You are on page 1of 92

Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 10:59 Página 1

Esta revista faz parte integrante da edição 1628 do Jornal de Leiria, de 24.09.2015 e edição 4625 do Correio de Azeméis, de 29.09.2015

Moldes & Plásticos


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21-09-2015 14:02 Página 2
Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 14:45 Página 3

Editorial

T Falar-se dos moldes e dos plásticos é falar de


dois sectores que fizeram boa parte dos seus
caminhos de braço dado, que se obrigaram
mutuamente a evoluir e desenvolver, que
potenciaram negócios pela sua força
conjunta.
É falar de industrias marcadas pela visão e
determinação de empresários que, ao longo
dos anos, conseguiram antecipar tendências,
Índice modernizar-se e inovar constantemente, que
andaram quase sempre um passo à frente de
06 Portugal é o 7.º maior exportador mundial de moldes outros sectores.
10 Exportações de plásticos crescem 40% em quatro anos É falar de empresas que nunca viram
18 Inovação, flexibilidade e resiliência fronteiras e, desde cedo, procuraram clientes
nos quatro cantos do Mundo com a confiança
22 Fornecer valor acrescentado
de que os seus produtos nada devem aos dos
26 Isabel Costa | Directora da Associação Portuguesa da
concorrentes estrangeiros.
Indústria de Plásticos (APIP) É falar de empresários destemidos e
“A proximidade à indústria de moldes obrigou ambiciosos que conseguiram ter como
o plástico a reagir” clientes muitas das mais importantes e
30 Moldes e plásticos conquistam clientes de renome exigentes empresas mundiais. Daquelas que
32 Rui Tocha | Director-Geral da POOL-NET apenas trabalham com os melhores e que não
- ENGINEER ING & TOOLING CLUSTER admitem erros, atrasos ou fraca qualidade.
É falar de empresas obrigadas a investimentos
“Os clientes valorizam soluções chave-na-mão”
constantes em tecnologia, formação,
34 Palavras de quem compra
inovação e desenvolvimento de novos
38 Investimentos constantes para estar na vanguarda produtos, que se posicionam entre as mais
do mercado competitivas nos respectivos sectores em
48 As tecnologias compram-se, as pessoas marcam termos internacionais e na vanguarda
a diferença industrial.
52 Do molde ao produto final? Caminho depende É falar de dois sectores que provam que há em
da estratégia de cada empresa Portugal competência para desenvolver
indústrias de ponta, capazes de competir pela
58 Fornecedores, os parceiros na construção da qualidade
diferenciação e pela qualidade, e de produzir
66 Associativismo nos moldes é caso de
com elevado valor acrescentado.
estudo internacional Falar dos moldes e dos plásticos é falar de
76 Cluster é força motriz da economia regional duas das joias da coroa da indústria
77 Pontos de vista portuguesa, de dois sectores que são um
85 MOLDPLAS 2015 bate recorde de expositores exemplo para outras áreas empresariais e que
86 José Frazão, promotor da MOLDPLAS mostram que os complexos de inferioridade,
“Os moldes são um campeonato relativamente ao que se faz no estrangeiro,
que ainda se vai percebendo em alguns meios
de tecnologia ganho em Portugal”
não tem qualquer razão de ser.
Em Portugal pode fazer-se tão bem ou melhor
Ficha Técnica do que noutros países. A nossa história, em
Edição: Jorlis - Edições e Publicações, Lda. alguns momentos, mostrou-o. Os sectores dos
Director: João Nazário Redacção: Célia Marques, Daniela Franco Sousa, moldes e dos plásticos provam-no
Raquel de Sousa Silva Tradução: Alphatrad Serviços Comerciais: Lúcia Alves, Rui Pereira,
Sandra Nicolau Paginação: Isilda Trindade, Rita Carlos Impressão: Ondagrafe, Lda actualmente.
Tiragem: 22.5000 N.º de Registo 109980 Depósito Legal n.º 5628/84
Distribuição: Jornal de Leiria, edição n.º 1628, de 24 de Setembro de 2015
e Correio de Azeméis, Edição nº 4625, de 29 de Setembro de 2015 João Nazário

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 3


Revista Educação:Layout 1 21-09-2015 11:21 Página 4

TECNOLOGIA DE PONTA
TECNOLOGIA EM CADA PEÇA

Fracção B n.º 603


Rua da Indústria Metalúrgica,
Cumeira - Embra
2430-528 Marinha Grande
Tel. +351 244 560 456
E-mail: geral@amtools.pt
www.amtools.pt

Rua da Indústria Metalúrgica,


n.º 593
2430-528 Marinha Grande
Tel. +351 244 566 731
E-mail: info-portugal@inovatools.eu
www.inovatools.eu

Estrada de Leiria,
nº 212, Fr.I
2430-527 Marinha Grande
Tel. +351 244 572 130
E-mail: geral@newcuttools.com
www.newcuttools.com

www.amtoolsgroup.com
Revista Educação:Layout 1 21-09-2015 11:21 Página 5

VENDER SOLUÇÕES
E NÃO APENAS PRODUTOS

Nasceu em 2001 para dar apoio à indústria metalomecânica, dedicando-se à em 2011. Embora sendo uma nova sociedade, tem a sua origem numa outra
comercialização de ferramentas. Hoje, a AMTOOLS é muito mais do que uma empresa existente à data. “Basicamente, tratou-se da união de dois concorrentes,
empresa de comércio. Ao longo dos anos tem vindo a fazer uma aposta constante que criaram uma nova empresa”, explica Nuno Pinto, sócio da NEWCUT com José
na inovação e na diferenciação, estratégia que ganha agora novo fôlego com um Maia e José Pascoalinho. Vocacionada para o comércio de ferramentas, permitiu
projecto de produção de ferramentas especiais, que deverá arrancar em breve. à AMTOOLS ganhar dimensão, reforçar a sua quota de mercado e alargar o leque
Mais do que vender ferramentas, a ambição da empresa da Marinha Grande de marcas representadas.
é apresentar aos seus clientes soluções que respondam às suas necessidades. Isso Hoje, além da AMTOOLS e da NEWCUT, o grupo inclui a INOVATOOLS, onde
pressupõe bons produtos, mas também preços competitivos, cumprimento de recentemente foram investidos 400 mil euros. Com o projecto das novas instalações
prazos de entrega e boa assistência técnica. A diferenciação face à concorrência, da AMTOOLS, os investimentos feitos nos últimos meses ascendem a um milhão de
almejada desde muito cedo, atingirá em breve um novo patamar, com o fabrico euros, “com capitais próprios, sem recurso a apoios”. A INOVATOOLS foi criada em
de algumas ferramentas. parceria entre uma empresa alemã, que detém 50 por cento do capital, José Maia,
É neste contexto que surgem as novas instalações, investimento de 600 mil José Pascoalinho e Nuno André que, em conjunto, detém a outra metade. Esta
euros na Marinha Grande, que respondem também às necessidades resultantes empresa dedica-se à produção de fresas em metal duro e de fresas especiais, bem
do crescimento da empresa ao longo dos anos. É aqui que serão produzidas as como à afiação e reparação destas ferramentas. Exporta cerca de 20% da sua
ferramentas especiais. “Temos meios para fazer qualquer tipo de ferramenta. produção para a Alemanha.
Vamos aproveitar as nossas ideias, novas ou antigas, e as dos clientes, para trazer A exportação é, aliás, uma aposta que os sócios querem estender à AMTOOLS.
essa diferenciação que não existe no mercado”, explicam os sócios, José Maia e Para tal, o grupo está a preparar-se internamente, melhorando a sua organização
José Pascoalinho. e procedimentos. Entre outros aspectos, está em marcha a unificação da imagem
É que a indústria de moldes para plásticos, para a qual a AMTOOLS está bastante comercial, embora cada empresa vá manter a sua individualidade. Em preparação
vocacionada, é cada vez mais competitiva, pelo que se torna fundamental criar mais- está igualmente uma nova plataforma web que os responsáveis do grupo querem
valias que potenciem o negócio dos clientes. Nas novas instalações vai ainda ser que seja, a curto prazo, uma ferramenta de trabalho para os clientes, que lhes
desenvolvida a vertente da formação, com base em software específico TEBIS. O permita fazer consultas e outras operações.
objectivo é tentar cativar os jovens que saem das escolas e dar-lhes alguma formação, Durante este ano foram contratadas sete pessoas, contando o grupo actualmente
porque uma das dificuldades dos sector dos moldes é conseguir profissionais com com 23 colaboradores, entre eles três comerciais que actuam em diferentes zonas do
algum nível de conhecimento inicial na área. país, o que permite ao grupo ter uma abrangência nacional. É que, embora mais
Os 14 anos de actividade da AMTOOLS ficaram quase sempre pautados pelo vocacionado para a indústria de moldes, o objectivo é, cada vez mais, procurar nichos
crescimento, mas foram os anos de 2008/2009 que marcaram o ponto de viragem. de mercado na metalomecânica onde seja possível crescer.
Nesse período, devido à crise, a empresa viu a sua facturação diminuir, mas depois Constante inovação, dinamismo, trabalho em equipa e procura de novos
conseguiu aproveitar as oportunidades que surgiram e diferenciou-se da produtos que respondam às necessidades dos clientes têm sido as apostas da
concorrência. Apresenta agora uma excelente capacidade de stockagem, tendo em AMTOOLS e das duas outras empresas do grupo, o que lhe permite encarar com
conta a dimensão da indústria metalomecânica em Portugal, e ganhou competências tranquilidade e confiança os desafios. Vender soluções, e não apenas ferramentas,
no apoio técnico e nas soluções diferenciadas. é a estratégia desenhada para continuar a satisfazer os clientes e a conquistar
Outro momento importante na vida da AMTOOLS foi a criação da NEWCUT, novos mercados.
Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:00 Página 6

RICARDO GRAÇA
Portugal é o 7.º maior
exportador mundial
de moldes
Exportação A indústria portuguesa de moldes tem vindo a
consolidar a sua notoriedade no mercado internacional.
Apesar de pouco representativo em número de empresas, é
um sector inovador que exporta a maioria da produção

6 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:20 Página 7

RICARDO GRAÇA

Célia Marques
ccamarques@hotmail.com
Caracterização do sector de Moldes
Portugal Distrito Peso de Leiria
T Portugal encontra-se entre os principais de Leiria no Total
fabricantes mundiais de moldes, nomea- Número de Empresas 684 363 53%
damente na área dos moldes para injecção Número de Pessoas ao Serviço 8.968 4.356 49%
de plásticos. Segundo o Internationl Trade Volume de Negócios (€) 734.771.328 390.111.774 53%
Centre (ITC), em 2014 posicionava-se como Valor Acrescentado Bruto (VAB) (€) 302.892.406 151.188.745 50%
sétimo maior exportador de moldes do Gastos com o Pessoal (€) 203.889.549 97.015.536 48%
mundo, com uma quota de mercado de Gasto Mensal Médio por Colaborador (€) 1.624 1.591 _
4%, numa clara melhoria face ao décimo Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) (€) 79.597.668 44.725.613 56%
primeiro lugar que ocupava em 2010, com Formação Bruta de Capital Fixo por empresa (€) 116.371 123.211 _
uma quota de mercado de apenas 3%. Fonte: INE; *Empresas com o CAE - 25734 - Fabricação de moldes metálicos; valores relativos a 2013
Em 2014, o ranking mundial surge lide-
rado pela China (com uma quota de 22%),
seguida da Coreia do Sul (12%), Itália (8%), Comparativo exportações Moldes
Japão (8%), Alemanha (8%), Estados Uni-
2011 2012 2013 2014
dos (5%) e Canadá (5%).
Taxa de Crescimento das Exportações Portuguesas de Moldes 19% 29% 7% 4%
De notar que, entre 2010 e 2014, Portu-
Taxa de Crescimento do Total de Exportações Portuguesas 16% 5% 4% 2%
gal ultrapassou países como a Áustria,
Taxa de Crescimento das Exportações Mundiais de Moldes 16% 17% 3% 2%
tendo passado a ser o terceiro maior for-
Taxa de Crescimento da Exportações de Moldes de Leiria 16% 31% 8% 1%
necedor de moldes a nível europeu. De des-
Peso Exportações Portug. de Moldes no Total Export. Nacionais 0,9% 0,9% 1,1% 1,2%
tacar ainda que, neste conjunto de países,
Peso Leiria nas Exportações Portuguesas de Moldes 51% 52% 52% 50%
Portugal e a Coreia do Sul foram, a seguir
Fonte: ITC e INE; análise a preços correntes
à China, os países que mais viram crescer
as suas exportações de moldes entre 2010
e 2014, seguidos do Canadá, Itália, Alema-
nha e Estados Unidos, enquanto o Japão as- Evolução da Balança Comercial
sistiu a um decréscimo de 6% nas suas ex- de Moldes Portuguesa
portações deste produto.
Exportações
Em 2013, o sector exportou 538 milhões 600 559
de euros (73% do seu volume de negócios), 538
502
um valor que subiu para os 560 milhões de 500
euros em 2014 e que no primeiro semestre Saldo Comercal
388
de 2015 soma 296 milhões de euros, es- 400
325
tando sensivelmente ao mesmo nível do se- 399 399 404
mestre homólogo anterior. 300
De notar que, entre 2010 e 2014, as ex- 303
Importações
200 248
portações do sector português de moldes 139
registaram um extraordinário crescimen- 85 102
100
77 155
to de 72%, face à subida de 29% das ex-
portações portuguesas totais e de 42% 0
das exportações de moldes a nível mundial. 2010 2011 2012 2013 2014
Em causa está uma taxa média anual de ITC; valores em milhões de euros; análise a preços correntes
crescimento de 15%, mais do dobro da taxa
média anual de crescimento do total de ex-
portações portuguesas nos últimos quatro consecutiva, com as exportações a repre- sector, se tivermos em conta que o volume
anos e acima dos 10% a que cresceram, em sentarem mais de 80% da produção total do de negócios das empresas de moldes re-
média, as exportações mundiais de moldes sector. presenta apenas 0,2% do total do volume de
durante o mesmo período. O valor exportado pela indústria de mol- negócios gerado pelas empresas portu-
Segundo a CEFAMOL – Associação Na- des em 2014 representou 1,2% do total das guesas.
cional da Indústria de Moldes – o ano pas- exportações portuguesas naquele ano, uma Em 2014 Portugal tinha como principais
sado representou mesmo o melhor ano de subida face aos 0,9% que representava em destinos de exportação países como Espa-
sempre da indústria em termos de produ- 2010. Este valor ganha especial relevância, nha (24%), Alemanha (21%), França (15%)
ção e exportação, e isto pela terceira vez e demonstra a forte vocação exportadora do República Checa (7%), Reino Unido (4%),
>>>
Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 7
Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:00 Página 8

94
Polónia (4%) e Estados Unidos (3%). Estes senvolvimento de novos produtos na eco-
seis países concentravam perto de 80% das nomia mundial, assim como a procura por
exportações portuguesas do sector, à se- novas áreas e nichos, como a indústria ae-
melhança do que acontecia com os seis ronáutica e de dispositivos médicos.
maiores destinos de exportação de moldes é o número de países para onde
portugueses em 2010. A diferença do top exporta a indústria portuguesa de Metade do sucesso pertence a Leiria
seis é que passou a integrar a Polónia em moldes, o que demonstra a dimensão O sector de moldes apresenta uma distri-
detrimento do México. internacional deste sector buição geográfica bipolar, designadamen-
Segundo a CEFAMOL, em termos de im- te nas regiões da Marinha Grande e Olivei-
portância das regiões económicas, man- ra de Azeméis. Segundo os últimos dados
tém-se a preponderância do mercado eu- disponibilizados pelo INE, relativos a 2013,
ropeu, principalmente comunitário, re- ao distrito de Leiria cabem 363 destas em-
presentando nos últimos anos, em média, Segundo os últimos dados do INE, rela- presas (53% do total), que empregam 4.356
78% do total de exportações. tivos a 2013, o sector português de moldes colaboradores (49% do total) e geram 390
Segundo dados do INE, Portugal exporta é constituído por 684 empresas com di- milhões de euros de volume de negócios
moldes para 94 países, o que demonstra mensão de PME. Estas empresas de fabri- (53% do total).
a dimensão internacional e global desta in- cação de moldes metálicos (com o CAE As empresas de moldes do distrito tive-
dústria. 25734) dão emprego a 8.968 colaboradores, ram, em 2013, gastos com pessoal na ordem
Já no que toca a importações de moldes, geram um volume de negócios de 735 mi- dos 97 milhões de euros, o que correspon-
Portugal figura apenas em 24º lugar a ní- lhões de euros, e um valor acrescentado de a um custo mensal médio de 1.591 euros
vel mundial, com uma quota de mercado bruto (VAB) de 303 milhões de euros. Ti- por colaborador, em linha com a média na-
de 1%, sendo este ranking liderado pelos veram ainda, em 2013, gastos com o pes- cional.
Estados Unidos (com uma quota de mer- soal na ordem dos 204 milhões de euros, A maior parte das empresas de moldes do
cado de 11%), seguido de países como a o que representa uma média de 1.624 eu- distrito de Leiria estão concentradas no con-
China (9%), México (8%), Alemanha (7%) ros mensais, em termos brutos, por cola- celho da Marinha Grande (46%), seguindo-
e Japão (5%). borador, mais os respectivos subsídios de se o concelho de Leiria (38%), Alcobaça
Historicamente mais exportador do férias e de Natal. (7%), Porto de Mós (4%) e Batalha (3%).
que importador, o sector de moldes por- Em 2013, este conjunto de empresas in- Em 2013, o distrito de Leiria exportou 279
tuguês tem apresentado uma extraordi- vestiu 80 milhões de euros em Formação milhões de euros em moldes (72% do vo-
nária tendência de crescimento do seu sal- Bruta de Capital Fixo (FBCF), ou seja em lume de negócios ali gerado), o que repre-
do da balança comercial, que passou de equipamentos e infra-estruturas, o que re- senta 52% do total exportado pelo sector a
284 milhões de euros em 2004, para 404 presenta 116 mil euros por empresa. nível nacional. Em 2014, as exportações su-
milhões de euros em 2014. Entre 2010 e Segundo a CEFAMOL, a indústria auto- biram para 283 milhões de euros (51% do to-
2014 a subida foi de 63%, o que represen- móvel tem vindo a consolidar o seu cres- tal nacional) e no primeiro semestre de 2015
ta um crescimento médio anual na ordem cimento e importância no desenvolvi- já somam 165 milhões de euros, mais 11%
dos 14%. mento do sector de moldes, tendo evoluí- face ao período homólogo anterior.
Em 2014, as importações de moldes con- do de um peso relativo de apenas 14%, em Entre 2010 e 2014, as exportações de mol-
tinuavam a representar menos de 30% das 1991, para 74%, em 2014. Outra indústria des no distrito de Leiria cresceram 66%, li-
exportações, apesar de terem duplicado em destaque é a da embalagem, que tem geiramente abaixo dos 72% registados a ní-
nos últimos quatro anos, em resposta ao vindo a crescer de uma forma sustentada, vel nacional.
crescimento da indústria nacional, no- representando 10% da produção nacional Segundo o INE, em 2014 Leiria exportou
meadamente de plásticos, muitas vezes de moldes. Regista-se, no entanto, a pre- moldes para 68 países, tendo tido como
impulsionada pelo alargamento da ca- sença do sector em outros sectores indus- principais mercados a Alemanha, Espanha,
deia de valor das empresas de moldes. triais de grande importância para o de- França, República Checa, Reino Unido.

