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para o
gerenciamento
da qualidade
analítica
Controle Interno da Qualidade
em Laboratórios Clínicos
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Este conteúdo 3 aplicações para o gerenciamento da qualidade analítica
(HGIP).
Conteúdo destinado a profissionais que já estão familiarizados
com o controle da qualidade e têm experiência na execução do 3 abordagens no
Criou e orienta sistemas de
processo. Conteúdos assim geralmente incluem conceitos e gerenciamento da qualidade
informática para o Controle Interno
teorias para um entendimento mais completo do assunto. analítica
da Qualidade, além de Sistema para
Auditoria Interna em Laboratórios.
Apresenta o Programa Sábado às 11,
Avançado para laboratórios. Criou e dirigiu o
LABConsult – Tecnologia e Informação
Os conteúdos assim classificados são dirigidos a profissionais mais para Laboratórios Clínicos.
experientes no controle da qualidade. Geralmente incluem conceitos Produziu e cooperou em várias
pouco usuais e que ainda não são de domínio geral. São indicados edições de cursos para o Controle da
também para profissionais que desejam lecionar sobre o assunto. Qualidade em Laboratórios.
Introdução
Laboratório do IPSEMG para preparar os reagentes
a serem usados no setor de química, junto com o
Dr. Geraldo Lustosa Cabral, outro grande parceiro
seu. Da otimização desses procedimentos e
metodologias formou-se o embrião do que viria
Dr. José Carlos de A. Basques
a ser a Labtest, uma das primeiras empresas 1941-2009
nacionais em reagentes para laboratório e hoje entre
as maiores da América Latina, motivo de grande
satisfação para si. O Dr. José Carlos foi um estudioso
do controle da qualidade em laboratórios clínicos.
Os procedimentos de Controle da Trabalha-se em laboratórios clínicos O CEP é um sistema de controle análises com parâmetros de variação
Qualidade Estatístico são usados em com análises que fornecem dados aplicado em diversos setores da aceitável em condições estáveis.
todos os ramos de atividades. Em quantitativos e outros qualitativos. sociedade e se aplica muito bem Essas comparações têm bases
laboratórios clínicos são estabelecidos Para os do primeiro tipo a estatística ao laboratório clínico, quando a estatísticas e fornecem elementos
para acompanhar o desempenho trouxe grande contribuição no estatística é usada na verificação da para julgamento da qualidade. Nossa
analítico de um sistema e alertar estabelecimento de metodologias variação do processo. Isso corre em proposição é que os profissionais
os profissionais da ocorrência de no controle dos processos de contraste com outros componentes de laboratório possam dispor de
problemas que possam comprometer análises. O uso de métodos de do plano de controle da qualidade, três abordagens para a qualidade
a utilidade dos resultados dos controle adequados, implantados questão mais ampla e fundamental, analítica. Possam assim fazer as
exames dos pacientes para as após planejamento, permite que o que envolve a manutenção preventiva, comparações dos resultados das
finalidades médicas. No ciclo do PDCA Gestor da Qualidade acompanhe verificação de instrumentos, análises dos materiais de controle,
corresponde à terceira etapa, ou fase. seus sistemas analíticos de modo treinamentos de pessoal etc. O CEP de forma padronizada e prática e de
Esse tipo de controle é o “sonho de a se antecipar, de preferência, a é apenas uma parte da estratégia de alcance amplo para os laboratórios
consumo” de diferentes gerentes um momento de deterioração. É a controle em um laboratório e deve ser clínicos brasileiros.
de organizações, que gostariam de idéia que dá suporte à realização assim entendido.
ter sistemas de medições e coleta continuada do controle interno da
de indicadores para aferição do seu qualidade, ou seja, realizar o Controle O Controle Interno da Qualidade é Te r a li n h a m e ntoro ndize a ca o
estado de controle e da sua qualidade. Estatístico de Processos (CEP) e feito por meio da análise repetida de co n ce it o s e pa d
Os laboratórios clínicos já têm essa detectar alterações na estabilidade materiais de controle estáveis, que d e co n d ut a s é qu e a
facilidade, com os métodos do CIQ. que impliquem em aumento da são produzidos com essa finalidade, e
im po rt a nt e pa ra co n d u zir
e qu ipe sa iba s e e n a o
imprecisão. a comparação dos resultados dessas e m sit u a cõe s d d o
co nfo rm id a d e s
co nt ro le.
