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TECNOLOGIA

Luma: pequenas
modificações para
ser levado ao
mar da Antártida
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RO B Ó T IC A

Robôs
aquáticos
Cinco veículos desenvolvidos no país exploram por
operação remota o fundo do mar, rios, lagos e represas

M ARCOS DE O LIVEIRA

E
les não falam e passam longe da os mais recentes representantes desse projeto. O nome Luma, de acordo com
imagem humana com um tron- tipo de tecnologia que está em pleno Hsu e outro pesquisador,Ramon Roman-
co, dois braços e duas pernas, crescimento no mundo. Poucas empre- kevicius Costa, se deve ao fato de só
mas servem para ir onde o ho- sas, entre norueguesas, canadenses e existirem homens na equipe. Eles con-
mem nunca esteve ou tem mui- japonesas, produzem tais robôs, mas tam que a referência a Luma de Olivei-
ta dificuldade em chegar, como várias universidades e centros de pesqui- ra, madrinha de bateria de várias es-
no fundo do mar ou em áreas sa mundo afora estão desenvolvendo es- colas de samba do Rio de Janeiro, pode
alagadiças da Amazônia. Por essa capa- ses artefatos aquáticos e robóticos. ter sentido, mas desconversam.
cidade de substituir o homem, cinco má- O brasileiro que será levado para a O principal desafio dos pesquisado-
quinas desenvolvidas por pesquisado- Antártida foi concebido inicialmente pa- res agora é adaptar o Luma para mer-
res brasileiros, que vão atuar essencial- ra inspecionar túneis subaquáticos de gulhar na Antártida até a profundidade
mente na água, podem ser chamadas de usinas hidrelétricas que levam a água das de 500 metros, porque o robô foi cons-
robôs. Um deles foi concebido para ins- barragens até as turbinas. O robô foi ela- truído para operar, no máximo, a 50
pecionar dutos na Floresta Amazônica, borado e construído na Coordenação dos metros.“Para isso trocamos a estrutura,
para onde segue neste mês de novembro, Programas de Pós-graduação de Enge- que era de alumínio, para um material
e se locomover por meio de rodas espe- nharias (Coppe) da Universidade Fede- plástico, um polímero chamado de ace-
ciais em rios e lagoas. Outro serve para ral do Rio de Janeiro (UFRJ) para a Am- tal, muito denso e resistente a deforma-
inspeção de represas e do ambiente ma- pla, empresa distribuidora de energia elé- ções”, diz Costa. Outra adaptação é a
rinho e deve ser levado, também neste trica, antiga Companhia Elétrica do Es- substituição de um criativo sistema de
mês, para a região polar Sul para cola- tado do Rio de Janeiro (Cerj), usar na ins- flutuadores com garrafas PET, as garra-
borar no levantamento da fauna, das al- peção de suas hidrelétricas. Munido de fas plásticas usadas em refrigerantes e
gas e dos microorganismos que vivem câmeras fotográficas, o robô já foi usa- água mineral. Elas, por serem muito re-
no mar da baía do Almirantado onde es- do em inspeção de barragens. Ele foi fi- sistentes, fazem o papel de compensa-
tá localizada a estação de pesquisa bra- nalizado em 2006, depois de três anos de dores em relação ao motor que empur-
sileira na Antártida. Dois deles, quando desenvolvimento.“Depois disso surgiu o ra o robô para o fundo do mar. “Qual-
estiverem totalmente finalizados, pode- interesse dos colegas da biologia marinha quer problema de mau funcionamen-
rão ser guiados, de forma remota, por da UFRJ sobre minha sugestão de usar o to do motor, o Luma volta à superfície e
um sistema de software e sensores, para robô para exploração do mar antártico bóia”, diz Costa. “Elas são pressuriza-
inspecionar dutos marinhos, explorar a durante o Ano Polar Internacional (API), das e recebem até 80 libras, algo como
topografia do fundo do mar e colaborar de março de 2007 a março de 2009. Pe- três vezes mais que os pneus de um car-
na prospecção de petróleo. O último pas- dimos uma licença de uso para a Ampla ro de passeio.” Mas na Antártida, com
sa pelos retoques finais para inspecionar, e começamos a adaptar o Luma (o nome pressões maiores no fundo do mar, as
LEO RAMOS

principalmente, o fundo de rios e visto- do robô) para o ambiente polar Sul”, diz garrafas PET não vão agüentar. Em ou-
riar a fundação de pontes. Os cinco são o professor Liu Hsu, coordenador do tubro, eles testavam garrafas de alumí-

