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BOLETIM DE Nº 38

CONHECIMENTO agosto 2017


TÉCNICO

ARQUITETOS & ENGENHEIROS


VALE MESMO A PENA DARMO-NOS BEM!
Charles Thornton, um dos engenheiros estruturais mais importantes do Mundo, disse uma vez que
o maior desafio que enfrenta a profissão de engenharia estrutural é não ter “auto-estima e auto-
confiança suficiente para acreditar que aquilo que é feito é deveras importante.”... // pág. 02

ENGENHARIA
OBRAS MARÍTIMAS: PARTICULARIDADES E PROCEDIMENTOS
// pág. 05

INOVAÇÃO DIREITO A FALAR


QUAL É A OPERADORA COM MELHOR ALTERAÇÕES AO NOVO REGIME DO
COBERTURA POR REGIÃO? ARRENDAMENTO URBANO
// pág. 09 // pág. 13

“O Engenho” é um Boletim de Conhecimento Técnico Mensal, os conteúdos não podem ser reproduzidos ou copiados sem a devida autorização dos autores.
Todos os direitos reservados. Grupo Casais © 2017 www.casais.pt | www.casaisnet.casais.pt
Boletim de Conhecimento Técnico Nº 38/2017

// Texto adaptado do artigo de autoria de Cody Tharpe


(Diretor da Tharpe Engineering Group, Savannah, GA)
“Architects and Structural Engineers: Can’t We All Just
Get Along?” / DISPONÍVEL AQUI

ARQUITETOS &
ENGENHEIROS
vale mesmo a pena
darmo-nos bem!

Charles Thornton, um dos engenheiros estruturais


Carlos Carvalho mais importantes do Mundo, disse uma vez que o
Departamento Técnico
maior desafio que enfrenta a profissão de engenharia
estrutural é não ter “auto-estima e auto-confiança
suficiente para acreditar que aquilo que é feito é
deveras importante.” “Os arquitetos são treinados para
apresentar, comunicar, vender, promover-se, promover
sua indústria e dar crédito pelo que fazem ", acrescenta.

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Como engenheiro estrutural, concordo com o Sr. Thorn- e, finalmente, obter licenças de construção. Mas não
ton, até certo ponto. acredito que todo o valor do que temos para oferecer
seja compreendido.
Sim, a engenharia estrutural é o enteado do processo de
construção e, sim, parte da culpa é nossa. O engenheiro Essa sensação de desrespeito é real. O site da Socie-
estrutural não obtém tanto crédito como o arquiteto dade Americana de Engenheiros Civis (ASCE - Ameri-
porque, como indústria, não conseguimos exigi-lo. can Society of Civil Engineers) apresentou um estudo
Assumimos o papel de nos sentarmos no banco de trás que conclui que "há dificuldades para os engenheiros
em vez de nos afirmarmos. Desempenhamos a nossa estruturais no relacionamento com o seu cliente, que
parte, recebemos o nosso cheque e vamos embora. incluem a falta de respeito dos arquitetos pelos seus
colegas de engenharia estrutural, bem como conota-
Onde eu discordo, respeitosamente, com o Sr. Thornton ções negativas do campo".
é na sua afirmação de que os engenheiros estruturais
não acreditam na importância daquilo que fazem. Um estudo da Society of Structural Engineers, observan-
do a frustração dos engenheiros para com a falta de
Pelo contrário, estamos muito conscientes da natureza compreensão estrutural entre os arquitetos, notou no
fundamental do nosso trabalho. A questão é se as ou- hábito dos arquitetos de procurar conselhos estrutu-
tras pessoas o estão também, particularmente nossos rais muito tarde, acabando por comprometer soluções
colegas no mundo do design criativo. estruturais otimizadas, assim como a falta geral de
interesse na colaboração. Por outro lado, os arquite-
Muitos engenheiros sentem (e provavelmente perpe- tos sentem-se frustrados pela falta de inovação e de
tuam) uma mentalidade de "nós contra eles", no seu compromisso com ideias de design arquitetónico do
relacionamento com arquitetos. Pessoalmente, des- engenheiro.
crevo isso mais como um sentimento subavaliado. Os
serviços de engenharia estrutural são frequentemente Os arquitetos veem os engenheiros como pessoas com
tratados como um mal necessário no processo de falta de visão e sensibilidade estética - tecnicamente
construção. Claro, arquitetos, construtores, desen- competentes, mas sem inspiração -, enquanto os enge-
volvedores e proprietários entendem que devem ter a nheiros consideram os arquitetos pessoas com ideias
nossa assinatura nos seus desenhos, a fim de cumprir ignorantes sobre as leis da física – designers snobs e
com os requisitos de regulamentação da construção inconscientes dos orçamentos. Trabalhar em conjunto