PUBLICIDADE

8 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:01 Página 9

Ranking dos Maiores Exportadores Maiores destinos


Mundiais de Moldes exportação Moldes
portugueses 2014
China Outros Espanha
21,7 19 22 24
EUA
República
da Coreia 3
11,6 15 Polónia
Itália
8,3 10
4 %
Outros
29
% Japão
8,3 -2
Reino Unido
4
Rep. Checa França Alemanha
9 Alemanha 7 15 21
7,8 6 Fonte: INE

Evol. Export Maiores destinos


Portugal Canadá EUA
2010/2014 exportação Moldes
3,9 15 4,7 11 4,7 2
% Leiria 2014
Fonte: ITC; valores de 2014 Outros Alemanha
23 26
EUA
3
Ranking dos Maiores Importadores
México
Mundiais de Moldes
3 %
EUA China México
11,2 14 9,1 6 8,1 8 Reino Unido
4
Rep. Checa França Espanha
Alemanha
6,5 12 6 14 21
Fonte: INE

Japão
Principais sectores
5,4 11
Outros
% Tailândia
servidos pela Indústria
de Moldes Portuguesa
46 4,4 10
Embalagem
9 10
Itália
Aeronáutica,
3,2 9
Evol. Importações
Médica,
outros % 74
2010/2014 Índia Hong Kong 16
% 3 11 3 4 Automóvel
Fonte: ITC; valores de 2014 Fonte: CEFAMOL

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 9


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:01 Página 10

RICARDO GRAÇA

Exportações de plásticos
crescem 40% em quatro anos
Efeito cluster A jusante da indústria de moldes, também a indústria de
plásticos tem apresentado um forte dinamismo no comércio internacional.
O distrito de Leiria está entre os mais dinâmicos no sector

10 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:01 Página 11

RICARDO GRAÇA

4
acrescentado bruto (VAB) de 123 mi-
Célia Marques
lhões de euros (21% do segmento a ní-
ccamarques@hotmail.com
vel nacional).
T Entre 2010 e 2014, as exportações por- Sabe-se ainda que aquelas 177 em-
tuguesas de plástico cresceram 39%, mil milhões é quanto representa o presas investiram em Formação Bruta
acima dos 21% que cresceram em ter- volume de negócios das empresa da de Capital Fixo (FBCF) – ou seja em ac-
mos globais em todo mundo, com Por- indústria de plástico, o que tivos como equipamentos e instala-
tugal a passar de 34º para 33º maior ex- representa 1,2% do volume de ções – 28 milhões de euros (18% do seg-
portador mundial de plásticos, com negócios total das empresas mento a nível nacional), o que repre-
uma quota de mercado de 0,53%. portuguesas senta um investimento médio por em-
O topo do ranking de maiores expor- presa na ordem dos 158 mil euros (face
tadores pertencia à China (com uma aos 167 mil euros da média do seg-
quota de mercado de 11,1%), seguida >>>
dos Estados Unidos (10,5%) e da Ale- PUBLICIDADE

manha (10,2%), tendo a China ultra-


passado estes dois países face à 3ª po-
sição que ocupava em 2010, com uma
quota de mercado de apenas 7%. Já o
top mundial de importações de plásti-
co era, em 2014, liderado pela China, Es-
tados Unidos e Alemanha, que perfa-
ziam 27% das importações mundiais
deste produto, cabendo à China 12% das
importações do mesmo.
Segundo os últimos dados disponi-
bilizados pelo INE, relativos a 2013, o
sector de plásticos português gera um  ANÁLISE DE VIBRAÇÕES
MÁQUINAS ELÉCTRICAS 
volume de negócios na ordem dos qua-
 VENTILAÇÃO INDUSTRIAL  TERMOGRAFIA
tro mil milhões de euros (o que repre-
 SERVOMOTORES  ANÁLISE E DIAGNÓSTICO ELÉCTRICO (BT E MT)
senta 1,2% do volume de negócios ge-

rado pelas empresas portuguesas) e ENSAIO DE BOMBAS  ALINHAMENTO DE VEIOS/EIXOS
um valor acrescentado bruto (VAB) de  ANÁLISE DIGITAL DA QUALIDADE (ACOPLAMENTOS) A LASER
677 milhões de euros (0,9% do VAB DE ISOLAMENTO ELÉCTRICO  ALINHAMENTO DE POLIAS/CORREIAS
português).
 TENSIONAMENTO DE CORREIAS A LASER
A indústria de plásticos portuguesa
POR FREQUÊNCIA  EQUILIBRAGEM EM BANCO E NO LOCAL
está concentradas na faixa litoral, com
o distrito de Leiria a reunir 186 empre-
sas, ou seja 19% do total do sector a ní-
vel nacional. Daquelas, nove dedicam- . Mais de 35 anos de actividade
-se à fabricação de matérias plásticas . Equipa técnica experiente e especializada
sob formas primárias (matéria-prima . Novas instalações totalmente equipadas e licenciadas
como polímeros e compósitos) e 177 em- . 1.ª Empresa com Certificação do Sistema de Gestão de Qualidade
presas ao fabrico de produtos em plás- no ramo a nível nacional
tico. . 1.º Serviço de Manutenção/Reparação de Servomotores
Não existem dados sobre o volume de
implantado no país
emprego e volume de negócios das em-
presas que se dedicam à produção de
matéria-prima para a indústria de plás-
ticos, mas sabe-se que as 177 empresas
que se dedicam ao fabrico de produtos
em plástico empregam 4.151 pessoas
(23% do segmento a nível nacional), ge- BOBINADORA BJS, S.A. . Manutenção Industrial
ram um volume de negócios na ordem Rua Marco da Légua, nº780 . Carreira de Água - Barosa . 2400-016 Leiria
Tel. (+351) 244 870 030 . Tlm. (+351) 918 206 670 . Fax: (+351) 244 870 039
dos 417 milhões de euros (17% do seg- Email: geral@bobinadorabjs.pt . Web: www.bobinadorabjs.pt
mento a nível nacional) e um valor

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 11


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:02 Página 12

ARQUIVO/JL
mento a nível nacional). Em termos de
gastos com o pessoal, o valor ascendeu,
em 2013, a 74 milhões de euros (22% do
segmento a nível nacional), ou seja
1.280 euros mensais por colaborador
(mais os respectivos subsídios de férias
e Natal), face aos 1.320 gastos, em mé-
dia, pelo mesmo segmento a nível na-
cional.
Daquelas 177 empresas representa-
tivas do sector da transformação de
plástico no distrito de Leiria, a maior
parte (119) dedica-se à fabricação de
outros artigos de plástico (onde se in-
clui o plástico técnico, destinado à in-
dústria automóvel e de electrodo-
mésticos, por exemplo), um segmen-
to responsável pelo emprego de 3.125
pessoas, um volume de negócios na or- rinha Grande, com 47 empresas cada. euros e um VAB de 18 milhões. Também
dem dos 278 milhões de euros e um Logo a seguir surgem as 29 empresas a maior parte destas empresas está
VAB de 93 milhões de euros. A maior de fabrico de embalagens de plástico, concentrada nos concelhos de Leiria
parte destas empresas estão concen- que empregam 603 pessoas, geram um (14) e Marinha Grande (12).
tradas nos concelhos de Leiria e da Ma- volume de negócios de 92 milhões de A fabricação de chapas, folhas, tubos

PUBLICIDADE

12 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:02 Página 13

177
e perfis de plástico está a cargo de 21 bos em plástico (1,7 milhões de euros)
empresas do distrito de Leiria, que e do plástico para a construção (1,3 mi-
dão emprego a 267 pessoas, geram um lhões de euros).
volume de negócios de 36 milhões de Curiosamente, em 2013, o segmento
euros e um VAB de sete milhões de eu- é o número de empresas que mais investiu, em média, por em-
ros. Os concelhos de Leiria (10) e Pom- representativas do sector da presa, em FBCF foi o de plástico para a
bal (5) reúnem a maior parte das em- transformação de plástico no distrito construção (2,2 milhões de euros) se-
presas deste segmento. de Leiria. A maior parte dedica-se ao guido da fabricação de outros artigos de
Apenas oito empresas se decicam ao fabrico de plástico técnico plástico (1,8 milhões de euros) e da
fabrico de artigos em plástico para a embalagem (1,3 milhões de euros).
construção. Estas empresas dão em- O distrito de Leiria concentra 20% das
prego a 156 pessoas, geram um volume empresas portuguesas de fabricação
de negócios de 11 milhões de euros e de chapas, folhas, tubos e perfis de
um VAB de quatro milhões de euros. mais subsídios de férias e Natal), ape- plástico (mas apenas 4% do seu volume
Leiria (4), Alcobaça (3) e Marinha Gran- sar de em matéria de gastos com o de negócios total), 19% das empresas de
de (1) reúnem as empresas deste seg- pessoal não ficar muito distante dos ou- fabrico de embalagem (e 16% da factu-
mento. tros segmentos. ração deste segmento a nível nacio-
Em termos médios, por empresa, é o O segmento que gera, em média, por nal), 8% das empresas de artigos de
segmento fabrico de outros artigos de empresa, mais volume de negócios é o plástico para a construção (e 9% da
plástico que emprega mais pessoas de fabrico de embalagens de plástico sua facturação total).
(26), que gera mais VAB (782 mil euros) (3,2 milhões de euros), seguido da fa- O segmento com maior proporção
e também que investe mais por cola- bricação de outros artigos de plástico de empresas em Leiria, face ao total na-
borador (cerca de 1.300 euros mensais (2,3 milhões de euros), das folhas e tu- cional, é o das que se dedicam à pro-
>>>

PUBLICIDADE

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 13


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:03 Página 14

Indústria de Plástico em Portugal


CAE - Actividade N.º Pessoal Vol. de Negócios VAB FCBF Gastos Pessoal
Emp. (€) (€) (€) (€)
Matéria-Prima 2016 - Fab. de mat. plásticas sob formas primárias 47 1.451 1.548.883.620 93.277.270 21.636.792 67.241.251
Plástica

Fabrico 2221 - Fab. de chapas, folhas, tubos e perfis de plástico 103 3.803 899.711.459 150.959.700 49.726.104 81.438.729
de Produtos
2222 - Fabricação de embalagens de plástico 154 3.287 583.737.838 112.193.680 32.159.054 58.940.497
em Plástico
2223 - Fab. de artigos de plástico para a construção 99 1.412 117.965.885 36.699.291 6.899.788 24.650.688
2229 - Fabricação de outros artigos de plástico 563 9.928 897.549.185 283.712.373 65.100.884 175.338.054
Total Fabrico de Produtos em Plástico 919 18.430 2.498.964.367 583.565.044 153.885.830 340.367.968
Fonte INE; Valores de 2013

Indústria de Plástico em Leiria


CAE - Actividade N.º Pessoal Vol. de Negócios VAB FCBF Gastos Pessoal
Emp. (€) (€) (€) (€)

Matéria-Prima 2016 - Fab. de matérias plásticas sob formas primárias 9 nd nd nd nd nd


Plástica
Peso Leiria na MP Plástica Nacional 19% nd nd nd nd nd
Fabrico 2221 - Fab. de chapas, folhas, tubos e perfis de plástico 21 267 36.011.526 7.103.838 749.453 4.801.514
de Produtos 2222 - Fabricação de embalagens de plástico 29 603 92.393.480 18.303.935 3.879.462 10.267.921
em Plástico
2223 - Fab. de artigos de plástico para a construção 8 156 10.559.299 4.277.808 1.734.852 2.642.772
2229 - Fabricação de outros artigos de plástico 119 3.125 277.844.055 93.075.947 21.594.753 56.550.403
Total Fabrico de Produtos em Plástico 177 4.151 416.808.360 122.761.528 27.958.520 74.262.610
Peso de Leiria no Total Nacional 19% 23% 17% 21% 18% 22%
Fonte INE; Valores de 2013

Exportações de Plástico Principais destinos de


exportação dePlástico
2010 1.744 146 8% de Portugal

Turquia Marrocos Outros Espanha


2011 1.982 171 9% 2 1 16 35

Bélgica
2012 2.081 188 9% 3
Itália

2013 2.265 219 10%


3
Reino
%
Unido
4
2014 2.430 236 10%
Angola Alemanha Paises França
Exportações Portuguesas de Plástico Exportações de Plástico no distrito 5 8 Baixos 14
Peso das Exportações Plástico de Leiria no Total Nacional
10
Fonte INE; Valores em milhões de euros Fonte: INE; valores relativos a 2014

14 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:04 Página 15

dução de outros artigos em plástico: o

PUBLICIDADE
distrito concentra 21% destas empre-
sas e 31% do seu volume de negócios.
Em 2014, o distrito de Leiria foi res-
ponsável por 10% das exportações
portuguesas de plástico(face aos 8%
que representava em 2010), tendo ex-
portado 236 milhões de euros, o que
representa uma subida de 8% face
2013. Já entre 2010 e 2014, as expor-
tações de plástico do distrito cresce-
ram 62%, face à subida de apenas
40% registada pelo sector a nível na-
cional.
Destaque para o facto de as expor-
tações de plástico no distrito de Leiria
terem atingido os 145 milhões de euros
no primeiro semestre de 2015, o que re-
presenta uma subida de 25% face ao pe-
ríodo homólogo anterior, enquanto o
sector a nível nacional registou um
acréscimo de apenas 5%. Em 2014, o
distrito teve como principais destinos
de exportação de produtos em plásti-
co Espanha (47%), França (11%), Ale-
manha (9%), Marrocos (6%), Repúbli-
ca Checa (3%).

Principais destinos de
exportação de Plástico
de Leiria
Países Outros Espanha
Baixos 14 47
Hungria 1
2
Angola
2
Bélgica
2
Argélia %
3
Rep.
Checa
3
Marrocos Alemanha França
6 9 11
Fonte: INE; valores relativos a 2014

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 15


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 15:36 Página 16

Abstract
Portugal riding high in the moulds
and plastics sectors
Portugal is one of the main international manufacturers of extremely dynamic in international trade, with exports
moulds and in 2014 was ranked seventh largest moulds increasing 39% between 2010 and 2014, exceeding the sector’s
exporter in the world, with a market share of 4%. Between overall growth of 21% worldwide and the 29% of total
2010 and 2014, Portuguese moulds exports recorded an Portuguese exports.
increase of 72%, in line with an increase of 29% of total The sector is composed of 919 companies, generating
Portuguese exports and 42% of moulds exports worldwide. turnover to the order of four thousand million euros (1.2% of
Meanwhile, the commercial trade balance rose from 248 to the total turnover generated by Portuguese companies) and
404 million euros. total GVA of 677 million euros (0.9% Portuguese GVA).
The sector comprises 684 companies, employing 8,968 20% of the companies in this sector are to be found in the
workers and generating a turnover of 735 million euros and district of Leiria, 70% of which engaged in manufacturing
Gross Value Added of 303 million euros, spread out between other plastic articles, including technical plastics for the
two main hubs, Marinha Grande and Oliveira de Azeméis. automotive and household appliance sectors.
In downstream industries, the plastics sector has also been

PUBLICIDADE

16 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:04 Página 17

YOURSPECIALISTFORMATERIALS
ToolSteels .Aluminium .HeatTreatment
Knowhow&Experience

Novagam
a
Açosde
Construç
ão
Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:05 Página 18

RICARDO GRAÇA

Inovação, flexibilidade
e resiliência
Estratégia Para manter o nível de sucesso atingido pelo sector de moldes
existem alguns riscos a ter em conta. Uma coisa é certa, esta indústria
conseguiu sempre adaptar-se às contingências e encontrar novos caminhos

18 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:06 Página 19

RICARDO GRAÇA

PUBLICIDADE
Célia Marques
ccamarques@hotmail.com

T A indústria portuguesa de moldes tem vin-


do a desenvolver, ao longo dos anos, uma es-
tratégia consistente de consolidação da sua
presença no mercado internacional. Expor-
ta a quase totalidade da sua produção e
tem-se distinguido da concorrência inter-
nacional pela oferta de soluções competiti-
vas de elevado valor acrescentado.
A explicação é dada por Manuel Oliveira,
secretário-geral da Associação Nacional de
Moldes (Cefamol), lembrando que é com base
nesta experiência, na inovação que incorpo-
ra, no investimento em tecnologia de última
geração e na cooperação empresarial, que a
indústria tem concebido e participado em par-
cerias e projectos com clientes, fornecedores,
universidades e centros de saber nacionais e
internacionais. Um factor que, de acordo
com o responsável, tem permitido às em-
presas portuguesas construir uma evolução
qualitativa dos seus produtos e serviços, e en-
contrar novas e mais competitivas soluções
para os seus clientes, atingindo uma posição
de destaque a nível internacional.
A forte aposta na inovação e o reconheci-
mento da imagem internacional do sector têm
vindo a gerar novas oportunidades para as
empresas. Entre elas contam-se «a redução do
time to market dos seus clientes, o desenvol-
vimento de novos produtos, a utilização de
novos materiais e tecnologias que permitam
soluções mais rápidas e eficientes, o alarga-
mento da cadeia de valor do sector – dando
origem a novas áreas de negócio a montan-
te e a jusante da produção de moldes – e a en-
trada em novos mercados, quer geográficos,
quer sectoriais», enumera o responsável.

Mais técnicos qualificados


precisam-se
Mas existem também alguns factores a ter em
conta para manter o nível de sucesso atingi-
do pelo sector. «Falamos essencialmente
da necessidade de conseguir atrair e fixar jo-
vens técnicos qualificados, da excessiva de-
pendência do mercado automóvel e da con-
centração das exportações em alguns países
europeus que, apesar de alavancadores do
desenvolvimento nos últimos anos, podem
originar constrangimentos a médio prazo»,
adverte Manuel Oliveira.
A concorrência internacional que a in-
>>>

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 19


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:06 Página 20

RICARDO GRAÇA
nar um elemento valioso para o cresci-
mento do sector. «O alargamento da cadeia
de valor do sector, a introdução de novos
materiais e tecnologias e a diversificação de
mercados alvo de actuação serão elemen-
tos fundamentais para o sucesso da in-
dústria, ao qual se juntam a capacidade das
empresas para cooperar com clientes, for-
necedores, concorrentes ou instituições do
sistema cientifico e tecnológico, apostan-
do na relevância dos factores imateriais de
competitividade, como sejam o marketing,
qualidade, organização, inovação, entre ou-
tros», explica.

Espaço para crescer


Face a «claras oportunidades de desen-
volvimento em novas áreas industriais» a
Cefamol considera ser possível aumentar
significativamente a quota de mercado do
sector em diversos países e regiões num fu-
turo próximo. «Cada vez mais novos ma-
dústria enfrenta está centrada a nível glo- teriais plásticos estão a ser utilizados nos
bal em países como a Alemanha ou a Itá- produtos que utilizamos no nosso dia-a-dia
lia, mas não pode ser esquecida a oferta de e tal demonstra a importância crescente da
países “emergentes”, na medida em que nossa indústria. O sector tem potencial para
colocam no mercado internacional «novos Cada vez mais, novos crescer, quer nos mercados atuais – geo-
modelos e condições de negócio», acres- materiais plásticos estão a gráficos e sectoriais – quer em novos nichos
centa o responsável. ou áreas de mercado, como a indústria de
Um outro factor limitante da indústria re- ser utilizados nos produtos dispositivos médicos ou aeroespacial. Exis-
side no forte poder negocial dos seus que utilizamos no dia-a-dia tem capacidades e competências nas nos-
clientes e fornecedores «que condicio- e tal demonstra a sas empresas que neles podem ser aplica-
nam a intervenção no mercado das em- das», reforça Manuel Oliveira.
presas nacionais». Por outro lado, face importância crescente De acordo com o responsável, estão em
aos longos ciclos de produção que carac- da nossa indústria. curso acções para demonstração e inserção
terizam o fabrico de moldes e aos dilatados O sector tem potencial para destas capacidades em novas cadeias de
prazos de pagamento por parte dos clien- valor que vão além da concepção e cons-
tes, «as empresas são obrigadas a desen- crescer, quer nos mercados trução de moldes, englobando engenharia,
volver uma autêntica engenharia financeira actuais, quer em novos desenvolvimento de produto, maquinação
para se manterem activas e com tecnolo- nichos ou áreas de peças, compósitos, ou a produção de
gia actualizada para fazer face às exigências componentes e sistemas integrados.
do mercado. O acesso ao financiamento e Manuel Oliveira, «Temos que continuar a apostar na di-
a capitalização das empresas são factores secretário-geral da Cefamol ferenciação, na inovação, na tecnologia, no
primordiais para manter um crescimento I&D e no alargamento da cadeia de valor,
e investimento contínuo nos próximos daí o conceito “Engineering & Tooling”. En-
anos», acrescenta. cionismo verificado em alguns mercados, genharia, design, concepção, prototipa-
No contexto global, o acesso aos mer- como o Brasil», ou as relações cambiais en- gem, ou a produção de peças e compo-
cados tem de ser continuamente vigiado tre economias onde a existência de um nentes são elementos que, cada vez mais,
e aprofundado face às oscilações econó- euro forte limita a capacidade das empre- têm que constar na nossa oferta», acres-
micas e sociais vividas em diferentes paí- sas se tornarem mais competitivas fora da centa, lembrando o dinamismo e a versa-
ses e regiões, factores que influenciam o União Europeia, bem como o esforço na di- tilidade desta indústria, que sempre con-
crescimento das indústrias clientes e, con- versificação de mercados de actuação». No seguiu adaptar-se a diferentes contingên-
sequentemente, a tipologia de negócio entanto, reconhece, os últimos tempos cias e encontrar novos caminhos e novos
em que a indústria de moldes se insere. mostram indícios de uma ligeira inversão nichos que permitissem o seu desenvol-
A estes factores, acrescem «o protec- desta situação cambial, o que se poderá tor- vimento no mercado internacional.

