculares (olhos de boneca);
6. Dentes amolecidos ou quebrados (ou a quebra de próteses dentárias);
7. Grandes hematomas ou qualquer indicação de golpe severo na face.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
1. Manter a permeabilidade das vias aéreas e a coluna cervical estabilizada;
2. Aplicar curativo sem exercer pressão excessiva;
3. Objeto transfixado na bochecha e que apresente risco absoluto de obstruir as vias aéreas superiores pode
ser removido;
4. Na existência de fratura de mandíbula, estando a vítima inconsciente, utilizar a cânula orofaríngea para
manter a via aérea permeável;
5. Nos casos de sangramento incontrolável nas vias aéreas, realizar a aspiração contínua e
transportar a vítima com a prancha longa lateralizada.
TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR
ALGUMAS SITUAÇÕES RELACIONADAS COM LESÕES NA COLUNA VERTEBRAL
1. Qualquer vítima de trauma inconsciente
2. Acidentes automobilísticos, atropelamentos, quedas e acidente com mergulho em águas rasas;
3. Danos no capacete do motociclista;
4. Contusão torácica importante, próxima às clavículas;
5. Qualquer impacto violento na cabeça, pescoço, tronco ou pelve;
6. Acidente com desaceleração rápida;
7. Vítimas projetadas para fora de veículo;
8. Vítimas de explosão;
9. Ferimento pérfuro-contuso no tronco, cabeça e pescoço;

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10. Queda da própria altura.

MECANISMOS DE TRAUMA RAQUIMEDULAR

TIPOS DE LESÕES
Lesões esqueléticas
Fraturas de vértebras sem lesão medular.
Lesões medulares
1. Em geral lesão entre C1 e C2 produzem parada cardiorrespiratória;
2. Lesões entre C3 e T2 podem provocar tetraplegia ;
3. Lesões entre T3 e L3 podem produzir paraplegia;
4. Lesões abaixo de L3 e que atinjam a região sacral ou coccígea, podem levar à disfunção vesical e fecal;
impotência sexual.
RECONHECIMENTO DO TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR
1. Sinais ou sintomas como:
a. Pontos dolorosos, deformidades e hematomas localizados próximos à coluna vertebral.
2. Alterações neurológicas como:
a. Paralisia de extremidades inferiores e superiores - tetraplegia;
b. Paralisia de extremidades inferiores - paraplegia;
c. Ausência ou diminuição de sensibilidade ou formigamento abaixo da lesão;
d. Paralisia dos músculos intercostais, predominando a respiração diafragmática;
e. Perda de controle dos esfíncteres vesical e fecal (eliminação involuntária de urina e fezes);
f. Priaprismo (ereção persistente do pênis, sem estímulo sexual).
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
1. Verificar situações de emprego de SAV ou Transporte Imediato;
2. Empregar manobras adequadas para a liberação das vias aéreas superiores;
3. Utilizar técnicas adequadas para a movimentação e o transporte de vítimas;
4. Capacetes devem ser removidos, quando indicado, com a técnica correspondente;
5. Imobilizar as vítimas de trauma que se encontrem sentadas, e estáveis, com a prancha curta ou o Colete
Imobilizador Dorsal (KED) antes de movimentá-la para a prancha longa;
6. Imobilizar na prancha longa, vítimas politraumatizadas encontradas em pé na cena de emergência;
7. Priorizar a estabilização da coluna cervical nas técnicas rápidas de extricação;
8. Imobilizar e transportar em prancha longa, com estabilização da coluna cervical, com a cabeça em
posição neutra, com a aplicação do colar cervical e o apoio lateral de cabeça.
TRAUMA DE TÓRAX
Traumas de tórax podem ser:
1. Penetrantes: as forças de impacto são distribuídas sobre uma pequena área.
Ex: ferimentos por arma branca; ferimentos por arma de fogo ou queda sobre objeto pérfuro-cortantes.
Qualquer estrutura ou órgão pode ser lesado.
2. Contusos: as forças são distribuídas sobre uma grande área, e muitas lesões podem ocorrer por
desaceleração e compressão. Condições como pneumotórax, tamponamento cardíaco, tórax instável, ruptura

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de aorta deve ser suspeitada quando o mecanismo de trauma envolve desaceleração rápida.
PRINCIPAIS LESÕES TORÁCICAS
FRATURAS DE COSTELAS E DO ESTERNO
SINAIS E SINTOMAS
a. Dor local;
b. Equimose ou hematoma local;
c. Dificuldade ao respirar;
d. Diminuição da expansão torácica do lado afetado;
e. Crepitação óssea.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Restrição de movimento na área


lesada com a utilização de Bandagem
Triangular.
Confecção de tipóia de sustentação.

TÓRAX INSTÁVEL
Tórax instável é causado geralmente por
impacto direto no esterno ou impacto lateral causando fratura de dois ou mais arcos costais consecutivos em
dois ou mais pontos.
Os problemas encontrados resultados desta lesão são:
a. Respiração paradoxal: o segmento do tórax que está fraturado apresenta movimentação contrária à do
restante durante a respiração.
b. Dor intensa: decorrente das múltiplas fraturas.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR Inspiração Expiração
Restrição do movimento do local fraturado
utilizando-se o braço do lado afetado apoiado sobre
o local da fratura, fixando com tipóia.
PNEUMOTÓRAX
Caracteriza-se pela presença de ar entre as
pleuras. O ar separa as superfícies das pleuras, e o
pulmão colapsado não se expande durante a
respiração.
CLASSIFICAÇÃO
 PNEUMOTÓRAX ABERTO
Quando há comunicação da cavidade torácica com o meio externo, causado por ferimentos penetrantes
no tórax (ferida soprante de tórax).
Exemplos: ferimentos causados por arma branca, ferimentos causados por arma de fogo.
 PNEUMOTÓRAX FECHADO
Quando não há comunicação da cavidade torácica com o meio externo, causado por traumas contusos
na região do tórax.
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO
É uma situação agravante do pneumotórax, sendo mais comum em trauma fechado de tórax. Aparece
quando se forma um mecanismo valvular, ou seja, na inspiração existe entrada de ar para dentro do tórax
(espaço pleural), mas na expiração a lesão se fecha, ficando o ar represado dentro do tórax
Desta maneira, a cada movimento respiratório a pressão dentro do tórax aumenta progressivamente, de
tal modo, que o pulmão do lado afetado se colaba e o coração e o mediastino (região central do tórax), onde
estão localizados os grandes vasos sanguíneos são empurrados para o lado oposto
Quando o mediastino é empurrado para o lado oposto ocorre o
pinçamento dos vasos da base do coração (Veias Cavas Inferior e
Superior). Além disto, existe um aumento significativo da pressão
dentro do tórax. Estas duas situações diminuem significativamente o
retorno do sangue venoso ao coração Por isso é que a vítima
apresenta um importante sinal clínico: a estase sanguínea na veia
Mediastino
jugular. Com a diminuição do Retorno Venoso, o volume de sangue

