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A Importância Do Xadrez No Processo Ensino-Aprendizagem

outubro 14, 2011

Planeta Xadrez Xadrez no Planeta Deixe um comentário

O xadrez é um jogo de estímulos e respostas para problemas, desenvolvendo assim a


capacidade cognitiva do jogador. Pedagogicamente, o xadrez faz parte do currículo escolar
básico de dezenas de países. Vários projetos oficiais apontam melhoras significativas sobre
alguns aspectos, tais como: memória, imaginação, concentração e inteligência. Mais
recentemente, na “Venezuela, o Ministério da Educação apresentou conclusões significativas
sobre o chamado Projeto Xadrez: o estudo sistemático do xadrez não somente estimula a
inteligência, como os avanços alcançados no campo intelectual tendem a manter-se no
tempo”.

Como podemos ver o xadrez é uma grande ferramenta no aprendizado e não poderia
ficar alheio à observação do Grande Mestre Internacional GARRY KASPAROV que em uma
entrevista cedida à revista Veja comenta que “o xadrez ajuda a melhorar a atenção, a
disciplina, o pensamento lógico e a imaginação. Não é por acaso que, nas 13.000 escolas
americanas onde se ensina xadrez, as crianças têm melhores desempenhos em disciplinas
como, matemática e redação. Elas também demonstram ter um senso de responsabilidade
mais aguçado”. Na seqüência, quando foi questionado sobre a relação entre xadrez e senso de
responsabilidade, o ex-campeão mundial, respondeu: “está na moda dizer que tudo que
acontece de ruim é responsabilidade de todo mundo. O jogo coloca as coisas no seu devido
lugar: é você quem responde pelo movimento de suas peças, e mais ninguém. Como na vida,
você é o único responsável pelos próprios atos”

Mas não são somente as habilidades mentais que melhoram com o desenvolvimento do
jogo, outras habilidades, como: perseverança, capacidade de estudo, autoconhecimento,
organização pessoal, motivação e ambição, dentre outros. Todo esse processo faz parte da
“construção do indivíduo” e, como jogo, o xadrez pode ser uma forte ferramenta para facilitar
esse caminho.

O pedagogo suíço Charles Partos relata que o xadrez desenvolve:

1- A Atenção e a concentração;

2- O julgamento e o planejamento;

3- A imaginação e a antecipação;

4- A memória;
5- A vontade de vencer, a paciência e o autocontrole;

6- O espírito de decisão e a coragem;

7- A lógica matemática, o raciocínio analítico e sintético;

8- A criatividade;

9- A inteligência;

10- A organização metódica do estudo e do interesse pelas línguas estrangeiras

O xadrez é um jogo de desenvolvimento mental e psicológico que auxilia na formação


cognitiva e do caráter do indivíduo. Mesmo tendo sido comprovada por vários projetos, a
eficácia na aprendizagem, a prática do esporte ainda é muito pouco divulgada o que dificulta
na assimilação dessa ferramenta para crianças, que acabam tendo uma visão distorcida do
jogo e no desinteresse em aprendê-lo.

“O Xadrez é algo mais do que um jogo; é uma diversão intelectual que tem um pouco de Arte e
muito de Ciência. É, além disso, um meio de aproximação social e intelectual.” (GM J.
R.Capablanca, ex-campeão Mundial).

fontes: http://www.efdeportes.com/efd142/xadrez-na-escola.htm,

http://www.blogdomadeira.com.br/xadrez/a-importancia-do-ensino-do-xadrez-nas-
escolas/,

http://www.fpx.com.br/mostracol.asp?colid=75.

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EXTRACURRICULARES
10 motivos para seu filho aprender o xadrez
Veja como este esporte milenar pode ajudar - e muito - no desenvolvimento intelectual
do seu filho

10/04/2015 14:24
Texto Thais Romanelli
Foto: Claudia Marianno

Desenvolvendo a memória, a concentração e o raciocínio lógico, o xadrez estimula o aprendizado


da criança

Quais são as vantagens de aprender o xadrez?

1. O xadrez estimula o raciocínio lógico


2. O xadrez ativa a concentração
3. O xadrez desenvolve a tomada de decisões
4. O xadrez aguça a memória
5. O xadrez trabalha a paciência
6. O xadrez demanda a capacidade de planejamento
7. O xadrez aumenta a autoconfiança
8. O xadrez proporciona o respeito ao adversário
9. O xadrez exige responsabilidade
10. O xadrez instiga a imaginação e a versatilidade

O xadrez, que surgiu no Sudoeste da Europa na segunda metade do Século XV, é muito
mais que um jogo. Como bem definiu o escritor Johann Wolfgang Goethe, há mais de dois
séculos: "O xadrez é um excelente exercício mental". Tal frase é comprovada por estudos
como o da Universidade de Hong Kong, que provou por meio da pesquisa do Dr. Yee
Wang Fung que os estudantes que jogam xadrez têm uma melhoria de 15% em provas
de matemática após o início da prática. Na Venezuela, o projeto Learning to Think Project
concluiu que até mesmo o QI de uma criança pode ser aumentado por meio do treino do
xadrez. Além disso, a pesquisa de William Levy, do Departamento de Educação de Nova
Jersey, nos EUA, mostra que o jogo interfere também em questões pessoais, como
a auto-estima e confiança.

Especial Cursos Extracurriculares


Confira outras reportagens sobre os benefícios dessas atividades no
desenvolvimento do seu filho!

Não à toa, a UNESCO mantém o Comitê de Xadrez Escolar, responsável por integrar a
modalidade nas escolas e instituições de ensino e visar que a prática seja
pedagogicamente produtiva. Muitas instituições de ensino têm o jogo de xadrez em suas
grades (extra) curriculares. Em São Paulo, escolas como o Dante Alighieri, Santa Cruz,
Santo Agostinho, Santo Américo, entre outras, oferecem aulas do jogo. O Colégio São Luiz
rege, anualmente, o Torneio Intercolegial de Xadrez, que proporciona uma competição
entre as mais variadas idades e escolas. "São inúmeras as vantagens da prática do
xadrez, mas as mais lembradas e verificadas são o desenvolvimento do raciocínio lógico-
matemático, atenção e concentração, memória e a criatividade", diz o professor Antonio
Carlos de Resende, do Colégio Albert Sabin, que instituiu o xadrez desde a fundação, em
1994.

No Colégio Franciscano Pio XII, o xadrez é usado como ferramenta didática a partir do 6º
ano e pensado de forma interdisciplinar. "Sentimos da parte dos alunos do 6º ano uma
necessidade grande em organizar a própria vida. A ação é a palavra chave para essa
turma, entretanto, lhes falta projeção, que ao contrário do que muitos pensam nada mais é
do que pensar na ação. O xadrez lhes dá essa possibilidade, não apenas por ser um jogo,
mas sim, porque jogo e projeto são muito similares", explica Marco Malzone, professor de
Matemática do 6º ano do Ensino Fundamental II do colégio.

Também no Rio de Janeiro, a moda pegou. Mesmo em escolas públicas: o programa


"Aprendendo Xadrez nas Escolas", parceria do Governo com a Federação de Xadrez do
Estado, inclui aulas do jogo em cerca de 140 escolas estaduais.

Para ler, clique nos itens abaixo:


Preto no branco
Do jogo ao exercício
Efeitos positivos
Quem pode jogar?
Crie um site gratuito

ProfessorRobertodeCarvalho
Escrevendo sobre saúde, educação, esportes e educação física.

Página inicial | A importância do xadrez nas escolas

A importância do xadrez nas escolas

01/08/2011 18:01
A prática do jogo de xadrez tem crescido de maneira significativa em todo o país e não sendo
diferente no estado de Rondônia também. São expressivos os números de alunos que já praticam o
xadrez. Muitas são as escolas que já atuam com o jogo de xadrez como modalidade esportiva e
atividade extraclasse.

O xadrez é uma atividade conceituada pela combinação de aspectos esportivos, culturais, artísticos e
cognitivos e sua inserção na área educacional é reconhecida internacionalmente, já que sua pratica
sistemática pelos estudantes contribui positivamente para o desenvolvimento de habilidades como
memorização, raciocínio lógico dedutivo, avaliação estética, resolução de problemas, imaginação
espacial e a criatividade.

É uma atividade extremamente atrativa para os alunos, que descobre rapidamente as suas belezas
que podem ser compartilhadas com seus colegas, através de partidas, resolução de problemas e
composições estéticas alem de da interação com novas tecnologias. Sua implantação nas escolas é
rápida e os custos razoáveis, permitindo que seu ensino ocorra em regiões sem maiores recursos ou
alternativas.

O xadrez estimula o raciocínio lógico; melhora a concentração; desenvolve a tomada de decisões;


estimula a memória; trabalha a paciência; aumenta a autoconfiança; estimula ao planejamento, a
responsabilidade, o respeito mutuo, etc...

O jogo de xadrez é uma excelente prática complementar, pois interage com diversas disciplinas
escolares como a matemática, a história e até idiomas. Estudá-lo estimula também a imaginação, o
planejamento e trabalha valores como responsabilidade, autoconfiança, respeito ao adversário e
paciência.

Para aprender xadrez não tem idade, apesar de complexo, aprende-se rápido e depois é só praticar.

Na cidade de Vilhena eu trabalhava com alunos da 1ª serie do ensino fundamental até o 3º ano do
ensino médio e as crianças do 1º ano eram as mais atentas, pois trabalhava de forma lúdica e eles
adoravam, eram duas aulas por semana e essa turma de 1 ano era uma das turmas mais lotadas.

Pratique e leve essa idéia adiante.

Leia
mais: http://professorrobertodecarvalho.webnode.com.br/news/a%20import%C3%A2ncia%20do%2
0xadrez%20nas%20escolas/

**********

Importância do Xadrez na vida do ser humano

O XADREZ É IMPORTANTE NA VIDA DO SER HUMANO PORQUE É UM JOGO QUE


ENVOLVE LÓGICA, RACIOCÍNIO E ESTRATÉGIA. A PESSOA QUE JOGA XADREZ
ADQUIRE UM SENSO MUITO PRÁTICO DE ORGANIZAÇÃO E CONCENTRAÇÃO,
DESENVOLVE A SUA MEMÓRIA, INTELIGÊNCIA E IMAGINAÇÃO. ALÉM DO MAIS
AJUDA MUITO OS ALUNOS A MELHORAREM MUITO NA DISCIPLINA E RESPEITO AS
REGRAS;ELE ENSINA CRIANÇAS E ADULTOS ,O MAIS IMPORTANTE NA SOLUÇÃO DE
UM PROBLEMA.O XADREZ PROPORCIONA PACIÊNCIA, DISCIPLINA, RESPEITO AOS
ADVERSÁRIOS E LEIS QUE JÁ SÃO O SUFICIENTE PARA QUE UM CIDADÃO SEJA
DIGNO, DE BOM CARÁTER E PROVAVELMENTE BEM SUCEDIDO NOS SEUS PROJETOS
DE VIDA.

Mundo Educação Educação O jogo de xadrez no processo de ensino - aprendizagem

O jogo de xadrez no processo de ensino - aprendizagem

A prática do jogo de xadrez desenvolve habilidades como memória, concentração,


planejamento e tomadas de decisões.
Publicado por: Elen Cristine em Educação 0 Comentários

O jogo de xadrez no processo de ensino - aprendizagem

O xadrez como suporte pedagógico.

Inicialmente é de fundamental importância que os professores transmitam aos seus


alunos os objetivos de trabalhar com o jogo de xadrez no ambiente escolar.

A prática do xadrez desenvolve habilidades tendo como destaque: memória,


concentração, planejamento e tomadas de decisões.

O xadrez é considerado como um excelente suporte pedagógico visto que se relaciona


com diversas disciplinas, tais como: Matemática; Artes; História; Geografia, além da Ética, etc.

Na Matemática explora-se inicialmente o tabuleiro e a movimentação das peças


associadas com a Geometria e suas dimensões.

Nas Artes, exploram-se as formas das peças através do uso da argila, pintura, técnicas
com materiais recicláveis.

Na História, pode ser trabalhada a questão da origem do xadrez, a cultura dos seus
povos e a relação entre aspectos sociais e políticos.

Na Geografia, pode ser abordada a localização onde o jogo de xadrez era praticado.

E finalizando, quando se faz referência à Ética, seria quanto à importância das regras e
o respeito que deve existir para com o parceiro de jogo.

A proposta pedagógica de inserir o jogo de xadrez no processo de ensino-


aprendizagem visa preparar o aluno para que seja capaz de tomar decisões em situações que
exigem o raciocínio rápido, e em busca de formar cidadãos íntegros através de uma atividade
lúdica.

IMPORTÂNCIA DO XADREZ PARA A MATEMÁTICA

Home > Educação e Pedagogia > Artigos > Educação > Importância do xadrez para a
matemática

Práticar do xadrez traz inúmeros benefícios

Práticar do xadrez traz inúmeros benefícios


Uma indicação para o ensino da matemática é a aplicação do Jogo de xadrez pelo
menos uma vez por semana: o xadrez é considerado um esporte extremamente difícil, elitista
e intelectualizado. Essa imagem afasta o interesse das pessoas.

Porém, a prática do xadrez traz inúmeros benefícios para seus adeptos, além das
emoções que proporciona. Todos esses benefícios são de grande valia aos alunos, pois seu
desenvolvimento ajuda no aprendizado das disciplinas.

Nesse sentido, o projeto xadrez tem um caráter lúdico e pedagógico que possibilita ao
aprendiz desenvolver o raciocínio, as estratégias para solucionar problemas, compreender as
técnicas do jogo, aprender noções de cálculos e geometria. O jogo de xadrez possibilita um
trabalho interdisciplinar.

• Melhora a interação na relação professor- aluno;

• Estimula a autoestima dos alunos;

• Trabalha a interdisciplinaridade;

• Proporciona a melhoria do poder de concentração;

• Oferece uma atividade de lazer sadia e educativa;

• Desenvolve a capacidade de raciocínio lógico, memorização e criatividade de forma


lúdica;

• Aprimora no aspecto moral o autocontrole, a paciência, a perseverança, o respeito


aos outros e honestidade.

Artigo por Colunista Portal - Educação - sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013.


Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não
refletir a posição oficial do Portal Educação.