20 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:06 Página 21
Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:06 Página 22

RAQUE SOUSA SILVA


Célia Marques
ccamarques@hotmail.com

T O sector de plástico no distrito de


Leiria apresenta uma realidade menos
homogénea que o dos moldes, resul-
tado da sua dispersão por diferentes
segmentos, que enfrentam níveis de
concorrência, desafios e oportunida-
des também distintos.
O sector da transformação de plás-
tico do distrito está representado so-
bretudo por empresas cujo código de
actividade comercial (CAE) assume a
descrição de “fabricação de outros ar-
tigos em plástico”. Aqui se inclui o
plástico técnico utilizado em compo-
nentes de electrodomésticos e peças
para a indústria automóvel, área mé-
dica e aeronáutica.
É neste segmento que se integra a Vi-
pex, que tem entre os seus clientes
marcas como a Decathlon (para onde
produz partes das mesas de ténis de
mesa), Bodum e Pirex, empresas que
contribuem para uma facturação na or-
dem dos oito milhões de euros e ex-
portações (directas e indirectas) de
95% da produção.
Segundo Jorge Santos, director-ge-
ral da empresa, nos sectores onde ac-
tuam – como o desporto, produtos da
casa, embalagens, componentes e pro-
dutos para utensílios de mesa e cozi-
nha, componentes para electrodo-
mésticos e electrodomésticos – a con-
corrência surge de todo o mundo.
«Embora os concorrentes asiáticos,
devido à desvalorização do euro, es-

Fornecer valor
tejam a perder competitividade, estão
sempre presentes. Por outro lado, a
Turquia, a Polónia, e a Eslováquia,

acrescentado
por exemplo, estão a conseguir níveis
de qualidade que os tornam mais
atractivos», explica o responsável.
As forças e fraquezas desta empre-
sa relativamente a esses países ad-
vêm, desde há muito, de um «estraté-
Áreas de ponta Inovação a todos os níveis é a gia clara» e «contas equilibradas».
«Também o facto de estarmos nesta re-
forma encontrada pelas empresas da indústria gião facilita parcerias nas diferentes fa-
de plástico do distrito para combater a ses do processo, que ampliam a nossa
capacidade de produzir, mas sobretu-
concorrência, enfrentar os desafios e retirar do de desenvolver soluções para a
partido das oportunidades concepção dos produtos, processos

22 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:07 Página 23

industriais e, depois sim, a produção de locar em causa a estabilidade dos mer-


forma estável e com elevados níveis de cados, nomeadamente o custos dos
produtividade», explica. Um serviço combustíveis, que influenciam forte-
realizado em permanente interacção mente o custo de transporte, o custo fi-
com os clientes e que se resume na- A estratégia para nal e, logicamente, a competitividade.
quilo a que designam de “arquitectar a continuar a crescer Jorge Santos considera que tanto as
industrialização de plásticos para a ameaças como as oportunidades que re-
produção”.
passa muito por procurar fere serão também transversais às ou-
Mas nem tudo é perfeito. Para se dis- entender as necessidades tras empresas de plásticos.
tanciar mais da concorrência é preciso dos clientes a cada A estratégia para continuar a crescer
melhorar a qualificação e organização passa muito por «procurar entender as
das equipas, de forma a sustentarem as
momento necessidades dos clientes a cada mo-
metodologias de trabalho que permi- mento e actuar de forma a aumentar a
tem melhor entender e responder às sua percepção de valor relativamente
exigências dos clientes. Um conjunto aos serviços prestados», explica. É nes-
de forças e fraquezas que, segundo o se sentido que a Vipex tem apostado na
director-geral da Vipex, são comuns a implementação de novas metodolo-
um sector onde as empresas estão em facto de o investimento estar a ser fa- gias de trabalho, ao nível das práticas
permanente procura de vantagens cilitado pelas baixas taxas de juro. exigidas pela indústria automóvel, ape-
competitivas. Quanto às ameaças, estão relaciona- sar de não a fornecerem.
Já no que toca às oportunidades, das com um eventual recuo no contro- «O nosso foco está no aumento da ca-
advêm muito da competitividade as- lo das contas públicas e com aconteci- pacidade tecnológica, através da aqui-
sociada à desvalorização do euro e do mentos internacionais que possam co- sição de equipamentos mais avançados
>>>

PUBLICIDADE

DESDE 1985

A GERAR VALOR
EM LEIRIA

A NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria tem


como missão principal prestar serviços úteis às empresas
da região, principalmente aos seus associados, no sentido
de reforçar a sua qualificação e capacidade concorrencial.

Agregar para Desenvolver


www.nerlei.pt

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 23


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:07 Página 24

e investimento na diversificação tec- passa por fornecer com valor acres-


nológica exigida pela natureza de mui- centado e diversificar clientes e áreas.
tos dos projectos que estamos a de-
senvolver com os clientes», conclui. Embalagem e tubos:
Para a KLC a estratégia para o desafio do transporte
Competir com os gigantes continuar a crescer passa No fabrico de embalagens de plástico os
da indústria automóvel desafios são outros. Ou não estivesse a
No mesmo segmento da Vipex – plásti-
por fornecer valor sua competitividade condicionada pelo
co técnico – mas mais vocacionada para acrescentado e diversificar custo de transporte uma vez ue se tratam
a exigente indústria automóvel, está a clientes e áreas de produtos volumosos de baixo valor
KLC, liderada por Pedro Colaço, para acrescentado. Segundo Luís Carvalho, di-
quem os LCC (low-cost country sour- rector comercial da Plastimar – empresa
cing) são, de uma forma geral, a maior que se dedica ao fabrico de soluções em
ameaça, apesar de considerar que a EPS para a construção, embalagem in-
concorrência não está limitada geogra- dustrial e alimentar e também algumas
ficamente. «No leste Europeu existe peças técnicas para o sector automóvel –
principalmente a Polónia, a República nível dos custos da energia, dos im- a competitividade deste produto está
Checa e a Hungria. Na Ásia, a China e a postos directos e indirectos e na rigidez condicionada até 300 quilómetros devi-
Malásia», aponta o responsável. da legislação laboral. Desafios que con- do ao custo dos transportes. O que sig-
Segundo Pedro Colaço, as princi- sidera transversais e não da KLC em nifica que a concorrência é essencial-
pais forças da empresa residem na particular. mente nacional e da Espanha fronteiriça,
qualidade e flexibilidade, enquanto Para esta empresa da Marinha Gran- para onde a Plastimar exporta 18% da pro-
as limitações estão essencialmente ao de, a estratégia para continuar a crescer dução, sobretudo peças mais específicas.

PUBLICIDADE

24 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:08 Página 25

PUBLICIDADE
Segundo o responsável, o merca-
do nacional neste segmento do EPS
é equilibrado, com empresas com-
petitivas, que servem uma procura
que se tem mantido estável e sobe
agora 5 a 10% relativamente a 2012.
«É um sector estabilizado mas
existem sempre novos nichos de
mercado. Na construção, por exem-
plo, existe uma oportunidade na re-
novação com isolamento, que vem
compensar a falta de grandes obras»,
explica.
Quanto às ameaças, residem es-
sencialmente na redução das quotas
na pesca, que podem levar a uma des-
cida da procura de embalagens ali-
mentares.
Com os mesmos desafios relativos
ao custo do transporte de um produ-
to volumoso e de baixo valor acres-
centado, a Sival Plásticos, a actuar es-
sencialmente no segmento da tuba-
gem (em PE, PVC), tem como princi-
pais concorrentes os espanhóis, para
além, naturalmente, dos portugueses,
explica Pedro Faria, sócio-gerente da
empresa.
«A proximidade aos clientes é uma
das nossas grandes vantagens, uma
vez que o custo do transporte tem
grande importância pelo facto de
os tubos serem em geral muito leves
e ocos. A proximidade permite tam-
bém prestar um melhor serviço de
apoio. Outra vantagem é a qualida-
de dos nossos produtos, a que não
será alheio o sólido know-how dos
nossos colaboradores», acrescenta.
Como principais fraquezas, Pe-
dro Faria aponta as «velhas razões»,
como a electricidade mais cara e
custos burocráticos e fiscais infin-
dáveis. Já as ameaças, transversais
a todos os sectores, estão sobretudo
ligadas à «instabilidade motivada
pela sistemática alteração das regras
com que os nossos governantes nos
brindam».
A Sival Plásticos é um exemplo de
que nem sempre a melhor estratégia
é o crescimento: nos últimos dois
anos fez um exercício de downsi-
zing para melhor se ajustar à realida-
de do mercado.

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 25


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:08 Página 26

Isabel Costa | Directora da Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos (APIP)

“A proximidade à indústria de
moldes obrigou o plástico a reagir”
T Umas empresas investem muito em
inovação, outras vão reagindo à procu-
ra. É esta a realidade da indústria trans-
formadora de plástico em Portugal. Lei-
ria enquadra-se no primeiro caso. Existe muita interajuda
Quais os principais concorrentes da in- entre moldes e plásticos e
dústria da transformação de plásticos?
Os países do Leste da Europa e a China,
estão rodeados de
com preços arrasadores ao produto in- empresas que assessoram
diferenciado, sem grande valor acres- ambas as indústrias, toda
centado, como os sacos de plástico e al-
gumas embalagens que não se destinam
uma rede que aqui em
à indústria alimentar, porque não cum- Lisboa não existe
prem com as exigências da Comunida-
de Europeia nessa matéria e os clientes
europeus têm receio de comprar. Rela-
tivamente aos tubos, é sobretudo Es-
panha, devido ao custo do transporte
face ao valor do produto.
E quais as fraquezas que a indústria en-
frenta?
A localização na ponta da Europa, que
encarece o transporte, e o facto de exis-
tir muita concorrência interna, muitas e estão rodeados de empresas que as- centradas na construção ou estão a pas-
empresas a fazer o mesmo, o que gera sessoram ambas as indústrias, toda uma sar dificuldades ou tiveram de sair.
entropia no sector. Tanto temos em- rede que aqui em Lisboa não existe. E onde residem as ameaças da indústria
presas com grande capacidade de ino- E quanto às forças da indústria de plás- de plásticos, de uma forma geral?
vação e excelentes técnicos, como outras ticos, quais identifica? Nos países de Leste, América do Sul e
muito limitadas e sem capacidade de A capacidade de inovação. E quando en- China que colocam cá produto a baixo
inovação que fazem essencialmente contram um mercado que lhes garante preço e de baixa qualidade, mas que o
produtos de pouco valor acrescentado, uma certa continuidade investem mui- consumidor não penaliza porque são
como sacos de plástico, embalagens to nele. É agora o caso de mercados produtos indiferenciados onde o que
que não se destinam ao sector alimen- como o Brasil, Angola, Moçambique e conta é preço.
tar e peças de injecção correntes. Falta países de Leste, como a Polónia e países Existe uma estratégia definida para fa-
também alguma capacidade de união e da antiga Jugoslávia, em áreas como zer face aos desafios e tirar partido das
coesão para inovar e concorrer aos mer- peças técnicas, embalagem alimentar e oportunidades?
cados externos. Temos sido mais reac- industrial e no sector automóvel, que Não há uma estratégia concertada. Uns
tivos do que pró-activos. está de volta. Desde que consigam ga- investem muito em inovação, outros
Qual a percepção que tem sobre a in- rantir preços competitivos, claro. vão reagindo apenas à procura e não têm
dústria transformadora de plásticos do Em que segmentos identifica oportu- capacidade de atender pedidos mais es-
distrito de Leiria? nidades para a indústria de plásticos? pecíficos, resultado também de muitos
São empresas mais especializadas e com Na embalagem alimentar, no sector au- despedimentos que foram feitos na in-
mais poderio económico. A proximidade tomóvel e em peças técnicas para a in- dústria. Em Leiria há muita inovação no
à indústria de moldes obrigou-as a reagir dústria. Já a construção está parada, plástico técnico para a indústria auto-
e a entrar em novos segmentos. Existe portanto as empresas de tubos e isola- móvel, e em pequenas peças que estão
muita interajuda entre moldes e plásticos mento que estavam completamente a fazer com muita qualidade.

26 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 15:38 Página 27

Abstract
A step ahead of the global competition
The Portuguese moulds industry has stood out from the Turkey and Slovakia, China and Malaysia, though Asia is losing
international competition due to the offer of competitive competitiveness in relative terms due to the devaluation of the
solutions with high added value, which results from the euro.
investment in innovation, state-of-the-art technology and The strengths of these companies are their clear strategy, a
corporate cooperation with clients, suppliers and knowledge balanced financial position, quality, flexibility, stable production
centres. But some weaknesses do exist, such as the need to and high productivity levels, in addition to their location in a
attract and hold on to young and qualified workers, and to region that allows partnerships to be formed in each different
advance beyond the excessive dependence on the automotive stage of the process.
and the exports which are concentrated on just a few European In this case also, the main challenge is human resources – whose
countries. Companies are also faced with the powerful bargaining qualifications have to be improved – as well as problems that
position of clients and suppliers, and lengthening payment terms, exist across-the-board, such as costs with power and direct and
which require considerable financial manoeuvres. indirect taxes, not to mention rigid employment legislation.
With regard to technical plastics, the most relevant segment in The strategy involves increasing technological capacity, added
the plastics sector in the district of Leiria, most of the competition value and diversification, both in terms of clients and fields of
is from countries such as Poland, the Czech Republic, Hungary, activity.

PUBLICIDADE

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 27


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:09 Página 28
Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:10 Página 29
Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:10 Página 30

RICA<RDO GRAÇA
Moldes e plásticos conquistam
clientes de renome
Notoriedade Porsche, Mercedes, BMW, McLaren, Bosch, Philips e Samsonite
são algumas das marcas que reconhecem a qualidade do cluster de moldes e
plásticos da região. Reputação internacional
que em 2005 decidiu introduzir também de moldes e ferramentas de apoio à sua
Célia Marques
soluções ligadas às peças plásticas «para produção, com o envolvimento de va-
ccamarques@hotmail.com
dar resposta a alguns clientes que soli- lências complementares de várias em-
 As empresas de moldes e plásticos citavam soluções integradas», recorda presas do Grupo.
(sobretudo plástico técnico) da região Luís Febra, presidente do agora Grupo A conquista de clientes de grande ní-
de Leiria alcançaram um nível de com- Socem. vel de exigência em muito se deve a
petitividade que lhes permite fornecer Modelos como o Q5 e o Q3 da Audi, ou uma reputação construída ao longo
exigentes marcas de topo a nível mun- mesmo o modelo Aventator da Lam- dos anos e assente em factores como
dial. borghini, têm no seu interior produtos «disciplina, rigor, inovação contínua e
Porsche, Audi, Mercedes, BMW, nos quais o Grupo Socem teve «um orientação para soluções transversais»,
McLaren, Volkswagen, Rover, Lam- enorme impute», desde desenvolvi- que permitem ao Grupo Socem ser en-
borghini e Bosch, são alguns dos clien- mento de produto, passando pelo de- carado como um «parceiro estratégico»
tes da Socem, uma empresa de moldes senvolvimento de protótipos, produção para algumas daquelas empresas. Luís

30 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21-09-2015 13:00 Página 31

RICA<RDO GRAÇA

Febra garante que passa muito pela Brasil, da DelphiI, do Grupo Bosch e do mar à «energia, empreendedorismo e
«antecipação contínua» das necessi- Grupo Volkswagen», recorda Joaquim muito trabalho dos empresários e téc-
dades dos clientes e por procurar estar Menezes, presidente do Conselho de nicos portugueses que, em concertação
onde eles precisam. Administração do Grupo Iberomoldes. entre si, com a CEFAMOL e com as ins-
Claro que o facto de actuar na área Mas como se consegue um nível de tituições que precederam a AICEP sou-
dos moldes e dos plásticos ajuda, mas competitividade capaz de conquistar a beram aproveitar, desde cedo, a opor-
mais importante que isso é uma «visão confiança destas marcas? Com factores tunidade singular da exportação»,
orientada para soluções, sejam elas de como «agilidade, flexibilidade e acom- acrescenta.
engenharia, prototipagem, produção de panhamento da tecnologia para satis- O facto de actuar na área dos moldes
moldes, ou mesmo plásticos». Segun- fazer os clientes mais exigentes, que re- e plásticos também ajuda. Para além das
do Luís Febra, o que os mercados pro- petem e desenvolvem os seus projectos oportunidades e sinergias inerentes
curam hoje é um envolvimento maior connosco», adianta o responsável. A so- aos dois sectores, permite desenvolver
do fornecedor, quer em soluções téc- >>>
nicas, quer na partilha de risco no pró- PUBLICIDADE

prio negócio. «Cada vez mais os clien-


tes procuram competências de elevado
nível, técnico, de negócio, de mercado
e até na busca de soluções financeiras.
Os nossos clientes pedem-nos hoje
para os acompanhar em todas as fases
do seu negócio», explica o responsável.
Outro exemplo de fornecimento de
soluções globais a marcas de prestígio
e elevado nível de exigência está pa-
tente no Grupo Iberomoldes, que pres-
ta serviços e soluções integradas de en-
genharia de produto, moldes e produ-
ção de componentes para automóveis.
Marcas como a Plasson e Samsonite
são suas clientes permanentes desde o
início da década de 80. Já na última dé-
cada, o Grupo tem colaborado com as
principais empresas do sector auto-
móvel, como a Ford, Volkswagen, Audi,
BMW, McLaren e Bentley.
O caso das malas rígidas da Samso-
nite é, desde 1983, o caso mais conhe-
cido. A somar, também nos anos 80,
aos emblemáticos casos dos aspirado-
res e outros pequenos electrodomésti-
cos que o Grupo Iberomoldes desen-
volveu com a Philips, Electrolux e Ro-
wenta.
«A nossa parceria com a Hasbro, a
maior empresa de brinquedos mundial,
foi também um passo importante na
realização da nossa estratégia integra-
da. Com a Iber-Oleff [empresa de in-
jecção de plástico técnico do Grupo Ibe-
romoldes] são muitos os casos de su-
cesso na indústria automóvel e com di-
versas marcas de topo, que lhe têm va-
lido o reconhecimento através de pré-
mios e a nomeação como fornecedor
preferencial por parte da Honda no

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 31


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:11 Página 32

RICARDO GRAÇA
competências de forma muito mais
sustentada. «Essa concepção sempre
esteve nas nossas intenções: de-
senvolver um grupo de pequenas e
médias empresas que, no seu todo,
oferecessem soluções diversifica-
das especializadas, completas e in-
tegradas, desde a concepção e de-
sign, engenharia e prototipagem,
moldes e ferramentas de apoio à
produção, produção de componen-
tes e produtos finais», justifica.
Tudo somado, em causa estão
perto de 90 milhões de euros de fac-
turação e uma exportação directa e Rui Tocha | Director-Geral
indirecta acima dos 95%, sobretudo
para mercados como a Bélgica, Ale-
da POOL-NET - ENGINEERING & TOOLING CLUSTER
manha, Espanha, Hungria, França e
Suécia. “Os clientes valorizam
soluções chave-na-mão”
«Penso que os clientes da indústria
nos reelegem de forma continuada
como fornecedores porque temo-
nos mantido competitivos na relação
de preço-qualidade-serviço. Regis-
tam ainda a nossa modernidade de T Quais os factores de competitividade dos ções chave-na-mão, que é o que os clientes
condições de trabalho, processos e sectores de moldes e plásticos da região a globais valorizam cada vez mais.
tecnologias, acompanhando o au- nível internacional que estão na origem da Pode apontar exemplos de projectos rele-
mento de exigência das suas espe- conquista de clientes internacionais de re- vantes desenvolvidos por empresas da re-
cificações técnicas, bem como a res- nome, nomeadamente em áreas tão exi- gião para marcas importantes?
posta ágil às suas solicitações. A gentes como a automóvel, médica, ou ae- É muito frequente encontrarmos produtos
grande abertura a outras culturas, fa- ronáutica? conhecidos que tenham recorrido a moldes
lando e comunicando de forma se- Eu diria que o domínio de línguas estran- portugueses, ou que tenham sido injecta-
gura em muitas línguas, e a forma geiras, em particular do inglês, é um dos dos em Portugal. Basta ter em conta que to-
afável com que os tratamos é tam- principais factores de competitividade das das as marcas de automóveis, electrodo-
bém frequentemente referida», con- nossas empresas. Destaco ainda as com- mésticos, electrónica, etc, compram mol-
clui Joaquim Menezes. petências técnicas, o conhecimento espe- des em Portugal e industrializam os seus
cializado, a capacidade de networking, a produtos com componentes e ferramentas
qualidade da oferta, o domínio tecnológi- nacionais.
co, a aposta permanente na inovação e a Existem vários produtos premiados, como
persistência em trabalhar bem os mercados desfibrilhadores, jantes de automóvel, pro-
onde se quer posicionar. No mercado glo- tótipos de aviões, automóveis e de com-
bal, é fundamental que as empresas se con- boios, peças de “alta-costura”, corta relvas,
sigam inserir nas cadeias de valor dos embalagens. A generalidade das nossas
O caso das malas rígidas da clientes, tenham um posicionamento con- empresas integra a cadeia de valor e de for-
sistente, diferenciado e competitivo, po- necimento de clientes globais, pelo que mui-
Samsonite é, desde 1983, o tenciando o reforço do capital confiança tas estão no centro do sucesso de muitos dos
mais conhecido. com os seus clientes, assumindo parcerias produtos que conhecemos. No entanto,
A somar a outros de longo prazo robustas. nem sempre isso pode ser divulgado, face
O facto de algumas empresas actuarem em à dimensão dos clientes, ao poder de certos
pequenos simultâneo na área dos moldes e plásticos, países, ou a contractos de confidencialida-
electrodomésticos que o e de a região ser forte em ambos sectores, de que são assinados. Esta realidade tem
Grupo Iberomoldes ajudou nessa conquista? vindo a ser testemunhada e comentada, es-
Naturalmente que sim, e esse tem sido um pecialmente por jornalistas estrageiros que
desenvolveu com a Philips, processo de reforço de actuação na cadeia visitam as nossas empresas e se deparam
Electrolux e Rowenta de valor dos clientes, fornecendo solu- com esta evidência.

