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BOLETIM DE Nº 21

CONHECIMENTO março 2016


TÉCNICO

SESSÃO.BE
VISITA TÉCNICA À OBRA
SEDE AXA EM BRUXELAS
Dia 20 de fevereiro, engenheiros e encarregados visitaram os trabalhos em curso
na construção da nova Sede da AXA, em Bruxelas....
// pág. 02

CASAIS GLOBAL SOURCING ENGENHARIA

Danos nos pneus: Power Station Cabo Verde –


Causas e Prevenção Otimização de Estabilidade
// pág. 3 // pág. 07

DIREITO A FALAR

Garantias Bancárias: A perspetiva do contrato de empreitada


// pág. 14

“O Engenho” é um Boletim de Conhecimento Técnico Mensal, os conteúdos não podem ser reproduzidos ou copiados sem a devida autorização dos autores.
Todos os direitos reservados. Grupo Casais © 2016 www.casais.pt | www.casaisnet.casais.pt
Boletim de Conhecimento Técnico Nº 21/2016

No dia 20 de fevereiro, engenheiros e encarregados


visitaram os trabalhos em curso na construção da nova
Sede da AXA, em Bruxelas.
Para aceder à apresentação,
Durante quatro horas os temas No final, houve ainda espaço para clicar aqui
centrais foram variados: debate, onde os participantes conse-
• Contexto arquitetónico antes da guiram expor as suas dúvidas e dar Para aceder ao vídeo webinar,
intervenção, sugestões. A sessão, procedida da clicar aqui
• Estruturas envolvidas Casais – visita à obra, foi orientada pelo Dire- Password: SedeAXA2016_
Cliente - Subempreiteiros, tor de obra Alexandre Lopes e pelos
• Meios envolvidos e processo encarregados Francisco Teixeira e Para aceder ao vídeo da visita
construtivo, Sérgio Pereira. à obra, clicar aqui
• Rendimentos de execução. Password: SedeAXA2016_

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CASAIS GLOBAL SOURCING

CASAIS GLOBAL SOURCING

DIVULGA…

DANOS NOS PNEUS:


CAUSAS E PREVENÇÃO
( PARTE II )
Por José Luís Marques*
// Departamento Logística - Portugal

››› CONDUZIR COM PRESSÃO MUITO BAIXA


A condução com pressão muito abaixo dos níveis
aconselhados tem um impacto muito negativo:

• Na direção;
• Na estabilidade direcional;
• Na segurança (os pneus podem separar-se da jante);
• Na relação custo/eficiência (valor, resistência ao
rolamento, menor quilometragem);
• Na durabilidade.

*Revista dos Pneus, dezembro 2015

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CASAIS GLOBAL SOURCING

Todos os condutores devem ser alertados para terem os ››› CONDUZIR COM PERDA DE PRESSÃO GRADUAL
devidos cuidados para garantir a sua segurança e a dos A diminuição gradual da pressão é um fenómeno bastante
passageiros que, com ele, viajam. O ideal é um sistema de difícil. Mesmo os condutores experientes não detetam este
monitorização integrado, embora este não possa substituir tipo de problema facilmente. Especialmente a alta velocida-
a verificação manual. Em todos os casos, a pressão deve de, a combinação da força centrifuga com a pressão residual
ser revista frequentemente, sempre com o pneu frio (não e pode dar a impressão do pneu estar suficientemente
quando estiver aquecido pelo uso). cheio. Com a redução gradual e o aumento consequente da
O pneu sobressalente também deve ser verificado. flexão, o pneu é sujeito a um esforço excessivo, o que pode
resultar numa separação dos componentes estruturais e
dos componentes de borracha do pneu. O resultado final é,
muitas vezes, o rebentamento do pneu. Quando isto acon-
››› CONDUZIR COM PRESSÃO ABAIXO tece, é porque o pneu está severamente danificado e, neste
A zona de contexto do pneu deforma enquanto vai este ponto, já é impossível detetar o que causou a perda gradual
rolando. O que pode provocar fricção entre os diversos da pressão. Este tipo de situação é, normalmente, atribuído
componentes. Se o pneu for utilizado neste estado (pres- a danos exteriores menores, a válvulas danificadas ou a
são baixa) ou demasiada carga, sobreaquece e pode dar falhas na jante, como corrosão ou outros fenómenos.
origem a separação de algumas das suas partes.

