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Panorama Setorial

Equipamentos
médicos, hospitalares
e odontológicos

Série Cadernos da Indústria ABDI


Volume VII

Brasília, 2008
© 2008 - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)
Série Cadernos da Indústria ABDI – Volume VII
Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)

Equipe da ABDI Projeto Gráfico e Diagramação


Clayton Campanhola (Diretor) Via Brasília Editora
Claudionel de Campos Leite (Líder do Projeto)
Tamar Prouse de Andrade (Apoio Técnico e Revisão) Supervisão
Maruska Freitas (Revisão) Marcio de Miranda Santos
Marcia Oleskogicz (Comunicação Social – ABDI)
Equipe técnica do CGEE
Liliane Rank (Coordenação Geral) Consultores
Adriano Braun Galvão (Assessor e Responsável Técnico) Renato Garcia Ojeda
Cláudio Chauke Nehme (Coordenação Metodológica) Lester Amaral Jr.
Cristiane Pamplona (Revisão Geral de Texto) Priscila Avelar
Priscilla Matos (Apoio Técnico) Cícera Henrique da Silva
Fábio Melo
Revisão de texto Renato Zaniboni
Anna Cristina de Araújo Rodrigues Marcos Signori

Fotos
Arquivo da ABDI e Via Brasília

Ficha Catalográfica

AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL.


Panorama setorial: equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos. / Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial,
Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. – Brasília: Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, 2008.
257p.: il.; graf.; tab. (Série Cadernos da indústria ABDI, v.VII.)

ISBN 9788561323073

1 - Equipamento médico. 2 - Equipamento hospitalar. 3 - Equipamento odontológico I - Título. II - Centro de Gestão e Estudos
Estratégicos. III-Série
 CDD 681.761

ABDI CGEE
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial Centro de Gestão e Estudos Estratégicos
Setor Bancário Norte Setor Comercial Norte
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República Fede­­­rativa do Brasil
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e


Comércio Exterior
Miguel Jorge
Ministro

Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial


Reginaldo Braga Arcuri
Presidente

Clayton Campanhola
Diretor

Maria Luisa Campos Machado Leal


Diretora

Claudionel de Campos Leite


Responsável Técnico

Centro de Gestão e Estudos Estratégicos


Lucia Carvalho Pinto de Melo
Presidenta

Márcio de Miranda Santos


Diretor Executivo

Antônio Carlos Filgueira Galvão


Diretor

Fernando Cosme Rizzo Assunção


Diretor
Sumário
Lista de Tabelas, Figuras e Quadros.................................................................... 10

Lista de Siglas..................................................................................................... 20

1. Introdução....................................................................................................... 26

2. Contextualização............................................................................................. 30
2.1 Equipamentos Médicos, Hospitalares e Odontológicos..................................................... 37
2.1.1 Conceitos Iniciais.................................................................................................. 37
2.2 Descrição dos Subsetores............................................................................................... 38
2.3 Cadeia Produtiva do Setor de EMHO.............................................................................. 42

3. Descrição do Panorama Atual......................................................................... 46


3.1 Mercado Internacional e Nacional.................................................................................. 49
3.1.1 Análise do Mercado.............................................................................................. 49
3.1.2 Estratégias de Mercado......................................................................................... 53
3.1.3 Comércio Exterior................................................................................................. 57
3.1.3.1 Equipamentos e Subsetores.......................................................................... 62
3.1.3.1.1 Laboratórios...................................................................................... 62
3.1.3.1.2 Radiologia e Diagnóstico de Imagem................................................... 79
3.1.3.1.3 Equipamentos Médico-Hospitalares..................................................... 92
3.1.3.1.4 Implantes e Reabilitação......................................................................... 129
3.1.3.1.5 Insumos e Material de Consumo....................................................... 142
3.1.3.1.6 Odontológicos................................................................................. 163
3.1.4 Empresas Líderes de Mercado e Patentes.............................................................. 170
3.1.5 Produção e Consumo dos EMHO........................................................................ 179
3.2 Inovação e Tendências Tecnológicas no Setor de Saúde.................................................. 185
3.2.1 Fomento em Pesquisas........................................................................................ 187
3.2.2 Aspectos Tecnológicos e Operacionais................................................................. 193
3.2.2.1 Micro e Nano-eletrônica............................................................................ 194
3.2.2.2 Novos Protocolos de Inter-conectividade..................................................... 196
3.2.3 Cenários de Aplicações....................................................................................... 198
3.2.3.1 e-Saúde.................................................................................................... 198
3.2.4 Potencial de Inovação......................................................................................... 199
3.2.4.1 Novos Procedimentos de Diagnóstico e Terapias.......................................... 201
3.2.4.2 Pesquisa em Desenvolvimento para os Subsetores de EMHO....................... 202
3.3 Formação, Capacitação e Qualificação........................................................................ 202
3.4 Infra-Estrutura Física..................................................................................................... 206
3.4.1 Adequação ao Uso da Tecnologia....................................................................... 206
3.4.1.1 Atendimento Médico Domiciliar.................................................................. 206
3.4.2 Aspecto Legal..................................................................................................... 207
3.4.2.1 Certificação, Registro & Metrologia............................................................. 209
3.4.2.2 Políticas Tributárias e Fiscais....................................................................... 214

4. Comentários Finais........................................................................................ 222


4.1 A Visão de Futuro do Setor e a Escolha de Prioridades para as Próximas
Etapas do Estudo Prospectivo���������������������������������������������������������������������������������������� 228

Referências Bibliográficas.................................................................................. 230

Anexos.............................................................................................................. 238
Anexo I Normas técnicas publicadas no Brasil...................................................................... 241
Anexo II Subsetor de laboratórios........................................................................................ 242
Anexo III Subsetor de radiologia e diagnóstico por imagem................................................... 243
Anexo IV Subsetor de equipamentos médicos, hospitalares.................................................... 244
Anexo V Subsetor de implantes e material de consumo......................................................... 246
Anexo VI Subsetor de odontológicos.................................................................................... 249

Apêndices.......................................................................................................... 250
Apêndice I Entidades e membros do Comitê Gestor.............................................................. 253
Lista de Tabelas,
Figuras e Quadros
Tabelas

Lista de Tabelas, Figuras e Quadros


Tabela 1 Distribuição das empresas por região e subsetor������������������������������������������������������ 52
Tabela 2 E
 volução das importações por subsetor no período
de 2001 a 2006 (mil US$/FOB)������������������������������������������������������������������������������ 59
Tabela 3 E
 volução das exportações por subsetor no período
de 2001 a 2006 (mil US$/FOB)������������������������������������������������������������������������������ 59
Tabela 4 Importações de equips. em cinco países da América do Sul
até 2005 (1000xUS$)��������������������������������������������������������������������������������������������� 60
Tabela 5 Taxas de crescimento das importações por subsetor�������������������������������������������������� 60
Tabela 6 Taxas de crescimento das exportações por subsetor�������������������������������������������������� 60
Tabela 7 Balança comercial brasileira dos subsetores, em 2006 (US$)������������������������������������� 61
Tabela 8 Balança comercial brasileira de equipamentos do setor, em 2006 (US$)�������������������� 61
Tabela 9 C omércio em 2006 e evolução do subsetor de laboratórios
2005/2006 (mil US$)��������������������������������������������������������������������������������������������62
Tabela 10 Origem das importações e destino das exportações outros reagentes
de diagnóstico ou do subsetor de laboratório, 2006�����������������������������������������������64
Tabela 11 Origem das importações e destino das exportações para artigos de
laboratório ou de farmácia, plástico, 2006������������������������������������������������������������65
Tabela 12 Exportações e importações de outros centrifugadores,
2006 (milhões US$/FOB)�������������������������������������������������������������������������������������67
Tabela 13 Exportações e importações de aparelhos para filtrar ou depurar água,
2006 (milhões US$/FOB)�������������������������������������������������������������������������������������68
Tabela 14 Importações e exportações de espectrofotômetros,
2006 (milhões US$/FOB)�������������������������������������������������������������������������������������72
Tabela 15 Importações e exportações de colorímetros, 2006 (milhões US$/FOB)����������������������������73
Tabela 16 Importações e exportações de fotômetros, 2006 (milhões US$/FOB)����������������������� 74
Tabela 17 Importações e exportações de instrumentos e aparelhos que utilizaram
radiações óticas, 2006 (milhões US$/FOB)�����������������������������������������������������������75
Tabela 18 Origem das importações e destino das exportações de outros instrumentos e aparelhos
para análise, ensaio, medida, etc., 2006���������������������������������������������������������������77
Tabela 19 Resumo do subsetor de laboratórios, 2006 (milhões US$/FOB)������������������������������� 78
Tabela 20 Comércio em 2006 e evolução 2005/2006 do subsetor de radiologia e
diagnóstico de imagem (mil US$)��������������������������������������������������������������������������79

13
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Tabela 21 Exportações e importações de tubos de raios X, 2006 (milhões US$/FOB)................ 81


Tabela 22 Exportações e importações de outros aparelhos de raios X para
diagnóstico médico cirúrgico, 2006 (milhões US$/FOB) .........................................84
Tabela 23 Exportações e importações de outros aparelhos de raios X para
uso médico, cirúrgico e veterinário, 2006 (milhões US$/FOB).................................85
Tabela 24 Exportações e importações de outros aparelhos de raios X para
radiofotografia e radioterapia ...............................................................................86
Tabela 25 Equipamentos de raios X, acessórios e insumos,
2006 (milhões US$/FOB) .....................................................................................87
Tabela 26 Importações e exportações de ecógrafos de análises espectral
doppler, 2006 (milhões US$/FOB) ........................................................................89
Tabela 27 Importações e exportações de equipamentos de diagnóstico por
varredura de ultra-som .........................................................................................90
Tabela 28 Exportações e importações de equipamentos de diagnósticos por
ressonância magnética, 2006 (milhões US$/FOB)..................................................91
Tabela 29 Resumo do subsetor de radiologia e diagnóstico de imagem
14 (milhões US$/FOB) ..............................................................................................92
Tabela 30 Comércio em 2006 e evolução 2005/2006 do subsetor de
equipamentos médico-hospitalares, 2006 (mil US$) ...............................................94
Tabela 31 Importações de microscópios óticos binoculares de platina móvel e
outros microscópios óticos, 2006 (milhões US$/FOB).............................................97
Tabela 32 Principais fabricantes de equipamentos de monitoração no Brasil e
no mundo ...........................................................................................................98
Tabela 33 Exportação e importação de cardiodesfibriladores automáticos,
2006 (milhões US$/FOB) ...................................................................................100
Tabela 34 Importações de aparelhos de osmose reversa,
2006 (milhões US$/FOB) ...................................................................................102
Tabela 35 Exportações e importações de aparelhos de oxigenoterapia
(milhões US$/FOB) ............................................................................................103
Tabela 36 Exportações e importações de respiratórios de reanimação
(milhões US$/FOB) ............................................................................................104
Tabela 37 Exportações e importações de respiradores automáticos
(pulmões de aço), 2006 (milhões US$/FOB) ........................................................105
Tabela 38 Exportações e importações de aparelhos de ozonoterapia

Lista de Tabelas, Figuras e Quadros


e outros de terapia respiratória, 2006 (milhões US$/FOB)������������������������������������106
Tabela 39 Exportações e importações de outros aparelhos respiratórios,
2006 (milhões US$/FOB)�����������������������������������������������������������������������������������107
Tabela 40 Destino das exportações e origem das importações de
incubadoras (US$/FOB)�������������������������������������������������������������������������������������109
Tabela 41 Exportações de incubadoras no ano de 2006������������������������������������������������������� 110
Tabela 42 E xportações e importações de outros instrumentos
e aparelhos de oftalmologia�������������������������������������������������������������������������������114
Tabela 43 E xportações e importações de aparelhos de mecanoterapia,
massagem e psicotécnica, no ano de 2006 (milhões US$/FOB)����������������������������116
Tabela 44 P rincipais fabricantes no Brasil de equipamentos médico-hospitalares
em processos cirúrgicos��������������������������������������������������������������������������������������117
Tabela 45 P rincipais fabricantes mundiais de equipamentos médico-hospitalares
em processos cirúrgicos��������������������������������������������������������������������������������������117
Tabela 46 E xportações e importações de bisturis elétricos, no ano
de 2006 (milhões US$/FOB)������������������������������������������������������������������������������119
Tabela 47 P rincipais fabricantes no Brasil de mesas cirúrgicas����������������������������������������������� 120
Tabela 48 Principais fabricantes mundiais de mesas cirúrgicas���������������������������������������������� 121
Tabela 49 Exportações e importações de mesas cirúrgicas (milhões US$/FOB)����������������������� 122
Tabela 50 E xportações e importações de camas hospitalares
(milhões US$/FOB)��������������������������������������������������������������������������������������������123
Tabela 51 E xportações e importações de outros mobiliários para medicina,
cirurgia e odontologia, no ano de 2006 (milhões US$/FOB)���������������������������������123
Tabela 52 P rincipais fabricantes no Brasil de foco cirúrgico��������������������������������������������������� 125
Tabela 53 P rincipais fabricantes mundiais de foco cirúrgico�������������������������������������������������� 125
Tabela 54 Destino das exportações e origem das importações de outros
instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia, etc.,
no ano de 2006������������������������������������������������������������������������������������������������127
Tabela 55 Comércio em 2006 e evolução 2005/2006 do subsetor
de implantes e material de consumo, 2006 (mil US$)�������������������������������������������131
Tabela 56 Exportações e importações de outras próteses articulares,
2005 a 2006 (milhões US$/FOB)�����������������������������������������������������������������������135

15
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Tabela 57 Resumo da família de próteses e dispositivos ativos e não-ativos ortopédicos, 2006


(milhões US$/FOB) ............................................................................................136
Tabela 58 Importações e exportações de stents – jan. a nov. 2006 (milhões US$/FOB) .......... 139
Tabela 59 Próteses e dispositivos ativos e não-ativos vasculares
e cardíacos, 2006 (milhões US$/FOB) ................................................................140
Tabela 60 Aparelhos e dispositivos auditivos e lentes intra-oculares,
2006 (milhões US$/FOB) ...................................................................................142
Tabela 61 Origem importações e destino exportações de outras sondas,
cateteres e cânulas, 2006...................................................................................145
Tabela 62 Importações e exportações de luvas para uso cirúrgico e terapêutico,
2006 (milhões US$/FOB) ...................................................................................146
Tabela 63 Importações e exportações de máscaras, sapatilhas, toucas cirúrgicas
e outros, 2006 (milhões US$/FOB) .....................................................................149
Tabela 64 Materiais e insumos de uso cirúrgico e terapêutico,
2006 (milhões US$/FOB) ...................................................................................150
Tabela 65 Exportações e importações de outros pensos adesivos e artigos
16 análogos de camada adesiva, 2006 (milhões US$/FOB) ......................................151
Tabela 66 Exportações e importações de outras pastas, gazes e semelhantes
para uso medicinal e cirúrgico, 2006 (milhões US$/FOB). ....................................152
Tabela 67 Importações e exportações de bolsas para hemodiálise, colostomia, outros usos
médicos, 2006 ..................................................................................................154
Tabela 68 Importações e exportações de outros sacos, bolsas e cartuchos de polímeros de etileno,
2006 ................................................................................................................155
Tabela 69 Exportações e importações de absorventes e outros artigos higiênico
de papel, 2006 (milhões US$/FOB) ....................................................................157
Tabela 70 Exportações e importações de instrumentos e equipamentos de
infusão e transfusão, por regiões, 2006 (milhões US$/FOB) .................................161
Tabela 71 Exportações e importações de instrumentos e equipamentos de
infusão e transfusão por países, 2006 (milhões US$/FOB) ....................................161
Tabela 72 Importações e exportações de insumos e materiais de consumo,
2006 (milhões US$/FOB) ...................................................................................162
Tabela 73 Resumo do subsetor de insumos e materiais de consumo,
2006 (milhões US$/FOB) ...................................................................................163
Tabela 74 Comércio em 2006 e Evolução 2005/2006 do Subsetor de

Lista de Tabelas, Figuras e Quadros


Odontologia, 2006 (milhões US$/FOB)��������������������������������������������������������������164
Tabela 75 Materiais e insumos odontológicos, 2006 (milhões US$/FOB)������������������������������� 166
Tabela 76 E xportações de conjuntos odontológicos,
jan., out. / 2006 (milhões US$/FOB)������������������������������������������������������������������168
Tabela 77 E mpresas líderes de todo o setor no mercado mundial, 2005 (bilhões US$)������������ 173
Tabela 78 Descrição das principais classes da CIP no Brasil�������������������������������������������������� 178
Tabela 79 Descrição das principais classes da classificação Derwent no Brasil������������������������ 179
Tabela 80 E mpresas líderes de todo o setor no mercado mundial, 2006
(milhões US$/FOB)��������������������������������������������������������������������������������������������180
Tabela 81 R esumo de alguns protocolos de comunicação que devem ser implementados
em aplicações de e-saúde. Os padrões definidos têm que proporcionar a
interoperabilidade de dispositivos de monitorização e intercâmbio dos sinais
biomédicos��������������������������������������������������������������������������������������������������������196

Figuras
Figura 1 Novo foco dos sistemas de saúde���������������������������������������������������������������������������� 34
Figura 2 Cadeia produtiva do sistema de saúde suplementar no Brasil������������������������������������� 35
Figura 3 G estão, avaliação e regulação da qualidade dos EMHO������������������������������������������ 37
Figura 4 Subsetores de equipamentos médicos, hospitalares, odontológicos
e laboratoriais�������������������������������������������������������������������������������������������������������� 40
Figura 5 Cadeia produtiva do setor de EMHO����������������������������������������������������������������������� 43
Figura 6 Distribuição regional das empresas do setor������������������������������������������������������������� 51
Figura 7 Característica quanto ao capital das empresas do setor de EMHO����������������������������� 53
Figura 8 Aspectos de sustentabilidade do produto: causas de falhas de
novos produtos������������������������������������������������������������������������������������������������������ 54
Figura 9 D iagrama da política do desenvolvimento produtivo�������������������������������������������������� 56
Figura 10 R  anking dos países por depósitos de patentes no mercado mundial������������������������ 172
Figura 11 R  anking dos principais depositantes no mercado mundial�������������������������������������� 174
Figura 12 R  anking dos principais depositantes de patentes no Brasil�������������������������������������� 176
Figura 13 R  anking das principais classes da CIP no Brasil����������������������������������������������������� 177
Figura 14 Ranking das principais classes da CIP no Brasil – Detalhamento����������������������������� 178
Figura 15 R  anking das principais classes da Derwent no Brasil���������������������������������������������� 179

17
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Figura 16 Composição do mercado: empresas nacionais x empresas estrangeiras .................. 181


Figura 17 Destino produção doméstica do Brasil .................................................................. 182
Figura 18 Principais destinos das exportações brasileiras em 2005 ........................................ 183
Figura 19 Evolução das atividades de fomento no DECIT, 2003
a 2005 (DECIT, 2007). .......................................................................................191
Figura 20 Distribuição percentual dos recursos financeiros para fomento de
pesquisas nas regiões norte, nordeste e centro-oeste ........................................... 192
Figura 21 Potencial de Inovação (MIT, 1997)....................................................................... 199
Figura 22 Perfil de Inovação: distribuição de pesquisadores e engenheiros
de P&D na indústria, governo e universidades .......................................................200
Figura 23 Potencial de mercado em nanotecnologia esperado para 2015, (bilhões US$) ........ 201
Figura 24 Complexidade tecnológica e Recursos humanos ................................................... 203

Quadros
Quadro 1 Famílias de equipamentos pelo sistema de harmonização (SH6) .............................. 41
Quadro 2 Principais fabricantes no Brasil de equipamentos médico-hospitalares .................... 111
18 Quadro 3 Fabricantes mundiais de equipamentos médico-hospitalares .................................. 112
Quadro 4 Resumo do subsetor de equipamentos médico-hospitalares, no ano
de 2006 (milhões US$/FOB) ..............................................................................128
Quadro 5 Resumo do subsetor odontológicos, no ano de 2006 (milhões US$/FOB)............... 170
Quadro 6 Editais do DECIT em parceria com a FINEP e o CNPq (C&T – MS, 2006) ............... 189
Quadro 7 Percentual de postos de trabalhos de ocupações técnicas/auxiliares e de
qualificação elementar segundo forma de vínculo com os estabelecimentos de
saúde. Brasil – 1999 a 2002 ..............................................................................204
Lista de Siglas
ABDI Agência Brasileira de Desenvolvimento

Lista de Siglas
Industrial
ABIMED Associação Brasileira dos Importadores de
Equipamentos, Produtos e Suprimentos
Médico-Hospitalares
ABIMO Associação Brasileira da Indústria de Artigos
e Equipamentos Médicos, Odontológicos,
Hospitalares e de Laboratórios
ANPPS Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em
Saúde
ANS Agência Nacional de Saúde Suplementar
ANSI American National Standardization Institute
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
APEX Agência Brasileira de Promoção de Exportações
e Investimentos
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social
CE Comunidade Européia
CGEE Centro de Gestão e Estudos Estratégicos
CNI Confederação Nacional da Industria
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico
COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social
CONEP Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
CSA Canadian Standards Association
C&T Ciência e Tecnologia
CT&I Ciência, Tecnologia e Inovação
CSLL Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido
DECIT-MS Departamento de Ciência e Tecnologia do
Ministério da Saúde
EAS Estabelecimento Assistencial de Saúde

21
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

EMHO Equipamentos Médicos, Hospitalares e


Odontológicos
EUA,USA Estados Unidos da América
EXP Exportação
FDA Food and Drug Administration
FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
FINEP Financiadora de Estudos e Projetos
FNDCT Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IEB-UFSC Instituto de Engenharia Biomédica da
Universidade Federal de Santa Catarina
IEC International Electrotechnical Commission
IEMI Instituto de Estudos e Marketing Industrial
ISO International Organization for Standardization
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
22 Prestação de Serviços
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial
IMP Importação
INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
IR Imposto de Renda
IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica
IOF Imposto sobre Operações Financeiras
LED Light Emitting Diode
LCD Light Cristal Display
MCT Ministério da Ciência e Tecnologia
MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior
MERCOSUL Mercado Comum do Sul
MIT Massachusetts Institute of Technology
MPEs Micro e Pequenas Empresas

Lista de Siglas
MS Ministério da Saúde
NBR Norma Brasileira
NCM Nomenclatura Comum do MERCOSUL
OMC Organização Mundial do Comércio
OMS Organização Mundial da Saúde
PAPPE Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas
PDP Política de Desenvolvimento Produtivo
PIS Programa de Integração Social
PNN Programa Nacional de Nanotecnologia
PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde
PPSUS Programa Pesquisa para o Sistema Único de
Saúde
PROSOFT Programa para o Desenvolvimento da Indústria
de Software e Serviços de Tecnologia da
Informação
PITCE Política Industrial, Tecnológica e de Comércio
Exterior
P&D Pesquisa e Desenvolvimento
PD&I Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação
RBT Rede Brasil de Tecnologia
RDC Resolução da Diretoria Colegiada (ANVISA)
REMATO Rede Multicêntrica de Avaliação de Implantes
Ortopédicos
SECEX Secretaria do Comércio Exterior (MDIC)
SH Sistema de Harmonização
SCTIE Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos
Estratégicos (MS)
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas
SINMETRO Sistema Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial
SUS Sistema Único de Saúde

23
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

TIB Tecnologia Industrial Básica


TIC Tecnologia da Informação e Comunicação
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
USDOC United States Department of Commerce
WHO World Health Organization

24
1. Introdução
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) foi criada

1. Introdução
em dezembro de 2004 com a missão de promover a execução da
política de desenvolvimento industrial, em consonância com as
políticas de comércio exterior e de ciência e tecnologia, até pouco
tempo conhecida como PITCE.

Atualmente o principal enfoque da ABDI está nos programas e projetos


estabelecidos pela Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), lançada
em maio de 2008. Os programa e projetos da PDP visam fortalecer a
competitividade, com foco em complexos produtivos com potencial
em exportar e/ou gerar efeitos de encadeamento sobre o conjunto da
estrutura industrial.

Diante destes desafios, a Agência desenvolve, entre outros, o Programa


de Competitividade Setorial (PCS), com o objetivo de contribuir para
a articulação, construção, coordenação, monitoramento e avaliação
de estratégias competitivas para as cadeias produtivas brasileiras de
diversos setores, num horizonte de 15 anos.

O PCS está estruturado basicamente em duas fases: Fase Inicial ou


Prospectiva – com a mobilização dos agentes influentes da cadeia produtiva
para a elaboração de um Estudo Prospectivo, onde consta o levantamento
do Panorama Setorial e prospecção de rotas estratégicas e tecnológicas;
Fase Principal ou Executiva – com a elaboração de Planos Executivos e/ou
Agendas Tecnológicas, baseados no estudo, seguido da articulação e pacto
com todos os envolvidos para implantação, monitoramento e avaliação
dos Planos. Os Planos Executivos Setoriais e/ou Agendas Tecnológicas
contemplam medidas, projetos, metas, cronograma, recursos e os
respectivos responsáveis pelas execuções das ações, que visam elevar o
patamar competitivo do setor produtivo envolvido.

Para apoio no desenvolvimento do PCS a ABDI contratou o Centro


de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) para coordenação e

27
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

elaboração do Estudo Prospectivo e das Agendas Tecnológicas.


O CGEE, órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia
(MCT), tem demonstrado, por meio de seu quadro técnico
e especialistas ad hoc, muita competência e obtido ótimos
resultados na elaboração de estudos e pesquisas prospectivas na
área de Ciência e Tecnologia e setores correlatos.

O Estudo Prospectivo, elaborado pelo Instituto de Engenharia


Biomédica da Universidade Federal de Santa Catarina (IEB-
UFSC) sob a orientação e coordenação do CGEE, tem como
foco o desenvolvimento tecnológico e a inovação no setor de
Equipamentos Médicos, Hospitalares e Odontológicos (EMHO),
fatores de contribuição para uma indústria nacional mais
competitiva no mercado global.

O estudo está dividido em três etapas. A cada uma delas relaciona-


28 se um produto, discussão e validação, com a participação de um
grupo – no projeto denominado Comitê Gestor – que conta com
a participação de representantes do setor, da ABDI e do CGEE. É
oportuno destacar a participação ativa dos membros do Comitê
Gestor (GC) que se empenharam e foram eficientes nas diretrizes,
orientações e validações das etapas do estudo e cujos nomes se
encontram no Apêndice I. A primeira etapa pretende obter perspectiva
inicial no que concerne ao posicionamento do setor, levando em
consideração dimensões tecnológicas, econômicas e organizacionais,
de forma que, ao final, tenha-se o atual panorama setorial. A segunda
etapa caracteriza-se pelo levantamento das perspectivas de futuro,
levando em consideração dimensões observadas anteriormente,
assim como possíveis estratégias e rotas tecnológicas, de forma que
seja possível conhecer, minimamente, o perfil futuro de algumas das
subáreas. Diante do panorama setorial e das perspectivas futuras,
será elaborado, na terceira etapa, o estudo prospectivo, incluindo
diretrizes para ações de curto, médio e longo prazo.
Esta publicação apresenta o Panorama Setorial da Cadeia produtiva de

1. Introdução
EMHO, com dados de mercado referenciados e analisados até 2006. É
um trabalho panorâmico, mas também analítico, que oferece subsídios
para o desenvolvimento de propostas estratégicas e tecnológicas e
será utilizado como base para a elaboração do Estudo Prospectivo
deste setor.

29
2. Contextualização
O mercado de serviços de saúde é cada vez mais pressionado pelos

2. Contextualização
custos e influenciado por importantes fatores, tais como: mudanças
epidemiológicas, demandas demográficas, mudanças político-econômicas e o
desenvolvimento de novas soluções tecnológicas para os problemas da saúde.

Do ponto de vista da epidemiologia, existe um aumento de doenças


agudas e crônicas na população, que condicionam fortemente as
características do desenvolvimento tecnológico e clínico. Este cenário
trará conseqüências importantes na assistência médica, como por
exemplo, no Sistema Único de Saúde (SUS), do Brasil.

As demandas geográficas, o aumento da expectativa de vida e a taxa


de urbanização da população, bem como o processo acelerado da
inserção da mulher no mercado de trabalho, são fatores importantes
na definição de um sistema de atenção diferenciado.

Mudanças das políticas institucionais para promoção da saúde, da


medicina curativa para medicina preventiva, modificam o mercado e vêm
engendrando as novas soluções tecnológicas. Tais soluções buscam responder
as seguintes questões: a redução do tempo de internação hospitalar;
programas de saúde da família; Tecnologia de Informação e Comunicação
(TIC); soluções tecnológicas que permitam ao próprio paciente operar o
equipamento de forma segura e no conforto do seu domicílio (Home Care).

Do ponto de vista das soluções tecnológicas, elas devem estar sempre


orientadas para o aumento da qualidade de vida, da efetividade dos
procedimentos clínicos, e recuperação das capacidades funcionais e
profissionais.

Tudo isto deve consolidar um desenvolvimento sustentável, com o


equilíbrio dos recursos humanos, tecnologias e infra-estrutura necessária
para a área da saúde, reconhecendo que a participação do estado é
importante como agente regulador para oferecer eqüidade dos serviços.

33
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

As novas formas de organizações de sistemas de saúde (pública, privada


e filantrópica) influenciam no desenvolvimento tecnológico e nas
políticas e serviços de saúde. O antigo paradigma da atenção centrada
nos serviços, representado pela atenção primária, hospitais sem
paredes e atenção comunitária transformou-se num novo paradigma
baseado na atenção centrada no paciente, com tecnologias de ponto
de cuidado (Point-of-Care), dispositivos de monitoração pessoal e uma
tendência consolidada em plataforma de e-Saúde.

Essa mudança de foco do sistema de saúde, representada na Figura 1,


evidencia uma revolução tecnológica para poder atender a necessidade
desse novo sistema. Daí surge a exigência por uma maior pró-atividade
dos gestores e fornecedores da área da saúde proporcionando uma infra-
estrutura integrada, seja hospitalar ou clínica, totalmente diferenciada
da que se tinha antigamente. A possibilidade da manipulação da
tecnologia em sistemas de internação domiciliar (Home Care),
34 pelo próprio paciente, por exemplo, é uma tendência de mudança
de perfil tecnológico e de ergonomias, com uma maior interação
entre os atores do sistema, oferecendo condições de atendimento
ao paciente de forma mais adequada com serviços personalizados.

Figura 1 Novo foco dos sistemas de saúde


Fonte: OUFIERO, 2002
Os sistemas de saúde atuais são ampliados por sistemas

2. Contextualização
suplementares que oferecem serviços adicionais aos dos sistemas
públicos. O grande contingente de instituições prestadoras, com
inúmeros profissionais de variadas especialidades, exige das
operadoras: controle, avaliação e supervisão das organizações que
atendem aos seus beneficiários.

A cadeia produtiva do sistema de saúde suplementar no Brasil,


representada na Figura 2, tem buscado o aperfeiçoamento
no relacionamento institucional, maior integração do setor e
melhoria do valor agregado. Mas necessita ainda de indicadores
e parâmetros de produção, produtividade, qualidade e custos
desta cadeia e das operadoras para uma melhor avaliação da
evolução do setor. Os custos crescentes da assistência médico-
hospitalar e a necessidade da manutenção dos padrões de
qualidade mínimos de assistência tornam a tarefa ainda mais
desafiadora (JUNIOR & PICCHIAI, 2007).

Figura 2 Cadeia produtiva do sistema de saúde suplementar no Brasil


Fonte: JUNIOR & PICCHIAI, 2007

35
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

A regulação das relações que compõe a cadeia produtiva


da saúde, de responsabilidade do Ministério da Saúde,
especialmente por meio da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), dos Ministérios da Educação, Planejamento
e Fazenda e das Secretarias Estaduais e Municipais da Saúde,
geram efeitos importantes e diversificados nas distintas visões
dos principais atores (JUNIOR & PICCHIAI, 2007).

O impacto da incorporação de tecnologias diversas tem


desenvolvido novos cenários de qualidade para os sistemas
de saúde, como os programas de registro e certificação de
equipamentos, tecnovigilância, farmacovigilância e hemovigilância.
Sistemas de classificação de hospitais como os programas de
acreditação de hospitais, sistemas de gestão de tecnologia,
sistemas de metrologia na saúde, formam parte desse novo
cenário tecnológico, que modifica a forma de desenvolvimento da
36 tecnologia na área da saúde.

Como detalhado na Figura 3, são muitas as tendências e


os desafios para os empresários do setor de Equipamentos
Médicos, Hospitalares e Odontológicos (EMHO). Por
exemplo, o desenvolvimento de sistemas de informações
que formam plataformas de e-Saúde, Tele-Saúde e
Telemedicina e proporcionam cada vez mais a integração
de equipamentos médicos no sistema de Estabelecimento
Assistencial de Saúde (EAS). O grande desafio está nas
políticas institucionais que muitas vezes retardam o
crescimento do mercado. Para vencê-lo, fica clara a
necessidade cada vez maior de informação e conectividade,
bem como soluções criativas e inovadoras. As empresas que
melhor se integrarem no setor, seja pelos seus produtos
de baixa, média ou alta complexidade, são as que obterão
maiores vantagens competitivas.
2. Contextualização
Figura 3 Gestão, avaliação e regulação da qualidade dos EMHO
Fonte: PAHO, 2006

2.1 Equipamentos Médicos,


Hospitalares e Odontológicos
2.1.1 Conceitos Iniciais

O setor de EMHO compreende uma diversidade de produtos e


tecnologias que vão desde os mais tradicionais, como seringas, até
equipamentos sofisticados que incorporam Tecnologias de Informação
e Comunicação (TICs) e nanotecnologia.

Inicialmente, é importante definir o que se entende por equipamentos


médicos, hospitalares e odontológicos. Para a finalidade desse estudo,
o setor de Equipamentos Médicos, Hospitalares e Odontológicos é
constituído por fabricantes de equipamentos, eletroeletrônicos ou
que utilizam outra fonte de energia, inclusive energia potencial da
gravidade, incluindo as partes aplicadas, sensores e dispositivos de
controle e sistemas de proteção (CGEE, 2007). Abarcam também os
equipamentos e dispositivos utilizados no suporte aos diagnósticos e
procedimentos médicos, ainda que não estabeleçam interação direta

37
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

com os pacientes, como é o caso de equipamentos de laboratórios e


os utilizados nos processos de limpeza, desinfecção e esterilização.
Engloba, ainda, os produtos de mobiliário hospitalar, ainda que não
acionados por fonte de energia (CGEE, 2007).