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cava

Coração
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bombeado pelo coração (Débito Cardíaco) diminui deixando de
oxigenar adequadamente os tecidos estabelecendo-se assim o estado
de choque.
Um outro fator que agrava ainda mais esta situação é o desvio
da traquéia, isto ocorre, porque o mediastino quando é empurrado
para o lado oposto à lesão, leva consigo a traquéia. O desvio da
traquéia leva a uma hipoventilação com hipóxia nos tecidos do
organismo. Isto somado com a diminuição da circulação de sangue
no corpo provoca uma situação de morte iminente.
RECONHECIMENTO DO TRAUMA TORÁCICO
1. Avaliar a cinemática do trauma;
2. Observar alterações respiratórias: dispnéia, respiração paradoxal, tosse sanguinolenta (hemoptise);
3. Observar presença de cianose na face, especialmente nos lábios;
4. Verificar sinais de choque hemodinâmico;
5. Observar no pescoço: desvio de traquéia ou distensão dos vasos do pescoço (estase jugular), enfisema
subcutâneo;
6. Observar no tórax: assimetria da parede torácica na respiração, ferimentos abertos, deformidades,
hematomas, equimoses, escoriações, crepitação óssea, enfisema subcutâneo.
CONDUTA NO TRAUMA PENETRANTE DE TÓRAX
1. Controlar sangramentos externos;
2. Verificar se o ferimento é soprante e neste caso:
2.1. Pedir para a vítima expulsar todo o ar dos pulmões (expiração forçada);
2.2. Se a vítima estiver inconsciente: observe os movimentos respiratórios; na expiração faça o curativo;
2.3. Aplicar no ferimento um curativo oclusivo de formato quadrado, utilizando o plástico protetor de
evisceração, vedando suas bordas em três lados com esparadrapo e deixando a parte inferior aberta.
3. Verificar se há objeto encravado:
3.1. se não estiver encravado, transportar a vítima de DDH;
3.2. se estiver encravado:
3.2.1. Não retirá-lo;
3.2.2. Estabilizá-lo;
3.2.3. Transportar a vítima em DDH, exceto que o objeto esteja encravado na região dorsal; neste caso a
vítima deverá ser transportada em decúbito lateral (DL) do lado não afetado, mantendo a
imobilização manual da coluna.
4. Observar situações de acionamento de SAV ou Transporte Imediato.
5. Transportar monitorando sinais vitais.
ATENÇÃO
 Estar atento para alteração da voz, dos ruídos respiratórios, aumento de hematomas, enfisema de
subcutâneo e desvio de traquéia que podem comprometer a permeabilidade das vias aéreas.
 Se na vítima com idade superior a 8 anos, a FR for menor que 08 mrm e na vítima entre 28 dias a 8 anos
for menor que 12 mrm, ventilar a vítima com o ressuscitador manual associado ao oxigênio.
Não utilize equipamento de pressão positiva para ventilação na vítima com traumatismo torácico, pois
pode produzir ou agravar um pneutomotórax. Cuidado no uso do ressuscitador manual.

QUEIMADURAS E EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS


QUEIMADURA
É uma lesão produzida nos tecidos de revestimento do organismo, causada geralmente por agentes
térmicos, produtos químicos, eletricidade, radiação, etc.
As queimaduras podem lesar a pele, os músculos, os vasos sangüíneos, os nervos e os ossos.
PRINCIPAIS CAUSAS
1. Térmicas – por calor (fogo, vapores quentes, objetos quentes) e por frio (objetos congelados, gelo).
2. Químicas – inclui vários cáusticos, tais como substâncias ácidas e álcalis.
3. Elétricas – materiais energizado e descargas atmosféricas.
4. Substâncias Radioativas – materiais radioativos (irídio-192, cobalto-60, césio-137, promécio-147,
criptônio-85, níquel-63, Amerício-231, polônio-210) e raios ultravioletas (incluindo a luz solar).
5. Luz intensa – atinge principalmente os olhos.

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CLASSIFICAÇÃO, SINAIS E SINTOMAS
DE ACORDO COM SUA PROFUNDIDADE DA ÁREA QUEIMADA
As queimaduras classificam-se em graus, de primeiro a terceiro graus:
Queimadura de 1º Grau – Atinge somente a epiderme (camada mais superficial da pele). Caracteriza-se por
dor local e vermelhidão da área atingida.
Queimadura de 2º Grau – Atinge a epiderme e a derme. Caracteriza-se por muita dor, vermelhidão e
formação de bolhas.
Queimadura de 3º Grau – Atinge todas as camadas (tecidos) de revestimento do corpo, incluindo o tecido
gorduroso, os músculos, vasos e nervos, podendo chegar até os ossos. É a mais grave quanto à profundidade
da lesão. Caracteriza-se por pouca dor, devido à destruição das terminações nervosas da sensibilidade, pele
seca, dura e escurecida ou esbranquiçada, ladeada por áreas de eritema (vermelhidão).
OBSERVAÇÃO
Uma queimadura de 3º grau não é dolorosa, mas a vítima geralmente queixa-se da dor nas bordas da
lesão, onde a queimadura é de 2º ou 1º grau.
DE ACORDO COM A EXTENSÃO DA ÁREA QUEIMADA
De acordo com a extensão da queimadura, usamos percentagens através da regra dos nove que
permitem estimar a superfície corporal total queimada (SCTQ). Neste caso, analisamos somente o percentual
da área corpórea atingida pela lesão, sem considerar sua profundidade (seus graus).
A regra dos nove divide o corpo humano em doze regiões; onze delas eqüivalem a 9 % cada uma, e a
última, a região genital equivale a 1 %, conforme segue:

