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BOLETIM DE Nº 28

CONHECIMENTO outubro 2016


TÉCNICO

INOVAÇÃO NA CONSTRUÇÃO
[DOSSIER ESPECIAL]
A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A JOGO: REALIDADE VIRTUAL E REALIDADE
DIGITALIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO AUMENTADA, PRONTAS PARA REDEFINIR A
// pág. 02 CONSTRUÇÃO
// pág. 06

ENGENHARIA ENGENHARIA
Isolamento de Cobertura para Vigas em T: Divulgação a Norma Técnica Interna II:
A utilização de um Cimento na Junta das Execução de Impermeabilizações em
Vigas (Mortel) Instalações Sanitárias
// pág. 10 // pág. 12

GESTÃO DIREITO A FALAR


Como gerimos o nosso Conhecimento? Moçambique - Procedimentos para a
Resultados dos Relatórios de Fecho de Obra Contratação de Cidadãos de Nacionalidade
(troca de experiências ) Estrangeira
// pág. 16 // pág. 21

“O Engenho” é um Boletim de Conhecimento Técnico Mensal, os conteúdos não podem ser reproduzidos ou copiados sem a devida autorização dos autores.
Todos os direitos reservados. Grupo Casais © 2016 www.casais.pt | www.casaisnet.casais.pt
Boletim de Conhecimento Técnico Nº 28/2016

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I N O VA Ç Ã O N A C O N S T R U Ç Ã O
[dossier especial]

A QUARTA REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL E A
DIGITALIZAÇÃO NA
CONSTRUÇÃO

Quem disse que Revoluções Industriais são coisas do passado?


Carlos Carvalho A Quarta Revolução Industrial está aí! (1.ª RI: Mecanização,
Departamento Técnico Máquinas a Vapor; 2.ª RI: Produção em Massa, Linhas de
Montagem, Eletricidade; 3.ª RI: Computorização e Automação;
4.ª RI: Sistemas Ciber-Físicos).

Vulgarmente conhecida como Indús- desenvolvido como uma medida para


tria 4.0, é definida como o processo alcançar um aumento significativo,
de digitalização de todos os recursos quer em volume de negócios, quer
e a sua completa integração num em lucro.
ambiente digital. O seu conceito foi Face aos atuais ambientes económi-
introduzido em 2011 pela VDMA cos, políticos e ambientais, a Indús-
(Verband Deutscher Maschinen-und tria 4.0 representa uma verdadeira
Anlagenbau, Associação da Indús- revolução, incorporando o cliente no
tria de Engenharia Mecânica) e foi centro de todas as alterações, a alta

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[dossier especial]

digitalização dos processos de cadeia de valor horizontal e ↘ Não há mudança sem confiança
vertical dos processos de cadeia de valor e o crescimento Enquanto isto tudo são previsões, existe ainda o problema
do QI digital. da confiança digital. Os ecossistemas digitais só podem
Empregando a Indústria 4.0, espera-se que os fabricantes funcionar se todos os participantes confiarem o armazena-
de produtos industriais invistam mais de 825 mil milhões mento dos seus dados e a proteção da sua propriedade in-
de euros até ao ano de 2020. Estes enormes investimentos telectual a sistemas open source e computação na nuvem.
serão maioritariamente em tecnologias digitais (sensores, Esta mudança é inevitável e a União Europeia beneficiará
dispositivos de conectividade, software e aplicações como muito disso.
sistemas de execução de produção, etc.). De acordo com o relatório recente da Strategic Policy
Estas tecnologias têm um enorme potencial transformador Forum on Digital Entrepreneurship (Fórum de Políticas
e serão cruciais para atingir os objetivos que a União Euro- Estratégicas em Empreendedorismo Digital) esta nova di-
peia definiu para a estratégia 2020. Além disso, as empre- nâmica irá criar 400 mil a 1,5 milhões de novos empregos
sas também estão a investir em formar os seus colabora- e aumentar a performance até 10 vezes mais. Ainda, de
dores e a realizar mudanças organizacionais, que acaba por acordo com o mesmo relatório, a digitalização irá trazer ao
ser considerado como o maior desafio da implementação. sector de indústria um aumento de 15% a 20% até 2030.

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[dossier especial]

↘ Torna-te digital ou arruma as botas


É óbvio que a forma como fazemos as coisas irá mudar.
Exemplo disso é a indústria AEC, que já deu enormes
passos nesse sentido através do BIM (Building Information
Modelling) – utilizando a tecnologia para transformar uma
indústria previamente segmentada, num grupo unificado
pela modelação de informação.

O presidente e chefe do grupo de trabalho BIM da União


Europeia, Adam Matthews, aponta que a Europa se tornou
o centro da maior concentração regional dos programas
BIM impulsionado pelos governos, no mundo.
A Finlândia e a Noruega foram os primeiros a definir
regulamentação para implementação BIM em obras
públicas, seguidos pelo Reino Unido, Holanda e Itália, e
recentemente juntaram-se as iniciativas governamentais e
industriais da França, Alemanha e Espanha.

Hoje o BIM é um fenómeno global e que não poderia


ter sido possível sem o impulso para a digitalização, a
interoperabilidade e a mutação tecnológica que também
caracterizam a Indústria 4.0.