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CENPES/PETROBRAS

LÉO RAMOS
Chico Mendes:
testes na Amazônia e
detalhe do braço
mecânico no laboratório
do Rio de Janeiro

nio e espumas sintéticas muito rígidas goríficas, principalmente para os com- Embora não mergulhe, outro veícu-
no lugar do plástico. ponentes eletrônicos, sensores para na- lo com controle remoto é o Chico Men-
No mar antártico o Luma vai par- vegação e câmeras fotográficas e de ví- des, nome em homenagem ao líder se-
ticipar da identificação da diversidade deo, que serão três. “Uma delas será ca- ringueiro e ambientalista do Acre mor-
de organismos marinhos.“Colaboramos paz de tirar fotos e filmar em alta reso- to em 1988. Ele foi produzido pelo Cen-
com o Censo de Vida Marinha Antár- lução”, diz Costa. Ele ressalta que toda tro de Pesquisa e Desenvolvimento da
tica (CAML, na sigla em inglês), que in- a tecnologia de navegação e softwares de Petrobras (Cenpes), no Rio de Janeiro.
clui projetos de vários países, inclusive controle foram desenvolvidos na Cop- “Ele vai flutuar sobre a água, na lama,
30 da América do Sul, que possuem pro- pe. Com 90 centímetros (cm) de com- andar sobre vegetação flutuante, terra e
gramas antárticos (Brasil, Argentina, primento, 60 cm de altura e 70 cm de pedras e por isso é chamado de Robô
Chile, Uruguai, Peru e Equador). O Bra- largura –, ele carrega quatro propulso- Ambiental Híbrido”, diz o pesquisador
sil lidera quatro projetos do API para co- res, ou motores elétricos, que movem e coordenador do projeto Ney Robin-
nhecer melhor a biodiversidade da An- duas hélices –, o robô estará ligado a um son Salvi dos Reis.
tártida, e, a longo prazo, averiguar se barco por dois cabos. Um serve para le-

O
aqueles seres marinhos têm relação com var a energia elétrica aos motores e o ou- projeto nasceu da necessidade da
os existentes na margem continental tro para a transmissão de dados de con- empresa quando da aprovação do
brasileira”, diz a professora Lúcia de Si- trole, de navegação e de imagens. Robôs gasoduto Coari–Manaus, com uma
queira Campos, do Instituto de Biologia aquáticos ligados a cabos nos barcos são extensão de 420 quilômetros, em gran-
da UFRJ, que participa do comitê cien- chamados de ROVs, sigla em inglês para de parte de mata nativa entrecortada por
tífico do CAML.“O robô vai nos ajudar veículos remotamente operados. rios. O robô faz parte do projeto Piatam,
a conhecer melhor o fundo do mar, por sigla de Potenciais Impactos e Riscos
meio de coleta de amostras e do regis- Ambientais da Indústria do Petróleo e
tro de organismos marinhos via câmera Gás no Amazonas, mantido pela Petro-
fotográfica e sensores capazes de me- O PROJETO
bras.“A pergunta que nos fizemos foi co-
dir características ambientais como tem- mo chegar nos pontos de interesse den-
peratura e quantidade da luz solar que Desenvolvimento de tecnologia tro desse complexo ecológico sem pro-
para inspeção de túnel de adução
chega até o fundo, por exemplo”, diz Lú- vocar maiores danos. Precisávamos de
com robô subaquático
cia. No mar da baía do Almirantado, um um artefato que andasse sobre aqueles
mergulhador pode ir até, no máximo, COORDENADOR
terrenos e nos mostrasse o que estava lá”,
a 30 metros de profundidade e consegue LIU HSU – Coppe-UFRJ diz Reis. “Mas o principal objetivo do
ficar na água, com roupas apropriadas, robô é rodar sobre um gasoduto e ve-
por 15 a 20 minutos. INVESTIMENTO rificar possíveis problemas de vazamen-
Para os testes de adaptação do Luma R$ 380.000,00 (Ampla-Aneel) to.” A monitoração começa quando ele
à Antártida, foram usadas câmaras fri- estiver pronto em 2008.