32 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:11 Página 33
Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:12 Página 34

Palavras de quem compra


Aqui ficam testemunhos de multinacionais que têm as empresas de moldes e plásticos da região como seus
fornecedores de eleição. Fomos saber porquê.

Pretendem dar continuidade a esta correcção, ou alteração da ferramenta,


relação comercial? durante a sua vida. É dese-jável que sejam
VÍTOR LOURENÇO Sim, para longos anos. Temos previsto executadas pelo moldista que fabricou a
Gestor de Compras investir em Portugal, no aumento de ferramenta e os tempos curtos para estas
na Eugster Frismag instalações e equipamentos para dar intervenções nem sempre permitem o
resposta aos projectos que pensamos retorno do molde à casa que o construiu.
fazer nos próximos anos. Estamos à Outra vantagem é que a quali-dade das
“Fornecedores espera da decisão de um grande cliente ferramentas, escolhendo os parceiros
internacional para avançar nesse sentido. certos, é uma garantia para o comprador. O
da Marinha Grande mesmo se aplica a outros moldistas
têm qualidade estrangeiros, mas o processo de selecção
de nível mundial” estará facilitado em Portugal.
FERNANDO RAMOS Sempre compraram moldes na região de
Director do Departamento Técnico Leiria ou começaram por comprar a
São clientes de moldes e plásticos na da Huf Portuguesa* empresas de outros países?
região de Leiria/Marinha Grande. A que se Como multinacional que somos,
destinam os moldes e peças que inicialmente a responsabilidade de definição
compram? «A diferença e aquisição dos meios produtivos não estava
À montagem de pequenos electrodo- na Huf-P. Foi sendo transferida e abraçada
mésticos, como máquinas de café e
de preço dilui-se» de bom grado ao longo do tempo e hoje a
sistemas de passar a ferro, para marcas grande maioria das ferramentas necessárias
como a Bosch, Siemens, Krups, Nespresso, Porque escolhem fornecedores à actividade da Huf são definidas e
que nos subcontratam. Para algumas portugueses de moldes, nomeadamente contratadas pela Huf-P. Inicialmente todas
fornecemos o produto acabado, para da região de Leiria/Marinha Grande? O as nossas ferramentas tinham proveniência
outras partes do produto. Também que os distingue da concorrência? na Alemanha e em Espanha. Houve uma
fornecemos subconjuntos para a nossa A selecção e contratação de fabricantes de tentativa, na altura, de contratar em Portugal
casa mãe na Suíça. moldes em Portugal, e em particular na mas o processo não correu da melhor forma.
Sempre compraram moldes na região? O zona de Leiria/Marinha Grande, prende-se Em todos os lados existem boas e más
que os distingue da concorrência, com o facto de ser reconhecido a este empresas e Portugal não é excepção. Hoje
sobretudo a nível internacional? cluster, de uma maneira geral, a qualidade compramos bastantes ferramentas
No início recebíamos projectos das soluções e ferramentas que fabrica. localmente mas continuamos a comprar na
transferidos da casa mãe, pelo que já Reconheço vantagens como o facto de a nossa empresa do grupo Huf-Tools na
vinham com os moldes associados. Mas a diferença de preço de aquisição da Alemanha e na China
partir de 2006 começámos a comprar em ferramenta – mais cara em Portugal face à Têm intenção de dar continuidade a esta
Portugal e hoje 99% dos projectos são China, onde também compramos a uma relação comercial com empresas de moldes
feitos com moldes da região de Leiria/ empresa do grupo aí sediada – se diluir da região de Leiria? Porquê?
Marinha Grande. Sobretudo devido ao com os custos de transporte, direitos Sim, vamos continuar as boas parcerias que
prazo de entrega, que é muito impor- alfandegários e pré-series que são temos e não estamos fechados a novas.
tante, e à proximidade dos fornecedores, necessárias fazer antes da recepção da Cabe a todos o esforço para a manutenção
porque facilita a manutenção, ou alguma ferramenta. Depois, a fase de correcção das desse interesse mútuo de continuidade das
alteração que se consegue de um dia para ferramentas até à homologação final é relações comerciais. Devemos dar especial
o outro. Trabalhamos com os bons mais fácil de gerir e acompanhar. Um atenção não só a qualidade perceptível nas
fornecedores da Marinha Grande, e aspecto importante é o facto de os testes de ferramentas, mas também à necessária
portanto com qualidade de nível mundial. molde poderem ser facilmente executados competitividade do custo e tempo de
Posso dizer que devido a esse nível em condições de processo de série, o que é execução, bem como a qualidade de serviço
acabamos por mandar fazer também em bastante mais difícil de conseguir com na assistência ao longo da vida das
Portugal moldes para projectos que são moldes fabricados no estrangeiro. Uma ferramentas.
*Fábrica de componente para automóveis,
feitos na casa-mãe, na Suíça. enorme vantagem é a maior facilidade de como chaves e fechaduras

34 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 11:12 Página 35

melhores ideias para o design dos bom nível de segurança e bons


GABRIEL MAGNEZ moldes e com isso tornam-se serviços.
Representa uma das maiores competitivos em relação aos Tenciona dar continuidade a esta
multinacionais de fabrico de fabricantes de moldes chineses. Os relação comercial com empresas de
componentes para a indústria fabricantes de moldes portugueses moldes da região de Leiria/Marinha
automóvel da Europa** também reduziram a diferença de Grande?
cotação relativamente à China, porque Sim, claro, pelos seguintes motivos:
utilizam soluções pertinentes, com melhor qualidade face aos fabricantes
“Têm melhores ideias bom know-how e sem qualquer risco de moldes chineses e da Europa
durante o ciclo de vida do molde. Em oriental devido a um bom know-how;
para o design dos moldes” terceiro lugar, temos melhores nível de preços competitivo; bons
serviços em Portugal do que noutros investimentos em bons
Porque escolhem fornecedores de fabricantes de moldes europeus, ou equipamentos; estratégia win/win e
plásticos e moldes da região de chineses. É uma relação win/win. elevado nível de confiança. Têm
Leiria/Marinha Grande? O que os Sempre compraram moldes e também boas soluções para os testes
distingue da concorrência? plásticos a empresas portuguesas? de injecção, com máquinas e robôs
Primeiro que tudo, é muito fácil vir à Iniciámos a actividade em 1986 e "europeus". Com estes equipamentos
Marinha Grande. Demora quatro começámos a comprar a Portugal em podemos gerir o teste de injecção com
horas a partir de Paris, com voo e 1990, se bem me lembro. Também a mesma abordagem que fazemos na
viagem de carro. Depois, o facto de compramos na China, como disse, nossa linha de produção, poupando
terem um bom know-how em moldes mas moldes mais simples, porque o tempo durante o processo de
de pequena e média dimensão (até 25 nível de qualidade não é o mesmo. Em industrialização.
toneladas) e boas soluções de termos de longevidade da produção é
engenharia. Para ser sincero, têm melhor comprar em Portugal, com um **não pretende que a empresa seja identificada

PUBLICIDADE

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 35


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 15:51 Página 36

Abstract
Cluster obtains renowned clients
Moulds and plastics (mainly technical plastics) companies in Clients in these industries have revealed that they are highly
the region of Leiria are competitive enough to operate as satisfied and mention key factors such as their geographical
supplier of demanding top-tier brands worldwide. Such as? proximity, excellent know-how regarding small moulds,
Porsche, Audi, Mercedes, BMW, MacLaren, Honda, good price/quality ratio, excellent service, investment in
Volkswagen, Rover, Lamborgini, Ford, Bentley, Bosch, good equipment and state-of-the-art technology, as well as
Philips, Electrolux, Rowenta, Plasson and Samsonite. high confidence levels. And they do not hesitate to say that
The internationally reputation of this cluster was built up these business relationships will certainly remain in effect
through discipline, rigour, non-stop innovation, agility, and may even be expanded.
flexibility, quality and networking capabilities as well as
being geared towards wide-ranging solutions, whether
engineering, prototypes, mould production, or even plastics,
always foreseeing the needs of clients. A good command of
foreign languages was also one of the main factors of
competitiveness.

PUBLICIDADE

36 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_1_37_novo:Layout 1 21/09/2015 14:58 Página 37
Revista Moldes e Plásticos_2015_38_a_51:Layout 1 21/09/2015 15:55 Página 38

RICARDO GRAÇA

Investimentos constantes
para estar na vanguarda
do mercado
Tecnologia Num mercado cada vez mais exigente e global, as empresas de
moldes e plásticos vêem-se na necessidade de investir constantemente em
novas tecnologias e processos inovadores, para melhorarem a sua
produtividade e continuarem a ser competitivas. No futuro, a evolução
tecnológica determinará o modelo de negócio e a competitividade,
prevêem os empresários do sector, que destacam ainda a importância de
dispor de recursos humanos cada vez mais qualificados, pelo que a ligação
ao ensino assume um papel fundamental

38 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_38_a_51:Layout 1 21/09/2015 11:39 Página 39

PUBLICIDADE
Raquel de Sousa Silva
raquel.silva@jornaldeleiria.pt

T Na indústria de moldes a tecnologia está


em evolução constante e rapidamente fica
desactualizada, obrigando as empresas a es-
tarem muito atentas às novidades e a investir
regularmente para se manterem competi-
tivas, assumindo a vanguarda do mercado.
A GLN está a investir 13 milhões de euros em
nova tecnologia. O projecto foi alvo de can-
didaturas no âmbito do Portugal 2020 e do
Horizonte 2020 e já recebeu luz verde, mas
avançaria mesmo que não tivesse apoios, re-
vela Duarte Champalimaud. “Sabemos que
temos de ter equipamentos de topo para
vender produtos de topo”, afirma o CEO do
grupo da Maceira, Leiria.
O projecto contempla a aquisição de 11
máquinas de fabrico de moldes, a maioria
das quais já estão instaladas, todas “o últi-
mo grito” em termos de tecnologia. “Em re-
lação a duas delas, só há mais cinco iguais
na Europa, o que demonstra o nosso nível
de sofisticação”, diz o gestor, explicando que
uma das máquinas trabalha com um micron
(um milímetro dividido por mil) de precisão.
“Ao fim de 24 horas a trabalhar sem parar,
tem uma tolerância máxima de um micron”,
explana Duarte Champalimaud.
A
Qual a importância destes investimen-
tos? Permitem à empresa manter-se na van-
guarda, produzir de forma mais eficiente e
ser muito mais competitiva. “Temos de fa-
zer o nosso caminho respondendo às ne-
cessidades do cliente com inovação, tec-
nologia e qualidade do serviço”, afirma o
gestor, para quem a indústria nacional só
pode concorrer pela diferenciação, e não
pelo volume, até porque tem “conheci-
mentos técnicos elevadíssimos” e recursos
humanos que falam vários idiomas.
Fernando Vicente, sócio-gerente da So-
mema, empresa da Marinha Grande que
está a investir seis milhões de euros numa
nova unidade produtiva para fabricar mol-
des de grandes dimensões, refere que as
empresas têm de responder às exigências
do mercado se não quiserem ficar pelo ca-
minho. “Claro que os equipamentos são
cada vez mais inovadores, tecnologica-
mente mais sofisticados, porque os pro-
dutos que surgem no mercado também o
são”, diz o responsável desta empresa que
trabalha para a indústria automóvel.
>>>

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 39


Revista Moldes e Plásticos_2015_38_a_51:Layout 1 21/09/2015 11:40 Página 40

RICARDO GRAÇA
a chave do sucesso da empresa, que actua
no mercado global. “Concorremos com
chineses, por exemplo, que têm equipa-
mentos e tecnologia de topo, ao contrário
do que se possa pensar. Temos de compe-
tir pelo preço, porque o mercado assim o
exige. Um dos principais factores é o preço,
mas também os prazos de entrega. Preci-
samos de produzir rápido e de forma eco-
nómica. E com qualidade, naturalmente.
Com tecnologia mais avançada consegui-
mos produzir mais e de forma mais eco-
nómica”, explica.
O gestor diz que um dos principais de-
safios é a produtividade. “É preciso me-
lhorá-la para sermos mais competitivos. Isso
consegue-se com melhores equipamentos,
melhores tecnologias”. Mas para rentabili-
zar estes equipamentos é preciso ter pessoas
com formação. “Nem sempre é fácil en-
contrá-las, mas consegue-se. Depois há
que complementar os seus conhecimentos
com formação específica”, diz Martins Fer-
reira, adiantando que a Intermolde emprega
22 pessoas formadas em engenharia.
A Moldegama, no concelho de Alcobaça,
viu recentemente aprovada a candidatura
de apoio para um investimento de 3,1 mi-
lhões de euros, que vai permitir aumentar
as exportações e gerar um maior volume de
negócios, para que a taxa média anual de
crescimento da empresa fique acima dos
dois dígitos. “O investimento vai intensifi-
car a trajectória de inovação, suportada por
uma também maior capacidade produtiva
instalada. Tal intensificação trará ganhos de
competitividade expressivos, aproximan-
do a Moldegama ainda mais dos elos mais

3,1
a montante da cadeia de valor do seu clien-
Também na Marinha Grande, a Inter- te mais importante”, explica o administra-
molde, que produz moldes para vidro de dor Gonçalo Cordeiro.
embalagem, está a investir 3,3 milhões de Os moldes “são um sector de investi-
euros na introdução de novas tecnologias mento e formação contínua”, destaca Joa-
que trazem inovação ao processo produti- milhões de euros é o montante que a quim Menezes, lembrando que as empre-
vo. Este projecto irá desenvolver-se durante Moldegama, de Alcobaça, vai investir sas que não o fizeram “ou desapareceram
o resto deste ano e ao longo do próximo. O para “intensificar a trajectória de ou passam um mau bocado”. Assente ini-
resultado será uma maior produtividade e, inovação”, o que permitirá “ganhos cialmente na produção de moldes, o sector
“acima de tudo”, maior qualidade, expli- de competitividade expressivos, é hoje “muito mais do que isso”, envol-
cam Martins Ferreira, Jorge e Ricardo Fer- aproximando a Moldegama ainda vendo “múltiplas e cada vez mais comple-
reira. Serão beneficiadas com o investi- mais dos elos mais a montante da xas competências de saber e, principal-
mento a Intermolde e a Vidrimolde, que fa- cadeia de valor do seu cliente mais mente, de saber-fazer”, afirma o adminis-
brica moldes para vidro de cristalaria semi- importante” trador do Grupo Iberomoldes, sediado na
automática e manual. Marinha Grande.
Ricardo Ferreira refere que a aposta “Desde a concepção até à produção de
constante em novos investimentos tem sido componentes e produtos finais, as empre-

40 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_38_a_51:Layout 1 21-09-2015 10:31 Página 41

13
sas têm vindo a desenvolver-se e a apro- João Faustino, administrador da TJ Mol-
veitar as oportunidades que o mercado lhes des, também na cidade vidreira, diz que os
tem vindo a proporcionar. As competências investimentos regulares são “fundamen-
que derivam da produção de moldes con- tais” para que as empresas se mantenham
tinuam a ser o elemento fulcral da cadeia de milhões de euros é quanto a GLN, de actualizadas tecnologicamente, aumen-
valor que muitas empresas do sector têm sa- Leiria, está a investir em novas tem a sua produtividade e competitivida-
bido aproveitar e desenvolver e que lhes im- tecnologias. O projecto, que vai de, permitindo-lhes posicionar-se na cadeia
põem um permanente esforço de investi- receber incentivos do Portugal 2020, de valor.
mento nessas áreas: processos, tecnologia, contempla a aquisição de 11 novas Rui Tocha refere que os sectores indus-
formação especializada, investigação apli- máquinas topo de gama triais que integram o cluster Engineering &
cada, monitorização das tecnologias emer- Tooling “têm no investimento permanen-
gentes e tendências nos diversos mercados te em tecnologias um factor de grande di-
que serve”, explana o empresário, também puzzle de serviços ao mercado, cada vez ferenciação competitiva”. “A introdução de
presidente do Centro Tecnológico da In- mais integrados”, diz Joaquim Menezes. tecnologias diferenciadoras, por vezes
dústria de Moldes, Ferramentas Especiais Guida Figueiredo, administradora da consideradas de fronteira tecnológica”
e Plástico (Centimfe). Carfi, empresa de plásticos e moldes da Ma- impõem, grandes riscos para os empreen-
“Por tudo isto, é essencial o investimen- rinha Grande, afirma que a importância de dedores audazes, e normalmente implicam
to nas pessoas. As empresas precisam de uma aposta constante no investimento em tempos de retorno dos investimentos bas-
pessoas bem formadas, dinâmicas e aber- tecnologia, investigação, formação e alar- tante latos”, adianta o director--geral da
tas a novos conhecimentos, abertas a cons- gamento de instalações “reside na compe- Pool-Net.
tante reaprendizagem e reinvenção, devi- titividade”, já que “acrescentar valor ao que “O investimento tem um papel funda-
do aos constantes desafios impostos pela oferecemos é um factor diferenciador que mental. Os processos de fabrico indus-
modernidade e competitividade do nosso permite ganhar e manter clientes”. triais têm vindo a ser sistematicamente me-
>>>
PUBLICIDADE

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 41


Revista Moldes e Plásticos_2015_38_a_51:Layout 1 21-09-2015 10:32 Página 42

RICARDO GRAÇA

lhorados pela introdução de novas tecno- mento da Ásia para a Europa e que as em- pagem Rápida) foi das primeiras a “acordar
logias e nomeadamente pelas vantagens presas europeias sejam mais competitivas para estas tecnologias, disponibilizando--
que o desenvolvimento do cálculo com- nos mercados fora da zona euro”. Por ou- as para o conjunto alargado e diferenciado
putacional”, aponta por sua vez Pedro Co- tro lado, “os baixos níveis das taxas de juro, das empresas nacionais”.
laço. O responsável da KLC, empresa da Ma- aliados com os apoios comunitários, são fac- O presidente deste centro tecnológico
rinha Grande que produz componentes tores acrescidos e promotores dos investi- lembra que estando esta tecnologia “cada
para a indústria automóvel, adianta que ac- mentos de hoje, potenciadores do empre- vez mais desenvolvida e integrada”, irá
tualmente “as máquinas são muito mais rá- go de amanhã”. “sem dúvida introduzir algumas mudanças
pidas, energeticamente mais eficientes e na forma de fazer os moldes e terá in-
produzem melhor qualidade. Tudo isto são Impressão 3D: de ferramenta fluência na reorganização do negócio”.
vantagens competitivas a ter em linha de de apoio à concepção Joaquim Menezes diz que se até há relati-
conta quando orçamentamos e estamos a a sofisticado processo de fabrico vamente pouco tempo (cinco a dez anos) a
competir internacionalmente. Acresce a isto Aos sectores dos moldes e plásticos tem es- impressão 3D/prototipagem rápida estava
o facto de o mercado ter uma grande ape- tado associado um desenvolvimento tec- mais ligada às fases da concepção e desen-
tência por inovação nos produtos, e isto nológico rápido e constante. No futuro volvimento de engenharia, “hoje é cada vez
muitas vezes só é possível com tecnologias não deverá ser diferente e as empresas te- mais um sofisticado processo de fabrico”,
recentes no mercado”. rão de estar preparadas para responder às usado tanto para protótipos simples em di-
Jorge Santos lembra que, “por norma, só mudanças esperadas, resultado da evolu- versos materiais plásticos (polímeros) como
investem as empresas que perspectivam o ção das tecnologias existentes e da disse- em peças e componentes de utilização fi-
desenvolvimento dos negócios”, pelo que minação de novas. nal em “sofisticados e resistentes políme-
esses investimentos “são um indicador Mais conhecida como prototipagem rá- ros e metais, nomeadamente componentes
de que existem expectativas positivas pida até há uns anos, a impressão 3D é uma para moldes”.
quanto ao futuro”. O director-geral da Vi- delas. Esta tecnologia, que “se começa a afir- Face a este desenvolvimento, “impõe--
pex, empresa da Marinha Grande que se de- mar como mais um processo para a pro- se” por parte da indústria de moldes e
dica ao desenvolvimento e industrialização dução de moldes”, tem vindo a ser acom- plásticos uma “íntima monitorização da
de produtos em plástico, diz que além da panhada com muito interesse pelo sector, evolução do estado a arte”, tentando ante-
“dinâmica e proactividade deste e de ou- diz Joaquim Menezes. Pela mão do Cen- cipar o momento em que esta tecnologia
tros sectores, a desvalorização do euro timfe e de outros parceiros nacionais e in- terá a “adequada maturação” para poder ser
tem proporcionado que muitos dos clien- ternacionais, a indústria “bem cedo” (em “eleita como mais um processo, mais inte-
tes transfiram as suas fontes de forneci- 1998, com a Rede Nacional de de Prototi- grado, para a produção de moldes”.
>>>