↘ O Exemplo de Hadrian, o Tijolo-Robot


Mark Pivac, um engenheiro mecânico australiano desen-
volveu um robot que consegue colocar até 1000 blocos
de tijolo por hora, trabalhando dia e noite, que pode em
teoria construir até 150 casas por ano. Pivac deu-lhe o
nome de Hadrian, em honra do Imperador Romano do
Século II que impulsionou alguma construção onde agora
é a Irlanda do Norte.

Hadrian tem um braço mecânico com cerca de 9m, capaz


de colocar o tijolo e a argamassa.
Pivac diz que “as pessoas colocam tijolos há mais de 6000
anos e desde da 1.ª RI que andam a tentar automatizar o
processo de construção. Não temos nada contra os pedrei-
ros. O problema é que a sua idade média está a avançar e é
difícil atrair os jovens para esta profissão.”

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Vídeo exemplo completo do Hadrian:


↘ Link

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* Adaptação do texto
I N O VA Ç Ã O N A C O N S T R U Ç Ã O de Chris Wood sobre a
[dossier especial]
Inovação na Construção.

JOGO: REALIDADE VIRTUAL


E REALIDADE AUMENTADA,
PRONTAS PARA REDEFINIR
A CONSTRUÇÃO*

Quão real é o resultado das realidades virtual e


Sérgio Laranjeira aumentada para agitar o sector AEC (Arquitetura,
Casais Marrocos
Engenharia e Construção)?

Parece ser suficientemente real para até 60 ou 70 colaboradores (como


que algumas empresas (em número no caso da Mortenson), que trans-
cada vez maior) nos Estados Unidos da versalmente a toda a organização
América já estejam a criar “departa- proporcionam liderança e orientação
mentos que captem toda a realidade”. no uso e implementação dos sistemas
de conceção e construção virtuais,
Os meios humanos afetos a estes ferramentas e processos.
departamentos variam em função da
dimensão da empresa e da aposta
que cada uma quer fazer, podendo ir
de uma “simples” dupla de trabalho

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Para estes que querem dar o salto para a inclusão da parecer sobre aquilo que até então vinha numas cópias
Realidade virtual (RV) e da Realidade aumentada (RA) nos heliográficas. Apelidada de avaliação imersiva, colocar os
processos internos das empresas e nas colaborações exter- parceiros num ambiente de Realidade virtual eliminava
nas com os seus parceiros, destaca-se a sua visão sobre o assim a necessidade de que estes percebessem o denso
futuro: “Está na nossa cultura sermos líderes da mudança”; mundo de plantas, cortes, alçados e detalhes.
“Vemos grandes oportunidades para que a RV melhore os
resultados da fase de projeto, e cremos que a RA irá revo- “Ser capaz de explorar mais opções no início é formidável”
lucionar e alavancar a forma como as equipas no terreno diz George Valdes, vice-presidente de uma tecnológica
lidarão com a informação e o conhecimento contextual para que desenvolve a tecnologia da Realidade virtual numa
tomar as melhores decisões, construir de forma mais segura empresa de videojogos e que agora se expande para o
e com mais qualidade”. setor da construção. “Entrar num ambiente imersivo e
longe do mundo 2D que só os Arquitetos percebem, pro-
Já com resultados entre os arquitetos, por conseguir atrair porciona muito mais flexibilidade no projeto e construção,
os parceiros na fase de projeto, a RV está pronta para se mostrando-nos também como as alterações ou ajustes
expandir através dos sectores AEC, fruto dos avanços nas têm impacto em tempo real. Irá alterar a forma como as
tecnologias de hardware e sistemas gráficos que permitem pessoas pensam”.
uma quase perfeita integração com o BIM. Ao adicionar
elementos virtuais sobre imagens de obra do mundo-real, A ligação videojogos-AEC no desenvolvimento da Reali-
a RA permite-nos aumentar a segurança, instruir colabora- dade virtual é partilhada em Mill Valley, Califórnia, base
dores e orientar equipas de obra em tempo real. Enquanto da Autodesk que esta semana colocou à disposição dos
a Realidade virtual nos dá um ambiente artificial digital utilizadores um aplicativo beta, VR Mode, na sua platafor-
completamente imersivo, a Realidade aumentada, através ma Live. A máquina de processamento Stingray bastante
dos seus componentes virtuais em camadas, traz-nos para usada nos videojogos e nos sucessos do cinema está a ser
um tempo-real sob um smartphone, tablet ou HuD (Heads usada para o desenvolvimento da RV em várias aplicações
up Display – Sistema de óculos de Realidade aumentada). AEC, particularmente na fase de projeto, onde a imagem é
Os players tecnológicos não se consideram nada menos fundamental para tomar decisões.
que revolucionários, e estão a redefinir a forma tradicional
como conhecíamos o processo Design & Build possibilitan- Nicola Fonta, senior product manager da Autodesk, diz-nos
do uma maior colaboração e eliminando custos em todo o que “ouvimos quase unanimemente que a Realidade virtu-
ciclo de vida da construção. al é agora uma ferramenta muito mais natural para rever
os projetos, é provavelmente a melhor ferramenta que os
↘ Dos videojogos à construção projetistas já tiveram em décadas”. Acrescenta ainda que,
O impacto mais substancial que a Realidade virtual teve “estamos tentados a permitir que os utilizadores apenas
até agora no sector da construção foi na democratização do cliquem no botão RV e que esta comece, não apenas em
processo de projeto. Quem adotou a RV e quem a desen- pequenos modelos mas com projetos de hospitais e estádios
volveu anunciou esta tecnologia pela sua capacidade de também. As melhorias na qualidade e performance ao lon-
permitir aos leigos em projeto e parceiros de construção, go do tempo irão tornar isto numa nova forma de pensar e
que pudessem deste modo conceptualizar e dar o seu interagir com o projeto”.