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EDUARDO CESAR

ETTORE BARROS/POLI-USP
Pirajuba: protótipo para
estudos e imagem de
computação gráfica
mostrando o comportamento
do veículo na água

O Chico Mendes também tem po- duto Coari–Manaus, este mês, Reis pre- Trata-se de um robô conhecido por
tencial para colaborar em pesquisas am- tende ampliar ainda mais o Chico AUV, sigla em inglês de veículo autôno-
bientais e de saúde pública e até mesmo Mendes, agora transformando-o nu- mo submerso, que cumpre missões nos
como transporte para os habitantes lo- ma unidade tripulada. “O que vai em oceanos no levantamento de atividades
cais. Para se movimentar, o Chico Men- novembro para a Amazônia, pela se- geológicas do fundo do mar e no auxí-
des possui rodas e suspensão que re- gunda vez, para teste de sensores e con- lio à prospecção de petróleo, atividade
conhecem o tipo de terreno. Um sis- trole de navegação é o modelo M, de que cresce em todo o mundo.
tema computadorizado no próprio médio, o G, de grande, está em fase de

O
veículo processa as informações dos sen- desenho industrial.” veículo leva o nome de Pirajuba, do
sores de navegação e configura auto- Um outro robô aquático brasileiro tupi “peixe amarelo” e já foi testa-
maticamente o conjunto de tração. Ele desenvolvido na Escola Politécnica da do nos tanques de prova do Institu-
é teleoperado a distância por um siste- Universidade de São Paulo (Poli-USP) to de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em
ma de rádio e se move com energia elé- não poderá levar tripulantes porque se São Paulo, em relação aos estudos hidro-
trica fornecida por baterias de níquel tiver o tamanho para isso será um sub- dinâmicos, que se referem a como a for-
e painéis solares. marino. Foi planejado para ser um robô ma do veículo é afetada pelas forças de
A concepção e o desenvolvimento do autônomo, que não precisa de cabos de resistência da água e qual o comporta-
Chico Mendes renderam três patentes, energia e controle ligando-o ao barco. mento das manobras. O coordenador
uma do design do veículo, outra da sus- do projeto é o professor Ettore Apolô-
pensão e, a terceira, do tipo da roda. nio de Barros, do Laboratório de Veícu-
“Reinventamos a roda”, brinca Reis. Para los Não-Tripulados do Departamento
O PROJETO
ele o sucesso do projeto está na multi- de Mecatrônica da Poli. Ele explica que
disciplinaridade da equipe composta robôs desse tipo navegam sozinhos por
por vários alunos, da graduação ao dou- Desenvolvimento de veículos meio de um computador de bordo que
autônomos submarinos de baixo
torado, e técnicos de universidades e ou- custo. Parte A: manobrabilidade e
leva instruções em um software. É pre-
tros centros de pesquisa como UFRJ, sistema de propulsão ciso programar o percurso, profundida-
Universidade Federal de Santa Catarina, de e outros parâmetros para ele ir a um
Pontifícia Universidade Católica do Rio MODAL IDADE determinado lugar e voltar. O sistema de
de Janeiro e Universidade Federal do Linha Regular de Auxílio a Pesquisa navegação pode, inclusive, se basear em
Amazonas. Reis conta que os maiores sinais de sonares, equipamentos que
COORDENADOR
desafios para adaptar o veículo ao am- emitem ondas sonoras em ultra-som.
ETTORE APOLÔ NIO DE BARROS – USP
biente amazônico são a umidade e o si- Com o sonar, é possível fazer os cálcu-
nal de rádio que é atenuado pela flores- INVESTIMENTO los da distância entre o emissor e o re-
ta. Depois de levar o segundo protó- R$ 78.75 0,00 (FAPESP) ceptor. Os resultados nos estudos hidro-
tipo teleguiado para a região do gaso- dinâmicos também são úteis para dimi-

