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2ª Guerra Mundial

Aliada a uma grave crise económica que abalou o Mundo e ao fracasso da Sociedade das
Nações, os regimes ditatoriais europeus desencadearam uma política expansionista agressiva.
Depois de celebrar pactos militares com a Itália e com o Japão (Eixo Berlim-Roma-Tóquio), a
Alemanha, para garantir a conquista do “espaço vital”, ocupou territórios como a Renânia, a
Áustria e a região dos sudetas e a Checoslováquia. A Itália havia conquistado a Etiópia e o
Japão a regia de Manchúria, na China.

Quando a 1 de setembro de 1939 os exércitos alemães invadiram a Polónia, a Grã-Bretanha e a


França declararam guerra á Alemanha, Deu-se a eclosão da 2ª Guerra Mundial.

A Europa sob o domínio nazi


Nos países ocupados pelos nazis observaram-se diferentes níveis de violência sobre as
populações, mas também resistência ao invasor:

 Violência – os alemães roubavam, saqueavam, espancavam e assassinavam todos


aqueles que se lhes opunham; forçavam ao trabalho as populações locais e enviavam-
nas para campos de concentração, onde grande parte encontrou a morte. Na Europa
Oriental, a repressão alemã foi ainda mais violenta;

 Resistência – nos vários países sob o domínio nazi verificou-se uma forte resistência, ou
seja, grupos armados clandestinos opunham-se fortemente às tropas alemãs,
sabotando vias de comunicação, fornecendo informação aos Aliados e distribuindo
jornais e panfletos de propaganda antialemã. A resistência francesa, os guerrilheiros
nacionalistas da URSS e os Partisans.

A mundialização do conflito
Apesar de ter celebrado, em 1939, o Pacto de Não Agressão Germano-Soviético, a Alemanha
violou este acordo e, em junho de 941, invadiu a URSS. Em dezembro esse ano, o Japão atacou
de surpresa a base naval americana de Pearl Harbour, no Havai.

O avanço dos Aliados e as derrotas alemã e japonesa


A partir do final de 1942, a guerra desenvolveu-se em três palcos distintos: no Pacífico; no
Norte de África; na URSS.

Em 6 de junho de 1944 – Dia D – as tropas aliadas desembarcaram na Normandia, comandadas


pelo general americano Eisenhower. Era o início da libertação de França do jugo nazi.

Em abril de 1945, o cerco a Berlim era evidente: do leste, o Exército Vermelho (URSS) e, de
Ocidente, as restantes tropas aliadas. Os soviéticos foram os primeiros a chegar, conquistando
a cidade. Após o suicídio de Hitler, a Alemanha redeu-se a 8 de maio de 1945.

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No Pacífico, a guerra continuou mais alguns meses. A 6 e 9 de agoto de 1945, os EUA lançam
duas bombas atómicas em Hiroxima e Nagasáqui. A rendição do Japão aconteceu a 2 de
setembro de 1945.

As consequências da 2ª Guerra Mundial


A 2ª Guerra Mundial provocou perdas humanas e materiais.

 Provocou 50 milhões de mortes e um elevado número de deficientes físicos e


psicológicos. Casas, fábricas, pontes estradas e caminhos de ferro destruídos.

 As atrocidades cometidas pelos blocos em confronto deixaram marcas permanentes.


Os campos de concentração; o racismo nazi foi responsável pela tentativa de genocidio
do povo judaico e de outras etnias. Durante o holocausto, morreram seis milhões de
judeus.

 As tropas imperiais japonesas foram responsáveis pela morte de milhões de filipinos,


malaios, indonésios, cambojanos e chineses e pelo saque, exploração e violação dos
direitos das populações civis.

 Os EUA destruíram completamente Hiroxima e Nagasáqui, onde morrera, cerca de 200


mil pessoas, e tiveram graves efeitos de radiação na saúde das populações das zonas
atingidas.

O novo mapa político


Resultado das conferências de Ialta e de Potsdam, surgiu um novo mapa politico mundial: a
Alemanha foi dividida em quatro zonas de influência administradas pelos EUA, Grã- Bretanha,
França (parte ocidental) e URSS (parte oriental).

As

conferências de Bretton Woods e São Francisco

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Económico - em julho de 1944 criou-se um nova ordem económica que garantisse a
cooperação económico e a estabilidade monetária internacional, o Fundo Monetário
Internacional (FMI) que ajuda os países em dificuldades financeiras e económicas: o Banco
Mundial, capaz de financiar grandes projetos de fomento económico.

Político e cultural – em 26 de junho de 1945, na Conferência Internacional de São Francisco foi


aprovada a Carta das Nações Unidas, assinada por 50 países, que criava a Organização das
Nações Unidas (ONU).