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↘ Revisão Virtual, poupanças reais Center, em Minneapolis, a revisão imersiva impediu uma
despesa de 675.000 USD em alterações e reposiciona-
A grande maioria das empresas do setor AEC são cons- mento de equipamento médico. Na Mortenson, a maior
tantemente desafiadas por decisões que são tomadas despesa evitada foi de 1.7M USD no projeto Atlanta Brave’s
demasiado tarde no processo de projeto que conduzem a Suntrust Park, devido ao uso da RV.
problemas na construção e à insatisfação do cliente.

Na construção de uma arena de patinagem da Penn


State University, o departamento de RV/RA da equipa de ↘ Realidade Aumentada e a obra inteligente
projeto criou um ambiente computorizado de Realidade
aumentada de 3x3 metros para que a futura equipa de Em complemento da alavancagem que os sistemas de
manutenção simulasse o dia de trabalho na nova arena e, videojogo proporcionam na otimização da experiência
deste modo, pudesse aconselhar da melhor forma possível da Realidade virtual na construção, os programadores e
sobre as necessidades do dia-a-dia. Para Taylor Cupp, se- desenvolvedores de software como a Autodesk ou a IrisVR,
nior construction coordinator, “seja na saúde, desporto ou estão também a investigar capacidades e avanços móveis
qualquer outro programa, este feedback direto no processo no hardware para tornar a experiência de uma visualização
de construção é algo que os responsáveis de manutenção em ambiente RV menos volumosa e menos dependente
e equipamentos, e quem trabalha em edifícios nunca teve”. do ambiente em que se encontra o utilizador quando usa
No campo da saúde, por exemplo, já se usa a RV para que uma ferramenta RV. Assim, a Realidade aumentada através
os profissionais de enfermagem nos indiquem qual o me- de óculos inteligentes ou dispositivos HuD poderá vir a ter
lhor posicionamento para os utensílios e equipamentos, impacto nos empregos quando começar a construção.
evitando assim milhares que seriam gastos em alterações
ao projeto ou em obra. No caso já abordado da arena de Para já, a grande diferença é que a Realidade virtual é um
patinagem, a equipa de manutenção identificou igual- ambiente completamente imersivo, enquanto a Realidade
mente (com recurso à RV) qual a altura ideal do vidro de aumentada permite-nos adicionar elementos digitais com-
proteção da envolvente da arena, bem como a localização putacionais sobre o mundo real. As coisas podem começar
das válvulas que mantêm a superfície gelada. “Permite-nos a ficar confusas na construção, quando adicionarmos de-
otimizar a construção”; “Podemos pré-fabricar, podemos masiados elementos virtuais num ambiente RA e come-
modular, podemos construir com alta qualidade, mais çamos a aproximarmo-nos em demasia de um ambiente
barato e mais rápido. Está de facto a alterar a forma como completamente imersivo (RV). Em suma, quantos mais
trabalhamos”, diz Taylor Cupp. componentes virtuais forem adicionados à RA mais perto
se chega ao que será um ambiente RV. As tecnologias
Está claramente a ter impacto nos orçamentos. O uso da são semelhantes, e elas tendem a sobrepor-se conforme
revisão imersiva da Realidade virtual no projeto da referida cada uma evolui. O mais importante que a indústria da
arena resultou numa poupança direta de 475.000 USD. construção tem de perceber com a Realidade virtual e a
Na Kansas State University, uma revisão em RV dos níveis Realidade aumentada é que as tecnologias estão cá!
de terraplanagem e construção de balneários diminuiu
em 375.000 USD o orçamento. No Sanford Fargo Medical

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Na verdade, num vídeo-prova de conceito de RA, de-


senvolvido pela equipa RV/RA da Mortenson (↘ Link) é
mostrado um ambiente de obra onde os trabalhado-
res, equipamentos e infraestruturas estão ligados num
ambiente em rede que permite detalhes incríveis, como
a produtividade, faseamento da construção e linhas
temporais, se o trabalhador tem os seus certificados e
formações atualizados ou, até mesmo, se está apto para
executar determinada tarefa. Khan, da equipa de RV/RA
diz: “Estamos a tentar definir a visão do que a RA pode fazer
pela construção, com a escassez de conhecimento, que por
vezes os trabalhadores têm no terreno”. “Com a utilização
de um HuD a RA pode dar-nos conhecimento na hora, seja
uma instrução de trabalho, seja a projeção de um layout
de instalação sobre uma laje de betão ou qualquer tipo de
supervisão das tarefas”.