Região do corpo ADULTO CRIANÇA GRAVIDADE DAS QUEIMADURAS


Cabeça e pescoço 9% 18% A gravidade de uma queimadura deve sempre
considerar os seguintes aspectos:
MMSS 18% 18% 1. Grau da queimadura: 3º grau afeta estruturas e
Tronco anterior 18% 18% órgãos profundos abaixo do tecido; produz
Tronco posterior 18% 18% coagulação sanguínea, toxinas, etc.;
MMII 36% 28% Porcentagem da Superfície Corporal Total Queimada
Genitais 1% - (SCTQ): quanto mais extensa maior as
Total 100% 100% complicações para o organismo humano,
possibilidade de choque hipovolêmico;
2. Localização da queimadura: na face
produz possibilidade de obstruir VAS;
na região genital, produz dor intensa e
infecções; nas mãos, produz
incapacidade funcional; na
circunferência do tórax, produz grave
dificuldade respiratória; em torno de
membros, produz edema com
compressão dos vasos sanguíneos e
isquemia local;
3. Complicações que a acompanham:
fraturas associadas, etc;
4. Idade da vítima: (idoso), dificuldade
de recuperação; (infância), produz
dor intensa, lesão vascular periférica,
compromete o desenvolvimento
ósseo;
5. Enfermidades anteriores da vítima: diabetes, hemofilia, cardíaco, problemas vasculares locais.
REGRAS GERAIS DE ATENDIMENTO PARA VÍTIMAS DE QUEIMADURAS
1. Avaliar as condições de segurança do local, identificando o tipo de acidente;
2. Interromper o contato da vítima com o agente lesivo (térmico, químico ou elétrico). Se necessário,
remover a vítima para local seguro antes de prosseguir o atendimento;
3. Efetuar a análise primária e secundária e tratar os problemas em ordem de prioridade;
4. Vítimas de queimaduras podem apresentar outros tipos de trauma associados. Portanto, faça o exame
físico detalhado e se necessário adote as condutas relativas ao atendimento de um politraumatizado.

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5. Dê especial cuidado durante o transporte para evitar agravamento das lesões ou maior sofrimento para o
acidentado;
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR DAS QUEIMADURAS TÉRMICAS
1. Se a vítima estiver com fogo nas vestes, envolva-a com um cobertor a partir do pescoço em direção aos
pés;
2. Interromper a reação de calor, resfriando a vítima com soro fisiológico ou água em temperatura ambiente;
3. Retirar as vestes com delicadeza, sem arrancá-las cortando-as com a tesoura. Não arrancar o tecido se
estiver aderido a pele, apenas resfriá-lo com soro fisiológico ou água na temperatura ambiente, deixando-
o no local;
4. Remover das extremidades anéis, pulseiras, relógios ou jóias antes que o membro edemacie;

5. Avaliar as regiões do corpo acometidas, através da profundidade (1º, 2º e 3º grau) e extensão da lesão
através da porcentagem da área corpórea (Regra dos Nove);
6. Caso haja acometimento da face (queimadura de pele, cabelos ou pêlos do nariz e das pálpebras) ou
possibilidade de que a vítima tenha inalado fumaça ou gases, dar especial atenção ás vias aéreas e
respiração, fornecendo oxigênio umidificado por máscara;
7. Se houver queimaduras nos olhos, cubra-os com gaze umedecida em água ou soro fisiológico;

8. Proteger as áreas queimadas com plástico protetor estéril;


9. Se a área afetada envolver mãos e pés, separar os dedos com pequenos rolos de gaze umedecida em soro
fisiológico antes de cobri-los;
10. Cobrir a vítima com lençol descartável e por cima destes colocar o cobertor térmico.
ATENÇÃO
Vítimas de queimaduras com 30% ou mais de área corpórea atingida, tendem a apresentar hipotermia
severa. Após interromper a reação de calor, cubra imediatamente a vítima.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR PARA QUEIMADURAS QUÍMICAS
1. Antes de manipular qualquer vítima que ainda esteja em contato com o agente agressor, o socorrista deve
proteger-se de sua exposição, com luvas, óculos e vestimenta adequada;
2. Se possível identificar o agente agressor;
3. Retirar as vestes da vítima que estiver impregnada pelo produto e irrigar a pele com água corrente,
abundantemente.
4. Irrigar no mínimo cinco (05) minutos para ácidos e quinze (15) minutos para álcalis;
5. Irrigar no mínimo quinze (15) minutos para álcalis;
6. Se o produto for seco (na forma de granulado ou pó) retirá-lo manualmente sem friccionar (com pano
seco ou escova). Em seguida irrigar o local conforme recomendado;