Normalmente, este tipo de dano ocorre a longo prazo. No


entanto, se um pneu nestas condições for submetido a
muito esforço, pode ocorrer um colapso total ou rebenta-
mento parcial do pneu.

››› DANOS CAUSADOS POR FATORES EXTERNOS


Outro tipo de danos que podem ocorrer são causados por
fatores externos. Isto pode acontecer, por exemplo, quando
se passa sem intenção, ou com muita velocidade, por cima
de obstáculos. Também se pode dar o caso de o pneu já
estar danificado, se tiver sido montado de forma incorreta.

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››› RUTURA POR IMPACTO › Se a secção oposta do talão não estiver completamente
Uma rutura por impacto implica danos sérios na carcaça pro- inserida no centro da jante, se a cabeça da máquina de
vocados pelo contacto do pneu com certos obstáculos. montagem noa estiver devidamente ajustada;

Se for visível uma saliência na parte lateral do pneu, é sinal › Se o bordo do rolo da máquina de montagem rolar para
de que as telas dentro da carcaça foram destruídas. Se este fora do talão.
tipo de problema for ignorado, existe o risco de rebentamento
do pneu num futuro próximo. Estes danos ocorrem quando
se passa por cima de obstáculos, como passeios ou lombas ››› QUEBRA DO ARAME DOS TALÕES
limitadoras de velocidade excessiva ou num ângulo errado. Os pneus podem ser danificados mesmo sem serem usa-
dos. Para se montarem os pneus “tubeless”, é obrigatório
jantes com perfil apropriado. Este tipo de jante tem uma
lomba circunferencial em, pelo menos, um dos ombros.
A lomba tem como função assegurar que o talão fica
firmemente apoiado no ombro da jante. Se o pneu estiver
insuflado na altura da montagem, parte do talão pode
ficar presa nessa lomba. Neste caso, existe perigo do talão
ficar muito solto se o pneu estiver com muita pressão e, de
alguns, ou todos os cabos de aço, se partirem.

Por este motivo, a pressão para colocar o talão por cima da


lomba, na altura da montagem, não pode exceder os 3.3
Isto sobrecarrega a carcaça e provoca a rutura das telas. A bar. Caso não se consiga a montagem com estes níveis,
extensão dos danos depende muito da velocidade, do ângulo deve interromper-se imediatamente o processo. Convém
de impacto e do tamanho do obstáculo. verificar, também, se as partes do pneu e da jante que vão
encaixar foram suficientemente lubrificadas. Depois disto,
pode indicar-se a montagem. Normalmente não há indi-
››› DANOS CAUSADOS NA MONTAGEM cadores externos de uma quebra do arame dos talões.
Os pneus podem ser danificados mesmo sem serem usa-
dos. Por exemplo: se a jante for montada de forma incorreta.
O talão pode ser danificado enquanto o pneu é montado ou
retificado pela máquina de montagem. A base do talão em
particular pode ser cortada ou esmagada até aos arames do
talão. Este tipo de situação acontece quando se tenta dobrar
o talão nas situações abaixo descritas:

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CASAIS GLOBAL SOURCING

ESTILO DE CONDUÇÃO E AFINAÇÃO DOS EIXOS TÊM INFLUÊNCIA

IMPACTO DA GEOMETRIA DO CHASSIS


NO DESGASTE DOS PNEUS

››› ALINHAMENTO ››› CAMBER


Se, devido a um alinhamento errado, os pneus não rolam O desgaste parcial ou lateral também pode ser causado por
paralelamente um ao outro, uma pare do piso acaba por ir um valor de camber alto: o camber positivo (+) leva a um
sendo “apagada”, resultando num desgaste parcial de um desgaste no ombro exterior; o camber negativo (-) a um
dos lados. Normalmente, reconhece-se este desalinha- desgaste no ombro interior.
mento pelo facto de o piso mostrar as marcas de desgaste
nos seus pontos mais salientes.