Com o desenvolvimento das aplicações de RA, os profis-


sionais do ramo AEC podem esperar uma inversão para
ambientes imersivos, mesmo quando esses ambientes
proporcionam a vivência de obras em tempo-real/mundo-
-real. Os protótipos que permitirão a manutenção virtual
remota e inspeção virtual remota estão em desenvolvimen-
to e apenas a um ou dois anos de distância, dependendo
do ritmo de avanço na capacidade de gestão de dados.

Em suma, as tecnologias estão aí,


disponíveis e prontas para nós, hoje!

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ISOLAMENTO DE COBERTURA
PARA VIGAS EM T:
A UTILIZAÇÃO DE UM CIMENTO
NA JUNTA DAS VIGAS (Mortel)

A aplicação do cimento cola é realizada através da utilização de


Pedro Lopes & Dennie Lopes
uma máquina de mistura automática, isto é, a máquina doseia
CNT Europe – Holanda a quantidade necessária de cimento com a quantidade precisa
de água, para que se possa obter a espessura pretendida.
A escolha da consistência da massa é feita manualmente, a par-
tir do momento em que a consistência pretendida for alcançada,
a máquina fará isso de seguida e automaticamente.

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A dificuldade de aplicação deste lho contínuo. Se por algum motivo a A temperatura climatérica revela-se
produto é a sua secagem rápida. máquina tiver de ser parada por um um fator importante na aplicação
Quando se coloca a máquina a tra- período superior a cinco minutos, é deste material: quanto mais quente
balhar para fazer a mistura, a tarefa aconselhável a limpeza da mesma for, mais rápido evapora a água da
deve ser contínua, devido à rapidez por completo, para que não haja mistura, tornando o material muito
da secagem. Este material, quan- entupimentos, garantindo a conti- seco. As condições climatéricas ideais
do em contacto com temperaturas nuidade de água e cimento. são de 12ªC.
superiores a 20ªC, demora, aproxi-
madamente, cinco minutos até que Na altura da aplicação do cimento cola
a mistura seque e possa provocar o verificámos que a aplicação é simples
entupimento da máquina. e rápida. No entanto, é preciso ter em
consideração a espessura do material
As indicações para a boa utilização da aplicado. A espessura, normalmente, é
máquina, e para obter um material indicada pelo dono de obra.
de qualidade, recomendam o traba-

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DIVULGAÇÃO DA NORMA
TÉCNICA INTERNA II: EXECUÇÃO
DE IMPERMEABILIZAÇÕES EM
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS

De acordo com o histórico da APV é, também nas instala-


ções sanitárias que mais erros ocorrem na fase construti-
Ana Costa
Assistência Pós-Venda – AO
va, erros esses que tomam grandes dimensões e que são
apenas detetados durante a garantia da obra.
Rita Garrido
Assistência Pós-Venda – PT
A deficiente aplicação de bases Como tal, torna-se cada vez mais
de duche, banheiras, a deficiente necessário reduzir os problemas na
impermeabilização das mistura- aplicação e durante os trabalhos
doras são os pontos mais críticos executados posteriormente à im-
e com resoluções mais complexas, permeabilização dos equipamentos
tendo muitas vezes de se recorrer à sanitários.
reconstrução.

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Seguidamente, serão apresentadas várias boas práticas a 1. Exemplo de


executar durante a fase construtiva. Instalação Banheira
Como boas práticas devem ser tidos em considera-
ção os seguintes procedimentos: ↘ Instalação em Paredes com modo montagem com ripa

• Deve ser feita a adequada impermeabilização da base 1. Fixar um perfil (madeira, plástico ou metal) na parede
(pavimento) e das paredes interiores às banheiras, com que serve de encosto à banheira e pousar a aba na
pelo menos cerezite (tornar a argamassa hidrófuga); mesma, sem que o peso da banheira assente na ripa;
2. Fazer o enchimento da banheira e testar o seu funcio-
• Devem ser impermeabilizadas as paredes nas zonas de namento;
banhos; 3. Antes da aplicação do silicone neutro nas juntas, as
superfícies devem encontrar-se limpas, desengordura-
• Deve ter-se em atenção o assentamento das banheiras das e isentas de humidade para a aplicação do silicone
e bases de duche no seu encosto às paredes; neutro nas juntas.

• Quer a base ou a banheira devem ser encastradas no re-


vestimento da parede sobreposto pelo menos em 2 cm;

• A siliconagem de remate deve ser feita com as superfí-


cies totalmente secas e devem ser preenchidas todas as
aberturas entre a peça sanitária e o cerâmico;

• Os silicones devem ser acéticos, com uma elevada


flexibilidade no remate ao revestimento das paredes,
devido a absorverem quer as vibrações das banheiras
de hidromassagem, quer a flexibilidade do material dos
equipamentos;

• Antes da aplicação das banheiras ou bases de duche


é aconselhável a verificação da ficha técnica, de forma ↘ Instalação com paredes e embutida nestas
a seguir os procedimentos recomendados para a sua
instalação; 1. Realizar um baixo relevo na(s) parede(s) de encosto da
banheira com uma altura ligeiramente superior à aba
• Executar os trabalhos de modo a que os ralos sejam da banheira e 15mm de profundidade conforme mos-
sempre acessíveis, desta forma facilita qualquer inter- tra a imagem abaixo;
venção necessária; 2. Encaixar a banheira no baixo-relevo, fazer enchimento
e testar o seu funcionamento;
• Nas banheiras de hidromassagem colocar sempre uma 3. As superfícies devem-se encontrar limpas, desengor-
grelha de ventilação, diminuindo as condensações duradas e isentas de humidade para a aplicação do
criadas no interior. silicone neutro nas juntas.