42 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_38_a_51:Layout 1 21-09-2015 10:34 Página 43
Revista Moldes e Plásticos_2015_38_a_51:Layout 1 21-09-2015 10:34 Página 44

DANIELA FRANCO SOUSA

Evolução da impressão 3D
irá minimizar erro na fase
de desenvolvimento dos
produtos e acelerar
processo de inovação
Guida Figueiredo,
administradora da Carfi

Os equipamentos de impressão 3D “são ximo. Em toda esta evolução, importa es- produtos”. No futuro, quando a tecnologia
muito caros” e exigem “conhecimentos tar atento aos conceitos e desafios das fá- “estiver mais aperfeiçoada”, o nível de
mais especializados e competências novas”, bricas do futuro, onde a integração dos pro- acabamento possível, a rapidez e a possi-
frisa o empresário, considerando que se cessos produtivos através de sistemas avan- bilidade de injectar vários materiais, “farão
“impõe um novo exercício de ponderação çados virtuais (fabricação digital versus do 3D um possível substituto de moldes e
quanto à real (actual) eficácia/eficiência na fabricação real – TICs), será determinante e peças”, diz. Nas grandes séries, contudo,
produção, face aos desafios da competiti- colocará novos desafios (ao nível da segu- “não será possível”. Por isso, “esta tecno-
vidade de preços que grassa no mercado rança, dos custos de investimento, das logia não vai tirar trabalho aos moldes ou
global, e a real eficácia/eficiência na pro- responsabilidades, dos acessos a platafor- plásticos”, considera o dirigente.
dução, para não falar na própria abertura mas globais de negócios), com conse- Com a evolução da impressão 3D, no fu-
dos clientes à utilização destas tecnologias quências nos novos modelos de negócios e turo poder-se-ão esperar mudanças como
e a inerente pedagogia que implicam, em na competitividade futura das organiza- a impressão em multimateriais e mistura de
novos conceitos de projecto e também a ní- ções”, frisa Rui Tocha. cores. Também a impressão de ligas metá-
vel da qualidade final percepcionada”. Pedro Colaço entende que a impressão 3D licas, vidro, carbono. E melhor resolução na
Rui Tocha, que também é director-geral “veio trazer a prototipagem rápida para cus- impressão. “Todas estas mudanças mini-
do Centimfe, explica por sua vez que, “não tos bastante mais baixos”, o que ajudará na mizam o erro na fase de desenvolvimento
sendo novas”, tecnologias como o 3D prin- concepção de novos produtos por parte de de um produto e aceleram o processo de
ting (isto é, tecnologias aditivas ou tecnolo- “inventores a quem antes seria impensável inovação”, aponta por sua vez Guida Fi-
gias de prototipagem rápida), a maquinação ver materializadas as suas ideias através das gueiredo, administradora da Carfi, empre-
a alta velocidade, as células de produção, a tecnologias de laser”. Como os materiais sa que actua nos sectores dos moldes e plás-
micro-fabricação, as tecnologias de in- usados nestas impressoras têm uma base ticos, com um serviço integrado que vai des-
mould (painting, assembling, decoration), polimérica, é mais provável que estes pro- de a Investigação & Desenvolvimento à pro-
bem como as tecnologias CAD/CAM/CAE, dutos se venham a industrializar através dos dução em série.
“têm evoluído de forma muito significativa, moldes e plásticos. “Com a constante evolução tecnológica,
tornando-se mais robustas e competitivas, Também Jorge Santos se tem questio- a indústria dos moldes vai-se cada vez
e têm permitido confirmar a competitivi- nado sobre que mudanças se poderão es- mais aproximar da indústria em série, pois
dade das empresas portuguesas” do cluster perar no futuro devido à impressão 3D, para o produto final produzido pelos moldes é
Engineering & Tooling. “perceber o nível de oportunidade que cada vez menos sujeito a alterações”, até
“Ao nível dos processos de moldação, a pode representar” para a actividade da Vi- porque tecnologias como a impressão 3D,
exploração de novos materiais (nomeada- pex. “Pode mudar o paradigma do nosso por exemplo, permitem “fazer um desen-
mente os mais amigos do ambiente) e de negócio”. volvimento de produto de uma maneira
equipamentos mais eficientes energetica- Voltando aos moldes, João Faustino, muito eficaz”, refere Gonçalo Cordeiro,
mente e a automatização dos processos que também preside à associação Cefamol, para quem a impressão 3D vai, a curto
continuarão a ser uma obrigação de evo- acredita que a impressão 3D “vai ter um pa- prazo, “diminuir a prototipagem conven-
lução para a sustentabilidade no futuro pró- pel fundamental nas pequenas séries de cional para pequenas séries”.

44 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_38_a_51:Layout 1 21/09/2015 12:51 Página 45
Revista Moldes e Plásticos_2015_38_a_51:Layout 1 21/09/2015 12:51 Página 46
Revista Moldes e Plásticos_2015_38_a_51:Layout 1 21/09/2015 12:52 Página 47
Revista Moldes e Plásticos_2015_38_a_51:Layout 1 21/09/2015 12:52 Página 48

RICARDO GRAÇA

Ligação ao sistema de ensino é cada vez mais importante

As tecnologias compram-se,
as pessoas marcam a diferença
vida de forma a que, desde muito cedo, se Desde a sua fundação que a Intermol-
Raquel de Sousa Silva
entenda a ligação do conhecimento teórica de “tem um foco especial” na área da In-
raquel.silva@jornaldeleiria.pt
à realidade do trabalho em fábrica”. vestigação e Desenvolvimento. Foi esta-
T Por mais e melhores equipamentos que O empresário acredita que começa a exis- belecendo parcerias com centros tecno-
as empresas de moldes e plásticos tenham, tir “mais preocupação com a empregabili- lógicos, como o Centimfe, e com a Uni-
eles “não servem para nada sem operado- dade e as universidades começam a estar versidade de Coimbra e o Instituto Poli-
res qualificados”. Pedro Colaço, responsá- mais próximas das empresas e vice-- técnico de Leiria. Para ultrapassar os pro-
vel pela KLC, empresa que fabrica compo- versa. Isto é altamente desejável e deve ser blemas e desafios apresentados pelos
nentes para a indústria automóvel, diz estimulado por todas as vias possíveis”. clientes, a empresa da Marinha Grande,
que “quanto mais se sobe na escada da Por outro lado, as universidades e politéc- que produz moldes para vidros, “recorre
complexidade tecnológica, mais impor- nicos “devem funcionar cada vez mais com frequência a investigadores dos mais
tante é a formação superior”. Por isso, “a li- como centros de investigação em colabo- diversos ramos científicos, que levam
gação ao ensino superior deve ser promo- ração com a indústria”. para a Intermolde novos métodos, tanto

48 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_38_a_51:Layout 1 21/09/2015 12:52 Página 49

a nível produtivo como organizacional”, ferença. As tecnologias compram-se”. volvimento das mesmas e dos seus estu-
explicam os responsáveis da empresa. João Faustino, presidente da Cefamol, as- dantes em projectos concretos”, refere
“O nosso sector, hoje reconhecidamen- sociação representativa do sector, afirma que Guida Figueiredo.
te um cluster integrado de competências do muitas vezes as universidades formam pes- “A inovação só se concretiza com a ven-
saber-fazer, é um excelente exemplo des- soas em cursos que lhes conferem uma base da da mesma e esta também serve para o
ta produtiva ligação, não só ao ensino su- de conhecimentos alargada, mas que não portefólio da instituição de ensino superior.
perior, mas ao ensino como um todo”, de- corresponde àquilo que as empresas preci- É, portanto, uma ligação mutuamente be-
fende Joaquim Menezes. O presidente do sam. Existindo uma maior ligação entre es- néfica”, acrescenta a administradora da Car-
Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, tas e o ensino superior, este fica a conhecer fi, empresa de plásticos e moldes. Por ou-
Ferramentas Especiais e Plásticos (Cen- as “reais necessidades” do tecido empre- tro lado, para os estudantes, a ligação en-
timfe) refere que a aposta começa nos sarial, o que lhe permitirá ajustar os pro- tre o tecido empresarial e o ensino superior
mais novos (através das actividades do gramas e as matérias a leccionar. “é uma porta de saída para um primeiro em-
programa Pense Indústria) e chega aos O empresário aponta um exemplo: ter con- prego”.
doutoramentos, nas universidades nacio- tacto, durante o curso, com programas de de- Jorge Santos, director-geral da Vipex, su-
nais e estrangeiras. senho 3D, usados pela indústria de moldes, blinha que “é fundamental que se criem
Isto porque “a ligação e o esforço das em- permite que um recém-licenciado que entra condições para que tenhamos ainda mais
presas para com as mais diversas institui- para uma empresa “possa mais facilmente pessoas qualificadas. Daí que a ligação
ções de formação e ensino é crucial para a tirar rendimento” do equipamento do que se com o ensino superior seja crítica”. O mes-
consistência do seu desenvolvimento e nunca tivesse lidado com ele. mo se aplica a outros níveis de ensino. “É
permanentes desafios na inovação, uso “Não podemos acrescentar valor sem necessário que a montante seja feita a ar-
de tecnologias emergentes e processos pessoas qualificadas. A importância de co- ticulação de programas entre o ensino se-
mais competitivos”, diz o dirigente e em- meçar processos de investigação em parceria cundário, o ensino profissional e o ensino
presário. “São as pessoas que fazem a di- com instituições do ensino superior é o en- superior, nas áreas das competências ne-
>>>

PUBLICIDADE

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 49


Revista Moldes e Plásticos_2015_38_a_51:Layout 1 21/09/2015 12:52 Página 50

cessárias às empresas, nomeadamente

PUBLICIDADE
nas funções directamente ligadas à ges-
tão, à produção e às que potenciem a
nossa capacidade de inovação”, explica
o empresário.
Opinião semelhante tem Carlos Silva, di-
rector do Cenfim. “Não há em Portugal uma
ligação entre sistema de ensino e empresas
tão forte como há noutros países. Não se
aplica isto ao Cenfim, que sempre mante-
ve uma estreita ligação ao tecido empresa-
rial. Só que as suas necessidades são tantas
que nem sempre conseguimos dar res-
posta. As pessoas que formamos estão to-
das a trabalhar”, diz. “A ligação ao ensino
superior é fundamental, mas também o é
a ligação a noutros níveis de ensino, para for-
mar quadros intermédios altamente espe-
cializados”, acrescenta o director deste
centro de formação.
Rui Tocha, por sua vez, lembra que no
mundo global em que vivemos a ligação en-
tre a indústria e o sistema científico e tec-
nológico “é, e será, cada vez mais determi-
nante para a diferenciação e competitivi-
dade das organizações, uma vez que o co-
nhecimento diferenciador é um factor ala-
vancador da competitividade”. O director-
geral do Centimfe considera que em Por-
tugal “se têm dado passos muito significa-
tivos de consolidação das relações entre es-
tas comunidades (científica e empresa-
rial), nomeadamente com a aposta que
tem sido feita na dinamização e promoção
de clusters (associações que congregam
empresas, universidades, centros de ino-
vação), centrados em acções de promoção
da cooperação, da inovação, da interna-
cionalização e do empreendedorismo”.
Gonçalo Cordeiro, administrador da Mol-
degama, no concelho de Alcobaça, diz que,
dentro da estratégia definida pela empre-
sa para os próximos anos, a ligação ao en-
sino superior é “essencial”, na medida em
que permite, “com menor custo, uma
maior objectividade e celeridade em pro-
jectos de I+D e paralelamente, dinamiza a
formação do futuro da engenharia em Por-
tugal, pois é dada formação em ambiente
fabril, adquirindo os formandos/estagiá-
rios/alunos experiência prática comple-
mentar aos conhecimentos da sua forma-
ção, potenciando a produtividade dos fu-
turos jovens engenheiros com muito menor
tempo de integração profissional”.

50 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_38_a_51:Layout 1 21/09/2015 15:40 Página 51

Abstract
Constant investment to remain at the forefront
of the market
In an increasingly more demanding and global market, moulds and competitiveness. 3D printing, for example, is beginning to gain
plastics companies are required to invest in new technologies and popularity as another process for the production of moulds and to
innovative processes on a constant basis in order to remain at the the extent it becomes more developed and integrated it will lead to
forefront of the market. This will be no different in the future and changes in the way moulds are made and will have an influence on
companies will need to be prepared to respond to the expected the restructuring of the business.
changes, a result of the development of existing technologies and the However, regardless of the amount and quality of equipment moulds
dissemination of others. and plastics companies possess, it will be of little use without
Several companies in the region are investing in cutting-edge qualified operators. The Engineering & Tooling cluster needs
equipment which enables them to introduce innovation to the personnel with a range of knowledge and skills. The technology is
production process, improve productivity and enhance quality. In available, but it is people that make the difference. As such, the link
this sector, failure to invest is sure to result in increased difficulties. In a between the corporate fabric and teaching and training institutions
worst case scenario, it may also mean the end of the company. plays an increasingly important role in enabling companies to
Entrepreneurs in the sector predict that technological evolution in respond to the constant challenges of innovation, the use of
the future will determine a company´s business model and emergent technologies and more competitive processes.

PUBLICIDADE

R I G O R , P R E C I S Ã O, P R O F I S S I O N A L I S M O E E X P E R I Ê N C I A
Há mais de 20 anos ao serviço da excelência

Em Outubro visite-nos nas


NOVAS INSTALAÇÕES

NOVAS TÉCNIC AS DE POLIMENTO ALTO BRILHO

Fracção A n.º 603 . Rua da Ind. Metalúrgica . Cumeira - Embra . 2430-528 MARINHA GRANDE
Tel.: 244 575 021 . Fax: 244 575 024 . E-mail: info@polialfaia.com

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 51


Revista Moldes e Plásticos_2015_52_a_65:Layout 1 21-09-2015 10:46 Página 52

RICARDO GRAÇA
Do molde ao produto final?
Caminho depende da
estratégia de cada empresa
Inovação Mais do que fabricar moldes, as empresas da região devem
avançar para o fabrico do produto final? Há quem entenda que tal é natural e
inevitável, mas também quem considere que não é fundamental. O
caminho a seguir dependerá sempre da estratégia de cada empresa que,
acima de tudo, tem de marcar a diferença naquela que for a sua aposta

52 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_52_a_65:Layout 1 21/09/2015 11:44 Página 53

PUBLICIDADE
RICARDO GRAÇA

Raquel de Sousa Silva


raquel.silva@jornaldeleiria.pt

 Muito se tem falado na importância de as


empresas de moldes avançarem na cadeia
de valor, passando de simples fabricantes
de moldes a fabricantes de produtos. “A
Marinha Grande tem de passar a ser vista
não como a indústria de moldes e plásticos,
mas como uma terra inovadora com ca-
pacidade de fazer produtos”, defendeu
Henrique Neto, ex-administrador do Gru-
po Iberomoldes, no fascículo sobre a his-
tória da indústria de moldes publicado pelo
JORNAL DE LEIRIA no ano passado. “Não
somos vistos como criadores de produtos.
É por aí que temos de ir”.
João Faustino, administrador da TJ Mol-
des, diz que a Marinha “já é conhecida
mundialmente como terra inovadora”. O
também presidente da Cefamol explica
que a região tem capacidade de produzir
moldes dos “mais complexos do mundo”,
concentra uma grande quantidade de for-
necedores e de fabricantes, que fazem in-
vestimentos constantes. Entende que o
alargamento da presença das empresas na
cadeia de valor, que tem vindo a acontecer
nos últimos anos, se fará ainda em “maior
escala” no futuro. Mas há um senão: “es-
tamos distantes dos consumidores dos
produtos e os custos de transporte oneram
o seu preço de tal forma que deixamos de
ser competitivos”.
Para Guida Figueiredo, “fazer produtos
é chegar cada vez mais perto do mercado
final. Algumas empresas deste ramo já o fa-
zem”. Mas, para a empresária, “mais im-
portante do que produtos são as marcas.
O mercado pede marcas fortes para que os
produtos se vendam e se destaquem. A
aposta de futuro para o País ( Marinha Gran-
de incluída) são as marcas, a exportação
dos produtos destas marcas e posterior in-
ternacionalização”. Há condições para
que, em maior escala, se alargue a presença
na cadeia de valor? “Essas condições estão
mais facilitadas para as empresas expor-
tadoras e/ou internacionalizadas, porque
são as que encontram melhor retorno no
investimento que é necessário para
acrescentar valor”, diz a administrado-
ra da Carfi, empresa de plásticos e mol-
des que desenvolve um serviço inte-
grado desde a investigação e desenvol-
>>>
Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 53
Revista Moldes e Plásticos_2015_52_a_65:Layout 1 21/09/2015 11:44 Página 54

daquilo que é a sua identidade. Se quiser

RICARDO GRAÇA
apostar no volume tenho de ter empresa
para isso, se quiser fazer moldes de alta qua-
lidade tenho de me especializar para estar
na vanguarda”, afirma Duarte Champali-
maud. Para o CEO da GLN, a injecção de
plástico é “uma forma de diversificar o ris-
co”. “Moldes e plásticos são negócios di-
ferentes, com filosofias diferentes e co-
nhecimentos técnicos diferentes. O pri-
meiro permite uma boa margem e atrai o
cliente da injecção de plásticos. Esta é um
negócio de cêntimos. Quanto maior for,
mas economias de escala se conseguem ob-
ter”, explica.
Rui Tocha, director-geral da Pool-Net,
lembra que “os factores de diferenciação
competitiva do mundo global não se cons-
troem por decreto, e as mensagens de
promoção das competitividade dos terri-
tórios, para serem credíveis, têm de ser ver-
dadeiras e entendíveis pelos mercados”.
Como “a dimensão do nosso País é de tal
forma reduzida no contexto mundial, e as
dinâmicas do comércio mundial se altera-
ram tão radicalmente (com crescente he-
gemonia dos mercados da Ásia, onde hoje
se centra já a maioria do comércio mun-
dial), para podermos afirmar as nossas
competências devemos apostar e promo-
ver aquilo que nos distingue e tem sido
crescentemente reconhecido pelos mer-
cados internacionais, a nossa cadeia de va-
lor disponível para industrializar com fia-
bilidade e eficiência produtos globais, des-
de o design ao produto final (One-stop-
Shop), que é exactamente aquilo que as em-
presas globais procuram”, sustenta.
vimento até à produção em série. Para Rui Tocha, que também é director-
A Plasitec, associada à Somema, faz geral do Centro Tecnológico da Indústria de
ensaios e pré-séries, “mas o objectivo a Moldes, Plásticos e Ferramentas Especiais
médio/longo prazo” é avançar para o fa- (Centimfe), a indústria deve “continuar a
brico de produtos. Fernando Vicente, só- Menos comuns, mas promover a fortíssima aposta na inovação,
cio-gerente, confirma que se trata de também existem, no know-how, na tecnologia e no desen-
uma estratégia de avanço na cadeia de volvimento de soluções chave-na-mão, e
valor. “Quanto mais valências as em-
encontramos empresas continuar a demonstrar uma realidade
presas tiverem, mais possibilidades te- que oferecem mesmo o que nem sempre é visível, de que as gran-
rão de satisfazer o cliente e de serem es- produto final ao mercado, des marcas mundiais aumentaram as suas
colhidas por ele”. escolhas de industrialização em Portugal,
Para competir num mercado cada vez
por si desenvolvido o que é a maior prova de valor e reconhe-
mais global e competitivo é fundamental e com a sua marca cimento da nossa oferta integrada.”
avançar na cadeia de valor? Fazer mais do Jorge Santos, Neste contexto, defende que a promoção
que produzir o molde? “Penso que não. da marca Engineering & Tooling from Por-
Fundamental é que a empresa seja sus-
director-geral da Vipex tugal “é uma aposta ganha e de futuro, pois
tentável e faça o melhor possível dentro reforça precisamente a amplitude e com-

