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20/05/2016 A importância da política de Saneamento Básico | Artigos Jusbrasil

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20 de maio de 2016  

A importância da política de Saneamento Básico
O foco nesse trabalho é a análise da política nacional de saneamento básico.
Publicado  por  Mariana  Hemprich ­  1  ano  atrás

1 INTRODUÇÃO
Com a evolução da humanidade, o meio ambiente passou a ser um direito e
garantia assegurado a todos. Para seu completo atendimento à coletividade, hoje
se faz necessária à proteção de diversos pontos referentes a ele. Dentre os diversos
itens relacionados ao meio ambiente temos o saneamento básico.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o controle
de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer
efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. A falta de saneamento
básico é um problema que afeta a população, em relação ao seu desenvolvimento
saudável.

O saneamento básico é diretamente ligado à água, pois dela se tem vários
nutrientes importantes para assegurar uma vida saudável. As doenças advindas da
água representam grande ameaça à vida humana, motivo pelo qual, se faz
necessária a adoção de políticas de proteção e controle do meio ambiente, em que
se enquadram o saneamento básico.

Assim, nesse trabalho, pretende­se analisar o tema, entendendo o conceito de
saneamento básico, bem como seus objetivos e aplicabilidade para a população
em geral.

2 MEIO AMBIENTE

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Encontramos a definição legal do meio ambiente no artigo 3.º, I, da Lei
6.938/1981, que diz que o meio ambiente é “o conjunto de condições, leis,
influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e
rege a vida em todas as suas formas”.

Já o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, na Resolução 306/2002,
amplia o entendimento de meio ambiente, englobando o patrimônio cultural e
artificial, o definindo como o “conjunto de condições, leis, influências e interações
de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

2.1 Recursos hídricos

Conforme estabelece o art. 3º, V, da Lei 6.938/81, bem como o art. 2º, IV, da Lei
9.985/2000, a água é um recurso ambiental.

O CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, é o responsável em
implementar os padrões que visem assegurar a qualidade ambiental estabelecida
na Política Nacional do Meio Ambiente, visando ao uso racional dos recursos
ambientais, principalmente os hídricos.

De sua vez, o enquadramento das águas, de modo a identificar as classes
adequadas aos usos múltiplos definidos nos Planos de Recursos Hídricos, é
medida de extrema importância, pois prima pelo uso racional desse elemento
indispensável à manutenção da vida, sendo considerado como “o estabelecimento
da meta ou objetivo de qualidade da água (classe) a ser, obrigatoriamente,
alcançado ou mantido em um segmento de corpo de água, de acordo com os usos
preponderantes pretendidos, ao longo do tempo”.

Assim, o CONAMA editou a Resolução 357/2005, alterada pela Resolução
410/2009 e pela 430/2011, que dispõe acerca da classificação e diretrizes
ambientais para o enquadramento dos corpos de água superficiais, além de
estabelecer as condições e padrões de lançamento de efluentes.

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Essa resolução estabelece padrões de qualidade para as águas, além de determinar
que o lançamento de efluentes de fonte poluidora em corpos de águas apenas
poderá ocorrer após o devido tratamento, observados os padrões do ato
regulamentar.

3 SANEAMENTO BÁSICO

O saneamento básico é ponto essencial para assegurar uma boa qualidade de vida.
No Brasil, considerável parcela da população ainda não tem sequer uma rede de
esgotamento sanitário e água potável disponível em sua residência.

Ele abrange as diversas maneiras de modificar as condições do meio ambiente
permitindo o homem manter e melhorar sua saúde, evitando doenças.

Conforme o previsto na Constituição Federal, é competência material da União
instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos, bem como é competência comum entre
todas as pessoas políticas promover o saneamento básico (artigo 23, IX).

O saneamento básico tem como marco a Lei 11445/07, que estabelece as diretrizes
nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento
básico. Em termos legais, o saneamento básico compreende:

i. Abastecimento de água potável (da captação às ligações prediais);

ii. Esgotamento sanitário, consistente na coleta, transporte, tratamento e
disposição final adequados dos esgotos sanitários (das ligações prediais até o
lançamento final no ambiente);

iii. Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, consistente nas atividades,
infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo,
tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e
limpeza de logradouros e vias públicas;

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iv. Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.

A prestação dos serviços públicos de saneamento básico poderá ser diretamente
prestada pelo Poder Público, ou ser delegada aos particulares por contrato
administrativo a sua organização, regulação, fiscalização e prestação, na forma do
artigo 241 da Constituição Federal, abaixo transcrito:

Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por
meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes
federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a
transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à
continuidade dos serviços transferidos. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

O titular do serviço público de saneamento básico deverá elaborar o plano de
saneamento como integrante de sua política, que poderá ser específico para cada
serviço, assegurada a ampla divulgação à população.

Vale frisar que os recursos hídricos não integram os serviços públicos de
saneamento básico, tendo regramento próprio dado pela Lei 9.433/1997, que
estabeleceu a Política Nacional de Recursos Hídricos. Isso significa que os
recursos hídricos possuem tratamento especializado, não integrando o sistema
geral de saneamento básico. Essa lei tem seus fundamentos estabelecidos em seu
art. 1º, abaixo transcrito:

Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia­se nos seguintes
fundamentos:

I ­ a água é um bem de domínio público;

II ­ a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;

III ­ em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o

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consumo humano e a dessedentação de animais;

IV ­ a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo
das águas;

V ­ a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da
Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos;

VI ­ a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a
participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.

A Política Nacional de Recursos Hídricos tem como objetivos assegurar à atual e
às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade
adequados aos respectivos usos; a utilização racional e integrada dos recursos
hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento
sustentável; e a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de
origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.

Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, os Poderes
Executivos do Distrito Federal e dos municípios promoverão a integração das
políticas locais de saneamento básico, de uso, ocupação e conservação do solo e de
meio ambiente com as políticas federal e estaduais de recursos hídricos (art. 31 da
Lei 9433/97). Interessante destacar que essa política ainda não foi implementada
em todo território nacional.

4 CONCLUSÃO

Neste trabalho foi abordada a importância da política de saneamento básico como
forma de assegurar o amplo desenvolvimento da vida. A água é um bem
humanitário que possui vasta proteção, seja internacional ou nacional.

Contudo, por mais que se existam leis protetivas dos recursos hídricos, a
implementação dessas políticas não é tão simples. No Brasil, o saneamento básico,
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que é a forma de se garantir um desenvolvimento de vida saudável, abrange pouca
parte da população.

Inúmeras são as doenças hídricas, podendo, inclusive causar morte daqueles que
são infectados por elas.

Dessa forma, verifica­se a necessidade de ampliar e intensificar a Política de
Saneamento, visando abranger a população como um todo e não somente regiões
centralizadas.

REFERÊNCIAS

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MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada e legislação
constitucional. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.

Mariana Hemprich

Graduada  em  Direito  pela  Universidade  Fumec.  Pós  graduada  em  Direito  Processual  pela
PUC­Minas  e  em  Direito Administrativo  pela  Universidade  Cândido  Mendes.  Mestranda  em
Direito Administrativo  na  Universidade  de  Lisboa.  Professora  conteudista  de  Direito
Administrativo  no  Canal  Carreiras  Policiais  e  ...

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