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pode ser uma colisão de tipos de personalidade e de A verdade é que os engenheiros e os arquitetos têm
objetivos profissionais. mais em comum do que aquilo que pensam, mais es-
pecificamente os conhecimentos para avaliar e projetar
Existe uma certa quantidade de ciúme no relacionamen- edifícios e fornecer espaços seguros, com bom funcio-
to dos engenheiros estruturais com nossos colegas co- namento para trabalhar e viver, por exemplo. O design
loridos? Possivelmente. A maioria dos arquitetos insiste arquitetónico e o design estrutural não têm sentido um
em ganhar empregos com base nas suas qualificações e sem o outro.
habilidades de design (entre outras capacidades pro-
fissionais, claro). Mas, fora de campos extremamente Os arquitetos precisam de ter uma boa relação de traba-
complexos e especializados (arranha-céus, estádios, lho com os engenheiros. Precisam de confiar que ele ou
etc.), acredito que é raro que uma empresa de engenharia ela tentará ter em conta a visão arquitetónica. E devem
estrutural se venda, exclusivamente, com base no mérito. ouvir quando os engenheiros alertam contra algo, seja
um problema estrutural, um problema de construção ou
Os arquitetos criam "testamentos para o espírito hu- uma preocupação de orçamento. E, sim, os engenheiros
mano" com revistas brilhantes dedicadas ao trabalho, precisam perceber o talento e a visão que os arquitetos
enquanto os engenheiros estruturais falam de forma trazem para cima da mesa e usar o conhecimento que
rígida e são anónimos, até que algo dê errado. Isso, cla- possuem para criar uma solução viável.
ro, não é a regra. Existem muitos engenheiros que são
orientados esteticamente e muitos arquitetos adeptos O poder da colaboração entre engenheiros e arquitetos
de disciplinas mecânicas. tem vindo a ser reconhecido há já muito tempo. Como
disse o arquiteto Eugene-Emmanuel Viollet-le-Duc nos
anos 1800: "Os interesses das duas profissões estarão
assentes na sua união".

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ENGENHARIA

Obras Marítimas
Particularidades e Procedimentos

Portugal com uma costa marítima de quase mil quilómetros de com-


primento e 11 ilhas no conjunto dos Açores e Madeira. Portanto, tem
Jorge Soares muitas dezenas de obras marítimas realizadas com níveis muito dife-
Pedro Vilaça rentes de complexidade. Embora este tipo de estruturas não faça parte
Departamento Produção, do conjunto de obras a que a Casais costuma concorrer, é pertinente
Portugal conhecer melhor este tipo de construção e trabalho. Desta forma, este
artigo traz informação sobre a construção de um pontão marítimo para
atracagem de navios de médio porte (até 80 metros), com recurso a
esquemas desenhados muito simples e breves explicações.

Este tipo de obra faz uso de informações e meios mecânicos que,


normalmente, a Casais não utiliza nas obras de construção civil.
De fato deixámos de focalizar o interesse em grandes equipas de
mão-de-obra como os pedreiros, carpinteiros, estucadores, pintores,
(…) e passamos a ter um grupo fundamental: os mergulhadores. São
precisas várias equipas porque o intervalo legal de trabalho submer-
so é curto e, para evitar paragens na sequência dos trabalhos, são
necessárias várias equipas suplentes.