A importância do ensino do xadrez


nas escolas
fevereiro 16th, 2009 · 17 Comentários
+14

-5

Clique no título para ler a coluna Xeque Mate, de Gilmar Machado

Conforme NUNO COBRA, um dos maiores especialistas


em educação física do país, “o xadrez é realmente um
excelente exercício para o cérebro e exige muito das
emoções. A pessoa adquire um senso muito prático de
organização, concentração e desenvolve de forma muito
especial a memória. O xadrez trabalha a imaginação,
memorização, planejamento e paciência. Nas escolas do
primeiro mundo, o xadrez já é praticado há décadas,
onde os alunos além de todo esse desenvolvimento
citado, melhoram muito sua disciplina, relacionamento
com as pessoas, respeito às leis, às regras” […].
De fato, muitas pesquisas educativas relacionadas com o
xadrez provam a influência positiva deste jogo sobre
seus praticantes. Por exemplo, há mais de 100 anos,
BINET foi o primeiro que começou a estabelecer as
relações entre o xadrez e sua influência sobre aspectos
da mente, tais como inteligência, concentração,
imaginação e memória. Mais recentemente, na
“Venezuela, o Ministério da Educação apresentou
conclusões significativas sobre o chamado Projeto
Xadrez: o estudo sistemático do xadrez não somente
estimula a inteligência, como os avanços alcançados no
campo intelectual tendem a manter-se no tempo”.
Em entrevista cedida à revista Veja, o ex-campeão
mundial GARRY KASPAROV aponta que “o xadrez
ajuda a melhorar a atenção, a disciplina, o pensamento
lógico e a imaginação. Não é por acaso que, nas 13.000
escolas americanas onde se ensina xadrez, as crianças
têm melhor desempenho em disciplinas como
matemática e redação. Elas também demonstram ter um
senso de responsabilidade mais aguçado”.Na seqüência,
o entrevistador indagou: qual é a relação entre xadrez e
senso de responsabilidade? O Grande Mestre
Internacional, brilhantemente, respondeu: “está na
moda dizer que tudo que acontece de ruim é
responsabilidade de todo mundo. O jogo coloca as coisas
no seu devido lugar: é você quem responde pelo
movimento de suas peças, e mais ninguém. Como na
vida, você é o único responsável pelos próprios atos”.
Valioso é também o ensinamento do Árbitro
Internacional de xadrez ESTEVÃO TAVARES NETO: “o
xadrez proporciona a um praticante criatividade,
concentração, memorização, paciência, disciplina,
respeito a adversários, árbitros e leis e isso já é o
suficiente para formar um cidadão com o caráter que a
sociedade exige e em condições adequadas para ser bem
sucedido na vida”.
Tais assertivas não são inventadas. Elas fundamentam-
se em análises das inúmeras experiências feitas com o
xadrez aplicado nas escolas e em outros segmentos da
sociedade. Basta tomarmos mais um exemplo, o da
Inglaterra, onde, após introduzido o ensino de xadrez no
currículo de algumas escolas, o aprendizado subiu de
nível.
O ensino de xadrez é também defendido por WILSON
DA SILVA, mestre em Educação pela UFPR e
doutorando também em Educação pela UNICAMP. Para
ele “o xadrez merece crédito, porque ensina às crianças o
mais importante na solução de um problema, que é
saber olhar e entender a realidade que se apresenta. […].
É comum notar crianças fracassando em matemática,
por exemplo, por não entenderem o que o enunciado do
problema lhes diz. Não sabem analisá-lo, aprendem
fórmulas de memória; quando encontram textos
diferentes não acham a resposta correta. […]. Em uma
época na qual os conhecimentos nos ultrapassam em
quantidade e a vida é efêmera, uma das melhores lições
que a criança pode aprender na escola é como organizar
seu pensamento, e acreditamos que essa valiosa lição
pode ser obtida mediante o estudo e a xadrez”
Em Varginha, há alguns anos temos ensinado xadrez em
escolas municipais, contando com o apoio da Secretaria
de Esportes, este ano ainda não obtivemos resposta ao
projeto de ampliação do ensino para outra escola, além
da Escola Municipal Santinha Sales e da Escola
Municipal Maria Aparecida Abreu. Com a palavra… o
senhor prefeito.
________________________ x
________________________
Resposta do diagrama anterior: 1.d8=C, se… 1…., Rb6; 2.
Be3 ++ Se …1…., Rd5; 2.
Th5 ++

Jogam as brancas e dão mate em dois lances


Resposta na próxima semana
Em Varginha, o local de encontro dos enxadristas é o
Clube Varginhense de Xadrez, que funciona na sede do
Varginha Tênis Clube – VTC, abrindo diariamente
da 19:00 h às 22:00 h. Aulas com o Prof. Cairo –
Fone: (35) 3222.5475

Xadrez na escola: a importância


no
desenvolvimento do
inconsciente da criança
El ajedrez en la escuela: la importancia del desarrollo del
inconciente del niño

Universidade Veiga de Almeida-RJ. Jefferson Leal Oliveira


(Brasil) jefferson.prepfisico@ig.com.br

Resumo
O xadrez requer lógica, conhecimento e raciocínio, tudo num modelo de construção própria do sujeito,
o jogador, no caso a criança que desafia o oponente, a outra criança, a testar seus conhecimentos em
xadrez, auxiliado por sua pelas habilidades citadas, mais a oportunidade de “ler” a mente de seu adversário e
antecipar suas ações e produzir movimentos que levem seu oponente a cometer erros de assimilação de seus
movimentos. Nossas reflexões e idéias propostas neste trabalho são inovadoras e arrojadas, pois como nos
faz refletir L’Heuillet (2008, pág. 199): “será que a escola não produz em parte o que ela denuncia. O pobre
recurso faz tomar a medida do desespero, simples projeção de um adulto imaginário, ignorando o que
interessa às crianças”. Vamos construir conhecimento a partir do que nossos alunos buscam e não através
deles.
Unitermos: Xadrez. Escola. Lógica. Raciocínio
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo de 2010

1/1

1. Introdução

O xadrez é o jogo mais antigo do mundo que conhecemos, nem se sabe ao certo sua
origem, citações colocam como China, Índia ou península da Arábia suas origens, a mais
provável conta uma lenda árabe que o sábio brâmane Sisso queria moralizar o rei cruel
Shahrâm, o sábio queria que o tirano entendesse, através do jogo, que o rei precisa, nas suas
estratégias políticas e militares, de todas as partes do povo, mesmo as mais humildes. Começo
com esta pequena história do xadrez para explorar neste trabalho a influencia que a psiquiatria
pode ter no desenvolvimento do indivíduo dentro do tema: Xadrez na escola.

Piaget escreve a respeito dos jogos na infância para a formação do adulto, segundo ele: “O
jogo constitui o pólo extremo da assimilação da realidade no ego, tendo relação com a
imaginação criativa que será fonte de todo o pensamento e raciocínio posterior” (Piaget, 1975,
pág. 162)

Como Lacan (2008, pág. 267) coloca em seu livro que a criança trás o conhecimento do
inconsciente para a prática da vida real, ainda mais complicado poderá ficar se tivermos como
base Melmann (2009, pag. 192) que coloca em seu livro citando Lacan que chama, ou teria
chamado de confiança desmesurada de Freud depositando no Pai, onde ele fala sobre a relação
pai-mãe-filho, mas tornando mais profundo a responsabilidade dos patriarcas em dar pré-
conhecimento a seus filhos, para que de forma inconsciente adquiram passagens sobre lógica,
raciocínio, conhecimento de letras e números, aspectos motores de deslocamento entre outros.
Tudo como pré-disposição necessária e apresentada a criança para que no futuro ela o adote. E
aonde entra a importância do xadrez no desenvolvimento do inconsciente da criança? É o que
vamos tentar demonstrar ao longo deste trabalho.

2. Articulação com a atividade profissional

O xadrez requer lógica, conhecimento e raciocínio, tudo num modelo de construção própria
do sujeito, o jogador, no caso a criança que desafia o oponente, a outra criança, a testar seus
conhecimentos em xadrez, auxiliado por sua pelas habilidades citadas, mais a oportunidade de
“ler” a mente de seu adversário e antecipar suas ações e produzir movimentos que levem seu
oponente a cometer erros de assimilação de seus movimentos. Como coloca Hélène L´Heuillet
(2008, pág. 197) a criança deve construir sozinha seu saber, e citando interpretação dos
pensamentos de Vecchi (2008, pág. 197) a criança deve ter suas próprias representações no
sentido da metacognição e na confrontação com outras crianças (sociocognição) que esta
pode “entrar em processo de aprendizagem”.

No documento oficial da Educação Física, o PCN (Parâmetros curriculares nacionais), trás na


sua página 15 a seguinte escrita: “trazer uma proposta que procure democratizar, humanizar e
diversificar a prática pedagógica da área, buscando ampliar, de uma visão apenas biológica,
para um trabalho que incorpore as dimensões afetivas, cognitivas e socioculturais dos alunos.”
Está visão mais ampla da educação mostra que as aulas de educação física e principalmente do
xadrez podem contribuir decisivamente na formação de um pensamento mais humano e
cooperativo que a aprendizagem do jogo pode trazer aos seus praticantes, e principalmente
representa uma interação com todas as áreas do conhecimento em que o aluno poderá se
beneficiar. Também podemos pressupor que cognição é uma habilidade para o qual pouco
importa a aptidão motora ou a rapidez de sua execução, mas sim enfatiza “saber o que fazer”
não importando se executado de forma rápida ou suavemente, como grandioso exemplo temos
o xadrez, que o desafio é decidir qual peça mover e para onde movê-la a fim de maximizar as
chances de vitória, pois o que importa é a decisão ou estratégia sobre movimento a ser
realizado, desenvolvendo o raciocínio mental (Schimidt, 2001).

Uma dos grandes problemas na educação é a criança superar seus medos contidos no
inconsciente instalados ao longo de seus poucos anos de vida por problemas familiares ou
relações familiares com seus pais, seja por presença opressiva ou simplesmente pala falta dela,
Paim (2009) que “quando do ato de criar, há uma modificação no ambiente e uma modificação
no sujeito criativo, é o momento em que são tocadas suas raízes mais antigas”, suas palavras
nos levam a pensar que a criança pode através do xadrez e de suas implicações com o jogo e o
aprendizado podendo obter uma virada em seu ato criativo, transformando suas frustrações
inconscientes em um novo desfecho, possibilitando novas oportunidades de criatividade, e
dando a ele um novo desfecho. A criança precisa encontrar seu gozo de alegria pela educação,
entender e compreender as relações e os sentidos das representações auditivas e
representações visuais dando então sentido as letras, e propondo um suporte a combinatória
das representações-de-palavras ou representações-de-coisas (Lacan 2008, pag. 266).

A autora Hélène L´Heuillet (2008) em seu texto “Nem pai, nem mestre” nos faz refletir que
nos precipitamos muito ao acreditar que nos dias atuais nossos alunos, e principalmente
quando se remete ao adolescente, que estes não têm mais desejo de aprender, mas a
freqüência as escolas nos dias de hoje está cada vez mais elevada, mais crianças e
adolescentes querem estar na escola, então o problema talvez não seja nos dias de hoje que os
alunos não queiram aprender e sim que querem atividades realmente desafiadoras as suas
mentes modernas calejadas com jogos eletrônicos e séries de televisão que impressionam suas
mentes. E o xadrez há muitos anos vem despertando em nossas mentes a idéia de que pode
trazer benefícios ao desenvolvimento cognitivo de seus praticantes, em muitos países ditos de
primeiro mundo educacional, seus alunos são contatados ao longo de muitos anos de
acompanhamento, como revelam pesquisas descritas por Rezende (2002, pág. VIII) onde
mostra experiências realizadas na Bélgica (1976) com o Dr. Johan Christiaen que depois de 2
anos de estudos com um grupo de 20 crianças entre 10 e 11 anos comprovou que o
aproveitamento escolar deste grupo foi de 13,5% superior ao restante dos alunos do ensino
regular. Neste sentido o professor tem fundamental importância no desenvolvimento cognitivo
do aluno pois como coloca Balbo (1997, pág. 233):

“O professor pressupõe que seu saber lhe vem da criança, e que ele o assume como uma
mensagem, sob forma invertida. É com essa condição que ele pode, para seus alunos, tornar-se
desejo do desejo que eles aprendam. Tanto para ele como para os outros, o saber vem do
Outro.”

O professor se torna transmissor do saber, e não detentor o que acarretaria algo inaceitável
para o aluno. E no jogo do xadrez essa transmissão acontece de várias formas durantes a
aprendizagem, pois o professor se torna parte do processo, pois ele é desafiado pelo aluno e
ele desafia o aluno, mostra a todos que possui erros e que os alunos podem aprender com seus
erros, assim como em outras etapas do aprendizado escolar, fazendo referencia aos estudos de
Machado (Abrahão, 2008, pág. 276) onde faz uma reflexão sobre a intervenção do professor
sobre o erro do aluno, que quanto mais construtiva for à abordagem do professor melhor será
a compreensão do próprio erro pelo aluno. Nesta linha de aprendizado poderemos dar espaço
para o aluno expor o seu processo construtivo, e verificar as lógicas que emprega no
desenvolvimento das atividades e verificar os argumentos que o aluno nos passa a respeito de
seu próprio raciocínio.

Nos Estados Unidos, dois trabalhos desenvolvidos mostraram a considerável melhora em


rendimento escolar e comportamental de muitos alunos. Em 1981 o prof. Joyce Brown
constatou a melhora no comportamento dos alunos praticantes do jogo - 60% menos
incidentes e suspensões, além da melhora em 50% no aproveitamento escolar da maioria dos
estudantes envolvidos. Em 1985 na cidade de Marina estado da Califórnia o Prof. George
Stephenson, após 20 dias consecutivos desenvolvendo um trabalho com um grupo específico de
estudantes contatou a melhora em 55% no rendimento escolar, 62% no comportamento, 59%
no esforço, 56% na concentração e 55% na auto-estima. Pode imaginar que muitos alunos tem
Hiperatividade, por isso a grande incidência e repetição em mau comportamento, falta de
esforço e até em baixo-estima, mas pesquisas realizadas Goldstein (1994) mostram que
aproximadamente 3% a 5% entre todas as crianças apresentam problemas decorrentes de
hiperatividade, o que nos remete pensar que muitas das crianças (de 20% a 30%) são
basicamente desatentas ou muito ativas. O que ocorre pode ser a falta de estimulo, ou até
mesmo a idéia de fracasso a que estes alunos estão habitados a ter o inconsciente já transmite
a idéia de não sonhar, implicando no próprio objeto de falar como descreve Balbo (1997, pág.
240): “Falar realiza o desejo de falar, assim como sonhar, o desejo de sonhar. De sonhar a
falar, portanto não se está assim tão longe”, o aluno no xadrez pode encontrar seu desejo pelo
sonhar, pois a mente trabalha o tempo todo, o raciocínio, a lógica, e principalmente ao
imaginar as jogadas seguintes, ele começa a sonhar e desenvolver novamente dentro de seu
inconsciente a idéia de que ele pode sonhar e desejar o conhecimento do Outro sem se sentir
inaceitável.

De fato, muitas outras pesquisas educativas relacionadas com o xadrez provam a influência
positiva deste jogo sobre seus praticantes. Por exemplo, há mais de 100 anos, BINET foi o
primeiro que começou a estabelecer as relações entre o xadrez e sua influência sobre aspectos
da mente, tais como inteligência, concentração, imaginação e memória. Mais recentemente, na
“Venezuela, o Ministério da Educação apresentou conclusões significativas sobre o chamado
Projeto Xadrez: o estudo sistemático do xadrez não somente estimula a inteligência, como os
avanços alcançados no campo intelectual tendem a manter-se no tempo”, coloca Silveira
(2005).

Tais assertivas não são inventadas. Elas fundamentam-se em análises das inúmeras
experiências feitas com o xadrez aplicado nas escolas e em outros segmentos da sociedade.
Basta tomarmos mais um exemplo, o da Inglaterra, onde, após introduzido o ensino de xadrez
no currículo de algumas escolas, o aprendizado subiu de nível, assim coloca Pitanga (2005).

Um ponto importante no desenvolvimento do xadrez na escola e na troca com o Outro, e a


inversão da relação entre pessoas com capacidade física mais desenvolvida e daqueles que não
conseguem desenvolver suas habilidade motoras, pois como no jogo o aluno utiliza sua
capacidade de concentração, memória e raciocínio este aluno pode adquirir habilidades
cognitivas e obriga a focalizar a atenção em apenas um único ponto ate achar o melhor
caminho para vencer o adversário, tento também como conseqüência em algumas
oportunidades a lidar com a derrota ou a adversidade, experiência inevitável para nós
(Bernwallner, 2005).