O estudo prospectivo envolve atributos de diferentes dimensões, tais como:


tecnologia, mercado, infra-estrutura física e legal, talentos e investimentos.
Esse estudo inicia-se com a análise do Panorama Setorial da cadeia produtiva
do setor, descrevendo seus subsetores e tomando como base os fatores de
competitividade das referências nacionais e internacionais.

2.2 Descrição dos Subsetores


Os equipamentos integrantes de cada subsetor são considerados,
segundo a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), bens de capital,
e parte significativa deles foi inicialmente concebida como produtos
38 de tecnologia elétrica ou metal-mecânica. Com o passar do tempo,
foram recebendo controles e comandos eletrônicos ou tendo suas
saídas processadas por sistemas informatizados. Hoje, praticamente,
todos os equipamentos de uso médico dispõem de, pelo menos, um
módulo de eletrônica embarcada.

Os subsetores de interesse para este estudo são classificados como


(ABIMO, 2007):

• Laboratórios – são empresas fabricantes de equipamentos e


materiais para laboratórios de análises clínicas, de pesquisa e de
empresas. Identificam-se: contadores de células; equipamentos
automáticos para exames clínicos; microscópios de laboratório;
espectrofotômetros; agitadores; câmaras climáticas; centrífugas;
reagentes para diagnóstico, para determinação de tipo sanguíneo e
de fator Rh; sistemas coletores; tubos de ensaio; pipetas; recipientes
em vidro; dentre outros.
• Radiologia e Diagnóstico por Imagem – compreendem em-

2. Contextualização
presas fabricantes de equipamentos para raios X, processadores,
filmes (diagnóstico) e de consumo. Destacam-se aparelhos, aces-
sórios e materiais de consumo, utilizados em exames baseados em
exposição a radiações, principalmente os raios X. São eles: apare-
lhos de raios X móvel, estacionário ou telecomandado; arcos ci-
rúrgicos; simuladores de radioterapia e braquiterapia; protetores
plumbíferos; chassis radiográficos; processadores e identificado-
res de filmes; filmes de raios X para uso médico e odontológico;
contrastes e outros.
• Equipamentos Médico-Hospitalares – compreendem empre-
sas fabricantes de eletromédicos, mobiliários hospitalares, instru-
mentais cirúrgicos, equipamentos fisioterápicos, cozinhas e lavan-
derias hospitalares. Dentre os principais elementos deste subsetor,
destacam-se: mesa cirúrgica; bisturi elétrico; incubadora; aparelho
de anestesia; ventilador pulmonar; monitor cardíaco; eletrocardió-
grafo; equipamentos para hemodiálise; endoscópio; aparelho para
tomografia computadorizada e para diagnóstico por ressonância
magnética; pinças; tesouras; aparelho de ultra-som e de ondas cur-
tas; esterilizadores e outros.
• Implantes – integram empresas fabricantes de produtos implan-
táveis, destinados a usos ortopédicos, cardíacos, neurológicos e
outros. Os ortopédicos constituem: próteses articulares de quadril,
ombro, cotovelo; implantes para coluna, buco-maxilares, placas,
parafusos e outros. Os cardíacos compreendem: marca-passos,
desfibriladores; válvulas; stents; catéteres e outros. Os neuroló-
gicos constituem-se por válvulas e cateteres; implantes cocleares,
de mama e testículos.
• Material de Consumo Médico-Hospitalar – são empresas
fabricantes de materiais de consumo hipodérmicos (agulha, seringa,
escalpe, etc.), têxteis e outros.
• Odontológico – são empresas fabricantes de equipamentos
odontológicos (consultórios completos), materiais de consumo

39
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

(resinas, amálgamas e outros) e de implantes odontológicos. Os


principais elementos correspondem a cadeiras odontológicas,
equipos, refletores, mochos, dosadores e misturadores de
amálgamas, resinas, amálgamas, ceras, cimentos para restaurações,
massas para moldagem, etc.

A Figura 4 apresenta os subsetores com as respectivas cores que servirão de


legenda para a identificação nas tabelas descritas ao longo do estudo.

LABORATÓRIOS

RADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES
40

IMPLANTES E REABILITAÇÃO

MATERIAL DE CONSUMO

ODONTOLÓGICOS
Figura 4 Subsetores de equipamentos médicos, hospitalares, odontológicos
e laboratoriais
Fonte: CGEE, 2007

O que define a que família pertencem os produtos são os regulamentos


vigentes do mercado de destino e a intenção de uso do produto. O
Quadro 1 apresenta as famílias de equipamentos (excluídos os insumos)
que integram o panorama setorial, classificados conforme o Sistema
de Harmonização - SH6, utilizado por 65 países que respondem por
92% das importações mundiais.
Quadro 1 Famílias de equipamentos pelo sistema de harmonização (SH6)

2. Contextualização
Sistema de classificação utilizado por 65 países que respondem por 92% das importações
mundiais
841920 - Esterilizadores médicos-cirúrgicos ou de laboratórios
842119 - Outros Esterilizadores
901110/ 20/80/90 - Microscópios estereoscópicos, fotomicrografia, outros e partes e acessórios
901811 - Eletrocardiógrafos
901812 - Aparelhos de diagnóstico por varredura ultra-sônica ("scanners")
901813 - Aparelhos de diagnóstico por visualização de ressonância magnética
901814 - Aparelhos de cintilografia
901819 - Outros aparelhos de eletrodiagnóstico
901820 - Aparelhos de raios ultravioleta ou infravermelhos, para uso médico, cirúrgico, odontológico ou
veterinário
901841 - Aparelhos dentários de brocar, mesmo combinados com outros equipamentos dentários
901849 - Outros instrumentos e aparelhos para odontologia
901850 - Outros instrumentos e aparelhos para oftalmologia
901890 - Outros instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia ou veterinária
901910 - Aparelhos de mecanoterapia, de massagem ou de psicotécnica
901920 - Aparelhos de ozonoterapia, de oxigenoterapia, de aerossolterapia e outros de terapia respiratória
902000 - Outros aparelhos respiratórios e máscaras contra gases, exceto as de proteção desprovidas de filtro
amovível
902139 - Válvulas cardíacas não mecânicas inclusive partes e acessórios
902140 - Aparelhos para facilitar a audição dos surdos, exceto as partes e acessórios
902150 - Marca-passos (estimuladores) cardíacos, exceto as partes e acessórios
902212 - Aparelhos de tomografia computadorizada
902213 - Outros aparelhos baseados no uso de raios X, para uso odontológico
902219 - Outros aparelhos baseados no uso de raios X, para usos médicos, cirúrgicos ou veterinários
902221 - Aparelhos de radiação alfa, beta, gama, para usos médicos, cirúrgicos, odontológicos ou
veterinários
902229 - Aparelhos de radiação alfa, beta, gama, para outros usos
902230 - Tubos de raios X
Continua

41
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Quadro 1 Continuação
902290 - Outros dispositivos geradores de raios X, mesas de comando, telas de visualização e partes e
acessórios
902720 - Cromatógrafos e aparelhos de eletroforese
902730 - Espectrômetros, espectrofotômetros e espectrógrafos que utilizem radiações ópticas (uv, visíveis, iv)
902750 - Outros aparelhos e instrumentos para análises físicas ou químicas que utilizem radiações ópticas (uv,
visíveis, iv)
902780 - Outros instrumentos e aparelhos para análises físicas ou químicas
902790 - Micrótomos; partes e acessórios de espectrômetros, espectrógrafos e outros aparelhos semelhantes
940210 - Cadeiras de dentista, para salões de cabeleireiro e cadeiras semelhantes, e suas partes
940290 - Outros mobiliários para medicina, cirurgia, odontologia ou veterinária
Fonte: CGEE, 2007

2.3 Cadeia Produtiva do Setor de EMHO


Atualmente são considerados alguns elementos estratégicos e essenciais
42 para a inserção competitiva de empresas brasileiras no mercado
internacional. A identificação dos principais concorrentes, a forma como
atuam no mercado-alvo, o potencial de inovação e a abrangência da
cadeia que envolve os insumos e representam estratégias que fazem parte
da contextualização da cadeia do setor EMHO.

A importância de ambientes competitivos na indústria de EMHO no


Brasil tem influenciado a cadeia do setor facilitando a superação
de impeditivos técnicos e uma maior inserção internacional para a
promoção das exportações.

O complexo industrial de EMHO, representado pela Figura 5,


envolve um conjunto de indústrias que produzem bens de consumo
e equipamentos especializados para uso médico bem como um
conjunto de organizações prestadoras de serviços em saúde que são
as consumidoras dos produtos manufaturados pelos consumidores
destes produtos e organizadores da demanda.
2. Contextualização
Figura 5 Cadeia produtiva do setor de EMHO
Fonte: Oliveira e Porto, 2004

Os diversos agentes envolvidos na cadeia produtiva do setor foram


agrupados dentro de um contexto que envolve atores principais,
atores secundários, fabricantes e consumidores finais. Cada um desses
agentes estabelece alguma relação com os demais.

43
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

O contexto da cadeia do setor refere-se às influências das políticas


governamentais quanto ao incentivo à exportação e à mudança
do perfil epidemiológico, ocasionando maior expansão do sistema
de saúde e destacando, na saúde pública brasileira, legislações
vigentes como a Lei n° 8.080/90, de 19 de setembro de 1990,
que dispõe sobre: as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde; a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes; as políticas econômicas, apresentando
variáveis macro-econômicas, como aumento da taxa de juros,
variações cambiais e linhas de crédito; impacto no meio ambiente
pela diminuição dos níveis de poluição, buscando os produtos
reutilizáveis; e a dimensão da infra-estrutura física como estradas,
aeroportos, eletricidade, terrenos e saneamento básico.

Destaca-se também o papel fundamental das entidades de ensino


e pesquisa (especialmente as Universidades), dos poderes públicos
44 federal, estadual e municipal e das empresas/indústrias de base
tecnológica. As entidades de ensino e pesquisa possuem, no mínimo,
um duplo papel nos processos de inovação: gerar conhecimento
científico e fornecer força de trabalho qualificada. As empresas,
sobretudo as de base tecnológica, são responsáveis pela utilização,
difusão e multiplicação da inovação. O poder público define as políticas
gerais em Ciência, Tecnologia & Inovação (CT&I) e as prioridades
particulares em Saúde, subsidiando a maior parte dos estudos e
processos responsáveis pela criação dos ambientes de Inovação.

Apenas medidas focadas em infra-estrutura de C&T não têm se


mostrado eficientes. Para produzir inovações utilizando conhecimentos
já existentes, é preciso investir esforços em produtos específicos de
forma articulada com o setor industrial, ou seja, enfatizar a transferência
de tecnologia. Mais uma vez, a ação do Estado torna-se decisiva
para o avanço tecnológico do setor. As iniciativas para a constituição
de âncoras tecnológicas, que permitem orientar os resultados das
atividades cooperativas para inovação, devem ser integradas às

2. Contextualização
iniciativas para o estímulo aos fornecedores desse setor.

45
3. Descrição do Panorama
Atual
A descrição do panorama atual do setor de EMHO tem início com a

3. Descrição do Panorama Atual


apresentação dos dados gerais e fatos relevantes que retratam o
dinamismo dos mercados internacional e nacional e se encerra com
uma abordagem da infra-estrutura física necessária ao suporte para o
uso adequado das tecnologias da saúde envolvidas na cadeia produtiva
do setor. O mercado brasileiro é descrito por dados de segmentação
do setor, evolução comercial, porte das empresas e estratégias para se
manterem no mercado, dentre outras informações.

3.1 Mercado Internacional e Nacional


A análise mercadológica do setor de EMHO abrange uma pluralidade
de segmentos com características e dinâmicas distintas entre si, com
produtos de baixa complexidade tecnológica e equipamentos altamente
sofisticados, de alto valor agregado.

3.1.1 Análise do Mercado

De acordo com dados do Departamento de Comércio dos Estados


Unidos (United States Department of Commerce – USDOC) e o
Sistema Radar Comercial, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior apresentou (MDIC), em 2006, o setor de EMHO,
compreendendo equipamentos e insumos, teve produção mundial de
310 bilhões de dólares, importações mundiais de 170 bilhões de dólares,
com crescimento médio de 13% nos últimos três anos. A produção
brasileira nesse contexto foi de 3,09 bilhões de dólares, o equivalente
a 1% da produção mundial, e as importações atingiram 1,6 bilhões de
dólares. Entre os principais fatores de crescimento do setor estão:

• mudança do perfil epidemiológico apresentado pelo aumento da


expectativa de vida da população;
• capacidade de inovação tecnológica das empresas, do sistema
produtivo e institucional;

49
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

• regulamentação do mercado;
• atuação nos mercados externos;
• crescimento da economia em vários países, tanto os desenvolvidos
quanto em desenvolvimento.

O mercado mundial do setor EMHO está fortemente concentrado nos países


desenvolvidos, cabendo aos países em desenvolvimento uma participação
menor. Os Estados Unidos despontam como maior mercado, com uma
participação de 37%, seguido por Alemanha, Japão e França (USDOC, 2006).

A competitividade de cada país pode variar conforme o subsetor em


que o produto está inserido. Os Estados Unidos apresentam constante
superávit com os países da União Européia, exceto a Alemanha.
Apresentam também importante superávit com o Canadá, Japão,
Austrália e até mesmo com a França, em quase todos os subsetores
de EMHO. Suas exportações reduziram de 43% para 27% no período
50 de 1999 a 2006. Longe da perda de vigor, tal mudança, se deve à
intensificação de uma estratégia de descentralização de grandes
fabricantes que instalaram plantas em outros países a partir dos
quais abastecem o mercado mundial. Reflexo disso é demonstrado
no déficit na balança comercial com o México e Irlanda em 2006, de
aproximadamente 2 bilhões de dólares cada, (USDOC, 2006).

No Brasil, com a abertura econômica na década de 1990, marca-se o


fim do processo de substituição das importações e das dificuldades em
gerar tecnologia própria e mais sofisticada. Com isso, surge um novo
ambiente de concorrência entre as empresas, o que provoca o aumento
da produção de equipamentos médicos e o desenvolvimento de novas
tecnologias na produção de equipamentos eletroeletrônicos. Assim, a
produção de equipamentos médicos cresceu consideravelmente nesta
época com a expansão e a diversificação do mercado interno e uma maior
especialização da oferta, gerando um grande aumento das importações
e retração na oferta de produtos tecnologicamente mais complexos.
A presente competitividade do mercado tem incorporado desde empresas

3. Descrição do Panorama Atual


multinacionais, com tecnologias inovadoras e grande diversidade de
produtos, até microempresas, algumas delas de base tecnológica,
geralmente especializadas em materiais de consumo e insumos.

No Brasil, há uma prevalência de pequenas e médias empresas, mas


parte substancial do faturamento, quase 70%, é obtida pelas grandes
empresas. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e
Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios
(ABIMO), o setor de EMHO é formado por cerca de 500 empresas que
obtiveram um faturamento médio de 3,09 bilhões de dólares nos últimos
anos, sendo que, de acordo com a classificação do IBGE, 19,07% é
formado por empresas de pequeno porte, 57,20% de porte médio,
15,68% médias/grandes e 8,05% de grande porte.

A distribuição das empresas por região é mostrada na Figura 6,


predominando a região Sudeste, sendo 75% somente no Estado de
São Paulo, seguida da região Sul, com 12,5%, e os outros 12,5% se
distribuem entre as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Com essa
distribuição, aproximadamente 60% do faturamento concentra-se na
região Sudeste, onde está a maior parte das grandes empresas.

Figura 6 Distribuição regional das empresas do setor


Fonte: CGEE, 2007

51
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Analisando a distribuição das empresas por região e subsetor, como in-


dicado na Tabela 1, percebe-se que na região Sudeste concentra-se um
total de 359 empresas: 129 pertencentes ao subsetor de Equipamen-
tos Médico-Hospitalares e 84 de Odontologia. O subsetor de Implan-
tes e Material de Consumo tem pelo menos uma empresa por região.
Tabela 1 Distribuição das empresas por região e subsetor
DISTRIBUIÇÃO ODONT. LABOR. RADIOL. EQUIP. IMPL. M. CONS. TOTAL PART.
REGIÃO NORTE 1 - - - - 1 2 0,47%
Amazonas - - - - - 1 1 0,24%
Tocantins 1 - - - - - 1 0,24%
REGIÃO
- - 1 1 4 6 1,42%
NORDESTE
Bahia - - - - - 2 2 0,47%
Paraíba - - - - - 1 1 0,24%
Pernambuco - - - 1 1 1 3 0,71%
52 REGIÃO CENTRO-
- - - - 1 3 4 0,94%
OESTE
Distrito Federal - - - - 1 1 2 0,47%
Goiás - - - - - 2 2 0,47%
REGIÃO SUL 16 - 1 26 6 4 53 12,50%
Paraná 7 - 1 13 3 1 25 5,90%
Santa Catarina 7 - - 4 - 2 13 3,07%
Rio Grande do
2 - - 9 3 1 15 3,54%
Sul
REGIÃO SUDESTE 84 28 21 129 38 59 359 84,67%
Espírito Santo - - - 1 - - 1 0,24%
Minas Gerais 1 3 3 5 3 1 16 3,77%
Rio de Janeiro 11 - 1 6 - 6 24 5,66%
São Paulo Capital 43 22 17 83 17 38 220 51,89%
São Paulo Interior 29 3 - 34 18 14 98 23,11%
Fonte: ESTUDO IEMI/ABIMO, 2007
Segundo a ABIMO, 93,44% das empresas de EMHO são de capital

3. Descrição do Panorama Atual


nacional (público e privado), e 6,56% de capital estrangeiro, como
representado na Figura 7.

Figura 7 Característica quanto ao capital das empresas do setor de EMHO


Fonte: ABIMO, 2007

3.1.2 Estratégias de Mercado

O setor de EMHO prodomina, na competição via diferenciação de


produtos, os que são tecnologicamente mais sofisticados. Além da
agregação tecnológica, a oferta de soluções integradas (produtos
associados a serviços) e linhas de financiamento fazem parte da
estratégia dessas empresas, as quais têm proporcionado altas
margens de lucro para a indústria de insumos e equipamentos de
uso médico. Contudo a sustentabilidade dos produtos-serviços
exige uma análise de vários aspectos que influenciam o mercado.
A Figura 8 ilustra os fatores que levam ao insucesso do produto no
mercado, segundo estudo dos Centros de Referência em Tecnologias
Inovadoras – Fundação CERTI.

53
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Figura 8 Aspectos de sustentabilidade do produto: causas de falhas de novos produtos


Fonte: Fundação CERTI, 2006

Nos últimos anos o Governo e o setor industrial têm procurado


54 manter o mercado de EMHO em crescimento com programas de
ações conjuntas. Desde sua criação em 2004, a Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI) desenvolve ações em parceria com
representantes dos setores industriais visando promover e executar
Política Industrial.

Até pouco tempo a Política Industrial tinha foco nas diretrizes da


Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE), cujos
eixos estratégicos estavam relacionados ao aumento da capacidade
inovadora das empresas e as fortalecimento e expansão da Base
Industrial Brasileira (ABDI, 2005).

Em 12 de maio de 2008 foi lançada, pelo Governo Federal, a Política


do Desenvolvimento Produtivo (PDP), que além de incorporar as
diretrizes da antiga PITCE, também incrementou novas estratégias e
metodologias para a efetiva implantação e monitoramento das ações
e metas estabelecidas.
Em síntese, a PDP tem como objetivo central dar sustentabilidade

3. Descrição do Panorama Atual


ao atual ciclo de expansão da economia brasileira. Seus principais
desafios são: ampliar capacidade de oferta, preservar robustez do
Balanço de Pagamentos, elevar capacidade de inovação e fortalecer
as Micro e Pequenas Empresas (MPEs).

Na PDP estão estabelecidas as "macrometas", que estão relacionadas


à ampliação do investimento fixo, ampliação das exportações,
aumento do gasto privado em P&D e dinamização das MPEs.
Devem ser alcançadas até 2010, bem como as metas dos programas
específicos.

A PDP está estruturada em três níveis:

• Ações Sistêmicas: focadas em fatores geradores de externalidades


positivas para o conjunto da estrutura produtiva.
• Programas Estruturantes para Sistemas Produtivos: orien-
tados por objetivos estratégicos tendo por referência a diversida-
de da estrutura produtiva doméstica. Neste contexto dividem-se
em: Programas Mobilizadores em Áreas Estratégicas, no qual se
insere o Complexo Industrial da Saúde e, conseqüentemente, o
setor de EMHO; Programas para Fortalecer a Competitividade e
Programas para Consolidar e Expandir Liderança.
• Destaques estratégcios: temas de política pública escolhidos
deliberadamente em razão de sua importância para o
desenvolvimento produtivo do país no longo prazo.

A Figura 9 apresenta a distribuição dos Programas Estruturantes


da PDP, onde se insere o Complexo Industrial da Saúde (CIS), que
terá a gestão do Ministério da Saúde (MS). Nos sites www.abdi.
com.br e www.desenvolvimento.gov.br, está disponibilizando o
link de apresentação da PDP onde constam informações mais de-
talhadas.

55
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

56

Figura 9 Diagrama da política do desenvolvimento produtivo


Fonte: ABDI/MDIC, 2008

Considerando que a mudança do paradigma produtivo provoca a me-


lhora da competitividade sistêmica e conseqüentemente o crescimen-
to industrial sustentável, e que promove o crescimento econômico e
a geração de emprego e renda, fica evidente que os rumos do desen-
volvimento industrial brasileiro estão intrinsicamente relacionados ao
arcabouço institucional da PDP.

Em relação ao mercado mundial, a estratégia de comercialização


das empresas, principalmente de grande porte, tem significado
uma importante barreira de mercado para as empresas de peque-

3. Descrição do Panorama Atual


no porte, pois são capazes de oferecer, além do próprio equipa-
mento, uma variedade de programas de softwares, serviços de as-
sistência técnica e planos de financiamentos, inclusive o leasing.

A dependência entre consumidores e fornecedores é pro-


longada considerando que o uso de equipamentos associa-
se à necessidade de reposição periódica dealguns insumos.
A busca de associação entre empresas de portes diferentes,
isto é, de multinacionais com empresas menores detentoras de
tecnologia suplementar, permite às empresas menores um sal-
to de produção e uma política de comercialização mais agres-
siva. Além disso, os custos de promoção de vendas no exte-
rior, de assistência, e de certificação dos produtos determinam
grande movimento de fusões e aquisições no setor de EMHO.

A internacionalização da produção nesse setor pode ocorrer


graças a empresas que buscam produzir em países que apre-
sentam custos menores, de empresas que vão em busca de re-
presentação em um grande mercado consumidor ou empresas
que vão em busca de capacidade tecnológica existente em um
país de acesso mais direto na relações político-comerciais. Este
último item pode apresentar o motivo pelo qual muitas empre-
sas européias e japonesas se instalaram nos EUA. No entanto,
seja a internacionalização de caráter comercial ou produtivo,
critérios de mercado, custos de fabricação local, infra-estrutura
tecnológica e logística são fatores decisivos para o investidor.

3.1.3 Comércio Exterior

A indústria de insumos e equipamentos de uso médico destaca-se


pelo nível crescente de sua base tecnológica e pelo caráter social ine-
rente aos serviços de saúde. A situação atual mostra grande esforço

57
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

das empresas do setor em investimentos de qualidade e certificação,


não somente para atender as exigências de políticas governamentais,
como também suplantar barreiras técnicas à exportação.

A indústria brasileira vem respondendo, em média, por mais da


metade do mercado interno total de insumos e equipamentos
para uso médico, sendo o restante suprido por importações
(CGEE, 2007; ABIMO, 2007). Contribuem para essa situação,
que configura uma considerável dependência externa, fatores
dentre os quais:

• produtos de maior complexidade tecnológica sem oferta lo-


cal, apesar da grande diversidade de bens fabricados interna-
mente;
• concorrência direta com os bens importados: grande, po-
rém direcinado em particular quando sua aquisição é re-
58 alizada por entidades filantrópicas ou hospitais públicos,
sujeita a diferentes tratamentos tributários (isenção de im-
postos), o que dificulta o acesso dos fabricantes locais a
esses mercados;
• bens importados contam com financiamento associado a
vendas, o que nem sempre ocorre com o produto nacional, em
que pese a existência de linha de crédito para a comercialização
de equipamentos.

As Tabelas 2 e 3 apresentam a evolução da balança comercial


brasileira do setor no período de 2001-2006. Verifica-se um
crescimento das exportações (reflexo de um movimento comum
a quase todos os subsetores), o desaquecimento do mercado
interno, iniciado com a crise financeira de 2002 e mantido com
a baixa atividade econômica de 2003, levando as empresas a
buscar novos mercados no exterior e a certificação obrigatória
de empresas e produtos.
Tabela 2 Evolução das importações por subsetor no período de 2001 a 2006 (mil US$/FOB)

3. Descrição do Panorama Atual


Subsetores 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Odontologia 30.065 22.606 22.066 21.250 23.931 26.545
Laboratório 295.771 240.244 226.848 242.182 299.767 359.533
Radiologia (Diagn. Imagem) 351.891 271.515 193.096 221.799 302.693 381.061
Equip. Médico-Hospitalares 166.458 149.581 104.513 116.478 163.971 232.735
Implantes 86.574 100.902 122.373 169.133 216.241 266.065
Materiais de Consumo 163.098 164.069 182.635 208.965 269.540 324.923
Total 1.093.857 948.917 851.531 979.808 1.276.145 1.590.862
Fonte: ESTUDO IEMI/ABIMO, 2007

Tabela 3 Evolução das exportações por subsetor no período de 2001 a 2006 (mil US$/FOB)
Subsetores 2001 2003 2004 2005 2006
Odontologia 29.050 39.718 54.292 63.626 64.476
Laboratório 6.678 11.993 15.659 25.750 30.916
Radiologia (Diagn. Imagem) 23.146 20.811 21.718 21.111 24.258
Equip. Médico-Hospitalares 12.948 19.097 24.286 31.660 40.756
Implantes 21.554 26.618 37.806 49.028 55.219
Materiais de Consumo 94.151 104.424 164.118 208.258 226.264
Total 187.527 222.661 317.879 398.436 441.889
Fonte: ESTUDO IEMI/ABIMO, 2007

Destaca-se na Tabela 4 os principais países da América do Sul de


importações de equipamentos. Obtém-se, a seguinte análise:

• O vertiginoso ritmo de crescimento do consumo interno nos


países da América do Sul oferece amplas possibilidades para o
desenvolvimento do setor no Brasil, ainda não aproveitado;
• Para os cinco países mencionados, o Brasil exportou cerca de US$ 30
milhões em equipamentos de um total de US$ 110 milhões no setor
em 2006 (dados não representados na Tabela 4). Isso representa ape-
nas 20% da exportação total de equipamentos brasileiros em 2006
(Tabela 8), o que indica que a oportunidade gerada pelo mencionado
crescimento interno de consumo não é aproveitada adequadamente.

59
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

• A ofensiva chinesa no mercado mundial e a estratégia de descen-


tralização dos grandes fabricantes têm sido as principais dificulda-
des para melhorar a atuação no mercado externo.

Tabela 4 Importações de equipamentos em cinco países da América do


Sul até 2005 (1000xUS$)
Países 2003 2004 2005 Variação (%)
Argentina 135.119 200106 271.137 101,00%
Chile 160.228 215961 270.351 69,00%
Colômbia 183.386 235611 321.150 76,00%
Peru 59.510 79812 99.086 67,00%
Venezuela 94.289 182045 292.803 210,00%
Total 632.532 913.535 1.254.527 98,40%
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

As Tabelas 5, 6, 7 e 8 revelam que há significativas diferenças de


comportamento entre os diversos subsetores.
Tabela 5 Taxas de crescimento das importações por subsetor
Taxa média Taxa
Subsetor 2006
60 (2001-2006) (2005-2006)
Odontologia -2,20% 10,92% VARIAÇÃO (%)
Laboratório 8,36% 19,94% 101,00%
Radiologia 1,60% 25,90% 69,00%
Equipamentos Médicos
6,93% 41,94% 76,00%
Hospitalares
Implantes 25,17% 23,04% 67,00%
Material de Consumo 14,78% 20,54% 210,00%
Total 632.532 913.535 98,40%
Fonte: ADAPTADO DAS INFORMAÇÕES SECEX/IEMI, 2006

Tabela 6 Taxas de crescimento das exportações por subsetor


Subsetor Taxa média Taxa 2006
(2001-2006) (2005-2006)
Odontologia 17,30% 1,33% VARIAÇÃO (%)
Laboratório 35,90% 20,00% 101,00%
Radiologia 0,90% 14,90% 69,00%
Equipamentos Médicos
25,80% 28,73% 76,00%
Hospitalares
Implantes 20,70% 15,00% 67,00%
Material de Consumo 19,16% 8,65% 210,00%
Total 632.532 913.535 98,40%
Fonte: ADAPTADO DAS INFORMAÇÕES SECEX/IEMI, 2006
Tabela 7 Balança comercial brasileira dos subsetores, em 2006 (US$)

3. Descrição do Panorama Atual


Todo o setor Exportação Importação Bal. Com.

Laboratórios 31.010.000 359.540.000 -328.530.000

Radiologia e imagem 24.240.000 381.080.000 -356.840.000

Equipamentos 41.510.000 237.430.000 -195.920.000

Material de consumo 229.690.000 329.650.000 -99.960.000


Implantes e
equipamentos de 55.210.000 265.960.000 -210.750.000
reabilitação
Odontológico 64.460.000 26.520.000 37.940.000

Total 446.120.000 1.600.180.000 -1.154.060.000

Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Tabela 8 Balança comercial brasileira de equipamentos do setor, em 2006 (US$)


Equipamento Exportação Importação Bal. Com.
Equipamentos de
26.551.384 218.036.770 -191.395.386
Laboratórios
Equipamentos de
6.237.239 262.479.274 -256.242.035
Radiologia e Imagem
Equipamentos 39.604.339 236.172.522 -196.568.183
Equipamentos de
10.154.124 19.562.363 -9.408.239
Material de Consumo
Equipamentos de
22.094.553 76.876.501 -54.781.948
Reabilitação
Equipamentos
49.484.536 7.184.022 42.300.514
Odontológicos

Total 154.126.175 820.311.452 -666.095.277


Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

O subsetor de odontologia é o único superavitário. O subsetor


Laboratório apresenta movimento exportador muito frágil frente à
importação majoritária de reagentes para exames e de equipamentos

61
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

de alta complexidade. Já os subsetores de implantes e de insumos


e material de consumo apresentam um dos menores déficits. A
seguir, apresenta-se a análise mais detalhada de todos subsetores
de EMHO.

3.1.3.1 Equipamentos e Subsetores

3.1.3.1.1 Laboratórios

Na Tabela 9, apresenta-se o mercado internacional do subsetor


de Laboratórios, separado em países desenvolvidos e países em
desenvolvimento. Estão expressos o volume total de Exportações (EXP)
e Importações (IMP), a Balança Comercial (S. BAL), o Saldo Corrente
(S.CTE) comercializado, e a evolução desse mercado de 2005 para
2006.

62 Tabela 9 Comércio em 2006 e evolução do subsetor de laboratórios 2005/2006 (mil US$)


Laboratórios em 2006 (mil US$) Evolução 05/06
Comércio EXP. IMP. S. BAL S. CTE EXP. IMP.

Países Desenvolvidos 12.112 343.545 -331.443 355.657 125,70% 18,80%

Países em Desenvolvimento 18.804 15.998 2.806 34.802 -8,10% 22,40%

Total 30.916 359.543 -328.637 390.459 19,70% 19,00%


Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2007

Segundo a Tabela 9, o subsetor apresentou forte crescimento


nas exportações, porém com aumento em volume muito superior
das importações dos países desenvolvidos, ampliando ainda mais
o saldo negativo de sua balança comercial. Para os países em
desenvolvimento, houve diminuição das exportações e ampliação
das importações, reduzindo o saldo na balança comercial, mas
permanece ainda com saldo favorável para as vendas aos países
em desenvolvimento.
Na análise geral do comércio do subsetor de Laboratórios,

3. Descrição do Panorama Atual


observa-se bom crescimento nas exportações, muito próximo ao
das importações, porém o volume do saldo da balança é muito
desfavorável, evidenciando forte dependência do mercado
internacional, principalmente dos países desenvolvidos.

No Anexo II, que contém todos os itens que compõem o


subsetor, pode-se analisar com detalhes as informações da
Tabela 9. Assim, apresentam-se o volume comercializado
e a evolução de 2005 para 2006. Pode-se verificar ainda a
relevância de cada item para o subsetor. Os seguintes destaques
são dados a alguns itens:

• Em 2006, nas cinco classes de Reagentes Utilizados em


Diagnósticos e Laboratório, as importações registraram US$ 9,06
milhões, enquanto as exportações alcançaram US$ 0,22 milhões,
resultando em um déficit no valor de US$ 8,84 milhões;
• A classe de Outros Reagentes de Diagnóstico ou de
Laboratório registrou importações no valor de US$ 111,63
milhões, enquanto as exportações alcançaram US$ 2,99
milhões, representando um déficit de US$ 108,60 milhões.
Com um crescimento de mais de 20% nas importações, em
relação a 2005, e redução das exportações, esses produtos
se constituem no coração desse subsetor. Novos reagentes
condicionam as tecnologias dos equipamentos utilizados
em exames para diagnósticos clínicos. A automatização dos
equipamentos confere maior rapidez, integração e segurança
para esses exames, resultando em maior competitividade dos
laboratórios de análises clínicas.

A Tabela 10 indica os valores e os destinos das exportações por


país e a origem das importações, em 2006, para outros reagentes
de diagnóstico ou de laboratório.