A procura de uma paz duradoura: a ONU


Os objetivos da ONU são:

 Manter a paz no mundo, tentando evitar conflitos;

 Defender o direito à autodeterminação de todos os povos;

 Promover a cooperação económica, social e cultural dos povos;

 Garantir a defesa dos Direitos Humanos e das liberdades fundamentais do indivíduo,


aprovando a Declaração Universal dos Direitos do Homem.

A ONU é constituída pela Assembleia-Geral, pelo Conselho de Segurança e o Secretário-Geral.


Além destes órgãos, existem organismos especializados que desenvolvem o seu trabalho no
âmbito do combate á fome, à pobreza, às doenças, ao analfabetismo e que lutam pela
igualdade de direitos no trabalho, pela proteção das crianças e do meio ambiente (OIT, FAO,
UNICEF, UNESCO, OMS).

A nova “ordem mundial”


Devastada pela 2ª Guerra Mundial, a Europa encontrava-se arruinada e consciente da perda da
influência num mundo disputado entre duas novas superpotências – os Estados Unidos e a
União Soviética.

Os EUA prosperaram durante a guerra, fruto do seu grande potencial industrial e bélico, que
tornava possível o abastecimento da Europa de bens alimentares e de armamento. A URSS,
muito embora tivesse sofrido duras repercussões, agigantou-se ao lado dos Estados Unidos,
com uma indústria de material de guerra de ponta, impondo progressivamente o seu domínio.

Modelo político dos EUA e URSS

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EUA URSS

 Sistema democrático;  Sistema de partido único (Partido


Comunista);
 Divisão de poderes;
 Não havia divisão de poderes;
 Democracia liberal;
 Democracia popular;
 Respeito pela soberania popular;
 Centralismo democrático;
 Pluralismo político;
 Existia sufrágio universal, mas apenas
 Defesa dos direitos fundamentais. um candidato do partido;

 Não eram garantidas as liberdades


fundamentais do indivíduo.

Modelo económico dos EUA e URSS


EUA – Economia capitalista URSS – Economia planificada

 Propriedade privada;  Planos quinquenais;


 Lei de oferta e da procura;  Controlo sobre a moeda;
 Estado detém um papel importante  Inexistência ou pouca importância à
na economia; propriedade privada;
 Incentivo ao consumo.  Propriedade coletiva;
 Banca e indústria pertencem ao
Estado.

O antagonismo dos dois grandes blocos


A rivalidade entre as duas superpotências conduziu à formação de dois blocos antagónicos no
que se refere à suas práticas políticas e ideológicas, militares e económicas. Os dois blocos
possuem um forte armamento capaz de obrigar a grande cuidado nas relações. O investimento
no poderio militar conduziu ao reforço do armamento e à corrida às nucleares, criando um
clima de tensão permanente.

O Plano Marshall e a OTAN


Para afirmar a sua hegemonia, e reconhecendo que a Europa destruída pela guerra, era um
terreno próspero ao avanço das ideias comunistas, os EUA, em 1947, delinearam um Programa
de Recuperação da Europa Ocidental – Plano Marshall. Deste modo, procuravam promover a
recuperação económica da Europa através da ajuda financeira, reafirmando a hegemonia
económica e financeira dos EUA no bloco ocidental.

Em 1948, criou-se a Organização Europeia de Cooperação Económica (OECE) para administrar e


controlar a aplicação do dinheiro americano. Em 1949, criou-se a NATO ou OTAN - Organização
do Tratado do Atlântico Norte - para reafirmar o seu domínio militar.
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Em sinal de resposta ao plano americano, a URSS criou, em 1947, o Kominform – que
coordenava a partir de Moscovo todos os partidos comunistas da Europa; em 1949, em
resposta ao plano Marshall criou o COMECON – Conselho de Ajuda Económica Mútua -, que
apoiava os países da Europa Leste; e como aliança militar, reuniu em torno do Pacto de
Varsóvia, em 1955.

A Guerra Fria
A oposição entre os dois países levou a uma política de sedução de novas zonas de influência: o
bloco ocidental-capitalista era liderado pelos EUA, acompanhados pelos países da Europa
Ocidental; o bloco comunista comandado pela URSS, estendeu a sua influência aos países da
Europa de Leste e à Ásia.

Após a morte de Estaline, Nikita Kruchtchev propôs uma politica de coexistência pacifica entre
os dois blocos, sem intervenção direta os conflitos que deflagravam nas suas esferas de
influência.