Mostramos a seguir um quadro com a apresentação da seguinte tabela, organizada por


Wilson da Silva (2004):

Características do xadrez e suas implicações educativas

Implicações nos aspectos educacionais e de


Características do xadrez
formação do caráter

Fica-se concentrado e imóvel na cadeira O desenvolvimento do autocontrole psicofísico

Fornecer um número de movimentos num Avaliação da estrutura do problema e do tempo


determinado tempo disponível
Movimentas peças após exaustiva análise de Desenvolvimento da capacidade de pensar com
lances abrangência e profundidade

Após encontrar um lance, procurar outro melhor Tenacidade e empenho no progresso contínuo

Partindo de uma posição a princípio igual,


direcionar para uma conclusão brilhante Criatividade e imaginação
(combinação)

O resultado indica quem tinha o melhor plano Respeito à opinião do interlocutor

Dentre as várias possibilidades, escolher uma


Estímulo à tomada de decisões com autonomia
única, sem ajuda externa

Um movimento deve ser conseqüência lógica do Exercício do pensamento lógico, autoconsistência


anterior e deve apresentar o seguinte e fluidez de raciocínio

Esses aspectos educacionais integrados apresentados acima podem ser fundamentos e


explicados a partir das colocações de Dr. Green (a lógica do fantasma) faz a partir da idéia de
Freud em “O eu e o isso” onde propõe um raciocínio entre as representações verbais auditivas
e representações visuais que transportam o que está no inconsciente para o consciente
utilizando as representações, no caso do xadrez pode ser as peças, e aos afetos, que pode ser
considerado como a integração e interação entre os dois jogadores.

A perspectiva de transformar a realidade brasileira e gaúcha no âmbito educacional num


local de crianças e adolescentes interessados em aprender e gostar e querer estudar, mostra
nos que o xadrez pode ser uma peça importante nesta longa caminhada de encontro da própria
educação, pois como descreve Melman (2001-2002, pág. 201) sobre “o tempo lógico” de Lacan
onde é preciso fazer descobertas em conjunto, e o xadrez pode servir para que estes alunos
mais avançados em sua cognição e alunos que tenham dificuldade de aprendizado possam
aprender juntos e descobrir juntos maneiras de superar suas dificuldades, tanto principalmente
perspectiva de integração entre todos. Este argumento serve também para mostrar que não é
somente o professor que detém o conhecimento do saber e como sendo o único que pode
transmitir o saber, pois como coloca Balbo (1997, pág. 233) o professor pode-se tornar o
desejo do desejo para que eles aprendam, pois o saber vem do Outro, mas se ele se apresenta
como detentor e não como transmissor, o saber se torna inaceitável para o aluno. E neste caso
as trocas de transmissões e conhecimentos pelos próprios alunos e tendo o professor como
mediador certamente afetará de forma positiva o crescimento destes alunos enquanto sujeitos
de posse do conhecimento.

A proposta a ser desenvolvida nas escolas poderá ser dividida e acompanhada em 3 grupos
de alunos em escolas públicas de Viamão, A)TODOS os alunos de 1 a 4 séries do ensino
fundamental. B) Alunos de 5 a 9 séries do ensino fundamental desatentas, com hiperatividade
ou que precisem de reforço escolar. C) Alunos voluntários ou convidados que queiram praticar o
xadrez com compromisso de acompanhamento
Algumas considerações para a composição dos grupos e suas escolhas:

A. Todos os alunos de 1 a 4 séries do ensino fundamental

Crianças de 6 a 10 anos agem muito por impulsos (fundamentar esta colocação) e utilizam
muito seu inconsciente e sua aprendizagem sócio-cognitivas e de desenvolvimento
psicossomático (desenvolver melhor esta frase) e não tem ou não treinam seus instintos a
responder de forma clara as suas idéias pré estabelecidas, com o xadrez e suas regras
queremos ensinar as crianças como focar seus pensamentos em elementos muito mais
desafiadores as suas mentes, com busca de lógica para suas ações e aproveitar o desafio de
oponente que traz o xadrez para desenvolver comportamento sócio-cognitivos de aceitação a
vitória e derrota sem que os mesmo não estejam preparados para estes no futuro. A idéia do
confronto com o outro (buscar fundamentação em Lacan ou Melmann) pode estimular o lado
benéfico das relações em sala de aula, Jean Bergés (2008, pág. 71) coloca que o saber não
sabido vem interrogar a aprendizagem da linguagem escrita e o jogo de xadrez com sua
confrontação com o Outro que no caso é o seu colega de sala poderá estimular a sua
concentração no jogo e a sua atenção na aprendizagem de jogadas, pois diferente do habitual
de uma sala de aula, onde ele “aprende” com ele mesmo, no xadrez aprende também com seus
colegas de sala e troca experiências na forma de jogar e vencer os oponentes. Professores do
ensino fundamental (buscar pesquisa sobre o assunto) relatam que muitas vezes suas aulas se
tornam pouco atrativos as crianças, que vêem em seus colegas e suas interações com o outro
através da conversa algo melhor a fazer do que escutar a professora falar o tempo todo, ou por
vezes para alguns trabalhos como desenhar ou recortar papeis já não são tão empolgantes
como na sua fase de pré-escola, e principalmente no caso de meninos como descreve Jean
Bergés (2008) onde estes aprendem menos que meninas a relação com outros meninos e a sua
aprendizagem direta com o Outro pode influenciar positivamente na sua melhora escolar ao
longo desta fase da educação.

B. Alunos de 5 a 9 séries do ensino fundamental desatentas, com hiperatividade


ou que precisem de reforço escolar

Este segundo grupo será composto por alunos indicados pelas escolas e que se enquadrem
nos seguintes fatores: problemas de aquisição de leitura, problemas psicomotores (com ou sem
Hiperatividade), problemas de raciocínio e de pensamento, desvio de atenção, notas abaixo da
média, dificuldade de aprendizado, falta de concentração em aula. Sendo este grupo
importantíssimo nessa etapa de avaliações, pois é a partir dele que poderemos ter com mais
responsabilidade afirmar que o xadrez pode auxiliar no aprendizado e no desenvolvimento do
conhecimento do seu inconsciente. Usaremos como idéia de grupo o proposto por Misès (2008,
pag. 32).

C. Alunos voluntários ou convidados que queiram praticar o xadrez com


compromisso de acompanhamento

3. Análise pessoal/considerações finais

A idéia de que a psicanálise e as abordagens a partir de referencia bibliográfico e do


conhecimento do inconsciente da criança poderão a partir da utilização do jogo do Xadrez na
escola pode ajudar crianças a melhorar seu desempenho escolar ainda é incerto, mas nada
também pode ser falado contra a hipótese de se tentar desenvolver este trabalho de forma
séria em escola. A proposta de desenvolvimento de um projeto piloto em uma escola de
Viamão poderá ser a base de referencia nesta abordagem de aprendizado e satisfação para o
aluno, pois a falta de propostas concretas dentro de populações com menor potencial para
buscar ajuda especializada em nosso estado pode ser, se comprovado na prática as idéias
teóricas, como mais um elemento na busca do gozo do aluno pelo saber, em perceber que
aprender é algo que poder ser alcançado através do Eu e juntamente com o Outro. Nossas
reflexões e idéias propostas neste trabalho são inovadoras e arrojadas, pois como nos faz
refletir L`Heuillet (2008, pág. 199): “será que a escola não produz em parte o que ela
denuncia. O pobre recurso faz tomar a medida do desespero, simples projeção de um adulto
imaginário, ignorando o que interessa às crianças”. Vamos construir conhecimento a partir do
que nossos alunos buscam e não através deles.

Bibliografia

 ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto (Org.); Professores e Alunos, aprendizagens


significativas em comunidades de prática educativa. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008.
 BERGÈS, Jean; BERGÈS-BOUNES, Marika; CALMETTES-JEAN, Sandrine. O que
aprendemos com as crianças que não aprendem? Tradução Maria Nestrovsky Folberg. –
Porto Alegre, RS: CMC, 2008.
 BERGÈS, Jean; BALBO, Gabriel. A criança e a psicanálise. Tradução de Francisco Franke
Settineri – Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
 BERNWALLNER, Stefan. Aprendendo Xadrez. Rio de Janeiro: editora ciência moderna:
2005.
 FOLBER, Maria Nestrovsky; PAIM, Rose Maria de Oliveira. Educação desencantada .
Porto Alegre, RS: EST edições, 2009
 GOLDSTEIN, Sam; Goldstein, Michael. Tradução: Maria Celeste
Marcondes. Hiperatividade: como desenvolver a capacidade de atenção da criança .
Campinas, SP: Papirus, 1994
 MELMAN, Charles. Para introduzir à psicanálise nos dias de hoje: seminário 2001-
2002. Tradução de Sérgio Rezende, Letícia Patriota da Fonseca, Sônia Bley – Porto
Alegre: CMC, 2009.
 LACAN, Jacques. “A lógica do fantasma – Seminário 1966 - 1967” Recife: centro de
estudos Freudianos, 2008
 Parâmetros curriculares Nacionais: educação física/ Secretaria de educação
fundamental. – 2. Ed. – Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
 PIAGET, Jean; INHELDER, Barbel. O desenvolvimento das qualidades físicas na criança:
conservação e atomismo. Tradução: Christiano Monteiro Oiticica. Rio de Janeiro:
ZAHAR editores, 1975
 PITANGA, Nelson. O ensino de xadrez nas escolas. Disponível em
www.xadrezdemestre.kit.net. Acesso em 18 de setembro de 2009.
 SILVA, Wilson da. Curso de Xadrez Básico. Disponível em http:/www.cex.org.br. acesso
em 15 de fevereiro de 2009.
 REZENDE, Sylvio. Xadrez na escola: uma abordagem didática para participantes. Rio de
Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2002.
 SCHIMIDT, Richard A.; WRISBERG, Craig. Aprendizagem e Performance
Motora. Tradução: Ricardo Peterson, ... (et al). – Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
 SILVEIRA, Rogério Zanon da. Projeto para Ensino de Xadrez em escola e clubes.
Disponível em www.fesx.com.br/escola.htm. acesso em 28 de outubro de 2009.

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revista digital · Año 14 · N° 142 | Buenos Aires, Marzo de 2010


© 1997-2010 Derechos reservados

Xadrez na escola: a importância no


desenvolvimento do inconsciente da
criança
El ajedrez en la escuela: la importancia del desarrollo del
inconciente del niño

Universidade Veiga de Almeida-RJ. Jefferson Leal Oliveira


(Brasil) jefferson.prepfisico@ig.com.br

Resumo
O xadrez requer lógica, conhecimento e raciocínio, tudo num modelo de construção
própria do sujeito, o jogador, no caso a criança que desafia o oponente, a outra criança, a
testar seus conhecimentos em xadrez, auxiliado por sua pelas habilidades citadas, mais a
oportunidade de “ler” a mente de seu adversário e antecipar suas ações e produzir
movimentos que levem seu oponente a cometer erros de assimilação de seus
movimentos. Nossas reflexões e idéias propostas neste trabalho são inovadoras e arrojadas,
pois como nos faz refletir L’Heuillet (2008, pág. 199): “será que a escola não produz em
parte o que ela denuncia. O pobre recurso faz tomar a medida do desespero, simples
projeção de um adulto imaginário, ignorando o que interessa às crianças”. Vamos construir
conhecimento a partir do que nossos alunos buscam e não através deles.
Unitermos: Xadrez. Escola. Lógica. Raciocínio
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo
de 2010

1/1

1. Introdução

O xadrez é o jogo mais antigo do mundo que conhecemos, nem se sabe ao certo sua
origem, citações colocam como China, Índia ou península da Arábia suas origens, a mais
provável conta uma lenda árabe que o sábio brâmane Sisso queria moralizar o rei cruel
Shahrâm, o sábio queria que o tirano entendesse, através do jogo, que o rei precisa, nas suas
estratégias políticas e militares, de todas as partes do povo, mesmo as mais humildes. Começo
com esta pequena história do xadrez para explorar neste trabalho a influencia que a psiquiatria
pode ter no desenvolvimento do indivíduo dentro do tema: Xadrez na escola.

Piaget escreve a respeito dos jogos na infância para a formação do adulto, segundo ele: “O
jogo constitui o pólo extremo da assimilação da realidade no ego, tendo relação com a
imaginação criativa que será fonte de todo o pensamento e raciocínio posterior” (Piaget, 1975,
pág. 162)
Como Lacan (2008, pág. 267) coloca em seu livro que a criança trás o conhecimento do
inconsciente para a prática da vida real, ainda mais complicado poderá ficar se tivermos como
base Melmann (2009, pag. 192) que coloca em seu livro citando Lacan que chama, ou teria
chamado de confiança desmesurada de Freud depositando no Pai, onde ele fala sobre a relação
pai-mãe-filho, mas tornando mais profundo a responsabilidade dos patriarcas em dar pré-
conhecimento a seus filhos, para que de forma inconsciente adquiram passagens sobre lógica,
raciocínio, conhecimento de letras e números, aspectos motores de deslocamento entre outros.
Tudo como pré-disposição necessária e apresentada a criança para que no futuro ela o adote. E
aonde entra a importância do xadrez no desenvolvimento do inconsciente da criança? É o que
vamos tentar demonstrar ao longo deste trabalho.

2. Articulação com a atividade profissional

O xadrez requer lógica, conhecimento e raciocínio, tudo num modelo de construção própria
do sujeito, o jogador, no caso a criança que desafia o oponente, a outra criança, a testar seus
conhecimentos em xadrez, auxiliado por sua pelas habilidades citadas, mais a oportunidade de
“ler” a mente de seu adversário e antecipar suas ações e produzir movimentos que levem seu
oponente a cometer erros de assimilação de seus movimentos. Como coloca Hélène L´Heuillet
(2008, pág. 197) a criança deve construir sozinha seu saber, e citando interpretação dos
pensamentos de Vecchi (2008, pág. 197) a criança deve ter suas próprias representações no
sentido da metacognição e na confrontação com outras crianças (sociocognição) que esta
pode “entrar em processo de aprendizagem”.

No documento oficial da Educação Física, o PCN (Parâmetros curriculares nacionais), trás na


sua página 15 a seguinte escrita: “trazer uma proposta que procure democratizar, humanizar e
diversificar a prática pedagógica da área, buscando ampliar, de uma visão apenas biológica,
para um trabalho que incorpore as dimensões afetivas, cognitivas e socioculturais dos alunos.”
Está visão mais ampla da educação mostra que as aulas de educação física e principalmente do
xadrez podem contribuir decisivamente na formação de um pensamento mais humano e
cooperativo que a aprendizagem do jogo pode trazer aos seus praticantes, e principalmente
representa uma interação com todas as áreas do conhecimento em que o aluno poderá se
beneficiar. Também podemos pressupor que cognição é uma habilidade para o qual pouco
importa a aptidão motora ou a rapidez de sua execução, mas sim enfatiza “saber o que fazer”
não importando se executado de forma rápida ou suavemente, como grandioso exemplo temos
o xadrez, que o desafio é decidir qual peça mover e para onde movê-la a fim de maximizar as
chances de vitória, pois o que importa é a decisão ou estratégia sobre movimento a ser
realizado, desenvolvendo o raciocínio mental (Schimidt, 2001).