Interpretação
expressões que interessam ao Henry e Segalove que utilizaram os
controle interno, como desvios, limites de ± 3s, baseados em análise
tendências e aleatoriedades. de séries de longo prazo.
de Levey-
208 mg/dl +2s
Jennings
Xm
68,26%
95,46%
200 mg/dl
99,73%
Xm
196 mg/dl -1s
Corridas Analíticas
Figura 2 – Gráfico para Colesterol total
co mpart ilh e esse co nteúd o
www.qualichart.com.br página 15
3 aplicações para o gerenciamento da qualidade analítica
O gráfico de Levey-Jennings é como se segue: As múltiplas linhas representam bem possível que o valor de média
uma forma gráfica simples de 68,26% das vezes estarão na faixa distância padronizada de número de do próprio laboratório seja diferente
plotar os resultados de análises de ± 1 DP desvios padrão (DP) acima ou abaixo da média do fabricante. Se for muito
repetidas de um material conhecido, 95,46% das vezes entre ± 2 DP da média, Xm, que é representada diferente para determinado analito,
chamado Material de Controle. 99,73% das vezes entre ± 3 DP pela linha verde. A linha azul distante o Gerente da Qualidade deverá
Pode ser entendido como uma ± 1 DP, a linha amarela distante ± 2DP analisar seus resultados dos Ensaios
representação da curva de Gauss, Em saúde, é habitual trabalharmos e a linha vermelha distante ± 3DP. O de Proficiência (Controle Externo da
se essa fosse girada em 90 graus, no chamado intervalo de confiança modelo é simples e de grande valor Qualidade), para verificar como anda a
como representado na figura 2. de 95% (erro < 0,05). Para esse valor para a monitorização de processos exatidão desse analito.
Os valores obtidos na análise do encontraremos na curva de Gauss a de medidas. Todos podem plotar o
material na bancada são lançados faixa de +- 2 DP. Vale dizer então que gráfico de Levey-Jennings, usando, Para o parâmetro DP, representado
no gráfico, sucessivamente. Valores os resultados do controle cairão 95% por exemplo, o papel milimetrado, ou às vezes como ‘s’, do inglês standard
mais distantes da linha de Xm são das vezes nessa faixa, em condições usando planilhas eletrônicas. Porém deviation, que é uma medida de
indicadores de maior variação do de sistema analítico estável. Num isso está longe de ser prático e hoje dispersão, de erro aleatório devemos
método, ou seja, de aumento da sistema ainda estável, é de se esperar podemos ter melhores resultados ter um cuidado ainda maior. É
imprecisão. que alguns valores ocorram fora com as ferramentas computacionais. aconselhável que se utilize o valor
dessa faixa, mas ainda menores que 3 fornecido pelo fabricante do material
A distribuição dos valores obtidos DP, em cerca de 5% das vezes. Não se A linha verde é central e por de controle (valor de bula), apenas
nas análises segue a chamada pode considerar como erro, ou convenção a linha da média, no na condução de uma primeira fase
distribuição normal. É esperado que rejeição um valor entre 2 e 3 DP, mas valor em uso como referência para de análise do lote do material, que
os resultados oscilem em torno da apenas alerta .
3
o gráfico. É central também porque pode ser chamada fase em preparo.
média em ocorrências previsíveis, média é uma medida de tendência É nessa fase que o laboratório apura
central. É representada por Xm e pode os valores próprios para média e
ser a princípio o valor fornecido pelo desvio padrão, já verificando também
fabricante do material de controle. É o Coeficiente de Variação (CV).
1. Que a média dos valores estava um erro sistemático, o que levou o (análises dos materiais de controle), Controle Interno da Qualidade vale a
abaixo da indicada pelo fornecedor do analista a investigar a causa. Ele aplicação da estatística, a plotagem máxima de Peter Drucker: o que não é
material de controle, uma vez que os entendeu que a causa mais provável e análise do gráfico e a constatação medido, não pode ser gerenciado. Aqui
resultados oscilavam abaixo da linha seria a deterioração do reagente. de que havia um problema. A partir foi bem medido e o gerenciamento
de Xm (linha verde), cerca de 1 desvio Foi realizada a troca do lote de daí a tomada de decisão foi a troca propiciou decisão e uma ação eficaz.
padrão. reagente e ensaiados novamente os do regente, talvez considerando
2. Que a oscilação era de pequena controles. Os resultados da corrida o histórico desse analito e desse
o
amplitude indicando um CV menor que 16 e seguintes foram considerados reagente. A corrida foi rejeitada e O ex e m p lo e v id eznacia
o calculado pelos valores do fabricante, aprovados e os valores retornaram os controles foram re-analisados. va lo r e m s e rea li ocor rroe m
o que era bom. aos níveis de antes da deterioração, Concluiu que o sistema analítico
CIQ. Pro ble m a sé s e rm o s
e o im po rt a nt e e be- lo s.
