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Esta revista faz parte integrante da edição 1628 do Jornal de Leiria, de 24.09.2015 e edição 4625 do Correio de Azeméis, de 29.09.2015
Editorial
TECNOLOGIA DE PONTA
TECNOLOGIA EM CADA PEÇA
Estrada de Leiria,
nº 212, Fr.I
2430-527 Marinha Grande
Tel. +351 244 572 130
E-mail: geral@newcuttools.com
www.newcuttools.com
www.amtoolsgroup.com
Revista Educação:Layout 1 21-09-2015 11:21 Página 5
VENDER SOLUÇÕES
E NÃO APENAS PRODUTOS
Nasceu em 2001 para dar apoio à indústria metalomecânica, dedicando-se à em 2011. Embora sendo uma nova sociedade, tem a sua origem numa outra
comercialização de ferramentas. Hoje, a AMTOOLS é muito mais do que uma empresa existente à data. “Basicamente, tratou-se da união de dois concorrentes,
empresa de comércio. Ao longo dos anos tem vindo a fazer uma aposta constante que criaram uma nova empresa”, explica Nuno Pinto, sócio da NEWCUT com José
na inovação e na diferenciação, estratégia que ganha agora novo fôlego com um Maia e José Pascoalinho. Vocacionada para o comércio de ferramentas, permitiu
projecto de produção de ferramentas especiais, que deverá arrancar em breve. à AMTOOLS ganhar dimensão, reforçar a sua quota de mercado e alargar o leque
Mais do que vender ferramentas, a ambição da empresa da Marinha Grande de marcas representadas.
é apresentar aos seus clientes soluções que respondam às suas necessidades. Isso Hoje, além da AMTOOLS e da NEWCUT, o grupo inclui a INOVATOOLS, onde
pressupõe bons produtos, mas também preços competitivos, cumprimento de recentemente foram investidos 400 mil euros. Com o projecto das novas instalações
prazos de entrega e boa assistência técnica. A diferenciação face à concorrência, da AMTOOLS, os investimentos feitos nos últimos meses ascendem a um milhão de
almejada desde muito cedo, atingirá em breve um novo patamar, com o fabrico euros, “com capitais próprios, sem recurso a apoios”. A INOVATOOLS foi criada em
de algumas ferramentas. parceria entre uma empresa alemã, que detém 50 por cento do capital, José Maia,
É neste contexto que surgem as novas instalações, investimento de 600 mil José Pascoalinho e Nuno André que, em conjunto, detém a outra metade. Esta
euros na Marinha Grande, que respondem também às necessidades resultantes empresa dedica-se à produção de fresas em metal duro e de fresas especiais, bem
do crescimento da empresa ao longo dos anos. É aqui que serão produzidas as como à afiação e reparação destas ferramentas. Exporta cerca de 20% da sua
ferramentas especiais. “Temos meios para fazer qualquer tipo de ferramenta. produção para a Alemanha.
Vamos aproveitar as nossas ideias, novas ou antigas, e as dos clientes, para trazer A exportação é, aliás, uma aposta que os sócios querem estender à AMTOOLS.
essa diferenciação que não existe no mercado”, explicam os sócios, José Maia e Para tal, o grupo está a preparar-se internamente, melhorando a sua organização
José Pascoalinho. e procedimentos. Entre outros aspectos, está em marcha a unificação da imagem
É que a indústria de moldes para plásticos, para a qual a AMTOOLS está bastante comercial, embora cada empresa vá manter a sua individualidade. Em preparação
vocacionada, é cada vez mais competitiva, pelo que se torna fundamental criar mais- está igualmente uma nova plataforma web que os responsáveis do grupo querem
valias que potenciem o negócio dos clientes. Nas novas instalações vai ainda ser que seja, a curto prazo, uma ferramenta de trabalho para os clientes, que lhes
desenvolvida a vertente da formação, com base em software específico TEBIS. O permita fazer consultas e outras operações.
objectivo é tentar cativar os jovens que saem das escolas e dar-lhes alguma formação, Durante este ano foram contratadas sete pessoas, contando o grupo actualmente
porque uma das dificuldades dos sector dos moldes é conseguir profissionais com com 23 colaboradores, entre eles três comerciais que actuam em diferentes zonas do
algum nível de conhecimento inicial na área. país, o que permite ao grupo ter uma abrangência nacional. É que, embora mais
Os 14 anos de actividade da AMTOOLS ficaram quase sempre pautados pelo vocacionado para a indústria de moldes, o objectivo é, cada vez mais, procurar nichos
crescimento, mas foram os anos de 2008/2009 que marcaram o ponto de viragem. de mercado na metalomecânica onde seja possível crescer.
Nesse período, devido à crise, a empresa viu a sua facturação diminuir, mas depois Constante inovação, dinamismo, trabalho em equipa e procura de novos
conseguiu aproveitar as oportunidades que surgiram e diferenciou-se da produtos que respondam às necessidades dos clientes têm sido as apostas da
concorrência. Apresenta agora uma excelente capacidade de stockagem, tendo em AMTOOLS e das duas outras empresas do grupo, o que lhe permite encarar com
conta a dimensão da indústria metalomecânica em Portugal, e ganhou competências tranquilidade e confiança os desafios. Vender soluções, e não apenas ferramentas,
no apoio técnico e nas soluções diferenciadas. é a estratégia desenhada para continuar a satisfazer os clientes e a conquistar
Outro momento importante na vida da AMTOOLS foi a criação da NEWCUT, novos mercados.
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RICARDO GRAÇA
Portugal é o 7.º maior
exportador mundial
de moldes
Exportação A indústria portuguesa de moldes tem vindo a
consolidar a sua notoriedade no mercado internacional.
Apesar de pouco representativo em número de empresas, é
um sector inovador que exporta a maioria da produção
RICARDO GRAÇA
Célia Marques
ccamarques@hotmail.com
Caracterização do sector de Moldes
Portugal Distrito Peso de Leiria
T Portugal encontra-se entre os principais de Leiria no Total
fabricantes mundiais de moldes, nomea- Número de Empresas 684 363 53%
damente na área dos moldes para injecção Número de Pessoas ao Serviço 8.968 4.356 49%
de plásticos. Segundo o Internationl Trade Volume de Negócios (€) 734.771.328 390.111.774 53%
Centre (ITC), em 2014 posicionava-se como Valor Acrescentado Bruto (VAB) (€) 302.892.406 151.188.745 50%
sétimo maior exportador de moldes do Gastos com o Pessoal (€) 203.889.549 97.015.536 48%
mundo, com uma quota de mercado de Gasto Mensal Médio por Colaborador (€) 1.624 1.591 _
4%, numa clara melhoria face ao décimo Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) (€) 79.597.668 44.725.613 56%
primeiro lugar que ocupava em 2010, com Formação Bruta de Capital Fixo por empresa (€) 116.371 123.211 _
uma quota de mercado de apenas 3%. Fonte: INE; *Empresas com o CAE - 25734 - Fabricação de moldes metálicos; valores relativos a 2013
Em 2014, o ranking mundial surge lide-
rado pela China (com uma quota de 22%),
seguida da Coreia do Sul (12%), Itália (8%), Comparativo exportações Moldes
Japão (8%), Alemanha (8%), Estados Uni-
2011 2012 2013 2014
dos (5%) e Canadá (5%).
Taxa de Crescimento das Exportações Portuguesas de Moldes 19% 29% 7% 4%
De notar que, entre 2010 e 2014, Portu-
Taxa de Crescimento do Total de Exportações Portuguesas 16% 5% 4% 2%
gal ultrapassou países como a Áustria,
Taxa de Crescimento das Exportações Mundiais de Moldes 16% 17% 3% 2%
tendo passado a ser o terceiro maior for-
Taxa de Crescimento da Exportações de Moldes de Leiria 16% 31% 8% 1%
necedor de moldes a nível europeu. De des-
Peso Exportações Portug. de Moldes no Total Export. Nacionais 0,9% 0,9% 1,1% 1,2%
tacar ainda que, neste conjunto de países,
Peso Leiria nas Exportações Portuguesas de Moldes 51% 52% 52% 50%
Portugal e a Coreia do Sul foram, a seguir
Fonte: ITC e INE; análise a preços correntes
à China, os países que mais viram crescer
as suas exportações de moldes entre 2010
e 2014, seguidos do Canadá, Itália, Alema-
nha e Estados Unidos, enquanto o Japão as- Evolução da Balança Comercial
sistiu a um decréscimo de 6% nas suas ex- de Moldes Portuguesa
portações deste produto.
Exportações
Em 2013, o sector exportou 538 milhões 600 559
de euros (73% do seu volume de negócios), 538
502
um valor que subiu para os 560 milhões de 500
euros em 2014 e que no primeiro semestre Saldo Comercal
388
de 2015 soma 296 milhões de euros, es- 400
325
tando sensivelmente ao mesmo nível do se- 399 399 404
mestre homólogo anterior. 300
De notar que, entre 2010 e 2014, as ex- 303
Importações
200 248
portações do sector português de moldes 139
registaram um extraordinário crescimen- 85 102
100
77 155
to de 72%, face à subida de 29% das ex-
portações portuguesas totais e de 42% 0
das exportações de moldes a nível mundial. 2010 2011 2012 2013 2014
Em causa está uma taxa média anual de ITC; valores em milhões de euros; análise a preços correntes
crescimento de 15%, mais do dobro da taxa
média anual de crescimento do total de ex-
portações portuguesas nos últimos quatro consecutiva, com as exportações a repre- sector, se tivermos em conta que o volume
anos e acima dos 10% a que cresceram, em sentarem mais de 80% da produção total do de negócios das empresas de moldes re-
média, as exportações mundiais de moldes sector. presenta apenas 0,2% do total do volume de
durante o mesmo período. O valor exportado pela indústria de mol- negócios gerado pelas empresas portu-
Segundo a CEFAMOL – Associação Na- des em 2014 representou 1,2% do total das guesas.
cional da Indústria de Moldes – o ano pas- exportações portuguesas naquele ano, uma Em 2014 Portugal tinha como principais
sado representou mesmo o melhor ano de subida face aos 0,9% que representava em destinos de exportação países como Espa-
sempre da indústria em termos de produ- 2010. Este valor ganha especial relevância, nha (24%), Alemanha (21%), França (15%)
ção e exportação, e isto pela terceira vez e demonstra a forte vocação exportadora do República Checa (7%), Reino Unido (4%),
>>>
Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 7
Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:00 Página 8
94
Polónia (4%) e Estados Unidos (3%). Estes senvolvimento de novos produtos na eco-
seis países concentravam perto de 80% das nomia mundial, assim como a procura por
exportações portuguesas do sector, à se- novas áreas e nichos, como a indústria ae-
melhança do que acontecia com os seis ronáutica e de dispositivos médicos.
maiores destinos de exportação de moldes é o número de países para onde
portugueses em 2010. A diferença do top exporta a indústria portuguesa de Metade do sucesso pertence a Leiria
seis é que passou a integrar a Polónia em moldes, o que demonstra a dimensão O sector de moldes apresenta uma distri-
detrimento do México. internacional deste sector buição geográfica bipolar, designadamen-
Segundo a CEFAMOL, em termos de im- te nas regiões da Marinha Grande e Olivei-
portância das regiões económicas, man- ra de Azeméis. Segundo os últimos dados
tém-se a preponderância do mercado eu- disponibilizados pelo INE, relativos a 2013,
ropeu, principalmente comunitário, re- ao distrito de Leiria cabem 363 destas em-
presentando nos últimos anos, em média, Segundo os últimos dados do INE, rela- presas (53% do total), que empregam 4.356
78% do total de exportações. tivos a 2013, o sector português de moldes colaboradores (49% do total) e geram 390
Segundo dados do INE, Portugal exporta é constituído por 684 empresas com di- milhões de euros de volume de negócios
moldes para 94 países, o que demonstra mensão de PME. Estas empresas de fabri- (53% do total).
a dimensão internacional e global desta in- cação de moldes metálicos (com o CAE As empresas de moldes do distrito tive-
dústria. 25734) dão emprego a 8.968 colaboradores, ram, em 2013, gastos com pessoal na ordem
Já no que toca a importações de moldes, geram um volume de negócios de 735 mi- dos 97 milhões de euros, o que correspon-
Portugal figura apenas em 24º lugar a ní- lhões de euros, e um valor acrescentado de a um custo mensal médio de 1.591 euros
vel mundial, com uma quota de mercado bruto (VAB) de 303 milhões de euros. Ti- por colaborador, em linha com a média na-
de 1%, sendo este ranking liderado pelos veram ainda, em 2013, gastos com o pes- cional.