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7. Se a lesão for nos olhos, lateralizar a cabeça (para não atingir o olho íntegro), irrigá-los por no
mínimo 20 minutos com água corrente ou soro fisiológico antes de transportar ou manter a irrigação
durante o transporte;
ACIDENTES ENVOLVENDO ELETRICIDADE
As lesões causadas por acidentes com eletricidade podem levar uma vítima a uma parada cardíaca,
paralisação da respiração por contração dos músculos respiratórios e ocasionar queimaduras locais de limites
bem definidos ou de grande extensão. A queimadura geralmente será de 3º grau, podendo, em alguns casos,
provocar a carbonização da área afetada.
Procedimentos operacionais:
1. Empregar EPI específico.
2. Verificar e afastar, ou minimizar, riscos iminentes, principalmente se a energia foi cortada e escoada antes
de abordar a vítima; observar ainda:
2.1. Se os fios estiverem em contato com veículos, orientar as vítimas a permanecerem no seu interior até
que a companhia de eletricidade possa desenergizá-los, a não ser que haja risco iminente de incêndio ou
explosões; nestas situações, orientar a vítima a pular do veículo sem fechar o circuito com o solo;
2.2. Se houver um fio chicoteando, tente estabilizá-lo com o estepe da viatura;
2.3. O socorrista que for utilizar o croque deverá ter amarrado na cintura uma “linha de vida” (cabo multi-
uso) com a finalidade de retirá-lo rapidamente em caso de contato com a fonte de energia;
3. Realizar análise primária da vítima;
3.1. Observar atentamente a qualidade do pulso, pois nessas situações
podem ocorrem arritmias cardíacas.
4. Informar a Central de Operações e aguardar determinação.
5. Tratar as queimaduras.
5.1. Tratar os ferimentos com técnica adequada;
Os problemas mais graves produzidos por uma descarga
elétrica são: parada respiratória ou cárdiorespiratória, dano ao
sistema nervoso central, lesões em órgãos internos e traumas
associados.

ATENÇÃO
 Não esquecer de desligar a fonte de energia e certificar que toda a eletricidade escoou, (condensadores e outros
equipamentos podem armazenar por algum tempo a energia elétrica, mesmo depois de desligada a fonte de
fornecimento) antes de acessar a vítima.
 Considerar a vítima de choque elétrico sempre como vítima de trauma grave, mesmo que não haja sinais
externos que indiquem isto.
 Considerar fios caídos sempre como energizado.
EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS – LESÕES PROVOCADAS PELO CALOR
EXAUSTÃO TÉRMICA
Colapso circulatório provocado pela exposição do corpo humano ao calor durante atividade física
intensa. Não há suprimento de sangue suficiente para a manutenção de toda a atividade corporal, devido ao
mecanismo de perda de calor (vasodilatação periférica), gerando fadiga física e mal estar geral. Associa-se a

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isso a desidratação provocada por suor intenso.
O sistema circulatório entra em colapso, causando os sinais e sintomas abaixo listados. Um exemplo
clássico é o mal súbito (estafa) acometido pelo bombeiro que executa intensamente uma atividade de
rescaldo após um incêndio.
SINAIS E SINTOMAS
1. Respiração rápida e superficial;
2. Pulso fino;
3. Pele fria e às vezes, pálida;
4. Sudorese intensa;
5. Debilidade física generalizada (fraqueza muscular);
6. Tontura e às vezes inconsciência.
INTERMAÇÃO OU INSOLAÇÃO
Situação muito grave que ocorre quando uma pessoa tem sua temperatura corporal elevada por falha
dos mecanismos de regulação. A vítima nesse caso deixa de suar, o mecanismo de vasodilatação se torna
ineficiente e sua temperatura sobe demasiadamente lesionando as células cerebrais, podendo ocasionar
convulsões e até a morte.
SINAIS E SINTOMAS
1. Temperatura corporal de 40,5 a 43,3 º C;
2. Respirações profundas, seguidas de respirações superficiais;
3. Pulso rápido e forte, seguido de pulso rápido e fraco;
4. Pele seca e quente. Às vezes, avermelhada;
5. Pupilas dilatadas;
6. Perda da consciência;
7. Convulsões e/ou tremor muscular podem estar presentes;
8. Coma.
DIFERENÇAS ENTRE EXAUSTÃO TÉRMICA E INSOLAÇÃO
EXAUSTÃO TÉRMICA INSOLAÇÃO
 Pele úmida, pegajosa,  Pele seca e quente,
pálida. normalmente
 Temperatura normal avermelhada.
ou abaixo do normal.  Temperatura do corpo
 Fraqueza, tontura ou muito elevada.
debilidade.  Coma.
 Falta de apetite,  Pulso forte e rápido.
náusea.
 Dor de cabeça.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR PARA LESÕES PROVOCADAS PELO CALOR


1. Remover a vítima para um ambiente seguro, fresco e arejado.
2. Realizar a análise primária e secundária e tratar os problemas em ordem de prioridade;
3. Verificar se a situação é de acionamento de USA ou de Transporte Imediato;
4. Remover as roupas do acidentado, se necessário, para diminuir a temperatura corporal;
5. Se a temperatura estiver elevada, aplicar compressas frias, umedecidas em água na temperatura
ambiente, no pescoço, nas axilas, na região inguinal e sob os joelhos.
ATENÇÃO
 Ter cautela para não provocar hipotermia.
 Não perder tempo procurando água fria, se for o caso utilizar frascos de soro fisiológico.
 Transportar a vítima o mais rápido possível.
 Não utilizar compressas com álcool.
 Não fornecer nada para a vítima ingerir.
LESÕES PROVOCADAS PELO FRIO
O corpo humano pode ser lesado pela exposição ao frio, por um período prolongado, a baixas
temperaturas, ou mesmo por exposição ao frio extremo durante apenas um curto período de tempo.
A exposição pode lesar a superfície corporal e até provocar um resfriamento generalizado
(hipotermia), levando a pessoa à morte.
Os fatores citados abaixo podem influenciar significativamente no desenvolvimento das lesões por

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frio:
 Ambiente: temperatura fria, imersão em águas geladas contato prolongado com locais frios;
 Roupas inadequadas;
 Tempo de exposição;
 Idade: idosos e crianças são mais susceptíveis.