Uma dos grandes problemas na educação é a criança superar seus medos contidos no
inconsciente instalados ao longo de seus poucos anos de vida por problemas familiares ou
relações familiares com seus pais, seja por presença opressiva ou simplesmente pala falta dela,
Paim (2009) que “quando do ato de criar, há uma modificação no ambiente e uma modificação
no sujeito criativo, é o momento em que são tocadas suas raízes mais antigas”, suas palavras
nos levam a pensar que a criança pode através do xadrez e de suas implicações com o jogo e o
aprendizado podendo obter uma virada em seu ato criativo, transformando suas frustrações
inconscientes em um novo desfecho, possibilitando novas oportunidades de criatividade, e
dando a ele um novo desfecho. A criança precisa encontrar seu gozo de alegria pela educação,
entender e compreender as relações e os sentidos das representações auditivas e
representações visuais dando então sentido as letras, e propondo um suporte a combinatória
das representações-de-palavras ou representações-de-coisas (Lacan 2008, pag. 266).

A autora Hélène L´Heuillet (2008) em seu texto “Nem pai, nem mestre” nos faz refletir que
nos precipitamos muito ao acreditar que nos dias atuais nossos alunos, e principalmente
quando se remete ao adolescente, que estes não têm mais desejo de aprender, mas a
freqüência as escolas nos dias de hoje está cada vez mais elevada, mais crianças e
adolescentes querem estar na escola, então o problema talvez não seja nos dias de hoje que os
alunos não queiram aprender e sim que querem atividades realmente desafiadoras as suas
mentes modernas calejadas com jogos eletrônicos e séries de televisão que impressionam suas
mentes. E o xadrez há muitos anos vem despertando em nossas mentes a idéia de que pode
trazer benefícios ao desenvolvimento cognitivo de seus praticantes, em muitos países ditos de
primeiro mundo educacional, seus alunos são contatados ao longo de muitos anos de
acompanhamento, como revelam pesquisas descritas por Rezende (2002, pág. VIII) onde
mostra experiências realizadas na Bélgica (1976) com o Dr. Johan Christiaen que depois de 2
anos de estudos com um grupo de 20 crianças entre 10 e 11 anos comprovou que o
aproveitamento escolar deste grupo foi de 13,5% superior ao restante dos alunos do ensino
regular. Neste sentido o professor tem fundamental importância no desenvolvimento cognitivo
do aluno pois como coloca Balbo (1997, pág. 233):

“O professor pressupõe que seu saber lhe vem da criança, e que ele o assume como uma
mensagem, sob forma invertida. É com essa condição que ele pode, para seus alunos, tornar-se
desejo do desejo que eles aprendam. Tanto para ele como para os outros, o saber vem do
Outro.”

O professor se torna transmissor do saber, e não detentor o que acarretaria algo inaceitável
para o aluno. E no jogo do xadrez essa transmissão acontece de várias formas durantes a
aprendizagem, pois o professor se torna parte do processo, pois ele é desafiado pelo aluno e
ele desafia o aluno, mostra a todos que possui erros e que os alunos podem aprender com seus
erros, assim como em outras etapas do aprendizado escolar, fazendo referencia aos estudos de
Machado (Abrahão, 2008, pág. 276) onde faz uma reflexão sobre a intervenção do professor
sobre o erro do aluno, que quanto mais construtiva for à abordagem do professor melhor será
a compreensão do próprio erro pelo aluno. Nesta linha de aprendizado poderemos dar espaço
para o aluno expor o seu processo construtivo, e verificar as lógicas que emprega no
desenvolvimento das atividades e verificar os argumentos que o aluno nos passa a respeito de
seu próprio raciocínio.

Nos Estados Unidos, dois trabalhos desenvolvidos mostraram a considerável melhora em


rendimento escolar e comportamental de muitos alunos. Em 1981 o prof. Joyce Brown
constatou a melhora no comportamento dos alunos praticantes do jogo - 60% menos
incidentes e suspensões, além da melhora em 50% no aproveitamento escolar da maioria dos
estudantes envolvidos. Em 1985 na cidade de Marina estado da Califórnia o Prof. George
Stephenson, após 20 dias consecutivos desenvolvendo um trabalho com um grupo específico de
estudantes contatou a melhora em 55% no rendimento escolar, 62% no comportamento, 59%
no esforço, 56% na concentração e 55% na auto-estima. Pode imaginar que muitos alunos tem
Hiperatividade, por isso a grande incidência e repetição em mau comportamento, falta de
esforço e até em baixo-estima, mas pesquisas realizadas Goldstein (1994) mostram que
aproximadamente 3% a 5% entre todas as crianças apresentam problemas decorrentes de
hiperatividade, o que nos remete pensar que muitas das crianças (de 20% a 30%) são
basicamente desatentas ou muito ativas. O que ocorre pode ser a falta de estimulo, ou até
mesmo a idéia de fracasso a que estes alunos estão habitados a ter o inconsciente já transmite
a idéia de não sonhar, implicando no próprio objeto de falar como descreve Balbo (1997, pág.
240): “Falar realiza o desejo de falar, assim como sonhar, o desejo de sonhar. De sonhar a
falar, portanto não se está assim tão longe”, o aluno no xadrez pode encontrar seu desejo pelo
sonhar, pois a mente trabalha o tempo todo, o raciocínio, a lógica, e principalmente ao
imaginar as jogadas seguintes, ele começa a sonhar e desenvolver novamente dentro de seu
inconsciente a idéia de que ele pode sonhar e desejar o conhecimento do Outro sem se sentir
inaceitável.

De fato, muitas outras pesquisas educativas relacionadas com o xadrez provam a influência
positiva deste jogo sobre seus praticantes. Por exemplo, há mais de 100 anos, BINET foi o
primeiro que começou a estabelecer as relações entre o xadrez e sua influência sobre aspectos
da mente, tais como inteligência, concentração, imaginação e memória. Mais recentemente, na
“Venezuela, o Ministério da Educação apresentou conclusões significativas sobre o chamado
Projeto Xadrez: o estudo sistemático do xadrez não somente estimula a inteligência, como os
avanços alcançados no campo intelectual tendem a manter-se no tempo”, coloca Silveira
(2005).

Tais assertivas não são inventadas. Elas fundamentam-se em análises das inúmeras
experiências feitas com o xadrez aplicado nas escolas e em outros segmentos da sociedade.
Basta tomarmos mais um exemplo, o da Inglaterra, onde, após introduzido o ensino de xadrez
no currículo de algumas escolas, o aprendizado subiu de nível, assim coloca Pitanga (2005).

Um ponto importante no desenvolvimento do xadrez na escola e na troca com o Outro, e a


inversão da relação entre pessoas com capacidade física mais desenvolvida e daqueles que não
conseguem desenvolver suas habilidade motoras, pois como no jogo o aluno utiliza sua
capacidade de concentração, memória e raciocínio este aluno pode adquirir habilidades
cognitivas e obriga a focalizar a atenção em apenas um único ponto ate achar o melhor
caminho para vencer o adversário, tento também como conseqüência em algumas
oportunidades a lidar com a derrota ou a adversidade, experiência inevitável para nós
(Bernwallner, 2005).

Mostramos a seguir um quadro com a apresentação da seguinte tabela, organizada por


Wilson da Silva (2004):

Características do xadrez e suas implicações educativas

Implicações nos aspectos educacionais e de


Características do xadrez
formação do caráter

Fica-se concentrado e imóvel na cadeira O desenvolvimento do autocontrole psicofísico

Fornecer um número de movimentos num Avaliação da estrutura do problema e do tempo


determinado tempo disponível

Movimentas peças após exaustiva análise de Desenvolvimento da capacidade de pensar com


lances abrangência e profundidade

Após encontrar um lance, procurar outro melhor Tenacidade e empenho no progresso contínuo

Partindo de uma posição a princípio igual,


direcionar para uma conclusão brilhante Criatividade e imaginação
(combinação)

O resultado indica quem tinha o melhor plano Respeito à opinião do interlocutor

Dentre as várias possibilidades, escolher uma


Estímulo à tomada de decisões com autonomia
única, sem ajuda externa

Um movimento deve ser conseqüência lógica do Exercício do pensamento lógico, autoconsistência


anterior e deve apresentar o seguinte e fluidez de raciocínio

Esses aspectos educacionais integrados apresentados acima podem ser fundamentos e


explicados a partir das colocações de Dr. Green (a lógica do fantasma) faz a partir da idéia de
Freud em “O eu e o isso” onde propõe um raciocínio entre as representações verbais auditivas
e representações visuais que transportam o que está no inconsciente para o consciente
utilizando as representações, no caso do xadrez pode ser as peças, e aos afetos, que pode ser
considerado como a integração e interação entre os dois jogadores.

A perspectiva de transformar a realidade brasileira e gaúcha no âmbito educacional num


local de crianças e adolescentes interessados em aprender e gostar e querer estudar, mostra
nos que o xadrez pode ser uma peça importante nesta longa caminhada de encontro da própria
educação, pois como descreve Melman (2001-2002, pág. 201) sobre “o tempo lógico” de Lacan
onde é preciso fazer descobertas em conjunto, e o xadrez pode servir para que estes alunos
mais avançados em sua cognição e alunos que tenham dificuldade de aprendizado possam
aprender juntos e descobrir juntos maneiras de superar suas dificuldades, tanto principalmente
perspectiva de integração entre todos. Este argumento serve também para mostrar que não é
somente o professor que detém o conhecimento do saber e como sendo o único que pode
transmitir o saber, pois como coloca Balbo (1997, pág. 233) o professor pode-se tornar o
desejo do desejo para que eles aprendam, pois o saber vem do Outro, mas se ele se apresenta
como detentor e não como transmissor, o saber se torna inaceitável para o aluno. E neste caso
as trocas de transmissões e conhecimentos pelos próprios alunos e tendo o professor como
mediador certamente afetará de forma positiva o crescimento destes alunos enquanto sujeitos
de posse do conhecimento.

A proposta a ser desenvolvida nas escolas poderá ser dividida e acompanhada em 3 grupos
de alunos em escolas públicas de Viamão, A)TODOS os alunos de 1 a 4 séries do ensino
fundamental. B) Alunos de 5 a 9 séries do ensino fundamental desatentas, com hiperatividade
ou que precisem de reforço escolar. C) Alunos voluntários ou convidados que queiram praticar o
xadrez com compromisso de acompanhamento
Algumas considerações para a composição dos grupos e suas escolhas:

A. Todos os alunos de 1 a 4 séries do ensino fundamental

Crianças de 6 a 10 anos agem muito por impulsos (fundamentar esta colocação) e utilizam
muito seu inconsciente e sua aprendizagem sócio-cognitivas e de desenvolvimento
psicossomático (desenvolver melhor esta frase) e não tem ou não treinam seus instintos a
responder de forma clara as suas idéias pré estabelecidas, com o xadrez e suas regras
queremos ensinar as crianças como focar seus pensamentos em elementos muito mais
desafiadores as suas mentes, com busca de lógica para suas ações e aproveitar o desafio de
oponente que traz o xadrez para desenvolver comportamento sócio-cognitivos de aceitação a
vitória e derrota sem que os mesmo não estejam preparados para estes no futuro. A idéia do
confronto com o outro (buscar fundamentação em Lacan ou Melmann) pode estimular o lado
benéfico das relações em sala de aula, Jean Bergés (2008, pág. 71) coloca que o saber não
sabido vem interrogar a aprendizagem da linguagem escrita e o jogo de xadrez com sua
confrontação com o Outro que no caso é o seu colega de sala poderá estimular a sua
concentração no jogo e a sua atenção na aprendizagem de jogadas, pois diferente do habitual
de uma sala de aula, onde ele “aprende” com ele mesmo, no xadrez aprende também com seus
colegas de sala e troca experiências na forma de jogar e vencer os oponentes. Professores do
ensino fundamental (buscar pesquisa sobre o assunto) relatam que muitas vezes suas aulas se
tornam pouco atrativos as crianças, que vêem em seus colegas e suas interações com o outro
através da conversa algo melhor a fazer do que escutar a professora falar o tempo todo, ou por
vezes para alguns trabalhos como desenhar ou recortar papeis já não são tão empolgantes
como na sua fase de pré-escola, e principalmente no caso de meninos como descreve Jean
Bergés (2008) onde estes aprendem menos que meninas a relação com outros meninos e a sua
aprendizagem direta com o Outro pode influenciar positivamente na sua melhora escolar ao
longo desta fase da educação.

B. Alunos de 5 a 9 séries do ensino fundamental desatentas, com hiperatividade


ou que precisem de reforço escolar

Este segundo grupo será composto por alunos indicados pelas escolas e que se enquadrem
nos seguintes fatores: problemas de aquisição de leitura, problemas psicomotores (com ou sem
Hiperatividade), problemas de raciocínio e de pensamento, desvio de atenção, notas abaixo da
média, dificuldade de aprendizado, falta de concentração em aula. Sendo este grupo
importantíssimo nessa etapa de avaliações, pois é a partir dele que poderemos ter com mais
responsabilidade afirmar que o xadrez pode auxiliar no aprendizado e no desenvolvimento do
conhecimento do seu inconsciente. Usaremos como idéia de grupo o proposto por Misès (2008,
pag. 32).

C. Alunos voluntários ou convidados que queiram praticar o xadrez com


compromisso de acompanhamento

3. Análise pessoal/considerações finais

A idéia de que a psicanálise e as abordagens a partir de referencia bibliográfico e do


conhecimento do inconsciente da criança poderão a partir da utilização do jogo do Xadrez na
escola pode ajudar crianças a melhorar seu desempenho escolar ainda é incerto, mas nada
também pode ser falado contra a hipótese de se tentar desenvolver este trabalho de forma
séria em escola. A proposta de desenvolvimento de um projeto piloto em uma escola de
Viamão poderá ser a base de referencia nesta abordagem de aprendizado e satisfação para o
aluno, pois a falta de propostas concretas dentro de populações com menor potencial para
buscar ajuda especializada em nosso estado pode ser, se comprovado na prática as idéias
teóricas, como mais um elemento na busca do gozo do aluno pelo saber, em perceber que
aprender é algo que poder ser alcançado através do Eu e juntamente com o Outro. Nossas
reflexões e idéias propostas neste trabalho são inovadoras e arrojadas, pois como nos faz
refletir L`Heuillet (2008, pág. 199): “será que a escola não produz em parte o que ela
denuncia. O pobre recurso faz tomar a medida do desespero, simples projeção de um adulto
imaginário, ignorando o que interessa às crianças”. Vamos construir conhecimento a partir do
que nossos alunos buscam e não através deles.