Estados Unidos (com uma quota de mer- soal na ordem dos 204 milhões de euros, A maior parte das empresas de moldes do
cado de 11%), seguido de países como a o que representa uma média de 1.624 eu- distrito de Leiria estão concentradas no con-
China (9%), México (8%), Alemanha (7%) ros mensais, em termos brutos, por cola- celho da Marinha Grande (46%), seguindo-
e Japão (5%). borador, mais os respectivos subsídios de se o concelho de Leiria (38%), Alcobaça
Historicamente mais exportador do férias e de Natal. (7%), Porto de Mós (4%) e Batalha (3%).
que importador, o sector de moldes por- Em 2013, este conjunto de empresas in- Em 2013, o distrito de Leiria exportou 279
tuguês tem apresentado uma extraordi- vestiu 80 milhões de euros em Formação milhões de euros em moldes (72% do vo-
nária tendência de crescimento do seu sal- Bruta de Capital Fixo (FBCF), ou seja em lume de negócios ali gerado), o que repre-
do da balança comercial, que passou de equipamentos e infra-estruturas, o que re- senta 52% do total exportado pelo sector a
284 milhões de euros em 2004, para 404 presenta 116 mil euros por empresa. nível nacional. Em 2014, as exportações su-
milhões de euros em 2014. Entre 2010 e Segundo a CEFAMOL, a indústria auto- biram para 283 milhões de euros (51% do to-
2014 a subida foi de 63%, o que represen- móvel tem vindo a consolidar o seu cres- tal nacional) e no primeiro semestre de 2015
ta um crescimento médio anual na ordem cimento e importância no desenvolvi- já somam 165 milhões de euros, mais 11%
dos 14%. mento do sector de moldes, tendo evoluí- face ao período homólogo anterior.
Em 2014, as importações de moldes con- do de um peso relativo de apenas 14%, em Entre 2010 e 2014, as exportações de mol-
tinuavam a representar menos de 30% das 1991, para 74%, em 2014. Outra indústria des no distrito de Leiria cresceram 66%, li-
exportações, apesar de terem duplicado em destaque é a da embalagem, que tem geiramente abaixo dos 72% registados a ní-
nos últimos quatro anos, em resposta ao vindo a crescer de uma forma sustentada, vel nacional.
crescimento da indústria nacional, no- representando 10% da produção nacional Segundo o INE, em 2014 Leiria exportou
meadamente de plásticos, muitas vezes de moldes. Regista-se, no entanto, a pre- moldes para 68 países, tendo tido como
impulsionada pelo alargamento da ca- sença do sector em outros sectores indus- principais mercados a Alemanha, Espanha,
deia de valor das empresas de moldes. triais de grande importância para o de- França, República Checa, Reino Unido.
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Japão
Principais sectores
5,4 11
Outros
% Tailândia
servidos pela Indústria
de Moldes Portuguesa
46 4,4 10
Embalagem
9 10
Itália
Aeronáutica,
3,2 9
Evol. Importações
Médica,
outros % 74
2010/2014 Índia Hong Kong 16
% 3 11 3 4 Automóvel
Fonte: ITC; valores de 2014 Fonte: CEFAMOL
RICARDO GRAÇA
Exportações de plásticos
crescem 40% em quatro anos
Efeito cluster A jusante da indústria de moldes, também a indústria de
plásticos tem apresentado um forte dinamismo no comércio internacional.
O distrito de Leiria está entre os mais dinâmicos no sector
RICARDO GRAÇA
4
acrescentado bruto (VAB) de 123 mi-
Célia Marques
lhões de euros (21% do segmento a ní-
ccamarques@hotmail.com
vel nacional).
T Entre 2010 e 2014, as exportações por- Sabe-se ainda que aquelas 177 em-
tuguesas de plástico cresceram 39%, mil milhões é quanto representa o presas investiram em Formação Bruta
acima dos 21% que cresceram em ter- volume de negócios das empresa da de Capital Fixo (FBCF) – ou seja em ac-
mos globais em todo mundo, com Por- indústria de plástico, o que tivos como equipamentos e instala-
tugal a passar de 34º para 33º maior ex- representa 1,2% do volume de ções – 28 milhões de euros (18% do seg-
portador mundial de plásticos, com negócios total das empresas mento a nível nacional), o que repre-
uma quota de mercado de 0,53%. portuguesas senta um investimento médio por em-
O topo do ranking de maiores expor- presa na ordem dos 158 mil euros (face
tadores pertencia à China (com uma aos 167 mil euros da média do seg-
quota de mercado de 11,1%), seguida >>>
dos Estados Unidos (10,5%) e da Ale- PUBLICIDADE
ARQUIVO/JL
mento a nível nacional). Em termos de
gastos com o pessoal, o valor ascendeu,
em 2013, a 74 milhões de euros (22% do
segmento a nível nacional), ou seja
1.280 euros mensais por colaborador
(mais os respectivos subsídios de férias
e Natal), face aos 1.320 gastos, em mé-
dia, pelo mesmo segmento a nível na-
cional.
Daquelas 177 empresas representa-
tivas do sector da transformação de
plástico no distrito de Leiria, a maior
parte (119) dedica-se à fabricação de
outros artigos de plástico (onde se in-
clui o plástico técnico, destinado à in-
dústria automóvel e de electrodo-
mésticos, por exemplo), um segmen-
to responsável pelo emprego de 3.125
pessoas, um volume de negócios na or- rinha Grande, com 47 empresas cada. euros e um VAB de 18 milhões. Também
dem dos 278 milhões de euros e um Logo a seguir surgem as 29 empresas a maior parte destas empresas está
VAB de 93 milhões de euros. A maior de fabrico de embalagens de plástico, concentrada nos concelhos de Leiria
parte destas empresas estão concen- que empregam 603 pessoas, geram um (14) e Marinha Grande (12).
tradas nos concelhos de Leiria e da Ma- volume de negócios de 92 milhões de A fabricação de chapas, folhas, tubos
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177
e perfis de plástico está a cargo de 21 bos em plástico (1,7 milhões de euros)
empresas do distrito de Leiria, que e do plástico para a construção (1,3 mi-
dão emprego a 267 pessoas, geram um lhões de euros).
volume de negócios de 36 milhões de Curiosamente, em 2013, o segmento
euros e um VAB de sete milhões de eu- é o número de empresas que mais investiu, em média, por em-
ros. Os concelhos de Leiria (10) e Pom- representativas do sector da presa, em FBCF foi o de plástico para a
bal (5) reúnem a maior parte das em- transformação de plástico no distrito construção (2,2 milhões de euros) se-
presas deste segmento. de Leiria. A maior parte dedica-se ao guido da fabricação de outros artigos de
Apenas oito empresas se decicam ao fabrico de plástico técnico plástico (1,8 milhões de euros) e da
fabrico de artigos em plástico para a embalagem (1,3 milhões de euros).
construção. Estas empresas dão em- O distrito de Leiria concentra 20% das
prego a 156 pessoas, geram um volume empresas portuguesas de fabricação
de negócios de 11 milhões de euros e de chapas, folhas, tubos e perfis de
um VAB de quatro milhões de euros. mais subsídios de férias e Natal), ape- plástico (mas apenas 4% do seu volume
Leiria (4), Alcobaça (3) e Marinha Gran- sar de em matéria de gastos com o de negócios total), 19% das empresas de
de (1) reúnem as empresas deste seg- pessoal não ficar muito distante dos ou- fabrico de embalagem (e 16% da factu-
mento. tros segmentos. ração deste segmento a nível nacio-
Em termos médios, por empresa, é o O segmento que gera, em média, por nal), 8% das empresas de artigos de
segmento fabrico de outros artigos de empresa, mais volume de negócios é o plástico para a construção (e 9% da
plástico que emprega mais pessoas de fabrico de embalagens de plástico sua facturação total).
(26), que gera mais VAB (782 mil euros) (3,2 milhões de euros), seguido da fa- O segmento com maior proporção
e também que investe mais por cola- bricação de outros artigos de plástico de empresas em Leiria, face ao total na-
borador (cerca de 1.300 euros mensais (2,3 milhões de euros), das folhas e tu- cional, é o das que se dedicam à pro-
>>>
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Fabrico 2221 - Fab. de chapas, folhas, tubos e perfis de plástico 103 3.803 899.711.459 150.959.700 49.726.104 81.438.729
de Produtos
2222 - Fabricação de embalagens de plástico 154 3.287 583.737.838 112.193.680 32.159.054 58.940.497
em Plástico
2223 - Fab. de artigos de plástico para a construção 99 1.412 117.965.885 36.699.291 6.899.788 24.650.688
2229 - Fabricação de outros artigos de plástico 563 9.928 897.549.185 283.712.373 65.100.884 175.338.054
Total Fabrico de Produtos em Plástico 919 18.430 2.498.964.367 583.565.044 153.885.830 340.367.968
Fonte INE; Valores de 2013
Bélgica
2012 2.081 188 9% 3
Itália
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distrito concentra 21% destas empre-
sas e 31% do seu volume de negócios.
Em 2014, o distrito de Leiria foi res-
ponsável por 10% das exportações
portuguesas de plástico(face aos 8%
que representava em 2010), tendo ex-
portado 236 milhões de euros, o que
representa uma subida de 8% face
2013. Já entre 2010 e 2014, as expor-
tações de plástico do distrito cresce-
ram 62%, face à subida de apenas
40% registada pelo sector a nível na-
cional.
Destaque para o facto de as expor-
tações de plástico no distrito de Leiria
terem atingido os 145 milhões de euros
no primeiro semestre de 2015, o que re-
presenta uma subida de 25% face ao pe-
ríodo homólogo anterior, enquanto o
sector a nível nacional registou um
acréscimo de apenas 5%. Em 2014, o
distrito teve como principais destinos
de exportação de produtos em plásti-
co Espanha (47%), França (11%), Ale-
manha (9%), Marrocos (6%), Repúbli-
ca Checa (3%).
Principais destinos de
exportação de Plástico
de Leiria
Países Outros Espanha
Baixos 14 47
Hungria 1
2
Angola
2
Bélgica
2
Argélia %
3
Rep.
Checa
3
Marrocos Alemanha França
6 9 11
Fonte: INE; valores relativos a 2014
Abstract
Portugal riding high in the moulds
and plastics sectors
Portugal is one of the main international manufacturers of extremely dynamic in international trade, with exports
moulds and in 2014 was ranked seventh largest moulds increasing 39% between 2010 and 2014, exceeding the sector’s
exporter in the world, with a market share of 4%. Between overall growth of 21% worldwide and the 29% of total
2010 and 2014, Portuguese moulds exports recorded an Portuguese exports.
increase of 72%, in line with an increase of 29% of total The sector is composed of 919 companies, generating
Portuguese exports and 42% of moulds exports worldwide. turnover to the order of four thousand million euros (1.2% of
Meanwhile, the commercial trade balance rose from 248 to the total turnover generated by Portuguese companies) and
404 million euros. total GVA of 677 million euros (0.9% Portuguese GVA).
The sector comprises 684 companies, employing 8,968 20% of the companies in this sector are to be found in the
workers and generating a turnover of 735 million euros and district of Leiria, 70% of which engaged in manufacturing
Gross Value Added of 303 million euros, spread out between other plastic articles, including technical plastics for the
two main hubs, Marinha Grande and Oliveira de Azeméis. automotive and household appliance sectors.