Como o objetivo era estabelecer os embora ainda diferentes do valor Xm recuperou o equilíbrio desejado. ca pa z e s d e pe rcint e rn o
parâmetros de média e desvio padrão oferecido pelo fabricante. Se m o co nt ro le o s e rm o s
do próprio laboratório, esses valores Nessas ações podemos constatar n a o h a ve ri a co mn o ss o
foram considerados a princípio A interpretação do gráfico de controle as três últimas fases do ciclo do info rm a d o s qu ess e d e
trouxe grande contribuição na PDCA. O analista realizou a Gestão
si st e m a p re cis a a ría m o s
aceitáveis.
re v is a o. C o nti n u lt a d o s
detecção de deterioração do sistema, da Qualidade, com base em medições e nt re g a n d o re s ua d a vez
O aspecto mais importante esteve ainda na fase em preparo, ou seja, nos controles e indicadores que d o s pa cie nt e s c
na percepção da tendência, da ainda sem aplicação das regras de apoiaram sua tomada de decisão. m a is in co rret o s.
corrida analítica de 9 a 15. Indicava controle. Foram feitas medições Ficou evidente que também no
Análise pelas
para identificar se uma corrida Temos visto que a aplicação das
analítica está em controle, ou se regras múltiplas no controle interno
fora de controle. Elas são aplicáveis é fácil se for utilizado um sistema
regras múltiplas
geralmente com duas a quatro de computador. Realizar o trabalho
medidas de controles por corrida, manualmente é mais difícil. O uso
o que vale dizer, com dois a quatro de planilhas eletrônicas no Controle
do controle
níveis de controle. Em bioquímica, Interno da Qualidade, como Excel® é
dois níveis são geralmente aplicados uma alternativa adotada por muitos
com bons resultados, para a maioria analistas, mas sabemos que os que
interno
dos analitos. usam não conseguem lidar bem
com a avalancha de dados de difícil
A utilização das regras múltiplas gerenciamento, pior ainda, para
deve se dar após a fase inicial – fase realizar todos os cálculos para muitos
em preparo - de ensaios de novo analitos. Essa forma acarreta também
lote de material de controle, tendo restrição e afastamento dos demais
como base os valores de Xm e de DP membros da equipe de colaboradores
determinados no próprio laboratório, no laboratório, que não têm muitas
de Variação
Isso agrega valor ao CIQ. Desses 2).
cálculos os sistemas obtém o valor Z,
que representa a quantidade de DP Os programas de computador
com valores
existente a partir da média, para mais, exibem para o usuário o valor Z, ou
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ou para menos . Então será sempre seja, quantos DP estão contidos na
de valor positivo. Para o gráfico de dispersão daquele valor da corrida, o
de imprecisão
Levey-Jennings e para aplicação das que representa também a amplitude
regras múltiplas considera-se o valor da dispersão. Maior o valor Z, maior a
Z, daí a sua importância. dispersão, ou seja, a imprecisão.
As características de desempenho * 100. É expresso em porcentagem O CV pode ser usado para se que propicie um CV razoável, menor
de um sistema analítico que são e provê uma boa estimativa do comparar o desempenho de um que a imprecisão máxima desejável
importantes para um planejamento desempenho do método analítico, e outro laboratório, num método publicada na literatura .
2
de procedimentos da qualidade são quanto à variabilidade. A média é especificado. O CV será menor, quanto
a imprecisão (erro aleatório) e o bias. uma medida de tendência central menor for a variação dos resultados O trabalho de Ricós e cols. é muito
É fundamental analisar criticamente e se relaciona com a exatidão, ou do controle, ou seja, haverá menor importante para consulta pelo
o desempenho do sistema analítico com situação de erros sistemáticos. imprecisão5. laboratório, para referência da
para identificar oportunidades de O DP reflete o alargamento da imprecisão. Ele oferece uma tabela
melhoria na qualidade da medição distribuição dos valores medidos e se O pior cenário para erros no bastante valiosa, com inúmeros
para se obterem valores menores relaciona com a imprecisão, ou erros laboratório é dado pelo Erro Total, testes e os valores para Imprecisão
para o erro aleatório, por redução da aleatórios. O DP será maior conforme o qual representa a combinação Máxima e para Erro Total, dentre
imprecisão e para o bias, reduzindo a concentração do analito medido no do erro sistemático (bias) e o erro outros. Muitos profissionais de
o erro sistemático . A avaliação da material de controle5. É de se esperar aleatório (imprecisão) estimados
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laboratório estão usando esses dados
imprecisão faz parte do escopo do que o DP para o nível 1, com valor de para um método e estando numa como referência, especialmente para
Controle Interno da Qualidade e tem média no intervalo de referência do mesma direção. Cuidando apenas da comparação do seu resultado de CV
sido objeto deste trabalho. O bias método seja menor que o DP do nível imprecisão, quanto menor for o CV do com o valor da Imprecisão Máxima. A
não será tratado aqui, porque foge ao 2, com valor geralmente elevado, no método, melhor, porque “sobra” mais meta é trabalhar para conseguir que o
escopo. nível patológico. Como o CV reflete espaço para o erro sistemático, antes CV esteja menor que o valor publicado
um índice do DP e média, ele sim é de comprometer a qualidade final do para Imprecisão máxima.
A medida da imprecisão pode ser melhor expressão da imprecisão para seu resultado. Portanto é uma meta
dada pelo Coeficiente de Variação (CV), diferentes concentrações e pode ser interessante para ser alcançada pelo
calculado pela fórmula CV = DP / Xm usado para comparações. laboratório a utilização de um método
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