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JUAN Á VILA/POLI-USP

EDUARDO CESAR
L aurs: configuração
para descer até
2 mil metros de
profundidade, testada
em piscina na U S P

nuir o consumo de energia, que nesses de velocidade e inclinação do veículo) se. No projeto de Barros está previsto
robôs é suprido por baterias como as de porque podem ser utilizados também que o robô navegue a uma velocidade
lítio, similares às usadas em telefones ce- em aplicações militares e ao conseqüen- máxima de 2 metros por segundo
lulares, e as de chumbo ácido, iguais às te embargo a que o Brasil é submetido (m/s). Os valores dos AUVs em opera-
dos automóveis. “Estamos estudando nesta área.” O jeito é combinar senso- ção variam de 1 a 2,5 m/s. O casco do
uma combinação entre baterias de chum- res baseados em outras tecnologias mais modelo é de fibra de vidro, mas pode ser
bo e de lítio.” As baterias fazem funcio- acessíveis como os sonares. Atualmen- feito de alumínio, aço ou titânio, desde
nar um propulsor dotado de hélices. te várias empresas estão com protótipos que o material seja leve e resistente. O
Barros trabalha em conjunto com ou AUVs comerciais nos Estados Uni- robô mede 1,8 metro de comprimento
o Instituto Superior Técnico, da Univer- dos, Noruega e Japão. e tem diâmetro de 0,24 metro.
sidade Técnica de Lisboa, em Portugal, Os AUVs são uma opção aos ROVs

E
e o Instituto Oceanográfico de Goa, na mais difundidos comercialmente por- m outro laboratório da engenharia
Índia. “Os indianos têm o veículo e eu que não têm a limitação de cabos que mecatrônica da Poli, um grupo coor-
peguei o modelo, em que fazemos es- precisam ser longos, além de a operação denado pelo professor Julio Cezar
tudos sobre hidrodinâmica, e me baseei ser prejudicada pela ondas e correntes Adamowski realiza a integração e os tes-
em sua geometria para um outro proje- marítimas mais próximas da superfície. tes em outro protótipo de robô subma-
to e construção do nosso AUV”, diz ele. Entretanto, a falta de cabos do AUV não rino, projetado para atuar em águas pro-
“Os experimentos com o AUV portu- permite que as imagens captadas no fundas. É o Laurs, sigla do Laboratório
guês acontecem normalmente no arqui- fundo do mar sejam imediatamente vis- de Ultra-som e Robótica Submarina da
pélago dos Açores para verificação de tas pela equipe do barco – eles podem USP, que pode ser considerado um ROV
vulcões, levantamento topográfico do gravar as imagens para posterior análi- porque possui um cabo fino para o con-
fundo do mar e coleta de plâncton.”Bar- trole remoto do veículo e sinais de ví-
ros explica que esses robôs marítimos deo. Ou ainda como um AUV, por levar
têm um histórico militar, com desenvol- baterias. “Com um cabo fino só para
vimentos na antiga União Soviética e nos O PROJETO transmissão de dados, a movimentação
Estados Unidos, com uso inclusive na do Laurs é mais simples que um ROV
Guerra do Golfo, em 1991. “Os AUVs Robô subaquático Laurs convencional”, diz Juan Pablo Julca Ávi-
atuais se beneficiam da experiência mi- la, doutorando do grupo.
COORDENADOR
litar, além de os custos dos computa- JULIO CEZ AR ADAMOW SK I – USP
O Laurs foi pensado inicialmente
dores terem caído. Mas é difícil obter no para recuperar transponders em águas
mercado os chamados sistemas inerciais INVESTIMENTO profundas, em torno de 2 mil metros de
de alto desempenho para navegação, ba- R$ 300.000,00 (CTPetro-Finep) profundidade. Esses equipamentos fa-
seados em sensores como acelerômetros R$ 15 0.000,00 (CTPetro-CNPq) zem a sinalização acústica para o posi-
e giroscópios (que fornecem parâmetros cionamento de navios de perfuração de