In downstream industries, the plastics sector has also been
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ão
Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:05 Página 18
RICARDO GRAÇA
Inovação, flexibilidade
e resiliência
Estratégia Para manter o nível de sucesso atingido pelo sector de moldes
existem alguns riscos a ter em conta. Uma coisa é certa, esta indústria
conseguiu sempre adaptar-se às contingências e encontrar novos caminhos
RICARDO GRAÇA
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Célia Marques
ccamarques@hotmail.com
RICARDO GRAÇA
nar um elemento valioso para o cresci-
mento do sector. «O alargamento da cadeia
de valor do sector, a introdução de novos
materiais e tecnologias e a diversificação de
mercados alvo de actuação serão elemen-
tos fundamentais para o sucesso da in-
dústria, ao qual se juntam a capacidade das
empresas para cooperar com clientes, for-
necedores, concorrentes ou instituições do
sistema cientifico e tecnológico, apostan-
do na relevância dos factores imateriais de
competitividade, como sejam o marketing,
qualidade, organização, inovação, entre ou-
tros», explica.
Fornecer valor
tejam a perder competitividade, estão
sempre presentes. Por outro lado, a
Turquia, a Polónia, e a Eslováquia,
acrescentado
por exemplo, estão a conseguir níveis
de qualidade que os tornam mais
atractivos», explica o responsável.
As forças e fraquezas desta empre-
sa relativamente a esses países ad-
vêm, desde há muito, de um «estraté-
Áreas de ponta Inovação a todos os níveis é a gia clara» e «contas equilibradas».
«Também o facto de estarmos nesta re-
forma encontrada pelas empresas da indústria gião facilita parcerias nas diferentes fa-
de plástico do distrito para combater a ses do processo, que ampliam a nossa
capacidade de produzir, mas sobretu-
concorrência, enfrentar os desafios e retirar do de desenvolver soluções para a
partido das oportunidades concepção dos produtos, processos
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DESDE 1985
A GERAR VALOR
EM LEIRIA
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Segundo o responsável, o merca-
do nacional neste segmento do EPS
é equilibrado, com empresas com-
petitivas, que servem uma procura
que se tem mantido estável e sobe
agora 5 a 10% relativamente a 2012.
«É um sector estabilizado mas
existem sempre novos nichos de
mercado. Na construção, por exem-
plo, existe uma oportunidade na re-
novação com isolamento, que vem
compensar a falta de grandes obras»,
explica.
Quanto às ameaças, residem es-
sencialmente na redução das quotas
na pesca, que podem levar a uma des-
cida da procura de embalagens ali-
mentares.
Com os mesmos desafios relativos
ao custo do transporte de um produ-
to volumoso e de baixo valor acres-
centado, a Sival Plásticos, a actuar es-
sencialmente no segmento da tuba-
gem (em PE, PVC), tem como princi-
pais concorrentes os espanhóis, para
além, naturalmente, dos portugueses,
explica Pedro Faria, sócio-gerente da
empresa.
«A proximidade aos clientes é uma
das nossas grandes vantagens, uma
vez que o custo do transporte tem
grande importância pelo facto de
os tubos serem em geral muito leves
e ocos. A proximidade permite tam-
bém prestar um melhor serviço de
apoio. Outra vantagem é a qualida-
de dos nossos produtos, a que não
será alheio o sólido know-how dos
nossos colaboradores», acrescenta.
Como principais fraquezas, Pe-
dro Faria aponta as «velhas razões»,
como a electricidade mais cara e
custos burocráticos e fiscais infin-
dáveis. Já as ameaças, transversais
a todos os sectores, estão sobretudo
ligadas à «instabilidade motivada
pela sistemática alteração das regras
com que os nossos governantes nos
brindam».
A Sival Plásticos é um exemplo de
que nem sempre a melhor estratégia
é o crescimento: nos últimos dois
anos fez um exercício de downsi-
zing para melhor se ajustar à realida-
de do mercado.
“A proximidade à indústria de
moldes obrigou o plástico a reagir”
T Umas empresas investem muito em
inovação, outras vão reagindo à procu-
ra. É esta a realidade da indústria trans-
formadora de plástico em Portugal. Lei-
ria enquadra-se no primeiro caso. Existe muita interajuda
Quais os principais concorrentes da in- entre moldes e plásticos e
dústria da transformação de plásticos?
Os países do Leste da Europa e a China,
estão rodeados de
com preços arrasadores ao produto in- empresas que assessoram
diferenciado, sem grande valor acres- ambas as indústrias, toda
centado, como os sacos de plástico e al-
gumas embalagens que não se destinam
uma rede que aqui em
à indústria alimentar, porque não cum- Lisboa não existe
prem com as exigências da Comunida-
de Europeia nessa matéria e os clientes
europeus têm receio de comprar. Rela-
tivamente aos tubos, é sobretudo Es-
panha, devido ao custo do transporte
face ao valor do produto.
E quais as fraquezas que a indústria en-
frenta?
A localização na ponta da Europa, que
encarece o transporte, e o facto de exis-
tir muita concorrência interna, muitas e estão rodeados de empresas que as- centradas na construção ou estão a pas-
empresas a fazer o mesmo, o que gera sessoram ambas as indústrias, toda uma sar dificuldades ou tiveram de sair.
entropia no sector. Tanto temos em- rede que aqui em Lisboa não existe. E onde residem as ameaças da indústria
presas com grande capacidade de ino- E quanto às forças da indústria de plás- de plásticos, de uma forma geral?
vação e excelentes técnicos, como outras ticos, quais identifica? Nos países de Leste, América do Sul e
muito limitadas e sem capacidade de A capacidade de inovação. E quando en- China que colocam cá produto a baixo
inovação que fazem essencialmente contram um mercado que lhes garante preço e de baixa qualidade, mas que o
produtos de pouco valor acrescentado, uma certa continuidade investem mui- consumidor não penaliza porque são
como sacos de plástico, embalagens to nele. É agora o caso de mercados produtos indiferenciados onde o que
que não se destinam ao sector alimen- como o Brasil, Angola, Moçambique e conta é preço.
tar e peças de injecção correntes. Falta países de Leste, como a Polónia e países Existe uma estratégia definida para fa-
também alguma capacidade de união e da antiga Jugoslávia, em áreas como zer face aos desafios e tirar partido das
coesão para inovar e concorrer aos mer- peças técnicas, embalagem alimentar e oportunidades?
cados externos. Temos sido mais reac- industrial e no sector automóvel, que Não há uma estratégia concertada. Uns
tivos do que pró-activos. está de volta. Desde que consigam ga- investem muito em inovação, outros
Qual a percepção que tem sobre a in- rantir preços competitivos, claro. vão reagindo apenas à procura e não têm
dústria transformadora de plásticos do Em que segmentos identifica oportu- capacidade de atender pedidos mais es-
distrito de Leiria? nidades para a indústria de plásticos? pecíficos, resultado também de muitos
São empresas mais especializadas e com Na embalagem alimentar, no sector au- despedimentos que foram feitos na in-
mais poderio económico. A proximidade tomóvel e em peças técnicas para a in- dústria. Em Leiria há muita inovação no
à indústria de moldes obrigou-as a reagir dústria. Já a construção está parada, plástico técnico para a indústria auto-
e a entrar em novos segmentos. Existe portanto as empresas de tubos e isola- móvel, e em pequenas peças que estão
muita interajuda entre moldes e plásticos mento que estavam completamente a fazer com muita qualidade.
Abstract
A step ahead of the global competition
The Portuguese moulds industry has stood out from the Turkey and Slovakia, China and Malaysia, though Asia is losing
international competition due to the offer of competitive competitiveness in relative terms due to the devaluation of the
solutions with high added value, which results from the euro.
investment in innovation, state-of-the-art technology and The strengths of these companies are their clear strategy, a
corporate cooperation with clients, suppliers and knowledge balanced financial position, quality, flexibility, stable production
centres. But some weaknesses do exist, such as the need to and high productivity levels, in addition to their location in a
attract and hold on to young and qualified workers, and to region that allows partnerships to be formed in each different
advance beyond the excessive dependence on the automotive stage of the process.
and the exports which are concentrated on just a few European In this case also, the main challenge is human resources – whose
countries. Companies are also faced with the powerful bargaining qualifications have to be improved – as well as problems that
position of clients and suppliers, and lengthening payment terms, exist across-the-board, such as costs with power and direct and
which require considerable financial manoeuvres. indirect taxes, not to mention rigid employment legislation.
With regard to technical plastics, the most relevant segment in The strategy involves increasing technological capacity, added
the plastics sector in the district of Leiria, most of the competition value and diversification, both in terms of clients and fields of
is from countries such as Poland, the Czech Republic, Hungary, activity.
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RICA<RDO GRAÇA
Moldes e plásticos conquistam
clientes de renome
Notoriedade Porsche, Mercedes, BMW, McLaren, Bosch, Philips e Samsonite
são algumas das marcas que reconhecem a qualidade do cluster de moldes e
plásticos da região. Reputação internacional
que em 2005 decidiu introduzir também de moldes e ferramentas de apoio à sua
Célia Marques
soluções ligadas às peças plásticas «para produção, com o envolvimento de va-
ccamarques@hotmail.com
dar resposta a alguns clientes que soli- lências complementares de várias em-
As empresas de moldes e plásticos citavam soluções integradas», recorda presas do Grupo.
(sobretudo plástico técnico) da região Luís Febra, presidente do agora Grupo A conquista de clientes de grande ní-
de Leiria alcançaram um nível de com- Socem. vel de exigência em muito se deve a
petitividade que lhes permite fornecer Modelos como o Q5 e o Q3 da Audi, ou uma reputação construída ao longo
exigentes marcas de topo a nível mun- mesmo o modelo Aventator da Lam- dos anos e assente em factores como
dial. borghini, têm no seu interior produtos «disciplina, rigor, inovação contínua e
Porsche, Audi, Mercedes, BMW, nos quais o Grupo Socem teve «um orientação para soluções transversais»,
McLaren, Volkswagen, Rover, Lam- enorme impute», desde desenvolvi- que permitem ao Grupo Socem ser en-
borghini e Bosch, são alguns dos clien- mento de produto, passando pelo de- carado como um «parceiro estratégico»
tes da Socem, uma empresa de moldes senvolvimento de protótipos, produção para algumas daquelas empresas. Luís
RICA<RDO GRAÇA
Febra garante que passa muito pela Brasil, da DelphiI, do Grupo Bosch e do mar à «energia, empreendedorismo e
«antecipação contínua» das necessi- Grupo Volkswagen», recorda Joaquim muito trabalho dos empresários e téc-
dades dos clientes e por procurar estar Menezes, presidente do Conselho de nicos portugueses que, em concertação
onde eles precisam. Administração do Grupo Iberomoldes. entre si, com a CEFAMOL e com as ins-
Claro que o facto de actuar na área Mas como se consegue um nível de tituições que precederam a AICEP sou-
dos moldes e dos plásticos ajuda, mas competitividade capaz de conquistar a beram aproveitar, desde cedo, a opor-
mais importante que isso é uma «visão confiança destas marcas? Com factores tunidade singular da exportação»,
orientada para soluções, sejam elas de como «agilidade, flexibilidade e acom- acrescenta.
engenharia, prototipagem, produção de panhamento da tecnologia para satis- O facto de actuar na área dos moldes
moldes, ou mesmo plásticos». Segun- fazer os clientes mais exigentes, que re- e plásticos também ajuda. Para além das
do Luís Febra, o que os mercados pro- petem e desenvolvem os seus projectos oportunidades e sinergias inerentes
curam hoje é um envolvimento maior connosco», adianta o responsável. A so- aos dois sectores, permite desenvolver
do fornecedor, quer em soluções téc- >>>
nicas, quer na partilha de risco no pró- PUBLICIDADE
RICARDO GRAÇA
competências de forma muito mais
sustentada. «Essa concepção sempre
esteve nas nossas intenções: de-
senvolver um grupo de pequenas e
médias empresas que, no seu todo,
oferecessem soluções diversifica-
das especializadas, completas e in-
tegradas, desde a concepção e de-
sign, engenharia e prototipagem,
moldes e ferramentas de apoio à
produção, produção de componen-
tes e produtos finais», justifica.
