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Ações do Grupo A, Grupo B e Grupo C
Caro Leitor,
Enquanto a economia vai por água abaixo e as notícias financeiras assustam o grande
público, assinantes da Empiricus calculam seriamente a sensatez de se nadar contra a
corrente.
Conforme tenho frisado, os preços dos ativos de risco encontram-se em níveis bastante
convidativos para uma entrada na baixa. De fato, são tempos propícios a se investir em renda
variável, visando aproveitar o momento do mercado.
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Partindo desse pressuposto geral - de que a Bolsa brasileira negocia a cotações atrativas -,
resta saber se nossa carteira de ações previdenciárias oferece também o mesmo tipo de
atratividade.
Temos dez papéis no portfólio, os quais podemos separar em três grupos bem definidos.
O que há de comum entre as três? Foram todas afetadas - em maior ou menor grau - pelo
agravar das condições econômicas.
No caso de Estácio, essa derivada se manifestou por meio da aniquilação do FIES. No caso de
Cyrela, pelo rápido recuo na demanda por imóveis, acompanhado de inadimplência. E, no
caso de Totvs, pela desaceleração das pequenas e médias empresas.
Foi um teste importante para nós. Tivemos o “privilégio” (um privilégio epistemológico, mas
não psicológico) de acompanhar três companhias do portfólio sobrevivendo aos seus piores
momentos. Veni, vidi; falta ainda vencer.
Contenta-me a fotografia dessas três companhias sob teste de estresse. Elas continuam
gerando fluxo de caixa positivo, e com balanços muito tranquilos, desalavancados. Seus
donos e seus gestores têm cabeça de longo prazo como a nossa.
Se você acabou de assinar a série ou está apenas iniciando a montagem do portfólio de renda
variável, sugiro começar pelo Grupo C, que negocia bem abaixo dos preços que tomamos
originalmente como teto.
Vamos então ao Grupo B, que abarca a neutralidade do purgatório. A rigor, BVMF3 e ITUB4
registram percentuais vermelhos. Contudo, as quedas são pequenas, quase irrelevantes.
Foram para cima, foram para baixo e terminaram praticamente no mesmo lugar.
Ambas se mostram atrativas. Porém, Itaú me obriga a uma distinção de grau, pois ITUB4 está
absurdamente bonita na casa de 6x lucros.
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Por fim, mergulhamos na massagem de ego do Grupo A, que compreende as cinco
valorizações do portfólio.
Não fique imaginando altas espetaculares para empresas tão maduras. Ao mesmo tempo,
vibre caso suas ações caiam substancialmente. Se isso acontecer, estaremos diantes de
oportunidades análogas às de Itaú hoje.
As performances apresentadas por Embraer e Cetip estão bem acima do que podemos
considerar “normal”, especialmente num ambiente econômico sofrível.
Embraer foi - e pode continuar sendo - fomentada pela correlação frente ao dólar. É um dos
raros casos na Bolsa brasileira de receita em moeda forte não gerada pela venda de
commodities, mas sim por produtos de altíssimo padrão.
O ponto fora da curva diz respeito a Raia Drogasil. A performance impressionante de RADL3
nos faz constatar algo matematicamente óbvio, mas que só aprendemos na prática.
Ações podem cair, no máximo, -100%; mas podem subir +200%, +500% ou +1.000%. Basta
acertarmos na escolha de empresas boas e aguardarmos o tempo necessário de maturação.
Quase todo dia recebo um email perguntando se não é hora de liquidar a posição em RADL3,
colocando os lucros gordos no bolso. Paciência, não sejamos precipitados. Temos muito
tempo pela frente, e é justamente esse tempo que engordará nossos lucros.
Ainda assim, como breve ressalva, quero lembrar que não é certo elencar empresas pela
performance das ações em curto prazo. O ideal é elegê-las conforme a qualidade do negócio,
provada apenas a longo prazo.
Até a próxima!
Rodolfo Amstalden
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Alocação Geral
Renda Fixa (60%) Moeda Forte (10%) Ações (25%) FIIs (5%)
RADL3 HGCR11
Referenciado DI (25%) Conta no Exterior
(2,5%) (1%)
EMBR3 SAAG11
Indexado IPCA (20%) Fundo Cambial
(2,5%) (1%)
ABEV3 KNRI11
(2,5%) (1%)
UGPA3 THRA11B
(2,5%) (1%)
ITUB4
(2,5%)
TOTS3
(2,5%)
CYRE3
(2,5%)
BVMF3
(2,5%)
ESTC3
(2,5%)
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Carteira de Ações
(*) Os preços de entrada são ajustados por eventos de custódia, conforme já explicado nos relatórios.
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