Condução rápida em estradas com muitas curvas também


causa um desgaste considerável, especialmente no ombro
exterior do pneu (aquelas que está mais distante do veícu-
lo). A afinação que alguns fabricantes dão ao eixo traseiro
ou dianteiro dos veículos, de forma a otimizar o seu rendi-
mento, pode causar um desgaste parcial do pneu.

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ENGENHARIA

POWER STATION CABO VERDE


OTIMIZAÇÃO DE ESTABILIDADE

Por Miguel Pires 01


// Departamento Técnico
OBJETO

No âmbito do convite efetuado pela serviços técnicos da Bouygues, tendo


Bouygues à CASAIS, foi efetuado um a CASAIS sido desafiada a apresentar
estudo de otimização das soluções de uma solução variante às soluções
projeto de Construção Civil, relativo à inicialmente propostas.
empreitada de Conceção-Construção
da estação elétrica “Palmeira – Power Em particular, nesta edição do En-
Station” lançada a concurso público genho, são abordadas as alterações
pela “Electra”. efetuadas ao projeto da Bouygues
e a sua otimização face à versão de
O projeto original de conceção de inicial de concurso.
Construção Civil foi elaborado pelos

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ENGENHARIA

02
PROPOSTA EM FASE
DE CONCURSO

O empreendimento apresenta uma


área de implantação de cerca de
12.000m2.

É constituído pelos seguintes


edifícios principais:

• Edifício dos Principal;


• Edifício Administrativo;
• Edifício dos Aerogeradores;
• Edifício do equipamento de
combate ao fogo;
• Edifício Quarto de Banho;
• Diversos tanques e zonas
dedicadas técnicas;

Fotografia 1 – Planta de Implantação

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ENGENHARIA

Figura 2 – Edifício Principal (Bouygues)

Figura 4 – Corte tipo do Pavimento Exterior

Figura 3 – Edifício Aerogeradores (Bouygues)

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ENGENHARIA

03
SOLUÇÃO ALTERNATIVA
CASAIS

A globalidade dos edifícios foi revista • As fundações dos edifícios foram


e reformulada na sua solução estru- revistas e reduzidas ou elimina-
tural, sendo mantida a totalidade da das sempre que possível.
geometria e da malha estrutural, de • O edifício Administrativo, o
modo a não interferir com o processo edifício de Quarto de Banho e
industrial. o Edifício de equipamento de
combate ao fogo, encontravam-
Os modelos de cálculo foram ideali- -se originalmente previstos com
zados e desenvolvidos em dois pro- solução de paredes contínuas
gramas de cálculo estrutural distintos estruturais. A solução foi modifi-
(Robot Structural Analysis e Cypecad), cada para solução porticada com
dependendo da tipologia estrutural. malha de vigas e pilares apoia-
Esta opção teve como base formula das em fundações diretas, com
comprovada de aumentar a rapidez função de suportar lajes maciças
da análise e de modelação. de betão armado. As zonas de
compartimentação interior e
Foi possível reproduzir com elevado exterior foram substituídas por
rigor e precisão a geometria estabe- alvenaria corrente.
lecida pela Arquitetura e Estrutura. • O pavimento exterior foi revisto
e adotada uma solução basea-
O Departamento Técnico da CASAIS da numa laje de betão armado
efetuou diversas alterações ao pro- estrutural, apoiada em solo
jeto, de modo a otimizar as soluções compactado. Esta solução apre-
iniciais presentes a concurso: senta um número de camadas
consideravelmente inferior ao
• A estrutura metálica dos diversos inicialmente proposto.
edifícios foi revista. 3D Análise • Foram revistas as classes de
estrutural global foi efetuada betão, sendo definidas de acordo
e os perfis metálicos foram com a exposição real ambiente.
reduzidos sempre que possível.
Nas plantas de cobertura foram
introduzidas madres constituídas
por perfis enformados a frio,
sendo substituídos os perfis IPE,
inicialmente especificados.