Tudo somado, em causa estão
perto de 90 milhões de euros de fac-
turação e uma exportação directa e Rui Tocha | Director-Geral
indirecta acima dos 95%, sobretudo
para mercados como a Bélgica, Ale-
da POOL-NET - ENGINEERING & TOOLING CLUSTER
manha, Espanha, Hungria, França e
Suécia. “Os clientes valorizam
soluções chave-na-mão”
«Penso que os clientes da indústria
nos reelegem de forma continuada
como fornecedores porque temo-
nos mantido competitivos na relação
de preço-qualidade-serviço. Regis-
tam ainda a nossa modernidade de T Quais os factores de competitividade dos ções chave-na-mão, que é o que os clientes
condições de trabalho, processos e sectores de moldes e plásticos da região a globais valorizam cada vez mais.
tecnologias, acompanhando o au- nível internacional que estão na origem da Pode apontar exemplos de projectos rele-
mento de exigência das suas espe- conquista de clientes internacionais de re- vantes desenvolvidos por empresas da re-
cificações técnicas, bem como a res- nome, nomeadamente em áreas tão exi- gião para marcas importantes?
posta ágil às suas solicitações. A gentes como a automóvel, médica, ou ae- É muito frequente encontrarmos produtos
grande abertura a outras culturas, fa- ronáutica? conhecidos que tenham recorrido a moldes
lando e comunicando de forma se- Eu diria que o domínio de línguas estran- portugueses, ou que tenham sido injecta-
gura em muitas línguas, e a forma geiras, em particular do inglês, é um dos dos em Portugal. Basta ter em conta que to-
afável com que os tratamos é tam- principais factores de competitividade das das as marcas de automóveis, electrodo-
bém frequentemente referida», con- nossas empresas. Destaco ainda as com- mésticos, electrónica, etc, compram mol-
clui Joaquim Menezes. petências técnicas, o conhecimento espe- des em Portugal e industrializam os seus
cializado, a capacidade de networking, a produtos com componentes e ferramentas
qualidade da oferta, o domínio tecnológi- nacionais.
co, a aposta permanente na inovação e a Existem vários produtos premiados, como
persistência em trabalhar bem os mercados desfibrilhadores, jantes de automóvel, pro-
onde se quer posicionar. No mercado glo- tótipos de aviões, automóveis e de com-
bal, é fundamental que as empresas se con- boios, peças de “alta-costura”, corta relvas,
sigam inserir nas cadeias de valor dos embalagens. A generalidade das nossas
O caso das malas rígidas da clientes, tenham um posicionamento con- empresas integra a cadeia de valor e de for-
sistente, diferenciado e competitivo, po- necimento de clientes globais, pelo que mui-
Samsonite é, desde 1983, o tenciando o reforço do capital confiança tas estão no centro do sucesso de muitos dos
mais conhecido. com os seus clientes, assumindo parcerias produtos que conhecemos. No entanto,
A somar a outros de longo prazo robustas. nem sempre isso pode ser divulgado, face
O facto de algumas empresas actuarem em à dimensão dos clientes, ao poder de certos
pequenos simultâneo na área dos moldes e plásticos, países, ou a contractos de confidencialida-
electrodomésticos que o e de a região ser forte em ambos sectores, de que são assinados. Esta realidade tem
Grupo Iberomoldes ajudou nessa conquista? vindo a ser testemunhada e comentada, es-
Naturalmente que sim, e esse tem sido um pecialmente por jornalistas estrageiros que
desenvolveu com a Philips, processo de reforço de actuação na cadeia visitam as nossas empresas e se deparam
Electrolux e Rowenta de valor dos clientes, fornecendo solu- com esta evidência.
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Abstract
Cluster obtains renowned clients
Moulds and plastics (mainly technical plastics) companies in Clients in these industries have revealed that they are highly
the region of Leiria are competitive enough to operate as satisfied and mention key factors such as their geographical
supplier of demanding top-tier brands worldwide. Such as? proximity, excellent know-how regarding small moulds,
Porsche, Audi, Mercedes, BMW, MacLaren, Honda, good price/quality ratio, excellent service, investment in
Volkswagen, Rover, Lamborgini, Ford, Bentley, Bosch, good equipment and state-of-the-art technology, as well as
Philips, Electrolux, Rowenta, Plasson and Samsonite. high confidence levels. And they do not hesitate to say that
The internationally reputation of this cluster was built up these business relationships will certainly remain in effect
through discipline, rigour, non-stop innovation, agility, and may even be expanded.
flexibility, quality and networking capabilities as well as
being geared towards wide-ranging solutions, whether
engineering, prototypes, mould production, or even plastics,
always foreseeing the needs of clients. A good command of
foreign languages was also one of the main factors of
competitiveness.
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RICARDO GRAÇA
Investimentos constantes
para estar na vanguarda
do mercado
Tecnologia Num mercado cada vez mais exigente e global, as empresas de
moldes e plásticos vêem-se na necessidade de investir constantemente em
novas tecnologias e processos inovadores, para melhorarem a sua
produtividade e continuarem a ser competitivas. No futuro, a evolução
tecnológica determinará o modelo de negócio e a competitividade,
prevêem os empresários do sector, que destacam ainda a importância de
dispor de recursos humanos cada vez mais qualificados, pelo que a ligação
ao ensino assume um papel fundamental
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Raquel de Sousa Silva
raquel.silva@jornaldeleiria.pt
RICARDO GRAÇA
a chave do sucesso da empresa, que actua
no mercado global. “Concorremos com
chineses, por exemplo, que têm equipa-
mentos e tecnologia de topo, ao contrário
do que se possa pensar. Temos de compe-
tir pelo preço, porque o mercado assim o
exige. Um dos principais factores é o preço,
mas também os prazos de entrega. Preci-
samos de produzir rápido e de forma eco-
nómica. E com qualidade, naturalmente.
Com tecnologia mais avançada consegui-
mos produzir mais e de forma mais eco-
nómica”, explica.
O gestor diz que um dos principais de-
safios é a produtividade. “É preciso me-
lhorá-la para sermos mais competitivos. Isso
consegue-se com melhores equipamentos,
melhores tecnologias”. Mas para rentabili-
zar estes equipamentos é preciso ter pessoas
com formação. “Nem sempre é fácil en-
contrá-las, mas consegue-se. Depois há
que complementar os seus conhecimentos
com formação específica”, diz Martins Fer-
reira, adiantando que a Intermolde emprega
22 pessoas formadas em engenharia.
A Moldegama, no concelho de Alcobaça,
viu recentemente aprovada a candidatura
de apoio para um investimento de 3,1 mi-
lhões de euros, que vai permitir aumentar
as exportações e gerar um maior volume de
negócios, para que a taxa média anual de
crescimento da empresa fique acima dos
dois dígitos. “O investimento vai intensifi-
car a trajectória de inovação, suportada por
uma também maior capacidade produtiva
instalada. Tal intensificação trará ganhos de
competitividade expressivos, aproximan-
do a Moldegama ainda mais dos elos mais
3,1
a montante da cadeia de valor do seu clien-
Também na Marinha Grande, a Inter- te mais importante”, explica o administra-
molde, que produz moldes para vidro de dor Gonçalo Cordeiro.
embalagem, está a investir 3,3 milhões de Os moldes “são um sector de investi-
euros na introdução de novas tecnologias mento e formação contínua”, destaca Joa-
que trazem inovação ao processo produti- milhões de euros é o montante que a quim Menezes, lembrando que as empre-
vo. Este projecto irá desenvolver-se durante Moldegama, de Alcobaça, vai investir sas que não o fizeram “ou desapareceram
o resto deste ano e ao longo do próximo. O para “intensificar a trajectória de ou passam um mau bocado”. Assente ini-
resultado será uma maior produtividade e, inovação”, o que permitirá “ganhos cialmente na produção de moldes, o sector
“acima de tudo”, maior qualidade, expli- de competitividade expressivos, é hoje “muito mais do que isso”, envol-
cam Martins Ferreira, Jorge e Ricardo Fer- aproximando a Moldegama ainda vendo “múltiplas e cada vez mais comple-
reira. Serão beneficiadas com o investi- mais dos elos mais a montante da xas competências de saber e, principal-
mento a Intermolde e a Vidrimolde, que fa- cadeia de valor do seu cliente mais mente, de saber-fazer”, afirma o adminis-
brica moldes para vidro de cristalaria semi- importante” trador do Grupo Iberomoldes, sediado na
automática e manual. Marinha Grande.
Ricardo Ferreira refere que a aposta “Desde a concepção até à produção de
constante em novos investimentos tem sido componentes e produtos finais, as empre-
13
sas têm vindo a desenvolver-se e a apro- João Faustino, administrador da TJ Mol-
veitar as oportunidades que o mercado lhes des, também na cidade vidreira, diz que os
tem vindo a proporcionar. As competências investimentos regulares são “fundamen-
que derivam da produção de moldes con- tais” para que as empresas se mantenham
tinuam a ser o elemento fulcral da cadeia de milhões de euros é quanto a GLN, de actualizadas tecnologicamente, aumen-
valor que muitas empresas do sector têm sa- Leiria, está a investir em novas tem a sua produtividade e competitivida-
bido aproveitar e desenvolver e que lhes im- tecnologias. O projecto, que vai de, permitindo-lhes posicionar-se na cadeia
põem um permanente esforço de investi- receber incentivos do Portugal 2020, de valor.
mento nessas áreas: processos, tecnologia, contempla a aquisição de 11 novas Rui Tocha refere que os sectores indus-
formação especializada, investigação apli- máquinas topo de gama triais que integram o cluster Engineering &
cada, monitorização das tecnologias emer- Tooling “têm no investimento permanen-
gentes e tendências nos diversos mercados te em tecnologias um factor de grande di-
que serve”, explana o empresário, também puzzle de serviços ao mercado, cada vez ferenciação competitiva”. “A introdução de
presidente do Centro Tecnológico da In- mais integrados”, diz Joaquim Menezes. tecnologias diferenciadoras, por vezes
dústria de Moldes, Ferramentas Especiais Guida Figueiredo, administradora da consideradas de fronteira tecnológica”
e Plástico (Centimfe). Carfi, empresa de plásticos e moldes da Ma- impõem, grandes riscos para os empreen-
“Por tudo isto, é essencial o investimen- rinha Grande, afirma que a importância de dedores audazes, e normalmente implicam
to nas pessoas. As empresas precisam de uma aposta constante no investimento em tempos de retorno dos investimentos bas-
pessoas bem formadas, dinâmicas e aber- tecnologia, investigação, formação e alar- tante latos”, adianta o director--geral da
tas a novos conhecimentos, abertas a cons- gamento de instalações “reside na compe- Pool-Net.
tante reaprendizagem e reinvenção, devi- titividade”, já que “acrescentar valor ao que “O investimento tem um papel funda-
do aos constantes desafios impostos pela oferecemos é um factor diferenciador que mental. Os processos de fabrico indus-
modernidade e competitividade do nosso permite ganhar e manter clientes”. triais têm vindo a ser sistematicamente me-
>>>
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RICARDO GRAÇA
lhorados pela introdução de novas tecno- mento da Ásia para a Europa e que as em- pagem Rápida) foi das primeiras a “acordar
logias e nomeadamente pelas vantagens presas europeias sejam mais competitivas para estas tecnologias, disponibilizando--
que o desenvolvimento do cálculo com- nos mercados fora da zona euro”. Por ou- as para o conjunto alargado e diferenciado
putacional”, aponta por sua vez Pedro Co- tro lado, “os baixos níveis das taxas de juro, das empresas nacionais”.
laço. O responsável da KLC, empresa da Ma- aliados com os apoios comunitários, são fac- O presidente deste centro tecnológico
rinha Grande que produz componentes tores acrescidos e promotores dos investi- lembra que estando esta tecnologia “cada
para a indústria automóvel, adianta que ac- mentos de hoje, potenciadores do empre- vez mais desenvolvida e integrada”, irá
tualmente “as máquinas são muito mais rá- go de amanhã”. “sem dúvida introduzir algumas mudanças
pidas, energeticamente mais eficientes e na forma de fazer os moldes e terá in-
produzem melhor qualidade. Tudo isto são Impressão 3D: de ferramenta fluência na reorganização do negócio”.
