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FISIOLOGIA AULA 1: Mitose e Meiose


(MÓDULO II)

Profª. Dra. Lilian dos Santos Castro

Rio Verde – Agosto


2016
1
Conceitos prévios
Cromossomo: estrutura que contém uma longa molécula de DNA associada a proteínas
histonas, visível ao microscópio óptico em células metafásicas.

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Conceitos prévios
Cromossomo (Classificação):

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Cromossomos eucariotos

Enormes quantidades de DNA;

Moléculas extremamente longas;

Compactação e dobramentos;

Interfase: estado alongado e relativamente


descondensado;

Curso do ciclo celular – mudanças no nível de


compactação;

Compactação – muda localmente na replicação e


transcrição.

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Compactação

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Esquema do ciclo celular

(Cariocinese)
Crescimento Divisão
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Ciclo celular

G1 = é o intervalo de tempo que transcorre desde o fim


da mitose (M) até o início da síntese de DNA (pós-
mitótico ou pré-sintético);

S = ocorre a duplicação ou síntese do DNA;

G2 = é o intervalo entre o término da síntese de DNA e


a próxima mitose (pós-sintético ou pré-mitótico);

G0 = compreende células que podem permanecer


sadias por longos períodos em um estado não
proliferante, um estado de dormência ou quiescência
com relação ao crescimento.

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Ciclo celular

Ponto de restrição ou ponto R

Um ponto crítico a ser vencido pela célula para que a fase


S possa ser iniciada.

Essas células são:

1) Desprovidas de fatores de crescimento;


2) Baixo metabolismo;
3) Baixa síntese de macromoléculas;
4) Tem conteúdo de DNA não duplicado.

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Ciclo celular

Ponto de restrição ou ponto R

Podem ser estímulos suficientes para que as células


reingressem no ciclo de divisão celular:

1) Nutrientes;
2) Hormônios de crescimento;
3) Estímulo mecânico (lesão provocada por intervenção
cirúrgica).

Exemplos: hepatócitos, fibroblastos da pele, células


renais, células do músculo liso, de pâncreas, de ovário,
de pulmão, células endoteliais, células da glândula
adrenal e células ósseas.

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Ciclo celular

A frequência das divisões celulares varia com o


tipo e estado fisiológico de cada célula.

 Células do Duodeno: se dividem a cada 24 horas.

 Células do esôfago: se dividem semanalmente;

 Células do fígado, rins e pulmões só voltam a se


dividir para reconstituir partes lesadas.

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Ciclo celular

A duração varia também com as condições


fisiológicas em que a célula se encontra, como:

 Idade celular;

 Disponibilidade de hormônios e de fatores de


crescimento;

 Temperatura;

 Pressão osmótica;

 Pressão hidrostática e pressão de oxigênio


externas; e mesmo com o ritmo circadiano (ritmo
de cerca de um dia) que ocorre nos organismos.

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Evolução do teor de DNA (C) no núcleo de uma célula, ao longo
do ciclo celular

G1:
 Reinício da síntese de RNA e proteínas, que
estava interrompida durante a mitose (período M);

 Cerca de 80% do RNA sintetizado em G1 é rRNA;

 Síntese de algumas enzimas imprescindíveis para


a fase imediatamente subsequente do ciclo;

 Continuar proliferando ou retirar-se do ciclo e


entrar em um estado quiescente (G0).

 Essa decisão é determinada primariamente por


sinais extracelulares (fatores de crescimento, no
caso de eucariontes superiores).
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Evolução do teor de DNA (C) no núcleo de uma célula, ao longo
do ciclo celular

 G1: interrupção temporária do ciclo nesta fase,


induzida pela presença de danos no DNA, para
que os mecanismos de reparo operem antes da
fase de replicação;

 Uma proteína conhecida como p53;

 Níveis intracelulares aumentam em resposta a


eventuais danos no DNA, impedindo que a célula
prossiga e replique o DNA danificado.;

 A transmissão desses danos às células-filhas,


que pode estar relacionada com a perda de
funções da p53, resulta em acúmulo de mutações
e instabilidade do genoma, que contribuem para o
desenvolvimento de câncer.

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Evolução do teor de DNA (C) no núcleo de uma célula, ao longo
do ciclo celular

 Período S: a célula duplica seu conteúdo de


DNA;

 Toda célula eucarionte diploide inicia seu ciclo em


G1 com uma quantidade de DNA igual a 2C.

 Durante o período S, essa quantidade duplica,


passando de 2C para 4C, e assim permanece até
a fase do ciclo em que é igualmente repartida
para as duas células-filhas;

 E voltam a ter, novamente em G1, a quantidade


2C idêntica à da célula de origem

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Período S:

Representação simplificada da replicação


Forquilha de
semiconservativa do DNA replicação

Replicação bidirecional.