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ENGENHARIA

Figura 5 – Edifício Principal Cype Model

Figura 6 – Edifício Principal Robot Model

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Figura 7 – Edifício Aerorefrigerador Robot Model

Figura 8 – Edifício Administrativo Cype Model

Figura 9 – Edifício Quarto de Banho e Incendios Cypecad Model

Foi ainda efetuada a revisão da medição integral do projeto


e definidas novas redes hidráulicas de incêndio, residuais,
pluviais e abastecimento.

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04
CONCLUSÃO
Esta solução propõe uma otimização considerável no orçamento de Construção Civil.
A otimização traduz-se nos valores enumerados na seguinte tabela:

Orçamento
Descrição Orçamento Variante Otimização
Concurso

Power Station –
Construção Civil
6.261.872,15€ 4.958.987,16€ -21%

Foi assim possível atingir uma interessante otimização na alternativa de projeto.

Esta otimização permitiu à Bouygues atingir, no somatório Construção Civil +


Equipamento, o valor objetivo que permite concorrer à empreitada.

De referir que todo o trabalho desenvolvido pelo Departamento Técnico para o


alcance dos objetivos apenas foi possível devido ao apoio e parceria com o diretor de
mercado, Pedro Canha, e toda a equipa da Comercial, Sofia Rodrigues e Sara Oliveira.

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D I R E I T O A FA L A R

GARANTIAS BANCÁRIAS:
A PERSPETIVA DO CONTRATO
DE EMPREITADA
01 sabemos que hoje em dia é muito raro
o contrato de empreitada ou caderno
Por Manuel Luís Gonçalves
// Departamento Jurídico
Conceito de encargos que não prevê no seu
clausulado a exigência de garantias
As garantias bancárias são, a par das bancárias ou uma outra qualquer
retenções de garantia e dos seguros- forma de caução contratual destinada
-caução, uma das formas de caução a garantir ao dono da obra o cumpri-
previstas na lei. Sendo obrigatória a mento de todo ou parte do contrato de
prestação de caução nos contratos de empreitada por parte do empreiteiro.
empreitada de obras públicas. Já nos
contratos de empreitada de obras par- Historicamente, a garantia autónoma
ticulares a sua exigência depende de surgiu para fazer face às exigências
previsão expressa no contrato. Porém, do comércio internacional a seguir à