Bibliografia

 ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto (Org.); Professores e Alunos, aprendizagens


significativas em comunidades de prática educativa. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008.
 BERGÈS, Jean; BERGÈS-BOUNES, Marika; CALMETTES-JEAN, Sandrine. O que
aprendemos com as crianças que não aprendem? Tradução Maria Nestrovsky Folberg. –
Porto Alegre, RS: CMC, 2008.
 BERGÈS, Jean; BALBO, Gabriel. A criança e a psicanálise. Tradução de Francisco Franke
Settineri – Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
 BERNWALLNER, Stefan. Aprendendo Xadrez. Rio de Janeiro: editora ciência moderna:
2005.
 FOLBER, Maria Nestrovsky; PAIM, Rose Maria de Oliveira. Educação desencantada .
Porto Alegre, RS: EST edições, 2009
 GOLDSTEIN, Sam; Goldstein, Michael. Tradução: Maria Celeste
Marcondes. Hiperatividade: como desenvolver a capacidade de atenção da criança .
Campinas, SP: Papirus, 1994
 MELMAN, Charles. Para introduzir à psicanálise nos dias de hoje: seminário 2001-
2002. Tradução de Sérgio Rezende, Letícia Patriota da Fonseca, Sônia Bley – Porto
Alegre: CMC, 2009.
 LACAN, Jacques. “A lógica do fantasma – Seminário 1966 - 1967” Recife: centro de
estudos Freudianos, 2008
 Parâmetros curriculares Nacionais: educação física/ Secretaria de educação
fundamental. – 2. Ed. – Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
 PIAGET, Jean; INHELDER, Barbel. O desenvolvimento das qualidades físicas na criança:
conservação e atomismo. Tradução: Christiano Monteiro Oiticica. Rio de Janeiro:
ZAHAR editores, 1975
 PITANGA, Nelson. O ensino de xadrez nas escolas. Disponível em
www.xadrezdemestre.kit.net. Acesso em 18 de setembro de 2009.
 SILVA, Wilson da. Curso de Xadrez Básico. Disponível em http:/www.cex.org.br. acesso
em 15 de fevereiro de 2009.
 REZENDE, Sylvio. Xadrez na escola: uma abordagem didática para participantes. Rio de
Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2002.
 SCHIMIDT, Richard A.; WRISBERG, Craig. Aprendizagem e Performance
Motora. Tradução: Ricardo Peterson, ... (et al). – Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
 SILVEIRA, Rogério Zanon da. Projeto para Ensino de Xadrez em escola e clubes.
Disponível em www.fesx.com.br/escola.htm. acesso em 28 de outubro de 2009.
 **

Projeto para Ensino de Xadrez em Escolas e Clubes

(Resumido do Sistema de Ensino de Xadrez da Federação Internacional de Xadrez - FIDE)

 Apresentação
 Algumas Pesquisas Educacionais relacionadas com o Xadrez
 Por que Ensinar Xadrez nas Escolas?
 Objetivos Gerais do Ensino do Xadrez
 Programação Didática Sugerida
 Recursos Materiais
 Sugestão de material complementar

Elaboração: Rogério Zanon da Silveira


Vitória, março de 2000

Apresentação

O xadrez está se transformando aceleradamente. Nunca antes este esporte havia


sido tão difundido através dos meios de comunicação de massa com tanta força
como hoje. O números de grandes torneios nacionais e internacionais tem se
multiplicado a passos largos. O número e a força dos grandes mestres cresce a
cada dia.

Igualmente, vemos com alegria uma grande quantidade de jovens conquistando


eventos enxadrísticos de maior prestígio.

Esta expansão enxadrística, tanto em quantidade como em qualidade, não é casual


e está relacionada a alguns projetos como, por exemplo, a colocação em prática de
projetos de massificação do xadrez nas Escolas promovido pela Federação
Internacional de Xadrez, a um maior patrocínio de eventos por parte de empresas
públicas e privadas, à crescente organização de clubes de xadrez, associações e
federações e à conscientização dos benefícios propiciados pelo estudo e pela prática
sistemática do xadrez.
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Algumas Pesquisas Educacionais relacionadas com o Xadrez

Algumas pesquisas educativas relacionadas com o xadrez provam a influência


positiva deste jogo/esporte sobre seus praticantes.

Por exemplo, há mais de cem anos, Binet (1891) foi o primeiro que começou a
estabelecer relações entre o xadrez e sua influência sobre aspectos da mente tais
como: inteligência, concentração, imaginação e memória.

Rank (1974), trabalhando com dois grupos de estudantes, um que estudava o


xadrez e outro sem instrução enxadrística, demonstrou que o grupo de estudava o
xadrez em cursos dirigidos apresentava uma performance melhor tanto na parte de
cálculos como na parte verbal.

Por exemplo, Stephenson (1979), trabalhando com programas intensivos de xadrez


provou o aumento do rendimento escolar nas atitudes, esforço, concentração e
auto-estima em, pelo menos, 50% de seus estudantes.

Brown (1981), afirma que a difusão do xadrez no meio escolar contribui, não
somente para se exercitar as qualidades pessoais de cada indivíduo como também
ajuda a superar problemas de convívio em grupo e de conduta.

Neste mesmo ano, Cristiansem, trabalhando com programas de xadrez para


crianças de 10 e 11 anos demonstrou que este influenciava positivamente o
rendimento geral de seus alunos.

Fergusson, em 1983, demonstrou a influência decisiva do xadrez sobre o


pensamento crítico de estudantes que haviam sido submetidos a cursos intensivos
desta disciplina.

Na Venezuela, o Ministério da Educação apresentou conclusões significativas sobre


o chamado Projeto Xadrez: o estudo sistemático do xadrez não somente estimula a
inteligência como os avanços alcançados no campo intelectual tendem a manter-se
no tempo.
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Por que Ensinar Xadrez nas Escolas?

Em diversos países do mundo (Rússia, França, Inglaterra, Argentina, Cuba,


Espanha, México, Brasil e Venezuela, entre outros), tem se iniciado projetos de
xadrez nas escolas com base em pesquisas educacionais e sociológicas que
atribuem ao jogo de xadrez uma série de importantes benefícios, vantagens ou
virtudes que recomendam sua ampla difusão nos diferentes meios escolares.

Estes projetos de xadrez nas escolas justificam sua existência porque está
demonstrado que o xadrez:

 É cultura: uma atividade lúdica de origem milenar que se tem distribuído


por todos os países do mundo e que encerra um corpo de conhecimentos e
experiências que constituem patrimônio cultural da humanidade.
 Tem uma base matemática: a matemática é instrumento e linguagem da
ciência, da técnica e do pensamento organizado.
 Estimula o desenvolvimento de habilidades cognitivas tais como:
atenção, memória, raciocínio lógico, inteligência, imaginação, etc...;
capacidades fundamentais no desenvolvimento futuro do indivíduo.
 Estimula a auto-estima, a competição saudável e o trabalho em equipe.
 Pode ser utilizado como elemento estruturador do tempo livre do
indivíduo.
 Proporciona prazer em seu estudo e prática.
 Por ser um jogo de regras, dita uma pauta ética em um momento propício
para a aquisição de valores morais.
 Devido às suas múltiplas virtudes, contribui para a formação de
melhores cidadãos.

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Objetivos Gerais do Ensino do Xadrez


 Desenvolver no estudante uma atitude favorável em relação ao xadrez que
permita apreciá-lo como elemento gerador de cultura.
 Desenvolver no estudante sua capacidade de atenção, memória, raciocínio
lógico, inteligência e imaginação.
 Garantir ao aluno a aquisição de conhecimento, habilidades e destrezas
básicas necessárias para incorporação em sua vida ativa.
 Permitir ao aluno estabelecer vínculos entre os conhecimentos e
experiências enxadrísticas e a vida cotidiana, individual e social.
 Favorecer a assimilação das características do xadrez que contribuam com o
armonioso desenvolvimento intelectual, moral e ético da personalidade e
que propiciem sua autonomia cognitiva e sua capacidade de raciocínio.
 Priorizar a resolução de problemas. O aprendizado orientado à resolução de
problemas propiciará ao aluno a oportunidade de analisar, avaliar e propor
alternativas de solução às situações da vida diária.
 Contribuir para a elevação da auto-estima.
 Favorecer o desenvolvimento da linguagem enxadrística e sua habilidade de
argumentação.
 Resgatar, para seu uso pedagógico, o aspecto lúdico desta disciplina.
 Tomar em conta de maneira equilibrada as diferenças individuais.

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Programação Didática Sugerida

O Sistema de Ensino de de Xadrez da Federação Internacional de Xadrez, por seu


conteúdo abrangente e completo sobre a história, as regras e a prática do jogo de
xadrez é o recomendado pela FESX.

Nele constam as seguintes sugestões:

· Distribuição do tempo de classe

A unidade de classe, considerada neste nível, está concebida para ser desenvolvida
em quarenta e cinco minutos (45 min). A sugestão é de que cada classe seja
organizada no seguinte esquema:

1. Verificação de presença e preparação dos


- 5 min
recursos a utilizar

2. Execução da instrução - 35 min

2.1. Introdução à aula +/- 5 min -


2.2. desenvolvimento do conteúdo +/- 25 min -

2.3. Encerramento da aula +/- 5 min -

3. Recolhimento e acondicionamento do material


- 5 min
utilizado

· Freqüência

Recomenda-se que o desenvolvimento do presente nível seja aplicado em duas


sessões por semana durante o período de um semestre.

Os sábados, domingos e feriados podem ser utilizados para tarefas especiais:


tarefas dirigidas, reforço, intercâmbios, simultâneas, torneios, matches, etc.

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Recursos Materiais

Os recursos materiais, mínimos necessários, para serem utilizados por grupos com
média de 16 e 24 alunos são:

Recursos Quantidade Custo (+/-)

Programa de Alfabetização Enxadrística - FIDE 1 30,00

Tabuleiro Mural 1 100.00

Quadro Negro 1 -

Jogos de Xadrez 10 100.00

Planilhas para anotação de jogos de xadrez 500 30.00

Relógios de Xadrez (opcional) 5 300.00

Custo Total aproximado 560.00


Sugestão de material complementar

Bobby Fisher Ensina Xadrez


Coleção IRIS - Editora Cedibra

Manual de Xadrez
Idel Becker
Livraria Nobel SA - São Paulo - SP

Xadrez Básico
Dr. Orfeu Gilberto D'agostini
EDIOURO

XADREZ - Partidas Selecionadas de V.V. Smyslov


IBRASA

Ataque e Contra-ataque no Xadrez


Fred Reinfeld
IBRASA

Lições Elementares de Xadrez


José Raul Capablanca
Hemus Editora Ltda
Fone: (011) 2799911

Estratégias Vitoriosas no Xadrez


Yasser Seirawan
MAKRON Books do Brasil Editora Ltda - São Paulo - SP
Fone: (011)8298604 e 011)820-6622

O jogo de xadrez não é um jogo de azar, mas sim de um jogo de regras, táticas e estratégias,
muito conhecido pela complexidade de suas jogadas e daí, 12 Roque é o único lance que
envolve o movimento de duas peças ao mesmo tempo: rei e torre. O roque tem como objetivo
colocar o rei em maior segurança e uma das torres em posição mais ativa. Há dois tipos de
roque: o pequeno e o grande. 13 Ocorre quando um peão chega à primeira linha do
adversário, devendo ser imediatamente substituído por dama, torre, bispo ou cavalo. A peça
escolhida ocupara a casa em que o peão se encontrava quando foi promovido. 14 (de
passagem) é um tipo especial de captura feita somente pelos peões brancos que estiverem na
quinta linha ou pelos peões pretos que estiverem na quarta linha do tabuleiro. Diálogos
Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral -
Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 8 como
mostrou a tirinha de Mauricio de Sousa, ele estar associado à inteligência. Estima-se que o
número de posições legais no xadrez é de aproximadamente 1.043, porém o número de
jogadas possíveis é incontável, uma vez que há aproximadamente 170 Setilhões15 de maneiras
de fazer os dez primeiros lances numa partida de xadrez. Retomando Lasker (1999) e a
importância do jogo de xadrez para o desenvolvimento da inteligência humana, destacamos a
resposta de dois lideres comerciais apaixonados pelo jogo de xadrez: “Dois conhecidos líderes
comerciais deram-me respostas quase idênticas. Disseram que era porque o xadrez limitava o
elemento de sorte e acentuava a importância do planejamento. Um músico escreveu que para
ele o xadrez era como a própria vida: ensinavao a coordenar a razão com o instinto. Um
matemático apreciava o elemento estético do jogo; encontrava numa série de movimentos
sutis a mesma emoção que um belo teorema”. (op. cit. p.11) Na realidade, não é preciso saber
jogar xadrez para conhecer o fascínio que ele exerce em vários aspectos. Estamos, contudo,
querendo mostrar que esse jogo tem muitas vantagens e merece ser inserido de modo
sistematizado no ensino escolar, mas cuja prática deve extrapolar os tradicionais campeonatos
destinados exclusivamente a treinar, competir, ganhar, este é um dos seus aspectos, mas
evidentemente, há outros.

AS CARACTERISTICAS DO JOGO E IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA EDUCATIVA E comum quando