63
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Tabela 10 Origem das importações e destino das exportações de outros reagentes de diagnóstico ou do
subsetor de laboratório, 2006
Países Exp. Imp. País Exp. Imp.
1º EUA 0,88 61,13 22º Irlanda 0 0,07
2º Alemanha 0 19,36 23º Israel 0 0,06
Reino
3º 0,05 11,08 24º Austrália 0 0,05
Unido
Coréia do
4º França 0,71 4,45 25º 0 0,03
Norte
5º Dinamarca 0 2,47 26º Cingapura 0 0,02
6º Argentina 0,33 2,31 27º Chile 0,32 0,01
7º Suécia 0 2,29 28º Noruega 0 0,01
8º Áustria 0 1,64 29º Paraguai 0,19 0
9º Espanha 0 1,5 30º Colômbia 0,17 0
10º Holanda 0 1,32 31º Bolívia 0,07 0
11º China 0 0,85 32º Uruguai 0,07 0
12º Japão 0 0,65 33º Angola 0,03 0
64 13º Finlândia 0 0,51 34º Equador 0,03 0
Coréia do
14º 0 0,49 35º Honduras 0,02 0
Sul
15º Itália 0 0,29 36º Peru 0,02 0
África do
16º 0 0,26 37º Costa Rica 0,01 0
Sul
17º Suíça 0 0,24 38º El Salvador 0,01 0
18º Cuba 0,01 0,2 39º Guatemala 0,01 0
19º Canadá 0 0,15 40º Nicarágua 0,01 0
20º Bélgica 0 0,1 41º Venezuela 0,01 0
21º Taiwan 0,04 0,09
Total 2,99 111,63
Fonte: Adaptado das informações SECEX/IEMI, 2006

Os dados de artigos de laboratório ou de farmácia, de plásticos,


em 2006, registram importações no valor de US$ 20,35 milhões
enquanto as exportações alcançaram US$ 1,15 milhão, resultando
em um déficit de US$ 19,20 milhões. Destes, mais de 80% das
importações são oriundas dos países desenvolvidos, indicando que o

3. Descrição do Panorama Atual


preço de mercado também não é a causa mais provável da grande
importação. A explicação mais plausível para esse valor é a estratégia
utilizada por grandes empresas em negociar pacotes de vendas, onde
esses dispositivos estariam também englobados. O detalhamento
das importações e exportações permite uma análise cuidadosa dessa
dependência, como indica a Tabela 11.

Tabela 11 Origem das importações e destino das exportações para artigos de laboratório ou de farmácia,
plástico, 2006
Países Exp. Imp. País Exp. Imp.
1º EUA 0,11 10,74 19º Dinamarca 0 0,04
2º Alemanha 0,01 3,86 20º Austrália 0 0,02
3º França 0,01 1,14 21º Coréia do 0 0,02
Sul
4º Itália 0,08 0,95 22º Israel 0,01 0,02
5º Suíça 0 0,9 23º Taiwan 0 0,02
6º China 0 0,72 24º Chile 0,06 0
7º Bélgica 0 0,53 25º Costa Rica 0,05 0
8º Índia 0 0,2 26º Paraguai 0,05 0
9º México 0,36 0,18 27º Bolívia 0,04 0
10º Japão 0 0,17 28º Guatemala 0,04 0
11º Holanda 0 0,17 29º Colômbia 0,03 0
12º Reino 0 0,17 30º Peru 0,03 0
Unido
13º Irlanda 0 0,15 31º Arábia 0,02 0
Saudita
14º Espanha 0 0,13 32º Venezuela 0,02 0
15º Canadá 0 0,06 33º Angola 0,01 0
16º Finlândia 0 0,06 34º Equador 0,01 0
17º Argentina 0,19 0,05 35º Uruguai 0,01 0
18º Suécia 0 0,05 36º Republica 0,01 0
Dominicana
Total 1,15 20,35
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

65
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

As importações de outros banhos maria, manta laboratorial


etc. alcançaram o valor de US$ 0,35 milhão, enquanto as
exportações ficaram em US$ 0,28 milhão, resultando em um
déficit de US$ 0,07 milhão. As importações tiveram origem na
Argentina com US$ 0,12 milhão, e Estados Unidos, Alemanha e
Itália, com cerca de US$ 0,07 milhão cada um. Por outro lado,
as exportações foram destinadas, principalmente, a países da
América do Sul, com destaque para o Chile, complementando o
valor total com exportações para o Oriente Médio.

Centrifugadores para laboratórios de análises, ensaios e


pesquisa científica tiveram importações da ordem de US$ 2,65
milhões, enquanto as exportações alcançaram US$ 0,28 milhão,
resultando em um déficit de US$ 2,37 milhões. No ranking das
importações brasileiras, em 2006, da classe de centrifugadores,
aparecem a França (US$ 0,93 milhão), Estados Unidos (US$ 0,86
66 milhão), Alemanha (US$ 0,25 milhão), Taiwan (US$ 0,16 milhão),
China (US$ 0,11 milhão), Japão (US$ 0,10 milhão), complementados
pela Suíça, Coréia do Sul, Espanha e Reino Unido. O principal destino
das exportações foi a América do Sul, em seguinda os países em
desenvolvimento da Ásia e América Central.

Para outros centrifugadores, em 2006, estes registraram


importações no valor de US$ 20,67 milhões enquanto as
exportações alcançaram o valor de US$ 4,93 milhões, resultando
em um déficit de US$ 15,74 milhões. As importações dobraram
de valor entre 2004 e 2006 e continuam fortemente concentradas
nos países desenvolvidos, principalmente Alemanha, Itália e
Estados Unidos. As exportações também dobraram de valor neste
período, mas ainda concentradas nos países em desenvolvimento,
principalmente o México. O detalhamento da origem das
importações e destino das exportações de centrifugadores, em
2006, é mostrado na Tabela 12.
Tabela 12 Exportações e importações de outros centrifugadores, em 2006

3. Descrição do Panorama Atual


(milhões US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
Alemanha 0 7,87
Itália 0 3,8
EUA 0,26 3,68
Suécia 0,05 2,03
Finlândia 0 0,91
Suíça 0 0,56
Japão 0 0.54
Índia 0 0,47
França 0 0,46
Dinamarca 0 0,2
Argentina 0,98 0,04
Malásia 0 0,03
Holanda 0,44 0,04
Canadá 0 0,02
Coréia do Sul 0 0,01
Espanha 0 0,01
México 2,22 0
Colômbia 0,28 0
Bolívia 0,21 0
Nigéria 0,2 0
Paraguai 0,09 0
Chile 0,07 0
Venezuela 0,06 0
Reino Unido 0,03 0
Continua

67
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Tabela 12 Continuação
Angola 0,02 0
Peru 0,02 0

Total 4,93 20,13


Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Foram importados US$ 15,12 milhões de aparelhos para filtrar ou


depurar água, contra exportação de US$ 18,55 milhões, resultando
em um superávit de US$ 3,43 milhões, como indica a Tabela 13.

Tabela 13 Exportações e importações de aparelhos para filtrar ou depurar


água, 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
EUA 8,47 3,89
Argentina 2,5 0,82
Angola 1,8 0
Venezuela 1,27 0
68
Chile 0,9 0,02
Peru 0,68 0
Paraguai 0,45 0
Equador 0,43 0
Bolívia 0,42 0
Portugal 0,42 0
Colômbia 0,37 0
México 0,26 0,1
Uruguai 0,12 0
Nicarágua 0,08 0
África do Sul 0,06 0,03
El Salvador 0,05 0
Alemanha 0,03 1,05
Guatemala 0,03 0
Panamá 0,03 0
França 0 4,35
Continua
Tabela 13 Continuação

3. Descrição do Panorama Atual


Israel 0 1,22
Itália 0 1,15
Japão 0 0,58
Reino Unido 0 0,47
Holanda 0 0,29
China 0 0,28
Suécia 0 0,16
Espanha 0 0,14
Taiwan 0 0,14
Suíça 0 0,12
Hong Kong 0 0,09
Canadá 0 0,06
Tailândia 0 0,05
Outros 0,18 0,11
Total 18,55 15,12
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Foram importados US$ 13,33 milhões de cromatógrafos de fase


gasosa, e nenhum valor exportado foi registrado, resultando em
um déficit de US$ 13,33 milhões. As importações cresceram cerca
de 30% em relação a 2005 e tiveram origem nos Estados Unidos,
com US$ 8,1 milhões; China, com US$ 1,74 milhão; Japão, com
US$ 1,39 milhão; Holanda, com US$ 1,24 milhão; Itália, com US$
0,56 milhão; Alemanha, com US$ 0,19 milhão; seguidos da França,
Bélgica e Austrália.

Os dados sobre cromatógrafos de fase líquida registraram impor-


tações no valor de US$ 16,9 milhões e exportações de US$ 0,05 mi-
lhão, resultando em um déficit de US$ 16,85 milhões. As importações
tiveram origem nos Estados Unidos, com US$ 9,39 milhões; Japão,
com US$ 3,47 milhões; Alemanha, com US$ 1,93 milhão; Reino Uni-
do, com US$ 0,68 milhão; Suécia, com US$ 0,64 milhão; Suíça, com
US$ 0,53 milhão; seguidos da França, Itália, Irlanda e Holanda. A ex-

69
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

portação de US$ 0,05 milhão foi destinada ao Japão, correspondendo


a uma possível operação comercial interna de um grande fabricante.

Quanto a outros cromatógrafos, registraram-se importações


no valor de US$ 1,71 milhão e pequena exportação de US$
0,01 milhão, resultando em um déficit de US$ 1,7 milhão. As
importações tiveram origem nos Estados Unidos, com US$ 0,79
milhão; Reino Unido, com US$ 0,58 milhão; Suíça, com US$
0,15 milhão; Alemanha, com US$ 0,11 milhão; seguidos da
Itália, Irlanda e Coréia do Sul.

Não houve trocas comerciais de aparelhos de eletroforese nos três


últimos anos.

Os dados dos seqüenciadores automáticos de ADN por


eletroforese registraram importações no valor de US$ 2,02
70 milhões e nenhuma exportação, resultando em um déficit de
US$ 2,02 milhões. As importações tiveram origem nos EUA, com
US$ 1,35 milhão; Japão, com US$ 0,32 milhão; Suécia, com US$
0,12 milhão; França, com US$ 0,11 milhão; seguidos da Malásia
e da Alemanha.

Para outros aparelhos de eletroforese foram registradas


importações no valor de US$ 1,48 milhão e praticamente nenhum
valor exportado, resultando em um déficit de US$ 1,48 milhão. As
importações tiveram origem nos Estados Unidos, com US$ 0,85
milhão; Alemanha, com US$ 0,24 milhão; Suécia, com US$ 0,22
milhão; Reino Unido, com US$ 0,07 milhão; seguidos da China e
da França.

Os dados de espectrômetros de emissão óptica (emissão


atômica) tiveram importações no valor de US$ 7,37 milhões
e exportações de US$ 0,02 milhão, resultando em um déficit de
US$ 7,35 milhões. As importações tiveram origem na Alemanha,

3. Descrição do Panorama Atual


com US$ 2,1 milhões; Suíça, com US$ 1,7 milhão; Austrália, com
US$ 1,27 milhão; Estados Unidos, com US$ 1,13 milhão; Japão,
com US$ 0,55 milhão; Reino Unido, com US$ 0,34 milhão; Itália,
com US$ 0,11 milhão; seguidos da França, Canadá, Áustria e
China. A exportação de US$ 0,02 milhão foi destinada à Suíça,
correspondendo a uma possível operação comercial interna de um
grande fabricante.

Dados de outros espectrômetros registraram importações


no valor de US$ 8,35 milhões, e as exportações foram da
ordem de US$ 0,02 milhão, resultando em um déficit de US$
8,33 milhões. As importações tiveram origem nos Estados
Unidos, com US$ 5,87 milhões; Alemanha, com US$ 0,66
milhão; Reino Unido, com US$ 0,64 milhão; França, com
US$ 0,5 milhão; Japão, com US$ 0,48 milhão; Austrália, com
US$ 0,11 milhão; seguidos da Áustria, Itália, Suécia e Suíça.
A exportação de US$ 0,02 milhão foi destinada aos EUA,
correspondendo a uma possível operação comercial interna
de um grande fabricante.

Importaram-se US$ 12,76 milhões de espectrofotômetros,


conforme Tabela 14, e exportou-se US$ 0,07 milhão, resultando
em um déficit de US$ 12,69 milhões. Chama a atenção o fato
de que as importações aumentaram mais de 50% em relação
a 2005, com a particularidade de que, em relação aos países
em desenvolvimento, o valor das importações aumentou 200%.
Nesse caso, há maior diversidade nos países de origem das
importações brasileiras de espectrofotômetros, repetindo a
liderança dos Estados Unidos e Alemanha em equipamentos para
laboratório, já caracterizada pelos números até aqui analisados,
mas surgindo com destaque a Austrália, com uma importação
de US$ 2 milhões.

71
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Evidentemente, os pequenos valores de exportações correspondem às


operações comerciais internas de grandes fabricantes mundiais.

Tabela 14 Importações e exportações de espectrofotômetros, 2006 (milhões


US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
EUA 0,02 5,07
Austrália 0 2
Alemanha 0 1,63
Japão 0 1,5
China 0 0,59
Reino Unido 0 0,45
Dinamarca 0 0.44
Suécia 0 0,39
Canadá 0 0,36
França 0 0,32

72 Suíça 0 0,16
Áustria 0 0,15
Holanda 0 0,05
Itália 0 0,04
Argentina 0 0,02
Índia 0 0,01
Israel 0 0,01
Malásia 0 0,01
Paraguai 0,03 0
Bolívia 0,01 0
Uruguai 0,01 0
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Os grupos de classificação espectrofotômetros de radiaçôes


UV, visíveis e IV; espectrofotômetros de absorção
atômica; espectrofotômetros de emissão óptica e outros
espectrofotômetros, não registraram importações e exportações
nos três últimos anos. É possível que esses equipamentos tenham sido

3. Descrição do Panorama Atual


alocados na classificação geral de espectrofotômetros, adotada
pelo sistema AliceWeb/MDIC.

Foram importados US$ 8,27 milhões de colorímetros e exportados


US$ 0,03 milhão, resultando em um déficit de US$ 8,24 milhões. Japão,
Estados Unidos e Suíça lideram o ranking das importações brasileiras
de colorímetros, como indica o detalhamento da Tabela 15.

Tabela 15 Importações e exportações de colorímetros, 2006 (milhões US$/FOB)


Mercado ou País Exportações Importações
Japão 0,02 2,55
EUA 0 2,03
Suíça 0 1,25
Itália 0 0,86
Finlândia 0 0,78
Alemanha 0 0,31
Reino Unido 0 0.16
França 0 0,12
Holanda 0 0,12
Espanha 0,01 0,1
Áustria 0 0,06
Argentina 0 0,05
Hungria 0 0,02
Canadá 0 0,01
China 0 0,01
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Os fotômetros tiveram importações no valor de US$ 13,74 milhões


e exportações de US$ 0,04 milhão, resultando em um déficit de US$
13,7 milhões. Alemanha e Estados Unidos lideram o ranking das
importações brasileiras de fotômetros, com mais de 80% do valor
total, representados na Tabela 16.

73
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Tabela 16 Importações e exportações de fotômetros, 2006 (milhões US$/FOB)


Mercado ou País Exportações Importações
Alemanha 0 6,25
EUA 0 5,54
Suíça 0 0,67
Itália 0,01 0,34
Áustria 0 0,22
Holanda 0 0,22
China 0 0.16
França 0 0,16
Espanha 0 0,15
Japão 0 0,09
Coréia do Sul 0 0,03
Índia 0 0,03
Reino Unido 0 0,02
Noruega 0 0,01
74
Suécia 0 0,01
Angola 0,03 0
Total 0,04 13,74
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Os dados sobre refratômetros apontam importações de US$ 2,03


milhões e exportações de US$ 0,39 milhão, resultando em um déficit
de US$ 1,64 milhão. As importações tiveram origem no Reino Unido,
com US$ 0,68 milhão; Japão, com US$ 0,49 milhão; Estados Unidos,
com US$ 0,32 milhão; Alemanha, com US$ 0,17 milhão; Finlândia,
com US$ 0,13 milhão; China, com US$ 0,11 milhão; seguidos da
Itália, Suíça, Áustria e Suécia. A exportação de US$ 0,39 milhão foi
destinada para a Venezuela, ou por um fabricante local ou por uma
operação feita, do Brasil, por um fabricante mundial.

Para outros instrumentos e aparelhos que utilizam radiações


ópticas as importações alcançaram US$ 16,65 milhões e as
exportações, US$ 0,59 milhão, resultando em um déficit de US$ 16,06

3. Descrição do Panorama Atual


milhões. Também nessa classe de equipamentos, as importações
tiveram notável crescimento, cerca de 60% em relação a 2005 e 150%
em relação a 2004. Estados Unidos, Alemanha e Japão lideraram o
ranking das importações, como mostra a Tabela 17.

Tabela 17 Importações e exportações de instrumentos e aparelhos que


utilizaram radiações óticas, 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
EUA 0,01 6,46
Alemanha 0 4
Japão 0 2,99
Reino Unido 0 0,65
Argentina 0,5 0,62
Cingapura 0 0,45
Canadá 0 0.27
França 0 0,22
Holanda 0 0,18
Espanha 0 0,17
Austrália 0 0,15
Finlândia 0 0,15
Suíça 0 0,14
Áustria 0 0,13
Itália 0 0,09
Suécia 0 0,09
China 0 0,07
Taiwan 0 0,03
Dinamarca 0 0,02
Israel 0 0,02
República Tcheca 0 0,02
Angola 0,04 0
Venezuela 0,04 0
Total 0,59 16,65
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

75
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Os dados de densitômetros, registraram importações no valor de


US$ 0,42 milhão e US$ 0,01 milhão de exportações, resultando em
um déficit de US$ 0,41 milhão. As importações tiveram origem nos
Estados Unidos com US$ 0,25 milhão, seguido da Alemanha, Reino
Unido e Suíça, com cerca de US$ 0,06 milhão cada um.

Os aparelhos medidores de PH importados somaram US$ 1,97


milhão, enquanto os exportados alcançaram o valor de US$ 0,04
milhão, resultando em um déficit de US$ 1,93 milhão. Apesar dos
pequenos valores envolvidos, as importações cresceram mais de 100%
em relação a 2005 e de 500% em relação a 2004. As importações
tiveram origem nos Estados Unidos, com US$ 0,41 milhão; Alemanha,
com US$ 0,4 milhão; Japão, com US$ 0,32 milhão; Suíça, com US$
0,24 milhão; China, com US$ 0,15 milhão; seguidos da Holanda,
México, Itália e Malásia.

76 Os dados consolidados de outros instrumentos e aparelhos para


análise, ensaio, medida etc., indicados na Tabela 18, registraram
importações no valor de US$ 69,62 milhões e exportações de US$
1,23 milhão, resultando em um déficit de US$ 68,39 milhões. Parte
substancial das importações é oriunda dos países desenvolvidos,
reproduzindo, em certa medida, o desempenho das outras classes
de equipamentos de laboratório analisadas. Nesse caso, os Estados
Unidos lideram o ranking com US$ 31,44 milhões, enquanto a União
Européia responde por US$ 22,5 milhões e o Japão, por US$ 7,22
milhões. Chama atenção o crescimento expressivo das importações
dos países em desenvolvimento, com liderança da China, com US$
2,49 milhões.

Foram importados US$ 1,25 milhão de micrótomos, e não houve


exportação, resultando em um déficit de US$ 1,25 milhão. As
importações tiveram origem na Alemanha, com US$ 0,94 milhão;
Áustria, com US$ 0,24 milhão; seguidos dos Estados Unidos e China.
Tabela 18 Origem das importações e destino das exportações de outros instrumentos e aparelhos para análise,

3. Descrição do Panorama Atual


ensaio, medida, etc, 2006
Países Exp. Imp. País Exp. Imp.
1º EUA 0,14 31,44 23º México 0,39 0,14
2º Japão 0,02 7,22 24º Hungria 0 0,11
3º Alemanha 0 6,32 25º Argentina 0,02 0,1
4º França 0 5,22 26º Bélgica 0 0,1
5º Suíça 0,04 2,79 27º Taiwan 0 0,1
Coréia do
6º China 0,11 2,49 28º 0 0,07
Sul
Reino
7º 0 2,35 29º Malásia 0 0,06
Unido
8º Holanda 0 1,53 30º Índia 0 0,04
9º Dinamarca 0,02 1,45 31º Romênia 0 0.04
10º Irlanda 0 1,36 32º Bulgária 0 0.03
11º Áustria 0 1,24 33º Hong Kong 0 0,03
12º Canadá 0 0,93 34º Cingapura 0 0,02
13º Finlândia 0 0,88 35º Angola 0,15 0
14º Suécia 0 0,84 36º Chile 0,05 0
15º Austrália 0 0,77 37º El Salvador 0,05 0
16º Itália 0,02 0,61 38º Venezuela 0,05 0
17º Noruega 0 0,36 39º Colômbia 0,04 0
18º Tailândia 0 0,27 40º Guatemala 0,03 0
República
19º 0 0,23 41º Costa Rica 0,02 0
Tcheca
20º Rússia 0 0,22 42º Equador 0,02 0
21º Israel 0 0,18 43º Paraguai 0,01 0
22º Espanha 0,04 0,15 44º Peru 0,01 0
Total 1,23 69,62
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

77
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Por fim, a Tabela 19 resume as informações de importações e


exportações do subsetor Laboratório em 2006.

Tabela 19 Resumo do subsetor de laboratórios, 2006 (milhões US$/FOB)


Item Exportações Importações Saldo
Reagentes utilizados em diagnósticos e outros
3,3 120,74 117,44
reagentes de diagnóstico ou de laboratório
Artigos de laboratório ou de farmácia, de plásticos 1,17 20,85 19,68
Outros banhos maria, manta laboratorial, etc. 0,28 0,35 -0,07
Centrifugadores para laboratórios de análises,
0,28 2,65 -2,37
ensaios e pesquisa científica
Outros centrifugadores 4,93 20,67 -15,74
Aparelhos para filtrar ou depurar água 18,55 15,12 3,43
Cromatógrafos de fase gasosa 0 13,33 -13,33
Cromatógrafos de fase líquida 0,05 16,9 -16,85
Outros cromatógrafos 0,01 1,71 -1,7
Seqüenciadores automáticos de ADN por
0 2,02 -2,02
78 eletroforese
Outros aparelhos de eletroforese 0 1,48 -1,48
Espectrômetros de emissão óptica 0,02 7,37 -7,35
Outros espectrômetros 0,02 8,35 -8,33
Espectrofotômetros 0,07 13,2 -13,13
Colorímetros 0,03 8,43 -8,4
Fotômetros 0,04 13,9 -13,86
Refratômetros 0,39 2,03 -1,64
Outros instrumentos e aparelhos que utilizam
0,59 17 -16,41
radiações ópticas
Densitômetros 0,01 0,42 -0,41
Aparelhos medidores de ph 0,04 1,97 -1,93
Outros instrumentos e aparelhos para análise,
1,23 69,8 -68,57
ensaio, medida, etc.
Micrótomos 0.00 1,25 -1,25
Total 31,01 359,54 -328,53
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006
3.1.3.1.2 Radiologia e Diagnóstico de Imagem

3. Descrição do Panorama Atual


Na Tabela 20, apresenta-se o mercado internacional desse subsetor,
separando os países desenvolvidos dos países em desenvolvimento.
Estão expressos o volume total de Exportações e Importações, a
Balança Comercial e o Saldo Corrente Comercializado, bem como a
evolução desse mercado de 2005 para 2006.

Tabela 20 Comércio em 2006 e evolução 2005/2006 do subsetor de radiologia e diagnóstico de imagem


(mil US$)
Radiologia e Diagnóstico de Imagem em 2006 (mil US$) Evolução 05/06
COMÉRCIO EXP. IMP. S. BAL S. CTE EXP. IMP.
Países desenvolvidos 12869 334457 -321587 347326 26,40% 24,40%
Países em desenvolvimento 11388 46314 -34950 57702 4,20% 36,60%
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2007

A Tabela 20 demonstra nesse subsetor de radiologia e diagnóstico


de imagem um forte crescimento das exportações, porém com
aumento semelhante nas importações dos países desenvolvidos,
volume muito superior nas vendas, ampliando ainda mais o saldo
negativo na balança comercial. Para os países em desenvolvimento,
houve aumento pequeno das exportações em comparação com o
crescimento significativo das importações, deixando o saldo na balança
comercial mais deficitário.

Na análise geral do comércio do subsetor de radiologia e


diagnóstico de imagem, observa-se um bom crescimento nas
exportações, porém muito inferior ao das importações. O volume do
saldo da balança é muito desfavorável, mostrando a forte dependência
do país ao mercado internacional, principalmente dos países
Desenvolvidos e em forte crescimento dos países em Desenvolvimento.

No Anexo III, pode-se analisar com detalhes as informações da Tabela


20, que contém todos os itens que compõem o subsetor. Assim,

79
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

apresentam-se o volume comercializado e a evolução de 2005 para


2006, podendo-se verificar a relevância de cada item.

Na análise do subsetor, apresentam-se, destaques de alguns itens:


em materiais de consumo, as exportações de opacificantes para
exames radiológicos cresceram em 2004 de US$ 3,1 milhões, para
cerca de US$ 11,9 milhões em 2006. Em conseqüência, o déficit caiu
no mesmo período de US$ 10,3 milhões para US$ 1,43 milhão. Tal
fato deve ser analisado para identificar a origem das exportações,
uma vez que as soluções opacificantes são utilizadas nos exames
para diagnóstico de imagem com equipamentos de raios X. Como
muitos desses equipamentos são importados, é preciso saber se as
exportações são feitas do Brasil por algum dos grandes fabricantes
mundiais ou de responsabilidade de fabricantes nacionais. Segundo
alguns fabricantes de equipamentos, o mais provável é que se trate de
reexportações1.
80
As importações de chapas e filmes subiram de US$ 42 milhões
em 2004 para US$ 71,30 milhões em 2006. Ao mesmo tempo, o
déficit subiu de US$ 29 milhões em 2004 para US$ 67,56 milhões em
2006. Parte substancial desse déficit é com os países desenvolvidos,
sobretudo no item denominado “filmes para raios X com sensibilidade
em duas faces, em rolos”, para o qual o valor das importações em
2006 alcançou US$ 27 milhões.

No item acessórios e peças de reposição, para suprir a necessidade


de reposição de tubos de raios X, foram importados US$ 20,46 milhões,
enquanto as exportações alcançaram US$ 0,85 milhão, resultando em
um déficit de US$ 19,61 milhões. Mais de 70% das importações tiveram
origem nos Estados Unidos e Alemanha, o mesmo ocorrendo com o
destino de 90% das exportações, o que revela operações comerciais
de grandes fabricantes mundiais. O detalhamento da origem das
importações e destino das exportações é mostrado na Tabela 21.
Tabela 21 Exportações e importações de tubos de raios X, 2006

3. Descrição do Panorama Atual


(milhões US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
EUA 0,65 9,38
Alemanha 0,13 6,17
China 0 1,27
França 0 1,14
Japão 0,01 1,09
Holanda 0,01 0,45
México 0,01 0.38
Suíça 0 0,15
Itália 0 0,12
Austrália 0,01 0,1
Índia 0 0,09
Bélgica 0 0,04
Espanha 0 0.02
Áustria 0 0.02
Reino Unido 0 0.02
Rússia 0 0.02
Venezuela 0.02 0
Colômbia 0.01 0
Total 0,85 20,46
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

As necessidades de materiais de reposição e acessórios englobam


também a aquisição de geradores de tensão para aparelhos de raios
X, telas radiológicas e, principalmente, outras partes e acessórios para
aparelhos de raios X.

Nas classes partes acessórias, geradores de tensão e telas


radiológicas, as importações registraram US$ 13,20 milhões e
as exportações US$ 1,53 milhões, resultando em um déficit de
US$ 11,67 milhões. Cerca de 90% do valor das importações é

81
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

referente a partes e acessórios de aparelhos de raios X incluindo,


eventualmente, partes de outros aparelhos de radiação
ionizante.

Os equipamentos de radiologia e diagnóstico de imagem


estão fundamentados em tecnologias de diagnósticos de imagens
por emissão de raios X e têm aplicação em extensa variedade
de equipamentos com finalidades específicas: tomografia
computadorizada, mamografia, angiografia, densitometria óssea e
radiofotografia, além do uso nos processos de radioterapia.

Os aparelhos de tomografia computadorizada registraram, em


2006, importações no valor de US$ 47,72 milhões, enquanto
as exportações alcançaram US$ 2,53 milhões, resultando em
um déficit de US$ 45,19 milhões. As importações brasileiras de
tomógrafos tiveram origem nos Estados Unidos, com o valor de
82 US$ 17,42 milhões, Japão (US$ 9,73 milhões), Alemanha (US$
8,3 milhões), China (US$ 8,11 milhões), Israel (US$ 3,16 milhões),
Itália (US$ 0,62 milhão), Holanda (US$ 0,36 milhão), e Espanha
(US$ 0,02 milhão). Por outro lado, a exportação de tomógrafos,
no valor de US$ 2,53 milhões, foi destinada à Bolívia, refletindo,
possivelmente, a decisão de algum fabricante mundial de exportar
a partir do Brasil, uma vez que não há fabricante nacional.

Os aparelhos de raios X para mamografia registraram importações


no valor de US$ 6,6 milhões e exportações de US$ 0,08 milhão,
resultando em um déficit de US$ 6,52 milhões. As importações de
mamógrafos tiveram origem nos Estados Unidos com o valor de US$
2,47 milhões, Alemanha, US$ 2,05 milhões, Finlândia, com US$ 1,62
milhão, e França, com o valor de US$ 0,46 milhão. Por outro lado,
o pequeno valor de exportação foi destinado ao Canadá e Paraguai,
provavelmente correspondendo a peças de reposição exportadas a
partir do Brasil.
Para o caso de aparelhos de raios X para angiografia, também é forte a

3. Descrição do Panorama Atual


dependência dos países desenvolvidos. As importações registraram US$
16,08 milhões e as exportações US$ 0,08 milhão, resultando num déficit
de US$ 16 milhões. As importações de equipamentos de raios X para an-
giografia tiveram origem na Holanda, com US$ 11,22 milhões; Alemanha,
com US$ 1,82 milhão; Japão, com US$ 1,24 milhão; França, com US$
0,9 milhão, e China com US$ 0,89 milhão. As exportações, no valor de
US$ 0,08 milhão, foram destinadas para Holanda, possivelmente refle-
tindo transações comerciais internas de um grande fabricante mundial.

Também para os aparelhos de densitometria óssea, fundamentais


para o diagnóstico de osteoporose, a dependência dos países
desenvolvidos é total. As importações registraram US$ 2,06 milhões e
não houve exportações, resultando em um déficit de US$ 2,06 milhões.
As importações de equipamentos para diagnóstico de densitometria
óssea tiveram origem nos Estados Unidos.

A seguir são apresentadas as informações comerciais sobre outros


aparelhos de raios X para diagnóstico médico e cirúrgico e utilizados
para radiofotografia e radioterapia, que envolvem três números da
classificação NCM: 9022.14.19, 9022.14.90 e 9022.19.90 - outros
aparelhos de raios X para diagnóstico médico e cirúrgico, veterinário e
para radiografia e radioterapia.

As duas outras classes: 9022.14.19 – aparelhos de raios X para


diagnóstico médico, cirúrgico e 9022.14.90 – outros aparelhos
de raios X para diagnóstico médico, cirúrgico e veterinário
apresentaram, em conjunto, importações de US$ 9,39 milhões e
exportações de US$ 0,95 milhão, representando um déficit de US$ 8,44
milhões. Se por um lado o valor de importação desses produtos nos
países desenvolvidos decresceu em 50% entre 2004 e 2006, por outro
a importação dos países em desenvolvimento cresceu expressivamente
no mesmo período, refletindo uma estratégia dos grandes fabricantes

83
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

mundiais de diversificação dos pólos de exportação, buscando vantagens


fiscais e de força de trabalho de menor custo.

As exportações estão concentradas na classe de aparelhos de raios X


de diagnóstico médico (NCM 9022.14.19) e se ampliou em 300%
entre 2004 e 2006, sendo destinadas, essencialmente, aos países em
desenvolvimento. Esse é um indicador de pequeno fortalecimento local,
que pode ser analisado com maior cuidado a partir das informações da
Tabela 22, que contém o detalhamento das origens das importações e
destinos das exportações.

Tabela 22 Exportações e importações de outros aparelhos de raios X para


diagnóstico médico cirúrgico, 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
Alemanha 0 1,64
Japão 0 0,41
China 0 0,2
84
França 0 0,19
Espanha 0 0,15
Itália 0 0,1
EUA 0 0.04
Venezuela 0,45 0
Paraguai 0,12 0
Peru 0,07 0
Bolívia 0,06 0
Angola 0,03 0
México 0,03 0
República Dominicana 0,03 0
Jordânia 0,02 0
Argentina 0,01 0
El Salvador 0.01 0
Total 0,83 2,73
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006
A classe, outros aparelhos de raios X para diagnóstico médico,

3. Descrição do Panorama Atual


cirúrgico e veterinário apresentam valores expressivos de importação,
detalhados na Tabela 23.

Tabela 23 Exportações e importações de outros aparelhos de raios X para uso


médico, cirúrgico e veterinário, 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
China 0 2,13
Índia 0 1,18
Itália 0 1,08
Alemanha 0,02 0,92
EUA 0 0,63
Israel 0 0,31
Japão 0 0.31
Espanha 0 0,06
Canadá 0 0,02
Chile 0,07 0
Total 0,09 6,33
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

O fato notável é a entrada efetiva da China como um pólo


de exportação de equipamentos de raios X de diagnóstico de
imagem, fato que já foi verificado nas importações brasileiras de
tomógrafos, em 2006. É provável que isto reflita ainda, apenas na
implantação de plantas dos grandes fabricantes mundiais na China,
mas isto deverá gerar no futuro a capacidade de desenvolvimento
e produção destes equipamentos, a exemplo do que já ocorreu em
outros setores industriais.

A Índia e Israel podem estar adotando estratégias semelhantes,


como demonstram os respectivos valores de importações brasileiras
oriundas destes países. A Alemanha ainda é o principal país da União
Européia de origem das importações brasileiras de equipamentos de
raios X de diagnóstico de imagem. Entretanto, os líderes mundiais
têm diversificado seus pólos de exportação na Europa para além

85
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

dos países onde se encontram suas matrizes (Alemanha e Holanda),


principalmente para a França, Itália e Finlândia.

Nas classes do produto aparelhos especiais e outros dispositivos


geradores de raios X, NCM 9022.90.19 e 9022.90.80, as importações
registraram US$ 7,43 milhões e as exportações alcançaram US$ 0,01 milhão,
resultando em um déficit de US$ 7,42 milhões. A classe outros aparelhos
geradores de raios X, registrou, em 2006, importações no valor de US$
1,58 milhão, originadas da Alemanha (US$ 1,08 milhão), Estados Unidos
(US$ 0,26 milhão), Japão (US$ 0,08 milhão), e menores valores de Israel,
Bélgica, Suécia e Finlândia. A classe outros dispositivos geradores de
raios X registraram importações de US$ 5,84 milhões, originadas nos Estados
Unidos (US$ 3,67 milhões), Alemanha (US$ 1,85 milhão), Coréia do Sul (US$
0,1 milhão), e menores valores da Holanda, Japão, China e França.