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II Guerra Mundial e, em especial, ao os pressupostos acordados entre as o empreiteiro prestar uma garantia
boom petrolífero de 1973, como meio partes (banco e empreiteiro) para o autónoma, isto é, de celebrar com
seguro e eficaz de garantir o cumpri- acionamento da garantia, o banco um banco um contrato pelo qual este
mento de obrigações (sobretudo de terá de realizar o pagamento de uma se obrigue, dentro de determinadas
natureza contratual). A sua utilização quantia pecuniária ao dono da obra condições, a concluir o contrato de
foi-se, desde então, vulgarizando, em sem que lhe possa opor os meios de garantia com o dono da obra.
particular no setor da construção civil, defesa decorrentes da relação entre o
dos fornecimentos e da cooperação empreiteiro (ordenante) ou da relação Contrato Financeiro: Este contrato
industrial. No entanto, paradoxalmen- entre este e o banco. Somente pode é aquele que é celebrado entre o
te, trata-se de uma figura que não tem recorrer aos meios de defesa emer- empreiteiro ordenante e o banco
ainda hoje regulamentação legal es- gentes da relação da própria garantia. garante e tem como conteúdo a
pecífica, sendo-lhe porém reconhecida Ou dito de outro modo, "paga-se obrigação do banco de celebrar em
tipicidade social e jurisprudencial, uma primeiro e discute-se depois". determinados termos, aí fixados, o
vez que se trata de um instrumento A autonomia da garantia reside, as- contrato de garantia autónoma com
amplamente utilizado pelos agentes sim, no facto de a obrigação garantida o dono da obra (beneficiário), me-
do tráfico jurídico e económico. ser autónoma do contrato que serve diante uma contrapartida patrimonial
de base à emissão da garantia. Ou por parte do empreiteiro (ordenante).
Em termos gerais, a garantia bancária seja, o banco não pode opor ao bene- Estão aqui igualmente previstos o
é o contrato através do qual uma das ficiário qualquer meio de defesa decor- dever de reembolso do banco, em
partes (banco) se obriga a entregar, rente da relação base donde emerge a caso de execução da garantia, as con-
a pedido de um terceiro, determina- obrigação garantida. Os únicos meios dições em que tal se fará, bem como
da soma em dinheiro, previamente de defesa que o banco pode recorrer as garantias desse eventual direito do
acordada, ao beneficiário da garantia são aqueles que decorram do próprio banco face ao ordenante.
(sua contraparte), logo que este prove o contrato de garantia, salvo em casos de
incumprimento de determinada obri- manifesto abuso de direito ou fraude. Garantia Bancária: Trata-se da garantia
gação por parte do terceiro ou, no caso autónoma prestada pelo banco (ga-
de garantia on first demand, imedia- rante) ao dono da obra (beneficiário).
tamente, quando interpelado para tal.
Abdicando, em qualquer dos casos, de 02 Deste contrato emerge a obrigação
autónoma que tem por objeto o paga-
opor ao beneficiário quaisquer exceções
derivadas da relação cujo cumprimento Estrutura da mento de uma determinada quantia
pecuniária. É neste negócio que são
se garante, bem como da sua relação
com o terceiro garantido.
Operação fixadas as condições da garantia autó-
noma, nomeadamente se se trata de
A operação de garantia é constituída uma garantia autónoma simples ou à
No caso dos contratos de empreitada, por três tipos de contratos: primeira solicitação, quais os docu-
trata-se de uma garantia autóno- mentos a apresentar com o pedido
ma prestada por um banco em que Contrato Principal: Este contrato é por parte do beneficiário, o prazo de
este assume face ao dono da obra aquele donde decorrem as obrigações validade da mesma, etc.
(beneficiário), uma obrigação au- garantidas e que é concluído entre o
tónoma relativamente à obrigação dono da obra (beneficiário) e o em-
garantida decorrente do contrato base preiteiro (ordenante). Em regra é deste
(de empreitada). Assim, verificados contrato que emerge a obrigação de

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03 apresentação de outras garantias de


boa execução do contrato por parte
Modalidades de quem se comprometeu com a

de Garantia apresentação da proposta.

Bancária Garantia de boa execução ou cum-


primento (performance bond ou
As garantias bancárias podem ser performance guarantee): Neste tipo
simples ou à primeira solicitação. de garantias o banco assegura a um
dos contraentes a correta execução da
Garantia bancária simples: No caso de obrigação do ordenante emergente
garantia bancária simples, o beneficiá- do contrato, seja ela o pagamento do
rio terá que provar o facto constitutivo preço ou a realização de uma obra.
do seu direito para o banco cumprir,
nos termos fixados no contrato. Garantia de reembolso de adianta-
mentos (advance payment bond):
Garantia bancária à primeira soli- Nesta hipótese, o banco assegura
citação: Se a garantia for à primeira àquele que pagou antecipadamente
solicitação, o beneficiário não precisa parte do preço do contrato de emprei-
de provar quaisquer factos, sendo su- tada (em regra, o dono da obra) que
ficiente o seu pedido de acionamen- ele obterá a restituição desses mon-
to nos termos previstos na própria tantes na eventualidade de a outra
garantia. Neste caso, o beneficiário parte (o empreiteiro) não cumprir.
pode limitar-se ao pedido de acio-
namento puro e simples, e logo que Estas são as características gerais essen-
o pedido seja realizado nos termos ciais das garantias bancárias autónomas
acordados no contrato de garantia, aplicáveis aos contratos de empreitada,
o banco terá mesmo de cumprir sob sendo que o mesmo regime é aplicá-
pena de incorrer em mora. vel mutatis mutandis aos contratos de
fornecimento ou de subempreitada.

04
Espécies
de Garantia
Bancária
Garantia de oferta ou licitação (bid
bond): Neste tipo de garantias o ban-
co assegura a manutenção de uma
oferta ou proposta contratual. Ela é
utilizada igualmente para garantir a

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