HIPOTERMIA (resfriamento generalizado)


O organismo humano utiliza diversos recursos para a manutenção da estabilidade da temperatura
corporal em torno de 36,8 Cº.
Maneiras pela qual o corpo perde temperatura
1. Convecção: perda de calor através de correntes de ar frio atingindo a superfície corporal;
2. Evaporação: a evaporação de água ou suor na superfície da pele leva a perda de temperatura corporal;
3. Respiração: entrada de ar frio nos pulmões promovendo a troca de calor do sangue presente nos vasos
capilares alveolares para o meio ambiente;
4. Condução: troca de calor corporal através do contato direto da pele com superfícies mais frias;
5. Radiação: perda de calor para o meio ambiente onde a temperatura é mais fria que a corporal.
Maneiras pela qual o corpo mantém a temperatura
1. Constrição e/ou dilatação dos vasos sanguíneos periféricos;
2. Contração e/ou relaxamento da pele;
3. Sudorese;
4. Aumento da freqüência respiratória.
A temperatura constante permite que as reações celulares (metabolismo) ocorram de forma eficaz. A
exposição ao frio excessivo pode provocar graves alterações à saúde. Se o corpo humano não consegue
controlar a temperatura ocorre o resfriamento generalizado (hipotermia) podendo levar ao coma e evoluir
para a morte.
SINAIS E SINTOMAS DE HIPOTERMIA
1. Pele fria e seca;
2. Calafrios;
3. Sensação de adormecimento nas extremidades;
4. Distúrbios visuais;
5. Sonolência;
6. Inconsciência;
7. Letargia (movimentos musculares executados com lentidão);
8. Bradipnéia (freqüência respiratória lenta) e bradicardia (freqüência cardíaca lenta);
9. Parada cardíaca e respiratória.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
1. Remover a vítima para um ambiente seguro e aquecido;
2. Realizar a análise primaria e secundária e tratar os problemas em ordem de prioridade;
3. Verificar se a situação se enquadra no acionamento de USA ou transporte imediato;
4. Remover as vestes molhadas, secar o corpo da vítima com compressas de gaze algodoadas;
5. Aquecer passivamente a vítima com uso de cobertores ou manta aluminizada, cobrindo
especialmente a cabeça.
RESFRIAMENTO LOCALIZADO (congelamento)
A exposição de uma parte do corpo humano ao frio excessivo pode produzir a necrose celular. É
provocada pelo congelamento do líquido intracelular, produzindo assim, cristais de gelo que podem destruir
as células.
Este resfriamento pode ser superficial ou profundo, sendo geralmente desconhecido pela vítima que
somente toma ciência do problema quando verifica que a coloração da pele torna-se esbranquiçada e ocorre
falta de sensibilidade na área afetada.
Quando o resfriamento for profundo irão aparecer manchas na pele, a qual alterará sua coloração de
branca (acinzentada) para amarela e finalmente azulada. Tanto a superfície como as partes internas do local
lesado estarão duras ao tato.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
1. Remover as roupas molhadas;
2. Remover, se houver, adornos (anéis, pulseiras, relógios, etc.) da área afetada;
3. Secar suavemente a área lesada;

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4. Envolver a área queimada com compressa de gaze estéril seca;
5. Se a lesão atingir dedos, separá-los com compressa de gaze estéril seca;
6. Envolver a região com atadura de crepe, mantendo-a aquecida.

INTOXICAÇÕES
Em todo o mundo, já foram identificados mais de 9 milhões de agentes químicos naturais e sintéticos,
no entanto, menos de 3000 são os causadores de mais de 95% das intoxicações.
Alguns casos de envenenamentos são causados por tentativas de suicídios, muitos outros são
acidentais e envolvem principalmente crianças.
A identificação do agente tóxico e um conhecimento preciso do seu potencial de toxidade são pontos
chaves para o atendimento inicial da vítima.
Membros da família ou outras pessoas, naturalmente, informam o fato durante a chamada de socorro.
O socorrista ao avaliar a cena da emergência, pode suspeitar de envenenamento ao perceber a presença de
recipientes, líquidos derramados, cápsulas, comprimidos, substâncias venenosas ou qualquer indício que
permita identificar a substância tóxica. Adicionalmente, os sinais e sintomas que a vítima apresenta pode
indicar um caso de envenenamento ou overdose de drogas. Na ausência dessas informações os socorristas
devem se basear apenas no atendimento geral de suporte básico de vida. Os Centros de Controle de
Intoxicação, locais ou regionais, devem ser acionados para informações técnicas suplementares, sempre que
necessário.

TÓXICO
Tóxico ou veneno é qualquer substância que afeta a saúde ou causa a morte por sua ação química
quando interage com o organismo. É importante informar que todo medicamento apresenta propriedades
terapêuticas. Entretanto, em doses excessivas, todos podem tornar-se tóxicos.
INTOXICAÇÃO
Emergência médica caracterizada por distúrbios no funcionamento de órgãos ou sistemas causados
pela inteiração com o organismo humano de substâncias químicas ou orgânicas.
SUBSTÂNCIAS GERALMENTE ENVOLVIDAS
1. Medicamentos: antidepressivos, estimulantes, analgésicos;
2. Derivados de petróleo: gasolina, óleo díesel, graxa, naftalina;
3. Cosméticos: esmalte, acetona, talcos;
4. Pesticidas, raticidas, agrotóxicos; organofosforados, pentaclorofenol, compostos cumarínicos;
5. Plantas venenosas: comigo-ninguém-pode; trombeta;
6. Outros: drogas; alimentos contaminados; limpadores domésticos; chumbo; pomadas, cremes, contato
com insetos (taturana); picada de insetos, acidente ofídico, drogas injetáveis.
VIAS DE INGRESSO DO AGENTE NOCIVO
1. Ingestão: deglutição de substâncias químicas, acidental ou intencionalmente;
2. Inalação: aerossóis, pós, fumaças, gases;
3. Absorção: através do contato direto da pele com certas substâncias;
4. Injeção: inoculada no organismo humano através de peçonhas ou seringas.
Os agentes são classificados em:
 Gases, compostos voláteis, metais, inseticidas, herbicidas, rodenticidas, fungicidas, compostos
hipnoanalgésicos, ansiolíticos, neurolépticos, estimulantes centrais e compostos barbitúricos.