Em 2006, os espectrômetros ou espectógrafos de raios X


86 registraram importações de US$ 3,17 milhões e não houve exportações,
resultando em um déficit de US$ 3,17 milhões. As importações
tiveram origem no Japão (US$ 1,55 milhão), Holanda (US$ 0,94
milhão), Estados Unidos (US$ 0,36 milhão), Caribe (US$ 0,13 milhão),
Alemanha (US$ 0,10 milhão) e Reino Unido (US$ 0,09 milhão).

Em 2006, as importações de aparelhos de raios X para radiofotografia


e radioterapia registraram US$ 7,89 milhões e as exportações US$
0,13 milhão, resultando em um déficit de US$ 7,76 milhões. A Tabela
24 detalha a origem das exportações em 2006.

Tabela 24 Exportações e importações de outros aparelhos de raios X para


radiofotografia e radioterapia
Mercado ou País Exportações Importações
Alemanha 0 2,51
Itália 0 1,45
EUA 0 1,4
Continua
Tabela 24 Continuação

3. Descrição do Panorama Atual


França 0 0,86
Japão 0 0,68
Reino Unido 0 0,37
Holanda 0 0.23
África do Sul 0 0,21
Bélgica 0 0,18
Colombia 0,13 0
Bolívia 0,06 0
Total 0,13 7,89
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Na Tabela 25, são consolidados os dados comerciais de insumos,


acessórios e equipamentos de diagnóstico de imagem fundamentados
na emissão de raios X.

Tabela 25 Equipamentos de raios X, acessórios e insumos, 2006 (milhões US$/FOB)


Equipamentos de Raios X, Acessórios e
Exportações Importações Saldo
Insumos
Preparações opacificantes para exames
1,9 13,33 -1,43
radiológicos
Chapas e filmes de diferentes sensibilidades 3,74 71,3 -67,56
Tubos de raios X 0,85 20,46 -19,61
Geradores de tensão, telas radiológicas e
1,53 13,2 -11,67
acessórios
Aparelhos de tomografia computadorizada 2,53 47,72 -45,19
Aparelhos de diagnóstico para mamografia 0,08 6,6 -6,52
Aparelhos de diagnóstico para angiografia 0,08 16,08 -16
Aparelhos de diagnóstico para densitometria
0 2,06 - 2,06
óssea, computadorizados
Outros aparelhos de raios X para diagnóstico
0,95 9,39 - 8,44
médico e cirúrgico, veterinário
Outros aparelhos e dispositivos geradores de
0,01 7,43 -7,42
raios X
Espectrógrafos de raios X e espectrômetros 0 3,17 -3,17
Outros aparelhos de raios X para radiofotografia
0,13 7,89 -7,76
e radioterapia
Total 11,8 218,63 206,83
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

87
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Os equipamentos de diagnóstico de imagem com outras


radiações ionizantes englobam aparelhos de radiação Alfa, Beta,
Gama para uso médico e Câmaras Gama. O Brasil não importa, há
mais de três anos, equipamentos de radiocobalto e equipamentos
de gamaterapia.

As importações de Aparelhos de Radiação Alfa, Beta ou Gama e


Câmaras Gama registraram o valor de US$ 12,6 milhões e não houve
exportações, resultando em um déficit de US$ 12,6 milhões. Destacam-
se: aparelhos de radiação alfa, beta e gama, com importações de
US$ 7,4 milhões, e câmaras gama, com importações de US$ 4,29
milhões. As importações de aparelhos de radiação alfa, beta e
gama tiveram origem nos Estados Unidos, com US$ 6,84 milhões;
Alemanha, com US$ 0,46 milhão, e Holanda, com o valor de US$
0,10 milhão. Já as importações de Câmaras Gama tiveram origem nos
Estados Unidos, com US$ 2 milhões; Israel, com US$ 1,85 milhão;
88 Dinamarca, com US$ 0,36 milhão e Hungria, com US$ 0,08 milhão.

Os equipamentos de diagnóstico de imagem por ultra-som


compreendem os ecógrafos de análise espectral doppler, (NCM
9018.12.10), de maior impacto econômico, e os equipamentos
de eletrodiagnóstico de varredura por ultra–som, (NCM
9018.12.90). As importações registraram US$ 69,05 milhões e as
exportações alcançaram o pequeno valor de US$ 0,03 milhão, resultando
em um déficit de US$ 69,02 milhões. Esse é o principal equipamento
de diagnóstico de imagem por ultra-som, e o Brasil tem apresentado
importações crescentes nos últimos anos. As importações cresceram de
US$ 40,6 milhões em 2004 para US$ 69 milhões em 2006. A tecnologia
de diagnóstico de imagem por ultra-som é largamente utilizada em
todos os sistemas de saúde e tem evoluído significativamente nos
últimos anos, principalmente em relação à resolução de imagem. Na
Ásia, as lideranças são da Coréia do Sul e Japão, mas Índia e China já
contam com produção local. Nas Américas, a competência está restrita
aos Estados Unidos e Canadá. Na Europa, os destaques são Áustria e

3. Descrição do Panorama Atual


Noruega. Outro destaque é Israel, que também já tem produção local.
A Tabela 26 detalha a origem das importações.

Tabela 26 Importações e exportações de ecógrafos de análises espectral


doppler, 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
EUA 0.03 18,28
Coréia do Sul 0 18,19
Japão 0 10,65
Áustria 0 7,6
Israel 0 4,93
Canadá 0 2,51
Noruega 0 2,08
Índia 0 1,97
China 0 1,44
Itália 0 0,75
Coréia do Norte 0 0,28
Holanda 0 0,2
Reino Unido 0 0,1
Alemanha 0 0,05
França 0 0,01
Malásia 0 0,01
Polônia 0 0,01
Total 0,03 69,05
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Em relação aos equipamentos de eletrodiagnóstico de varredura


por ultra-som, em 2006, as importações registraram US$ 6,30
milhões e as exportações alcançaram o valor de US$ 0,38 milhões,
resultando em um déficit de US$ 5,92 milhões. Estes equipamentos
são de concepção tecnológica mais simplificada e já existe fabricação
local, embora as importações tenham um valor expressivo.

Da mesma forma que em relação aos ecógrafos, a hegemonia do


Japão, Estados Unidos, Áustria e Coréia do Sul, nas trocas comerciais
de equipamentos de diagnóstico por varredura de ultra-som fica

89
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

caracterizada na Tabela 27, que detalha a origem das importações e


destinos das exportações em 2006.

Tabela 27 Importações e exportações de equipamentos de diagnóstico por


varredura de ultra-som
Mercado ou País Exportações Importações
EUA 0.29 1,75
Japão 0 1,62
Áustria 0 0,84
Coréia do Sul 0 0,81
Índia 0 0,31
Alemanha 0,01 0,24
Noruega 0 0,2
Dinamarca 0 0,14
Israel 0 0,09
China 0 0,07
Holanda 0 0,07
Canadá 0 0,04
Reino Unido 0 0,04
90 França 0 0,03
Coréia do Norte 0 0,02
Austrália 0 0,01
Cingapura 0 0,01
Malásia 0 0,01
Bolívia 0,05 0
Paraguai 0,01 0
Venezuela 0,01 0
Total 0,37 6,3
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Os equipamentos de diagnóstico por ressonância magnética


registraram importações de US$ 74,5 milhões, enquanto as exportações
alcançaram o valor de US$ 2,03 milhões, resultando em um déficit de
US$ 72,47 milhões. As importações dobraram de valor entre 2004 e
2006, enquanto as exportações se mantiveram no patamar de US$ 2
milhões/ano. É provável que esse valor de exportação corresponda a
transações comerciais intrafirmas de grandes fabricantes mundiais. A
Tabela 28 mostra o detalhamento das importações e exportações.
Tabela 28 Exportações e importações de equipamentos de diagnósticos por

3. Descrição do Panorama Atual


ressonância magnética, 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
EUA 1,8 31,62
Holanda 0,23 19,17
Alemanha 0 16,25
China 0 3,39
Japão 0 2,31
Finlândia 0 1,17
Itália 0 0.31
Dinamarca 0 0,07
Israel 0 0,06
Reino Unido 0 0,05
Índia 0 0,03
México 0 0,02
França 0 0,01
Suécia 0 0,01
Total 2,03 74,47
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

O panorama das trocas comerciais desse subsetor, nos três


últimos anos, indica a enorme dependência das importações de
equipamentos e insumos por ele utilizados. Grandes fabricantes
mundiais – SIEMENS, PHILIPS, GE e TOSHIBA – dominam o
mercado mundial e têm adotado estratégia de descentralização,
ou da produção ou de pólos de exportação, buscando vantagens
competitivas. Isso tem ocorrido inclusive na China e na Índia, como
pode ser observado pelos valores das importações de várias famílias
de equipamentos.

Os equipamentos de diagnóstico de imagem fundamentados


em tecnologias de raios X ainda representam o maior volume
das importações brasileiras, mas há um crescimento dos
equipamentos fundamentados em outras tecnologias, sobretudo
de ultra-som.

91
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

O item de maior peso nas exportações é constituído pelas soluções


opacificantes para exames radiológicos. Entretanto, segundo
alguns fabricantes nacionais, esse valor deve ser atribuído a
reexportações.

A Tabela 29 apresenta resumo das informações de importações e


exportações de todo o subsetor de RADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO DE
IMAGEM.

Tabela 29 Resumo do subsetor de radiologia e diagnóstico de imagem (milhões US$/FOB)


Item Exportações Importações Saldo
Equipamentos, acessórios e insumos de
11,8 218,63 -206,83
raios X
Aparelhos de radiação alfa, beta ou gama
0,00 12,60 - 12,60
para uso médico, e câmaras gama

Ecógrafos de análise espectral doppler 0,03 69,05 -69,02

92 Equipamentos de diagnóstico de
0,37 6,3 -5,93
varredura por ultra-som
Equipamentos de diagnóstico de imagem
2,03 74,47 - 72,44
por visualização de ressonância magnética
Total 14,23 381,05 -366,82
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

3.1.3.1.3 Equipamentos Médico-Hospitalares

Para a finalidade de análise das importações e exportações, nesse


subsetor são considerados como equipamentos para terapia, os que
estabelecem troca de massa ou energia com os pacientes produzindo
efeito fisiológico em um sentido amplo. São eles:

• marcapasso cardíaco;
• desfibrilador e cardioversor;
• máquinas de hemodiálise;
• ventilador pulmonar e máquina de anestesia;
• equipamentos de infusão e transfusão de sangue;

3. Descrição do Panorama Atual


• incubadoras e berços aquecidos;
• equipamentos de fototerapia;
• equipamentos de fisioterapia (ultra-som, laser e estimuladores
elétricos);
• equipamento de diatermia;
• equipamentos de monitoração.

São excluídos os equipamentos cirúrgicos, os de reabilitação e


acessibilidade e os de laboratórios, que estão sendo tratados
separadamente.

Equipamentos de monitoração, e mesmo de diagnóstico, são


freqüentemente utilizados no suporte a procedimentos de terapia.
Assim, os números apresentados neste subsetor incorporam valores
expressivos relativos a monitores que são comercializados em
conjunto.

A seguir, apresenta-se na Tabela 30 o mercado internacional desse


subsetor, juntamente com sua balança comercial, separados em
primeiro lugar para os países desenvolvidos e em seguida para os países
em desenvolvimento. Estão expressos o volume total de exportações e
importações, a balança comercial e o saldo corrente comercializado,
bem como a evolução desse mercado de 2005 para 2006.

Analisando a Tabela 30, observa-se que o subsetor apresentou


fortíssimo crescimento nas exportações, porém com aumento grande
nas importações dos países desenvolvidos, que apresentam volume
muito superior nas vendas, ampliando ainda mais o saldo negativo
na balança comercial. Para os países em desenvolvimento, ocorreu
aumento das exportações em comparação com o crescimento elevado
das importações, deixando o saldo na balança comercial favorável
para esse conjunto de países.

93
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Tabela 30 Comércio em 2006 e evolução 2005/2006 do subsetor de equipamentos médico-hospitalares, 2006


(mil US$)
Equipamentos EMH em 2006 (mil US$) Evolução 05/06
Comércio EXP IMP S. BAL S. CTE EXP. IMP.
Países
10145 213830 -203684 223975 68,00% 40,20%
desenvolvidos
Países em
31334 23562 7772 54896 21,20% 38,50%
desenvolvimento
Total 41479 237392 -195912 278871 30,10% 40,00%
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2007

Na análise geral do comércio do subsetor, observa-se significativo


crescimento nas exportações, porém inferior ao elevado crescimento
das importações. O volume do saldo da balança é muito desfavorável,
mostrando a dependência do país ao mercado internacional,
principalmente dos países desenvolvidos. No Anexo IV, é possível
analisar com detalhes as informações da Tabela 30, apresentada com
todos os itens que compõem o subsetor de equipamentos médicos e
94 hospitalares. Assim, são apresentados o volume comercializado e a
evolução de 2005 para 2006, bem como a relevância de cada item
para o subsetor. Da análise do subsetor, apresentam-se a seguir os
destaques de itens.

Os esterilizadores médicos, cirúrgicos ou de laboratório


registraram importações de US$ 1,16 milhão, enquanto as exportações
alcançaram US$ 2,13 milhões, resultando em um superávit de US$
0,97 milhão. Tiveram como principal destino a União Européia,
principalmente a Itália, com US$ 0,81 milhão, e os países da América
do Sul, com US$ 0,76 milhão; com destaque para a Colômbia. As
importações tiveram como origem os EUA, com US$ 1,01 milhão; e a
União Européia, com US$ 0,16 milhão.

Os outros esterilizadores tiveram importações no valor de US$


4,67 milhões, enquanto as exportações alcançaram US$ 0,75 milhão,
resultando em um déficit de US$ 3,92 milhões. Tiveram como principal
destino o México, com o valor de US$ 0,3 milhão; Alemanha, com

3. Descrição do Panorama Atual


US$ 0,2 milhão, e Chile, com US$ 0,1 milhão. As importações tiveram
origem na Suécia, com US$ 2 milhões; Itália, com US$ 1,14 milhão;
Alemanha, com US$ 0,61 milhão; Finlândia, com US$ 0,34 milhão;
Argentina, com US$ 0,22 milhão; Canadá, com US$ 0,15 milhão, e
Estados Unidos, com US$ 0,14 milhão.

As cadeiras de rodas sem propulsão e outras cadeiras de


rodas registraram importações no valor de US$ 0,66 milhão
e exportações de US$ 0,28 milhão, resultando em um déficit
de US$ 0,38 milhão. No item cadeiras sem propulsão, as
exportações superam ligeiramente as importações. Entretanto,
para as demais cadeiras de rodas, não há exportações em 2006
e importações de US$ 0,45 milhão. Nesse item, as importações
brasileiras têm origem, principalmente, nos Estados Unidos, com
US$ 0,37 milhão. Por outro lado, as exportações de cadeiras
de rodas sem mecanismo de propulsão destinaram-se quase
que exclusivamente aos países da América do Sul, com US$ 0,24
milhão, com destaque para a Argentina, com US$ 0,14 milhão.

Os microscópios óticos estereoscópicos registraram importações


no valor de US$ 2,22 milhões, enquanto as exportações alcançaram o
valor de US$ 1,25 milhão; resultando em um déficit de US$ 0,97 milhão.
As exportações brasileiras tiveram como principais destinos os Estados
Unidos, com US$ 0,5 milhão; Turquia, com US$ 0,2 milhão; Venezuela,
com US$ 0,13 milhão, e Tailândia, com US$ 0,1 milhão. Por outro lado,
as importações tiveram origem na Alemanha, com US$ 1,01 milhão;
Japão, com US$ 0,48 milhão; Suíça, com US$ 0,37 milhão; seguidos
do Canadá, China e Estados Unidos, com US$ 0,1 milhão cada um.

Os microscópios para fotomicrografia registraram importações no


valor de US$ 1,11 milhão e exportações inexpressivas, resultando em um
déficit de US$ 1,11 milhão. As importações tiveram origem na Alemanha,

95
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

com um valor de US$ 0,53 milhão; Japão, com US$ 0,3 milhão, seguidos
da China e Estados Unidos, com US$ 0,1 milhão cada um.

Os microscópios óticos binoculares de platina móvel registraram


importações de US$ 8,53 milhões, e as exportações alcançaram um
valor inexpressivo, resultando em um déficit de US$ 8,53 milhões. As
importações tiveram origem nas Filipinas, com um valor de US$ 2,78
milhões; China, com US$ 1,9 milhão; Alemanha, com US$ 1,63 milhão;
Japão, com US$ 1,18 milhão; Estados Unidos, com US$ 0,77 milhão, e
Reino Unido, com US$ 0,18 milhão.

A classe de outros microscópios óticos registrou importações de US$


4,61 milhões, e as exportações alcançaram o valor de US$ 0,34 milhão,
resultando em um déficit de US$ 4,27 milhões. As importações tiveram
origem na Alemanha, com um valor de US$ 2,39 milhões; Japão, com US$ 1
milhão; EUA, com US$ 0,38 milhão; Itália, com US$ 0,21 milhão; China, com
96 US$ 0,2 milhão; Rússia, com US$ 0,18 milhão, e Suíça, com US$ 0,1 milhão.
Na composição do valor das importações das quatro classes de microscópios,
a dependência das importações está concentrada nas classes de Microscópios
óticos binoculares de platina móvel e Outros microscópios óticos que, juntas,
respondem por cerca de US$ 13,15 milhões de importações em 2006.
Embora a ABIMO consolide os dados destas classes de produtos dentro do
setor, é provável que a maior parte dos microscópios no Brasil seja utilizada
em outros segmentos industriais, como o de alimentos, e nas atividades
de ensino e pesquisa. Na Tabela 31, são indicados os valores e origem das
importações brasileiras desses produtos.

A monitoração de parâmetros fisiológicos e sinais vitais de pacientes


é utilizada em quase todos os procedimentos médicos e hospitalares,
incluindo cirurgias, processos de recuperação, terapias específicas e
diagnósticos. Mais recentemente, também em programas de saúde
preventiva com atendimento residencial. A Tabela 32 indica, em ordem
alfabética, os principais fabricantes de equipamentos de monitoração,
no Brasil e no mundo, e os respectivos estados e países onde estão

3. Descrição do Panorama Atual


situados.

Tabela 31 Importações de microscópios óticos binoculares de platina móvel


e outros microscópios óticos, 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou País Importações
Alemanha 4,02
Filipinas 2,8
Japão 2,18
China 2,1
EUA 1,15
Itália 0,21
Rússia 0,2
Reino Unido 0,2
Suíça 0,1
Canadá 0,1
Total 13,06
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

As grandes corporações transnacionais integram a relação de


fabricantes mundiais de equipamentos de monitoração e investem
vultosos recursos em P&D, o que torna o mercado altamente
competitivo. Além disso, comercializam os equipamentos de
monitoração como componente de um sistema, tendência também
adotada pelos principais fabricantes nacionais. Assim, é raro encontrar
empresas que fabricam exclusivamente equipamentos de monitoração.
Normalmente, o foco da empresa é outro, e a linha de produção de
monitores complementa o produto principal.

Por esse motivo, é difícil obter informações de importação e exportação


de equipamentos de monitoração a partir das informações
oficiais do MDIC. De acordo com os principais fabricantes, os maiores
valores são encontrados na classificação outros aparelhos de
eletrodiagnóstico. Entretanto, parte não desprezível da comercialização

97
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

desses equipamentos é alocada no grupo outros instrumentos


e aparelhos para medicina, cirúrgica, etc. Ocorre que, nesse
grupo, talvez por razões tributárias ou inexistência de classificação
específica, são alocados inúmeros tipos de equipamentos e mesmo
instrumental cirúrgico. Os principais são: instrumental cirúrgico, berços
aquecidos, fototerapias, equipamentos de fisioterapia, focos cirúrgicos
e uma parte dos equipamentos de monitoração. Com essa ressalva,
as informações comerciais dos equipamentos de monitoração e
partes constitutivas estão concentradas na análise a seguir.

As importações, em 2006, de equipamentos de monitoração


e medição de parâmetros fisiológicos registraram o valor
de US$ 17,2 milhões, enquanto as exportações alcançaram US$
0,43 milhão, resultando em um déficit de US$ 16,77 milhões.

Tabela 32 Principais fabricantes de equipamentos de monitoração no Brasil e no mundo


No Brasil No Mundo
98
Fabricante Cidade/Estado Fabricante País
Anamed Manaus – AM Artema Mec Dinamarca
Braile Biomédica São José do Rio Preto – SP Biocare Tailândia
Cmos Drake Belo Horizonte - MG Card Guard Survival Israel
Dixtal São Paulo – SP Criticare Systems EUA
Fund. Adib Jatene São Paulo – SP Datascope EUA
Intermed São Paulo – SP Datex - Ohmeda Finlândia
Instramed Porto Alegre – RS Dräger EUA
JG Moriya São Paulo – SP GE EUA
K Takaoka São Paulo – SP Invivo EUA
Omnimed Belo Horizonte - MG Marquette EUA
Protec São Paulo – SP Mediana Coréia do Sul
TEB São Paulo – SP Medrad EUA
Transform – ECAFIX São Paulo – SP Nellcor EUA
Transmai São Paulo – SP Nihon Kohden Japão
Ventura São José do Rio Preto – SP Nihon Seim Japão
Omron Japão
Phillips Holanda
Continua
Tabela 32 Continuação

3. Descrição do Panorama Atual


Shenzhen Mindray China
Siemens Alemanha
Spacelabs Medical EUA
Trivirix Irlanda
Welch Allyn EUA
Fonte: CGEE, 2006

Tiveram como origem os Estados Unidos, com US$ 6,91 milhões;


Alemanha, com US$ 6,21 milhões; Finlândia, com US$ 1,66
milhão; Dinamarca, com US$ 0,63 milhão; China, com US$ 0,56
milhão; Japão, com US$ 0,5 milhão; Holanda, com US$ 0,23
milhão; Taiwan, com US$ 0,15 milhão, e México, com US$ 0,1
milhão. Por outro lado, as exportações brasileiras tiveram como
destino os países da América do Sul, com US$ 0,3 milhão, com
destaque para a Bolívia, além do México e Angola.

No grupo partes de aparelhos para eletro diagnóstico estão


concentradas informações comerciais sobre peças de reposição,
sensores e outras partes de equipamentos de monitoração. É possível
que os valores agreguem números relativos a peças de reposição
de outros equipamentos. As importações dessa classe de produto
registraram US$ 17,76 milhões, enquanto as exportações alcançaram
US$ 0,93 milhão, resultando em um déficit de US$ 16,83 milhões.
O detalhamento das importações de componentes de equipamentos
reflete a existência de uma estrutura descentralizada dos grandes
fabricantes mundiais que operam no mercado de equipamentos de
monitoração. Assim, em 2006, as importações tiveram origem nos
Estados Unidos, com US$ 7,44 milhões; Japão, com US$ 3,39 milhões;
Coréia do Sul, com US$ 1,55 milhão; Alemanha, com US$ 1,38 milhão;
China, com US$ 1,1 milhão; Holanda, com US$ 0,77 milhão; Reino
Unido, com US$ 0,5 milhão; Israel, com US$ 0,38 milhão; Finlândia,
com US$ 0,18 milhão; Noruega, com US$ 0,17 milhão; Dinamarca,
com US$ 0,14 milhão, e Índia, com US$ 0,13 milhão. Por outro lado,
as exportações tiveram como destino os Estados Unidos, com o valor

99
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

de US$ 0,61 milhão; Holanda, com US$ 0,21 milhão e Alemanha, com
US$ 0,1 milhão.

Para eletrocardiógrafos as importações registraram US$ 1,37 milhão,


enquanto as exportações alcançaram US$ 0,12 milhão, resultando em
um déficit de US$ 1,25 milhão. Tiveram origem em Israel, com US$
0,51 milhão; Alemanha, com US$ 0,27 milhão; Estados Unidos, com
US$ 0,23 milhão; Itália, com US$ 0,2 milhão, e Suíça, com o valor de
US$ 0,12 milhão. Por outro lado, as exportações tiveram como destino
apenas dois países: Bolívia, com US$ 0,07 milhão, e Estados Unidos,
com US$ 0,05 milhão. Agregando aos valores anteriores, os números
alcançados representam uma estimativa dos valores das trocas
comerciais para equipamentos de monitoração, eletrocardiógrafos
e partes de equipamentos. As importações registraram US$ 36,33
milhões e as exportações alcançaram US$ 1,48 milhão, resultando em
um déficit de US$ 34,85 milhões.
100
Por um lado, estes valores podem estar superestimados por agregarem
pequenos valores correspondentes a outros equipamentos. Por outro
lado, podem estar subestimados porque alguns exportadores e
importadores alocam valores comerciais de monitores no grupo geral
“Outros instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia, etc.”

As importações de cardiodesfibriladores automáticos registraram


importações de US$ 12,76 milhões e tiveram origem nos países
desenvolvidos. As exportações alcançaram US$ 1,1 milhão, resultando
em um déficit de US$ 11,66 milhões. A Tabela 33 detalha as origens das
importações e destinos das exportações.
Tabela 33 Exportação e importação de cardiodesfibriladores
automáticos, 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
EUA 0 5,63
Alemanha 0,07 3,71
Continua
3. Descrição do Panorama Atual
Tabela 33 Continuação
Suíça 0 2,87
Japão 0 0,55
Venezuela 0.65 0
Cuba 0,22 0
Bolivia 0.03 0
Chile 0,02 0
México 0,02 0
Total 1,01 12,76
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

As importações de desfibriladores externos automáticos


registraram importações de US$ 2,09 milhões e tiveram origem nos
países desenvolvidos. As exportações alcançaram US$ 0,09 milhão,
resultando em um déficit de US$ 2 milhões. Tiveram origem nos
Estados Unidos, com US$ 1,91 milhão, e Alemanha, com US$ 0,1
milhão. A única exportação ocorreu em abril de 2006, com o valor de
US$ 0,09 milhão, para a Bolívia.

A mencionada dificuldade para exportar os desfibriladores nacionais é


corroborada pelos dados das trocas comerciais. Entretanto, a demanda
interna por esses equipamentos é bem superior às importações, o
que é indicativo de que os fabricantes nacionais atendem grande
parte da demanda interna, embora com equipamentos de menor
desenvolvimento tecnológico.

Os valores de importações e exportações relativos aos insumos


utilizados nos processos de hemodiálise e diálise peritonial, tais
como outros hemodializadores e hemodializador tipo capilar,
foram considerados no subsetor de materiais de consumo. Assim, no
subsetor de equipamentos, são considerados os valores relativos aos
rins artificiais e aparelhos de osmose reversa.

As importações de aparelhos de osmose reversa registraram o valor


de US$ 3,14 milhões, e as exportações alcançaram valor inexpressivo,

101
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

resultando em um déficit de US$ 3,13 milhões. A Tabela 34 indica a


origem das importações.

Tabela 34 Importações de aparelhos de osmose reversa, 2006


(milhões US$/FOB)
Mercado ou País Importações
Argentina 1,44
EUA 1,02
Alemanha 0,29
Itália 0,24
Taiwan 0,07
Suécia 0,04
Japão 0,03
Total 3,13
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

As importações de máquinas de hemodiálise alcançaram o valor


102 de US$ 12,2 milhões e tiveram origem na Alemanha, com US$
5,66 milhões; Suécia, com US$ 4,17 milhões; Japão, com US$
1,54 milhão; e Itália, com US$ 0,84 milhão. Outro fato relevante
é que as importações desses equipamentos aumentaram cerca de
300% no período de 2004 a 2006, refletindo tanto a retomada
de investimentos como o encerramento das atividades de um
fabricante nacional. Vale ressaltar que as máquinas de hemodiálise
representam uma pequena parte dos custos envolvidos em Terapia
Renal Substitutiva. Além desse item, são utilizados dialisadores
capilares, que em 2006 representaram US$ 11,5 milhões em
importações, equipamentos de osmose reversa, acessórios e,
principalmente, soluções de diálise.

Na família de respiradores artificiais e máquinas de anestesia


são incluídos os ventiladores pulmonares, as máquinas de anestesia,
misturadores de gases e umidificadores. A rigor, os principais
equipamentos desempenham funções mais abrangentes do que
procedimentos de terapia médica rotineiros, sendo utilizados durante

3. Descrição do Panorama Atual


procedimentos cirúrgicos e no suporte à vida em UTIs. Do ponto de
vista das informações comerciais e tomando por base a classificação
do Mercado Comum do Sul - Mercosul, essa família é coberta pelas
seguintes classes: (i) aparelhos de oxigenoterapia, (ii) aparelhos de
aerossolterapia, (iii) respiratórios de reanimação, (iv) respiradores
automáticos – pulmões de aço, (v) aparelhos de ozonoterapia e (vi)
outros de terapia respiratória e outros aparelhos respiratórios.

As importações agregadas das seis classes desse equipamento


registraram o valor de US$ 27,63 milhões e as exportações
alcançaram US$ 7,68 milhões, resultando em um déficit na balança
comercial de US$ 19,95 milhões. O detalhamento dos valores de
exportação e importação para cada classe de produto e respectivos
destinos e origens são indicados na Tabela 35.

Tabela 35 Exportações e importações de aparelhos de


oxigenoterapia (milhões US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
EUA 0,02 4,1
Alemanha 0,04 3,82
Argentina 0,01 2,53
Suécia 0 0,45
Austrália 0 0.28
Nova Zelândia 0 0,27
Rússia 0 0.06
Suíça 0 0,02
Reino Unido 0 0,02
Marrocos 0,11 0
Colômbia 0,07 0
Índia 0.03 0
Venezuela 0.03 0
Egito 0,02 0
Paraguai 0,02 0
Paquistão 0,02 0
Uruguai 0,02 0
Total 0,39 11,55
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

103
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

A análise dos números apresentados nas Tabelas 36 e 37 revelam


alguns elementos importantes do comportamento deste mercado. O
Brasil dispõe de fabricantes de respiradores e máquinas de anestesia
com padrão tecnológico competitivo no mercado internacional e
consolidou, a partir de 2002, um patamar de exportações sustentável
e crescente para os países em desenvolvimento. Entretanto, persiste a
dificuldade de acesso aos países desenvolvidos, para os quais nossas
exportações vêm decrescendo.
Tabela 36 Exportações e importações de respiratórios de reanimação
(milhões US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
México 0,77 0
Rússia 0,55 0
Indonésia 0,24 0
Argentina 0,14 0
Índia 0,11 0

104 África do Sul 0,1 0


Cuba 0,06 0
Bolivia 0,05 0
Turquia 0,05 0
Angola 0,04 0
Egito 0,02 0
Equador 0.02 0
República Dominicana 0.02 0
Marrocos 0,02 0
Peru 0,02 0
Emirados Árabes 0,02 0
Suíça 0 0,22
Nova Zelândia 0 0,04
Alemanha 0,02 0,02
EUA 0 0,02
Taiwan 0 0,01
Total 2,25 0,31
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006
Tabela 37 Exportações e importações de respiradores automáticos

3. Descrição do Panorama Atual


(pulmões de aço), 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
Bolívia 0,83 0
Turquia 0,52 0
Rússia 0,51 0
Índia 0,44 0
Colômbia 0,23 0
Letônia 0,15 0
Equador 0,13 0
Peru 0,12 0
México 0,12 0
Argentina 0,05 0
Ucrânia 0,04 0
Síria 0,03 0
EUA 0.03 0.03
Líbia 0.03 0
Bulgária 0.02 0
Jordânia 0,02 0
Líbano 0,02 0
Paquistão 0,02 0
Tailândia 0,02 0
Arábia Saudita 0,01 0
El Salvador 0,01 0
Guatemala 0,01 0
Honduras 0,01 0
Indonésia 0,01 0
Nicarágua 0,01 0
Paraguai 0,01 0
Venezuela 0,01 0
Suécia 0 4,02
Alemanha 0 0,76
Total 3,41 4,81
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

105
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Em síntese, nos últimos anos, a indústria nacional tem apresentado


crescimento das exportações em relação aos países em desenvolvimento,
ainda que o superávit comercial em relação a esses países venha
se mantendo estável (US$ 4,5 milhões em 2006), em virtude do
crescimento expressivo das importações em relação aos países em
desenvolvimento nos últimos três anos (US$ 0,23 milhão em 2004
para US$ 2,85 milhões em 2006).

Tabela 38 Exportações e importações de aparelhos de ozonoterapia


e outros de terapia respiratória, 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
Bolívia 0,25 0
Cuba 0,18 0
Rússia 0,13 0
Angola 0,11 0
Colômbia 0,1 0
África do Sul 0,06 0
106 Alemanha 0,04 0
Argentina 0,03 0
Espanha 0,02 0
Peru 0,02 0
Turquia 0,02 0
EUA 0.01 2,7
Irlanda 0 1,72
Reino Unido 0 0,28
França 0 0,2
Itália 0 0,19
Suécia 0 0,13
Austrália 0 0,04
Nova Zelândia 0 0,03
Malásia 0 0,02
Taiwan 0 0,02
Hong Kong 0 0,01
Total 0,98 5,34
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006
Tabela 39 Exportações e importações de outros aparelhos

3. Descrição do Panorama Atual


respiratórios, 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
EUA 0,04 3,48
Reino Unido 0 0,66
Alemanha 0 0,57
França 0,02 0,4
México 0 0,1
África do Sul 0 0,08
Itália 0 0.05
Austrália 0 0,04
China 0 0,03
Holanda 0 0,03
Noruega 0 0,01
Coréia 0 0,01
Polônia 0 0,01
Suécia 0 0,01
Cingapura 0,07 0
Canadá 0,04 0
Venezuela 0,02 0
Angola 0,01 0
Argentina 0,01 0
Bolívia 0,01 0
Equador 0,01 0
Total 0,23 5,48
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

As exportações são puxadas pelos equipamentos de ventilação,


uma vez que as máquinas de anestesia apresentam frágil desempenho
no mercado externo, além de estarem perdendo espaço no mercado
interno para as importações dos países desenvolvidos e, em 2006,
para as dos países em desenvolvimento.