ouvimos falar em jogo de xadrez vir a nossa mente, a imagem de duas pessoas sentadas e
compenetradas diante de um tabuleiro que está sendo minuciosamente analisado pelos
jogadores, em volta só o silêncio, para que haja concentração e os adversários possam
escolher a melhor jogada e dar o xeque-mate. É devido a essa visão que costumamos imaginar
o enxadrista como um ser de capacidade intelectual elevada. Isso será verdade? Por que os
jovens deveriam aprender a praticá-lo? Apenas por esse motivo? A resposta a esse
questionamento será dada a partir da discussão das possibilidades que esse jogo mobiliza para
promover aprendizagens significativas. 15 Extraído de http://pt.wikipedia.org/wiki/Xadrez .
Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação
Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br
9 Um simples jogo ou algo mais? É dessa forma que se inicia o levantamento realizado por
Llada (2003) destacando que esse jogo é unanimemente considerado como uma forma de
aprofundamento intelectual e uma poderosa ferramenta educativa. Para ela, habilidades
ligadas ao cálculo, a concentração, memorização, responsabilidade, tomada de decisões, são
algumas delas que o jogo de xadrez na infância favorece. Constatamos no decorrer deste
trabalho que o jogo envolve a leitura e a incorporação de regras, métodos e fundamentos que
os orientam, seja a relação do jogador com o jogo, seja pela relação entre jogadores cujas
regras, precisam ser seguidas para que o jogo se realize. Nesse sentido é um orientador de
condutas que precisam ser compartilhadas por todos os envolvidos, o que implica intervir na
formação do individuo tanto em uma dimensão individual quanto coletiva, permanecendo
ligados tanto à cognição (conhecimento) quanto ao afeto (sentimentos), por meio da interação
promovida entre os pares de jogadores. A dimensão pessoal envolve esse aprendizado das
regras e auxilia na solução de problemas, no desenvolvimento da autonomia, criatividade,
controle sobre as emoções, principalmente a agressividade, a importância do planejar antes de
tomar as decisões, e no caso deste jogo em especial, a decisão mais acertada, etc. Além destas
o jogo também estimula alguns valores muito caro aos seres humanos e fundamentais para a
vida de qualquer estudante, entre as quais a disciplina, a paciência e a responsabilidade. Os
Mestres Internacionais Toledo e Loureiro (2005) 16 ao citar Charles Partos17 em jornal on-line
da Federação Paulista de Xadrez, em setembro do citado ano, afirmam que o aprendizado do
xadrez deve ser levado as escolas porque desenvolvem as habilidades de atenção e
concentração, julgamento e planejamento; imaginação e antecipação; memória; vontade de
vencer, paciência e autocontrole; espírito de decisão e coragem; lógica matemática, raciocínio
analítico e sintético; criatividade; inteligência; organização metódica do estudo e o interesse
pelas línguas estrangeiras. É por isto que eles também defendem sua implantação dentro das
escolas desde que de modo sistemático, interdisciplinar e integrado ao currículo escolar, 16
Disponível em: http://www.fpx.com.br/mostracol.asp?colid=75 17 Mestre internacional e
professor do Departamento da Instrução Pública do Cantão do Valais (Suíça). Diálogos
Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral -
Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 10 inclusive
como uma forma de atender os dispositivos postos na LDB/96, que o integra ao currículo na
parte diversificada como dito no inicio deste texto. Nesse sentido, além de ser um eixo
integrador do currículo escolar, consideramos o jogo uma valiosa ferramenta para auxiliar os
processos cognitivos, valorativos, éticos e morais de nossos alunos. Uma das queixas que mais
afligem os educadores, ao menos aqueles preocupados com o rendimento escolar dos seus
alunos, é a dispersão sofrida pelos alunos, que atualmente vivem num contexto social
estimulante, carregado de informações instantâneas (televisão, computadores, vídeos-game,
propagandas de rádio, outdoors, etc.) 18, impedem que os jovens mantenham sua
concentração em alguma coisa por muito tempo. Desse modo, quando se deparam com
atividades que exigem esforço mental, muitos encontram problemas para realizar tais tarefas.
O xadrez de uma forma lúdica seria um excelente treinamento desta capacidade de se
concentrar, auxiliando os alunos no desenvolvimento da disciplina, entendida como atividade
intelectual ou motivação interior19, e tão necessária para o investimento nos estudos. Os
jogos de estratégias, como o xadrez, aparecem ainda como um jogo que favorece a capacidade
de aceitação das regras, desenvolvimento da memória, agilidade no raciocínio, o gosto pelo
desafio e a construção de regras pessoais, que possibilitam desenvolver as competências
necessárias para a resolução de problemas. Ferreira (s/d. p.3) afirma que estes jogos
“contribuem para o desenvolvimento de capacidades matemáticas, aliando o raciocínio, a
estratégia e a reflexão com o desafio da competição de uma forma lúdica e os professores
devem aproveitar isso para otimizar as aprendizagens”. Investigações sobre o efeito do jogo de
xadrez em crianças revelam que os jogadores de xadrez desenvolvem maior pensamento
crítico, autoconfiança, autoestima, concentração, empatia e a capacidade de resolver
problemas. Jogar xadrez implica a utilização do pensamento lógico. Estudiosos como Ferreira,
Jeffrey Chesin (2003), fazem uma relação entre o raciocínio matemático e o jogar xadrez. 18
Ainda que existam muitas pessoas que defendam que esses estímulos audiovisuais sejam
aliados no desenvolvimento da inteligência, sabemos que não é bem assim, porque a maioria
destes eletrônicos exige apenas a memorização de uma série de comandos, exigindo apenas
essa habilidade além da motora com as mãos, como no caso do videogame. 19 Tal como
definido por Helena Coharik Chamlian. A Disciplina: uma questão crucial na didática.
Referencia completa no final do artigo. Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade
Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro
de 2010 revista@semar.edu.br 11 “Os bons jogadores de xadrez são provavelmente bons
alunos e matemática ou qualquer situação que envolva a resolução de problemas. No entanto,
bons alunos de matemática não são necessariamente bons jogadores de xadrez”. (p.4) Os
autores evidenciam que estudos realizados em diversos locais do mundo, como no Canadá,
por exemplo, buscam demonstrar que a utilização do xadrez no ensino da lógica aumenta-se
de 62% para 81% a capacidade de resolução de problemas. Na Califórnia, em 1985, os estudos
de George Stephenson, revelaram que o desempenho dos estudantes melhora sensivelmente
após vinte dias de jogos de xadrez constatando os resultados que seguem: Rendimento
Acadêmico 55% Comportamento 62% Esforço 59% Concentração 56% Auto-estima 55% Na
Venezuela relacionam a melhoria dos scores de QI após quatro meses e meio de estudo
sistemático de xadrez. A psicóloga Edelmira Garcia la Rosa (2003) 20, responsável pelo
programa de xadrez iniciado em 1980, desta a sua intervenção na busca de melhorias do
rendimento dos alunos, concluindo que “O xadrez ensinado metodicamente constitui um
sistema de estimulação intelectual capaz de aumentar o Q.I. das crianças”, e, além disso, que
“o aluno adquire através da aprendizagem e prática enxadrística, um método de raciocínio e
de organização das relações abstratas e dos elementos simbólicos”. (p.1). Ferreira (2003, p. 4)
faz um trocadilho “o xadrez torna as crianças inteligentes ou são as crianças inteligente que
jogam xadrez?” e desse modo, discute as possibilidades do jogo de xadrez ter contribuído para
o QI dos estudantes, afirmando que durante uma competição, só o fato de imaginar as
possíveis posições das peças, isto já traz para o cérebro humano, o desenvolvimento das
capacidades visuais e espaciais. Experiências feitas por Joyce Brow (1981) em Nova Iorque
constataram uma melhora considerável no comportamento dos alunos – 60 % menos
incidentes e 20 Disponível no sitio: www.ludus.esp.br (acesso em 28/10/2008) Diálogos
Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral -
Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 12 suspensões,
melhoras significativas de até 50% no aproveitamento escolar. Assim, a autora questionou-se
por que o xadrez oportunizaria tais transformações? Pode-se cogitar que deva ser pelo fato de
ele favorecer uma atitude positiva do estudante em relação ao jogo, desenvolvendo nele a
capacidade de se concentrar além de lhe garantir a aquisição de outros conhecimentos pelo
desenvolvimento de habilidades que acabam sendo incorporadas em suas atividades
escolares. De acordo com Goulart (2005) é na idade escolar que a criança necessita agrupar-se
para praticar várias atividades, sendo o jogo uma delas. Sabe-se que o jogo é um instrumento
altamente didático e muitos estudos discutem sua utilização na educação. Porém, o xadrez,
em especial, poderia ser trabalhado não só como um suporte pedagógico, mas como uma
disciplina regular e posta no currículo escolar de base comum. Isto porque, normalmente ele é
vinculado a atividades opcionais e extracurriculares, mas, se eles proporcionam tantas
competências, por que não adequar esse jogo e torná-lo parte integrante do currículo? Como
dissemos anteriormente, desde a educação infantil, sua prática deve ser estimulada. Mesmo
que a proposta amplie a grade curricular das escolas, isto não significa que outras disciplinas
sejam prejudicadas, ao contrário, seriam beneficiadas porque contribuiriam para melhorar o
rendimento dos alunos em todas as outras. Para Calmbach (s/d) 21, a preocupação dos
professores atualmente não é só transmitir conteúdos, mas criar condições para que a
autonomia, o pensamento crítico e a capacidade de resolver problemas, que freqüentemente
aparecem em nosso cotidiano, sejam resolvidos e, é nesse ponto que o jogo de xadrez,
inserido na grade curricular desde os anos iniciais de escolarização pode contribuir e atuar.
Trindade (2007), diz ser considerável o valor pedagógico do jogo de xadrez para promover a
educação crítica e ativa da criança e do jovem, um aspecto tão valorizado na educação
moderna, contribuindo para o desenvolvimento cooperativo e emocional de seus praticantes
quando tem seu uso pedagógico-didático bem orientado e conduzido, principalmente por
profissionais especializados para exercerem tal função. Informações obtidas no sitio do clube
de xadrez 22, e mesmo nas entrevistas coletadas para o trabalho original, confirmam que o
maior mérito deste jogo consiste na progressão de cada aluno de acordo com seu ritmo, 21
Disponível em: www.apetx.org.br/aplicando_o_xadrez_escolar.htm (acesso em 31/07/2008).
22 Para acesso: www.clubedexadrez.com.br/portal/cxtoledo/artigo4.htm (acesso em
14/05/2008) Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo
Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010
revista@semar.edu.br 13 respeitando individualidades e processos de aprendizagens que na
realidade é uma das teses mais cara da educação. Piasse (2005), acredita que as escolas
deveriam diversificar e ampliar suas grades curriculares, introduzindo o jogo de xadrez, por
exemplo, com vistas à melhoria da educação e da formação dos alunos utilizando
instrumentos de aprofundamento das atividades intelectuais. Entretanto, reconhece que sua
inserção nos meios escolares requer preparo e domínio de todos os envolvidos, para que não
seja cometido o erro de fazê-lo como jogo, diversão, campeonatos, visando atrativos
financeiros e, portanto, diluindo os benefícios que sua prática, nos moldes propostos, pode
trazer. Julião (2009) salienta que nesta busca por melhorias, o ensino de xadrez, incorporado
como disciplina regular, de modo sistemático surge como uma ótima opção, unindo o espírito
inovador das instituições educacionais e a forte imagem de intelectualidade que esse esporte
arte oferece. Para ele, a escola que adotar esta idéia estará, com certeza, acrescentando em
sua instituição um diferencial, exercendo amplamente seu papel na sociedade e fazendo jus à
sua função básica: formar cidadãos, numa clara demonstração de responsabilidade
educacional com qualidade. Pimenta (2008) aborda esse assunto e ressalta ser do
conhecimento de todos, que o xadrez vem a enriquecer não só o nível cultural dos indivíduos,
mas também várias outras capacidades apontadas, e uma outra, não menos essencial para o
convívio social, o aprendizado na vitória e na derrota, salientando que: “O ensino e a prática
do xadrez têm relevante importância pedagógica, na medida em que tal procedimento implica,
entre outros, no exercício da sociabilidade, do raciocínio analítico e sintético, da memória, da
autoconfiança e da organização metódica e estratégica do estudo. O jogador de xadrez,
constantemente exposto a situações em que precisa efetivamente olhar, avaliar e entender a
realidade pode mais facilmente, aprender a planejar adequada e equilibradamente, a aceitar
pontos de vista diversos, a discutir questionários e compreender limites e valores
estabelecidos e a vivenciar a riqueza das experiências de flexibilidade e reversibilidade de
pensamentos e posturas”. (op. cit. p.4) Loureiro (2001), ao retratar o valor educativo do
xadrez, discorre sobre as habilidades especificas (imaginação, memória, visualização) e gerais
(perseverança, Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo
Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010
revista@semar.edu.br 14 capacidade de estudo, autoconhecimento, motivação, etc) geradas
pela prática do jogo. Pedagogicamente, o xadrez tem elevado conceito, fazendo parte do
currículo escolar básico e do aprimoramento complementar em dezenas de paises, entre eles:
Angola, Canadá, Cuba, Hungria, Israel, Iugoslávia, Alemanha, Tunísia, Rússia, entre outros.
Retomando Calmbach (s/d) o xadrez escolar é uma matéria que ensina técnicas de resolver
problemas de grande complexidade, com a finalidade de aprimorar a capacidade de raciocínio
e contribuir para o aprendizado das matérias de cunho cientifico e cultural. O xadrez estimula
às crianças a solucionar problemas e a passar maior parte do seu tempo jogando
tranqüilamente, explicando que, crianças que não ficariam por mais de quinze minutos quietas
em uma sala de aula, conseguem, de modo impressionante, permanecer durante horas
envolvidas por esse jogo: “Desta forma o xadrez é um grande manancial estimulador de
pesquisa e do conhecimento e se encaixa perfeitamente na concepção piagetiana a respeito
dos jogos de exercício e simbólico. Vygotsky e os cientistas da escola russa, ao proporem a
introdução do jogo nas escolas mostraram quais são as características principais que os jogos
devem possuir para serem bons recursos didáticos”. (op.cit. p. 3) Podemos dizer que a
psicologia proposta por Vygotsky acerca dos jogos e sua utilização nas escolas se encaixam
perfeitamente para xadrez porque confere significados diferentes aos objetos utilizados. O
tabuleiro representa o campo de batalha e as peças os dois exércitos que se confrontarão e
ainda oferece uma situação imaginária em que o objetivo maior é conquistar o rei adversário,
trazendo algumas ações representativas da sociedade, tais como o respeito às regras, das
peças com movimentos diferentes e dos próprios jogadores que precisam aguardar a sua vez
de jogar, mesmo que isso leve um tempo por parte do outro que está analisando para saber
qual a melhor estratégia para vencer. Christofoletti (2005) salienta que embora o jogo de
xadrez, seja praticado em duplas, cada um dos jogadores, deverá tomar uma decisão sobre a
jogada de modo individual, o que favorece autoconfiança na tomada de decisões. Mesmo nas
competições por equipe, cada jogador tem o seu tabuleiro, e não pode ser orientado durante a
partida, cabendo somente a ele tomar as decisões e arcar com os Diálogos Acadêmicos -
Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 –
Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 15 resultados. Afirma
ainda, que vem aumentando a participação de crianças neste jogo, com o apoio das escolas
que oferecem este tipo de atividade, e diz que quando bons hábitos são desenvolvidos desde a
infância, e assimilados facilmente. Muitas vezes as crianças não sabem utilizar a capacidade de
análise, pois não foram devidamente estimuladas para isso, a não ser pela via da memorização
mecânica. Dessa forma quando se deparam com textos diferentes, sentem-se inseguras e tem
muita dificuldade para encontrar as respostas. A contribuição do jogo de xadrez nessa direção
caminha principalmente para a educação matemática, mas ela também promove estímulos
para os outros campos do conhecimento. Santos (2007, p.3.), defensor do ensino de xadrez
nas escolas, cita um trecho de Wilson da Silva 23 que diz ser o jogo de xadrez merecedor de
crédito porque “ensina as crianças o mais importante na solução de um problema, que é saber
olhar e entender a realidade que se apresenta”. [...]. Em tempos de conhecimentos efêmeros
permeados por esse contingente de informações instantâneas e sobrepostas que quase não
deixam espaço para a reflexão, concordamos com esse autor, quando ele diz que o melhor que
a escola pode fazer para seus alunos é ajudá-los a organizar melhor seu pensamento, e
acreditamos que isso possa ser feito mediante a sistematização deste jogo como disciplina nas
escolas. Para entendermos melhor a implicação deste jogo no âmbito escolar, consideramos
importante mostrar uma tabela comparativa das características do jogo e seus efeitos na
escolarização elaborada por Wilson Silva, citado por Santos (2003). Característica do xadrez e
suas implicações educativas. Características do xadrez Implicações nos aspectos educacionais e
de formação do caráter Fica-se concentrado e imóvel na cadeira O desenvolvimento do
autocontrole psicofísico. Fornecer um número de movimentos num determinado tempo
Avaliação da estrutura do problema e do tempo disponível Movimento das peças após
exaustiva análise de lances Desenvolvimento da capacidade de pensar com abrangência e
profundidade 23 Mestre em Educação pela UFPR e doutorando também em Educação pela
UNICAMP. Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação
Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br
16 Após encontrar um lance, procurar outro melhor. Tenacidade e empenho no progresso
contínuo Partindo de uma posição a princípio igual, direcionar para uma conclusão brilhante
(combinação) Criatividade e imaginação O resultado indica quem tinha o melhor plano
Respeito à opinião do interlocutor Dentre as várias possibilidades, escolher uma única, sem
ajuda externa. Estímulo à tomada de decisões com autonomia Um movimento deve ser
conseqüência lógica do anterior e deve apresentar o seguinte Exercício do pensamento lógico,
autoconsistência e fluidez de raciocínio. Fonte:
http://br.geocities.com/cluberibeiraoclarensedexadrez/Xadrez_escola.html Todos estes
elementos podem ser preparados durante o aprendizado e a prática do xadrez, para que possa
contribuir na melhoria do desempenho das crianças diante dos desafios escolares. Além disso,
dada à realidade de muitas escolas, principalmente as públicas, é preciso pensar que o xadrez
é uma atividade de baixo custo, que ajuda no desenvolvimento das habilidades mentais e
promove a incorporação de atitudes de respeito. Sendo assim, o xadrez com certeza é um jogo
que modifica a escola porque promove sua cultura, desenvolvendo inúmeras habilidades e
garantindo a aquisição de conhecimentos não só em relação ao jogo, mas também a
assimilação de outros, vinculadas às matérias escolares e o próprio caráter dos alunos. Além
disso, ele também tem a vantagem de ajudar a diminuir a agressividade individual e, por este
motivo, pode contribuir para minimizar a violência na escola, estabelecendo vínculos entre os
conhecimentos e as experiências enxadrística e a vida cotidiana, individual e social. Por se uma
atividade que facilita aprendizagens de outros conteúdos, muitas atividades podem ser
desenvolvidas devido às relações que mantém com os demais conteúdos. Por exemplo, ligadas
ao conteúdo de história, ao se narrar as próprias histórias em torno do xadrez, a geografia, ao
se pesquisar e apresentar a leitura cartográfica de suas migrações ao longo dos continentes,
ou ainda, o próprio estudo do tabuleiro, relaciona-se a conteúdos de matemática e geometria.
Os benefícios de sua prática iniciam-se quando a criança passa a conhecer e a exercitar o
domínio do tabuleiro, o que resulta em ganhos para sua noção Diálogos Acadêmicos - Revista
Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1.
Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 17 espaço-dimensional. Em seguida
são apresentadas às peças, cada qual com suas características físicas, seus movimentos e papel
no jogo, auxiliando o desenvolvimento da memória e da concentração. O desenvolvimento do
jogo, com a integração das peças e os cálculos das jogadas exercitam o raciocínio lógico e a
imaginação. Podemos afirmar que o xadrez ensinado metodicamente constitui um sistema de
estímulo intelectual capaz de aumentar o quociente de inteligência das crianças, oferecendo
aos participantes um método de raciocínio e de organização das relações abstratas e dos
elementos simbólicos. Essa forma sistemática passa pela preparação das escolas envolvendo a
adaptação das mesmas as estruturas existentes. Para tanto, é preciso que o plano gestor da
escola proponha de modo coletivo essa inserção como disciplina, o que envolveria a
capacitação dos professores e coordenadores para acompanhar e planejar atividades da
disciplina e mesmo o ensino dos jogos, ministrados por profissionais especializados ou mesmo
enxadristas convidados. Além destas adequações, também os recursos materiais, tais como a
aquisição e utilização do material didático dos professores e dos alunos, armazenados em local
adequado, bem como o próprio local onde as aulas irão acontecer. Deve ser um espaço amplo,
com quadro mural, mesas e jogos de peças, relógios de xadrez em quantidade suficientes para
atender os alunos da escola. Para concluirmos essas breves considerações acerca das
mudanças promovidas pelo jogo de xadrez na cultura escolar e, apesar de pouco comum, em
textos desta natureza, optamos por terminar com um poema, feito por um estudante do
xadrez que traduzem, de algum modo, por que ele se torna tão significativo para aqueles que o
praticam. O JOGO DE XADREZ Azuir Filho24
24 Poesia de Homenagem ao Jogo de Xadrez pelo seu caráter humanizador que tira as O jogo
de xadrez não é um jogo de azar, mas sim de um jogo de regras, táticas e estratégias, muito
conhecido pela complexidade de suas jogadas e daí, 12 Roque é o único lance que envolve o
movimento de duas peças ao mesmo tempo: rei e torre. O roque tem como objetivo colocar o
rei em maior segurança e uma das torres em posição mais ativa. Há dois tipos de roque: o
pequeno e o grande. 13 Ocorre quando um peão chega à primeira linha do adversário,
devendo ser imediatamente substituído por dama, torre, bispo ou cavalo. A peça escolhida
ocupara a casa em que o peão se encontrava quando foi promovido. 14 (de passagem) é um
tipo especial de captura feita somente pelos peões brancos que estiverem na quinta linha ou
pelos peões pretos que estiverem na quarta linha do tabuleiro. Diálogos Acadêmicos - Revista
Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1.
Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 8 como mostrou a tirinha de Mauricio
de Sousa, ele estar associado à inteligência. Estima-se que o número de posições legais no
xadrez é de aproximadamente 1.043, porém o número de jogadas possíveis é incontável, uma
vez que há aproximadamente 170 Setilhões15 de maneiras de fazer os dez primeiros lances
numa partida de xadrez. Retomando Lasker (1999) e a importância do jogo de xadrez para o
desenvolvimento da inteligência humana, destacamos a resposta de dois lideres comerciais
apaixonados pelo jogo de xadrez: “Dois conhecidos líderes comerciais deram-me respostas
quase idênticas. Disseram que era porque o xadrez limitava o elemento de sorte e acentuava a
importância do planejamento. Um músico escreveu que para ele o xadrez era como a própria
vida: ensinavao a coordenar a razão com o instinto. Um matemático apreciava o elemento
estético do jogo; encontrava numa série de movimentos sutis a mesma emoção que um belo
teorema”. (op. cit. p.11) Na realidade, não é preciso saber jogar xadrez para conhecer o
fascínio que ele exerce em vários aspectos. Estamos, contudo, querendo mostrar que esse jogo
tem muitas vantagens e merece ser inserido de modo sistematizado no ensino escolar, mas
cuja prática deve extrapolar os tradicionais campeonatos destinados exclusivamente a treinar,
competir, ganhar, este é um dos seus aspectos, mas evidentemente, há outros. AS
CARACTERISTICAS DO JOGO E IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA EDUCATIVA E comum quando
ouvimos falar em jogo de xadrez vir a nossa mente, a imagem de duas pessoas sentadas e
compenetradas diante de um tabuleiro que está sendo minuciosamente analisado pelos
jogadores, em volta só o silêncio, para que haja concentração e os adversários possam
escolher a melhor jogada e dar o xeque-mate. É devido a essa visão que costumamos imaginar
o enxadrista como um ser de capacidade intelectual elevada. Isso será verdade? Por que os
jovens deveriam aprender a praticá-lo? Apenas por esse motivo? A resposta a esse
questionamento será dada a partir da discussão das possibilidades que esse jogo mobiliza para
promover aprendizagens significativas. 15 Extraído de http://pt.wikipedia.org/wiki/Xadrez .
Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação
Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br
9 Um simples jogo ou algo mais? É dessa forma que se inicia o levantamento realizado por
Llada (2003) destacando que esse jogo é unanimemente considerado como uma forma de
aprofundamento intelectual e uma poderosa ferramenta educativa. Para ela, habilidades
ligadas ao cálculo, a concentração, memorização, responsabilidade, tomada de decisões, são
algumas delas que o jogo de xadrez na infância favorece. Constatamos no decorrer deste
trabalho que o jogo envolve a leitura e a incorporação de regras, métodos e fundamentos que
os orientam, seja a relação do jogador com o jogo, seja pela relação entre jogadores cujas
regras, precisam ser seguidas para que o jogo se realize. Nesse sentido é um orientador de
condutas que precisam ser compartilhadas por todos os envolvidos, o que implica intervir na
formação do individuo tanto em uma dimensão individual quanto coletiva, permanecendo
ligados tanto à cognição (conhecimento) quanto ao afeto (sentimentos), por meio da interação
promovida entre os pares de jogadores. A dimensão pessoal envolve esse aprendizado das
regras e auxilia na solução de problemas, no desenvolvimento da autonomia, criatividade,
controle sobre as emoções, principalmente a agressividade, a importância do planejar antes de
tomar as decisões, e no caso deste jogo em especial, a decisão mais acertada, etc. Além destas
o jogo também estimula alguns valores muito caro aos seres humanos e fundamentais para a
vida de qualquer estudante, entre as quais a disciplina, a paciência e a responsabilidade. Os
Mestres Internacionais Toledo e Loureiro (2005) 16 ao citar Charles Partos17 em jornal on-line
da Federação Paulista de Xadrez, em setembro do citado ano, afirmam que o aprendizado do
xadrez deve ser levado as escolas porque desenvolvem as habilidades de atenção e
concentração, julgamento e planejamento; imaginação e antecipação; memória; vontade de
vencer, paciência e autocontrole; espírito de decisão e coragem; lógica matemática, raciocínio
analítico e sintético; criatividade; inteligência; organização metódica do estudo e o interesse
pelas línguas estrangeiras. É por isto que eles também defendem sua implantação dentro das
escolas desde que de modo sistemático, interdisciplinar e integrado ao currículo escolar, 16
Disponível em: http://www.fpx.com.br/mostracol.asp?colid=75 17 Mestre internacional e
professor do Departamento da Instrução Pública do Cantão do Valais (Suíça). Diálogos
Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral -
Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 10 inclusive
como uma forma de atender os dispositivos postos na LDB/96, que o integra ao currículo na
parte diversificada como dito no inicio deste texto. Nesse sentido, além de ser um eixo
integrador do currículo escolar, consideramos o jogo uma valiosa ferramenta para auxiliar os
processos cognitivos, valorativos, éticos e morais de nossos alunos. Uma das queixas que mais
afligem os educadores, ao menos aqueles preocupados com o rendimento escolar dos seus
alunos, é a dispersão sofrida pelos alunos, que atualmente vivem num contexto social
estimulante, carregado de informações instantâneas (televisão, computadores, vídeos-game,
propagandas de rádio, outdoors, etc.) 18, impedem que os jovens mantenham sua
concentração em alguma coisa por muito tempo. Desse modo, quando se deparam com
atividades que exigem esforço mental, muitos encontram problemas para realizar tais tarefas.
O xadrez de uma forma lúdica seria um excelente treinamento desta capacidade de se
concentrar, auxiliando os alunos no desenvolvimento da disciplina, entendida como atividade
intelectual ou motivação interior19, e tão necessária para o investimento nos estudos. Os
jogos de estratégias, como o xadrez, aparecem ainda como um jogo que favorece a capacidade
de aceitação das regras, desenvolvimento da memória, agilidade no raciocínio, o gosto pelo
desafio e a construção de regras pessoais, que possibilitam desenvolver as competências
necessárias para a resolução de problemas. Ferreira (s/d. p.3) afirma que estes jogos
“contribuem para o desenvolvimento de capacidades matemáticas, aliando o raciocínio, a
estratégia e a reflexão com o desafio da competição de uma forma lúdica e os professores
devem aproveitar isso para otimizar as aprendizagens”. Investigações sobre o efeito do jogo de
xadrez em crianças revelam que os jogadores de xadrez desenvolvem maior pensamento
crítico, autoconfiança, autoestima, concentração, empatia e a capacidade de resolver
problemas. Jogar xadrez implica a utilização do pensamento lógico. Estudiosos como Ferreira,
Jeffrey Chesin (2003), fazem uma relação entre o raciocínio matemático e o jogar xadrez. 18
Ainda que existam muitas pessoas que defendam que esses estímulos audiovisuais sejam
aliados no desenvolvimento da inteligência, sabemos que não é bem assim, porque a maioria
destes eletrônicos exige apenas a memorização de uma série de comandos, exigindo apenas
essa habilidade além da motora com as mãos, como no caso do videogame. 19 Tal como
definido por Helena Coharik Chamlian. A Disciplina: uma questão crucial na didática.
Referencia completa no final do artigo. Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade
Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro
de 2010 revista@semar.edu.br 11 “Os bons jogadores de xadrez são provavelmente bons
alunos e matemática ou qualquer situação que envolva a resolução de problemas. No entanto,
bons alunos de matemática não são necessariamente bons jogadores de xadrez”. (p.4) Os
autores evidenciam que estudos realizados em diversos locais do mundo, como no Canadá,
por exemplo, buscam demonstrar que a utilização do xadrez no ensino da lógica aumenta-se
de 62% para 81% a capacidade de resolução de problemas. Na Califórnia, em 1985, os estudos
de George Stephenson, revelaram que o desempenho dos estudantes melhora sensivelmente
após vinte dias de jogos de xadrez constatando os resultados que seguem: Rendimento
Acadêmico 55% Comportamento 62% Esforço 59% Concentração 56% Auto-estima 55% Na
Venezuela relacionam a melhoria dos scores de QI após quatro meses e meio de estudo
sistemático de xadrez. A psicóloga Edelmira Garcia la Rosa (2003) 20, responsável pelo
programa de xadrez iniciado em 1980, desta a sua intervenção na busca de melhorias do
rendimento dos alunos, concluindo que “O xadrez ensinado metodicamente constitui um
sistema de estimulação intelectual capaz de aumentar o Q.I. das crianças”, e, além disso, que
“o aluno adquire através da aprendizagem e prática enxadrística, um método de raciocínio e
de organização das relações abstratas e dos elementos simbólicos”. (p.1). Ferreira (2003, p. 4)
faz um trocadilho “o xadrez torna as crianças inteligentes ou são as crianças inteligente que
jogam xadrez?” e desse modo, discute as possibilidades do jogo de xadrez ter contribuído para
o QI dos estudantes, afirmando que durante uma competição, só o fato de imaginar as
possíveis posições das peças, isto já traz para o cérebro humano, o desenvolvimento das
capacidades visuais e espaciais. Experiências feitas por Joyce Brow (1981) em Nova Iorque
constataram uma melhora considerável no comportamento dos alunos – 60 % menos
incidentes e 20 Disponível no sitio: www.ludus.esp.br (acesso em 28/10/2008) Diálogos
Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral -
Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 12 suspensões,
melhoras significativas de até 50% no aproveitamento escolar. Assim, a autora questionou-se
por que o xadrez oportunizaria tais transformações? Pode-se cogitar que deva ser pelo fato de
ele favorecer uma atitude positiva do estudante em relação ao jogo, desenvolvendo nele a
capacidade de se concentrar além de lhe garantir a aquisição de outros conhecimentos pelo
desenvolvimento de habilidades que acabam sendo incorporadas em suas atividades
escolares. De acordo com Goulart (2005) é na idade escolar que a criança necessita agrupar-se
para praticar várias atividades, sendo o jogo uma delas. Sabe-se que o jogo é um instrumento
altamente didático e muitos estudos discutem sua utilização na educação. Porém, o xadrez,
em especial, poderia ser trabalhado não só como um suporte pedagógico, mas como uma
disciplina regular e posta no currículo escolar de base comum. Isto porque, normalmente ele é
vinculado a atividades opcionais e extracurriculares, mas, se eles proporcionam tantas
competências, por que não adequar esse jogo e torná-lo parte integrante do currículo? Como
dissemos anteriormente, desde a educação infantil, sua prática deve ser estimulada. Mesmo
que a proposta amplie a grade curricular das escolas, isto não significa que outras disciplinas
sejam prejudicadas, ao contrário, seriam beneficiadas porque contribuiriam para melhorar o
rendimento dos alunos em todas as outras. Para Calmbach (s/d) 21, a preocupação dos
professores atualmente não é só transmitir conteúdos, mas criar condições para que a
autonomia, o pensamento crítico e a capacidade de resolver problemas, que freqüentemente
aparecem em nosso cotidiano, sejam resolvidos e, é nesse ponto que o jogo de xadrez,
inserido na grade curricular desde os anos iniciais de escolarização pode contribuir e atuar.
Trindade (2007), diz ser considerável o valor pedagógico do jogo de xadrez para promover a
educação crítica e ativa da criança e do jovem, um aspecto tão valorizado na educação
moderna, contribuindo para o desenvolvimento cooperativo e emocional de seus praticantes
quando tem seu uso pedagógico-didático bem orientado e conduzido, principalmente por
profissionais especializados para exercerem tal função. Informações obtidas no sitio do clube
de xadrez 22, e mesmo nas entrevistas coletadas para o trabalho original, confirmam que o
maior mérito deste jogo consiste na progressão de cada aluno de acordo com seu ritmo, 21
Disponível em: www.apetx.org.br/aplicando_o_xadrez_escolar.htm (acesso em 31/07/2008).
22 Para acesso: www.clubedexadrez.com.br/portal/cxtoledo/artigo4.htm (acesso em
14/05/2008) Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo
Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010
revista@semar.edu.br 13 respeitando individualidades e processos de aprendizagens que na
realidade é uma das teses mais cara da educação. Piasse (2005), acredita que as escolas
deveriam diversificar e ampliar suas grades curriculares, introduzindo o jogo de xadrez, por
exemplo, com vistas à melhoria da educação e da formação dos alunos utilizando
instrumentos de aprofundamento das atividades intelectuais. Entretanto, reconhece que sua
inserção nos meios escolares requer preparo e domínio de todos os envolvidos, para que não
seja cometido o erro de fazê-lo como jogo, diversão, campeonatos, visando atrativos
financeiros e, portanto, diluindo os benefícios que sua prática, nos moldes propostos, pode
trazer. Julião (2009) salienta que nesta busca por melhorias, o ensino de xadrez, incorporado
como disciplina regular, de modo sistemático surge como uma ótima opção, unindo o espírito
inovador das instituições educacionais e a forte imagem de intelectualidade que esse esporte
arte oferece. Para ele, a escola que adotar esta idéia estará, com certeza, acrescentando em
sua instituição um diferencial, exercendo amplamente seu papel na sociedade e fazendo jus à
sua função básica: formar cidadãos, numa clara demonstração de responsabilidade
educacional com qualidade. Pimenta (2008) aborda esse assunto e ressalta ser do
conhecimento de todos, que o xadrez vem a enriquecer não só o nível cultural dos indivíduos,
mas também várias outras capacidades apontadas, e uma outra, não menos essencial para o
convívio social, o aprendizado na vitória e na derrota, salientando que: “O ensino e a prática
do xadrez têm relevante importância pedagógica, na medida em que tal procedimento implica,
entre outros, no exercício da sociabilidade, do raciocínio analítico e sintético, da memória, da
autoconfiança e da organização metódica e estratégica do estudo. O jogador de xadrez,
constantemente exposto a situações em que precisa efetivamente olhar, avaliar e entender a
realidade pode mais facilmente, aprender a planejar adequada e equilibradamente, a aceitar
pontos de vista diversos, a discutir questionários e compreender limites e valores
estabelecidos e a vivenciar a riqueza das experiências de flexibilidade e reversibilidade de
pensamentos e posturas”. (op. cit. p.4) Loureiro (2001), ao retratar o valor educativo do
xadrez, discorre sobre as habilidades especificas (imaginação, memória, visualização) e gerais
(perseverança, Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo
Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010
revista@semar.edu.br 14 capacidade de estudo, autoconhecimento, motivação, etc) geradas
pela prática do jogo. Pedagogicamente, o xadrez tem elevado conceito, fazendo parte do
currículo escolar básico e do aprimoramento complementar em dezenas de paises, entre eles:
Angola, Canadá, Cuba, Hungria, Israel, Iugoslávia, Alemanha, Tunísia, Rússia, entre outros.
Retomando Calmbach (s/d) o xadrez escolar é uma matéria que ensina técnicas de resolver
problemas de grande complexidade, com a finalidade de aprimorar a capacidade de raciocínio
e contribuir para o aprendizado das matérias de cunho cientifico e cultural. O xadrez estimula
às crianças a solucionar problemas e a passar maior parte do seu tempo jogando
tranqüilamente, explicando que, crianças que não ficariam por mais de quinze minutos quietas
em uma sala de aula, conseguem, de modo impressionante, permanecer durante horas
envolvidas por esse jogo: “Desta forma o xadrez é um grande manancial estimulador de
pesquisa e do conhecimento e se encaixa perfeitamente na concepção piagetiana a respeito
dos jogos de exercício e simbólico. Vygotsky e os cientistas da escola russa, ao proporem a
introdução do jogo nas escolas mostraram quais são as características principais que os jogos
devem possuir para serem bons recursos didáticos”. (op.cit. p. 3) Podemos dizer que a
psicologia proposta por Vygotsky acerca dos jogos e sua utilização nas escolas se encaixam
perfeitamente para xadrez porque confere significados diferentes aos objetos utilizados. O
tabuleiro representa o campo de batalha e as peças os dois exércitos que se confrontarão e
ainda oferece uma situação imaginária em que o objetivo maior é conquistar o rei adversário,
trazendo algumas ações representativas da sociedade, tais como o respeito às regras, das
peças com movimentos diferentes e dos próprios jogadores que precisam aguardar a sua vez
de jogar, mesmo que isso leve um tempo por parte do outro que está analisando para saber
qual a melhor estratégia para vencer. Christofoletti (2005) salienta que embora o jogo de
xadrez, seja praticado em duplas, cada um dos jogadores, deverá tomar uma decisão sobre a
jogada de modo individual, o que favorece autoconfiança na tomada de decisões. Mesmo nas
competições por equipe, cada jogador tem o seu tabuleiro, e não pode ser orientado durante a
partida, cabendo somente a ele tomar as decisões e arcar com os Diálogos Acadêmicos -
Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 –
Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 15 resultados. Afirma
ainda, que vem aumentando a participação de crianças neste jogo, com o apoio das escolas
que oferecem este tipo de atividade, e diz que quando bons hábitos são desenvolvidos desde a
infância, e assimilados facilmente. Muitas vezes as crianças não sabem utilizar a capacidade de
análise, pois não foram devidamente estimuladas para isso, a não ser pela via da memorização
mecânica. Dessa forma quando se deparam com textos diferentes, sentem-se inseguras e tem
muita dificuldade para encontrar as respostas. A contribuição do jogo de xadrez nessa direção
caminha principalmente para a educação matemática, mas ela também promove estímulos
para os outros campos do conhecimento. Santos (2007, p.3.), defensor do ensino de xadrez
nas escolas, cita um trecho de Wilson da Silva 23 que diz ser o jogo de xadrez merecedor de
crédito porque “ensina as crianças o mais importante na solução de um problema, que é saber
olhar e entender a realidade que se apresenta”. [...]. Em tempos de conhecimentos efêmeros
permeados por esse contingente de informações instantâneas e sobrepostas que quase não
deixam espaço para a reflexão, concordamos com esse autor, quando ele diz que o melhor que
a escola pode fazer para seus alunos é ajudá-los a organizar melhor seu pensamento, e
acreditamos que isso possa ser feito mediante a sistematização deste jogo como disciplina nas
escolas. Para entendermos melhor a implicação deste jogo no âmbito escolar, consideramos
importante mostrar uma tabela comparativa das características do jogo e seus efeitos na
escolarização elaborada por Wilson Silva, citado por Santos (2003). Característica do xadrez e
suas implicações educativas. Características do xadrez Implicações nos aspectos educacionais e
de formação do caráter Fica-se concentrado e imóvel na cadeira O desenvolvimento do
autocontrole psicofísico. Fornecer um número de movimentos num determinado tempo
Avaliação da estrutura do problema e do tempo disponível Movimento das peças após
exaustiva análise de lances Desenvolvimento da capacidade de pensar com abrangência e
profundidade 23 Mestre em Educação pela UFPR e doutorando também em Educação pela
UNICAMP. Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação
Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br
16 Após encontrar um lance, procurar outro melhor. Tenacidade e empenho no progresso
contínuo Partindo de uma posição a princípio igual, direcionar para uma conclusão brilhante
(combinação) Criatividade e imaginação O resultado indica quem tinha o melhor plano
Respeito à opinião do interlocutor Dentre as várias possibilidades, escolher uma única, sem
ajuda externa. Estímulo à tomada de decisões com autonomia Um movimento deve ser
conseqüência lógica do anterior e deve apresentar o seguinte Exercício do pensamento lógico,
autoconsistência e fluidez de raciocínio. Fonte:
http://br.geocities.com/cluberibeiraoclarensedexadrez/Xadrez_escola.html Todos estes
elementos podem ser preparados durante o aprendizado e a prática do xadrez, para que possa
contribuir na melhoria do desempenho das crianças diante dos desafios escolares. Além disso,
dada à realidade de muitas escolas, principalmente as públicas, é preciso pensar que o xadrez
é uma atividade de baixo custo, que ajuda no desenvolvimento das habilidades mentais e
promove a incorporação de atitudes de respeito. Sendo assim, o xadrez com certeza é um jogo
que modifica a escola porque promove sua cultura, desenvolvendo inúmeras habilidades e
garantindo a aquisição de conhecimentos não só em relação ao jogo, mas também a
assimilação de outros, vinculadas às matérias escolares e o próprio caráter dos alunos. Além
disso, ele também tem a vantagem de ajudar a diminuir a agressividade individual e, por este
motivo, pode contribuir para minimizar a violência na escola, estabelecendo vínculos entre os
conhecimentos e as experiências enxadrística e a vida cotidiana, individual e social. Por se uma
atividade que facilita aprendizagens de outros conteúdos, muitas atividades podem ser
desenvolvidas devido às relações que mantém com os demais conteúdos. Por exemplo, ligadas
ao conteúdo de história, ao se narrar as próprias histórias em torno do xadrez, a geografia, ao
se pesquisar e apresentar a leitura cartográfica de suas migrações ao longo dos continentes,
ou ainda, o próprio estudo do tabuleiro, relaciona-se a conteúdos de matemática e geometria.
Os benefícios de sua prática iniciam-se quando a criança passa a conhecer e a exercitar o
domínio do tabuleiro, o que resulta em ganhos para sua noção Diálogos Acadêmicos - Revista
Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1.
Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 17 espaço-dimensional. Em seguida
são apresentadas às peças, cada qual com suas características físicas, seus movimentos e papel
no jogo, auxiliando o desenvolvimento da memória e da concentração. O desenvolvimento do
jogo, com a integração das peças e os cálculos das jogadas exercitam o raciocínio lógico e a
imaginação. Podemos afirmar que o xadrez ensinado metodicamente constitui um sistema de
estímulo intelectual capaz de aumentar o quociente de inteligência das crianças, oferecendo
aos participantes um método de raciocínio e de organização das relações abstratas e dos
elementos simbólicos. Essa forma sistemática passa pela preparação das escolas envolvendo a
adaptação das mesmas as estruturas existentes. Para tanto, é preciso que o plano gestor da
escola proponha de modo coletivo essa inserção como disciplina, o que envolveria a
capacitação dos professores e coordenadores para acompanhar e planejar atividades da
disciplina e mesmo o ensino dos jogos, ministrados por profissionais especializados ou mesmo
enxadristas convidados. Além destas adequações, também os recursos materiais, tais como a
aquisição e utilização do material didático dos professores e dos alunos, armazenados em local
adequado, bem como o próprio local onde as aulas irão acontecer. Deve ser um espaço amplo,
com quadro mural, mesas e jogos de peças, relógios de xadrez em quantidade suficientes para
atender os alunos da escola. Para concluirmos essas breves considerações acerca das
mudanças promovidas pelo jogo de xadrez na cultura escolar e, apesar de pouco comum, em
textos desta natureza, optamos por terminar com um poema, feito por um estudante do
xadrez que traduzem, de algum modo, por que ele se torna tão significativo para aqueles que o
praticam.