A utilização dos dados meteorológicos é também fundamental,


como a observação permanente da intensidade e direção dos ventos,
assim como das marés. O ritmo da obra é fortemente condicionado
por esses fatores.

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ENGENHARIA

Os equipamentos principais nestas obras são gruas de


lagartas de grande capacidade, dragas, batelões com
giratórias, aduelas de betão, tetrápodes, compressores
e botijas de oxigénio para mergulhadores, botes de
apoio, boias, entre outros.

Normalmente, este tipo de obra exige um espaço de


estaleiro destinado à pré-fabricação de tetrápodes, ou
aduelas de betão que serão, depois, imersas no mar (ou
rio), e servirão de molde ao pontão final.

O exemplo apresentado de seguida, em esquemas de-


senhados, é representativo de uma obra real executada
na primeira pessoa, com apoio de outros colegas. 2|

A grua de lagartas colocou em cima do enrocamen-


to nivelado uma aduela oca pré-fabricada de betão. Os
mergulhadores ajudaram, assim, a posicionar a aduela
no local exato mediante informações da topografia.

A tarefa seguinte consistiu em encher o interior da


aduela com alvenarias de 10-25 kg/cada e betão confor-
me esquema o desenhado.

Após a primeira aduela, repetiu-se o trabalho, colocando


novas aduelas em cima e à frente.

1|

Com recurso a uma giratória ou um aspirador,


apoiados num batelão, dragámos o fundo do mar até
encontrar o duro, sobre o qual se iria construir uma
base horizontal com recurso a um enrocamento de alve-
narias de 25-50 kg /cada, arrumadas à mão e colocadas
por mergulhadores. Este enrocamento nivelado serviria
de cama para a colocação das aduelas pré-fabricadas.

A construção de taludes nesse enrocamento é funda-


mental para a sua estabilidade, e todo o processo é
controlado permanentemente pela topografia.
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ENGENHARIA

Depois da colocação das aduelas, seguiu-se o en- As aduelas iam sendo cheias com betão com recur-
chimento com enrocamento e betão, operação realizada so a equipamentos correntes, que circulavam em cima
dentro de água com mergulhadores e com recurso a das aduelas, já colocadas e cheias nas fases anteriores.
equipamentos correntes. A necessidade de ter várias
equipas de mergulhadores revelou-se fundamental para As equipas de mergulho nunca poderiam ser inferiores a
garantir um trabalho contínuo. duas pessoas, e iam sendo substituídas a cada duas horas.

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O trabalho descrito nos pontos anteriores foi-se Colocadas todas as aduelas e executados os enchi-
repetindo, começando a construir-se um corredor onde mentos, iniciou-se a betonagem da superfície final do
a própria máquina de lagartas e os camiões de betão pontão. Para isso, montou-se uma cofragem em todo
conseguiram circular para colocar mais aduelas pré- o perímetro, onde se foram fazendo betonagens por
-fabricadas e, de imediato, proceder ao enchimento inte- troços, do fim do pontão para o princípio.
rior com enrocamento e betão. Neste exemplo concreto
o comprimento realizado foi de 80 metros.

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ENGENHARIA

No fim, todas as aduelas estavam já colocadas e Corte transversal do pontão.


betonadas. No seu interior existia ainda, ao longo do
pontão, uma faixa interior por betonar, onde passavam Ter atenção nos pormenores:
todas as infraestruturas de apoio aos navios e à circula- • Taludes na cama de enrocamento com pedra 25-50
ção no pontão, tais como: amarrações, iluminação, pon- kg/cada, para garantir estabilidade ao enrocamento.
tos de abastecimento de água e energia, entre outros. • Aduelas ocas cheias com enrocamento no interior e
betão nas zonas mais exteriores.
• Execução da superfície final do pontão com enchi-
mento em betão de grandes vigas cofradas no local.
• Várias infraestruturas a passar no meio do pontão.
No final, essa zona foi concluída com recurso a laje-
tas de betão. Colocaram-se as defensas e cabeços de
amarração.