54 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_52_a_65:Layout 1 21/09/2015 15:08 Página 55

petência da oferta portuguesa (e não ape- turalmente as empresas) conseguirá inte-


nas da Marinha Grande)”. Por outro lado, grar cada vez mais e melhores projectos in-
“Portugal deveria explorar com vantagem, dustriais, integrando assim crescente-
na atracção e captação de investimento di- mente a cadeia de valor dos clientes glo-
recto estrangeiro, a venda de uma imagem Inovar em produto próprio bais”, acrescenta Rui Tocha.
real, de capacidade de industrialização é o supra-sumo da cadeia Gonçalo Cordeiro, administrador da
face à sua integração nas cadeias de pro- Moldegama, diz que a Marinha Grande “já
dução de produtos globais, suportada na in-
de valor, mas é necessário tem alguma capacidade” para fazer pro-
fraestrutura disponibilizada por este clus- muito investimento, muita dutos e que a sobrevivência das empresas
ter que integra as indústrias de moldes, fer- pesquisa, conhecimento e de moldes “vai passar por aí”. Para que haja
ramentas especiais e de plásticos”. cada vez mais empresas a alargar a sua pre-
A estratégia das empresas tem passado
perseverança. Neste sença na cadeia de valor, entende que
por alargar a presença na cadeia de valor? momento já começam a “será necessária uma mudança de menta-
“Diria que essa é, e tem sido, uma evolução existir algumas empresas lidades sobre o associativismo”. Este “tem
natural e inevitável que claramente ga- de estar isento de estratégias consumistas
nhou consistência e maior visibilidade com
cuja aposta de muitos anos de recursos disponíveis, dando lugar a es-
a criação e consolidação do cluster e da ima- começa a dar frutos. tratégias construtivas, com objectivos bem
gem de marca Engineering & Tooling from Temos de nos orgulhar definidos para poderem ser avaliados no fi-
Portugal, que tem sido largamente promo- nal da sua implementação”. Essas estraté-
vida internacionalmente. Acredito que
desses casos gias “têm também de ser mais abrangen-
com a consolidação do cluster Engineering Pedro Colaço, tes em relação aos associados”, já que, na
& Tooling, e com o desenvolvimento do pla- sócio-gerente da KLC sua opinião, “para poder ter dimensão/peso
no estratégico, serão reforçadas as compe- internacional, uma associação não pode es-
tências no seio do cluster e Portugal (e na- tar confinada a grupos restritos, sob pena
>>>
PUBLICIDADE

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 55


Revista Moldes e Plásticos_2015_52_a_65:Layout 1 21-09-2015 10:48 Página 56

RICARDO GRAÇA
volvido e com a sua marca”.
Para Pedro Colaço, “a inovação é sempre
bem vinda”. O responsável da KLC diz que
“já existe um certo grau de inovação nos
processos produtivos, na engenharia, e na
gestão das organizações”. Quanto ao pro-
duto, “estamos no início de um longo ca-
minho, que é mais difícil do que parece”.
É que “inovar em produto próprio é o su-
pra-sumo da cadeia de valor, mas é neces-
sário muito investimento, muita pesquisa,
conhecimento e perseverança. Neste mo-
mento já começam a existir algumas em-
presas cuja aposta de muitos anos começa
a dar frutos. Temos de nos orgulhar desses
casos e tentar que mais empresas façam o
mesmo”.
Há condições para que isso aconteça
em maior escala? “Há condições para tudo
desde que a empresa queira e tenha estra-
de ser internacionalmente confundida tegicamente definido que é esse o mode-
com esses próprios grupos restritos”. “Há lo que quer seguir. No entanto, tem de per-
condições e existe potencial para sermos ceber bem qual é o campeonato em que
uma referência a esse nível, com a estratégia quer estar e perceber se uma estratégia mui-
certa, claro”. Moldes e plásticos são to ambiciosa e pouco reflectida não vai ter
Jorge Santos concorda que a Marinha um efeito contrário no seu crescimento, por
Grande tem de passar a ser vista como ter-
negócios diferentes, com colisão com os interesses da maioria dos
ra inovadora com capacidade para fazer filosofias diferentes e seus clientes”, afirma Pedro Colaço.
produtos e não apenas como local onde há conhecimentos técnicos “Genericamente, as empresas maiores ou
indústria de moldes e plásticos. Lembra que que trabalham directamente com grandes
“muitos clientes internacionais já nos re-
diferentes clientes são cada vez mais pressionadas pe-
conhecem como tal” e que terá agora de ha- Duarte Champalimaud, los clientes a enveredar por esse caminho,
ver um trabalho entre as entidades públi- CEO da GLN não propriamente o dos produtos (embora
cas e privadas que influenciam a activida- haja alguns exemplos), mas mais como for-
de económica no sentido de se conseguir necedores de componentes cada vez mais
encontrar “um denominador comum que as empresas desta região e as de outras, sofisticados e com maior valor agregado”,
resulte dos compromisso dos diferentes in- “pode permitir haver uma oferta ainda mais aponta Joaquim Menezes. “Uns fazem-no
tervenientes e que caracterize a nossa ca- alargada do nosso País nos mercados in- por razões de estratégia assumida e estru-
pacidade de gerar valor nos diferentes ternacionais”. Jorge Santos lembra que já turada para o seu desenvolvimento e para
marcados”, diz o director-geral da Vipex. temos empresas que são integradoras e ofe- o crescimento e diversificação dos seus ne-
O gestor acredita que o caminho passa recem serviços para o fabrico de produtos gócios; outros são muitas vezes conduzidos
por alargar a presença na cadeia de valor, finais a grandes marcas internacionais. a isso pelos próprios clientes e algumas
mas sem esquecer que “não somos auto- “Menos comuns, mas também existem, en- oportunidades com que se deparam no
suficientes”. Por isso, o trabalho em rede e contramos empresas que oferecem mesmo mercado”, remata o administrador do Gru-
a diversidade de oferta de soluções, entre o produto final ao mercado, por si desen- po Iberomoldes e presidente do Centimfe.

PUBLICIDADE

56 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_52_a_65:Layout 1 21/09/2015 15:41 Página 57

Abstract
From the mould to the end product?
The path depends on each company´s strategy
In addition to producing moulds, do companies in the region need to increasingly closer to the end consumer, which several companies
progress to manufacturing the end product? Some people believe already do. Nevertheless, due to the fact Portugal is further from the
this is natural and inevitable, whereas others do not regard it as main centers of consumption than other manufacturers, the cost of
essential. The path to follow will always depend on the strategy of transport could undermine the competitiveness of the products
each company, which, above all, needs to stand out from the rest. manufactured in our Country. Other entrepreneurs point out that
Much has been said on the importance of mould companies innovating with your own product is the top of the value chain, a plan
progressing further up the value chain, moving on from mere mould which demands significant investment, plenty of research, expertise
manufacturers to product manufacturers. People defend that the and perseverance.
region needs to be viewed as an innovative area with the capacity to Above all, mould companies will be required to define the market in
produce products and not merely as an area which is home to a which they wish to operate, and to assess whether or not a strategy
moulds and plastics industry. Some entrepreneurs recall that geared to expanding the company´s presence in the value chain,
Marinha Grande and the surrounding area is already globally highly ambitious and immature, might harm its growth due to a
regarded as an innovative region. conflict of interests with its main customers.
Others emphasise that manufacturing products means getting

PUBLICIDADE

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 57


Revista Moldes e Plásticos_2015_52_a_65:Layout 1 21/09/2015 11:46 Página 58

RICARDO GRAÇA
Fornecedores, os parceiros
na construção da qualidade
Parcerias O sucesso da indústria de moldes e de plásticos deve-se também
ao nível de desenvolvimento de outras actividades que gravitam em torno
destes sectores. Sem parcerias musculadas com fornecedores de diferentes
áreas não seria possível alcançar moldes e produtos finais de tal qualidade,
reconhecem os empresários

58 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_52_a_65:Layout 1 21-09-2015 10:49 Página 59

PUBLICIDADE
Daniela Franco Sousa
daniela.sousa@jornaldeleiria.pt

T A indústria nacional de moldes e de plás-


ticos é cada vez mais reconhecida entre os
maiores players internacionais. A sua ca-
pacidade de responder a tempo e horas,
com profissionalismo, e com produção
de qualidade excepcional, só se tornou pos-
sível graças ao conjunto de outras empre-
sas que lhes fornece serviços e produtos de
igual qualidade.
Gabinetes de desenho, de consultoria, fa-
bricantes de ferramentas, empresas de
concepção de software são alguns dos
muitos exemplos dos negócios que gravi-
tam em torno das indústrias de moldes e
de plásticos, e que têm vindo a aperfeiçoar
a sua resposta, no sentido de melhor for-
necer e cooperar com fabricantes tão exi-
gentes como estes.
Tecem-se relações duradouras, de con-
fiança recíproca, onde cada uma das par-
tes, a montante e a jusante, fica a ganhar
com o êxito da outra. Assim se explica a
rede de parceiros que tem feito esta in-
dústria crescer no contexto nacional e in-
ternacional.
Um dos casos paradigmáticos de coo-
peração é o da AMTools, empresa sediada
na Marinha Grande, que se dedica ao fa-
brico e comércio de máquinas e de ferra-
mentas. Para melhorar a resposta presta-
da às indústrias de moldes e plásticos, a
AMTools está a ultimar a construção de um
centro de fabrico de ferramentas que será
ÇA
também centro de formação de recursos
humanos, um espaço a nascer na Rua da In-
dústria Metalúrgica, também na Marinha
Grande.
Constituída em 2001, AMTools presta ac-
tualmente serviço a mais de 400 empresas
em todo o País, sendo que mais de 90% do
seu volume de vendas resulta de parcerias
com indústrias de moldes para plásticos da
região de Leiria.
A empresa iniciou a sua actividade com
o fabrico de fresas, ferramentas especiais,
e vai agora dedicar-se, com a nova unida-
de, a um novo segmento. O objectivo, ex-
plica José Maia, director da AMTools, tem
sido desde sempre “adaptar-se às neces-
sidades das empresas”.
“Estamos a ultimar um centro de fabri-
co de corpos para introdução de pastilhas,
>>>

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 59


Revista Moldes e Plásticos_2015_52_a_65:Layout 1 21-09-2015 10:52 Página 60

quer seja rocas, modelares ou brocas, den- custo de produção que outros processos”,
to de áreas especiais. Este centro de fabri- especificam os empresários.
co de ferramentas está desenhado também Na medida em que “os fabricantes de
para ser centro de formação. Em parceria moldes estão em constante luta contra o
com a Tebis, vamos criar também este Tentamos ser parte tempo”, o objectivo da Friendlaser é que,
centro de formação, que possa captar jo- uma vez contactada, a sua resposta seja a
vens, que muitas vezes, depois de fre- integrante do processo de mais rápida e eficiente possível. “Assegu-
quentarem a escola, ainda não têm noção ramo-nos que os nossos clientes conse-
de como se trabalha nestas indústrias”, ob-
produção, e não sermos guem entregar os moldes dentro do prazo
serva José Maia. “Dar-lhes esse conheci- um elemento estranho e que os tempos de paragem dos moldes de
mento é torná-los uma mais-valia para as plástico em produção são os menores pos-
empresas”, sublinha o director. que cria entraves síveis”, frisam Paulo Silva e Pedro Paquim.
Também na Marinha Grande, a Frien- Graças a esta forma de actuar, “orgulhamo-
dlaser presta mensalmente serviços de sol- -nos de ter clientes que nos acompanham
dadura e/ou gravação laser a cerca de 70 dução, surgiram erros ou alterações de desde o nosso início há 15 anos”.
clientes. A maioria são empresas da Mari- projecto. A soldadura laser permite um Parcerias de longa data permitem, por sua
nha Grande e de Leiria, sendo que, espo- bom acabamento e tempos curtos de pós- vez, maiores ganhos de produção, na me-
radicamente, surgem solicitações de clien- -processamento. Também fazemos traba- dida em que já se “sabe como o cliente tra-
tes de Lisboa, Setúbal e Évora, explicam os lhos de reparação de moldes que estão em balha e o que quer, quase sem perguntar”,
sócios-gerentes, Paulo Silva e Pedro Paquim. produção e manutenção. A nível de grava- sublinham os empresários.
Os trabalhos solicitados são diversos. ção, adicionamos referências, logótipos e ca- “Como fornecedores externos, tentamos
“Ao nível da soldadura, executamos cor- lendários em peças já finais, conseguindo ser parte integrante do processo de produ-
recções de moldes em que, na fase de pro- com a tecnologia laser menor tempo e ção, e não sermos um elemento estranho que
>>>

PUBLICIDADE

60 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_52_a_65:Layout 1 21-09-2015 10:52 Página 61
Revista Moldes e Plásticos_2015_52_a_65:Layout 1 21-09-2015 11:00 Página 62

SLIDESHOPW
Construímos uma relação
de grande proximidade e
de confiança. Muitos dos
nossos clientes trabalham
em exclusivo connosco
Pedro Bernardo
Tebis Portugal

cria entraves ou introduz imprevisibilidade”, plásticos de hoje. Entre outros grupos que de tempos e maior qualidade de acaba-
expõem os sócios-gerentes. “Quanto melhor mais apoio têm prestado serviços nesta ma- mentos, e assim obtêm maior rentabilida-
a sinergia entre clientes e fornecedores, téria estão a Tebis Portugal, na Marinha de”, expõe o empresário.
sem dúvida que mais alto é o patamar de Grande, e a inCentea, com sede em Leiria. “Construímos uma relação de grande
qualidade e fiabilidade dos moldes por nós Quanto à primeira, é uma empresa de proximidade e de confiança. Muitos dos
produzidos, aumentando o reconhecimento software, com actividade a nível interna- nossos clientes trabalham em exclusivo
dos moldes made in Portugal”, rematam os cional, que se dedica a desenvolver sistemas connosco”, observa Pedro Bernardo. “Exis-
responsáveis pela Friendlaser. CAD/CAM para o fabrico de modelos, mol- te uma entreajuda muito grande. Por um
des, cunhos e cortantes. De acordo com Pe- lado, os clientes lançam-nos desafios e te-
Informática e gestão no suporte dro Bernardo, gerente, a partir da Marinha mos de nos desenvolver para lhes oferecer
da competitividade Grande, a Tebis Portugal presta serviço a cer- essa resposta. Por outro lado, como a Te-
O desenvolvimento da informática e das co- ca de uma centena de empresas, 98% das bis Portugal viaja por inúmeros mercados
municações, dos sistemas de gestão tor- quais de moldes. Através das suas soluções, e traz o estado da arte para Portugal, isso
naram-se premissas essenciais para o fun- “os clientes conseguem optimizar todo o permite às empresas que trabalham con-
cionamento das indústrias de moldes de processo de produção, com diminuição nosco estar a par da alta tecnologia inter-
nacional”, frisa o gerente.
Há duas semanas, a Tebis Portugal inau-
PUBLICIDADE
gurou novas instalações na Marinha Gran-
de, para dar resposta ao crescimento da
empresa e onde está contemplado um es-
paço para ministrar formação relativa ao
software CAD/CAM da Tebis. A marca
apresentou também, no mesmo dia em que
inaugurou as instalações, uma nova versão
do seu software.
Já a inCentea é constituída por um con-
junto de empresas de prestação de servi-
ços nas áreas das Tecnologias de Informa-
ção e Comunicação, Marketing e Inovação,
Consultoria de Negócio e Engenharia de
Produto, e além de Portugal, está presen-
te em Cabo Verde, Angola, Moçambique e
Espanha, em 17 localizações diferentes.
De acordo com Miguel Lopes, adminis-
trador, a inCentea tem hoje várias dezenas
de empresas de moldes e plásticos suas
clientes, em todo o País, com particular in-
cidência nas zonas da Marinha Grande e de

62 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_52_a_65:Layout 1 21/09/2015 11:50 Página 63

Oliveira de Azeméis. O apoio solicitado totipagem”, explica o administrador. Ventura, director-geral do E&T/AFR Moldes,
por estas empresas à inCentea vai “desde a Algumas das parcerias com essas em- grupo da Marinha Grande, que se dedica à
implementação e suporte às infra-estrutu- presas “são muito duradouras, nomeada- engenharia e ao fabrico de moldes, e que
ras informáticas e de comunicações, pas- mente ao nível da prototipagem e soluções mais recentemente criou também um cen-
sando pelos sistemas de gestão (vulgo ER- 3D, onde temos clientes há cerca de 20 tro de ensaios e de produção de peças
P’s), e particularmente a implementação e anos”, aponta Miguel Lopes. “O relaciona- plásticas.
suporte de soluções 3D e desenvolvimen- mento duradouro é justificado pelo facto de “Se não tivermos fornecedores de boa
to de produto”. acompanharmos o próprio processo de qualidade isso vai reflectir-se na qualidade
E a relação construída “é muito próxi- desenvolvimento das tecnologias há cerca dos nossos produtos/moldes” considera
ma nalgumas empresas que compreen- de duas décadas. Tecnologias essas que se António Ventura. “Por exemplo, no caso dos
deram a importância que a tecnologia vão adaptando e inovando os processos des- moldes completos, acessórios e aços, caso
pode aportar aos seus negócios, quer ao ta indústria, num processo interactivo de o fornecedor seja de baixa qualidade, o mol-
nível da melhoria da produtividade e melhoria contínua dos processos”, argu- de ou peça plástica que vamos enviar ao
qualidade dos seus produtos, quer ao ní- menta o administrador. nosso cliente será também de qualidade re-
vel da redução dos tempos de desenvol- duzida e isso terá consequências desastro-
vimento desses mesmos produtos. Tec- A arte de bem escolher sas na relação com o nosso cliente. Pelo que
nologias como o desenho e a impressão um fornecedor este é um ponto vital para uma parceria de
3D mudaram e continuarão a reduzir os “Dada a interdependência que esta indús- futuro”, entende o director-geral.
ciclos de desenvolvimento do produto”, tria tem, a qualidade dos seus fornecedores No caso do grupo E&T/AFR Moldes, o nú-
observa Miguel Lopes. A colaboração da é um dos factores competitivos que as em- mero de empresas que são suas fornece-
inCentea no desenvolvimento dos pro- presas portuguesas podem aportar ao mer- doras é elevado. São cerca de 500, estima
dutos faz-se em três fases fundamentais: cado”, sublinha o responsável pda inCentea. António Ventura. “Vão desde fornecedores
“o design e conceito; a engenharia; e a pro- Esta é também a convicção de António de matéria-plástica, a moldes completos, a
>>>

PUBLICIDADE

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 63


Revista Moldes e Plásticos_2015_52_a_65:Layout 1 21-09-2015 10:54 Página 64

aços, ferramentas, acessórios diversos, gra- No caso do E&T/AFR Moldes, existem for- Aurélio Ferreira, sócio-gerente. “Subcon-
fites, passando pelos fornecedores de sub- necedores com os quais o grupo mantém tratamos a fabricação dos moldes, a pro-
contratos de maquinações, desenho, poli- uma relação desde há cerca de 30 anos, em dução das estruturas metálicas das banca-
mento, ou ainda fornecedores de software especial para o fornecimento de moldes das e das cadeiras, a injecção dos plásticos.
e hardware e até de serviços de limpeza e completos. São parcerias que têm por base Temos também fornecedores de acessórios
jardinagem”, especifica o empresário. “uma relação de entendimento/confiança (parafusos, buchas, etc.) para a fixação das
Para encontrar os melhores é preciso mútua, em que procuramos não ser so- cadeiras, das tintas para pinturas de linhas
atenção e critério. “Numa primeira fase, a es- mente clientes, mas também parceiros es- de jogo. Além do mais, em obras de gran-
colha do fornecedor passa sempre por uma tratégicos”, explica António Ventura. “Não de dimensão, também subcontratamos
pequena reunião pessoal ou por uma visita aparecemos só quando o preço é bom nem mão-de-obra temporária”, especifica o em-
nossa às suas instalações. Temos em conta somente quando nós precisamos, mas presário. “E sempre que possível procura-
a estabilidade económica dos nossos for- também quando os nossos parceiros ne- mos parceiros na nossa região. Pelo com-
necedores/parceiros, a qualidade dos seus cessitam. Esta é a chave do sucesso de uma promisso qualidade/preço e para incre-
produtos, a relação preço/qualidade e, fun- parceria”, conclui o empresário. mentar a actividade económica local”,
damentalmente, o cumprimento dos prazos Com instalações na Maceira, Leiria, a acrescenta Aurélio Ferreira.
acordados”, sublinha António Ventura. DEM 2 está prestes a fazer um quarto de sé- “Sem parceiros qualificados não é possí-
No mercado nacional, “a pesquisa dos culo. É uma empresa vocacionada para as vel garantir os produtos finais. Por isso,
fornecedores funciona também com base cadeiras, pavimentos e bancadas em re- mantemos uma relação de confiança (alguns
nas referências que vamos obtendo de ou- cintos desportivos. “Trabalhamos muito em de mais de 20 anos) e procuramos que os
tras empresas, pelo recurso à pesquisa na regime de outsourcing, por isso é funda- nossos parceiros sejam tão bons ou melho-
internet e pela analise criteriosa de toda a mental ter bons fornecedores para que ao res que nós”, aponta o empresário. “Só des-
informação que nos é enviada por correio instalarmos os nossos produtos tenhamos ta forma incrementamos a nossa qualidade
ou via e-mail”. a garantia da satisfação dos clientes”, explica e podemos buscar o sucesso”, salienta.