O JOGO DE XADREZ Azuir Filho24 24 Poesia de Homenagem ao Jogo de Xadrez pelo seu caráter
humanizador que tira as pessoas da pequenez e mediocridade fazendo-as pensar de modo
mais elevado e com mais humildade. O Jogo de Xadrez tem a ver com os Amigos, os Mestres
os Sonhos, Utopias e Ideais. Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade
Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro
de 2010 revista@semar.edu.br No Jogo há linda História, de razão, sentido e finalidade. É o
saber, tradição e memória, a razão e toda a dignidade. Sabedoria que é importante, no amor e
honra que vai ficar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar. No Jogo de
Xadrez esta a Vida, e a sua luta mais danada. Tem toda gente e cada lida os importantes e a
peãozada. Todo tempo é emocionante, pois tudo se pode organizar. O Jogo Xadrez é
fascinante, reproduz a vida e todo lutar. Na vida do Rei o destino, ao morrer o jogo tá
terminado. É um aviso para ter tino, e se vacilou não será perdoado. A Dama cuida do Rei
governante, tem maior movimentar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar.
Os Cavalos são poderosos, Grandes forcas para decidir. São destaques portentosos, faz o forte
mais forte se sentir. Torre a fortaleza representante, nas paralelas a controlar. O Jogo Xadrez é
fascinante, reproduz a vida e todo lutar. Bispos os Ministros invencíveis, Ministérios
fortificados. Vão fazer coisas incríveis, sempre serão recompensados. Nas diagonais
imperantes, fortes tão grandes no avançar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo
lutar. É um Jogo de Inteligência, um jogo do mais Preparado. De Beleza, Arte e Ciência, de
quem pode estar bem ligado. Há um batalhar constante, com a sabedoria a se destacar. O Jogo
Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar. Nas peças a representação, do que importa
na Sociedade. Pois tem elite e tem povão, e como será sua continuidade. O Mérito esta no
semblante, que revela a alma e o sonhar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo
lutar. No Peão esta a simplicidade, a humildes dos sacrificados. Tem esperança de eternidade,
em Jesus e os Crucificados. O Humilde se faz o gigante, no seu sonho de irmão igualar. O Jogo
Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar. Há mazelas pra restauração, e há História de
Felicidade. Se Bem colocado um peão, vencer qualquer majestade. E o Peão neste instante,
muda a Sociedade e o caminhar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar.
Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação
Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br
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http://www.fpx.com.br/mostracol.asp?colid=75 (Acesso 29/10/2008) Publicação
Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. E