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2. Tipos de Impermeabilizações
Mais Utilizadas

1. Telas asfálticas e kits de impermeabilização;


2. Produtos impermeabilizantes.

↘ Aplicação de telas asfálticas


Na aplicação de qualquer tela ou kit de impermeabiliza-
ção devem ser tomados os seguintes cuidados:
1. Verificação do estado geral da tela ou kit de imperme-
abilização;
↘ Instalação embutida 2. Executar a dobragem da tela para as paredes, no míni-
mo em 30 cm, acima da betonilha;
1. Realizar uma abertura com uma dimensão mínima de 3. Aplicar os produtos de impermeabilização de acordo
175 x 75 cm; com as recomendações do fabricante.
2. Introduzir a banheira no espaço previsto sem a agarrar
pelos tubos;
3. Fazer as ligações da válvula ao esgoto, das torneiras
(comprovar a estanquiedade) e instalação elétrica;
4. Assegurar que o peso da banheira está suportado pelos
pés da estrutura, proceder aos ajustes e fixação ao
pavimento;
5. Fazer os acabamentos no material escolhido, assegurar a
ventilação e acessibilidade do sistema de hidromassagem;
6. Fazer enchimento da banheira e testar o seu funciona-
mento;
7. Só depois selar com silicone neutro.

Tela de Impermeabilização

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↘ Produtos de Impermeabilização A presente Norma Técnica pode ser consultada na íntegra


Antes da aplicação dos elementos sanitários deve ser feita aqu: ↘ Link
a adequada impermeabilização do pavimento e pare-
des. É prática comum ceresitar a argamassa, de forma a
conferir-lhe características hidrófugas.
Existem vários produtos no mercado com esta capacidade.

↘ Exemplo de Aplicação do Mapelastic

1. Antes da aplicação do Mapelastic, a superfície deve es-


tar limpa e isenta de pó. No caso de rebocos, o mesmo NORMA TÉCNICA INTERNA

deve estar curado;


2. Após a limpeza deve ser humedecida a superfície a EXECUÇÃO DE
tratar;
3. Deve ser feita a amassadura dos dois componentes e EM INSTALAÇÕES
misturar mecanicamente, de forma a remover todo o
SANITÁRIAS
pó depositado no fundo do recipiente;
4. Após a mistura, o Mapelastic deve ser aplicado até 60 min;
5. Deve ser aplicado o barramento;
6. Ainda fresco, aplica-se a rede (Mapenet 150), de forma
a funcionar como armadura de reforço;
7. Após 4 a 5 horas da primeira aplicação deve ser aplica- APV
Outubro 2016
do um novo barramento de Mapelastic (verificar se a 1ª
camada tem a resistência necessária).

APRESENTAÇÃO SANINDUSA
↘ Link

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G E S T ÃO

COMO GERIMOS O
NOSSO CONHECIMENTO?
RESULTADOS DOS RELATÓRIOS DE FECHO
DE OBRA – TROCA DE EXPERIÊNCIAS

1 - A importância da Gestão que necessitam para a operação dos


do Conhecimento seus processos, obter a conformidade
Maria José Pires do produto e aumentar a satisfação
Engenharia Empresarial Conhecimento organizacional do cliente, definindo as disposições
Casais Office Novo requisito da norma da Gestão necessárias para identificarem, man-
da Qualidade (NP EN ISO 9001:2015) terem, desenvolverem e protegerem o
O conhecimento organizacional é conhecimento necessário
conhecimento específico detido pela
organização, geralmente obtido pela Reconhece-se a importância crescente
experiência. Trata-se de informação do conhecimento e a necessidade das
que é utilizada e partilhada para serem organizações o gerirem enquanto um
atingidos os objetivos da organização. recurso, incluindo o conhecimento
detido pelos seus colaboradores.
A norma requer que as organizações
determinem qual o conhecimento

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G E S T ÃO

2 - Relatórios de Fecho de Obra 3 - Resultados dos Relatórios inicial, impossibilita a preparação