PUBLICIDADE

64 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_52_a_65:Layout 1 21/09/2015 15:42 Página 65

Abstract

PUBLICIDADE
Suppliers,
partners
in the creation
of quality

The moulds and plastics industry in the


Leiria region is composed a large group of
companies largely dedicated to exports,
the success of which depends
considerably on qualified human
resources and cutting-edge technologies
used in the execution of their products.
However, the success of these industries
and their products, acknowledged as
being among the major global players,
would be impossible to achieve without
an immense support network consisting
of suppliers from a wide range of
activities.
Without the quality of the products and
the professional nature of the services
provided by these partners it would be
impossible to attain this level of
excellence in the moulds and plastics
industries, entrepreneurs declare.
Design studios, consultancy firms, tool
manufacturers and software designers
are some of the many examples of
businesses which revolve around these
industries, and which have come to
perfect their response in the sense of
improving supply and cooperating with
manufacturers as demanding as these.
The result is long-lasting relations which
benefit the entire corporate fabric in the
region.

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 65


Revista Moldes e Plásticos_2015_66_:Layout 1 21-09-2015 11:06 Página 66

DR

Associativismo nos moldes


é caso de estudo internacional
Cooperação Falar de moldes é também falar de um sector onde o
associativismo tem enorme importância. A marca Engineering & Tooling
from Portugal nasce dessa força associativa, com o objectivo da promoção
colectiva no exterior

66 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_66_:Layout 1 21-09-2015 11:07 Página 67

PUBLICIDADE
Raquel de Sousa Silva
raquel.silva@jornaldeleiria.pt

TA necessidade de partilhar conheci-


mentos e de procurar mercados lá fora,
bem como a percepção da importância de
ter dimensão para abordar empresas glo-
bais, em muito terão contribuído para o as-
sociativismo na indústria de moldes. O
modelo de associativismo adoptado tem
mesmo sido considerado um caso de es-
tudo a nível mundial, aponta Rui Tocha,
director-geral da Pool-Net, associação
criada em 2008 para coordenar o pólo, ge-
rir a marca colectiva e acompanhar a im-
plementação do plano estratégico. Os re-
sultados já são visíveis em aspectos como
o aumento “significativo” do pedido de co-
tações para encomendas que chegam às
empresas, entre outros.
Conscientes da necessidade de inte-
gração, cooperação e exploração de van-
tagens de eficiência colectiva para res-
ponder aos desafios do mundo global, as-
sociações e empresas juntaram-se na cria-
ção do Pólo de Competitividade e Tecno-
logia Engineering & Tooling (PCT E&T, re-
conhecido em meados de 2009), formali-
zando assim o cluster. Este integra três sec-
tores industriais (moldes, ferramentas
especiais e plásticos), entidades do siste-
ma científico e tecnológico (universidades,
politécnicos, e outros centros de inovação),
associações empresariais e uma autar-
quia (Oliveira de Azeméis).
Mas a cooperação no sector dos moldes,
e também nos plásticos, tem décadas de
existência. “Julgo que a história privilegiou
R
a forma como a indústria de moldes nas-
ceu em Portugal (geograficamente con-
centrada) e a obrigou a procurar mercados
fora do País. Essa necessidade e a per-
cepção da importância de ter dimensão e
oferta crítica e inovadora para abordar em-
presas globais facilitaram em muito o de-
senvolvimento de uma geração de em-
preendedores cooperantes, a necessidade
de envolver entidades de ensino e de
inovação e alargar a cadeia de valor (do de-
sign ao produto)”, refere Rui Tocha.
O director-geral da Pool-Net frisa, con-
tudo, que um modelo associativo mais ou
menos forte depende sobretudo das pes-
soas, considerando que as indústrias des-
te cluster “têm tido excelentes timoneiros”,
>>>
Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 67
Revista Moldes e Plásticos_2015_66_:Layout 1 21-09-2015 11:07 Página 68

RICARDO GREAÇA
capazes de “discutir o que os une e não o bém preside à Open (Associação para
que os pode dividir”. Para o futuro, im- Oportunidades Específicas de Negócio) fri-
porta “continuar a trabalhar com as novas sa que, “directa ou indirectamente, todos
gerações a continuidade deste impor- têm usufruído desse trabalho levado a
tante legado que, se não for perpetuado, Há coisas que se não cabo por muitas das empresas suas asso-
pode colocar em causa o trabalho de dé- fizermos em conjunto ciadas [das entidades anteriormente re-
cadas e a própria visibilidade e competi- feridas]”. As acções desenvolvidas têm
tividade internacional” da indústria.
dificilmente faremos sido “alavancadoras” do que a indústria é
“Independentemente daquilo que al- individualmente. A hoje, fruto de muito trabalho e empenho
guns teimam em não reconhecer, mas que indústria de moldes tem a persistente ao longo das ultimas cinco
está bem patente, o sector não seria o que décadas, no qual participaram muitas ou-
é hoje, nem teria conseguido (e continua
grande vantagem de tras associações e instituições, nacionais
a conseguir) o seu posicionamento en- discutir os assuntos, e estrangeiras, diz.
quanto sector de referencia, procurado pensá-los e depois pô-los “Quanto mais unidos estivermos, me-
pelo mercado e invejado pelos nossos con- lhor será para a dinâmica que queremos
correntes e pares de outros sectores in-
em prática, obtendo frutos, dar ao sector, para a imagem do País lá fora
dustriais, sem a acção integrada, coorde- o que deixa os nossos e para o reconhecimento que desejamos
nada e orquestrada da Cefamol e do Cen- congéneres internacionais que exista no estrangeiro sobre o trabalho
timfe, coadjuvada nos últimos anos pela que vamos desenvolvendo”, aponta João
Pool-Net e até pela Open”, destaca por seu
pasmados e com alguma Faustino, presidente da Cefamol, asso-
turno Joaquim Menezes. dor de cotovelo ciação por meio da qual “se conseguem le-
O presidente do Centimfe (Centro Tec- Fernando Vicente, var a cabo mais missões empresariais,
nológico da Indústria de Moldes, Ferra- desenvolvimento internacional e maior in-
mentas Especiais e Plásticos), que tam-
sócio-gerente da Somema terligação entre empresas”. O dirigente e
>>>

68 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_66_:Layout 1 21/09/2015 14:57 Página 69
Revista Moldes e Plásticos_2015_66_:Layout 1 21-09-2015 12:28 Página 70
Revista Moldes e Plásticos_2015_66_:Layout 1 21-09-2015 11:17 Página 71

PUBLICIDADE
empresário considera que a estratégia co-
lectiva desenvolvida sob a chancela Engi-
neering & Tooling “está a ter resultados”,
que se ambiciona que venham a crescer.
E os empresários estão a aderir? João
Faustino diz que uma “eventual falta de
adesão” se deverá certamente mais à “fal-
ta de disponibilidade” do que propria-
mente a “resistência”. Diz, por exemplo,
que tanto a Pool-Net como a Cefamol têm
visto crescer o número de associados.
A Moldes D4, na Maceira, Leiria, não é
associada nem da Cefamol nem do Cen-
timfe. Também não o é da Pool-Net nem
da Open. Carlos Rosa, gerente, acredita que
o cluster e a marca “poderão ser uma
mais-valia”, mas também sente que em-
bora haja cooperação no sector ela acon-
tece “entre um grupo restrito” de empre-
sas. “É mais cada um por si só, continua a
haver alguma guerrilha entre empresas,
embora não tanto como dantes”.
O empresário diz ter por vezes a sensa-
ção de que não há uma verdadeira inclu-
são de todas as empresas, embora reco-
nheça que isso também depende delas. “As
empresas mais pequenas ficam de fora, tal-
vez por culpa nossa, devíamos participar
mais nos eventos, mas a verdade é que nos
falta tempo. Para as maiores é mais fácil,
têm mais pessoas disponíveis”, diz Carlos
Rosa, adiantando que a Moldes D4 tem al-
gumas parcerias estabelecidas com outras
empresas.
Rui Tocha explica que o movimento es-
tratégico foi, e continua a ser, “promovi-
do e defendido fundamentalmente pelos
empresários do cluster (abordagem bottom-
up). Dada a natureza e forma de discussão
interna, não temos registado dificuldades
significativas na dinamização e imple-
mentação do plano estratégico definido”.
Refere, contudo, “dificuldades sentidas ao
nível das políticas públicas que tradicio-
nalmente tendem a atrasar os processos de
disponibilização dos instrumentos tão
necessários à dinamização de uma estra-
tégia de clusterização, que está a ser adop-
tada em todo o mundo e em particular na
Europa (o que naturalmente, cria dificul-
dades competitivas acrescidas no merca-
do global)”.
Para Fernando Vicente, a estratégia de
marketing Engineering & Tooling “pode ser
bem aproveitada” pelas empresas, desde
>>>
Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 71
Revista Moldes e Plásticos_2015_66_:Layout 1 21-09-2015 11:09 Página 72

tins Ferreira, para quem o facto de terem Mais exportações


muito mais formação e conhecimento
poderá ter alguma influência.
e mais projectos
Guida Figueiredo, pelo contrário, en- de investigação
Quanto mais unidos tende que as novas gerações à frente das e desenvolvimento
estivermos, melhor será empresas “continuam a ter consciência”
da importância do associativismo e de que O plano estratégico que está a ser
para a dinâmica que é preciso ter dimensão. “O associativismo implementado no âmbito do pólo de
queremos dar ao sector, passou apenas a ser global e não local, jus- competitividade estende-se até
para a imagem do País lá tamente à medida do mercado de hoje”, 2020, pelo que os resultados
diz a administradora da Carfi, para quem alcançados “são ainda intermédios”,
fora e para o o associativismo “trouxe o benefício da di- frisa Rui Tocha. Contudo, no período
reconhecimento que mensão e da massa crítica”, dando às pe- 2008/14 (primeira fase de
desejamos que exista no quenas e médias empresas “expressão e vi- desenvolvimento do cluster),
sibilidade”. “temos razões para estar contentes
estrangeiro Para Jorge Santos, director-geral da Vi- com os resultados alcançados”, diz o
João Faustino, pex, que se dedica ao desenvolvimento e director-geral da Pool-Net. Registou-
presidente da Cefamol industrialização de produtos em plásticos, -se um aumento de 50% das
“a capacidade associativa tem sido im- exportações entre 2009 e 2014; um
portante e fundamental, não apenas sec- reforço “significativo” do número de
torial mas também intersectorialmente”. associados do cluster; a
que elas a apoiem. “Não há dúvida de que Até porque “a nossa pequena dimensão modernização (sobretudo
em conjunto, discutindo os assuntos, po- empresarial aconselha a que nos unamos tecnológica) generalizada das
demos aproveitar muito, por um lado para podermos ter capacidade de promo- empresas; a integração crescente de
em termos de lobby perante o Governo, ção das nossas actividades e de ter voz e recursos humanos qualificados
por outro, e aproveitando as valências influência em determinadas decisões que (nomeadamente das áreas das
de cada um, tratando os assuntos de for- podem afectar a nossa actividade”. engenharias); a participação
ma séria e objectiva, no mercado inter- “O associativismo é muito importante crescente das empresas em
nacional”, diz o sócio-gerente da So- por muitos motivos. Uma empresa sozinha projectos de investigação e
mema, lembrando que “Portugal está na (por muito boa que seja) não conseguirá as- desenvolvimento (I&D), nacionais e
moda” e que há que saber aproveitar sento na concertação social para discutir internacionais; o incremento do
este facto para projectar a indústria de a contratação colectiva, não terá repre- número de utilizadores oficiais da
moldes lá fora. sentatividade para tentar evitar uma le- marca colectiva Engineering &
“Há coisas que se não fizermos em gislação menos avisada ou para lutar pela Tooling from Portugal; o
conjunto dificilmente faremos indivi- melhoria dos serviços de fornecimento de crescimento da procura
dualmente. A indústria de moldes tem a energia eléctrica”, refere por sua vez Pe- internacional (mais de 70 países
grande vantagem de discutir os assuntos, dro Colaço, responsável pela KLC, empresa procuraram o site do cluster e houve
pensá-los e depois pô-los em prática, ob- produtora de componentes para a indús- uma subida significativa dos
tendo frutos, o que deixa os nossos con- tria automóvel. pedidos de cotação às empresas);
géneres internacionais pasmados e com al- Além da representatividade dos inte- aumento da visibilidade
guma dor de cotovelo”, acrescenta o em- resses das empresas, é também função internacional (promoção activa e
presário. das associações a prestação de serviços permanente do cluster e das
Martins Ferreira, administrador da In- como formação, seminários técnicos, or- empresas em mais de 20 países);
termolde, que preside à Assembleia Geral ganização de palestras, promoção de en- aumento significativo do número de
da Cefamol, lembra que o associativismo contros, serviços de aconselhamento teses de mestrado e doutoramento
sempre foi “forte” no sector dos moldes, jurídico e missões empresariais con- sobre temas do cluster e do número
tendo contribuído para o seu êxito na me- juntas, entre outros. “É muito impor- de empresas certificadas pelas
dida em que permitiu uma melhor pro- tante que as empresas dêem algum do normas da inovação e que criaram
moção internacional, entre outros aspec- seu tempo e dinheiro a estas organiza- departamentos de inovação. Mas o
tos. O associativismo é uma forma de es- ções. Temos em Portugal excelentes mundo “continua a rodar” e os
tar enraizada nos empresários de uma ge- exemplos de renascimento de sectores concorrentes têm “outros recursos”.
ração mais velha, que começaram por ser industriais onde as suas associações ti- Por isso, para ser competitiva, a
técnicos noutras empresas antes de cria- veram uma função chave”, frisa o tam- indústria “tem de reforçar a sua
rem as suas. O espírito mantém-se nas ge- bém vice-presidente da Associação Na- tenacidade e investir mais para
rações mais novas? “Não”, entende Mar- cional da Indústria de Plásticos. ultrapassar os seus pontos fracos”.

72 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_66_:Layout 1 21/09/2015 15:53 Página 73

Abstract
Associativism in moulds is being studied
on an international basis
If there is one sector in which associativism is powerful it is the associations and a local authority.
moulds and plastics sector. Cooperation has existed for decades, Pool-Net, created in 2008, is responsible for coordinating the hub,
but has gained new breath in recent years. The model of managing the collective brand and monitoring the
associativism adopted by the industry has even been studied at implementation of a long-term strategic plan (up to 2020). The
the global level. players involved in the cluster were satisfied with the results of
Aware of the need for integration, cooperation and the the first development phase (2008 / 2014). Among others aspects,
exploitation of the advantages of collective efficiency in order to this achieved greater visibility and international demand (more
respond to the challenges of the global world, associations and than 70 countries accessed the cluster site, the companies from
companies joined forces to create the Engineering & Tooling which received far more requests for quotes for new orders);
Competitiveness and Technology Hub (PCT E&T, recognised in exports soared by 50% between 2009 and 2014 and a general
mid-2009), thereby officially forming the cluster. This comprises activity involving the modernisation of corporate technology was
three industrial sectors (moulds, special tools and plastics), entities registered, such companies also participating in both domestic
from the scientific and technological system (universities, and international research and development projects.
polytechnics and other centers of innovation), corporate

PUBLICIDADE

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 73


Revista Educação:Layout 1 21-09-2015 11:54 Página 74

Gama Produtos

MÁQUINAS PLÁSTICOS
 MÁQUINA DE INJECÇÃO HIDRÁULICA EURO-INJ ®  MÁQUINA DE INJECÇÃO PRÉFORMAS PET HUAYAN

A Máquina de
Injecção Mais
GAMA - D65 A H2500 Força Fecho Vendida
em Portugal

 MÁQUINA DE INJECÇÃO ELÉCTRICA JSW  MÁQUINA DE SOPRO PRÉFORMAS  REFRIGERADORES


CHUM POWER

N.º 1
Mundial
Máquinas Injecção
Totalmente
Eléctrica
GAMA - 30T A 3000T Força Fecho

 MÁQUINA DE INJECÇÃO HIDRÁULICA E ELÉTRICA TEDERIC  ROBOTS  ALIMENTADORES


AUTOMÁTICOS

 MÁQUINA DE INJECÇÃO  MÁQUINA SOPRO KAI-MEI  MOINHOS


VERTICAL MULTIPLAS  DESUMIDIFICADORES

 DOSEADORES MASTER BASCH  ESTUFAS  TAPETES


Revista Educação:Layout 1 21-09-2015 11:55 Página 75

Gama Produtos

MÁQUINAS FERRAMENTA
PARA MOLDES E METALOMECÂNICA
 CENTROS DE MAQUINAÇÃO
ONDE ESTAMOS
| Espanha
| Suécia
| Noruega
| Dinamarca
| Estónia CENTRO MAQUINAÇÃO VERTICAL 5 EIXOS SIMULTÂNEOS PÓRTICO VERTICAL 5 EIXOS SIMULTÂNEOS YCM PÓRTICO VERTICAL 3 EIXOS
MANFORD VL 1200 5 AX SCV 4030B X 5 Eixos MANFORD DL SERIES
| Letónia Eixos: X 1200 mm / Y 610 mm / Z 610 mm / mesa rotativa
diâmetro 600 mm
Desde 2000 x 1200 x 700 mm a 4000 x 3500 x 1000 Desde 2100 x 1220 x 800 mm até 4100 x
1600 x 1020
| Lituânia  CENTROS DE MAQUINAÇÃO VERTICAIS
| Ucrânia
| Rússia
| Polónia
| Marrocos
| Angola SUNMILL JMV Series (Barramentos) SUNMILL JMV Series (Patins) MANFORD VL Series (patins) Tambor Ferramentas
Desde 1100 x 600 x 600 mm Desde 550 x 400 x 460 mm MANFORD VH Series (barramentos) Frontal Manford TP Series
| Moçambique até 1800 x 850 x 750 mm até 2000 x 900 x1000 mm Desde 510 x 410 x 460 mm
até 2200 x 1000 x 800 mm
Desde 510 x 400 x 330 mm
até 550 x 410 x 460 mm

 COM MUDANÇA DE PALETE  TORNOS CONVENCIONAIS


Horinzontal Vertical

MANFORD HM 630 / ACRA MH Series SUNMILL JHV - 550 APC MORTON


Desde 700 x 650 x 650 mm até 2100 x 1235 x 1235 mm ACRA FMV APC Series FEL 1860G
Paletes de 550 x 550 mm até 1250 x 1250 mm Desde 500 x 400 x460 mm até 1100 x 560 x 600 mm De 1000 a 3000 mm

 MÁQUINA FURAÇÃO RÁPIDA E FRESAGEM  RECTIFICADORAS


Cilíndrica

WIM CAMDER Series ACRA AEG 1122


De 1000 x 1200 x 500 cap furação 1200 mm até 3000 x 2500 x 800 cap furação 1500 mm De 300 a 3000 mm

 ELETRO EROSÕES: Fio/Penetração  TORNOS CNE EIXOS X Y e Z / 2ª Bucha  FREZADORAS CONVENCIONAIS


Ferramenteira Vertical

Estrada da Costa, Nº6 - Corga


2440-033 Batalha . Portugal
Tel.: +351 244 769 900
Fax: +351 244 769 909
e-mail: comercial@inautom.pt
Tm.: +351 912 521 161
Tm.: +351 919 330 846

www.inautom.pt
YouTube: Inautom video CHMER
G 96 F MANFORD MH Series / Acra AVEMAX 450VS
Facebook:Inautom equipamentos De 360 x 250 mm a 1200 x 8000 mm Distância entre pontos mínima 300 mm até 2000 mm 800 X 400 X 400 mm
Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21-09-2015 11:26 Página 76

RICARDO GRAÇA

Cluster é força motriz


da economia regional
Impacto Na Marinha Grande e em Leiria, mas também em concelhos mais
afastados do epicentro das indústrias de moldes e plásticos, como a Nazaré,
sentem-se os efeitos do cluster numa multiplicidade de ramos de actividade

ficados deste cluster, mas também as No que ao turismo industrial diz


Daniela Franco Sousa e RSS
agências de viagem, os hotéis e os res- respeito, é para alguns empresários
daniela.sousa@jornaldeleiria.pt
taurantes, onde boa parte dos clientes uma forma interessante de mostrar
 Ao longo dos últimos anos, o êxito das são já empresários estrangeiros em ne- ao público o que de melhor de faz nas
indústrias de moldes e de plásticos da gócios na região. empresas.
região de Leiria tem contribuído para o Há boa dinâmica entre moldes e plás- Mas também aí será necessário en-
sucesso de um conjunto de outras áreas ticos e os restantes sectores de activida- volver as visitas numa estratégia mais
de actividade. Desde logo o ensino e a de, mas, salientam alguns agentes, ain- abrangente para o turismo, sob pena de
formação profissional, que se têm de- da existe margem para fazer crescer esta não conseguir reproduzir os benefícios
senvolvido e adaptado à crescente ne- ligação, gerando maior empregabilidade de promoção e de produção de co-
cessidade de recursos humanos quali- e crescimento da economia da regional. nhecimento esperados.