vantagens competitivas a ter em linha de de apoio à concepção Joaquim Menezes diz que se até há relati-
conta quando orçamentamos e estamos a a sofisticado processo de fabrico vamente pouco tempo (cinco a dez anos) a
competir internacionalmente. Acresce a isto Aos sectores dos moldes e plásticos tem es- impressão 3D/prototipagem rápida estava
o facto de o mercado ter uma grande ape- tado associado um desenvolvimento tec- mais ligada às fases da concepção e desen-
tência por inovação nos produtos, e isto nológico rápido e constante. No futuro volvimento de engenharia, “hoje é cada vez
muitas vezes só é possível com tecnologias não deverá ser diferente e as empresas te- mais um sofisticado processo de fabrico”,
recentes no mercado”. rão de estar preparadas para responder às usado tanto para protótipos simples em di-
Jorge Santos lembra que, “por norma, só mudanças esperadas, resultado da evolu- versos materiais plásticos (polímeros) como
investem as empresas que perspectivam o ção das tecnologias existentes e da disse- em peças e componentes de utilização fi-
desenvolvimento dos negócios”, pelo que minação de novas. nal em “sofisticados e resistentes políme-
esses investimentos “são um indicador Mais conhecida como prototipagem rá- ros e metais, nomeadamente componentes
de que existem expectativas positivas pida até há uns anos, a impressão 3D é uma para moldes”.
quanto ao futuro”. O director-geral da Vi- delas. Esta tecnologia, que “se começa a afir- Face a este desenvolvimento, “impõe--
pex, empresa da Marinha Grande que se de- mar como mais um processo para a pro- se” por parte da indústria de moldes e
dica ao desenvolvimento e industrialização dução de moldes”, tem vindo a ser acom- plásticos uma “íntima monitorização da
de produtos em plástico, diz que além da panhada com muito interesse pelo sector, evolução do estado a arte”, tentando ante-
“dinâmica e proactividade deste e de ou- diz Joaquim Menezes. Pela mão do Cen- cipar o momento em que esta tecnologia
tros sectores, a desvalorização do euro timfe e de outros parceiros nacionais e in- terá a “adequada maturação” para poder ser
tem proporcionado que muitos dos clien- ternacionais, a indústria “bem cedo” (em “eleita como mais um processo, mais inte-
tes transfiram as suas fontes de forneci- 1998, com a Rede Nacional de de Prototi- grado, para a produção de moldes”.
>>>
Evolução da impressão 3D
irá minimizar erro na fase
de desenvolvimento dos
produtos e acelerar
processo de inovação
Guida Figueiredo,
administradora da Carfi
Os equipamentos de impressão 3D “são ximo. Em toda esta evolução, importa es- produtos”. No futuro, quando a tecnologia
muito caros” e exigem “conhecimentos tar atento aos conceitos e desafios das fá- “estiver mais aperfeiçoada”, o nível de
mais especializados e competências novas”, bricas do futuro, onde a integração dos pro- acabamento possível, a rapidez e a possi-
frisa o empresário, considerando que se cessos produtivos através de sistemas avan- bilidade de injectar vários materiais, “farão
“impõe um novo exercício de ponderação çados virtuais (fabricação digital versus do 3D um possível substituto de moldes e
quanto à real (actual) eficácia/eficiência na fabricação real – TICs), será determinante e peças”, diz. Nas grandes séries, contudo,
produção, face aos desafios da competiti- colocará novos desafios (ao nível da segu- “não será possível”. Por isso, “esta tecno-
vidade de preços que grassa no mercado rança, dos custos de investimento, das logia não vai tirar trabalho aos moldes ou
global, e a real eficácia/eficiência na pro- responsabilidades, dos acessos a platafor- plásticos”, considera o dirigente.
dução, para não falar na própria abertura mas globais de negócios), com conse- Com a evolução da impressão 3D, no fu-
dos clientes à utilização destas tecnologias quências nos novos modelos de negócios e turo poder-se-ão esperar mudanças como
e a inerente pedagogia que implicam, em na competitividade futura das organiza- a impressão em multimateriais e mistura de
novos conceitos de projecto e também a ní- ções”, frisa Rui Tocha. cores. Também a impressão de ligas metá-
vel da qualidade final percepcionada”. Pedro Colaço entende que a impressão 3D licas, vidro, carbono. E melhor resolução na
Rui Tocha, que também é director-geral “veio trazer a prototipagem rápida para cus- impressão. “Todas estas mudanças mini-
do Centimfe, explica por sua vez que, “não tos bastante mais baixos”, o que ajudará na mizam o erro na fase de desenvolvimento
sendo novas”, tecnologias como o 3D prin- concepção de novos produtos por parte de de um produto e aceleram o processo de
ting (isto é, tecnologias aditivas ou tecnolo- “inventores a quem antes seria impensável inovação”, aponta por sua vez Guida Fi-
gias de prototipagem rápida), a maquinação ver materializadas as suas ideias através das gueiredo, administradora da Carfi, empre-
a alta velocidade, as células de produção, a tecnologias de laser”. Como os materiais sa que actua nos sectores dos moldes e plás-
micro-fabricação, as tecnologias de in- usados nestas impressoras têm uma base ticos, com um serviço integrado que vai des-
mould (painting, assembling, decoration), polimérica, é mais provável que estes pro- de a Investigação & Desenvolvimento à pro-
bem como as tecnologias CAD/CAM/CAE, dutos se venham a industrializar através dos dução em série.
“têm evoluído de forma muito significativa, moldes e plásticos. “Com a constante evolução tecnológica,
tornando-se mais robustas e competitivas, Também Jorge Santos se tem questio- a indústria dos moldes vai-se cada vez
e têm permitido confirmar a competitivi- nado sobre que mudanças se poderão es- mais aproximar da indústria em série, pois
dade das empresas portuguesas” do cluster perar no futuro devido à impressão 3D, para o produto final produzido pelos moldes é
Engineering & Tooling. “perceber o nível de oportunidade que cada vez menos sujeito a alterações”, até
“Ao nível dos processos de moldação, a pode representar” para a actividade da Vi- porque tecnologias como a impressão 3D,
exploração de novos materiais (nomeada- pex. “Pode mudar o paradigma do nosso por exemplo, permitem “fazer um desen-
mente os mais amigos do ambiente) e de negócio”. volvimento de produto de uma maneira
equipamentos mais eficientes energetica- Voltando aos moldes, João Faustino, muito eficaz”, refere Gonçalo Cordeiro,
mente e a automatização dos processos que também preside à associação Cefamol, para quem a impressão 3D vai, a curto
continuarão a ser uma obrigação de evo- acredita que a impressão 3D “vai ter um pa- prazo, “diminuir a prototipagem conven-
lução para a sustentabilidade no futuro pró- pel fundamental nas pequenas séries de cional para pequenas séries”.
RICARDO GRAÇA
As tecnologias compram-se,
as pessoas marcam a diferença
vida de forma a que, desde muito cedo, se Desde a sua fundação que a Intermol-
Raquel de Sousa Silva
entenda a ligação do conhecimento teórica de “tem um foco especial” na área da In-
raquel.silva@jornaldeleiria.pt
à realidade do trabalho em fábrica”. vestigação e Desenvolvimento. Foi esta-
T Por mais e melhores equipamentos que O empresário acredita que começa a exis- belecendo parcerias com centros tecno-
as empresas de moldes e plásticos tenham, tir “mais preocupação com a empregabili- lógicos, como o Centimfe, e com a Uni-
eles “não servem para nada sem operado- dade e as universidades começam a estar versidade de Coimbra e o Instituto Poli-
res qualificados”. Pedro Colaço, responsá- mais próximas das empresas e vice-- técnico de Leiria. Para ultrapassar os pro-
vel pela KLC, empresa que fabrica compo- versa. Isto é altamente desejável e deve ser blemas e desafios apresentados pelos
nentes para a indústria automóvel, diz estimulado por todas as vias possíveis”. clientes, a empresa da Marinha Grande,
que “quanto mais se sobe na escada da Por outro lado, as universidades e politéc- que produz moldes para vidros, “recorre
complexidade tecnológica, mais impor- nicos “devem funcionar cada vez mais com frequência a investigadores dos mais
tante é a formação superior”. Por isso, “a li- como centros de investigação em colabo- diversos ramos científicos, que levam
gação ao ensino superior deve ser promo- ração com a indústria”. para a Intermolde novos métodos, tanto
a nível produtivo como organizacional”, ferença. As tecnologias compram-se”. volvimento das mesmas e dos seus estu-
explicam os responsáveis da empresa. João Faustino, presidente da Cefamol, as- dantes em projectos concretos”, refere
“O nosso sector, hoje reconhecidamen- sociação representativa do sector, afirma que Guida Figueiredo.
te um cluster integrado de competências do muitas vezes as universidades formam pes- “A inovação só se concretiza com a ven-
saber-fazer, é um excelente exemplo des- soas em cursos que lhes conferem uma base da da mesma e esta também serve para o
ta produtiva ligação, não só ao ensino su- de conhecimentos alargada, mas que não portefólio da instituição de ensino superior.
perior, mas ao ensino como um todo”, de- corresponde àquilo que as empresas preci- É, portanto, uma ligação mutuamente be-
fende Joaquim Menezes. O presidente do sam. Existindo uma maior ligação entre es- néfica”, acrescenta a administradora da Car-
Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, tas e o ensino superior, este fica a conhecer fi, empresa de plásticos e moldes. Por ou-
Ferramentas Especiais e Plásticos (Cen- as “reais necessidades” do tecido empre- tro lado, para os estudantes, a ligação en-
timfe) refere que a aposta começa nos sarial, o que lhe permitirá ajustar os pro- tre o tecido empresarial e o ensino superior
mais novos (através das actividades do gramas e as matérias a leccionar. “é uma porta de saída para um primeiro em-
programa Pense Indústria) e chega aos O empresário aponta um exemplo: ter con- prego”.
doutoramentos, nas universidades nacio- tacto, durante o curso, com programas de de- Jorge Santos, director-geral da Vipex, su-
nais e estrangeiras. senho 3D, usados pela indústria de moldes, blinha que “é fundamental que se criem
Isto porque “a ligação e o esforço das em- permite que um recém-licenciado que entra condições para que tenhamos ainda mais
presas para com as mais diversas institui- para uma empresa “possa mais facilmente pessoas qualificadas. Daí que a ligação
ções de formação e ensino é crucial para a tirar rendimento” do equipamento do que se com o ensino superior seja crítica”. O mes-
consistência do seu desenvolvimento e nunca tivesse lidado com ele. mo se aplica a outros níveis de ensino. “É
permanentes desafios na inovação, uso “Não podemos acrescentar valor sem necessário que a montante seja feita a ar-
de tecnologias emergentes e processos pessoas qualificadas. A importância de co- ticulação de programas entre o ensino se-
mais competitivos”, diz o dirigente e em- meçar processos de investigação em parceria cundário, o ensino profissional e o ensino
presário. “São as pessoas que fazem a di- com instituições do ensino superior é o en- superior, nas áreas das competências ne-
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nas funções directamente ligadas à ges-
tão, à produção e às que potenciem a
nossa capacidade de inovação”, explica
o empresário.
Opinião semelhante tem Carlos Silva, di-
rector do Cenfim. “Não há em Portugal uma
ligação entre sistema de ensino e empresas
tão forte como há noutros países. Não se
aplica isto ao Cenfim, que sempre mante-
ve uma estreita ligação ao tecido empresa-
rial. Só que as suas necessidades são tantas
que nem sempre conseguimos dar res-
posta. As pessoas que formamos estão to-
das a trabalhar”, diz. “A ligação ao ensino
superior é fundamental, mas também o é
a ligação a noutros níveis de ensino, para for-
mar quadros intermédios altamente espe-
cializados”, acrescenta o director deste
centro de formação.
Rui Tocha, por sua vez, lembra que no
mundo global em que vivemos a ligação en-
tre a indústria e o sistema científico e tec-
nológico “é, e será, cada vez mais determi-
nante para a diferenciação e competitivi-
dade das organizações, uma vez que o co-
nhecimento diferenciador é um factor ala-
vancador da competitividade”. O director-
geral do Centimfe considera que em Por-
tugal “se têm dado passos muito significa-
tivos de consolidação das relações entre es-
tas comunidades (científica e empresa-
rial), nomeadamente com a aposta que
tem sido feita na dinamização e promoção
de clusters (associações que congregam
empresas, universidades, centros de ino-
vação), centrados em acções de promoção
da cooperação, da inovação, da interna-
cionalização e do empreendedorismo”.