- Procedimento implementado de Fecho de Obra - da empreitada como exigido – há
na Casais EC Identificação dos principais logo necessidade de produção e já
aspetos a melhorar por estamos atrasados;
Recuperando a mensagem que este- Processo • Melhor ponderação das expectati-
ve na base da implementação deste vas criadas pela Comercial junto do
procedimento: Processo Comercial cliente, que mais tarde a produção
Começar a fazer / Continuar a Fazer / não vai ter capacidade de cumprir;
O fecho de obra tem um alcance que Fazer mais • Escolha de empresas de subemprei-
vai para além do mero processo admi- tada credíveis na fase de orçamen-
nistrativo. • Lista de preços hora para execução tação para, em caso de nos ser
Serve para melhorarmos e apreender- de trabalhos adicionais; adjudicada a empreitada, posterior-
mos com cada obra que fazemos. • Listagem de alternativas devida- mente não termos o problema de
É um momento de reflexão estratégico e mente delineadas; não responderem;
o momento para fazer o balanço geral. • Executar uma listagem das altera- • Ter em conta as fronteiras de inter-
O processo não se resume ao período ções onde seja referido qual o artigo venção contiguas com edifício exis-
de conclusão da obra e, por isso, será do orçamento; tente e respetiva compatibilização;
tanto mais fácil fazer o fecho, quan- • Na passagem de obra apresentar to-
to mais for sendo adiantado com o dos os acordos com o Dono de obra, Fazer menos
decorrer da obra. nomeadamente soluções técnicas, • Uso de “preços Casais” em soluções
O objetivo é valorizar a recolha de boas materiais, equipamentos; técnicas desconhecidas/novas;
práticas e atualizar informação rele- • Verificar a necessidade de energia • Assumir prazos reduzidos para
vante para fazermos cada vez melhor. por gerador e qual o seu período; obras com grande volume de traba-
Por isso contamos poder difundir co- • Contabilizar por um período mínimo lhos a executar;
nhecimento dessas boas práticas pelas de dois meses o custo do gerador, • Não ter em conta especificidades
várias frentes nacionais e internacionais. assim como o respetivo consumo de dos trabalhos em solos arenosos:
gasóleo; por exemplo, máquinas de rastos e
Verificámos que o procedimento de • Verificar a necessidade de vigilância criação de acessos que assegurem a
fecho de obra é uma ferramenta de noturna ou 24 horas; circulação na obra;
extrema importância na Gestão do • Previamente à assinatura do
Conhecimento. contrato é fundamental a análise Parar de fazer
Com efeito, e para difundir o conhe- de todas as alíneas e cláusulas de • Reuniões de passagem de obra
cimento resultante dos relatórios forma exaustiva e ponderada, com incompletas de informação e sem a
de fecho de obra já elaborados, é inclusão em contrato de todas as presença da Direção de Obra;
apresentado aqui um resumo das salvaguardas relevantes; • A não entrega da informação na
principais conclusões, com o objetivo • Deve existir mais tempo de prepa- passagem de obra, de forma estru-
de retermos as “lições aprendidas” e ração da obra e não ter a data de turada e universal;
melhorarmos os nossos Processos, consignação anterior à passagem • A não alocação de alternativas em
fazendo cada vez melhor. de obra, o que logo numa fase listagem e declarações;

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G E S T ÃO

• Descontos comerciais nos custos tiveram a mesma capacidade técnica especialidade;


indiretos; e de resposta; • Estabilização da equipa de obra ao
• Alocação incorreta das classes de • Acordos com subempreiteiro desig- máximo (ex. numa obra estiveram
betão em fase orçamental; nado pelo cliente sem considerar envolvidos dois diretores de pro-
• Alocação de recursos exacerbada em um fee de gestão para a Casais. dução, um diretor de divisão, dois
fase comercial, quando não existe diretores de obra, sete encarregados,
avaliação da componente técnica; o que para além das demais dificul-
• Falta de esclarecimentos da Comer- Processo Económico e Financeiro dades não contribuiu para a gestão
cial sobre as dúvidas colocadas pela Começar a fazer / Continuar a Fazer / de forma estável da empreitada);
Produção em fase de execução; Fazer mais • Em obras com prazo curto deve
• Acordos com subempreiteiro desig- • Definição clara de datas de paga- procurar-se a melhor seleção pos-
nado pelo cliente sem considerar mentos. sível das equipas (o fator monetário
um fee de gestão para a Casais. pode não ser o mais relevante), pois
Fazer menos no decurso da obra não vai existir
• Falta de pagamentos/atrasos em muito tempo/margem para iterações
Processo Logística entregas (aumento de stocks); e substituição das equipas;
Começar a fazer/ Continuar a Fazer / • Processos decisórios de adjudicação • Aquisição de materiais diretamente
Fazer mais dependente do Conselho Executivo; (fragmentação de subempreitadas);
• Adjudicações por valor global; • Atrasos de pagamentos a fornece- • Execução de subempreitadas com
• Alocar clausulado de percentagens dores. recurso a mão-de-obra interna;
de pagamento com entrega de • Manter bom relacionamento com
equipamentos; Parar de fazer dono da obra e entidades fiscaliza-
• Redução dos hiatos de tempo para • Comunicação inadequada face aos doras;
adjudicação; fornecedores e subempreiteiros • Melhorar a comunicação transversal
• Diminuir as avarias dos equipamen- (pagamentos). e ascendente/descendente (depar-
tos internos; tamentos);
• Aumento do leque de fornecedores • Determinação com o cliente das
(diminuição deste universo acarreta Processo Gestão de Obra (Produção) classes dos trabalhos executados
problemas com pagamentos). Começar a fazer / Continuar a Fazer / face às garantias bancárias (pós
Fazer mais -venda);
Fazer menos • Passagem de obra e reuniões de • Apresentar soluções com orçamen-
• Movimentação de terras externa fecho; tos para facilitar a análise e apro-
(quando volumes em causa baixo); • Fecho formal dos subcontratados; vação;
• Processos decisórios de adjudicação • Relação amigável com cliente e • Proceder ao fecho de contas com
dependente do Conselho Executivo; entidades fiscalizadoras; o cliente e com todos os subem-
• Equipamento interno com muitas • Uso de técnicos administrativos preiteiros, logo após a conclusão da
paragens e avarias. "híbridos" - TAO/Preparador; empreitada;
• Motivação dos colaboradores; • Bom relacionamento com o dono
Parar de fazer • Empreitada “conceção e construção” de obra, sendo todos os assuntos
• Escolha dos subempreiteiros de es- é fundamental o apoio de equipa tratados de forma cordial e com
pecialidades que não acompanha- de projeto, não deixando tal papel discussão aberta dos temas entre as
ram, solidariamente, a CASAIS nem entregue aos subempreiteiros da partes.