Nesse sentido, chama a atenção o início de importações de


equipamentos de oxigenoterapia da Argentina, registrando um valor

107
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

de US$ 2,43 milhões em 2006. Isso pode estar refletindo uma mudança
de estratégia de comercialização de grandes fabricantes mundiais que
operam neste mercado, seja pela diversificação de pólos de exportação
ou pela implantação de novas plantas industriais, buscando vantagens
competitivas regionais. Este fato deve ser analisado, pois pode afetar
o desempenho das exportações brasileiras na América do Sul, que
alcançou, em 2006, o valor de US$ 2,20 milhões.

No ranking das exportações brasileiras de ventiladores pulmonares e


máquinas de anestesia, aparecem com destaque a Bolívia, com US$
1,20 milhão; Rússia, US$ 1,15 milhão; México com US$ 0,90 milhão;
Turquia, com US$ 0,54 milhão; e a Índia, com US$ 0,5 milhão. Por ou-
tro lado, as importações dos países desenvolvidos, principalmente EUA,
Suécia e Alemanha, cresceram cerca de 90% entre 2004 e 2006, atin-
gindo, em 2006, o montante de US$ 24,80 milhões. Esses números pro-
vavelmente incorporam valores de equipamentos de monitoração que,
108 em muitas situações, compõem os sistemas de ventilação pulmonar. Há
fabricantes nacionais e estrangeiros que utilizam nas exportações e im-
portações de ventiladores pulmonares e máquinas de anestesia o núme-
ro Mercosul NCM 9018.90.99 – outros instrumentos e aparelhos
para medicina e cirurgia, decorrendo deste fato que os valores obti-
dos no sistema Aliceweb do MDIC provavelmente estão subestimados.

O segmento de neonatologia foi estruturado no Brasil há mais de


trinta anos e conta com fabricantes nacionais, com destaque para
a Fanem, Olidef e Gigante, que têm incorporado tecnologia a seus
produtos e aumentado a participação de seus produtos nos mercados
interno e externo. Os produtos que melhor caracterizam o subsetor
são as incubadoras para recém nascidos, berços aquecidos e
equipamentos de fototerapia.

As informações de exportação e importação sobre incubadoras foram


obtidas na classe NCM 9018.90.91. Entretanto, as relativas aos berços
aquecidos e equipamentos de fototerapia são lançadas pelas empresas

3. Descrição do Panorama Atual


em uma classe ampla: NCM 9018.90.99 – Outros instrumentos e
aparelhos para medicina, cirurgia e etc., sendo difícil desagregar dos
valores globais deste código, as contribuições específicas de berços
e fototerapias. Os números indicam a consolidação das exportações
brasileiras de incubadoras para vários mercados, inclusive de países
desenvolvidos. Em 2006, as exportações alcançaram o valor de US$
8,16 milhões enquanto as importações registraram US$ 0,06 milhão
resultando em um superávit de US$ 8,1 milhões.

A análise detalhada destas informações permite concluir que há uma


distribuição bastante equilibrada no destino de nossas exportações
de incubadoras, como indica o resumo relativo ao ano de 2006
representado nas Tabelas 40 e 41.

Tabela 40 Destino das exportações e origem das importações de incubadoras (US$/FOB)


País Exportações Importações País Exportações Importações
1º Rússia 1131458 28º Paquistão 64.554
2º Turquia 742.407 29º Quênia 61.040
3º México 702.185 30º Malásia 55.040
4º África do Sul 635.052 31º Uruguai 49.545
5º Venezuela 506.150 32º Sri Lanka 45.847
6º Arábia Saudita 500.355 33º Cazaquistão 42.320
7º Grécia 346.811 34º El Salvador 40.707
8º EUA 315.685 31306 35º Chile 40.061
9º Equador 244.958 36º Nicarágua 37.895
Coréia do
10º Colômbia 239.554 37º 30.520
Norte
11º Peru 214.681 38º Portugal 29.170
12º Argélia 211.453 39º Espanha 26.295
13º Irã 209.446 40º Paraguai 24.481
República
14º 170.634 41º Iêmen 23.283
Dominicana
Continua

109
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Tabela 40 Continuação
15º Emirados Árabes 159.230 42º Vietnã 22.045
16º Egito 140.029 43º Maldivas 21.800
17º Haiti 120.714 44º Holanda 21.493
18º Guatemala 118.829 45º Coréia do Sul 17.440
19º Bangladesh 106.819 46º Iraque 16.361
20º Ucrânia 95.109 47º Coveite 8.637
21º Tailândia 89.335 48º Iugoslávia 7.438
Nova
22º Jordânia 83.237 49º 7.207
Caledônia
23º Alemanha 77.198 17757 50º Angola 6.190
24º Bolívia 76.626 51º Panamá 3.951
25º Líbano 74.485 52º França 3.544
26º Indonésia 74.402 53º Israel 2.474
27º Reino Unido 66.576 54º Argentina 0 14630
Total 8.162.616 63.693
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

110
Tabela 41 Exportações de incubadoras no ano de 2006
Mercado ou País Valor US$ (FOB)
África 1053764
América do Sul (principalmente
1396056
COLÔMBIA)
México 702185
CEI 1268887
Oriente Médio 1077508
América Central 683750
UE (principalmente Grécia) 571087
Ásia 527662
EUA 315685
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Segundo informações obtidas junto a fabricantes nacionais, o


desempenho de exportações com berços aquecidos e equipamentos
de fototerapia não seguem o mesmo padrão, sendo inferior ao das

3. Descrição do Panorama Atual


incubadoras. Ainda segundo os fabricantes, o valor das exportações
de incubadoras é atualmente superior ao obtido com as vendas no
mercado interno. Como as importações são inexpressivas, o mercado
interno é suprido pelas empresas situadas no Brasil.

Os fabricantes de equipamentos de fisioterapia estão organizados


como um subsetor dentro da ABIMO. A abrangência desse subsetor,
considerada em um sentido amplo, envolveria equipamentos utilizados
em inúmeros processos de reabilitação, reeducação motora e de funções
fisiológicas. Nesse contexto, o fisioterapeuta atua sob a orientação
do médico especializado na maioria das situações. Os Quadros 2 e 3
apresentam os principais fabricantes no Brasil e no mundo.

Quadro 2 Principais fabricantes no Brasil de equipamentos médico-hospitalares


Ondas
Fabricante Cidade/Estado Estimuladores Ultra-som Microondas Laser
curtas
Advice Master Rio de Janeiro-RJ X X
Bioset Rio Claro–SP X X X X
Carci São Paulo–SP X X X X
DGM Santo André–SP X X X X
HTM
Amparo–SP X X X X
Eletrônica
Ibramed Amparo–SP X X X
KLD Amparo–SP X X
Kroman São Paulo-SP X X X X
KW Eletrônica Amparo–SP X X
Medcir São Paulo-SP X X X
MM Optics São Carlos-SP X
Quark Piracicaba–SP X X
Transmai São Paulo-SP X
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

111
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Quadro 3 Fabricantes mundiais de equipamentos médico-hospitalares


Outros fabricantes mundiais
Ondas
Fabricante Cidade/Estado Estimuladores Ultra-som Microondas Laser
curtas
Body Clock Reino Unido X
Chattanooga EUA X X X X
Enraf Nonius Holanda X X X X
HomeTech Tailândia X X
Mediatea Argentina X X X X
Mettler EUA X X X X
Pagani Itália X X X X X
PMI EUA X
RedPlane Suíça X
Thor Reino Unido X
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Com relação às informações comerciais, o subsetor avalia que as


exportações brasileiras alcancem valores da ordem de US$ 1,5 milhão,
112 que são alocados na classe outros instrumentos e aparelhos
para medicina, cirurgia, etc., exceto nos casos de parte dos
equipamentos de diatermia, que nos três últimos anos registrou
exportações inferiores a US$ 0,03 milhão.

Os equipamentos de diagnóstico de imagem, de adoção mais


recente no Sistema de Saúde no Brasil, começam a revelar um impacto
importante nas importações. As informações comerciais sobre o
equipamento scanner de tomografia por emissão de positrons
ilustram essa situação. Esses equipamentos tiveram suas importações
quintuplicadas entre 2004 e 2006, representando, em 2006, um déficit
de US$ 7,0 milhões, com a particularidade que o total das importações
é proveniente dos Estados Unidos.

Duas observações importantes envolvendo equipamentos de medicina


nuclear: a partir de 2004, o país deixou de importar equipamentos
de rádio cobalto de uso médico – bomba de cobalto. Há mais de
três anos as importações de equipamentos de cintilografia registram

3. Descrição do Panorama Atual


valores pequenos.

A classe outros equipamentos de cintilografia registrou US$ 0,1


milhão de importações e nenhum valor exportado, representando
um déficit de US$ 0,10 milhão. Aparentemente, foram importações
isoladas com origem na Hungria, de US$ 0,07 milhão e Estados
Unidos US$ 0,03 milhão.

Os dispositivos e aparelhos utilizados para audição são considerados


no subsetor de implantes e equipamentos de reabilitação. Os
números correspondentes a aparelhos e partes para facilitar a audição
demonstram a completa dependência das importações nesta área,
registrando, em 2006, o valor de US$ 34,00 milhões. Os números
relativos aos audiômetros complementam o desempenho comercial
de dispositivos médicos para audição.

As importações de audiômetros registraram US$ 0,9 milhão, e as


exportações foram inexpressivas, resultando em um déficit de US$ 0,9
milhão. Tiveram como principais países de origem a Dinamarca, com o
valor de US$ 0,53 milhão, e os Estados Unidos, com US$ 0,2 milhão.

Os dispositivos médicos da área de oftalmologia são considerados


neste subsetor de equipamentos, exceto classe de Lentes Intra-ocula-
res, cujos dados comerciais são considerados no subsetor de implantes
e alcançaram, em 2006, US$ 11,5 milhões de importações e US$ 1,55
milhões de exportações. As tabelas seguintes consideram três classes
de produtos: outros aparelhos de raios ultravioleta ou infraver-
melho, microscópios binoculares para cirurgia oftalmológica
e outros instrumentos e aparelhos para oftalmologia. É prová-
vel que parte dos aparelhos para cirurgia que operam por laser seja
destinada para oftalmologia, mas suas informações comerciais serão
consideradas em conjunto com os demais equipamentos cirúrgicos.

113
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

A classe outros aparelhos de raios ultravioleta e infravermeho


registrou importações de US$ 1,41 milhão e as exportações alcançaram
US$ 0,18 milhão, resultando em um déficit de US$ 1,23 milhão.
Tiveram como principal país de origem a Alemanha, com o valor de
US$ 0,93 milhão.

A classe microscópios binoculares para cirurgia oftalmológica


registrou importações de US$ 1,48 milhão, e as exportações
alcançaram US$ 0,44 milhão, resultando em um déficit de US$ 1,04
milhão. Tiveram como principais países de origem a Alemanha, com o
valor de US$ 1,11 milhão, e a Suíça, com US$ 0,35 milhão. Por outro
lado, os principais destinos de nossas exportações foram a Austrália,
com o valor de US$ 0,13 milhão, os países da América do Sul, com
US$ 0,11 milhão, e os Estados Unidos, com aproximadamente US$
0,1 milhão.

114 Para a classe outros instrumentos e aparelhos de oftalmologia


registra-se importações de US$ 12,90 milhões e as exportações
alcançaram US$ 0,64 milhões, resultando em um déficit de US$
12,26 milhões. Parte substancial das importações tem origem nos
Estados Unidos (85%), Alemanha e Japão. A Tabela 42 detalha os
dados comerciais de importação e exportação, em 2006, para esta
classe de produto.

Tabela 42 Exportações e importações de outros instrumentos e


aparelhos de oftalmologia
Mercado ou País Exportações Importações
EUA 0,13 10,23
Alemanha 0 0,89
Japão 0 0,59
Suíça 0 0,31
Holanda 0 0,27
Continua
Tabela 42 Continuação

3. Descrição do Panorama Atual


França 0 0,15
Coréia do Sul 0 0.14
Porto Rico 0 0,1
China 0 0,1
Austrália 0,17 0,07
Reino Unido 0,01 0,03
Índia 0,03 0,02
Peru 0,05 0
México 0,06 0
Venezuela 0,05 0
Argentina 0,03 0
Turquia 0,03 0
Uruguai 0,02 0
Angola 0,01 0
Bolívia 0,01 0
Líbano 0,01 0
Tailândia 0,01 0
Total 0,62 12,9
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

A classe aparelhos para terapia intra-uretral por microondas


registrou importações de US$ 0,04 milhão e nenhuma exportação,
resultando em um déficit de US$ 0,04 milhão. As importações tiveram
origem na França e nos Estados Unidos, com metade do valor para
cada país.

Ainda, a classe aparelhos de mecanoterapia, de massagem, de


psicotécnica alcançou exportações no valor de US$ 4,33 milhões,
enquanto as importações registraram US$ 1,42 milhão, resultando
em um superávit de US$ 2,91 milhões. A Tabela 43 detalha os dados
comerciais de importação e exportação para essa classe de produto.

115
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Tabela 43 Exportações e importações de aparelhos de mecanoterapia,


massagem e psicotécnica, no ano de 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
EUA 3,13 0,21
Paraguai 0,22 0
Uruguai 0,15 0
Trinidad e Tobago 0,12 0
El Salvador 0,1 0
Equador 0,08 0
Bolívia 0,06 0
Venezuela 0,05 0
Portugal 0.05 0
Angola 0,04 0
Chile 0,04 0
Grécia 0,04 0
Honduras 0,04 0
Argentina 0,03 0,02
116 Panamá 0,03 0
Colômbia 0,02 0
Nicarágua 0,02 0
Turquia 0,02 0
África do Sul 0,01 0
Gâmbia 0,01 0
México 0,01 0
Nigéria 0,01 0
China 0 0,55
Hong Kong 0 0,39
Espanha 0 0,07
Reino Unido 0 0,06
Israel 0,01 0,05
Itália 0 0,02
Suíça 0 0,02
Total 4,3 1,4
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006
Quanto aos equipamentos médico-hospitalares utilizados em

3. Descrição do Panorama Atual


processos cirúrgicos, apresentam-se a seguir os destaques de alguns
itens. A endoscopia é uma modalidade de diagnóstico muito abrangente,
compreendendo diversas utilizações, equipamentos e acessórios. Os
modelos de maior valor agregado são os equipamentos eletrônicos
utilizados para a prática de vídeo-endoscopia. Os principais fabricantes
no Brasil e no mundo são mencionados nas Tabelas 44 e 45.

Tabela 44 Principais fabricantes no Brasil de equipamentos médico-hospitalares em processos cirúrgicos


Processador de
Fabricante Cidade/Estado Fonte de Luz Cateteres
vídeo
Endoview Recife – PE X X X
H. Strattner Rio de Janeiro – RJ X
Komlux Campinas – SP X
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Tabela 45 Principais fabricantes mundiais de equipamentos médico-hospitalares em processos cirúrgicos


Processador de
Fabricante Cidade/Estado Fonte de Luz Cateteres
vídeo
ACMI EUA X X X
ASAP Alemanha X X
Fujinon Japão X X X
Karl Storz Alemanha X
Olympus Japão X X X
Pentax Japão X X X
Richard Wolf Alemanha X X X
Stryker EUA X X X
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

A empresa brasileira Endoview foi a primeira empresa latino-americana


a produzir endoscópios. Essa empresa oferece no mercado sistemas
de endoscopia completos (endoscópio, processador de imagem e
fonte de luz) além de equipamentos auxiliares como o insuflador de
CO2 e a bomba de sucção/injeção. As demais empresas locais têm
enfoque nas fontes de luz e outros equipamentos auxiliares. No caso
da H. Strattner a empresa representa no Brasil fabricantes mundiais

117
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

de sistemas de endoscopia, de forma a complementar o grupo de


produtos que oferece ao mercado.

Aparentemente, os equipamentos nacionais concorrem em igualdade


com as grandes multinacionais asiáticas e européias no mercado
nacional e internacional, principalmente a Endoview. Os produtos têm
menores custos que os importados, mas com qualidade equivalente
ou até superior em alguns casos. As diferenças no preço final do
produto chegam a 30% ou mais, quando se analisam os gastos com
manutenção e suprimentos.

No ano de 2006, a classe endoscópios tipo NCM 9018.19.10


registrou importações no valor de US$ 8,96 milhões, enquanto as
exportações alcançaram um valor inexpressivo, resultando em um
déficit de US$ 8,96 milhões. As importações tiveram como origem
o Japão, com US$ 7,51 milhões; Alemanha, com US$ 0,71 milhão;
118 EUA US$ 0,44 milhão, e Israel, com US$ 0,23 milhão, refletindo a
hegemonia de empresas de tecnologias de imagem, nascidas no
Japão.

No ano de 2006, a classe endoscópios do tipo NCM 9018.90.94


registrou importações no valor de US$ 1,95 milhão enquanto as
exportações alcançaram um valor inexpressivo, resultando em um
déficit de US$ 1,95 milhão. As importações em 2006 tiveram como
origem os Estados Unidos com o valor de US$ 1,40 milhões e a
Alemanha com US$ 0,55 milhão.

A classe de produtos aparelhos para cirurgia que operem por


laser envolve os bisturis cirúrgicos a laser e equipamentos considerados
cirúrgicos para procedimentos de oftalmologia.

No ano de 2006, a classe aparelhos para cirurgia que operem


por laser registrou importações no valor de US$ 3,76 milhões
enquanto as exportações alcançaram um valor inexpressivo,

3. Descrição do Panorama Atual


resultando em um déficit de US$ 3,76 milhões. As importações em
2006 tiveram como origem os Estados Unidos US$ 2,29 milhões,
Alemanha US$ 1,25 milhão, Austrália US$ 0,10 milhão e a Suíça
com US$ 0,10 milhão.

No ano de 2006, a classe bisturis elétricos registrou importações no


valor de US$ 1,39 milhões enquanto as exportações alcançaram US$
0,65 milhões, resultando em um déficit de US$ 0,74 milhões.

A Tabela 46 detalha os dados comerciais de importação e exportação


no ano de 2006 para esta classe de produto.

Tabela 46 Exportações e importações de bisturis elétricos, no ano de


2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
China 0,20 0
México 0,16 0
Venezuela 0,07 0
Alemanha 0,05 0,03
Eua 0,03 1,03
Paraguai 0,03 0
Tailândia 0,03 0
Angola 0,02 0
Nicarágua 0.02 0
Índia 0,02 0
Rússia 0,01 0
França 0 0,17
Espanha 0 0,07
Dinamarca 0 0,06
Japão 0 0,02
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

119
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

A classe outros bisturis registrou importações no valor de US$ 2,18


milhões, enquanto as exportações alcançaram US$ 0,02 milhão,
resultando em um déficit de US$ 2,16 milhões. As importações
tiveram origem na China, com US$ 0,8 milhão; Estados Unidos, com
US$ 0,73 milhão; Japão, com US$ 0,6 milhão, e Alemanha, com US$
0,05 milhão.

As classes litotritores por onda de choque, litótomos e outros


litotritores registraram importações no valor de US$ 1,6 milhão e
não houve exportações, resultando em um déficit também de US$ 1,6
milhão. O fato marcante na classe de litotritores é que as importações
quadruplicaram de valor em relação a 2005 e tiveram como origem a
Alemanha, com US$ 1,06 milhão; Israel, com US$ 0,4 milhão; Suíça,
com US$ 0,07 milhão, e EUA, com US$ 0,03 milhão.

Mesas para operação cirúrgica são utilizadas para acomodação


120 do paciente durante intervenção ou procedimento cirúrgico de
pequeno, médio e grande porte, permitindo ao cirurgião posicioná-
lo de acordo com a necessidade de cada tipo de cirurgia e da técnica
a ser empregada. Os principais fabricantes no Brasil e no mundo são
mencionados nas Tabelas 47 e 48.

Tabela 47 Principais fabricantes no Brasil de mesas cirúrgicas


Fabricante Cidade Estado
Baumer Mogi Mirim SP
Ortosíntese São Paulo SP
Mercedes-IMEC São Paulo SP
Sismatec Curitiba PR
Synamed São Paulo SP
Barrfab Caxias do Sul RS
KSS São José dos Pinhais PR
Cimed Porto Alegre RS
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006
Tabela 48 Principais fabricantes mundiais de mesas cirúrgicas

3. Descrição do Panorama Atual


Fabricante País
Maquet Alemanha
Schaerer Alemanha
Trumpf Alemanha
Amsco Estados Unidos
Shampaine Estados Unidos
Skytron Alemanha
Midmark Estados Unidos
Dixons Reino Unido
Enco Republica Tcheca
Jorg & John Alemanha
Biçakcilar Turquia
UFSF Alemanha
Eschmann Reino Unido
Brumada Alemanha
ACM China
Medin Bielorrussia
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

As mesas cirúrgicas nacionais têm custo inferior às similares importadas


e menor valor agregado. De maneira geral, as mesas cirúrgicas
importadas utilizam microprocessadores, componentes certificados,
controles remotos sem fio, manutenção técnica remota, materiais
mais leves e resistentes, como a fibra de carbono, além de alguns
tipos de movimentos que ainda não foram desenvolvidos nas mesas
de fabricação nacional.

A norma brasileira aplicável a esses equipamentos é a NBR IEC 60601-


2-46, que se encontra na mesma versão da norma International
Electrotechnical Commission (IEC). Atualmente, existe capacitação
laboratorial no Brasil para realização dos ensaios necessários para
certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e

121
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Qualidade Industrial (INMETRO). Entretanto, como a certificação é


voluntária, poucos fabricantes a possuem.

A classe mesas para operação cirúrgica registrou importações -


exclusivamente dos países desenvolvidos - no valor de US$ 4,76 milhões,
e as exportações alcançaram o valor de US$ 0,9 milhão, resultando em
um déficit de US$ 3,86 milhões. As importações duplicaram de valor
em relação a 2005, enquanto as exportações se mantiveram no mesmo
patamar. A Tabela 49 detalha os dados comerciais de importação e
exportação para essa classe de produto.

Tabela 49 Exportações e importações de mesas cirúrgicas (milhões US$/FOB)


Fabricante Cidade Estado
Venezuela 0,32 0
Rússia 0,1 0
África do Sul 0,07 0
Cuba 0,06 0
122 Emirados Árabes 0,04 0
Equador 0,04 0
Paraguai 0,04 0
Angola 0,03 0
Nicarágua 0.03 0
Chile 0,02 0
Colômbia 0,02 0
EUA 0.02 0,41
México 0.02 0
Peru 0,02 0
Bolívia 0,01 0
Egito 0,01 0
Honduras 0,01 0
Holanda 0,01 0
Panamá 0,01 0
Uruguai 0,01 0
Alemanha 0 4,04
Suécia 0 0,24
Japão 0 0,07
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006
Tabela 50 Exportações e importações de camas hospitalares (milhões US$/FOB)

3. Descrição do Panorama Atual


Mercado ou País Exportações Importações
Tailândia 0,3 0
Bolívia 0,22 0
México 0,1 0
República Dominicana 0,04 0
Nicarágua 0,02 0
Reino Unido 0,02 0
Angola 0,01 0
Chile 0,01 0
Peru 0.01 0
Rússia 0,01 0
Ucrânia 0,01 0
Canadá 0 2,28
EUA 0 1
China 0 0,51
Alemanha 0 0,38
Taiwan 0 0,35
Coréia do Sul 0 0,02
Total 0,75 4,54
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

A classe outros mobiliários para medicina, cirurgia e odontologia


registrou importações no valor de US$ 1,22 milhão, e as exportações
alcançaram US$ 1,88 milhão, resultando em um superávit de US$
0,66 milhão. No caso de mobiliário hospitalar, as exportações são
distribuídas com destaque para os países da América do Sul e para
o México. A Tabela 51 detalha os dados comerciais de importação e
exportação para essa classe de produto.

Tabela 51 Exportações e importações de outros mobiliários para


medicina, cirurgia e odontologia, no ano de 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou País Exportações Importações
Venezuela 0,26 0
México 0,24 0
Chile 0,14 0
Equador 0,14 0
Continua

123
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Tabela 51 Continuação
Angola 0,12 0
Arábia Saudita 0,12 0
EUA 0,12 0,91
Porto Rico 0,07 0
Bolívia 0.05 0
Argentina 0,04 0,05
Cingapura 0,04 0
África do Sul 0,03 0
Colômbia 0,03 0
Costa Rica 0,03 0
Emirados Árabes 0,03 0
Irã 0,03 0
Jamaica 0,03 0
Malásia 0,03 0
Nicarágua 0,03 0
Canadá 0,02 0
Croácia 0,02 0
Cuba 0,02 0
124 Indonésia 0,02 0
Portugal 0,02 0
Rússia 0,02 0
Egito 0,01 0
Espanha 0,01 0,01
Honduras 0,01 0
Israel 0,01 0
Peru 0,01 0
Paraguai 0,01 0
Reino Unido 0,01 0
República Dominicana 0,01 0
Uruguai 0,01 0
Alemanha 0 0,12
Japão 0 0,03
China 0 0,02
França 0 0,02
Holanda 0 0,02
Total 1,79 1,18
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006
Tabela 52 Principais fabricantes no Brasil de foco cirúrgico

3. Descrição do Panorama Atual


Fabricante Cidade Estado
Baumer Mogi Mirim SP
Ortosíntese São Paulo SP
Inpromed Curitiba PR
Sismatec Curitiba PR
Mark Should Goiania GO
Asclepios São Paulo SP
KSS São José dos Pinhais PR
CMOS Drake Belo Horizonte MG
Remac Rio de Janeiro RJ
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Tabela 53 Principais fabricantes mundiais de foco cirúrgico


Fabricante País
Maquet Alemanha
Trumpf Alemanha
Brandon Medical Reino Unido
Dräger Alemanha
Hela Force China
Derungs Suíça
Biçakcilar Turquia
Gerbüder Martin Alemanha
Heraeus Alemanha
Spahn Alemanha
Midmark Estados Unidos
DRE Estados Unidos
ACM China
Siemens Alemanha
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

De maneira geral, o preço no mercado dos focos cirúrgicos nacionais


é inferior aos importados. As principais diferenças recaem sobre os
materiais e recursos óticos utilizados: focos nacionais são normalmente
fabricados com polímeros ou alumínio e utilizam lâmpadas halógenas,
enquanto parte dos focos importados já utilizam estrutura de fibra de
carbono e muitos já têm sistema ótico com base em LED, tendência
já reconhecida pelos fabricantes nacionais, pois o LED tem vida útil

125
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

muito superior à das lâmpadas halógenas, consome quantidade


menor de energia e permite ajuste de cor e intensidade de acordo com
a configuração mais adequada ao procedimento cirúrgico específico.

O preço desses equipamentos pode variar de R$ 3 mil a R$ 80 mil,


dependendo dos recursos existentes e, segundo fabricantes locais, há
um déficit de 2.500 equipamentos no Brasil, sem levar em conta que
muitas unidades instaladas são obsoletas, quando não se encontram
danificadas.

Com relação à regulamentação técnica, os focos cirúrgicos são


considerados equipamento de baixo risco, não havendo exigência de
certificação antes da colocação no mercado.

O Brasil dispõe de capacitação laboratorial para a realização de ensaios


necessários a uma eventual certificação INMETRO; nesse caso, só será
126 utilizada a norma brasileira geral NBR IEC 60.601-1, uma vez que
ainda não há norma particular específica para os focos cirúrgicos.

As importações da classe outros instrumentos e aparelhos para


medicina, cirurgia, etc., registraram US$ 64,64 milhões, enquanto
as exportações alcançaram US$ 8,46 milhões, resultando em um
déficit de US$ 56,18 milhões nos itens contemplados no grupo. Em
relação a 2005, as importações aumentaram mais de 40%, enquanto
as exportações cresceram menos de 15%, elevando em 33% o déficit
nessa classe de produto.

O detalhamento da origem das importações e destino das exportações


dessa classe de produto, mostrado na Tabela 54, não revela informações
sobre a natureza dos equipamentos e dispositivos comercializados.
Entretanto, traz informações que confirmam a hipótese anteriormente
mencionada de que algumas corporações vêm mudando a estratégia
de comercialização, passando a diversificar seus pólos de exportação.
Isso se confirma pelas importações da Colômbia (US$ 3,29 milhões),

3. Descrição do Panorama Atual


Paquistão (US$ 2,21 milhões) e República Dominicana (US$ 1,58
milhão), países que não contam com fabricantes nacionais de produtos
dessa classificação.

Tabela 54 Destino das exportações e origem das importações de outros instrumentos e aparelhos para
medicina, cirurgia, etc, no ano de 2006
País Exportações Importações País Exportações Importações
1º Venezuela 0,82 0 31º Espanha 0,04 0,05
2º México 0,78 0,08 32º Itália 0,04 0,98
3º Argentina 0,74 0,14 33º Holanda 0,04 0,31
República
4º Colômbia 0,47 3,29 34º 0,04 1,58
Dominicana
5º Alemanha 0,44 12 35º Egito 0,03 0,04
6º França 0,42 0,86 36º Finlândia 0,03 2,81
7º Angola 0,38 0 37º Honduras 0,03 0
8º Rússia 0,38 0 38º Malásia 0,03 0
9º Peru 0,35 0 39º Reino Unido 0,03 0,9
10º EUA 0,28 31,24 40º Cingapura 0,02 0
Emirados
11º Chile 0,27 0 41º 0,02 0
Árabes
12º Equador 0,27 0 42º Grécia 0,02 0
13º Cuba 0,26 0 43º Índia 0,02 0,05
14º Bolívia 0,22 0 44º Outros 0.16 0,03
15º Haiti 0,21 0 45º Paquistão 0 2,21
16º Turquia 0,21 0,02 46º Suíça 0 1,21
17º Tailândia 0,18 0,12 47º Suécia 0 1,02
18º Uruguai 0,15 0,31 48º Japão 0 0,87
19º Bélgica 0,14 0 49º Canadá 0 0,83
20º Guatemala 0,14 0 50º China 0 0,69
Continua

127
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Tabela 54 Continuação
21º Marrocos 0,14 0 51º Dinamarca 0 0,63
22º Taiwan 0,13 0,01 52º Irlanda 0 0,59
23º Sudão 0,12 0 53º Porto Rico 0 0,47
24º Paraguai 0,1 0 54º Portugal 0 0,45
25º Cazaquistão 0,07 0 55º Áustria 0 0,3
26º Arábia Saudita 0,06 0 56º Coréia do Sul 0 0,19
27º Irã 0,06 0 57º Israel 0 0,1
28º El Salvador 0,05 0 58º Costa Rica 0 0,09
29º África do Sul 0,04 0 59º Filipinas 0 0,04
30º Austrália 0,04 0,01 60º Polônia 0 0,04
Total 8,46 64,56
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

No Quadro 4, há um breve resumo dos números desse subsetor.

Quadro 4 Resumo do subsetor de equipamentos médico-hospitalares, no ano de 2006 (milhões US$/FOB)


128 Item Exportações Importações Saldo
Esterilizadores médicos, cirúrgicos e outros esterilizadores 2,88 5,83 -2,95
(02 classes)
Cadeiras de rodas 0,28 0,66 -0,38
Microscópios óticos (04 classes) 1,59 16,47 -14,88
Equipamentos de monitoração e medição de parâmetros 0,43 17,2 -16,77
fisiológicos
Partes de aparelhos de eletrodiagnóstico 0,93 17,76 -16,83
Eletrocardiógrafos 0,12 1,37 -1,25
Cardiodesfibriladores automáticos 1,1 12,76 -11,66
Desfibriladores externos automáticos 0,09 2,09 -2
Aparelhos de osmose reversa 0 3,14 -3,14
Rins artificiais 0 12,2 -12,2
Respiradores, máquinas de anestesia (06 classes) 7,68 27,63 -19,95
Incubadoras para recém-nascidos 8,16 0,06 8,1
Scanner de tomografia, emissão de positrons 0 7 -7
Outros equipamentos de cintilografia 0 0,1 -0,1
Audiômetros 0 0,9 -0,9
Outros aparelhos de raios ultravioleta e infravermelho 0,18 1,41 -1,23
Continua
Quadro 4 Continuação

3. Descrição do Panorama Atual


Microscópios binoculares para cirurgia oftalmológica 0,44 1,48 -1,04
Outros instrumentos e aparelhos de oftalmologia 0,64 12,9 -12,26
Aparelhos para terapia intra-uretral por microondas 0 0,04 -0,04
Aparelhos de mecanoterapia, de massagem, de psicotécnica 4,33 1,42 2,91
Endoscópios 0 8,96 -8,96
Endocoscópios 0 1,95 -1,95
Aparelhos para cirurgia que operem por laser 0 3,76 -3,76
Bisturis elétricos 0,65 1,39 -0,74
Outros bisturis 0,02 2,18 -2,16
Litotritores por onda de choque, litótomos e outros 0 1,6 -1,6
litotritores (02 classes)
Mesas para operação cirúrgica 0,9 4,76 -3,86
Camas dotadas de mecanismos para usos clínicos 0,75 4,55 -3,8
Outros mobiliários para medicina, cirurgia e odontologia 1,88 1,22 0,66
Outros instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia, 8,46 64,64 -56,18
etc.
Total 41,51 237,43 -195,92
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

3.1.3.1.4 Implantes e Reabilitação

Este subsetor compreende produtos médicos ativos e não ativos


destinados a substituir ou apoiar funções motoras, visuais, auditivas,
circulatórias, e outras funções fisiológicas.

Os dispositivos não ativos compreendem, principalmente, órteses e


próteses articulares de membros superiores e inferiores, femurais,
próteses de artérias vasculares e válvulas cardíacas mecânicas, próteses
mamárias, endopróteses expansíveis (stent), oclusores interauriculares
e lentes intra-oculares.

Os dispositivos ativos - implantáveis e não implantáveis - englobam


produtos e equipamentos que incorporam tecnologias assemelhadas às
dos equipamentos médico-hospitalares. Válvulas cardíacas não mecânicas,
marcapassos, externo e implantável, equipamentos de audiometria e
prótese articulares mioelétricas, são alguns exemplos destes dispositivos.

129
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

As tecnologias de materiais, orgânicos e inorgânicos,


biocompatíveis e bioregeneradores constituem pilares do
desenvolvimento tecnológico do subsetor. Adicionalmente, a
microeletrônica utilizada para captação e tratamento de sinais
mioelétricos, constitui-se no ativo científico e tecnológico central
para os dispositivos ativos.