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I N OV AÇ ÃO

Guilherme Teixeira
Qual é a operadora
Departamento de Sistemas de
Informação com melhor cobertura
por região?
São regulares as queixas sobre problemas de cobertura e qualidade das
ligações de voz e dados móveis em Portugal. Infelizmente, a entidade
reguladora do setor - a ANACOM - não divulga informações detalhadas que
nos permitam averiguar, na realidade, quais são as operadoras com melhor
serviço em determinada região, revelando apenas dados gerais.

Para colmatar esta dificuldade, a DECOPROTESTE juntamente com a


4Gmark, uma empresa especializada em testes de qualidade de rede,
desenvolveu uma APP que utiliza uma abordagem diferente da usada nos
testes de velocidade convencionais, dado que simula a experiência real do
utilizador, através de um cenário que integra vários testes, chamado Teste
Completo. A aplicação é colaborativa, grátis, e todos os dados são regis-
tados no site, onde se podem consultar as coberturas em tempo real com
base em todas as contribuições, assim como relatórios agregados com
diversos parâmetros.

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I N OV AÇ ÃO

Sugerimos assim, que usem a aplicação e que regis-


tem testes nos locais de trabalho habituais, pois dessa
forma poderão apurar a qualidade da rede nesse ponto
e enriquecer o mapa da cobertura das regiões.

↓ Aplicação para download ↓ Mapa e Resultados

Link |

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I N OV AÇ ÃO

Mapas de Cobertura

Estado atual (Barómetro)


Partilhamos, desde já, o relatório agregado ao dia 22 de
agosto, com base nos registos existentes no site.

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I N OV AÇ ÃO

Para colmatar eventuais dúvidas e questões, partilho C Como funciona a opção ‘Teste Completo’?
desde já a secção das perguntar frequentes existente Esta opção permite testar a qualidade da Internet móvel
também no site: da sua operadora. Dura cerca de um minuto e, no final,
apresenta o resultado da operadora, mas também a
C Ainda há freguesias sem cobertura de internet móvel? comparação com as outras operadoras na mesma zona
Segundo o nosso mapa, há áreas com uma cobertura geográfica. Utiliza uma abordagem diferente dos testes
forte e velocidade razoável, em regra, as zonas urbanas, de velocidade convencionais, uma vez que permite
de onde provêm a maioria das medições, mas há outras simular a experiência real do utilizador através de um
onde quase não existe banda larga móvel. cenário que integra vários testes. Além dos habituais
Em 2011, no leilão de atribuição dos direitos de utili- de download, upload e latência, inclui também testes
zação de novas frequências para a rede móvel, ficou de qualidade à navegação na web e ao streaming do
determinado que as operadoras estavam obrigadas a YouTube.
dar cobertura a 480 freguesias que se encontravam
sem banda larga móvel. Esta deve existir, pelo menos, C Como é calculada a pontuação que resulta do ‘Teste
no centro da freguesia e com as velocidades de referên- Completo’?
cia estipuladas, que são diferentes entre operadoras. No Teste Completo a pontuação obtida proporciona
Em setembro [2016], terminou o prazo para que metade uma visão global da experiência do utilizador. É calcula-
das primeiras 480 [Link] freguesias tenham banda larga da com base na nota de desempenho (constituída por
móvel. As restantes 240 irão tê-la até março de 2017. dois terços da velocidade média de download e medida
Para aumentar os resultados, apelamos aos consu- um terço da velocidade média de upload) ponderada
midores que vivam ou viajem para esses locais que pela percentagem de acessibilidade, obtido através dos
usem a aplicação QualRede para realizar medições, resultados do YouTube e da navegação na web.
caso utilizem a operadora que disponibiliza a cobertura.
Vamos acompanhar o processo para garantir que estas C Como funciona a opção ‘Melhor Operador’?
zonas mais desfavorecidas do nosso país passam a ser Esta opção permite eleger a melhor operadora, com
dotadas de banda larga móvel de qualidade. base nos resultados de qualidade das redes nos locais
onde permanece mais tempo. Só tem de introduzir
C Como contribuir para os resultados sobre a qualidade todos os locais onde costuma estar com frequência
das redes móveis? (por exemplo, casa, emprego e escola), na aplicação, e
Para participar de forma ativa, basta realizar o Teste definir a percentagem de tempo passado em cada um.
Completo à sua operadora móvel, na altura e nos locais Com estes dados, a aplicação QualRede indica a melhor
que mais lhe convier. Só a contribuição de um grande operadora para si.
número de utilizadores irá permitir obter dados com-
pletos e fiáveis sobre a qualidade das redes móveis, em C Como funciona a opção ‘Barómetro’?
Portugal. Esses dados, permitem descobrir a melhor O Barómetro permite-lhe aceder aos resultados de qua-
operadora tanto em termos nacionais como locais, bem lidade das redes móveis em Portugal. Inclui o Resultado
como identificar os pontos fortes e fracos. Global por operadora, além de outros indicadores que
mostram os pontos fortes e fracos de cada uma. Os
C Os testes implicam consumo de dados? dados são calculados e atualizados regularmente.
O volume total de dados por teste depende da tecnolo-
gia e do desempenho da rede usada. O Teste Completo C A aplicação disponibiliza outro tipo de testes?
consome, em média, menos de 20 MB, na rede 3G, e Além do ‘Teste Completo’, é possível selecionar apenas
menos de 40 MB, na rede 4G. O consumo máximo que o ‘Teste de Velocidade’, mais rápido de executar. Con-
poderá ocorrer é de 75 MB. Pode consultar, em qualquer tudo, este teste não avalia a experiência do utilizador
momento, o total de dados consumidos no ecrã princi- no YouTube e na navegação da Web. Apenas avalia a
pal em ‘Consumo’. Recomendamos que consulte esta velocidade de download e de upload e a latência da rede
informação, para evitar ultrapassar o valor mensal do móvel da operadora.
seu plano de tarifário e incorrer em custos.