SUBSTÂNCIA EXEMPLOS
Gases Monóxido de carbono, ozônio, cloro, bromo, ácido cianídrico
Compostos voláteis Etanol, metanol, anilina, gasolina, querosene, benzeno, clorofórmio, acetona,
tolueno
Metais Mercúrio, chumbo, arsênico, cromo, manganês
Inseticidas Organofosforados, carbamatos, organoclorados
Herbicidas Pentaclorofenol, paraquat, diquat, dinitrofenóis
Rodenticidas Cumarínicos
Fungicidas Organofosforados, carbamatos
Hipnoanalgésicos Ópio, opióides, meperidina, metadona

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Neurolépticos Haloperidol (Haldol), tioridazida
Ansiolíticos Benzodiazepínicos
Estimulantes centrais Anfetaminas, cocaína, xantinas
Compostos barbitúricos Fenobarbital,

AÇÃO DOS GASES


MONÓXIDO DE CARBONO
 Proveniente da queima incompleta de produtos constituídos por carbono em incêndios. Portanto, a
aspiração da fumaça proveniente durante um período de tempo pode gerar intoxicação. Outras fontes de
emissão de monóxido de carbono são os veículos automotores.
É um agente que atua no transporte de oxigênio, pois ao ligar à hemoglobina, forma um complexo
monóxido-hemoglobina irreversível (carbohemoglobina).
A intoxicação pode ser classificada como sobreaguda, aguda e crônica. É importante conhecer os
efeitos das duas primeiras.
 Sobreaguda
1. Inalação de grandes quantidades de monóxido, levando à parada respiratória ou PCR por depressão do
centro respiratório.
 Aguda: três períodos distintos:
1. Lesão neurológica: cefaléia, vertigem e zumbidos e fraqueza muscular;
2. Paralisia muscular generalizada, rebaixamento do nível de consciência e bradipnéia (respiração lenta)
3. Ocorre somente em casos que se recuperam da intoxicação. O paciente pode apresentar amnésia,
nevralgias, confusão mental durante meses.
CLORO E BROMO
 São gases de ação cáustica que, se inalados podem reagir com a água presente nas mucosas
broncopulmonares e formar os ácidos clorídrico e bromídrico, respectivamente. Os ácidos promovem a
corrosão sobre os alvéolos e dos capilares sangüíneos, ocasionando o edema pulmonar que leva à morte
por asfixia.
ÁCIDO CIANÍDRICO E CIANETOS
Classe I Extremamente tóxicos Faixa Vermelha
Classe II Altamente tóxicos Faixa Amarela
Classe III Medianamente tóxicos Faixa Azul
Classe IV Pouco ou muito pouco tóxicos Faixa Verde
 Estes sinais e sintomas têm muito em comum com emergências clinicas. Nunca afirme que há um abuso
de álcool ou droga, se não tiver certeza.
 Um usuário de drogas, freqüentemente usará mais de uma droga e mais de uma vez. Por isso, é
impossível em um simples exame físico identificar qual é a droga que está causando o problema.
ABUSO DE ETANOL (BEBIDAS ALCOÓLICAS)
O álcool etílico presente nas bebidas alcoólicas é uma droga socialmente aceita, quando ingerida com
moderação, mas pode ter efeitos devastadores no organismo. A ingestão excessiva de álcool pode acarretar
em intoxicação aguda, e em casos extremos pode causar a morte devido à depressão respiratória. Uma vítima
intoxicada não pode ser alvo de preconceito. Muitos casos apresentam lesões crônicas. Outros que estão
tentando evitar o consumo podem apresentar convulsões, alucinações e podem entrar num estado de vigília
alterado que evolui para a morte. Esta condição grave é denominada delirium tremens. A vítima pode sofrer
ou causar traumas em outras pessoas enquanto apresentar intoxicação etílica aguda. Este assunto será
discutido mais adiante. Como Socorrista, procure oferecer cuidados a vítima intoxicada pelo etanol como
você faria a qualquer outra vítima. Determine que o problema foi causado pelo álcool e que este abuso é o
único problema. Lembre-se que diabetes, epilepsia, ferimentos na cabeça, febres altas e outros problemas
clínicos podem fazer a vítima parecer alcoolizado. Se a vítima permitir, faça a entrevista. Em alguns casos,
você terá que depender das pessoas presentes no local para obter uma informação significante.
SINAIS INDICATIVOS DO ABUSO DE ÁLCOOL
 Odor de álcool no hálito da vítima ou em suas vestimentas. Isto é bastante significativo. Certifique-se de
que não é hálito cetônico, apresentado pelo diabético.