Os produtos caracterizados como órteses integram este subsetor


com expressivo peso econômico. Dentre eles, destacam-se
os artigos, aparelhos e equipamentos utilizados em suporte
ortopédico e recuperação de fraturas. As informações comerciais
de exportação e importação são organizadas segundo o critério
utilizado pela ABIMO para caracterizar o subsetor. Em alguns casos,
a classificação não é considerada como, por exemplo, cadeiras de
rodas. Nesses casos, as informações comerciais desses produtos são
consideradas.
130
Com a finalidade de organizar as informações deste subsetor, são
consideradas três famílias de produtos de implantes e mais
material de consumo, procurando, com alguma arbitrariedade,
organizar os produtos ativos e não-ativos de acordo com sua
função precípua:

• próteses e dispositivos ativos e não-ativos ortopédicos;


• próteses e dispositivos ativos e não-ativos vasculares e cardíacos;
• aparelhos e dispositivos auditivos e lentes intra-oculares.

Na Tabela 55 são apresentados números do mercado internacional


desse subsetor, separados em primeiro para os países desenvolvidos
e, em seguida, para os países em desenvolvimento. Estão expressos
o volume total de exportações (EXP) e importações (IMP), a balança
comercial (S. BAL) e o saldo corrente (S. CTE) comercializado, bem
como a evolução desse mercado de 2005 para 2006.
Tabela 55 Comércio em 2006 e evolução 2005/2006 do subsetor de implantes e material de consumo, 2006 (mil US$)

3. Descrição do Panorama Atual


Implantes e Material de Consumo em 2006 (mil US$) Evolução 05/06
Comércio Exp. Imp. S. Bal S. CTE Exp. Imp.
Países Desenvolvidos 149588 449800 -300211 599388 8,50% 15,60%
Países em Desenvolvimento 135441 145827 -10386 281268 14,80% 26,40%
TOTAL 285029 595627 -310597 880656 11,40% 18,10%
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2007

Na Tabela 55, observa-se que o subsetor apresentou aumento pouco


superior a 5% nas exportações, porém com grande aumento nas
importações dos países desenvolvidos, que apresentam um volume
três vezes menor nas vendas, ampliando ainda mais o saldo deficitário
na balança comercial. Para os países em desenvolvimento, ocorreu
aumento substancial nas exportações, porém as importações tiveram
crescimento considerável, deixando o saldo na balança comercial
desfavorável para o país.

Na análise geral do comércio do subsetor, observa-se crescimento


nas exportações, porém metade do crescimento das importações. O
volume do saldo da balança é desfavorável ao Brasil, mostrando a
forte dependência do país ao mercado internacional, principalmente
dos países desenvolvidos.

No Anexo V, pode-se analisar com detalhes todos os itens, incluindo


o volume comercializado e a evolução de 2005 para 2006, podendo-
se verificar a relevância de cada item para o subsetor de Implantes e
Material de Consumo. Da análise do subsetor, apresentam-se a seguir
os destaques de alguns itens.

A família de próteses e dispositivos ativos e não-ativos


ortopédicos compreende extensa variedade de produtos, ativos
e não-ativos, englobando os implantes ortopédicos e artigos
e equipamentos de suporte a processos ortopédicos e de
recuperação de fraturas.

131
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Em cimentos para reconstituição óssea, as importações


representaram cerca de US$ 1,47 milhão e exportações de US$ 0,18
milhão, resultando em um déficit de US$ 1,29 milhão. Fato relevante
é que cerca de metade das importações deste produto vem da Irlanda
e cerca de 30%, dos EUA.

Os artigos e aparelhos ortopédicos registraram importações de


US$ 1,39 milhão, e as exportações alcançaram US$ 0,61 milhão,
resultando em um déficit de US$ 0,78 milhão. O fato a destacar
é que 90% do valor das importações são procedentes dos EUA.
Quanto aos artigos e aparelhos para fraturas, dois fatos
chamam a atenção na evolução das importações nos últimos três
anos. Em primeiro lugar, dobram no período, em segundo lugar,
as importações tiveram como origem os EUA, Suíça e Alemanha,
respectivamente, com os valores de US$ 10,5 milhões, US$ 10
milhões e US$ 5,5 milhões, o que pode ser indicativo de que os
132 produtos importados contam com maior valor agregado. Por outro
lado, as exportações destinaram-se para a América do Sul, com US$
3,2 milhões, México, com US$ 0,8 milhão, e América Central, com
US$ 0,5 milhão. As importações registraram US$ 34,23 milhões e
as exportações alcançaram US$ 6,07 milhões, resultando em um
déficit de US$ 28,16 milhões.

Nas classes de partes de aparelhos de ortopedia e fratura e


aparelhos de ortopedia articular, ocorreu relativo equilíbrio
na balança comercial em 2006. As exportações brasileiras estão
concentradas no item outras partes de aparelhos de ortopedia
e fratura. No item Partes e aparelhos de ortopedia articular estão
concentradas as importações dos países desenvolvidos, principalmente
dos EUA, que contribuíram com US$ 2,8 milhões no valor das
importações de 2006. No período considerado, as importações
registraram US$ 4,04 milhões, e as exportações alcançaram US$ 4,45
milhões, resultando em um superávit de US$ 0,41 milhão.
Na classe outros artigos e aparelhos de prótese, as exportações,

3. Descrição do Panorama Atual


que em 2004 foram de US$ 10,4 milhões, reduziram-se, em 2006,
para US$ 1,12 milhão. É possível que isso reflita simplesmente a
alocação de valores em outra classificação NCM em 2005 e 2006.
Pode significar também mudança de estratégia de algum fabricante
mundial que tenha deixado de exportar a partir do Brasil. A análise das
importações em 2006 indica que tiveram como origem os EUA, França
e Holanda, com cerca de US$ 3 milhões cada país. As importações
registraram US$ 11,7 milhões, e as exportações alcançaram US$
1,12 milhão, resultando em um déficit de US$ 10,58 milhões.

As importações da classe de produto outros aparelhos implantáveis


para compensar defeito ou incapacidade cresceram mais de 60%
entre 2004 e 2006. Tomando como referência o ano de 2006, foram
importados US$ 3,4 milhões dos EUA e US$ 3,5 milhões da Irlanda. As
importações registraram US$ 8,18 milhões, e as exportações alcançaram
US$ 0,3 milhão, resultando em um déficit de US$ 7,88 milhões.

Outros aparelhos para compensar deficiências ou


enfermidades tiveram os EUA, com US$ 3,4 milhões, e a Suíça,
com US$ 1,6 milhão, como seus principais exportadores para
o Brasil. As importações registraram US$ 6,41 milhões, e as
exportações alcançaram o valor de US$ 0,07 milhão, resultando
em um déficit de US$ 6,34 milhões.

As partes e acessórios de artigos e aparelhos para compensar


deficiência têm procedência dos EUA (70% das importações) e União
Européia, principalmente, Alemanha. As importações registraram US$ 5,75
milhões, e as exportações alcançaram o valor de US$ 0,03 milhão, resultando
em um déficit de US$ 5,72 milhões.

O Brasil importou US$ 5,05 milhões de próteses articulares


femurais dos países desenvolvidos e exportou US$ 1,86 milhão

133
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

para os países em desenvolvimento, resultando em um déficit de


US$ 3,19 milhões. As exportações brasileiras foram destinadas
principalmente para os países da América do Sul, com US$ 1,1
milhão, com destaque para a Venezuela. Por outro lado, as
importações são originárias, principalmente, dos EUA, com US$
2,2 milhões, França, com US$ 0,8 milhão, seguidos da Alemanha
e Irlanda.

As próteses articulares mioelétricas ainda são pouco


utilizadas no Brasil, com trocas comerciais pouco expressivas:
US$ 0,08 milhão de importações da Alemanha. Entretanto, é
um mercado em rápido crescimento nos países desenvolvidos,
particularmente nos EUA.

Outras próteses articulares alcançaram exportações de


US$ 14,46 milhões, enquanto as importações registraram US$
134 15,28 milhões, resultando em um déficit de US$ 0,82 milhão. Essa
classe de produto é bastante representativa das próteses articulares
e o ano de 2005 se constituiu em um marco de consolidação das
exportações para os países em desenvolvimento e desenvolvidos.
Entretanto, houve um reaquecimento das importações em 2006,
que aumentaram 50% em relação a 2005, enquanto as exportações
cresceram apenas 10% no período. De um superávit de US$ 3
milhões em 2004, a balança comercial desse produto apresentou,
em 2006, um déficit de US$ 0,82 milhão. O Brasil importa essa
classe de produto da União Européia e Estados Unidos, e 90% de
nossas exportações têm como destino os países da América do Sul,
México e Estados Unidos. Na Tabela 56, são indicados os números,
destinos e origens de 90% de nossas exportações e importações. O
fato marcante é que a União Européia aumentou expressivamente
as exportações para o Brasil, com destaque para a França que, em
2005, havia exportado US$ 3,1 milhões e, em 2006 (até novembro),
US$ 6,5 milhões.
Tabela 56 Exportações e importações de outras próteses articulares, 2005 a 2006 (milhões US$/FOB)

3. Descrição do Panorama Atual


Mercado ou país Exportações Importações
2005 2006 2005 2006
Alemanha 4,1 3,72 0,45 0,64
Argentina 2,75 2,51 0 0
Colômbia 1,75 1,7 0 0
Venezuela 0,77 1,22 0 0
México 1,1 0,96 0 0
EUA 0,46 0,6 5,54 5,16
Chile 0,38 0,46 0 0
Turquia 0,21 0,26 0 0
Ecuador 0,19 0,25 0 0
Peru 0,16 0,19 0 0
Uruguai 0,13 0,17 0 0
França 0 0 3,14 6,5
Suíça 0 0 0,47 0.33

Irlanda 0 0 0,1 0,3


Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

As importações de partes de próteses modulares substitutas


são oriundas da Alemanha (US$ 1,58 milhão) e EUA (US$ 0,8
milhão). Aparentemente, existe algum esforço local para entrar
nesse mercado, como sugerem os discretos números de exportações.
As importações registraram o valor de US$ 2,38 milhões, e as
exportações alcançaram US$ 0,17 milhão, resultando em um déficit
de US$ 2,21 milhões.

A Tabela 57 resume as informações comerciais da extensa família de


próteses e dispositivos ativos e não-ativos ortopédicos, até
aqui analisadas.

135
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Tabela 57 Resumo da família de próteses e dispositivos ativos e não-ativos ortopédicos, 2006


(milhões US$/FOB)
Exportações Importações Saldo
Cimentos para reconstituição óssea 0,18 1,47 -1,29
Artigos e aparelhos ortopédicos 0,61 1,39 -0,78
Artigos e aparelhos para fraturas 6,07 34,23 -28,16
Partes de aparelhos de ortopedia e fratura e
4,45 4,04 0,41
aparelhos de ortopedia articular
Outros artigos e aparelhos de prótese 1,12 11,7 -10,58
Outros aparelhos implantáveis para compensar
0,3 8,18 -7,88
defeito ou incapacidade
Outros aparelhos para compensar deficiências ou
0,07 6,41 -6,34
enfermidades
Partes e acessórios de artigos e aparelhos para
0,03 5,75 -5,72
compensar deficiência
Próteses articulares femurais 1,86 5,05 -3,19
Próteses articulares mioelétricas 0 0,08 -0,08
Outras próteses articulares 14,46 15,28 -0,82
136 Partes de próteses modulares substitutas 0,17 2,38 -2,21
Total 29,32 95,96 -66,64
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Na família de próteses e dispositivos ativos e não-ativos


vasculares e cardíacos, são analisadas informações comerciais
relativas a 2004, 2005 e 2006, compreendendo os dispositivos
ativos e não-ativos de intenção de uso vascular e cardíaca.
Assim, são analisadas as válvulas cardíacas, stents, próteses de
artérias vasculares revestidas, próteses mamárias, marca-passos e
respectivos acessórios e peças.

O Brasil conta com alguns fabricantes de válvulas cardíacas mecânicas


que operam no mercado interno e tem realizado exportações, nessa
classe de produto, para países da América do Sul, EUA e Suíça. De fato,
o grande volume das exportações brasileiras está consignado na classe
de produtos outras válvulas cardíacas, posteriormente analisada.
Fato que chama a atenção são os valores de importações dos países

3. Descrição do Panorama Atual


em desenvolvimento, superiores aos dos países desenvolvidos. Quase
toda importação brasileira na classe de válvulas cardíacas provém
de Porto Rico (US$ 3,3 milhões) e dos Estados Unidos (US$ 1,8
milhão). As importações registraram US$ 5,81 milhões, enquanto as
exportações alcançaram US$ 0,67 milhão, resultando em um déficit
de US$ 5,14 milhões. A análise indica desempenho consistente e
crescente das exportações brasileiras da classe de outras válvulas
cardíacas, sobretudo para os países desenvolvidos. O destino de
nossas exportações é fortemente concentrado na Bélgica, US$ 10,4
milhões; Estados Unidos, US$ 5,11 milhões; e Austrália, US$ 1,84
milhão; tomando como referência o ano de 2006. Por outro lado,
as importações brasileiras tiveram origem nos Estados Unidos,
com US$ 0,64 milhão, e Suíça, com US$ 0,32 milhão. No período
considerado, as exportações alcançaram US$ 21,08 milhões,
enquanto as importações registraram US$ 0,96 milhão, resultando
em um superávit de US$ 20,12 milhões.

O marca-passo é um estimulador elétrico que produz pulsos periódicos


que são conduzidos para eletrodos localizados na superfície do
coração. É utilizado em condições patológicas em que o coração não
é estimulado de maneira apropriada. O aumento da população idosa
nos últimos cinco anos impulsiona a demanda por dispositivos como
marca-passos. O mercado mundial de marca-passos já era de US$ 3
bilhões em 2003, com previsão de crescimento anual de pelo menos
5%. Não há no Brasil fabricante de marca-passos implantáveis, que
são os mais utilizados. As empresas nacionais parecem dominar a
tecnologia de geração e controle do sinal, porém não a tecnologia
necessária para equipamento a ser implantado (controle telemétrico,
por exemplo), nem as técnicas de encapsulamento. Entre as dificuldades
tecnológicas para maior integração do produto, encontra-se a limitação
para aquisição e utilização de componentes e tecnologias de menor
tamanho, por exemplo, a montagem em superfície.

137
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

O aumento da população idosa nos últimos 5 anos, impulsiona a


demanda por dispositivos como o marca-passos. O mercado mundial
de marca-passos já era de US$ 3,0 bilhões em 2003, com previsão de
crescimento anual de pelo menos 5%.

Não há no Brasil fabricante de marcapasso implantável, que são os


mais utilizados. As empresas nacionais parecem dominar a tecnologia
de geração e controle do sinal, porém não a tecnologia necessária
para um equipamento a ser implantado (controle telemétrico, por
exemplo), nem as técnicas de encapsulamento. Entre as dificuldades
tecnológicas para a maior integração do produto se encontra a
limitação para aquisição e utilização de componentes e tecnologias de
menor tamanho, por exemplo, a montagem em superfície.

A importação de marca-passos vem crescendo, ainda que alguns


fabricantes mundiais argumentem que a demanda está represada
138 pelas dificuldades orçamentárias do SUS. Parte substancial das
importações corresponde a marca-passos implantáveis com maior
padrão de agregação tecnológica. Estas importações, tomando como
referência o ano de 2006, têm origem em quatro países: Alemanha,
com US$ 13,6 milhões; Estados Unidos, com US$ 7,72 milhões;
Suíça, com US$ 6,15 milhões, e Suécia com US$ 1,31 milhão.

A exportação brasileira de marca-passos externos tem como destino


o Caribe e América do Sul. Em 2006, as importações registraram
US$ 28,74 milhões e as exportações alcançaram US$ 0,67 milhão
resultando em um déficit de US$ 28,07 milhões.

A importação de partes e acessòrios de marca-passos cardíacos


obedece à mesma lógica dos equipamentos no que diz respeito às
importações. Estados Unidos e Alemanha foram responsáveis por
mais de US$ 8,00 milhões do total das importações brasileiras desta
classe de produto. A importações registraram US$ 10,49 milhões, e as
exportações alcançaram US$ 0,26 milhão, resultando em um déficit

3. Descrição do Panorama Atual


de US$ 10,23 milhões.

A demanda por importações de implantes expandíveis de aço


inox para dilatar artérias (stents) cresceu mais de 90% entre 2004
e 2006 alcançando, em 2006, importações de US$ 67,75 milhões.
Dentre os países desenvolvidos, as importações da Irlanda, Holanda,
EUA, Suíça e Alemanha, somadas alcançaram US$ 54,00 milhões.
Entre os países em desenvolvimento, o Brasil importou da Índia, em
2006, o valor de US$ 4,54 milhões.

As modestas exportações, refletindo uma incipiente inserção brasileira


neste mercado, alcançaram US$ 1,26 milhão, com produtos destina-
dos principalmente para a União Européia. O déficit em 2006 foi de
US$ 66,49 milhões. Na Tabela 58 são indicados os números e os desti-
nos e origens de 98% de nossas exportações e importações, em 2006.

Tabela 58 Importações e exportações de stents – jan. a nov. 2006 (milhões


US$/FOB)
Mercado ou país Importações Exportações
Irlanda 30,11 0
Holanda 11,05 0,42
EUA 7,24 0,1
Suíça 5,57 0
Índia 4,54 0
Alemanha 2,9 0,27
Itália 2,3 0,16
França 0,94 0
Espanha 0,68 0
China 0,53 0
Dinamarca 0,46 0
Cingapura 0,29 0
Japão 0,19 0
Argentina 0 0,14
Colômbia 0 0,15
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

139
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

A primeira constatação é que a demanda por importação de próteses


de artérias vasculares revestidas praticamente dobrou entre 2004 e
2006. Tal demanda foi suprida, em 2006, por importações dos Estados
Unidos, com US$ 6,1 milhões; Alemanha, com US$ 0,9 milhão; Irlanda
e França, com US$ 0,33 milhão. Aparentemente, o esforço local de
produção ou de exportação a partir do Brasil é incipiente.

Em 2006, as importações registraram US$ 7,63 milhões, e as


exportações alcançaram US$ 0,07 milhão, resultando em um déficit
de US$ 7,56 milhões.

A classe de produtos próteses mamárias não-implantáveis


apresentou, em 2006, importação de US$ 0,01 milhão e nenhuma
exportação, a exemplo do que ocorreu nos anos anteriores.

A Tabela 59 resume as informações comerciais analisadas da extensa


140 família de próteses e dispositivos ativos e não-ativos vasculares
e cardíacos.

Tabela 59 Próteses e dispositivos ativos e não-ativos vasculares e cardíacos, 2006 (milhões US$/FOB)
Exportações Importações Saldo
Válvulas cardíacas mecânicas 0,67 5,81 -5,14
Outras válvulas cardíacas 21,08 0,96 20,12
Marca-passos cardíacos, exceto partes e acessórios 0,67 28,74 -28,07
Partes e acessórios de marca-passos cardíacos 0,26 10,49 -10,23
Implantes expandíveis de aço inox para dilatar 1,26 67,75 -66,49
artérias – stents
Próteses de artérias vasculares revestidas 0,07 7,63 -7,56
Próteses mamárias não-implantáveis. 0 0,01 -0,01
Total 24,01 121,39 -97,38
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Na família dos aparelhos e dispositivos auditivos e lentes intra–


oculares, aparentemente os dispositivos médicos de reabilitação
e suporte à audição constituem produtos negligenciados pela
produção local, embora a demanda interna seja expressiva, como

3. Descrição do Panorama Atual


indicam os valores de importação. Sendo assim, é difícil saber o
nível de agregação tecnológica presente na variedade de produtos
que compõe a classe.

As importações de aparelhos para facilitar a audição de surdos têm


origem em vários blocos econômicos e países. As importações brasileiras
tiveram origem na Dinamarca, com o valor de US$ 10,76 milhões; Suíça,
com US$ 6,02 milhões; EUA, com US$ 4,91 milhões; Austrália, com US$
3,92 milhões; Canadá, com US$ 2,32 milhões; Alemanha, com US$ 2,04
milhões e Cingapura, com US$ 1,58 milhão. Não por acaso, são países
onde a longevidade é maior e se ocupam há mais tempo das deficiências
de maior incidência na população da terceira idade. Os produtos dessa
classe registraram US$ 32,67 milhões de importações, e as exportações
alcançaram US$ 0,03 milhão, resultando em um déficit de US$  30,5
milhões.

Os principais fornecedores de partes e acessórios de aparelhos


para facilitar a audição de surdos são os mesmos que fornecem os
equipamentos. A Dinamarca, com US$ 2,01 milhões, respondeu pela
metade de nossas importações em 2006. As importações registraram
US$ 4,01 milhões, e as exportações, US$ 0,06 milhão, resultando em
um déficit de US$ 3,95 milhões.

Em 2006, as importações registraram US$ 4,01milhões e as exportações


US$ 0,06 milhão, resultando em um déficit de US$ 3,95 milhões.

A classe de produto oclusores interauriculares apresentou pequena


movimentação comercial em 2006. Em resumo, o Brasil importou US$
0,11 milhão do produto dos Estados Unidos.

Dois fatos chamam a atenção ao analisar as informações comerciais


do item lentes intra-oculares. A demanda por importações dessas

141
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

lentes cresceu 90% entre 2004 e 2006. De fato, as cirurgias de catarata


que utilizam esse implante vêm se intensificando no sistema de saúde
brasileiro. Em segundo lugar, o valor das exportações brasileiras dessa
classe de produto cresceu quase 300% nesse período, parecendo
consolidar alguma capacitação local.

O Brasil importa apenas dos países desenvolvidos – US$ 10,97 milhões


dos EUA e US$ 0,8 milhão da União Européia – e exporta, ainda em
pequena escala, para os países da América do Sul, US$ 0,52 milhão;
União Européia, US$ 0,3 milhão; e EUA, US$ 0,53 milhão. A situação
é melhor que a dos dispositivos médicos de suporte auditivo, pois,
nesse caso, há fortes indícios do início de consolidação da capacidade
de produção local. Em 2006, as importações registraram US$ 11,82
milhões, e as exportações alcançaram US$ 1,79 milhão, resultando em
um déficit de US$ 10,03 milhões. A Tabela 60 resume as informações
comerciais da extensa família de aparelhos e dispositivos auditivos
142 e lentes intra–oculares analisadas.

Tabela 60 Aparelhos e dispositivos auditivos e lentes intra-oculares, 2006 (milhões US$/FOB)


Item Exportações Importações Saldo
Aparelhos para facilitar a audição de surdos 0,03 32,67 -32,64
Partes e acessórios de aparelhos para facilitar a
0,06 4,01 -3,95
audição de surdos
Oclusores interauriculares 0 0,11 -0,11
Lentes intra-oculares 1,79 11,82 -10,03
Total 1,88 48,61 -46,73
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

3.1.3.1.5 Insumos e Material de Consumo

Quanto a insumos e material de consumo, o subsetor não faz


parte, a princípio, do escopo do estudo prospectivo tecnológico, mas
inúmeros materiais e dispositivos são utilizados com os equipamentos
ou condicionam o lançamento de novos modelos no mercado. Por esse
motivo, e para verificar a consistência dos números de todo o setor de

3. Descrição do Panorama Atual


equipamentos, são apresentados os dados comerciais dos três últimos
anos do subsetor de insumos médicos, hospitalares e laboratoriais.

As informações sobre as classes de insumos e materiais que integram


o subsetor foram fornecidas pela ABIMO, mas nessa secção foram
incorporadas algumas classes que não vinham sendo consideradas. A
divisão que foi feita para a apresentação dos números de exportação e
importação tem a finalidade de permitir uma compreensão mais ampla
de como determinados insumos estão associados a determinadas
famílias de equipamentos. Assim, as informações são organizadas
para as seguintes famílias:

• Materiais e insumos de uso cirúrgico e terapêutico –


compreende uma extensa variedade de materiais como, por exemplo:
suturas, sondas, cateteres, cânulas, lancetas, luvas para cirurgia e
exames, aventais cirúrgicos, máscaras, grampos, clipes e extratores.
Envolve ainda, seringas e agulhas de diferentes materiais, utilizados
em procedimentos médicos e hospitalares para inúmeras finalidades.
• Outros Insumos e Materiais de Consumo – compreende os
materiais utilizados em curativos como gases e esparadrapos de
diferentes finalidades, bolsas de gelo e água quente, preservativos,
termômetros clínicos, hemodialisadores capilares, aparelhos de
medida de pressão arterial e outros materiais.

Da maneira como as informações comerciais são organizadas, segundo


critério da ABIMO, algumas famílias de equipamentos têm seus
valores lançados nesse subsetor. Este é o caso das bombas de infusão,
máquinas de circulação e, eventualmente, algum equipamento de
medição de pressão.

Na análise dos números, procura-se destacar situações particulares de


competitividade em insumos e materiais, associando-as às respectivas

143
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

famílias de equipamentos para os quais os insumos são utilizados com


maior freqüência.

Os resultados de 2006 mostram que a primeira família, materiais


e insumos de uso cirúrgico e terapêutico, é deficitária em cerca
de US$ 120 milhões e a família outros insumos e materiais de
consumo é superavitária em aproximadamente US$ 40 milhões,
resultando em um déficit de aproximadamente US$ 80 milhões.

Entre os materiais e insumos de uso cirúrgico e terapêutico, em


2006, o item suturas manteve-se no mesmo patamar do superávit
comercial com os países em desenvolvimento, com US$ 37,35 milhões,
e um déficit com os países desenvolvidos de US$ 15,7 milhões.

Nas exportações, têm maior peso suturas cirúrgicas de material sintético,


com mais de US$ 16,8 milhões, destinados principalmente aos países
144 em desenvolvimento. O item de maior peso nas importações outros
filamentos sintéticos registraram US$ 10,5 milhões, originados
principalmente nos países desenvolvidos.

Em síntese, no item de suturas, o Brasil teve, em 2006, uma exportação


expressiva de US$ 43,86 milhões contra uma importação de US$ 22,2
milhões, resultando em um superávit de US$ 21,66 milhões.

Na classe de cateteres, sondas e cânulas, as exportações alcançaram


US$ 14,95 milhões, enquanto as importações registraram US$ 92,07
milhões, sendo mais de 85% oriundas dos países desenvolvidos,
resultando em um déficit de US$ 77,12 milhões.

Chama a atenção o fato de que, dentre os inúmeros itens, as


importações e déficit comercial estão concentrados na classe outras
sondas, cateteres e cânulas, para o qual o Brasil importou, em
2006, US$ 82,54 milhões e exportou US$ 7,26 milhões, com um
déficit de US$ 75,28 milhões, semelhante ao obtido com a soma dos

3. Descrição do Panorama Atual


valores de todas as classes.

As tecnologias de materiais, envolvendo borrachas e plásticos especiais,


são essenciais para desenvolver competência de produção local desses
produtos, que são importados principalmente dos Estados Unidos e
União Européia, como mostram os dados da Tabela 61.

Tabela 61 Origem importações e destino exportações de outras sondas, cateteres e cânulas, 2006
País Exportações Importações País Exportações Importações
1º EUA 0,88 41,49 25º Canadá 0,23 0,15
2º Alemanha 0 6,75 26º Hungria 0 0,15
3º Irlanda 0 5,48 27º Bélgica 1,23 0,14
4º Reino Unido 0 5,03 28º Seychelles 0 0,09
5º França 0 2,81 29º Ilhas do Pacifico 0 0,06
6º China 0,05 2,41 30º Suécia 0 0,05
7º Japão 0,43 2,38 31º Chile 0,43 0,03
8º Índia 0 2,08 32º Egito 0 0.03
República
9º Uruguai 0,06 1,83 33º 0 0.01
Dominicana
10º Suíça 0,03 1,57 34º Peru 0,29 0
11º Porto Rico 0 1,41 35º Angola 0,28 0
12º Itália 0 1,12 36º Hong Kong 0,24 0
13º Malásia 0 1,04 37º Arábia Saudita 0,23 0
14º Colômbia 0,49 1,02 38º Paraguai 0,22 0
15º México 0,73 0,95 39º Bolívia 0,14 0
16º Coréia do Sul 0 0,93 40º Costa Rica 0,12 0
17º Holanda 0,01 0,61 41º Equador 0,11 0
18º Dinamarca 0 0,5 42º Honduras 0,05 0
19º Argentina 0,86 0,49 43º Guatemala 0,03 0
20º Polônia 0 0,46 44º Panamá 0,03 0
21º Taiwan 0 0,43 45º Austrália 0,02 0
22º Tailândia 0 0,41 46º El Salvador 0,02 0
23º Espanha 0 0,31 47º Nicarágua 0,02 0
24º Cingapura 0,02 0,3 48º Paquistão 0,01 0
Total 7,26 82,54
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

145
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Na classe de grampos, clipes, aplicador e extrator para aparelhos


médicos, as importações registraram US$ 22,07 milhões, enquanto
as exportações alcançaram US$ 0,32 milhão, resultando em um déficit
de US$ 21,75 milhões. As importações tiveram origem principalmente
nos Estados Unidos, US$ 20,86 milhões; seguindo-se a Alemanha,
US$ 0,28 milhão; França, US$ 0,25 milhão; Porto Rico, US$ 0,18
milhão; Costa Rica, US$ 0,17 milhão; Japão, US$ 0,16 milhão; Suíça,
US$ 0,11 milhão; além de pequenos valores do México, Reino Unido
e Paquistão. As exportações foram destinadas para a França, US$ 0,14
milhão; Estados Unidos, US$ 0,06 milhão; países da América do Sul,
US$ 0,06 milhão, e para Índia e Alemanha valores menores.

Na classe outras luvas de borracha vulcanizada não endurecida,


foram registradas importações no valor de US$ 66,8 milhões, enquanto
as exportações alcançaram US$ 0,24 milhão, resultando em um déficit
de US$ 66,56 milhões. Cerca de 97% de nossas importações tiveram
146 origem em países da Ásia, principalmente na Malásia, mas outros
países da Europa e os Estados Unidos forneceram luvas de uso
cirúrgico ao Brasil. Assim, nas duas classes, importamos, em 2006,
US$ 71 milhões e exportamos US$ 0,3 milhão, resultando em um
déficit de US$ 70,7 milhões. Segundo alguns fabricantes do subsetor,
essa dependência, que se repete em outros produtos de borracha
vulcanizada não endurecida, como os preservativos, estaria
vinculada à baixa qualidade do látex brasileiro.

Tabela 62 Importações e exportações de luvas para uso cirúrgico e


terapêutico, 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou país Exportações Importações
Malásia 0 55,22
Tailândia 0 6,85
Sri Lanka 0 2,52
China 0 2,38
Continua
Tabela 62 Continuação

3. Descrição do Panorama Atual


EUA 0 0,92
México 0 0,8
Vietnã 0 0.64
Índia 0 0,5
Indonésia 0 0,45
Uruguai 0,02 0,2
Taiwan 0 0,14
Hong Kong 0 0,1
Reino Unido 0 0,08
Alemanha 0 0,05
Coréia do Sul 0 0,04
França 0 0,04
Canadá 0 0,02
Paquistão 0 0,02
Angola 0,18 0
Argentina 0,05 0
Bolívia 0,02 0
Paraguai 0,02 0
Chile 0,01 0
República Dominicana 0,01 0
Total 0,31 70,97
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

As exportações de seringas, de material plástico e outros com


diferentes tamanhos, alcançaram o valor de US$ 8,14 milhões,
enquanto as importações somaram US$ 13,76 milhões, representando
um déficit de US$ 5,62 milhões. As exportações foram destinadas para
os países da América do Sul, US$ 4,76 milhões; Estados Unidos, US$
2,23 milhões; Ásia, US$ 0,6 milhão; e menores valores para a União
Européia e Austrália.

Por outro lado, as importações tiveram origem nos Estados Unidos,


US$ 5,24 milhões; Ásia, US$ 3,8 milhões; América do Sul, US$ 1,73
milhão; União Européia, US$ 1,3 milhão; Suíça, US$ 1,1 milhão; e
Austrália, US$ 0,4 milhão.

147
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Vale destacar que a classe agulhas diz respeito a agulhas tubulares de


metal gengivais, destinadas principalmente ao uso odontológico. Nes-
sa classe, importamos o equivalente a US$ 1,02 milhão e exportamos
US$ 0,05 milhão. Nas cinco classes de agulhas, as exportações alcan-
çaram US$ 34,52 milhões, e as importações registraram US$ 21,92
milhões, resultando em um superávit de US$ 12,6 milhões.

Na classe de agulhas para suturas, com maior impacto nas trocas


comerciais de 2006, as exportações foram destinadas para os Estados
Unidos, com o valor de US$ 10,92 milhões, Porto Rico, US$ 3,18
milhões; Reino Unido, US$ 1,8 milhão; França, US$ 1,66 milhão;
México, US$ 1,39 milhão; Alemanha, US$ 1,3 milhão; Índia, US$ 1,23
milhão; Paquistão, US$ 0,63 milhão; África do Sul, US$ 0,36 milhão;
e pequenos valores para a China e Suíça.

As importações dessa classe tiveram origem na França, US$ 1,06


148 milhão; México, US$ 0,9 milhão; Alemanha, US$ 0,65 milhão;
China, US$ 0,6 milhão; Estados Unidos, US$ 0,58 milhão; Suíça,
US$ 0,25 milhão; e Japão, US$ 0,22 milhão.

As máscaras contra gases alcançaram exportações de US$ 0,52


milhão, enquanto as importações registraram US$ 2,04 milhões,
resultando em um déficit de US$ 1,52 milhão. As exportações foram
destinadas aos países da América do Sul, US$ 0,5 milhão; com
destaque para a Argentina, US$ 0,34 milhão; além de pequenos
valores para Estados Unidos e França. As importações tiveram
origem nos Estados Unidos, US$ 1,12 milhão; Alemanha, US$ 0,6
milhão; Chile, US$ 0,1 milhão; China, US$ 0,07 milhão; França, US$
0,07 milhão; seguidos por Japão e Hong Kong, US$ 0,04 milhão,
cada um.

Na classe de outros artefatos confecionados de falso tecido,


as importações registraram US$ 6,05 milhões, enquanto as
exportações alcançaram US$ 2,62 milhões, resultando em um

3. Descrição do Panorama Atual


déficit de US$ 3,43 milhões. Chama a atenção o forte crescimento
das importações dos países em desenvolvimento, que triplicou nos
últimos três anos. Os valores e origem das importações, assim como
o destino das exportações são indicados na Tabela 63.