O JOGO DE XADREZ Azuir Filho24 24 Poesia de Homenagem ao Jogo de Xadrez pelo seu
caráter humanizador que tira as

Azuir

O JOGO DE XADREZ Azuir Filho24 24 Poesia de Homenagem ao Jogo de Xadrez


pelo seu caráter humanizador que tira as pessoas da pequenez e mediocridade fazendo-
as pensar de modo mais elevado e com mais humildade. O Jogo de Xadrez tem a ver
com os Amigos, os Mestres os Sonhos, Utopias e Ideais. Diálogos Acadêmicos -
Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume
1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br No Jogo há linda
História, de razão, sentido e finalidade. É o saber, tradição e memória, a razão e toda a
dignidade. Sabedoria que é importante, no amor e honra que vai ficar. O Jogo Xadrez é
fascinante, reproduz a vida e todo lutar. No Jogo de Xadrez esta a Vida, e a sua luta
mais danada. Tem toda gente e cada lida os importantes e a peãozada. Todo tempo é
emocionante, pois tudo se pode organizar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida
e todo lutar. Na vida do Rei o destino, ao morrer o jogo tá terminado. É um aviso para
ter tino, e se vacilou não será perdoado. A Dama cuida do Rei governante, tem maior
movimentar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar. Os Cavalos são
poderosos, Grandes forcas para decidir. São destaques portentosos, faz o forte mais
forte se sentir. Torre a fortaleza representante, nas paralelas a controlar. O Jogo Xadrez
é fascinante, reproduz a vida e todo lutar. Bispos os Ministros invencíveis, Ministérios
fortificados. Vão fazer coisas incríveis, sempre serão recompensados. Nas diagonais
imperantes, fortes tão grandes no avançar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida
e todo lutar. É um Jogo de Inteligência, um jogo do mais Preparado. De Beleza, Arte e
Ciência, de quem pode estar bem ligado. Há um batalhar constante, com a sabedoria a
se destacar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar. Nas peças a
representação, do que importa na Sociedade. Pois tem elite e tem povão, e como será
sua continuidade. O Mérito esta no semblante, que revela a alma e o sonhar. O Jogo
Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar. No Peão esta a simplicidade, a
humildes dos sacrificados. Tem esperança de eternidade, em Jesus e os Crucificados. O
Humilde se faz o gigante, no seu sonho de irmão igualar. O Jogo Xadrez é fascinante,
reproduz a vida e todo lutar. Há mazelas pra restauração, e há História de Felicidade. Se
Bem colocado um peão, vencer qualquer majestade. E o Peão neste instante, muda a
Sociedade e o caminhar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar.

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