Gonçalo Cordeiro, administrador da Mol-
degama, no concelho de Alcobaça, diz que,
dentro da estratégia definida pela empre-
sa para os próximos anos, a ligação ao en-
sino superior é “essencial”, na medida em
que permite, “com menor custo, uma
maior objectividade e celeridade em pro-
jectos de I+D e paralelamente, dinamiza a
formação do futuro da engenharia em Por-
tugal, pois é dada formação em ambiente
fabril, adquirindo os formandos/estagiá-
rios/alunos experiência prática comple-
mentar aos conhecimentos da sua forma-
ção, potenciando a produtividade dos fu-
turos jovens engenheiros com muito menor
tempo de integração profissional”.
Abstract
Constant investment to remain at the forefront
of the market
In an increasingly more demanding and global market, moulds and competitiveness. 3D printing, for example, is beginning to gain
plastics companies are required to invest in new technologies and popularity as another process for the production of moulds and to
innovative processes on a constant basis in order to remain at the the extent it becomes more developed and integrated it will lead to
forefront of the market. This will be no different in the future and changes in the way moulds are made and will have an influence on
companies will need to be prepared to respond to the expected the restructuring of the business.
changes, a result of the development of existing technologies and the However, regardless of the amount and quality of equipment moulds
dissemination of others. and plastics companies possess, it will be of little use without
Several companies in the region are investing in cutting-edge qualified operators. The Engineering & Tooling cluster needs
equipment which enables them to introduce innovation to the personnel with a range of knowledge and skills. The technology is
production process, improve productivity and enhance quality. In available, but it is people that make the difference. As such, the link
this sector, failure to invest is sure to result in increased difficulties. In a between the corporate fabric and teaching and training institutions
worst case scenario, it may also mean the end of the company. plays an increasingly important role in enabling companies to
Entrepreneurs in the sector predict that technological evolution in respond to the constant challenges of innovation, the use of
the future will determine a company´s business model and emergent technologies and more competitive processes.
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RICARDO GRAÇA
Do molde ao produto final?
Caminho depende da
estratégia de cada empresa
Inovação Mais do que fabricar moldes, as empresas da região devem
avançar para o fabrico do produto final? Há quem entenda que tal é natural e
inevitável, mas também quem considere que não é fundamental. O
caminho a seguir dependerá sempre da estratégia de cada empresa que,
acima de tudo, tem de marcar a diferença naquela que for a sua aposta
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RICARDO GRAÇA
RICARDO GRAÇA
apostar no volume tenho de ter empresa
para isso, se quiser fazer moldes de alta qua-
lidade tenho de me especializar para estar
na vanguarda”, afirma Duarte Champali-
maud. Para o CEO da GLN, a injecção de
plástico é “uma forma de diversificar o ris-
co”. “Moldes e plásticos são negócios di-
ferentes, com filosofias diferentes e co-
nhecimentos técnicos diferentes. O pri-
meiro permite uma boa margem e atrai o
cliente da injecção de plásticos. Esta é um
negócio de cêntimos. Quanto maior for,
mas economias de escala se conseguem ob-
ter”, explica.
Rui Tocha, director-geral da Pool-Net,
lembra que “os factores de diferenciação
competitiva do mundo global não se cons-
troem por decreto, e as mensagens de
promoção das competitividade dos terri-
tórios, para serem credíveis, têm de ser ver-
dadeiras e entendíveis pelos mercados”.
Como “a dimensão do nosso País é de tal
forma reduzida no contexto mundial, e as
dinâmicas do comércio mundial se altera-
ram tão radicalmente (com crescente he-
gemonia dos mercados da Ásia, onde hoje
se centra já a maioria do comércio mun-
dial), para podermos afirmar as nossas
competências devemos apostar e promo-
ver aquilo que nos distingue e tem sido
crescentemente reconhecido pelos mer-
cados internacionais, a nossa cadeia de va-
lor disponível para industrializar com fia-
bilidade e eficiência produtos globais, des-
de o design ao produto final (One-stop-
Shop), que é exactamente aquilo que as em-
presas globais procuram”, sustenta.
vimento até à produção em série. Para Rui Tocha, que também é director-
A Plasitec, associada à Somema, faz geral do Centro Tecnológico da Indústria de
ensaios e pré-séries, “mas o objectivo a Moldes, Plásticos e Ferramentas Especiais
médio/longo prazo” é avançar para o fa- (Centimfe), a indústria deve “continuar a
brico de produtos. Fernando Vicente, só- Menos comuns, mas promover a fortíssima aposta na inovação,
cio-gerente, confirma que se trata de também existem, no know-how, na tecnologia e no desen-
uma estratégia de avanço na cadeia de volvimento de soluções chave-na-mão, e
valor. “Quanto mais valências as em-
encontramos empresas continuar a demonstrar uma realidade
presas tiverem, mais possibilidades te- que oferecem mesmo o que nem sempre é visível, de que as gran-
rão de satisfazer o cliente e de serem es- produto final ao mercado, des marcas mundiais aumentaram as suas
colhidas por ele”. escolhas de industrialização em Portugal,
Para competir num mercado cada vez
por si desenvolvido o que é a maior prova de valor e reconhe-
mais global e competitivo é fundamental e com a sua marca cimento da nossa oferta integrada.”
avançar na cadeia de valor? Fazer mais do Jorge Santos, Neste contexto, defende que a promoção
que produzir o molde? “Penso que não. da marca Engineering & Tooling from Por-
Fundamental é que a empresa seja sus-
director-geral da Vipex tugal “é uma aposta ganha e de futuro, pois
tentável e faça o melhor possível dentro reforça precisamente a amplitude e com-
RICARDO GRAÇA
volvido e com a sua marca”.
Para Pedro Colaço, “a inovação é sempre
bem vinda”. O responsável da KLC diz que
“já existe um certo grau de inovação nos
processos produtivos, na engenharia, e na
gestão das organizações”. Quanto ao pro-
duto, “estamos no início de um longo ca-
minho, que é mais difícil do que parece”.
É que “inovar em produto próprio é o su-
pra-sumo da cadeia de valor, mas é neces-
sário muito investimento, muita pesquisa,
conhecimento e perseverança. Neste mo-
mento já começam a existir algumas em-
presas cuja aposta de muitos anos começa
a dar frutos. Temos de nos orgulhar desses
casos e tentar que mais empresas façam o
mesmo”.
Há condições para que isso aconteça
em maior escala? “Há condições para tudo
desde que a empresa queira e tenha estra-
de ser internacionalmente confundida tegicamente definido que é esse o mode-
com esses próprios grupos restritos”. “Há lo que quer seguir. No entanto, tem de per-
condições e existe potencial para sermos ceber bem qual é o campeonato em que
uma referência a esse nível, com a estratégia quer estar e perceber se uma estratégia mui-
certa, claro”. Moldes e plásticos são to ambiciosa e pouco reflectida não vai ter
Jorge Santos concorda que a Marinha um efeito contrário no seu crescimento, por
Grande tem de passar a ser vista como ter-
negócios diferentes, com colisão com os interesses da maioria dos
ra inovadora com capacidade para fazer filosofias diferentes e seus clientes”, afirma Pedro Colaço.
produtos e não apenas como local onde há conhecimentos técnicos “Genericamente, as empresas maiores ou
indústria de moldes e plásticos. Lembra que que trabalham directamente com grandes
“muitos clientes internacionais já nos re-
diferentes clientes são cada vez mais pressionadas pe-
conhecem como tal” e que terá agora de ha- Duarte Champalimaud, los clientes a enveredar por esse caminho,
ver um trabalho entre as entidades públi- CEO da GLN não propriamente o dos produtos (embora
cas e privadas que influenciam a activida- haja alguns exemplos), mas mais como for-
de económica no sentido de se conseguir necedores de componentes cada vez mais
encontrar “um denominador comum que as empresas desta região e as de outras, sofisticados e com maior valor agregado”,
resulte dos compromisso dos diferentes in- “pode permitir haver uma oferta ainda mais aponta Joaquim Menezes. “Uns fazem-no
tervenientes e que caracterize a nossa ca- alargada do nosso País nos mercados in- por razões de estratégia assumida e estru-
pacidade de gerar valor nos diferentes ternacionais”. Jorge Santos lembra que já turada para o seu desenvolvimento e para
marcados”, diz o director-geral da Vipex. temos empresas que são integradoras e ofe- o crescimento e diversificação dos seus ne-
O gestor acredita que o caminho passa recem serviços para o fabrico de produtos gócios; outros são muitas vezes conduzidos
por alargar a presença na cadeia de valor, finais a grandes marcas internacionais. a isso pelos próprios clientes e algumas
mas sem esquecer que “não somos auto- “Menos comuns, mas também existem, en- oportunidades com que se deparam no
suficientes”. Por isso, o trabalho em rede e contramos empresas que oferecem mesmo mercado”, remata o administrador do Gru-
a diversidade de oferta de soluções, entre o produto final ao mercado, por si desen- po Iberomoldes e presidente do Centimfe.
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Abstract
From the mould to the end product?
The path depends on each company´s strategy
In addition to producing moulds, do companies in the region need to increasingly closer to the end consumer, which several companies
progress to manufacturing the end product? Some people believe already do. Nevertheless, due to the fact Portugal is further from the
this is natural and inevitable, whereas others do not regard it as main centers of consumption than other manufacturers, the cost of
essential. The path to follow will always depend on the strategy of transport could undermine the competitiveness of the products
each company, which, above all, needs to stand out from the rest. manufactured in our Country. Other entrepreneurs point out that
Much has been said on the importance of mould companies innovating with your own product is the top of the value chain, a plan
progressing further up the value chain, moving on from mere mould which demands significant investment, plenty of research, expertise
manufacturers to product manufacturers. People defend that the and perseverance.
region needs to be viewed as an innovative area with the capacity to Above all, mould companies will be required to define the market in
produce products and not merely as an area which is home to a which they wish to operate, and to assess whether or not a strategy
moulds and plastics industry. Some entrepreneurs recall that geared to expanding the company´s presence in the value chain,
Marinha Grande and the surrounding area is already globally highly ambitious and immature, might harm its growth due to a
regarded as an innovative region. conflict of interests with its main customers.
Others emphasise that manufacturing products means getting
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RICARDO GRAÇA
Fornecedores, os parceiros
na construção da qualidade
Parcerias O sucesso da indústria de moldes e de plásticos deve-se também
ao nível de desenvolvimento de outras actividades que gravitam em torno
destes sectores. Sem parcerias musculadas com fornecedores de diferentes
áreas não seria possível alcançar moldes e produtos finais de tal qualidade,
reconhecem os empresários
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Daniela Franco Sousa
daniela.sousa@jornaldeleiria.pt
quer seja rocas, modelares ou brocas, den- custo de produção que outros processos”,
to de áreas especiais. Este centro de fabri- especificam os empresários.
co de ferramentas está desenhado também Na medida em que “os fabricantes de
para ser centro de formação. Em parceria moldes estão em constante luta contra o
com a Tebis, vamos criar também este Tentamos ser parte tempo”, o objectivo da Friendlaser é que,
centro de formação, que possa captar jo- uma vez contactada, a sua resposta seja a
vens, que muitas vezes, depois de fre- integrante do processo de mais rápida e eficiente possível. “Assegu-
quentarem a escola, ainda não têm noção ramo-nos que os nossos clientes conse-
de como se trabalha nestas indústrias”, ob-
produção, e não sermos guem entregar os moldes dentro do prazo
serva José Maia. “Dar-lhes esse conheci- um elemento estranho e que os tempos de paragem dos moldes de
mento é torná-los uma mais-valia para as plástico em produção são os menores pos-
empresas”, sublinha o director. que cria entraves síveis”, frisam Paulo Silva e Pedro Paquim.