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EDUARDO CESAR
FOTO E IMAG EM DE ANTÔ NIO AMORIM/FATE-JAÚ
Jaú I e II: o primeiro,
em barragem do rio
Tietê, e o segundo,
em protótipo e
desenho esquemático

poços de petróleo. O projeto começou de análise hidrodinâmica nos tanques de dados e outro para as imagens.“Ago-
em 2000, a partir de uma iniciativa do de prova do IPT. Desde o primeiro mo- ra o Jaú II terá apenas um cabo, para
Cenpes da Petrobras e uma equipe de delo, o objetivo dos Jaús é operar em ati- transmissão de imagens, via câmera di-
pesquisadores do Departamento de En- vidades subaquáticas para análise e vis- gital, e para a transmissão de dados e co-
genharia Mecatrônica da Poli-USP com toria de obras como pontes, barragens, mandos. Terá um computador de bor-
apoio financeiro do Fundo Setorial do além de verificar o casco de embarca- do para torná-lo autônomo, além de ba-
Petróleo e Gás Natural (CTPetro). Além ções, cabos submersos e condições do terias a bordo”, diz Amorim. O Jaú II
da recuperação de transponders, o Laurs leito de rios. “O Jaú I foi feito com ver- conta também com a colaboração do
pode também ser adaptado para outras ba de cerca de R$ 5 mil doada pelo Con- professor Hélio Morishita, do Departa-
funções como coletar animais e plan- sórcio Intermunicipal do Vale dos Rios mento de Engenharia Naval da Poli-
tas marinhas. Ele mede 1,2 metro (m) Tietê–Paraná e conta com dois alterna- USP, e do professor Humberto Feraso-
de largura, 0,8 m de altura e 1,4 m de dores de trator convertidos para mo- li Filho, da Ciência da Computação da
comprimento. O veículo já passou por tor elétrico. Não tinha computador de Unesp de Bauru.
testes no tanque de provas do Depar- bordo, mas chegou, em 1998, a uma Nos sistemas eletrônicos que estão
tamento de Engenharia Naval e Oceâni- profundidade de 30 metros na eclusa do sendo integrados está incluso um siste-
ca da Poli e na piscina do Centro de Prá- rio Tietê na cidade de Barra Bonita e ob- ma de sonar e outro de laser para ser aco-
ticas Esportivas da USP (Cepeusp) para teve imagens com uma câmera de plado às câmeras e determinar a distân-
identificação dos parâmetros hidrodi- videocassete”, lembra. Ele tinha um cabo cia de obstáculos durante a navegação.
nâmicos e teste do sistema de controle. O veículo terá seis motores.“Utilizamos
Neste ano ainda serão instalados novos um tipo de motor elétrico, o de corri-
sensores para a navegação do robô e no- co, usado em pescaria, que faz deslizar o
O PROJETO
vos testes experimentais serão realiza- barco quando o motor principal é desli-
dos antes de ser levado para o mar. gado ao se aproximar de um cardume.
Entre tantos veículos avançados, Veículo submersível VSNT-Jaú II Nosso robô é feito com o maior núme-
provavelmente, o decano dos robôs ro de peças adaptáveis e baratas dispo-
MODAL IDADE
aquáticos brasileiros é o Jaú, que já es- Programa de Apoio a Jovens níveis no mercado brasileiro.” O primei-
tá na segunda versão em preparo na Fa- Pesquisadores ro teste do VSNT-Jaú II deverá ser feito
culdade de Tecnologia (Fatec) de Jaú. O em algum rio da região central do es-
Veículo Submersível Não-Tripulado COORDENADOR tado no início de 2008. Os pesquisado-
(VSNT)-Jaú I foi desenvolvido entre ANTÔ NIO EDUARDO ASSIS AMORIM – res acreditam que quando estiver pron-
Fatec-Jaú
1995 e 1998, sob a coordenação dos pro- to uma empresa possa se interessar na
fessores Antônio Eduardo Amorim e INVESTIMENTO
transferência de tecnologia ou os pró-
Luís Alberto Sorani. A nova versão, o R$ 55.5 6 0,00 (FAPESP) prios alunos possam montar uma em-
Jaú-II, já passou pelos primeiros testes presa e prestar serviços com o robô. ■

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