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Modelo de replicação semidescontínua do DNA

 Por causa da característica da DNA-polimerase, as


duas cadeias novas devem ser sintetizadas na direção
5' → 3‘;

 A: a cadeia que usa como molde a fita 3' → 5' é


sintetizada de maneira contínua (também chamada de
cadeia líder);

 A outra cadeia parental, a 5‘ → 3', é copiada de uma


maneira descontínua, por meio da síntese de uma série
de segmentos nucleotídicos denominados fragmentos
de Okazaki.

 Os fragmentos de Okazaki são posteriormente


substituídos em parte e ligados por DNA-ligase para
formar uma cadeia ininterrupta.

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Enzimas que participam da replicação do DNA em cada
forquilha de replicação

Impedem superenovelamento - ATP

Impedem PH se refaçam (DnaA) – ATP

DNA está ligado a proteínas,


constituindo a cromatina, não é
apenas o DNA que deve ser
replicado na fase S, mas também
as histonas.

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Sequência dos processos
em um caso de reparo do
DNA
apurínico ou apirimidínico

DNA-polimerase: ela é capaz de conferir as bases, à medida


que as adiciona ao novo filamento de DNA. "leitura de prova”

A alteração do DNA de uma célula somática é transmitida às


células-filhas, podendo formar-se um clone de células
modificadas.

Quando as alterações do DNA ocorrem em uma célula


germinativa (óvulo, espermatozoide ou respectivos
precursores), podem passar para as gerações futuras dos
organismos atingidos, sendo seus efeitos ainda mais
prejudiciais para a espécie.

Em função dessa importância, além de ter alta fidelidade no


processo de sua síntese, o DNA é a única molécula que, se
danificada, pode ser reparada pela célula.

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G2 (preparativos necessários para a próxima mitose)

 Fundamental que a replicação tenha sido


completada e que possíveis danos do DNA
tenham sido completamente reparados;

 São sintetizadas as proteínas não histônicas, que


se vão associar aos cromossomos durante a sua
condensação na mitose;

 O acúmulo de um complexo proteico


citoplasmático, o dímero denominado complexo
ciclina-Cdk;

 O regulador geral da transição de G2 para M,


induzindo a entrada em mitose.

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G2 (preparativos necessários para a próxima mitose)

 Ciclina-Cdk (Importância no controle de todo o


ciclo):

1) Condensação cromossômica;
2) Ruptura do envoltório nuclear;
3) Montagem do fuso;
4) Degradação da proteína ciclina.

G2:
1) Síntese de RNA (extranucleolares);
2) Continua a síntese geral de proteínas iniciada
no período G1.
3) Esses processos sintéticos só se interrompem
na mitose.

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Mitose: a divisão do núcleo é seguida
pela divisão citoplasmática
A divisão celular é o período em que a célula reparte igualmente o seu conteúdo, já
duplicado na intérfase, em duas células, denominadas células-filhas;

MITOSE:

1) A partilha exata do material nuclear, chamada, no sentido estrito, de mitose (do grego mitos,
fio, filamento) ou cariocinese (kario, núcleo, e kinesis, movimento);
2) E a divisão citoplasmática ou citocinese (kitos, célula).

Diplóide ou 2n = número duplo de cromossomos


46
46 2n
Células somáticas = células do corpo
2n 46
2n
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Mitose: prófase

 RESUMO:

 Os cromossomos iniciam seu processo de


condensação;

 Os nucléolos desorganizam-se;

 Formam-se feixes de microtúbulos a partir dos


centrossomos, constituindo o fuso mitótico;

 A fragmentação do envoltório nuclear marca o final


da prófase.

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Mitose: metáfase

RESUMO:

 Na metáfase (meta, metade), os cromossomos atingem um


avançado estado de condensação e, portanto, é o momento em
que as duas cromátides se tornam realmente visíveis ao
microscópio óptico;

 A condensação cromossômica atinge o maior grau;

 Os cromossomos dispõem-se em uma placa equatorial da célula;

 Presos a microtúbulos do fuso e por eles ligados aos polos


opostos da célula.

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Mitose: anáfase

 Na anáfase (ana, movimento) começam separação e a


migração das cromátides-irmãs, que passam a ser chamadas
de cromossomos filhos;

 Os centrômeros de cada cromossomo se separam;

 As cromátides-irmãs (agora cromossomos-filhos) são movidas


para os polos opostos;

 Com a participação das fibras do fuso e de proteínas motoras.

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Mitose: telófase

 A telófase (telas, fim) inicia-se quando os cromossomos filhos


alcançam os respectivos polos, o que se caracteriza pelo total
desaparecimento dos microtúbulos cinetocóricos;

 Cromossomos-filhos chegam aos polos;

 Ocorre a reconstituição dos núcleos;

 Descondensação dos cromossomos;

 Reorganização dos nucléolos;

 Desagregação do fuso mitótico;

 Após a reconstituição dos núcleos-filhos, completa-se a divisão do


citoplasma (citocinese), originando, assim, duas células-filhas
independentes.