Também na Marinha Grande, a Frien- Graças a esta forma de actuar, “orgulhamo-
dlaser presta mensalmente serviços de sol- -nos de ter clientes que nos acompanham
dadura e/ou gravação laser a cerca de 70 dução, surgiram erros ou alterações de desde o nosso início há 15 anos”.
clientes. A maioria são empresas da Mari- projecto. A soldadura laser permite um Parcerias de longa data permitem, por sua
nha Grande e de Leiria, sendo que, espo- bom acabamento e tempos curtos de pós- vez, maiores ganhos de produção, na me-
radicamente, surgem solicitações de clien- -processamento. Também fazemos traba- dida em que já se “sabe como o cliente tra-
tes de Lisboa, Setúbal e Évora, explicam os lhos de reparação de moldes que estão em balha e o que quer, quase sem perguntar”,
sócios-gerentes, Paulo Silva e Pedro Paquim. produção e manutenção. A nível de grava- sublinham os empresários.
Os trabalhos solicitados são diversos. ção, adicionamos referências, logótipos e ca- “Como fornecedores externos, tentamos
“Ao nível da soldadura, executamos cor- lendários em peças já finais, conseguindo ser parte integrante do processo de produ-
recções de moldes em que, na fase de pro- com a tecnologia laser menor tempo e ção, e não sermos um elemento estranho que
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Construímos uma relação
de grande proximidade e
de confiança. Muitos dos
nossos clientes trabalham
em exclusivo connosco
Pedro Bernardo
Tebis Portugal
cria entraves ou introduz imprevisibilidade”, plásticos de hoje. Entre outros grupos que de tempos e maior qualidade de acaba-
expõem os sócios-gerentes. “Quanto melhor mais apoio têm prestado serviços nesta ma- mentos, e assim obtêm maior rentabilida-
a sinergia entre clientes e fornecedores, téria estão a Tebis Portugal, na Marinha de”, expõe o empresário.
sem dúvida que mais alto é o patamar de Grande, e a inCentea, com sede em Leiria. “Construímos uma relação de grande
qualidade e fiabilidade dos moldes por nós Quanto à primeira, é uma empresa de proximidade e de confiança. Muitos dos
produzidos, aumentando o reconhecimento software, com actividade a nível interna- nossos clientes trabalham em exclusivo
dos moldes made in Portugal”, rematam os cional, que se dedica a desenvolver sistemas connosco”, observa Pedro Bernardo. “Exis-
responsáveis pela Friendlaser. CAD/CAM para o fabrico de modelos, mol- te uma entreajuda muito grande. Por um
des, cunhos e cortantes. De acordo com Pe- lado, os clientes lançam-nos desafios e te-
Informática e gestão no suporte dro Bernardo, gerente, a partir da Marinha mos de nos desenvolver para lhes oferecer
da competitividade Grande, a Tebis Portugal presta serviço a cer- essa resposta. Por outro lado, como a Te-
O desenvolvimento da informática e das co- ca de uma centena de empresas, 98% das bis Portugal viaja por inúmeros mercados
municações, dos sistemas de gestão tor- quais de moldes. Através das suas soluções, e traz o estado da arte para Portugal, isso
naram-se premissas essenciais para o fun- “os clientes conseguem optimizar todo o permite às empresas que trabalham con-
cionamento das indústrias de moldes de processo de produção, com diminuição nosco estar a par da alta tecnologia inter-
nacional”, frisa o gerente.
Há duas semanas, a Tebis Portugal inau-
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gurou novas instalações na Marinha Gran-
de, para dar resposta ao crescimento da
empresa e onde está contemplado um es-
paço para ministrar formação relativa ao
software CAD/CAM da Tebis. A marca
apresentou também, no mesmo dia em que
inaugurou as instalações, uma nova versão
do seu software.
Já a inCentea é constituída por um con-
junto de empresas de prestação de servi-
ços nas áreas das Tecnologias de Informa-
ção e Comunicação, Marketing e Inovação,
Consultoria de Negócio e Engenharia de
Produto, e além de Portugal, está presen-
te em Cabo Verde, Angola, Moçambique e
Espanha, em 17 localizações diferentes.
De acordo com Miguel Lopes, adminis-
trador, a inCentea tem hoje várias dezenas
de empresas de moldes e plásticos suas
clientes, em todo o País, com particular in-
cidência nas zonas da Marinha Grande e de
Oliveira de Azeméis. O apoio solicitado totipagem”, explica o administrador. Ventura, director-geral do E&T/AFR Moldes,
por estas empresas à inCentea vai “desde a Algumas das parcerias com essas em- grupo da Marinha Grande, que se dedica à
implementação e suporte às infra-estrutu- presas “são muito duradouras, nomeada- engenharia e ao fabrico de moldes, e que
ras informáticas e de comunicações, pas- mente ao nível da prototipagem e soluções mais recentemente criou também um cen-
sando pelos sistemas de gestão (vulgo ER- 3D, onde temos clientes há cerca de 20 tro de ensaios e de produção de peças
P’s), e particularmente a implementação e anos”, aponta Miguel Lopes. “O relaciona- plásticas.
suporte de soluções 3D e desenvolvimen- mento duradouro é justificado pelo facto de “Se não tivermos fornecedores de boa
to de produto”. acompanharmos o próprio processo de qualidade isso vai reflectir-se na qualidade
E a relação construída “é muito próxi- desenvolvimento das tecnologias há cerca dos nossos produtos/moldes” considera
ma nalgumas empresas que compreen- de duas décadas. Tecnologias essas que se António Ventura. “Por exemplo, no caso dos
deram a importância que a tecnologia vão adaptando e inovando os processos des- moldes completos, acessórios e aços, caso
pode aportar aos seus negócios, quer ao ta indústria, num processo interactivo de o fornecedor seja de baixa qualidade, o mol-
nível da melhoria da produtividade e melhoria contínua dos processos”, argu- de ou peça plástica que vamos enviar ao
qualidade dos seus produtos, quer ao ní- menta o administrador. nosso cliente será também de qualidade re-
vel da redução dos tempos de desenvol- duzida e isso terá consequências desastro-
vimento desses mesmos produtos. Tec- A arte de bem escolher sas na relação com o nosso cliente. Pelo que
nologias como o desenho e a impressão um fornecedor este é um ponto vital para uma parceria de
3D mudaram e continuarão a reduzir os “Dada a interdependência que esta indús- futuro”, entende o director-geral.
ciclos de desenvolvimento do produto”, tria tem, a qualidade dos seus fornecedores No caso do grupo E&T/AFR Moldes, o nú-
observa Miguel Lopes. A colaboração da é um dos factores competitivos que as em- mero de empresas que são suas fornece-
inCentea no desenvolvimento dos pro- presas portuguesas podem aportar ao mer- doras é elevado. São cerca de 500, estima
dutos faz-se em três fases fundamentais: cado”, sublinha o responsável pda inCentea. António Ventura. “Vão desde fornecedores
“o design e conceito; a engenharia; e a pro- Esta é também a convicção de António de matéria-plástica, a moldes completos, a
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aços, ferramentas, acessórios diversos, gra- No caso do E&T/AFR Moldes, existem for- Aurélio Ferreira, sócio-gerente. “Subcon-
fites, passando pelos fornecedores de sub- necedores com os quais o grupo mantém tratamos a fabricação dos moldes, a pro-
contratos de maquinações, desenho, poli- uma relação desde há cerca de 30 anos, em dução das estruturas metálicas das banca-
mento, ou ainda fornecedores de software especial para o fornecimento de moldes das e das cadeiras, a injecção dos plásticos.
e hardware e até de serviços de limpeza e completos. São parcerias que têm por base Temos também fornecedores de acessórios
jardinagem”, especifica o empresário. “uma relação de entendimento/confiança (parafusos, buchas, etc.) para a fixação das
Para encontrar os melhores é preciso mútua, em que procuramos não ser so- cadeiras, das tintas para pinturas de linhas
atenção e critério. “Numa primeira fase, a es- mente clientes, mas também parceiros es- de jogo. Além do mais, em obras de gran-
colha do fornecedor passa sempre por uma tratégicos”, explica António Ventura. “Não de dimensão, também subcontratamos
pequena reunião pessoal ou por uma visita aparecemos só quando o preço é bom nem mão-de-obra temporária”, especifica o em-
nossa às suas instalações. Temos em conta somente quando nós precisamos, mas presário. “E sempre que possível procura-
a estabilidade económica dos nossos for- também quando os nossos parceiros ne- mos parceiros na nossa região. Pelo com-
necedores/parceiros, a qualidade dos seus cessitam. Esta é a chave do sucesso de uma promisso qualidade/preço e para incre-
produtos, a relação preço/qualidade e, fun- parceria”, conclui o empresário. mentar a actividade económica local”,
damentalmente, o cumprimento dos prazos Com instalações na Maceira, Leiria, a acrescenta Aurélio Ferreira.
acordados”, sublinha António Ventura. DEM 2 está prestes a fazer um quarto de sé- “Sem parceiros qualificados não é possí-
No mercado nacional, “a pesquisa dos culo. É uma empresa vocacionada para as vel garantir os produtos finais. Por isso,
fornecedores funciona também com base cadeiras, pavimentos e bancadas em re- mantemos uma relação de confiança (alguns
nas referências que vamos obtendo de ou- cintos desportivos. “Trabalhamos muito em de mais de 20 anos) e procuramos que os
tras empresas, pelo recurso à pesquisa na regime de outsourcing, por isso é funda- nossos parceiros sejam tão bons ou melho-
internet e pela analise criteriosa de toda a mental ter bons fornecedores para que ao res que nós”, aponta o empresário. “Só des-
informação que nos é enviada por correio instalarmos os nossos produtos tenhamos ta forma incrementamos a nossa qualidade
ou via e-mail”. a garantia da satisfação dos clientes”, explica e podemos buscar o sucesso”, salienta.
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Abstract
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Suppliers,
partners
in the creation
of quality
DR
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Raquel de Sousa Silva
raquel.silva@jornaldeleiria.pt
RICARDO GREAÇA
capazes de “discutir o que os une e não o bém preside à Open (Associação para
que os pode dividir”. Para o futuro, im- Oportunidades Específicas de Negócio) fri-
porta “continuar a trabalhar com as novas sa que, “directa ou indirectamente, todos
gerações a continuidade deste impor- têm usufruído desse trabalho levado a
tante legado que, se não for perpetuado, Há coisas que se não cabo por muitas das empresas suas asso-
pode colocar em causa o trabalho de dé- fizermos em conjunto ciadas [das entidades anteriormente re-
cadas e a própria visibilidade e competi- feridas]”. As acções desenvolvidas têm
tividade internacional” da indústria.
dificilmente faremos sido “alavancadoras” do que a indústria é
“Independentemente daquilo que al- individualmente. A hoje, fruto de muito trabalho e empenho
guns teimam em não reconhecer, mas que indústria de moldes tem a persistente ao longo das ultimas cinco
está bem patente, o sector não seria o que décadas, no qual participaram muitas ou-
é hoje, nem teria conseguido (e continua
grande vantagem de tras associações e instituições, nacionais
a conseguir) o seu posicionamento en- discutir os assuntos, e estrangeiras, diz.
quanto sector de referencia, procurado pensá-los e depois pô-los “Quanto mais unidos estivermos, me-
pelo mercado e invejado pelos nossos con- lhor será para a dinâmica que queremos
correntes e pares de outros sectores in-
em prática, obtendo frutos, dar ao sector, para a imagem do País lá fora
dustriais, sem a acção integrada, coorde- o que deixa os nossos e para o reconhecimento que desejamos
nada e orquestrada da Cefamol e do Cen- congéneres internacionais que exista no estrangeiro sobre o trabalho
timfe, coadjuvada nos últimos anos pela que vamos desenvolvendo”, aponta João
Pool-Net e até pela Open”, destaca por seu
pasmados e com alguma Faustino, presidente da Cefamol, asso-
turno Joaquim Menezes. dor de cotovelo ciação por meio da qual “se conseguem le-
O presidente do Centimfe (Centro Tec- Fernando Vicente, var a cabo mais missões empresariais,
nológico da Indústria de Moldes, Ferra- desenvolvimento internacional e maior in-
mentas Especiais e Plásticos), que tam-
sócio-gerente da Somema terligação entre empresas”. O dirigente e
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empresário considera que a estratégia co-
lectiva desenvolvida sob a chancela Engi-
neering & Tooling “está a ter resultados”,
que se ambiciona que venham a crescer.