76 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21-09-2015 11:28 Página 77

Pontos de vista

PUBLICIDADE

Joaquim Menezes
presidente
do Centimfe

Sector tem importância


fulcral nas dinâmicas
da educação
e da formação
Certamente que quer na Marinha
Grande e toda a região de Leiria, quer
em Oliveira de Azeméis, o sector tem
uma importância fulcral na economia
local e na próprias dinâmicas da
formação e da educação. São
conhecidas as estatísticas que tornam
claro este efeito.
Acresce que o poder de compra da
nossa região é bem diferenciado,
apesar de oscilar de ano para ano e ser
impactado por outro efeitos
provenientes, seja do abrandamento
de outros sectores mais ligados ao
mercado nacional, seja pela atracão da
nossa população para outros centros
culturalmente mais diversificados e
atractivos. Desloco-me muito,
principalmente ao Norte e na região
de Lisboa, e é sempre curioso a
quantidade de gente da nossa região
que encontro em restaurantes e às
compras por todo o lado. Os hotéis e
agências de viagens são excelentes
barómetros da nossa realidade
perante o mercado.

>>>
Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 77
Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21-09-2015 11:28 Página 78

Qualidade hoteleira deve andar


de mãos dadas com a indústria
Tendo os moldes e os plásticos um pendor fortemente
exportador, atraem por inerência muitos estrangeiros
operacionais em trabalho. E embora ache que o seu
impacto na economia hoteleira não seja negligenciável,
não o podemos confundir com o turismo de massas. Um
operacional em trabalho raramente fica a terceira noite e
Jorge Santos Pedro Colaço prefere muitas vezes refeições mais ligeiras e rápidas.
director-geral director-geral Ter um Pais acolhedor, com bom clima e boa comida é
da Vipex da KLC simpático, mas não é por isso que eles cá vêem (ou são
enviados). Julgo, no entanto, que a qualidade hoteleira
deve andar de mãos dadas com a industria, uma má
Turismo industrial experiência num hotel ou num restaurante tem sempre
um efeito negativo num mundo muito competitivo onde
na Marinha Grande todos os detalhes contam.
faz todo o sentido Quanto ao turismo industrial, quem trabalha numa
empresa sabe que é o pior sitio para se fazer turismo por
Moldes e plásticos são sectores que variadíssimos motivos (segurança, distracção dos
exportam e/ou que substituem trabalhadores, envolvimento do pessoal de acolhimento,
importações. Para que se tenha a noção confidencialidade, etc. Seria necessário criar um quadro
da sua importância basta pensar que normativo só para isso. Além disso, visitar uma fábrica
contribuem para um emprego de que faz um automóvel ou uma peça em vidro
melhor qualidade, para uma balança incandescente é bastante espectacular, mas um molde
comercial positiva, para o aumento da ou plástico, menos. Começa a tornar-se interessante
receita fiscal, para a redução das quando é explicado, e aí sim as empresas podem ter as
despesas da Segurança Social via portas abertas de uma forma organizada para cativar os
redução de pessoas com subsidio de jovens, impressionar favoravelmente os nossos
desemprego e também para o aumento cidadãos, para que sintam orgulho nas coisas muito
das contribuições para a segurança positivas que se fazem neste País.
social. É um contributo para o
crescimento sustentável da economia.
Obviamente que, com este cenário,
actividades como hotelaria, Clientes regressam para férias
restauração, agências de viagens,
formação ou ensino sairão beneficiadas.
com as famílias
Isto já tem vindo a acontecer, embora a Quando há mais clientes que nos visitam, isso tem
uma velocidade e intensidade inferiores efeitos. Eles têm de comer, de dormir, de viajar. E muitos
ao que todos desejaríamos. deles acabam até por depois escolher Portugal como
Quanto ao Turismo Industrial na destino de férias com a família. Os moldes promovem a
Marinha Grande, faz todo o sentido. região e o País. Por outro lado, quanto melhor o sector
Assim como podermos ter um retorno estiver, mais precisará de pessoal qualificado, de
dessa actividade. Como em tudo na João Faustino formação, etc.
vida, é possível fazer mais e melhor. presidente da Quanto ao turismo industrial, na Marinha Grande já há
Terá vantagens para as empresas se for Cefamol empresas integradas na rota. Vantagens para as empresas
enquadrado numa política de promoção serão mais a nível do reconhecimento do que a nível
não só do concelho, mas também da económico, porque aí não haverá nenhumas vantagens. E
região e até do próprio País, por forma a é também uma questão social. A possibilidade de outras
ser um instrumento para apoiar a organizações poderem visitar as empresas leva ao
atracção e a fixação de colaboradores, conhecimento e à divulgação daquilo que é o sector. Por
de clientes e uma forma de transmitir ao outro lado, há cada vez mais visitas de estudantes de
País e ao mundo a imagem com que nos carácter mais técnico, para despertar nos alunos interesse
queremos projectar. pelos moldes.

>>>

78 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21-09-2015 11:29 Página 79
Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21/09/2015 15:03 Página 80

Cluster é responsável
por 80% das dormidas em época baixa
No caso do Hotel Mar& Sol, em São Pedro de frequentam restaurantes desde São Pedro de
Moel, na época baixa, que compreende os Moel, passando pela Praia de Paredes da
meses entre Setembro e Abril, cerca de 80% da Vitória e Nazaré. Além disso, são também
taxa de ocupação é garantida pelos frequentes as reuniões de negócios e
empresários da indústria de moldes e de congressos no Hotel Mar & Sol. Temos 57
Bruno Ferreira plásticos. São uma grande mais-valia. E a sua quartos e em muitos momentos gostaríamos
gerente do Hotel importância tem vindo a aumentar, sobretudo de ter mais para conseguir acomodar clientes
Mar& Sol desde 2012, momento a partir do qual os de turismo industrial e de turismo religioso.
moldes ganharam novo impulso. Alguns Setembro e Outubro, por exemplo, são meses
clientes, que se tinham voltado para a China, muitos solicitados para ambos os tipos de
estão a regressar para fazer encomendas nesta turismo.
região. São sobretudo alemães e franceses,
gente que tem poder de compra superior ao
dos portugueses, e que, além de dormir,
também toma refeições e frequenta o bar.
Beneficiam não só o nosso hotel, como toda a
economia de São Pedro de Moel. Aliás, os
nossos clientes acabam por querer
experimentar a gastronomia da região e

PUBLICIDADE

80 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21-09-2015 11:31 Página 81

PUBLICIDADE
Bruno Lemos
presidente da ACIMG

Esperar-se-ia ainda mais


e melhor impacto
Nota-se o impacto das indústrias de
moldes e de plásticos na hotelaria, na
restauração e nalguns tipos de
comércio. Mas, tendo em conta os
níveis de desenvolvimento da nossa
indústria, esperar-se-ia ainda mais e
melhor impacto.
Em termos de restauração, a Marinha
Grande pode dar resposta a dois tipos
de necessidades. Por um lado, aos
empresários, aos clientes dessas
indústrias, que vêm para conhecer as
empresas e para fazer negócios, e que
já se instalam em hotéis do concelho
e até nos concelhos limítrofes, e que
procuram muitas vezes restaurantes
da costa, para apreciar bom peixe e
bom marisco. Por outro lado, aos
trabalhadores das empresas.
No meu restaurante, apesar da
distância, tenho muitos clientes que
trabalham na Zona Industrial de
Casal da Lebre, a maioria em
empresas de moldes e de plásticos.
Isto porque fazemos entregas de
refeições, por vezes com número
fixo, outras mais pontualmente. Os
colaboradores das empresas
procuram comer de forma rápida, a
preço acessível e com oferta
saudável. Julgo que este é um nicho
de mercado que ainda falta explorar.

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 81


Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21/09/2015 15:44 Página 82

Abstract
The Cluster is the driving force
of the regional economy
The success of the moulds and plastics industries has sectors to grow and generate other hubs of employment.
contributed to the success of a series of other areas of Industrial tourism, which has already been implemented
activity and, thus, to the economic strength of the region in the region, is one of the tools with further potential,
in which they are active. Principally, education and state the entrepreneurs.
vocational training, which have developed in order to
respond to the growing need for qualified human
resources for the cluster. But also travel agencies, hotels,
and restaurants, among others types of business.
Despite this positive scenario, much can still be done to
expand this connection. Some agents believe it is
possible to implement strategies which, based on the
industrial tradition of the region, may enable other

PUBLICIDADE

O Grupo Planfuro é especializado na prestação de serviços à Indústria


de Moldes, tendo como principais clientes os melhores fabricantes de
Moldes em Portugal e na Alemanha.

As duas empresas em conjunto oferecem aos seus clientes o melhor


serviço de Galgamento, Furação, Maquinação e Rectificação.

Rua da Douroana, Zona Indústrial de Ponte de Pedra,


2415-187 Regueira de Pontes - Leiria
Tel.: 244 890 280 | Fax: 244 890 281

A Planfuro II foi fundada em 2006, com o objectivo de complementar


os serviços prestados pela Planfuro.

Zona Industrial de Vieira de Leiria,


Lote 6, 2430-600 Vieira de Leiria
Tel.: 244 698 020 | Fax: 244 698 029

82 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21-09-2015 11:34 Página 83
Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21-09-2015 11:34 Página 84
Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21-09-2015 11:34 Página 85

Feira industrial decorre na Exposalão de 28 a 31 de Outubro

MOLDPLAS 2015 bate


recorde de expositores
DR

Daniela Franco Sousa


daniela.sousa@jornaldeleiria.pt

 Feira incontornável para o sector dos


moldes e plásticos, a MOLDEPLAS 2015
decorre entre 28 e 31 de Outubro, na Ex-
posalão, na Batalha, batendo nesta edi-
ção os recordes de área ocupada e de
número de expositores.
Com 170 expositores e 16 mil metros
quadrados de área ocupada, aquela
que é já a 9.ª edição da MOLDPLAS –Sa-
lão de máquinas, equipamentos, ma-
térias-primas e tecnologia para moldes
e plásticos, é visita obrigatória para
todos os profissionais que se movi-
mentam neste sector.
A feira apresenta-se com uma maior
dimensão, a todos os níveis, com um
aumento de 30% na área ocupada e
40% no número de expositores, o que

170
se traduz num maior número empre-
sas, produtos e marcas. “Esta realida- bombas de vácuo; doseadores e mis-
de é resultado directo do bom mo- turadores; sistemas de refrigeração,
mento que o sector atravessa, com as controladores de temperatura de mol-
empresas a apresentarem-se e a inves- des, controladores de temperatura de
tirem no sentido de se afirmarem no expositores fazem da 9.ª edição da canais quentes, granuladores, siste-
mercado”, avança José Frazão, pro- MOLDPLAS uma feira incontornável mas de esvaziamento; misturadores;
motor do evento. do sector sistemas de monitorização e controlo de
Com os três pavilhões totalmente produção; matérias-primas plásticas;
ocupados, as áreas de actividade divi- chiller’s, e outros.
dem-se em dois. Por um lado máqui- A MOLDPLAS destina-se a profissio-
nas, equipamentos, acessórios e tec- nais do sector e funciona todos os dias,
nologia para a indústria dos moldes; por entre as 10 e as 20 horas. A feira conta
outro, máquinas e equipamentos para com o apoio das associações, como a
a indústria de plásticos. CEFAMOL, AIMMAP e ANEME e dos
A primeira área inclui: máquinas- centros tecnológicos e científicos (CEN-
ferramenta; CNC’s; máquinas fresado- metrologia; hidráulica e pneumática; TIMFE e CENFIM). Marca ainda pre-
ras; ferramentas de corte; componen- equipamentos e tecnologia laser: corte, sença a Pool-net, a associação res-
tes; canais quentes; acessórios norma- gravação e soldadura; lubrificantes, e ponsável pela dinamização do Cluster
lizados e especiais; torneamento; rec- outros. de Competitividade Engineering & Too-
tificação; material de polimento; solu- A segunda área de actividade inclui: ling. Paralelamente à exposição, de-
ções técnicas para extracção e refrige- máquinas de injecção e periféricos; ro- correm palestras, colóquios e apresen-
ração; software de gestão e produção de bótica; sistemas de transporte de ma- tações com temas pertinentes para a
moldes e plásticos; impressoras 3D; téria-prima; sistemas de refrigeração; realidade industrial.

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 85


Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21-09-2015 11:36 Página 86

José Frazão, promotor da MOLDPLAS

“Os moldes são um campeonato


de tecnologia ganho em Portugal”
ARQUIVO/JL

Daniela Franco Sousa


daniela.sousa@jornaldeleiria.pt

 Actualmente os moldes são um cam-


peonato de tecnologia ganho em Portugal,
fruto de décadas de trabalho, de rigor e for-
mação.
É uma indústria com décadas de histó-
ria, sujeita a uma forte competição, e tal
como acontece no futebol, nem sempre es-
tivemos na frente, mas actualmente somos
uma referência mundial.
A indústria de moldes é um dos secto-
res portugueses de maior vocação expor-
tadora e de maior valor acrescentado,
vendendo cerca de 80% da sua produção
em mercados espalhados pelos quatro
cantos do mundo, com um volume de ne-
gócios que em 2014 ascendeu aos 700 mi-
lhões de euros. de quadros qualificados a trabalhar nesta ac-
Na era da globalização e num mercado tividade. Além dos fabricantes de moldes
cada vez mais competitivo, Portugal ocu- e de injecção de plásticos, existe um gran-
pa um lugar cimeiro, a nível mundial, no de número de empresas que gravitam à sua
âmbito da indústria de moldes para plás- O impacto desta volta, como fornecedores desta indústria e
ticos, sendo considerado o melhor fabri- que absorvem muitos recursos humanos.
cante do mundo. Cada vez mais, grandes indústria é fortíssimo, De enaltecer o empenho e investimento
multinacionais dos mais variados sectores dos empresários que ao longo dos últimos
escolhem as empresas nacionais para o fa-
principalmente no que 30 anos, para se manterem no mercado e
brico dos seus moldes, destinados a alguns diz respeito ao emprego, fazer face às exigências dos clientes, se fo-
dos melhores produtos de grandes marcas caram na formação dos seus quadros e no
internacionais. com milhares de investimento em tecnologia. Também as as-
A perícia e a experiência dos fabricantes sociações (CEFAMOL, CENTIMFE, CEN-
de moldes portugueses, ao nível das nor-
quadros qualificados a FIM), e as escolas profissionais e ensino su-
mas de qualidade, assistência técnica, trabalhar nesta perior (IPL) tiveram um papel preponde-
prazos de entrega, preços praticados e rante neste caminho, com o lançamento de
capacidade tecnológica são as linhas de for- actividade cursos e formações adequadas à realidade
ça da grande reputação internacional e as industrial da região, em cooperação com os
bases da nossa escolha. players do mercado.
A indústria automóvel é a grande com- para a produção dos componentes, o que Para mim, pessoalmente, é um orgulho
pradora dos moldes portugueses. Mas cria um maior valor acrescentado. Por saber que marcas tão distintas e que fazem
trabalhamos também para a indústria de exemplo, fazemos o molde do pára-choques parte do quotidiano de milhões de pessoas,
embalagem, electrónica/telecomunica- e a produção dos mesmos, mediante a cer- como a BMW, a Porsche, a Mercedes, a Vol-
ções e electrodomésticos. A aeronáutica e tificação das multinacionais. vo, a Renault, a Honda, a Peugeot, a Citroen,
a energia são também novas áreas de ex- Num âmbito regional, o impacto desta in- a Volkswagen, a Opel, no ramo automóvel,
pansão. Além dos moldes, as empresas na- dústria é fortíssimo, principalmente no a Nokia e a Samsonite, entre tantas outras,
cionais obtiveram a confiança das marcas que diz respeito ao emprego, com milhares na hora de escolher, escolhem PORTUGAL.

86 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21/09/2015 15:46 Página 87

Abstract

PUBLICIDADE
MOLDPLAS
2015 beats
the exhibitor
record
An imperative trade fair the moulds and
plastics sector, MOLDEPLAS 2015 will
be held from 28 to31 October at
Exposalão, in Batalha, and this edition is
set to beat the record for floor space and
number of exhibitors.
The 9th edition of MOLDPLAS – a
machinery, equipment, raw materials
and technology fair for moulds and
plastics will feature 170 exhibitors and
16,000 m² of floor space, a mandatory
visit for all professionals involved in this
sector.
This scenario is the direct result of the
successful phase the moulds and
plastics sector is experiencing, with
companies coming forward and
investing with a view to gaining a
stronger foothold in the market, declares
José Frazão, the promoter of the event.
MOLDPLAS is geared to professionals
from the sector and will be open every
day between 10 a.m. and 8 p.m. In
parallel with the exposition, lectures,
debates and presentations will be held
on topics relevant to the industrial
sector.

Setembro de 2015 Moldes & Plásticos 87


Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21-09-2015 11:45 Página 88

Publireportagem

Alfaloc reduz custos de transportes


na Europa com a bolsa de carga BIP
condição periférica de num novo conceito de negócio, a BIP - pre que a BIP detetar uma oportunida-

A Portugal, relativamente ao
grande centro económico da
Europa, coloca as empresas
nacionais numa situação de maior
dificuldade competitiva, logo à
Bolsa Internacional de Partilhas, que
coordena todos os recursos ao serviço
do universo Alafaloc, com uma rede
europeia de operadores de transpor-
tes, proporcionando sinergias entre as
de imperdível de partilha; Ou consul-
tando a delegação Alfaloc mais próxi-
ma, sempre que existir uma necessida-
de urgente.
A cooperação entre empresas exporta-
partida. A Alfaloc criou uma nova empresas portuguesas, com necessida- doras, disponíveis para partilhar os
solução de viaturas partilhadas, com de de transportes rápidos mas parti- mesmos recursos nos transportes rápi-
saídas a qualquer altura para lháveis. dos, aumentará a eficiência, reduzindo
qualquer ponto da Europa, que Há duas formas de beneficiar da BIP: custos de operação e, consequente-
combina as necessidades de Facultando à Alfaloc os códigos pos- mente, permite criar oportunidades
transportes expresso, reduzindo tais para onde a empresa necessita fre- únicas, que vão fazer a diferença no
substancialmente o custo. quentemente de transportes urgentes, orçamento das empresas que preten-
A dinâmica deste serviço assenta sendo que um alerta será emitido sem- dem crescer além fronteiras.

PUBLICIDADE

88 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21-09-2015 11:37 Página 89
Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21-09-2015 11:37 Página 90

Publireportagem

Gestão de riscos: a Fraude


responder? passar as suas tarefas para colegas; vi)
i) existem dois níveis de aprovação de colaboradores que não partilham
compras; ii) o acesso a activos informação; vii) saltos na numeração;
(equipamentos, materiais) e respectivos viii) colaborador que trabalha
sistemas de informação é restrito? iii) as sistematicamente fora de horas;
encomendas, guias de remessa, facturas, As soluções: Processo, Controlo e
notas de transporte e pagamentos são Auditoria
Paulo André reconciliados? iv) são feitas análises de Processos bem desenhados e controlos
Partner (ROC) desvios entre orçamento e real? v) os internos ativos, contribuem para a
Baker Tilly gastos e despesas são revistos? eficiência operacional e melhoria das
Indícios de fraude operações. Um sistema de gestão de
Como actuar? Mas as fraudes ocorrem, mesmo com riscos e processos bem implementado
Os controlos preventivos (segregação de sistemas de controlo interno. O conluio, a previne a fraude e os erros, sendo uma
funções; níveis de aprovação, etc.), manipulação de informação e “novos medida de salvaguarda de ativos.
previnem que colaboradores cometam truques”, furam os sistemas. Que pistas A auditoria valida se os processos e
fraude. Controlos de detenção de fraude devemos procurar? procedimentos estão bem desenhados e a
(reconciliações, revisões analíticas, etc.) i) valores estranhos (altos ou baixos, operar eficientemente.
identificam a existência de fraudes após arredondados); ii) desvios ao valor Os dois primeiros são instrumentos de
a sua ocorrência. O valor das perdas padrão; iii) coincidência de informação prevenção de fraude. A auditoria, é uma
resultantes de fraudes, demonstram que (fornecedores e colaboradores com os ferramenta privilegiada, para a melhoria
vale a pena ter uma estrutura de mesmos nomes, endereços etc.); iv) contínua dos processos, procedimentos e
controlo interno. repetições (facturas duplicadas, cheques controlos internos, contribuindo para um
A sua empresa tem um ambiente de cancelados, cheques devolvidos); v) melhor uso dos recursos e maior
controlo interno forte? Não sabe colaboradores que nas férias recusam eficiência.

PUBLICIDADE

90 Moldes & Plásticos Setembro de 2015


Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21-09-2015 11:38 Página 91
Revista Moldes e Plásticos_2015_76_:Layout 1 21-09-2015 11:38 Página 92

You might also like