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DIREITO A FALAR

Filipa Teixeira
Departamento Jurídico

ALTERAÇÕES AO
NOVO REGIME DO
ARRENDAMENTO
URBANO

Foi publicada, no dia 14 de junho, a Lei n.º


43/2017, que procede à quarta alteração
à Lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro, que
aprova o Novo Regime do Arrendamento
Urbano, e à quinta alteração ao Decreto-
Lei n.º 157/2006, de 8 de agosto, que
aprova o Regime Jurídico das Obras em
Prédios Arrendados.

I. ALTERAÇÕES AO NRAU

Contratos para fins habitacionais


Caso o arrendatário invoque e comprove que o
Rendimento Anual Bruto Corrigido (“RABC”) do
seu agregado familiar é inferior a cinco Remu-
nerações Mínimas Nacionais Anuais (“RMNA”)
- 38.990 euros - independentemente da idade, o
contrato só fica submetido ao NRAU mediante
acordo entre as partes ou, na falta deste, no prazo
de oito anos (até aqui cinco anos) a contar da re-
ceção, pelo senhorio da resposta do arrendatário
no âmbito do referido processo.

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DIREITO A FALAR

No fundo, a principal alteração deste diploma traduz-se II. ALTERAÇÕES AO REGIME JURÍDICO DAS
na prorrogação para os oito anos (mais três em relação OBRAS EM PRÉDIOS ARRENDADOS
aos cinco anos estabelecidos inicialmente) do período
transitório de atualização das rendas antigas, o qual se Adicionalmente, a Lei ora publicada introduz alterações
prolongará, assim, até 2020. materiais ao Regime Jurídico das Obras em Prédios Ar-
rendados, das quais se destacam as seguintes:
Após os referidos oito anos do período transitório, o se-
nhorio pode voltar a promover a transição do contrato • É redefinido o conjunto de obras que podem fundamen-
para o NRAU, sendo que, no silêncio ou na falta de acordo tar a denúncia de contratos de arrendamento de dura-
das partes acerca do tipo ou da duração do contrato, este ção indeterminada, em particular exigindo-se determi-
considera-se celebrado com prazo certo, pelo período de nados critérios no que respeita ao nível de conservação
cinco anos (até aqui dois). do locado e, bem assim, ao correspondente custo.