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G E S T ÃO

Fazer menos 4 - Vamos responder ao diagnóstico?


• Movimentação de terras externa
(quando volumes em causa baixo);
• Falta de apoio técnico na equipa de
obra com conhecimento profun-
do de especialidade de AVAC e
Eletricidade para interligação com
fiscalização e subempreiteiro;
• Equipa reduzida face às exigências
do cliente e face ao volume de obra;
• Reduzir a disparidade nas compe-
tências técnicas dos Encarregados;
• Reduzir o excesso de flexibilidade
com o cliente (por vezes, saber dizer
“não”);
• Reduzir volume de carga laboral
burocrática das equipas de obra;
• Reduzir volume de alterações e
indefinições nos novos projetos.

Parar de fazer
• Falta de definição do Encarregado
de obra (ex. numa obra passaram
três elementos em apenas alguns
meses);
• Trabalhos que não foram devi-
damente acompanhados pelos
Encarregados, em virtude da pressão
de conclusão da obra vs. volume de
faturação;
• Alteração equipa de obra logo após
a consignação;
• Equipas de Obra de enquadramento
constituídas só por colaboradores
novos ou mobilizados, recentemen-
te, de outros mercados.

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G E S T ÃO

EIXO DE DIAGNÓSTICO TEMA A ABORDAR RESULTADO

A minha empresa é capaz de…


• Utilizar informação de projetos concluídos para melhorar projetos futuros
Aquisição de Conhecimento • Gerar novo conhecimento a partir de conhecimento existente
• Adquirir conhecimento sobre os seus clientes, parceiros ou outros atores relevantes na sua
envolvente

A minha empresa é capaz de…


• Transferir conhecimento organizacional para as pessoas
Conversão de Conhecimento
• Absorver conhecimento das pessoas para a empresa
• Integrar diferentes fontes e tipos de conhecimento

A minha empresa é capaz de…


• Aplicar conhecimento obtido a partir de erros
Aplicação de Conhecimento
• Tirar partido de novo conhecimento
• Ligar fontes de conhecimento a problemas e desafios

A minha empresa as pessoas são encorajadas a…


Cultura Organizacional • Econtrar novos métodos para a realização de tarefas
• Iteragir com os seus colegas
• Sugerir ideias para novas oportunidades

A minha empresa tem tecnologia para…


Tecnologias de Informação • Colaborar com outras pessoas dentro da empresa
• Mapear a localização de tipos específicos de conhecimento
• Recuperar e utilizar conhecimento sobre as suas operações/processos

A estrutura organizacional da minha empresa…


Estrutura Organizacional • Facilita a criação de novo conhecimento
• Promove a interação e a partilha de conhecimento
• Facilita a descoberta de novo conhecimento

Nos últimos 3 anos, a minha empresa melhorou a sua capacidade para…


Eficácia da Gestão do • Simplificar as suas operações e processos de construção
Connhecimento • Reforçar a qualidade dos serviços contratados e das instalações construídas
• Intruduzir métodos inovadores na construção

↘ Pela resposta ao diagnóstico verifica-se que a Casais se antecipou face ao preconiza-


do no novo referencial para a Gestão da Qualidade (ISO 9001:2015), tendo já imple-
mentado e reconhecido a importância das boas práticas na gestão do conhecimento,
fundamentais para manter o seu percurso de melhoria.

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DIREITO A FALAR

MOÇAMBIQUE
Procedimentos para a
Contratação de Cidadãos de
Nacionalidade Estrangeira
Sendo Moçambique o terceiro maior mercado onde o Grupo Casais
desenvolve a sua atividade internacional, justifica-se plenamente
Ricardo Carneiro Gonçalves a abordagem deste mercado que, nos últimos anos, teve um
Departamento Jurídico
crescimento muito significativo.

No passado dia 31 de agosto, foi publi- Com a entrada em vigor do novo regu-
cado o Decreto n.º 37/2016 que esta- lamento, que ocorrerá a 29 de novem-
belece os mecanismos e procedimen- bro de 2016, é integralmente revogado
tos para a contratação de cidadãos de o anterior regime Decreto n.º 55/2008
nacionalidade estrangeira em Moçam- de 30 de dezembro, bem como toda a
bique, designadamente trabalhadores disposição regulamentar que contrarie
portugueses. aquele.