Os conflitos de Guerra Fria


 Bloqueio de Berlim (1948-1949)

 A Guerra da Coreia (1950-1953)

 Crise dos Misseis de Cuba (1962)

 Guerra do Vietname (1963-1972)

 Guerra de Angola (1975-2002)

 Guerra do Afeganistão (1979-1989)

Os efeitos da nova “ordem mundial” do após-guerra em Portugal


Salazar, pressionado, tomou medidas que pretendiam dar a entender uma certa abertura do
Estado Novo aos princípios democráticos: dissolveu a Assembleia Nacional e organização
eleições para este órgão, marcadas para o dia 18 de novembro de 1945. Para concorrer às
eleições, a oposição democrática criou o MUD – Movimento de Unidade Democrática -, mas
acabou por desistir.

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A perpetuação do regime salazarista
Fingindo-se democrático, o regime salazarista conseguia manter-se no poder, quer através da
utilização de pretextos (como as eleições falsamente democráticas), quer devido ao apoio de
poderosas elites sociais.

O mesmo é dizer que Salazar recebia discreto apoio dos EUA e da Grã-Bretanha, e a entrada de
Portugal na OTAN (como membro fundador em 1949) e, em 1955, na ONU, mais não são do
que reflexos da aceitação ocidental do regime salazarista.

A oposição democrática
Devido ao enorme impacto que teve na opinião pública, o MUD foi ilegalizado em 1946 e os
seus elementos mais ativos fortemente perseguidos pela PIDE.

Um novo momento de forte oposição ao regime surgiu em 1949, com as eleições presidenciais
e a candidatura do general Norton Matos. Mais uma vez ele desiste, sendo eleito o candidato
do regime, general Óscar Carmona. Em 1958, o regime sofre a mais dura prova eleitoral, com a
candidatura do general Humberto Delgado à Presidência da República, reunindo em seu redor
o apoio de todas as forças contrárias ao regime e um entusiasmo popular até então nunca
visto. Só conseguiram garantir a vitória do candidato América Tomás devido à fraude eleitoral.
Após isto, a violência e repressão da PIDE tornou-se ainda mais arbitrária.

O modelo de crescimento económico do Estado Novo


Portugal era um país eminentemente agrícola e com baixa produtividade, a aceitação tardia da
ajuda financeira propiciada pelo Plano Marshall. As décadas de 1950e 1960 foram decisivas
para o desenvolvimento industrial, com a execução dos Planos de Fomento Nacional.

Em 1959, a adesão de Portugal è EFTA (Associação Europeia de Comércio Livre) conduziu ao


aumento das exportações e a uma maior liberalização da economia, facilitando o investimento
estrangeiro em Portugal. Esta política conduziu ao crescimento dos grandes grupos económicos
e financeiros e ao aumento da produção nacional.

Os movimentos de independência das colónias do após-guerra aos anos


de 1970
Com o fim da 2ª Guerra Mundial, nas diversas colónias europeias da África e da Ásia
desenvolveram-se movimentos de luta pela libertação nacional. As determinações da ONU
exigiam o respeito pelos povos dominados, o reconhecimento da autodeterminação (direito de
um povo à independência); Perceção de que as potências europeias já não tinham capacidade
militar para impor a sua influência nos territórios dominados.

Acrescenta-se, ainda, o apoio dado pelos EUA e pela URSS aso movimentos de libertação das
diversas colónias, no sentido de alargarem as respetivas áreas de influência.

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As vagas de descolonização
Estas decorreram entre 1945 e 1975. Apesar de, em alguns contextos, ter-se adotado uma via
pacífica, como aconteceu na Índia, em outros espaços a luta pela independência tomou
proporções violentas, como na Indonésia ou na Indochina.

O Movimento dos Países Não Alinhados


As ideias que mais se salientaram foram o reconhecimento do direito à autodeterminação dos
povos, libertando-se do domínio colonial, e a imediata descolonização de África. Na
Conferência de Belgrado, em 1961, surgiu o Movimento Dos Países Não Alinhados, que
reivindicavam uma nova ordem económica internacional que traduzisse a recusa da subjugação
face aso EUA e URSS e uma postura ativa e construtiva para criar uma nova paz mundial. Em
1962, fundou-se a OUA (Organização de Unidade Africana), que reafirmou estas ideias.

O neocolonialismo e os problemas to Terceiro Mundo


A expressão Terceiro Mundo surgiu na década de 1950para caracterizar um conjunto de países
que não pertenciam nem ao gruo dos países capitalistas desenvolvidos nem ao mundo
socialista desenvolvido. O Terceiro Mundo é constituído pelos países subdesenvolvidos da Ásia,
áfrica e América Latina que não conseguem garantir à sua população a maioria dos direitos
básicos – alimentação, saúde, educação e habitação.

Os bloqueios do Terceiro Mundo são agravados pela dominação económica das grandes
potências, que utilizam este países como fornecedores de matérias- primas e mercado para
escoamento de produtos, numa relação de neocolonialismo.

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