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 Falta de equilíbrio e com movimentos instáveis, sem coordenação.
 Fala desarticulada e com inabilidade para manter a conversação.
 Não pense que a situação não é séria apenas pelas piadas feitas pela vítima e presentes no local.
 Rubor, suor e queixa de calor.
 Vômito ou desejo de vomitar.
A vítima alcoólatra pode estar em uma crise de abstinência de álcool. Delirium Tremens pode ser
resultado da retirada súbita do álcool. Em tais casos, atente para:
 Confusão e inquietação.
 Comportamento atípico de fúria ou agitação intensa.
 Algumas vítimas de Delirium Tremens poderão apresentar alucinações.
 Tremor nítido nas mãos.
Alguns dos sinais apresentados no abuso de etanol são semelhantes àqueles encontrados em
emergências clínicas. Tenha certeza de que o único problema é o abuso de álcool. Lembrem-se, pessoas
feridas ou doentes também abusam do álcool. Os efeitos do álcool podem mascarar os sinais típicos e
sintomas. Também esteja alerta para outros sinais, como sinais vitais alterados devido ao álcool e drogas.
Nunca pergunte se a vítima tomou qualquer droga, pois ele pode pensar que você está reunindo
evidências de um crime. Evite a palavra "droga". Pergunte se algum medicamento foi ingerido enquanto
bebia.
SINAIS E/OU SINTOMAS GERAIS DAS INTOXICAÇÕES
1. Queimaduras ou manchas ao redor da boca;
2. Formação excessiva de saliva ou espuma na boca;
3. Odor inusitado no ambiente, no corpo ou nas vestes da vítima;
4. Respirações rápidas e superficiais;
5. Pulso alterado na freqüência e ritmo;
6. Sudorese;
7. Alteração do diâmetro das pupilas;
8. Dor abdominal;
9. Náuseas; vômitos;
10. Diarréia;
11. Hemorragias digestivas;
12. Distúrbios visuais;
13. Tosse;
14. Reações na pele, que podem variar de irritação até queimaduras químicas;
15. Coceiras (pruridos) e ardência na pele;
16. Aumento da temperatura da pele;
17. Picadas e mordidas visíveis na pele com dor ou inflamação;
18. Confusão mental, inconsciência;
19. Convulsões;
20. Choque anafilático;
21. Parada respiratória ou cardiorrespiratória.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR DAS INTOXICAÇÕES
1. Garantir a segurança pessoal e da equipe de resgate - (uso de EPI e EPR);
2. Remover a vítima do local de risco, especialmente quando exposta à atmosfera gazeada;
3. Realizar a análise primaria e secundária e tratar os problemas em ordem de prioridade;
4. Remover as roupas do acidentado caso estejam contaminadas;
5. Verificar se a situação se enquadra no acionamento de USA ou Transporte Imediato;
6. Verificar se a situação se enquadra em Restrição de Vítimas;
7. Nos casos de contato da pele da vítima com substâncias químicas, lavar com água limpa, ou soro
fisiológico, a fim de remover o máximo de substância possível;
8. Mantenha a temperatura corporal da vítima estabilizada;
9. Vítimas inconscientes que apresentem possibilidade de vomitar devem ser posicionadas e transportadas
na Posição de Recuperação;
10. Vítimas conscientes, apresentando dificuldade respiratória, devem ser posicionadas e transportadas em
decúbito elevado (semi-sentada);
11. Transporte junto com a vítima: resto de substâncias, recipientes e aplicadores de drogas ou vômito.

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Tenha certeza que a vítima não possui traumatismos, pois as drogas podem "mascarar" a dor!
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
 Nas intoxicações por inalação de CLORO - administra-se oxigênio seco.
 Não se administra oxigênio em vítimas intoxicadas por compostos cumarínicos, substâncias utilizadas
em defensivos agrícolas, sob pena de agravar o envenenamento e auxiliar na morte do acidentado.
 Suspeite de envenenamento em qualquer paciente que apresentar uma doença aguda ou grave inexplicada.
 NÃO induzir o vômito, exceto se houver orientação médica através do CIOp
 NÃO tente neutralizar o veneno ou a droga, exceto nos casos em que houver orientação médica através do
CIOp.

TRIAGEM DE VÍTIMAS
O primeiro socorrista que chega numa cena da emergência com múltiplas vítimas enfrenta um grande
problema. A situação é diferente e seus métodos usuais de resposta e operação não são aplicáveis. Este
profissional deve modificar sua forma rotineira de trabalho buscando um novo método de atuação que lhe
permita responder adequadamente a situação.
Como poderão então esses socorristas prestar um socorro adequado? obviamente, se eles voltarem sua
atenção para a reanimação de uma ou mais vítimas, as outras potencialmente recuperáveis poderão morrer.
Portanto, logo que chegam na cena, esses primeiros socorristas devem avaliá-la, pedir reforços
adicionais e assegurar o local para, só então, dedicarem-se a seleção das vítimas enquanto as novas unidades
de socorro deslocam-se para o local da emergência.
Esses socorristas aproveitam assim o seu tempo da melhor maneira iniciando um processo de triagem.
Este é o primeiro passo para a organização dos melhores recursos na cena da emergência.

TRIAGEM
Processo utilizado em situações onde a
emergência ultrapassa a capacidade de resposta da
equipe de socorro. Utilizado para alocar recursos e
hierarquizar vítimas de acordo com um sistema de
prioridades, de forma a possibilitar o atendimento e o
transporte rápido do maior número possível de
vítimas.
Triagem – Termo dado ao reconhecimento da
situação e seleção das vítimas por prioridades na cena
da emergência. Palavra de origem francesa que
significa “pegar, selecionar ou escolher”.
Podemos conceituar a triagem como sendo um
processo utilizado em situações onde a emergência
ultrapassa a capacidade de resposta da equipe de
socorro. Utilizado para alocar recursos e hierarquizar
vítimas de acordo com um sistema de prioridades, de
forma a possibilitar o atendimento e o transporte
rápido do maior número possível de vítimas.
É de responsabilidade do socorrista que primeiro
chegar ao local do acidente múltiplo, montar um
esquema e separar as peças de um desastre de forma a
propiciar o melhor cuidado possível a cada pessoa
envolvida, solicitando recursos adicionais e reforço
para atender adequadamente a ocorrência.
Em resumo, o processo de triagem é usado quando a demanda de atenção supera nossa capacidade de
resposta e, portanto, devemos direcionar nossos esforços para salvar o maior número de vítimas possível,
escolhendo aquelas que apresentam maiores possibilidades de sobrevivência. O primeiro a chegar na cena
deve dedicar-se à seleção das vítimas, enquanto chegam as unidades de apoio.

