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Batendo no suporte
Caro Leitor,
Tranquilidade?
Pois é, não estou ficando louco. Através da fumaça, vemos corroboradas nossas apostas
sobre o rumo que o mercado vai tomar em médio e longo prazo.
As amostras estão por toda parte: nos juros futuros, no câmbio e na Bolsa.
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A rigor, principalmente na Bolsa.
O Ibovespa vai chegando zerado ao final desta semana “caótica”. Não é muito, eu sei. Porém,
condicionada a todos os picos de volatilidade dos últimos dias, essa estabilidade - até ontem -
me parece realmente formidável.
O gráfico que escolhi para ilustrar o topo desta edição evidencia um importante suporte da
Bolsa brasileira.
Veja lá: de 2013 até hoje, o IBOV bateu diversas vezes no patamar aproximado de 45 mil
pontos e então voltou a se recuperar.
Isso não é ciência exata, tampouco estatística. Mas é uma peça de informação relevante.
Sugere um relativo equilíbrio entre os problemas que nos circundam e as oportunidades que
se colocam mais à frente.
Isso é muito diferente de dizer que “não vai cair” ou que “é muito provável que suba” - ambas
afirmações falaciosas e irresponsáveis.
O que interessa para nós é o risco a se tomar tendo em vista determinado retorno esperado.
No mercado, não existem situações de risco zero ou de retorno garantido.
Suponha que você embarcou em uma máquina do tempo e foi parar em 13 de dezembro de
2010. Você acorda dentro de uma sala escura, parcialmente iluminada pela luz de quatro
velas roxas. À sua frente, um oráculo, de olhos cerrados, medita calmamente.
Você pede licença e pergunta em voz baixa, quase sussurando: “Senhor Oráculo, quais serão
as manchetes estampando os jornais nesta semana, daqui a exatos cinco anos?”.
O oráculo engole seco, gulp! - “Tem certeza? Não quer perguntar sobre 2025? Ou 2050?”.
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“Ave mãe! Pode parar, Senhor Oráculo. Isso é demais para mim”.
Então o Oráculo continua - “Ibovespa estável, dólar pouco subiu e DI ficou praticamente
parado”.
O quê? Sério?
Esse milagre só foi possível por um motivo nada miraculoso. Os preços de nossos ativos de
risco já sofreram tanto nos últimos meses que não há muito mais a se cobrar. Atingimos um
fundo de poço, tecnicamente chamado de “suporte”.
Suportes não são traçados a caneta, mas sim a lápis. A história sempre é capaz de apagá-los
com borracha e redesenhá-los mais abaixo.
No pregão de hoje, é provável que a estabilidade da Bolsa, câmbio e juros seja mais uma vez
colocada em xeque, graças à votação do Supremo na véspera.
Porém, um dia em específico não muda o jogo. Temos que aguardar que os processos de
correção política e econômica sejam maturados. Pode levar mais três meses ou mais três
anos; não sei. Só sei que não vai levar três dias.
Meu oráculo não prevê o futuro, mas enxerga dois grandes riscos.
O mais grave supõe continuidade do Governo Dilma, com nova guinada à esquerda. Medidas
populistas neste momento seriam extremamente onerosas ao País, ameaçando inclusive a
solvência de nossas dívidas.
O segundo mais grave depende da desaceleração chinesa, que afeta diretamente o preço de
commodities já bastante depreciadas.
Até a próxima!
Rodolfo Amstalden
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Alocação Geral
Renda Fixa (60%) Moeda Forte (10%) Ações (25%) FIIs (5%)
RADL3 HGCR11
Referenciado DI (25%) Conta no Exterior
(2,5%) (1%)
EMBR3 SAAG11
Indexado IPCA (20%) Fundo Cambial
(2,5%) (1%)
ABEV3 KNRI11
(2,5%) (1%)
UGPA3 THRA11B
(2,5%) (1%)
ITUB4
(2,5%)
TOTS3
(2,5%)
CYRE3
(2,5%)
BVMF3
(2,5%)
ESTC3
(2,5%)
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Carteira de Ações
(*) Os preços de entrada são ajustados por eventos de custódia, conforme já explicado nos relatórios.
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