No caso dos arrendatários com idade igual ou superior a • O diploma define como obras de remodelação ou res-
65 anos, ou com deficiência igual ou superior a 60%, e em tauro profundos as empreitadas cujo "custo da obra a
que o RABC do agregado familiar é inferior a cinco RMNA, realizar no locado, incluindo imposto sobre valor acres-
o prazo de aplicação do NRAU é prorrogado por dez anos centado, corresponda, pelo menos, a 25% do seu valor
(anteriormente cinco anos). patrimonial tributário constante da matriz do locado ou
proporcionalmente calculado, se este valor não disser ex-
Contratos para fins não habitacionais clusivamente respeito ao locado".
Caso, no âmbito do processo de atualização extraordi-
nária de renda e transição para o NRAU, o arrendatário • A denúncia de contrato de duração indeterminada para
invoque e comprove alguma das circunstâncias a que a realização de obra de remodelação ou restauro profun-
lei atribui proteção especial, o contrato só fica submetido dos obriga o senhorio, mediante acordo e em alternativa:
ao NRAU mediante acordo entre as partes ou, na falta a. Ao pagamento de uma indemnização corresponden-
deste, no prazo de dez anos (até aqui cinco anos) a con- te a dois anos de renda, de valor não inferior a duas
tar da receção, pelo senhorio da resposta do arrendatário vezes o montante de 1/15 do valor patrimonial tri-
no âmbito do referido processo. butário do locado (até aqui um ano de renda);
b. A garantir o realojamento do arrendatário por período
A limitação da renda a um limite máximo anual corres- não inferior a três anos (até aqui dois anos).
pondente a 1/15 do valor de avaliação do locado nos ter-
mos do CIMI passa a aplicar-se agora durante o referido • O prazo para desocupação do imóvel passa a ser de 60
período de dez anos. dias (até agora 15 dias) após confirmação da denúncia
pelo senhorio (ou até ao termo do prazo de seis meses
Findo tal período de dez anos, o senhorio pode voltar a da sua comunicação inicial, se posterior).
promover a transição do contrato para o NRAU, fixando-
-se, em caso de silêncio ou desacordo entre as partes • A indemnização acima referida deverá ser paga: (i) me-
acerca do tipo ou duração do contrato, um prazo certo de tade após confirmação da denúncia e (ii) o restante no
cinco anos (até aqui três anos). ato de entrega do locado (antes integralmente com a
entrega).

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DIREITO A FALAR

• No caso de contratos de arrendamento para habitação


celebrados antes da entrada em vigor do RAU, em que
o arrendatário tenha idade igual ou superior a 65 anos
ou deficiência com grau comprovado de incapacidade
igual ou superior a 60% em que tenha havido realoja-
mento do arrendatário na sequência de denúncia do
contrato anterior, a morte do arrendatário não deter-
mina a caducidade do novo contrato, transmitindo-se
nos termos gerais da Lei.

• O arrendatário no contrato de arrendamento objeto de


denúncia passa a ser titular de direito de preferência no
âmbito de novo arrendamento celebrado pelo senhorio,
no prazo de dois anos contado da cessação do primeiro.

III.ALTERAÇÕES AO CÓDIGO CIVIL

Adicionalmente, a Lei ora publicada introduz também al-


terações ao Código Civil, em matérias relacionadas com
o arrendamento, nomeadamente:

• A fixação de um prazo contratual certo de cinco anos


(antes dois anos), no silêncio das partes quanto a esse
respeito.

• O aumento do período de tolerância por falta de paga-


mento da renda (aumenta de dois para três meses),
prevendo-se agora que é inexigível ao senhorio a manu-
tenção do arrendamento em caso de mora igual ou su-
perior a três meses no pagamento da renda, encargos
ou despesas que corram por conta do arrendatário.

Este diploma legal entrou em vigor em 15 junho de 2017.

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