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Mecanismos que controlam os eventos bioquímicos e celulares do ciclo
celular

Acumulam

Célula cresce

Desativado

Acumulam
Profª. Dra. Lilian dos Santos Castro - Módulo II Fosforila substratos – síntese de DNA 26
Profª. Dra. Lilian dos Santos Castro - Módulo II 27
Meiose

Profª. Dra. Lilian dos Santos Castro - Módulo II 28


Meiose

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Meiose

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Meiose

 Prófase I ocorre o evento-chave da meiose: pareamento dos cromossomos homólogos.

 Garante a posterior disjunção apropriada dos


cromossomos homólogos;

 Permite que ocorram trocas de segmentos entre os


cromossomos homólogos de origem paterna e materna
(recombinação genética, permuta ou crossing-over).

Fenômenos que contribuem com maior diversidade genética


para o processo evolutivo.

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Meiose

Cromátides-irmãs
(paternas)
2

1
Cromátides-irmãs
(maternas)
2

Leptóteno: a cromatina começa a se condensar gradualmente em cromossomos (Leptos = delgado);


Zigóteno: os cromossomos continuam sua condensação e inicia um processo de aproximação e pareamento entre os homólogos (sinapse);
Paquíteno: quando os homólogos são unidos pelo complexo sinaptonêmico é chamado de bivalente (dois cromossomos homólogos unidos) ou
tétrade (quatro cromátides);
Diplóteno: grego diplos (duplo) a maior parte do complexo sinaptonêmico é removida do bivalente e observa-se a separação dos cromossomos
homólogos; Nesta fase ocorre quiasmas (troca de genes);
Diacinese: caracteriza-se pelo aumento da repulsão entre os cromossomos homólogos.
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Meiose I: prófase I

DSB – quebra de cadeias duplas


(reparadas por recombinação)

Durante as etapas seguintes da meiose I, a metáfase I, a anáfase I e a telófase I, cada cromossomo


continua duplo, isto é, com duas cromátides.

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Meiose I: metáfase I

 Os cromossomos homólogos se dispõem na placa equatorial lado a lado;

 Assegura que cromossomos homólogos com uma distribuição de cromossomos maternos e


paternos para os polos opostos.

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Meiose I: anáfase I e citocinese I
 Os cromossomos em movimento para os polos celulares são constituídos por duas
cromátides, unidas por seus centrômeros;

 As cromátides-irmãs de cada cromossomo migram juntas para o mesmo polo da


célula;

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Meiose I: anáfase I, citocinese I e intercinese

 Célula mãe (2n) origina duas células filhas (n) – divisão


reducional;

 Os cromossomos continuam duplos e não ocorre divisão do


centrômero;

 Formação de duas novas cariotecas e de dois novos nucléolos;

 Intercinese – estágio entre as duas divisões mitóticas (nova


síntese de DNA, mesmo que na telófase precedente tenha
ocorrido completa descondensação cromossômica e
reorganização dos dois núcleos-filhos;

 Intercinese: as duas células são marcadas pela presença de um


número haplóide (n) e de uma quantidade 2C de DNA, já que o
cromossomo ainda é duplo.

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Meiose II:

 Meiose II se assemelha a uma mitose normal;


 É uma divisão equacional do material genético, em que haverá uma distribuição equitativa do conteúdo
de DNA entre os núcleos-filhos;
 Metáfase II (diferente da metáfase I, são os cinetócoros das cromátides-irmãs que se orientam para
polos opostos da célula, prendendo-se as fibras do fuso de lados contrários;
 Anáfase II: Disjunção das cromátides-irmãs (migram para os polos opostos da célula);
 Telófase II: a última etapa da segunda divisão meiótica, ocorre a citocinese, que dá origem a quatro
células, cada uma haploide de cromossomos (n) e com quantidade C de DNA.
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Meiose I

Profª. Dra. Lilian dos Santos Castro - Módulo II 38


5º mês do Nascimento
desenvolvimento (testículos)
fetal
Células
germinativas
imaturas

Puberdade

Nascimento
(500 mil ovócito 1º)

Puberdade

Após as
cromátides
separarem a
meiose para.

Meiose nunca será


completada
Profª. Dra. Lilian dos Santos Castro - Módulo II Gametogênese 39
Ovulação, fertilização e implantação

40
Profª. Dra. Lilian dos Santos Castro - Módulo II
O primeiro espermatozoide a se fundir com o ovócito
fertiliza-o

Reação acrossômica

41
Profª. Dra. Lilian dos Santos Castro - Módulo II
O espermatozoide e o ovócito se fundem para formar o
zigoto

42
Profª. Dra. Lilian dos Santos Castro - Módulo II
Vídeo: Fecundação

43
Profª. Dra. Lilian dos Santos Castro - Módulo II
Referências

ALBERTS, B. et al. Fundamentos da biologia celular. 3ª. ed.


Porto Alegre: Artmed, 2011.

UNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Biologia Celular e Molecular.


9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.

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