Tabela 63 Importações e exportações de máscaras, sapatilhas, toucas


cirúrgicas e outros, 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou país Exportações Importações
EUA 0,99 2,8
China 0 1
México 0 1
Reino Unido 0 0,5
Taiwán 0 0,3
Hong Kong 0 0,05
Suíça 0 0.02
Tailândia 0 0.01
França 0,59 0
Argentina 0,42 0
Alemanha 0,22 0
Cingapura 0,08 0
Chile 0,06 0
Paraguai 0,06 0
Uruguai 0,05 0
Angola 0,03 0
Peru 0,03 0
Bolivia 0,03 0
Colômbia 0,03 0
Australia 0,01 0
Emirados Árabes 0,01 0
Venezuela 0,01 0
Total 2,62 5,68
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

149
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Para outros artefatos têxteis confecionados, as exportações


alcançaram o valor de US$ 2,6 milhões, e as importações registraram
US$ 2,92 milhões, resultando em um déficit de US$ 0,32 milhão.
Aparentemente as importações têm se mantido ao longo dos
anos em um padrão de valores estáveis, e as exportações oscilam
expressivamente de um ano para outro. É provável que o valor atípico
de exportação de 2004 seja conseqüência de uma alocação indevida
nessa classe de produto.

As importações, em 2006, tiveram origem na China (US$ 0,98 milhão),


Estados Unidos (US$ 0,51 milhão), Alemanha (US$ 0,42 milhão), Argen-
tina (US$ 0,42 milhão), França (US$ 0,16 milhão) e menores valores do
Japão, Hong Kong, Reino Unido e Taiwan. As exportações foram desti-
nadas aos Estados Unidos (US$ 1,81 milhão), Argentina (US$ 0,38 mi-
lhão), França (US$ 0,1 milhão) e menores valores para México e Angola.

150 As informações de exportações e importações para materiais e


insumos de uso cirúrgico e terapêutico estão consolidadas na
Tabela 64.

Tabela 64 Materiais e insumos de uso cirúrgico e terapêutico, 2006 (milhões US$/FOB)


Item Exportações Importações Saldo
Suturas 43,86 22,2 21,66
Cateteres, sondas e cânulas 14,95 92,07 -77,12
Grampos, clipes, aplicador, extrator para aparelhos
0,32 22,07 -21,75
médicos
Luvas para uso cirúrgico e terapêutico 0,31 70,97 -70,66
Seringas 8,14 13,76 -5,62
Agulhas 34,52 21,92 12,6
Máscaras contra gases 0,52 2,04 -1,52
Máscaras, sapatilhas e toucas para cirurgias 2,62 6,05 -3,43
Aventais para cirurgias e outros procedimentos 2,6 2,92 -0,32
Total 107,84 254 -146,16
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006
Na família outros insumos e materiais de consumo, cinco classes

3. Descrição do Panorama Atual


de pensos adesivos apresentam pouca ou nenhuma participação
nas trocas comerciais. Os valores expressivos na Tabela 65 referem-
se, em primeiro lugar, ao item outros pensos adesivos e artigos
análogos com camada adesiva, que registrou, aproximadamente,
US$ 58,5 milhões de exportações e US$ 5,52 milhões de importações.
Em segundo lugar, ao item pensos adesivos impregnados ou
recobertos com substâncias, que registrou US$ 7,74 milhões em
exportações e US$ 1,54 milhão em importações.

Os pensos adesivos registraram exportações de US$ 66,59 milhões


e importações de US$ 7,67 milhões, com um superávit de US$ 58,92
milhões, conforme a Tabela 65.

Tabela 65 Exportações e importações de outros pensos adesivos e artigos


análogos de camada adesiva, 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou país Exportações Importações
EUA 56,08 2,8
Argentina 0,55 0,25
México 0,48 0,01
Austrália 0,22 0
Colômbia 0,16 0
Canadá 0,15 0,16
Paraguai 0,12 0
Uruguai 0,12 0
Venezuela 0,12 0
França 0,1 0
Peru 0,1 0
Equador 0,08 0
África do Sul 0,06 0,1
Bolívia 0,03 0
Chile 0,02 0
Reino Unido 0,02 0,98
Dinamarca 0 0,53
Continua

151
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Tabela 65 Continuação
Hungria 0 0,18
Alemanha 0 0,14
Japão 0 0,14
Irlanda 0 0,13
Polônia 0 0,03
Tailândia 0 0,03
Finlândia 0 0,02
Total 58,5 5,52
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

O item pensos reabsorvíveis e semelhantes envolve as


informações comerciais do mesmo, englobando aqueles que
utilizam várias substâncias, os de uso cirúrgico e outros. Os pensos
reabsorvíveis e semelhantes registraram exportações de US$
1,35 milhão e importações de US$ 5,02 milhões, resultando em um
déficit de US$ 3,67 milhões. As trocas comerciais estão concentradas
152 na classe outras pastas, gazes e semelhantes para uso
medicinal, cirúrgico etc., que responde por 90% das importações
e exportações. Estados Unidos e Reino Unido lideram as importações
brasileiras dessa classe, e as exportações são distribuídas como indica
a Tabela 66.

Tabela 66 Exportações e importações de outras pastas, gazes e


semelhantes para uso medicinal e cirúrgico, 2006 (milhões US$/FOB).
Mercado ou país Exportações Importações
EUA 0,02 1,63
Reino Unido 0 1,4
Alemanha 0 0,31
China 0 0,26
Dinamarca 0 0,25
Argentina 0,02 0,23
Itália 0 0,19
Coréia do Sul 0 0.08
Continua
Tabela 66 Continuação

3. Descrição do Panorama Atual


Finlândia 0 0.06
Suíça 0 0.05
Venezuela 0,09 0.05
Polônia 0 0.04
Israel 0 0.03
França 0 0.02
México 0,01 0.01
Bélgica 0 0.01
Uruguai 0,02 0.01
Angola 0,24 0
Colômbia 0,14 0
Bolívia 0,12 0
Portugal 0,12 0
República Dominicana 0,11 0
Paraguai 0,1 0
Espanha 0,06 0
Peru 0,06 0
Nicarágua 0,03 0
Canadá 0,03 0
El Salvador 0,03 0
Grécia 0,03 0
Marrocos 0,02 0
Chile 0,02 0
Equador 0,02 0
Panamá 0,02 0
Total 1,31 4,63
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

No item bolsas para hemodiálise, colostomia e outros usos


médicos são incluídas as informações comerciais sobre bolsas para
uso em medicina, envolvendo os seguintes grupos, bolsas de plástico
para uso em medicina – colostomia e hemodiálise, bolsas de plástico
para colostomia, ileostomia ou urostomia, bolsas de plástico para uso
em hemodiálise, outras bolsas de plástico para uso em medicina. As

153
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

importações de bolsas para hemodiálise, colostomia e outros


usos médicos registraram o valor de US$ 6,54 milhões enquanto as
exportações alcançaram US$ 0,71 milhão, resultando em um déficit
de US$ 5,83 milhões. Colômbia e Dinamarca lideram o ranking das
importações em 2006 enquanto a Argentina lidera o das exportações,
como detalhado na Tabela 67.

Tabela 67 Importação e exportação de bolsas para hemodiálise,


colostomia, outros usos médicos, 2006
Mercado ou país Exportações Importações
Colômbia 0,01 1,24
Dinamarca 0 1,15
China 0 0,9
EUA 0 0,81
Reino Unido 0,05 0,64
Hungria 0 0,6
República Dominicana 0 0.54
Itália 0 0.27
154 França 0 0,22
Argentina 0,4 0.13
Alemanha 0 0.02
México 0,02 0.02
Chile 0,1 0
Guatemala 0,05 0
Paquistão 0,03 0
Equador 0,03 0
Israel 0,01 0
Costa Rica 0,01 0
Total (milhões US$/FOB) 0,71 6,54
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

As exportações de outros recipientes para resíduos infectantes


alcançaram o valor de US$ 21,63 milhões e as importações registraram
US$ 8,81 milhões, resultando em um superávit de US$ 12,82 milhões.
Chama a atenção o crescimento expressivo das exportações, em
2006, para os países em desenvolvimento, assim como a crescente
importação destes países, que triplicou entre 2004 e 2006. É possível

3. Descrição do Panorama Atual


que os dados comerciais desta classe envolva produtos destinados
também a outras utilizações além das de uso médico. Estados Unidos,
Uruguai e Chile foram os principais destinos das exportações em 2006
e as importações foram lideradas pela China, Chile e Estados Unidos.

Tabela 68 Exportação e importação de outros sacos, bolsas e cartuchos


de polímeros de etileno, 2006
Mercado ou país Exportações Importações
EUA 8,49 0,93
Uruguai 3,83 0,1
Chile 2,28 1,49
Argentina 1,43 0,85
Bolívia 1,1 0
Reino Unido 0,84 0
Cuba 0,72 0
Costa Rica 0,54 0.43
Colômbia 0,37 0.01
Venezuela 0,35 0
China 0,25 1,88
Portugal 0,24 0
Coréia do Norte 0,2 0.26
Trinidad e Tobago 0,19 0
Paraguai 0,13 0
República Dominicana 0,13 0
México 0,13 0
Alemanha 0,07 0,48
Equador 0,06 0
Coréia do Sul 0,05 0,48
Filipinas 0,05 0
Itália 0,04 0,38
Angola 0,03 0
Austrália 0,02 0
Índia 0,02 0
Panamá 0,02 0
Israel 0,01 0,77
Outros 0,04 0
França 0 0,25
Continua

155
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Tabela 68 Continua
Bélgica 0 0,13
Hong Kong 0 0,1
Tailândia 0 0,09
Holanda 0 0,07
Japão 0 0,03
Malásia 0 0,03
Taiwan 0 0,03
Total (milhões US$/FOB) 21,63 8,81
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Neste item, estão agregadas informações comerciais de duas classes de


produtos: bolsas para gelo e água quente de borracha vulcanizada
e outros artigos de higiene, tecidos de borracha vulcanizada.

As exportações de outros artigos de higiene em borracha


vulcanizada alcançaram o valor de US$ 2,26 milhões enquanto as
156 importações registraram US$ 0,6 milhão, resultando em superávit de
US$ 1,66 milhão. As exportações foram destinadas, principalmente,
para os Estados Unidos com US$ 1,63 milhão e países da América
do Sul, com US$ 0,48 milhão, com menores valores para Angola,
Dinamarca e México. Alemanha, com US$ 0,2 milhão; Itália com US$
0,14 milhão; e França com US$ 0,1 milhão, lideram as importações, e
os menores valores oriundos da China, Hong Kong e Tailândia.

A ABIMO agrega os valores de exportação e importação da classe


absorventes e outros artigos higiênicos de papel no subsetor
de material de consumo. Alguns valores deste mercado estão
representados na Tabela 69. É possível que grande parte deste valor
corresponda a produtos também destinados a outros usos, não
médicos. Portanto, os valores devem ser analisados com alguma reserva.
As exportações alcançaram US$ 17,26 milhões, e as importações
registraram US$ 1,28 milhão, resultando em um superávit de
US$ 16,33 milhões. A distribuição das exportações reforça a possibilidade
acima levantada, uma vez que grandes valores são destinados a países

3. Descrição do Panorama Atual


que contam com pequenos mercados na área de saúde.

Tabela 69 Exportações e importações de absorventes e outros artigos


higiênico de papel, 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou país Exportações Importações
Argentina 8 0
Chile 3,36 0
EUA 1,18 0
Peru 0,84 0
Paraguai 0,74 0
África do Sul 0,68 0
Venezuela 0,51 0
Uruguai 0,37 0,16
Austrália 0,33 0
Trinidad e Tobago 0,3 0
Panamá 0,29 0
México 0,21 0
Bolívia 0,16 0
Equador 0,14 0
Colômbia 0,12 1,07
França 0,1 0
Jamaica 0,08 0
Porto Rico 0,06 0
Angola 0,04 0
Hong Kong 0,04 0
Haiti 0,02 0
Moçambique 0,02 0
Alemanha 0 0,05
TOTAL 17,26 1,28
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

157
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

As importações de estojos e caixas de primeiros socorros


guarnecidos registraram US$ 0,15 milhão, e as exportações foram
inexpressivas, resultando em um déficit de US$ 0,15 milhão. As
importações tiveram origem nos Estados Unidos, com US$ 0,12
milhão, e na Suécia, com US$ 0,03 milhão.

As importações de preservativos de borracha vulcanizada


dobraram de valor entre 2004 e 2006, enquanto as exportações se
reduziram a um quinto do valor no mesmo período. A princípio, as
dificuldades nacionais com esse produto são as mesmas para luvas e
estão associadas à qualidade do látex no Brasil. Apesar disso, a maior
parcela do mercado interno ainda é abastecida pela produção local.
As importações dos países desenvolvidos, principalmente Coréia do
Sul e Japão, registraram US$ 2,1 milhões, enquanto as importações
dos países em desenvolvimento, principalmente Índia e Malásia,
registraram US$ 9,16 milhões. As exportações alcançaram US$ 0,09
158 milhão, e as importações registraram o valor de US$ 11,26 milhões,
resultando em um déficit de US$ 11,17 milhões. As importações
tiveram origem na Índia (US$ 4,95 milhões), Malásia (US$ 2,9 milhões),
Coréia do Sul (US$ 1,57 milhão), Tailândia (US$ 0,78 milhão), China
(US$ 0,42 milhão), Japão (US$ 0,41 milhão), e Espanha (US$ 0,12
milhão). A exportação de US$ 0,09 milhão foi destinada para quatro
países da América do Sul e Coréia do Sul.

As exportações de outras meias de malha de fibras sintéticas


alcançaram US$ 1,43 milhão, e as importações registraram o valor de
US$ 0,97 milhão, resultando em um superávit de US$ 0,46 milhão. O
destaque é o crescimento das exportações para os países desenvolvidos
entre 2004 e 2006. As exportações foram destinadas para os Estados
Unidos, US$ 0,76 milhão; Bolívia, US$ 0,23 milhão; Argentina, US$
0,1 milhão; França, US$ 0,1 milhão; Suíça, US$ 0,1 milhão; seguidos
de pequenos valores para o Paraguai, Uruguai, Guatemala, Chile e
Venezuela. As importações tiveram origem na China, US$ 0,46 milhão;
Taiwan, US$ 0,15 milhão; Estados Unidos, US$ 0,1 milhão; Itália, US$

3. Descrição do Panorama Atual


0,1 milhão; seguidos de pequenos valores do México, Indonésia, Israel
e Sri Lanka.

Na família outros insumos e materiais de consumo, segundo a


organização das informações comerciais da ABIMO, são agregados
os dados comerciais de materiais para hemodiálise, incluindo os
hemodialisadores capilares, outros hemodialisadores e os
acessórios. As informações sobre rins artificiais e de aparelhos
de osmose reversa são alocadas no subsetor equipamentos
médico-hospitalares. Além disso, as informações de termômetros
clínicos e medidores de pressão arterial, incluindo eventuais
equipamentos para essas finalidades, são também incluídas nessa
família. Finalmente, no item instrumentos e aparelhos para
transfusão de sangue, estão incluídas as informações de bombas
de infusão e máquinas de circulação extracorpórea.

As importações de hemodialisador tipo capilar, outros hemodiali-


sadores, acessórios para hemodialisadores registraram US$ 12,68
milhões, e as exportações alcançaram o valor de US$ 0,02 milhão,
resultando em um déficit de US$ 12,66 milhões. As importações de fil-
tros para hemodiálise, no valor de US$ 12,17 milhões, respondem por
mais de 90% do valor total. Alemanha com US$ 6,54 milhões, Japão
com US$ 5 milhões, França com US$ 0,3 milhão, Itália com US$ 0,26
milhão e Estados Unidos e Holanda com pequenos valores, foram os
países de origem.

As importações de aparelhos para medida de pressão arterial


registraram US$ 5,54 milhões, e as exportações alcançaram US$ 0,12
milhão, resultando em um déficit de US$ 5,42 milhões. Mesmo em
aparelhos de medida de pressão arterial, de concepção e tecnologia
relativamente simples, há uma dependência significativa de importações.
As importações tiveram origem na China, US$ 2,55 milhões; Alemanha

159
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

US$ 0,93 milhão; Japão, US$ 0,7 milhão; Taiwan, US$ 0,54 milhão;
EUA, US$ 0,44 milhão; e Indonésia, US$ 0,36 milhão. Argentina,
China, Paraguai e Peru são os países para os quais o país exportou esses
aparelhos, correspondendo a US$ 0,12 milhão.

O pequeno valor da corrente de comércio de termômetros


clínicos de líquido de leitura direta indica que deve existir
competência local de produção que supre, em grande medida, a
demanda interna. As importações alcançaram US$ 1,11 milhão e as
exportações, o pequeno valor de US$ 0,01 milhão, resultando em
um déficit de US$ 1,1 milhão. Toda a importação de termômetros
clínicos de líquido de leitura direta teve origem na China.

Finalmente, são apresentadas as informações da classe de produtos


instrumentos e aparelhos para transfusão de sangue que, além
de materiais de consumo utilizados em procedimentos médicos de
160 transfusão de sangue, agregam informações de bombas de infusão.
Do ponto de vista do estudo tecnológico, as bombas de infusão
serão tratadas na família de equipamentos médico-hospitalares.

Esse subsetor denota comportamento oscilante nas trocas comer-


ciais, saindo de uma posição deficitária de cerca de US$ 3 milhões,
em 2004, para uma posição superavitária, em 2005, de US$ 1,3
milhão, retornando à posição deficitária de cerca de US$ 4 milhões
em 2006. As importações registraram US$ 14,02 milhões, e as
exportações alcançaram US$ 10,03 milhões, resultando em um
déficit de US$ 3,99 milhões. A maioria dos fabricantes de bombas
de infusão comercializa o produto e respectivos equipamentos,
sendo menos freqüente a comercialização de equipos universais.
Assim, esse componente tem peso expressivo nos valores indicados.
O resumo dos destinos das exportações e origem das importações
dessa classe de produtos, por regiões e países, é mostrado nas
Tabelas 70 e 71.
Tabela 70 Exportações e importações de instrumentos e equipamentos

3. Descrição do Panorama Atual


de infusão e transfusão, por regiões, 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou país Exportações Importações
América do Sul
4.927.460 17.224
(principalmente Colômbia)
Ásia (principalmente Índia) 2.523.115 3.402.341
União Européia
1.462.319 5.604.060
(principalmente Holanda)
África (principalmente
7.994.89 0
África do Sul)
EUA 150.000 4.081.158
Oriente Médio 50.583 0
América Central 0 846.861
Canadá 0 0
Austrália e Nova Zelândia 0 0
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Tabela 71 Exportações e importações de instrumentos e equipamentos


de infusão e transfusão por países, 2006 (milhões US$/FOB)
Mercado ou país Exportações Importações
Colômbia 1,65 0
Índia 1,33 0
Holanda 1,3 0
Equador 0,85 0
Tailândia 0,78 0,11
Chile 0,71 0
África do Sul 0,63 0
Argentina 0,5 0.02
Peru 0,39 0
Bolívia 0,26 0
Paraguai 0,2 0
EUA 0,15 4,08
Paquistão 0,14 0
Uruguai 0,14 0
Coréia do Sul 0,13 0
Egito 0,12 0
México 0,12 0,01
Bélgica 0,1 0,43
Bangladesh 0,1 0
Angola 0,05 0
Itália 0,05 0,32
Cingapura 0,03 0
Emirados Árabes 0,03 0
Continua

161
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Tabela 71 Continuação
Espanha 0,03 0
Iêmen 0,02 0
Malásia 0,02 0
Alemanha 0,01 2,26
China 0,01 2,02
França 0 1,91
Japão 0 1,27
Costa Rica 0 0,73
Irlanda 0 0,31
Malta 0 0,16
Portugal 0 0,12
República Dominicana 0 0,12
Suécia 0 0,08
Suíça 0 0,05
Total 10,03 14,02
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

A Tabela 72 apresenta os dados resumidos de importações e exportações


do subsetor insumos e material de consumo.

Tabela 72 Importações e exportações de insumos e materiais de consumo, 2006 (milhões US$/FOB)


Item Exportações Importações Saldo
162
Pensos adesivos 66,59 7,67 58,92
Pensos reabsorvíveis e semelhantes 1,35 5,02 -3,67
Bolsas para hemodiálise, colostomia e outros usos
0,71 6,54 -5,83
médicos
Outros recipientes para resíduos infectantes 21,63 8,81 12,82
Bolsas para gelo e água quente e outros em
2,26 0,6 1,66
borracha vulcanizada
Absorventes e outros artigos higiênicos de papel 17,61 1,28 16,33
Estojos e caixas de primeiros socorros 0 0,15 -0,15
Preservativos de borracha vulcanizada 0,09 11,26 -11,17
Outras meias de malha de fibras sintéticas 1,43 0,97 0,46
Filtros para hemodiálise e acessórios 0,02 12,68 -12,66
Aparelhos para medida de pressão arterial 0,12 5,54 -5,42
Termômetros clínicos de líquido de leitura direta 0,01 1,11 -1,1
Instrumentos e aparelhos para transfusão,
10,03 14,02 -3,99
incluindo bombas de infusão
Total 121,85 75,65 46,26
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006
Finalmente, a Tabela 73 resume as informações comerciais do

3. Descrição do Panorama Atual


subsetor implantes e equipamentos de reabilitação juntamente
com insumos e material de consumo.

Tabela 73 Resumo do subsetor de insumos e materiais de consumo, no ano de 2006 (milhões US$/FOB)
Subsetor de insumos e materiais de consumo
ano 2006 – milhões US$ (FOB)
Item Exportações Importações Saldo
Próteses e dispositivos ativos e não-ativos 29,32 95,96 - 66,64
ortopédicos
Próteses e dispositivos ativos e não-ativos 24,01 121,39 -97,38
vasculares e cardíacos
Aparelhos e dispositivos auditivos e lentes 1,88 48,61 -46,73
intra–oculares
Materiais e insumos de uso cirúrgico e terapêutico 107,84 254 -146,16
Outros insumos e materiais de consumo 121,85 75,65 46,26
Total 284,9 595,61 -310,65
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

3.1.3.1.6 Odontológicos

Antes de iniciar o debate sobre o panorama tecnológico do subsetor


de equipamentos odontológicos, são apresentados na Tabela 74 os
dados comerciais de exportação e importação do subsetor, separados,
primeiro, para os países desenvolvidos e, em seguida, para os países em
desenvolvimento. São expressos o volume total de exportações (EXP) e
importações (IMP), a balança comercial (S. BAL) e o saldo c orrente (S.
CTE) comercializado, bem como a evolução desse mercado de 2005 para
2006.

Embora a discussão se concentre nos equipamentos, as informações


comerciais referem-se também a materiais de consumo odontológico.

Na Tabela 74, observa-se que o subsetor apresentou redução das


exportações e aumento das importações dos países desenvolvidos,

163
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Tabela 74 Comércio em 2006 e Evolução 2005/2006 do Subsetor de Odontologia, 2006 (milhões US$/FOB)
Odontológicos em 2006 (mil US$) Evolução 05/06
Comércio Exp. Imp. S. Bal S. CTE Exp. Imp.
Países Desenvolvidos 20112 24615 -4503 44727 -3,10% 6,40%
Países em
44364 1827 42537 46191 2,90% 110,10%
Desenvolvimento
Total 64476 26442 38034 90918 0,90% 10,10%
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2007

ampliando o saldo negativo na sua balança comercial. Para os países em


desenvolvimento, ocorreu aumento das exportações, que já alcançam
valor bastante expressivo e que garantem ao setor saldo favorável na
balança comercial, devendo-se dar importância às importações dos
países em desenvolvimento, pois esse crescimento pode representar
uma forte concorrência que está entrando nesse mercado.

164 Na análise geral do comércio do subsetor, observa-se um crescimento


baixo nas exportações contra um crescimento relativamente alto nas
importações.

No Anexo VI, pode-se analisar com detalhes as informações da Tabela


74, apresentada com todos os itens que compõem o subsetor. Assim,
apresenta-se o volume comercializado e a evolução de 2005 para
2006, podendo-se verificar a relevância de cada item para o subsetor.
Da análise do subsetor, apresentam-se a seguir os destaques de alguns
itens.

Dos materiais e insumos odontológicos, as três classes de gesso


para uso odontológico: gesso moído para uso odontológico,
outras formas de gesso para uso odontológico e outras
composições para dentistas à base de gesso, representam
um baixo valor na corrente de comércio, inferior a US$ 1,8 milhão.
A balança comercial foi relativamente equilibrada com déficit em
relação aos países desenvolvidos e superávit em relação aos países em

3. Descrição do Panorama Atual


desenvolvimento. Com importações de US$ 0,75 milhão e exportações
de US$ 1,04 milhão, resultou um superávit de US$ 0,29 milhão.

O item constituído por cimentos e outros materiais para


obturação dentária envolve duas classes de produtos, de acordo
com a classificação do Mercosul: cimentos para obturação e
outros produtos para obturação dentária. Dentre elas, a classe
outros produtos para obturação dentária apresenta os maiores
valores de importações, nos três últimos anos, registrando US$ 8,35
milhões em 2006. As importações de cimento e outros materiais
para obturação dentária registraram US$ 9,61 milhões, originadas
dos países desenvolvidos, principalmente Alemanha, EUA e Austrália,
e as exportações alcançaram o valor de US$ 4,42 milhões, resultando
em um déficit de US$ 5,19 milhões.

Embora os dentes artificiais de acrílico possam ser tratados como


prótese no subsetor de implantes, trata-se de produto de uso comum
e em escala, motivo pelo qual é tratado como insumo odontológico.
O item apresentou exportações anuais médias no último triênio da
ordem de US$ 6 milhões, e o grupo outros dentes artificiais, com
exportações médias anuais de US$ 1,2 milhão no mesmo período.
Este último item registrou, em 2006, exportações de US$ 7,68 milhões
e importações no valor de US$ 0,73 milhão, resultando em um
superávit de US$ 6,95 milhões. A Alemanha foi o principal destino das
exportações brasileiras, com US$ 3,09 milhões, e a Argentina e Coréia
do Sul importaram do Brasil, respectivamente, US$ 0,85 milhão e US$
0,43 milhão.

O item pastas para modelar e ceras para dentistas envolve


dois grupos de classificação NCM 34.07.00.10 e 34.07.00.20 e
apresenta um volume de comércio pequeno nas trocas comerciais,
provavelmente porque a demanda é suprida pela produção local.

165
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Em 2006, as importações registraram o valor de US$ 1,28 milhão,


e as exportações alcançaram US$ 0,09 milhão, resultando em um
déficit de US$ 1,19 milhão. A corrente de comércio de brocas e
limas para odontologia é relativamente pequena, envolvendo
importações de US$ 2,61 milhões e exportações no valor de US$
1,12 milhão, resultando em um déficit de US$ 1,49 milhão. Os itens
de maior influência são brocas de carboneto de tungstênio e,
principalmente, limas importadas da Suíça. Apesar disso, parte
substancial da demanda interna é suprida pelo mercado local. Do
lado das importações, os materiais especiais utilizados em obturação
dentária, originários principalmente da Alemanha, e as limas,
importadas principalmente da Suíça, são os itens de maior expressão.
Os maiores valores de exportações correspondem ao item dentes
acrílicos, destinados, principalmente para Alemanha, Argentina
e Coréia do Sul. A consolidação das informações comerciais dos
materiais e insumos odontológicos é indicada na Tabela 75.
166

Tabela 75 Materiais e insumos odontológicos, 2006 (milhões US$/fob)


Item Exportações Importações Saldo
Gesso odontológico 1,04 0.75 0.29
Cimentos e materiais para obturação dentária 4,42 9,61 -5,19
Dentes artificiais de acrílico e outros materiais 7,68 0,73 6,95
Pastas para modelar e ceras para dentistas 0,09 1,28 -1,19
Brocas e limas - tungstênio, vanádio e de outros
1,12 2,61 -1,49
materiais
Total 14,35 14,98 -0,63
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

O item aparelhos dentários de brocar mesmo com outros


equipamentos alcançou exportações de US$ 4,67 milhões,
destinadas principalmente aos países em desenvolvimento, enquanto
as importações registraram US$ 0,63 milhão, resultando em um
superávit de US$ 4,04 milhões. Cerca de 80% das exportações foram

3. Descrição do Panorama Atual


destinadas para a América Latina e Ásia.

O item aparelhos operados por laser para tratamento bucal


engloba os grupos com a classificação outros aparelhos para
tratamento bucal a laser e aparelhos operados por laser
para tratamento bucal. Apenas o primeiro grupo registra
alguma troca comercial em 2006 de pequeno valor, com uma
exportação de US$ 0,02 milhão. Da mesma forma, o grupo
aparelhos operando por projeção cinética de partículas
para tratamento bucal registrou o pequeno valor de US$ 0,02
milhão de importação e nenhuma exportação.

Também com valores pouco expressivos, o grupo aparelhos


computadorizados para desenho e construção de peça cerâmica
registrou US$ 0,08 milhão de importação e nenhuma exportação.

O grupo outros instrumentos e aparelhos de odontologia


engloba fotopolimerizadores, equipamentos por ultra-som e
outros, além de instrumentos de uso comum dos profissionais de
odontologia. Em 2006, as exportações alcançaram US$ 22,66 milhões,
e as importações registraram US$ 4,25 milhões, resultando em um
superávit de US$ 18,41 milhões. Parte substancial das exportações
brasileiras para os países em desenvolvimento foi destinada para
a América do Sul, US$ 6,83 milhões; México, US$ 3,52 milhões;
União Européia, US$ 2,47 milhões; África, US$ 1,43 milhão; Liga
Árabe US$ 1,71 milhão; e Índia, US$ 1,36 milhão. Por outro lado,
as importações desses produtos originaram-se, principalmente, da
Ásia, US$ 1,37 milhão; União Européia, US$ 1,1 milhão; e EUA, US$
0,98 milhão.

Apesar do expressivo volume de importações dos países desenvolvidos


do item outros artigos e aparelhos de prótese dentária, a

167
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

evolução das exportações entre 2004 e 2006 sugere que há iniciativas


recentes de produção local. Em 2006, as importações registraram
US$ 4,38 milhões, e as exportações alcançaram o valor de US$ 0,64
milhão, resultando em um déficit de US$ 3,74 milhões. As importações
brasileiras tiveram como origem principal os EUA, com US$ 2,46
milhões, e a Suíça, com US$ 1,37 milhão.

Embora o grupo cadeiras de dentistas condense também informações


sobre cadeiras para salões de cabeleireiro, o produto praticamente não
registra trocas comerciais. Assim, os dados referem-se essencialmente a
consultórios odontológicos, compreendendo a cadeira odontológica,
equipo e refletor. É possível que uma pequena parte desses valores
corresponda a equipamentos que podem integrar os conjuntos
odontológicos, na condição de acessórios, embora, usualmente, seus
valores sejam alocados em outro NCM. Em 2006, as exportações
alcançaram US$ 19,05 milhões, e as importações registraram US$
168 0,12 milhão, resultando em um superávit de US$ 18,93 milhões. As
exportações reduziram-se em cerca de US$ 1,5 milhão em relação a
2005, principalmente em relação aos países em desenvolvimento. Tal fato
preocupa porque os conjuntos odontológicos são considerados como o
carro-chefe do subsetor. A perda de vitalidade de nossas exportações para
os países em desenvolvimento pode revelar ofensiva de outros fabricantes
mundiais nesses mercados. A Tabela 76 fornece os valores das exportações
brasileiras para os 27 principais importadores de conjuntos odontológicos
brasileiros.

Tabela 76 Exportações de conjuntos odontológicos, jan. out. 2006


(milhões US$/FOB)
Mercado ou país Importações
1º Alemanha 6.821.056
2º México 1.200.772
3º Rússia 1.185.861
4º Romênia 699.279
Continua
Tabela 76 Continuação

3. Descrição do Panorama Atual


5º Chile 474.485
6º China 436.938
7º Venezuela 420.527
8º Reino Unido 430.177
9º Turquia 414.436
10º Itália 406.368
11º EUA 436.595
12º Finlândia 310.970
13º Índia 336.000
14º Ucrânia 360.388
15º Indonésia 366.984
16º Irã 248.667
17º Bolívia 234.396
18º Espanha 227.300
19º Equador 202.395
20º Peru 152.735
21º África do Sul 165.297
22º Polônia 179.139
23º Egito 128.921
24º República Dominicana 131.435
25º Paraguai 162.083
26º Costa Rica 110.568
27º Líbano 130.867
Total 19.051.540
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Os aparelhos de raios X odontológicos são tratados


separadamente. O Brasil dispõe de cerca de 200 mil profissionais
de odontologia e de um parque instalado estimado em cerca
de 100 mil aparelhos de raios X de uso odontológico, contando
ainda com uma dezena de fabricantes nacionais que fornecem ao
mercado interno e exportam valores expressivos, sobretudo para os
países em desenvolvimento. Tal desempenho está relacionado aos
aparelhos mais simples e de menor valor agregado, utilizados em
diagnóstico e acompanhamento odontológico. Entretanto, a maior
parte dos aparelhos de raios X de diagnóstico de tomada maxilar

169
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

panorâmica é importada de países desenvolvidos. Em 2006, as


exportações nessas duas classes de produto alcançaram US$ 2,96
milhões, enquanto as importações registraram US$ 0,05 milhão,
resultando em um superávit no valor de US$ 2,91 milhões.

As exportações de aparelhos de raios X de diagnóstico de tomada


maxilar panorâmica alcançaram US$ 0,11 milhão, e as importações
registraram US$ 2,01 milhões, resultando em um déficit de US$ 1,9
milhão. O quadro abaixo resume as informações de importações e
exportações do subsetor odontológico.

Quadro 5 Resumo do subsetor odontológicos, no ano de 2006 (milhões US$/FOB)


Item Exportações Importações Saldo
Materiais e insumos odontológicos 14,35 14,98 -0,63
Aparelhos dentários de brocar mesmo com outros
4,67 0,63 4,04
equipamentos
Aparelhos operados por laser, de projeção cinética, de
0,02 0,10 - 0,08
construção de peças cerâmicas, computadorizados
170
Outros instrumentos e aparelhos de odontologia 22,66 4,25 18,41
Outros artigos e aparelhos de prótese dentária 0,64 4,38 - 3,74
Conjuntos odontológicos 19,05 0,12 18,93
Aparelhos de raios X para diagnóstico e
2,96 0,05 2,91
acompanhamento odontológico
Aparelhos de raios X de diagnóstico de tomada
0,11 2,01 - 1,90
maxilar panorâmica
TOTAL 64,46 26,52 37,94
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

3.1.4 Empresas Líderes de Mercado e Patentes

O uso de bases de dados de patentes como fonte de prospecção


tecnológica é baseado no pressuposto de que o aumento do interesse
por novas tecnologias se refletirá no aumento da atividade de P&D
e que isso, por sua vez, se refletirá no aumento de depósito de
patentes (CGEE, 2006). Os principais bancos de dados comerciais
hospedam bases de dados de patentes, como a base World Patent
Index, desenvolvida pela Derwent, a base Inpadoc, desenvolvida pelo

3. Descrição do Panorama Atual


Escritório Europeu de Patentes e a base USPTO, desenvolvida pelo
Escritório Americano de Patentes.