E os empresários estão a aderir? João
Faustino diz que uma “eventual falta de
adesão” se deverá certamente mais à “fal-
ta de disponibilidade” do que propria-
mente a “resistência”. Diz, por exemplo,
que tanto a Pool-Net como a Cefamol têm
visto crescer o número de associados.
A Moldes D4, na Maceira, Leiria, não é
associada nem da Cefamol nem do Cen-
timfe. Também não o é da Pool-Net nem
da Open. Carlos Rosa, gerente, acredita que
o cluster e a marca “poderão ser uma
mais-valia”, mas também sente que em-
bora haja cooperação no sector ela acon-
tece “entre um grupo restrito” de empre-
sas. “É mais cada um por si só, continua a
haver alguma guerrilha entre empresas,
embora não tanto como dantes”.
O empresário diz ter por vezes a sensa-
ção de que não há uma verdadeira inclu-
são de todas as empresas, embora reco-
nheça que isso também depende delas. “As
empresas mais pequenas ficam de fora, tal-
vez por culpa nossa, devíamos participar
mais nos eventos, mas a verdade é que nos
falta tempo. Para as maiores é mais fácil,
têm mais pessoas disponíveis”, diz Carlos
Rosa, adiantando que a Moldes D4 tem al-
gumas parcerias estabelecidas com outras
empresas.
Rui Tocha explica que o movimento es-
tratégico foi, e continua a ser, “promovi-
do e defendido fundamentalmente pelos
empresários do cluster (abordagem bottom-
up). Dada a natureza e forma de discussão
interna, não temos registado dificuldades
significativas na dinamização e imple-
mentação do plano estratégico definido”.
Refere, contudo, “dificuldades sentidas ao
nível das políticas públicas que tradicio-
nalmente tendem a atrasar os processos de
disponibilização dos instrumentos tão
necessários à dinamização de uma estra-
tégia de clusterização, que está a ser adop-
tada em todo o mundo e em particular na
Europa (o que naturalmente, cria dificul-
dades competitivas acrescidas no merca-
do global)”.
Para Fernando Vicente, a estratégia de
marketing Engineering & Tooling “pode ser
bem aproveitada” pelas empresas, desde
>>>
Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 71
Revista Moldes e Plásticos_2015_66_:Layout 1 21-09-2015 11:09 Página 72
Abstract
Associativism in moulds is being studied
on an international basis
If there is one sector in which associativism is powerful it is the associations and a local authority.
moulds and plastics sector. Cooperation has existed for decades, Pool-Net, created in 2008, is responsible for coordinating the hub,
but has gained new breath in recent years. The model of managing the collective brand and monitoring the
associativism adopted by the industry has even been studied at implementation of a long-term strategic plan (up to 2020). The
the global level. players involved in the cluster were satisfied with the results of
Aware of the need for integration, cooperation and the the first development phase (2008 / 2014). Among others aspects,
exploitation of the advantages of collective efficiency in order to this achieved greater visibility and international demand (more
respond to the challenges of the global world, associations and than 70 countries accessed the cluster site, the companies from
companies joined forces to create the Engineering & Tooling which received far more requests for quotes for new orders);
Competitiveness and Technology Hub (PCT E&T, recognised in exports soared by 50% between 2009 and 2014 and a general
mid-2009), thereby officially forming the cluster. This comprises activity involving the modernisation of corporate technology was
three industrial sectors (moulds, special tools and plastics), entities registered, such companies also participating in both domestic
from the scientific and technological system (universities, and international research and development projects.
polytechnics and other centers of innovation), corporate
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GAMA - D65 A H2500 Força Fecho Vendida
em Portugal
N.º 1
Mundial
Máquinas Injecção
Totalmente
Eléctrica
GAMA - 30T A 3000T Força Fecho
Gama Produtos
MÁQUINAS FERRAMENTA
PARA MOLDES E METALOMECÂNICA
CENTROS DE MAQUINAÇÃO
ONDE ESTAMOS
| Espanha
| Suécia
| Noruega
| Dinamarca
| Estónia CENTRO MAQUINAÇÃO VERTICAL 5 EIXOS SIMULTÂNEOS PÓRTICO VERTICAL 5 EIXOS SIMULTÂNEOS YCM PÓRTICO VERTICAL 3 EIXOS
MANFORD VL 1200 5 AX SCV 4030B X 5 Eixos MANFORD DL SERIES
| Letónia Eixos: X 1200 mm / Y 610 mm / Z 610 mm / mesa rotativa
diâmetro 600 mm
Desde 2000 x 1200 x 700 mm a 4000 x 3500 x 1000 Desde 2100 x 1220 x 800 mm até 4100 x
1600 x 1020
| Lituânia CENTROS DE MAQUINAÇÃO VERTICAIS
| Ucrânia
| Rússia
| Polónia
| Marrocos
| Angola SUNMILL JMV Series (Barramentos) SUNMILL JMV Series (Patins) MANFORD VL Series (patins) Tambor Ferramentas
Desde 1100 x 600 x 600 mm Desde 550 x 400 x 460 mm MANFORD VH Series (barramentos) Frontal Manford TP Series
| Moçambique até 1800 x 850 x 750 mm até 2000 x 900 x1000 mm Desde 510 x 410 x 460 mm
até 2200 x 1000 x 800 mm
Desde 510 x 400 x 330 mm
até 550 x 410 x 460 mm
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YouTube: Inautom video CHMER
G 96 F MANFORD MH Series / Acra AVEMAX 450VS
Facebook:Inautom equipamentos De 360 x 250 mm a 1200 x 8000 mm Distância entre pontos mínima 300 mm até 2000 mm 800 X 400 X 400 mm
Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21-09-2015 11:26 Página 76
RICARDO GRAÇA
Pontos de vista
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Joaquim Menezes
presidente
do Centimfe
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Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 77
Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21-09-2015 11:28 Página 78
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Cluster é responsável
por 80% das dormidas em época baixa
No caso do Hotel Mar& Sol, em São Pedro de frequentam restaurantes desde São Pedro de
Moel, na época baixa, que compreende os Moel, passando pela Praia de Paredes da
meses entre Setembro e Abril, cerca de 80% da Vitória e Nazaré. Além disso, são também
taxa de ocupação é garantida pelos frequentes as reuniões de negócios e
empresários da indústria de moldes e de congressos no Hotel Mar & Sol. Temos 57
Bruno Ferreira plásticos. São uma grande mais-valia. E a sua quartos e em muitos momentos gostaríamos
gerente do Hotel importância tem vindo a aumentar, sobretudo de ter mais para conseguir acomodar clientes
Mar& Sol desde 2012, momento a partir do qual os de turismo industrial e de turismo religioso.
moldes ganharam novo impulso. Alguns Setembro e Outubro, por exemplo, são meses
clientes, que se tinham voltado para a China, muitos solicitados para ambos os tipos de
estão a regressar para fazer encomendas nesta turismo.
região. São sobretudo alemães e franceses,
gente que tem poder de compra superior ao
dos portugueses, e que, além de dormir,
também toma refeições e frequenta o bar.
Beneficiam não só o nosso hotel, como toda a
economia de São Pedro de Moel. Aliás, os
nossos clientes acabam por querer
experimentar a gastronomia da região e
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Bruno Lemos
presidente da ACIMG
Abstract
The Cluster is the driving force
of the regional economy
The success of the moulds and plastics industries has sectors to grow and generate other hubs of employment.
contributed to the success of a series of other areas of Industrial tourism, which has already been implemented
activity and, thus, to the economic strength of the region in the region, is one of the tools with further potential,
in which they are active. Principally, education and state the entrepreneurs.
vocational training, which have developed in order to
respond to the growing need for qualified human
resources for the cluster. But also travel agencies, hotels,
and restaurants, among others types of business.
Despite this positive scenario, much can still be done to
expand this connection. Some agents believe it is
possible to implement strategies which, based on the
industrial tradition of the region, may enable other
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170
se traduz num maior número empre-
sas, produtos e marcas. “Esta realida- bombas de vácuo; doseadores e mis-
de é resultado directo do bom mo- turadores; sistemas de refrigeração,
mento que o sector atravessa, com as controladores de temperatura de mol-
empresas a apresentarem-se e a inves- des, controladores de temperatura de
tirem no sentido de se afirmarem no expositores fazem da 9.ª edição da canais quentes, granuladores, siste-
mercado”, avança José Frazão, pro- MOLDPLAS uma feira incontornável mas de esvaziamento; misturadores;
motor do evento. do sector sistemas de monitorização e controlo de
Com os três pavilhões totalmente produção; matérias-primas plásticas;
ocupados, as áreas de actividade divi- chiller’s, e outros.
dem-se em dois. Por um lado máqui- A MOLDPLAS destina-se a profissio-
nas, equipamentos, acessórios e tec- nais do sector e funciona todos os dias,
nologia para a indústria dos moldes; por entre as 10 e as 20 horas. A feira conta
outro, máquinas e equipamentos para com o apoio das associações, como a
a indústria de plásticos. CEFAMOL, AIMMAP e ANEME e dos
A primeira área inclui: máquinas- centros tecnológicos e científicos (CEN-
ferramenta; CNC’s; máquinas fresado- metrologia; hidráulica e pneumática; TIMFE e CENFIM). Marca ainda pre-
ras; ferramentas de corte; componen- equipamentos e tecnologia laser: corte, sença a Pool-net, a associação res-
tes; canais quentes; acessórios norma- gravação e soldadura; lubrificantes, e ponsável pela dinamização do Cluster
lizados e especiais; torneamento; rec- outros. de Competitividade Engineering & Too-
tificação; material de polimento; solu- A segunda área de actividade inclui: ling. Paralelamente à exposição, de-
ções técnicas para extracção e refrige- máquinas de injecção e periféricos; ro- correm palestras, colóquios e apresen-
ração; software de gestão e produção de bótica; sistemas de transporte de ma- tações com temas pertinentes para a
moldes e plásticos; impressoras 3D; téria-prima; sistemas de refrigeração; realidade industrial.
Abstract
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MOLDPLAS
2015 beats
the exhibitor
record
An imperative trade fair the moulds and
plastics sector, MOLDEPLAS 2015 will
be held from 28 to31 October at
Exposalão, in Batalha, and this edition is
set to beat the record for floor space and
number of exhibitors.
The 9th edition of MOLDPLAS – a
machinery, equipment, raw materials
and technology fair for moulds and
plastics will feature 170 exhibitors and
16,000 m² of floor space, a mandatory
visit for all professionals involved in this
sector.
This scenario is the direct result of the
successful phase the moulds and
plastics sector is experiencing, with
companies coming forward and
investing with a view to gaining a
stronger foothold in the market, declares
José Frazão, the promoter of the event.
MOLDPLAS is geared to professionals
from the sector and will be open every
day between 10 a.m. and 8 p.m. In
parallel with the exposition, lectures,
debates and presentations will be held
on topics relevant to the industrial
sector.
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A Portugal, relativamente ao
grande centro económico da
Europa, coloca as empresas
nacionais numa situação de maior
dificuldade competitiva, logo à
Bolsa Internacional de Partilhas, que
coordena todos os recursos ao serviço
do universo Alafaloc, com uma rede
europeia de operadores de transpor-
tes, proporcionando sinergias entre as
de imperdível de partilha; Ou consul-
tando a delegação Alfaloc mais próxi-
ma, sempre que existir uma necessida-
de urgente.
A cooperação entre empresas exporta-
partida. A Alfaloc criou uma nova empresas portuguesas, com necessida- doras, disponíveis para partilhar os
solução de viaturas partilhadas, com de de transportes rápidos mas parti- mesmos recursos nos transportes rápi-
saídas a qualquer altura para lháveis. dos, aumentará a eficiência, reduzindo
qualquer ponto da Europa, que Há duas formas de beneficiar da BIP: custos de operação e, consequente-
combina as necessidades de Facultando à Alfaloc os códigos pos- mente, permite criar oportunidades
transportes expresso, reduzindo tais para onde a empresa necessita fre- únicas, que vão fazer a diferença no
substancialmente o custo. quentemente de transportes urgentes, orçamento das empresas que preten-
A dinâmica deste serviço assenta sendo que um alerta será emitido sem- dem crescer além fronteiras.
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Publireportagem
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