OBSERVAÇÃO

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Se a ocorrência supera a capacidade de resposta da guarnição de primeira resposta, deveremos iniciar
um processo de triagem para avaliar e tratar a maior quantidade possível de vítimas com potencial de
recuperação. Se a guarnição se detém no atendimento de uma única vítima, todos os demais poderão não
receber auxílio.
MÉTODO “START”
S ___Simple > simples
T ___Triage____ > triagem
A ___And______> e
R ___Rapid____ > rápido
T ___Treatment _> tratamento
Sistema de triagem criado pelo Hoag Memorial Hospital e o Corpo de Bombeiros de Newport Beach
da Califórnia. Atualmente é o modelo adotado pela Associação de Chefes de Bombeiros do Estado da
Califórnia nos EUA. START é a abreviatura de Simple Triage And Rapid Treatment (Triagem Simples e
tratamento rápido).
 Sistema de triagem simples;
 Permite triar uma vítima em menos de um minuto;
Esse método foi desenvolvido para o atendimento de ocorrências com múltiplas vítimas, pois permite
a rápida identificação daquelas vítimas que estão em grande risco de vida, seu pronto atendimento e a
prioridade de transporte dos envolvidos mais gravemente feridos.
CÓDIGO DE CORES NO PROCESSO DE TRIAGEM
Cor VERMELHA
Significa primeira prioridade: São as vítimas que apresentam sinais e sintomas que demonstram um
estado crítico e necessitam tratamento e transporte imediato.
Cor AMARELA
Significa segunda prioridade: São as vítimas que apresentam sinais e sintomas que permitem adiar a
atenção e podem aguardar pelo transporte.
Cor VERDE
Significa terceira prioridade: São as vítimas que apresentam lesões menores ou sinais e sintomas que
não requerem atenção imediata.
Cor CINZA
Significa sem prioridade (morte clínica); lesões obviamente mortais ou para identificação de
cadáveres.
CRITÉRIOS UTILIZADOS NO MÉTODO START
O método utiliza tirante colorido ou cartões e baseia-se em três critérios para classificar as vítimas, ou
seja:
 A freqüência respiratória;
 A perfusão;
 Status neurológico.
Freqüência Respiratória
Se a freqüência respiratória é superior a 30 rpm, receberá uma etiqueta / fita de cor vermelha. Caso a
respiração esteja normal (menor de 30 rpm), o socorrista vai ao passo seguinte.
Perfusão Capilar
Verifica-se a perfusão capilar através da prova do enchimento capilar. Se o enchimento capilar é
superior a 2 segundos, a vítima deverá receber a etiqueta/fita de cor vermelha. Se o enchimento capilar é
inferior a 2 segundos, o socorrista vai ao passo seguinte.
Status neurológico: (nível de consciência):
Se a vítima não consegue executar ordens simples emanadas pelo socorrista, deverá receber a
etiqueta/fita de cor vermelha. Se a vítima executa corretamente as ordens simples recebidas, receberá a
etiqueta/fita de cor amarela.
PASSOS A SEGUIR NA APLICAÇÃO DO MÉTODO START
PRIMEIRO PASSO
O socorrista entra na cena da emergência, identifica e conduz (poderá ser utilizado um megafone para
isso) as vítimas que podem caminhar para uma área de concentração previamente delimitada. Estas vítimas
receberão uma identificação verde, entretanto, esse não é o momento de rotulá-las com etiquetas ou fitas,
sendo que tal providência será realizada posteriormente e de forma individual.

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SEGUNDO PASSO
Os socorristas iniciam a avaliação das vítimas que permaneceram na cena de emergência e que não
apresentam condições de caminhar. Deverá ser avaliada a respiração. A respiração está normal, rápida ou
ausente? Se estiver ausente, abra imediatamente as VAS para determinar se as respirações iniciam
espontaneamente. Se a vítima continua sem respirar, recebe a etiqueta/fita de cor preta (Não perca tempo
tentando reanimar a vítima). Se a vítima necessita ajuda para manter as VAS abertas e sua freqüência
respiratória é superior a 30 rpm, receberá uma etiqueta/fita de cor vermelha (nesses casos, tente conseguir
voluntários para manter abertas as VAS da vítima). Caso a respiração esteja normal (menor de 30 rpm), vá
ao passo seguinte.

FLUXOGRAMA START

TERCEIRO PASSO
Verifique a perfusão através da prova do enchimento capilar. Se o enchimento capilar é superior a 2
segundos, a vítima deverá receber a etiqueta/fita de cor vermelha. Se o enchimento capilar é inferior a 2
segundos, vá ao passo seguinte.
Hemorragias devem ser tratadas por socorrista que não esteja envolvido no processo de triagem.
QUARTO PASSO
Verifique o status neurológico da vítima. Se a vítima não consegue executar ordens simples emanadas
pelo socorrista, deverá receber a etiqueta/fita de cor vermelha. Se a vítima executa corretamente as ordens
simples recebidas, receberá a etiqueta/fita de cor amarela.
RECORDAR A REGRA MNEMÔNICA = 30 - 2 - NÃO.
COR BRANCA

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S
Suuppoorrttee B
Báássiiccoo ddee V
Viiddaa P
Prréé--H
Hoossppiittaallaarr
 Em alguns países são empregados sistemas de triagem com fichas coloridas e fitas que incorporam a cor
BRANCA que é usada para indicar as vítimas encontradas em óbito no local da cena.
PRIORIZAÇÃO EM LOCAL COM MÚLTIPLAS VÍTIMAS
QUANDO HOUVER RECURSOS DISPONÍVEIS PARA O ATENDIMENTO DAS VÍTIMAS O
SOCORRISTA DEVERÁ EMPREGAR OS SEGUINTES CRITÉRIOS PARA A TRIAGEM:
1. Priorizar o atendimento das vítimas realizando a análise primária observando-se ABCD, quando o
número de vítimas não superar os recursos de equipe e viaturas disponíveis no local (região).
2. Atender e estabilizar inicialmente as vítimas que tenham comprometimento das vias aéreas (A),
priorizando seu transporte.
3. Atender e estabilizar como segunda prioridade as vítimas com comprometimento da respiração (B),
assim como o seu transporte.
4. Atender e estabilizar como terceira prioridade as vítimas com comprometimento circulatório (C), assim
como seu transporte.
5. Atender e estabilizar como Quarta prioridade as vítimas com comprometimento neurológico (D), assim
como seu transporte.

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