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DIREITO A FALAR

Como sucedia no regime anterior, pre- manteve as modalidades atualmente da (que inclui a contratação de traba-
valece no novo regulamento o princípio vigentes (regime de trabalho de curta lhadores estrangeiros para trabalho
segundo o qual a contratação de nacio- duração, regime de em organizações não governamen-
nais deve, quando possível, prevalecer quotas e regime de autorização de tra- tais estrangeiras, trabalhos de inves-
sobre a contratação de estrangeiros. balho) embora os regimes tenham so- tigação científica, docência e outras
frido algumas alterações e, em alguns de assistência técnica especializada
Esta disposição resulta, por um lado, da casos, tenham sido introduzidos novos e que obedece os mesmos requisitos
determinação de que a contratação de procedimentos. do regime da autorização de traba-
trabalhador estrangeiro só pode efe- lho), a contratação de cidadãos es-
tuar-se desde que não haja nacionais Importa recordar que o contrato de trangeiros para o exercício de funções
que possuam as mesmas qualificações trabalho do cidadão estrangeiro é cele- de representante em organizações
ou o seu número seja insuficiente. brado por um período máximo de dois não-governamentais passa a estar
anos, renovável mediante apresenta- sujeita a apresentação de um parecer
Com vista a garantir o cumprimento ção de novo pedido. da entidade que autorizou o início da
deste princípio, o legislador estabele- atividade por tal organização.
ceu neste novo regime a obrigação de Podemos destacar as seguintes alte-
implementar um plano de formação e rações: • Em todos os regimes, a emissão do
substituição gradual de trabalhadores • No regime de quotas, que, no caso atestado de admissão ou a autori-
estrangeiros por nacionais, plano esse da Casais Moçambique, enquan- zação para a contratação de cidadão
que deve ser apresentado pela enti- to grande empresa (emprega mais estrangeiro passará a estar depen-
dade empregadora a partir do terceiro de 100 trabalhadores), implica que dente da confirmação de que a em-
ano de início da atividade. apenas pode ter ao serviço cidadãos presa não possui dívidas de contri-
estrangeiros no valor de 5% da to- buições com o sistema de segurança
Anteriormente, havia a possibilida- talidade dos trabalhadores passará social obrigatória, através da emissão
de das agências privadas de empre- a ser exigida a apresentação do cer- de uma certidão de quitação, pela
go poderem contratar trabalhadores tificado de habilitações literárias ou entidade gestora do Sistema de Se-
estrangeiros para a colocação ou ce- técnico profissional, acompanhado gurança Social Obrigatória, válida por
dência ocasional, situação que o pre- de certificado de equivalência emi- 30 dias, cuja solicitação é da respon-
sente regulamento resolveu ao vedar tido pela entidade que superintende sabilidade da entidade que superin-
às agências privadas de emprego a a área da educação em relação aos tende a área de trabalho na província
possibilidade de contratar trabalhado- obtidos no exterior ou documento onde o pedido deu entrada.
res estrangeiros para a colocação ou comprovativo de experiência pro-
cedência ocasional, podendo fazê-lo fissional. Caso seja exigível carteira Como se pode concluir, no regime
apenas para assegurar o seu próprio profissional, o contrato de trabalho anterior, o pedido desta certidão era
funcionamento e atividade. só é válido mediante a apresentação da responsabilidade do Requerente e
da mesma. com o novo regime passa a ser da res-
Quanto às modalidades mais comuns ponsabilidade das direções provinciais
de contratação do trabalhador estran- • Na contratação no âmbito do traba- de trabalho, o que vai acarretar uma
geiro, o legislador lho de assistência técnica especializa- demora acrescida na tramitação dos

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DIREITO A FALAR

processos e decisão por parte da enti- Por último, o quadro sancionatório pre-
dade competente e maiores dificulda- visto para o incumprimento sofreu al-
des na sua obtenção. terações destacando-se, nesta matéria,
(i) a obrigação do empregador que fi-
• O regime de curta duração é consi- zer cessar contratos de trabalho de ci-
derado aquele que não excede 90 dadãos nacionais, o fazer igualmente
dias por ano, seguidos ou interpola- e na proporção respetiva, quanto aos
dos, o que está em linha com o an- contratos de trabalho de cidadãos es-
terior regime, já que neste o período trangeiros, e
era de 30 dias com possibilidade de (ii) a possibilidade de o ato adminis-
renovação até 90 dias em caso de trativo que autorizou ou permitiu a
necessidade. Este tipo de trabalho contratação de estrangeiro vir a ser
de curta duração pode ser invocado revogado, no caso deste adotar deter-
pela Casais Moçambique pois visa minados comportamentos graves ou
a realização de trabalhos pontuais criminalmente puníveis.
imprevisíveis envolvendo elevado
conhecimento científico ou técnico A inobservância do regime de contra-
profissional especializado. tação de mão-de-obra estrangeira é
punida com suspensão e multa de 5
• Passa ainda a estabelecer-se, ex- a 10 salários mensais auferidos pelo
pressamente, como se processa a trabalhador estrangeiro em relação ao
transferência, temporária ou defi- qual se verifique a infração.
nitiva de trabalhadores estrangeiros
para outra Província e a sua compa-
tibilização com os requisitos da con-
tratação em regime de quotas.

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