A capacidade de projeção de tendências tecnológicas futuras permite


que vários inventores busquem uma forma de proteger o seu invento. A
patente representa, normalmente, o primeiro momento em que uma nova
tecnologia é levada, formalmente, ao conhecimento público, quando o
inventor pede a proteção legal ao seu invento (CGEE, 2006). Entre o
momento em que é solicitado o depósito e a efetiva comercialização de
uma nova tecnologia, podem decorrer meses ou anos.

A tecnologia médica caracteriza-se por ser fortemente intensiva em


pesquisa e desenvolvimento. Dentre as análises de patentes realizadas
para o estudo prospectivo, destacam-se como usos potenciais da
informação produzida os seguintes aspectos:

• Ciclo de vida das tecnologias.


• Identificação de tecnologias emergentes e alternativas.
• Identificação dos atores (empresas, especialistas).
• Política jurídica das empresas.
• Tendências tecnológicas.
• Potencial de pesquisa / identificação de novas linhas de pesquisa.
• Redes de inventores, assuntos ou empresas.
• Parceiros potenciais ou concorrentes.
• Novos entrantes no mercado.
• Empresas líderes atuais ou futuras.

O setor de equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos, em


particular, caracteriza-se por uma forte componente tecnológica, o
que é comprovado pelo expressivo número de patentes depositadas
em nível internacional, conforme será apresentado nos resultados
deste estudo.

171
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Os países líderes em depósito de patentes e também a atividade de


patenteamento dos países formadores do BRICs – Brasil (Código BR),
Rússia (Código RU), Índia (Código IN) e China (Código CN), estão
representados na Figura 10. Dentre a atividade de patenteamento dos
países formadores do BRICs, além de Taiwan (Código TW) – apenas a
Índia não está no ranking dos dez maiores detentores de tecnologias
na área. Entretanto, é importante ressaltar que, em números absolutos,
os dois primeiros países do ranking, Estados Unidos e Japão, somam
mais de 55,2 % do total de patentes existentes na área e os do BRIC
11,9%. O número de patentes depositadas no Brasil, por exemplo,
é infinitamente menor do que cada um desses países isoladamente,
cerca de 70 vezes menor do que os Estados Unidos e 67 vezes menor
do que o Japão.

172

Figura 10 Ranking dos países por depósitos de patentes no mercado mundial


Fonte: CGEE, 2006
Tabela 77 Empresas líderes de todo o setor no mercado mundial, 2005 (bilhões US$)

3. Descrição do Panorama Atual


Número de
 Empresa País Faturamento Posição
Patentes
1 Johnson & Johnson EUA 19,1 104 112
(JNJ)
2 GE Healthcare (GE) EUA 15,2 1.395 2
3 Medtronic (MDT) EUA 11 890 11
4 Baxter International EUA 9,9 76 167
(BAX)
5 Tyco Helathcare EUA 9,5 120 89
(TYC)
6 Siemens Medical ALEMANHA 9,5 1.353 4
(SI)
7 Cardinal Health EUA 8,5 494 18
(CAH)
8 Philips Medical PAÍSES BAIXOS 7,6 1.304 5
(PHG)
9 Boston Scientific EUA 6,3 58 235
(BSX)
10 Abbott Labs (ABT) EUA 5,9 41 274
11 Becton Dickins EUA 5,5 31 241
(BDX)
12 Stryker (SYK) EUA 4,9 61 222
13 3M Healthcare EUA 4,4 66 149
(MMM)
14 Guidant (GDT) EUA 3,6 - -
15 Zimmer (ZMH) EUA 3,3 15 1.332
16 St. Jude Medical EUA 2,9 84 142
(STJ)
17 Kodak Health EUA 2,7 135 74
Group (EK)
18 Smith & Nephew REINO UNIDO 2,4 54 261
(SNN)
19 Beckman Coulter EUA 2,4 10 1.910
(BEC)
20 Alcon (ACL) SUÉCIA 2 46 324
TOTAL 136,6 6.337
Fonte: Adaptado de MX: Business Strategies for Medical Technology Executives - May/June, 2006

173
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

A Tabela 77 ilustra as empresas líderes no mercado mundial de


dispositivos médicos. Ao analisá-la, comparando as empresas líderes
do mercado de equipamentos médicos com as empresas líderes em
patenteamento, observa-se que as empresas americanas lideram o
mercado, com 16 dentre as 20 empresas do ranking. Das empresas
líderes em patentes, somente a GE, a Medtronic, Siemens e Philips
estão presentes. Percebe-se, também, que a empresa Guidant não
tem depósito de patente no período analisado, mas, segundo a fonte
consultada, a empresa foi adquirida mediante combinação entre a
Boston Scientific e Aboott Labs.

As principais empresas depositantes no mercado mundial de EMHO


estão indicadas na Figura 11.

174

Figura 11 Ranking dos principais depositantes no mercado mundial


Fonte: CGEE, 2006

A empresa com maior número de depósito de patentes é a multinacional


japonesa Olympus Optical Co (Código OLYU), concentrando-se na
tecnologia óptico-digital como sua competência básica, e tornou-
se nos últimos anos, um dos principais fabricantes de instrumentos

3. Descrição do Panorama Atual


ópticos2.

A segunda empresa do setor é a GE Medical System (Código GENE),


faz parte do conglomerado GE, multinacional presente em mais de 100
países. A subsidiária da GE que atua nesse subsetor está sediada na
Inglaterra e produz ferramentas de gestão e trabalho em rede, sistemas
de informação em cuidados da saúde, sistemas de monitoração de
pacientes, raios X convencional e digital, tomógrafo computadorizado,
ressonância magnética, ultra-som, tomógrafo de emissão positron e
medicina nuclear3.

A quarta empresa com maior número de depósitos de patentes na


área é a Siemens Medical System (Código SIEI), que faz parte da
Siemens AG, também multinacional, que já atua no Brasil há mais de
100 anos, sendo que a área médica já é responsável por cerca de 10%
do seu faturamento no mundo. Na história da Siemens, há registro
de grandes invenções do setor: em 1896, o primeiro tubo de raios X;
o eletrocardiógrafo com amplificação do sinal eletrônico, em 1911;
dispositivo elétrico de audição, em 1913; um sistema de medição
universal para a medicina nuclear, em 1956; a primeira unidade ultra-
sônica da ecografia com display em tempo real em 1966 e, em 1975,
o tomógrafo computadorizado4.

A Konink Philips Eletronics (Código PHIG), conhecida como Philips,


aparece como a quinta maior depositante de patentes na área. A empresa
desenvolve produtos como: diagnósticos por imagem integrada, tais
como raios X, tomografia computadorizada (CT), imagem de ressonância
magnética de (MRI), medicina nuclear, tomografia computadorizada de
emissão (SPECT), tomografia de emissão do positron (PET) e sistemas de
ultra-som, bem como produtos radiológicos para oncologia, dispositivos
de monitoração de pacientes, produtos de ressuscitação e sistemas de
informação de cuidados em saúde5.

175
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

No Brasil, existem apenas 535 depósitos de patentes no setor de EMHO


(CGEE, 2006). Conforme a Figura 12, dos dez maiores depositantes de
patentes seis são pessoas físicas, aparentemente não ligadas a empresas
e os outros quatro depositantes, correspondem a pessoas jurídicas sendo
uma a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP
(AMPA-Non-standard), duas universidades – a Universidade Federal de
Minas Gerais – UFMG (UYMI-Non-standard) e a Universidade Estadual
Campinas – UNICAMP (UNIC-Non-standard) – e uma empresa TAKAOKA
IND & COMERCIO LTDA K (TAKA-Non-standard).

176

Figura 12 Ranking dos principais depositantes de patentes no Brasil


Fonte: CGEE, 2006

Caso se selecione os vinte maiores depositantes, este perfil se


replica, sendo doze deles são pessoas físicas e oito, pessoas jurídicas.
Neste novo ranking, registra-se a presença da empresa Johnson &
Johnson Ind Ltda (Código JOHJ) e da Braile Biomedica Ind Com

3. Descrição do Panorama Atual


S.A (Código BRAI-Non-standard), a fundação ZerbinI (ZERB-Non-
standard) e a Universidade Estadual Paulista (USP) (UYES-Non-
standard). Os principais temas tecnológicos patenteados estão
representados, segundo a classificação da CIP6, nas classes A61B
(diagnóstico, cirurgia e identificação) e A61M (dispositivos
para introduzir matérias no corpo ou depositá-las sobre o
mesmo, dispositivos para fazer circular matérias no corpo
ou para retirá-las, dispositivos para produzir ou pôr fim ao
sono ou à letargia), como mostrado na Figura 13.

Figura 13 Ranking das principais classes da CIP no Brasil


Fonte: CGEE, 2006

Quando se analisa o ranking das subclasses, como indica a Figura 14,


confirma-se a classe A61B como a mais utilizada para classificar as
tecnologias no Brasil, representada principalmente pela subclasse A61B-
017/00 – instrumentos cirúrgicos, dispositivos ou métodos, por
exemplo, torniquetes. É interessante registrar que as subclasses da
classe da Física não estão presentes no ranking.

177
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Figura 14 Ranking das principais classes da CIP no Brasil – Detalhamento


Fonte: CGEE, 2006

Tabela 78 Descrição das principais classes da CIP no Brasil


Descrição das Classes CIP
A61B-017/00 - Instrumentos cirúrgicos, dispositivos ou métodos (torniquetes, etc.)
A61B-019/00 - Acessórios para cirurgia ou diagnóstico; Instrumentos ou aparelhos não abrangidos por
178 qualquer dos grupos de 1/00 a 17/00, (para-estereotaxia, operação asséptica, tratamento de luxações, etc.)
A61B-005/00 - Detecção, medição ou registro para fins de diagnóstico (identificação de pessoas, etc.)
A61B-005/117 - Identificação das pessoas (impressão digital, impressão do pé, técnicas de impressão, etc.)
A61M-005/50 – Agulhas e detalhes, tendo meios para evitar a reutilização ou para indicar se está defeituosa,
usada, com falsificação ou não-esterilizada
A61M-016/00 - Dispositivos para influenciar o sistema respiratório de pacientes por meio de tratamento a
gás, por exemplo, respiração boca a boca e tubos para a traquéia (estímulo do movimento respiratório por
meios mecânicos, pneumáticos ou elétricos, pulmões de aço, combinados com meios de respiração de gás)
A61M-025/00 - Cateteres; sondas ocas
A61H-015/00 - Massagem por meio de roletes, esferas, por exemplo, infláveis, correntes ou correntes de roletes
A61H-023/02 - Massagem por percussão ou vibração, por exemplo, por meio de vibração supersônica,
Massagem por vibração-sucção; massagem com diafragmas móveis com acionamento elétrico ou magnético
A61B-006/00 - Aparelhos para diagnóstico por radiação, por exemplo, combinados com equipamento de
terapia por radiação
Fonte: CGEE, 2006

No que diz respeito aos temas tecnológicos representados pela


Classificação Derwent, Figura 15, a classe P34, referente à esterilização,
seringas, eletroterapia foi à classe com maior concentração de
depósitos no Brasil.
3. Descrição do Panorama Atual
Figura 15 Ranking das principais classes da Derwent no Brasil
Fonte: CGEE, 2006

Tabela 79 Descrição das principais classes da classificação Derwent no Brasil


Descrição das Classes Derwent
P34 - Sterilising, syringes, electrotherapy
S05 - Electrical Medical Equipment - Electrical Medical Equipment
P31 - Diagnosis, surgery - Diagnosis, surgery
P33 - Medical aids, oral administration
P32 - Dentistry, bandages, veterinary, prosthesis
B07 - General - tablets, dispensers, catheters
D22 - Sterilising, bandages, dressing and skin-protection agents
A96 - Medical, dental, veterinary, cosmetic
T01 - Digital Computers
B04 - Natural products and polymers, testing, compounds of unknown structure
Fonte: CGEE, 2006

3.1.5 Produção e Consumo dos EMHO

Os principais mercados de produção e consumo de equipamentos,


estão presentes na Tabela 80.

179
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Tabela 80 Empresas líderes de todo o setor no mercado mundial, 2006


(milhões US$/FOB)
Principais Mercados (US$ Bilhões)
Mercado ou país Importações Exportações
EUA 28 22
Alemanha 17 8,6
Japão 8,5 6,2
França 5,3 6,3
Reino unido 4,7 5,3
Irlanda 4,1 1,8
China 4,1 4,7
México 3,3 1,7
Outros países 19,85 45,6
Brasil 0,15 0,8
Total 95 95
Fonte: Radar Comercial/MDIC, 2006

Oito países respondem por mais de 70% das exportações mundiais e


consomem cerca de 50% das importações mundiais de equipamentos
180 médico-hospitalares. A participação dos EUA nas exportações de
equipamentos médico-hospitalares reduziu-se de 45% das exportações
mundiais, em 1999, para 29,5%, em 2006, apesar da expressiva taxa
de crescimento nos últimos três anos. Trata-se de nova estratégia
dos grandes fabricantes mundiais de diversificação de seus pólos de
produção e exportação, comprovada pela recente entrada do México,
Irlanda e China no ranking dos maiores exportadores.

A concentração de mercado é evidente nesse setor, em que apenas


quatro países detêm quase 80% da movimentação. As forças da oferta
das empresas industriais e as demandas das instituições de saúde são
apontadas como fatores que alimentam o dinamismo da oferta na
indústria de equipamentos médico-hospitalares (MANFREDINI, 2006).

No Brasil, a indústria de equipamentos e materiais para uso médico


estruturou-se no período de 1950 a 1980, tendo progressivamente
passado a ofertar instrumentos médicos, materiais de consumo e
equipamentos eletrônicos de maior densidade tecnológica. No primeiro

3. Descrição do Panorama Atual


semestre de 2006, as empresas do setor obtiveram alta de 33% nas
exportações em relação ao mesmo período no ano anterior. Foram
negociados US$ 61,8 milhões, contra US$ 46,3 milhões nos primeiros
seis meses de 2005. Os números confirmam o ritmo ascendente das
vendas externas, que em 2005, chegaram a US$ 398,5 milhões.

Segundo a ABIMO, 79,63% do mercado são compostos por empresas


nacionais e 20,37% por estrangeiras, como indica a Figura 16.

Figura 16 Composição do mercado: empresas nacionais x empresas


estrangeiras
Fonte: ABIMO, 2006

A produção do setor no Brasil é considerada forte, compreendendo


cerca de 515 empresas, 85% das quais são pequenas e médias empresas.
Cerca de 79,64% dos produtores nacionais são financiados com capital
brasileiro. As empresas estão localizadas principalmente nas cidades
de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Os principais produtos
de venda centram-se em equipamentos e suprimentos cirúrgicos,
mobiliário, equipamentos de anestesia e reanimação, aparelhos de

181
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

raios X (básico), incubadoras, equipamentos de esterilização, próteses


ortopédicas e materiais de consumo (ESPICOM, 2007).

A maior parte da produção (cerca de 90%) é direcionada ao mercado


interno. Em 2005, como indicado na Figura 17, cerca de 48% das
vendas da indústria doméstica foram para setor o privado, 44% para o
SUS e outras entidades públicas, e 8% foram exportados.

A maioria das exportações encontra-se nas tecnologias de baixa


complexidade, tais como insumos e materiais de consumo para curativos
médicos, sutura e agulhas. O Brasil detém especialização em alguns
produtos odontológicos, tais como cimentos, instrumentos e aparelhos,
dentes artificiais, raios X e cadeiras odontológicas. O mais rápido
crescimento de exportação nos últimos anos são os pensos adesivos. O
restante da produção é exportado, principalmente, para outras partes
da América Latina, em particular os membros da Associação Latino-
182 Americana de Integração (ou Latin American Integration Association –
LAIA); formada pela Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador,
México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

Figura 17 Destino produção doméstica do Brasil


Fonte: ABIMO, 2006
Os EUA, como indicado na Figura 18, representam o principal destino

3. Descrição do Panorama Atual


das exportações brasileiras individuais. Em 2005, contabilizou US$
104,1 milhões ou 33,5% do total. Desse valor, US$ 62,3 milhões eram
compostos por adesivos curativos. A União Européia (UE-15) representou
US$ 48,8 milhões ou 15,7% do total. A Alemanha foi líder, com US$ 16,8
milhões, na sua maioria composta por peças artificiais, corpo e cadeiras
dentárias. Uma grande quantidade de exportações é enviada para outros
países latino-americanos. Argentina e México foram os principais destinos
em 2005, com US$ 21,1 milhões e US$ 20,8 milhões, respectivamente.

Figura 18 Principais destinos das exportações brasileiras em 2005


Fonte: ESPICOM, 2007

Restritas à América Latina até 2005, as exportações de artigos brasileiros


integram atualmente os mercados árabe e africano, como também, a
comunidade européia e os Estados Unidos, ultrapassando 90 países.
Os itens mais comercializados no exterior são implantes ortopédicos,
válvulas cardíacas biológicas, próteses mamárias de silicone, aparelhos
para neonatologia, além de consultórios odontológicos completos.

183
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

O crescimento da produção nacional, portanto, esbarra não apenas


no diferencial tecnológico entre as empresas nacionais e estrangeiras,
mas também em mecanismo de comercialização que acaba atraindo
para si os maiores compradores, como as licitações públicas, graças a
ofertas de produtos-serviços fechados.

A política de saúde é a única política social que tem acoplada


a si um corpo industrial muito importante, responsável pela
produção de insumos, medicamentos, kits diagnósticos, vacinas e
equipamentos de saúde. O Ministério da Saúde é responsável pela
maior parte das compras governamentais do país e isso faz com
que as empresas desenvolvem mecanismos em que esse poder de
compra possa servir como uma ferramenta de política tecnológica
e de inovação.

Atualmente, os editais públicos são uma forma de democratizar a


184 demanda por projetos e é uma prática que deve continuar. Mas, a
forma como estão sendo utilizados deve ser revista, focando nos
seus temas e priorizando projetos mais avançados na cadeia de
conhecimento, mais perto da inovação tecnológica em produtos e
processos.

O parque tecnológico nacional de equipamentos médicos, que é


avaliado em cerca de US$ 7 bilhões, tem entre 20% e 40% desse
montante inoperante, seja por falta de pessoal qualificado, seja por
ineficiências administrativas. Como pode ser observado nesse estudo
sobre o mercado de EMHO, as importações são representativas para o
setor e se originam principalmente de multinacionais como a Siemens,
a Hewlett Packard, General Electric, dentre outras. Tais empresas
de equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos destinam
recursos para P&D que representam 5,51% de seu faturamento
bruto. Os recursos humanos envolvidos com P&D nessas empresas
representam 5,9%.
O Brasil gasta muito pouco e de forma extremamente ineficiente com

3. Descrição do Panorama Atual


saúde. Aproximadamente 2,7% da população ocupada no mercado
de trabalho estão no setor da saúde. A instalação de equipamentos no
país não segue uma lógica geográfica ou espacial de localização, com
falta de equipamentos em muitos lugares e grande concentração de
equipamentos em outros. Isso ocorre principalmente devido à falta de
regulação e fiscalização apropriada do governo.

O desenvolvimento interno das corporações brasileiras resulta também


na sua expansão dentro do cenário globalizado em que o país se
encontra. O setor industrial de saúde tem capacidade para suprir de
90-95% das necessidades de equipamentos e materiais de consumo
de um hospital geral, nos padrões mundiais. O Brasil pode se tornar
cada vez mais auto-suficiente nesse subsetor e ser um importante ator
internacional, o que pode ser observado pela crescente evolução das
exportações (APEX, 2007).

Além da indústria de equipamentos médicos ser vital e inovadora


para o país, é também um componente chave ao complexo da
saúde e representa com os fármacos um dos pilares da tecnologia
médica.

3.2 Inovação e Tendências


Tecnológicas no Setor de Saúde
A inovação tecnológica assume um papel central no desempenho da
economia, pois tem provocado um forte impacto nos setores onde
são inseridas. O fortalecimento da capacidade de incorporação de
tecnologia é essencial para o aprimoramento do setor de saúde e para
a agregação de qualidade aos seus serviços.

Nessa área é grande a demanda atual por informação tanto por parte
de pacientes quanto de profissionais de saúde e administradores

185
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

dos Estabelecimento Assistenciais da Saúde (EAS). Percebe-se que


os pacientes desejam melhorar sua conscientização e controle
efetivo de sua saúde e os profissionais da saúde necessitam de
informação para tomarem decisões, se manterem atualizados e
qualificados para um melhor desempenho do seu trabalho. As
empresas precisam de informação para gerenciar custos, qualidade
no atendimento e propor inovações para o produto ofertado ao
setor da saúde.

Diante deste contexto, modalidades alternativas para o cuidado à saúde


têm-se destacado no campo, no que é chamado de e-Saúde ou Saúde
Digital. Um dos cenários é o Home Care, modalidades de cuidado
à saúde onde o paciente pode tratar da sua doença em casa junto
da família, possibilitando uma recuperação mais rápida e por meio
das TICs, permite ao profissional saúde um melhor acompanhamento
deste paciente.
186
A mobilidade e a convergência digital permitem que novas
plataformas tecnológicas para área da saúde sejam desenvolvidas,
fortalecendo temas como inclusão digital e governo eletrônico. Em
suma, convivem, no cenário de pesquisa e desenvolvimento das
novas TICs, a convergência digital entre telefonia, fixa ou móvel,
internet e telecomunicações (rádio e TV), modificando não apenas
nos comportamentos e relação humanas e institucionais, mas
também nos padrões de conexão entre as infra-estrutura de todos
os setores da vida econômica e social.

Uma área de grande potencial que vêm sendo pesquisada é o campo


de equipamentos de baixo custo que aproveitam as potencialidades
de um microcomputador. Atualmente o microcomputador é comum
em praticamente todos hospitais, pronto-socorros, postos de saúde,
clínicas e até entre a população em geral. Os componentes mais caros,
críticos e volumosos dos equipamentos, podem ser substituídos pela
tela do computador e respectiva impressora. Pretende-se dessa maneira

3. Descrição do Panorama Atual


simplificar ao máximo o hardware, permitindo assim reduzir custos,
para torná-lo acessível à rede de saúde pública e até aos próprios
pacientes com problemas crônicos.

Continuamente, surgem novas áreas de pesquisa e desenvolvimento -


P&D e tecnologias. A biomecatrônica, por meio do desenvolvimento de
próteses eletromecânicas; metabolônica, com pesquisas de subprodutos
do metabolismo humano (biossensores); a engenharia genética aplicada
à utilização do metabolismo das bactérias como fontes de medicamentos
mais baratos; a nanotecnologia e a computação molecular constituem
novas perspectivas para os próximos anos.

3.2.1 Fomento em Pesquisas

As ações de fomento à pesquisa conduzidas pelo Ministério da Saúde,


por intermédio do Departamento de Ciência e Tecnologia, da Secretaria
de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, apresentaram avanços
significativos nos últimos anos. As decisões políticas de gestores do
Ministério da Saúde propiciaram condições favoráveis à constituição
de novos marcos técnicos e políticos para a área.

Desde 2003, foram financiadas 1.600 pesquisas, com investimento de


R$ 207,8 milhões somente de recursos do Ministério da Saúde e R$
335 milhões, somando-se as cooperações técnicas com as agências de
fomento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Financiadora de
Estudos e Projetos (FINEP), a Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), as fundações de amparo à
pesquisa e as secretarias estaduais de saúde.

Os sistemas de saúde de diferentes países vêm sofrendo o impacto


provocado por um cenário de elevação de gastos e de restrição

187
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

de recursos em saúde, além da conseqüente reestruturação


dos serviços. Assim, os gestores têm demandado informações
consistentes sobre os benefícios das tecnologias e a repercussão
financeira sobre a esfera pública, visando subsidiar a formulação
de políticas e a efetiva tomada de decisão.

A partir dos anos 1990, o crescimento contínuo dos dispêndios em


saúde, o surgimento de novas tecnologias e as mudanças no perfil
epidemiológico das populações impeliram ao desenvolvimento
de mecanismos de articulação entre os setores envolvidos na
produção, na incorporação e na sua utilização nos sistemas de
saúde.

No Brasil, a evolução das atividades de fomento nessa área atesta


o progressivo empenho político do Poder Público em seguir a
assertiva da Organização Mundial da Saúde (OMS): “geração
188 de novos conhecimentos por meio do método científico para
identificar e lidar com problemas de saúde” (Relatório da Comissão
sobre Pesquisas em Saúde para o Desenvolvimento – 1990).

Paralela à orientação internacionalmente consolidada, e aprimorada


ao longo dos anos, um novo projeto nacional se desenha com a
Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde e
implementação da Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em
Saúde (ANPPS). Tais iniciativas foram inscritas no momento histórico
da Segunda Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
em Saúde, ocorrida em 2004, que sublinhou o pacto entre usuários,
trabalhadores, gestores e pesquisadores em torno da indução das
pesquisas segundo as linhas mestras da ANPPS.

Esses instrumentos, implementados pelo Departamento de Ciência e


Tecnologia do Ministério da Saúde (DECIT/MS) e o Conselho Nacional
de Saúde, foram somados às parcerias com a UNESCO e o MCT, por
meio do CNPq e a FINEP. Isso resultou no lançamento de 30 editais

3. Descrição do Panorama Atual


temáticos e 1.277 projetos financiados, de 2003 a 2005. Nesse
mesmo período, foram apoiados 1.260 estudos em diversas áreas
do conhecimento: alimentação e nutrição, violência, acidentes e
trauma, sistemas e políticas em saúde, mortalidade materna e morbi-
mortalidade neonatal, saúde bucal, hantavírus e outras retroviroses,
saúde mental, saúde dos povos indígenas, neoplasias, terapia
celular clínica e pré-clínica, avaliação econômica e análise de custos,
hanseníase, PPSUS Amazônia, bioética, avaliação do Sistema Comitê
de Ética em Pesquisa (CEP) / Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
(Conep) e assistência farmacêutica.

Em 2006, um dos editais lançados em parceria com o CNPq


destinou-se a apoiar pesquisas sobre gestão do trabalho, gestão
da educação e comunicação e informação em saúde (MCT-CNPq/
MS-SCTIE-DECIT – Nº 23/2006). Para tal atividade, foram alocados
R$ 6 milhões, atendendo a 19 projetos, fomentando pesquisas nas
áreas de comunicação e informação, de modo a contribuir para
o avanço do conhecimento, a geração de produtos, bem como
subsidiando a formulação e implementação de ações públicas
em saúde. A previsão de investimentos do Ministério da Saúde
para pesquisas selecionadas por meio de editais temáticos – em
parceria com a FINEP e com o CNPq, como mostra Quadro 6, foi
da ordem de R$ 125,9 milhões. Essas chamadas públicas foram
constituídas a partir do debate entre representantes da gestão
pública, da comunidade científica e acadêmica e dos usuários.

Quadro 6 Editais do DECIT em parceria com a FINEP e o CNPq (C&T – MS, 2006)
Editais Importações
Avaliação Tecnológica em Saúde (ATS) / REBRATS 7.857.000
Inovação em Produtos Terapêuticos e Diagnósticos 63.570.000
Subtotal FINEP 71.440.000
Continua

189
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Quadro 6 Continua
Doenças Negligenciadas 20.000.000
Envelhecimento Populacional e Saúde da Pessoa Idosa 6.000.000
Determinantes Sociais e Populacionais Vulneráveis (população masculina, com
10.000.000
deficiência e pessoa idosa)
Saúde e Ambiente 3.500.000
Gestão do Trabalho em Saúde; Gestão da Educação em Saúde; Comunicação e
6.000.000
Informação em Saúde
Potencial Farmacológico de Organismos Marinhos 3.000.000
Genética Clínica 4.000.000
Saúde Suplementar 2.000.000
Subtotal CNPq 54.500.000
Total (FINEP + CNPq) 125.940.000
Fonte: DECIT/MS, 2006

Em 2007, foi aprovado o Projeto Editoral para conduzir as ações da


área que pretende enfatizar a divulgação científica e a implementação
do jornalismo científico, incluindo a capacitação da equipe técnica. Os
190 conteúdos terão como foco a divulgação das ações como pesquisas
em desenvolvimento, avaliação tecnológica em saúde, discussões
no campo da biotecnologia, estudos multicêntricos e resultados de
pesquisas. O público-alvo é composto por pesquisadores, gestores
e usuários do SUS, e as estratégias segmentadas de acordo com
conteúdo e objetivos.

Nos últimos três anos, as ações de fomento têm merecido atenção


política e recursos crescentes. A expansão orçamentária é evidente:
enquanto em 2003 investiram-se R$ 6,7 milhões em 151 projetos de
pesquisas, em 2004, 844 projetos foram financiados com R$ 60,2
milhões, dos quais 441 projetos foram voltados ao desenvolvimento
regional, integrando o Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS): gestão
compartilhada em saúde, somando R$14,6 milhões. Em 2005, o
montante de R$ 127,8 milhões foi investido pelos parceiros do MS,
como CNPq, FINEP e UNESCO. Foram financiados 416 projetos por
meio de editais temáticos e pesquisas estratégicas e de desenvolvimento
tecnológico no complexo produtivo da saúde. Ainda nesse ano, em

3. Descrição do Panorama Atual


cooperação técnica com a FINEP, foram dedicados R$ 72,1 milhões em
38 pesquisas relacionadas aos editais Rede Multicêntrica de Avaliação
de Implantes Ortopédicos (REMATO) e Implantação de Unidades
de Pesquisa Clínica em Hospitais de Ensino, Estudo Multicêntrico
Longitudinal em Doenças Cardiovasculares e Diabetes Mellitus (ELSA
BRASIL). E por meio de convênio com a UNESCO, a Pesquisa Nacional
de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS) foi financiada
com R$ 7,7 milhões.

Figura 19 Evolução das atividades de fomento no DECIT, 2003 a 2005


(DECIT, 2007).
Fonte: DECIT/MS, 2007

Na Figura 19, observa-se a série histórica de incentivo à pesquisa entre os


anos 2003 e 2005, com a evolução da modalidade de fomento por meio
de editais temáticos e chamadas públicas. As contratações por encomenda
– que em 2003 consumiam 55,3% dos recursos do DECIT – diminuíram
significativamente para o patamar de apenas 11,1% em 2005. A Figura
20 confirma, assim, a consolidação de uma política de eqüidade e de
participação democrática no incentivo às atividades de pesquisa.

191
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Figura 20 Distribuição percentual dos recursos financeiros para fomento de


pesquisas nas regiões norte, nordeste e centro-oeste
Fonte: DECIT/MS, 2007

Uma das novidades da pesquisa realizada pelo IBGE, em parceria


192 com a FINEP, é a inclusão de empresas de serviços de alta intensidade
tecnológica, como telecomunicações, informática e pesquisa e
desenvolvimento. Em 2005, somando-se 2.418 empresas de serviços
inovadoras às indústrias, o Brasil teve 32,8 mil empresas que fizeram
inovação tecnológica em produto ou processo. Do total do gasto
industrial em inovação em todo o país, mais da metade (55,6%) foi
efetuada pelas empresas paulistas. Segundo a pesquisa, o estado de
São Paulo reúne 35,3% das empresas industriais inovadoras.

As atividades de pesquisa contabilizaram profissionais ocupados em


atividades internas de P&D, com cerca de 3,7 mil nas empresas de
telecomunicações, 14,7 mil nas empresas de informática, 23,5 mil nas
instituições de pesquisa e desenvolvimento, e 58,4 mil nas empresas
industriais. Com relação ao nível de qualificação, a pesquisa mostra que
os setores de informática e de telecomunicações empregaram as maiores
cotas de profissionais com nível superior. Em 2005, das 47,6 mil pessoas
ocupadas em P&D, cerca de 27,6 mil eram de nível superior.
Outra forma de avaliar o esforço inovador é a participação dos gastos com

3. Descrição do Panorama Atual


inovação na receita. Os serviços de Pesquisa & Desenvolvimento, com nível
de 68,9%, de informática (5,9%) e de telecomunicações (3,3%), realizaram
esforços inovadores mais intensos do que a indústria (2,8%) em 2005.

O governo, por meio do Edital MCT/FINEP/MC/FUNTTEL – ÁREAS TE-


MÁTICAS PRIORITÁRIA – 02/2007 e do Edital MCT/CNPq/CT-SAÚDE
– 24/2007, pretende ampliar as parcerias entre centros de pesquisas
e empresas para que elas possam buscar a inovação e melhorar sua
participação no mercado.

3.2.2 Aspectos Tecnológicos e Operacionais

A variação do ciclo dos produtos e equipamentos está cada vez mais


intensa. Percebe-se que alguns equipamentos têm o ciclo de vida curtíssimo,
enquanto outros têm um ciclo mais longo, mas, independente dessa
variação, os equipamentos ficam obsoletos mais rapidamente do que no
passado. Frente a essa dinâmica, uma empresa deve buscar estar sempre
à frente da concorrência, com equipamentos novos e inovadores, com
soluções de interconectividade e tecnologias da informação e comunicação
mais modernas e de acordo com o que o mercado exige.

Inovação é uma questão complexa, porque depende de tendências


mundiais, ou megatrends. O impacto ambiental, o aquecimento global
e a vida média da população mundial são exemplos de megatrends.
Eles sinalizam as tendências futuras que o mercado vai exigir de
produtos que as empresas têm que desenvolver para atender. Além
de observar as megatrends, a inovação exige ouvir os clientes e o que
eles necessitam e desejam. Outro fator é a tecnologia disponível –
pode-se atuar mais nas áreas em que já se domina a tecnologia. Esses
vários fatores levam a desenvolver novos equipamentos ou soluções
que o mercado exige ou vai exigir. A inovação hoje é uma questão de
sobrevivência das organizações.

193
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

3.2.2.1 Micro e Nano-eletrônica

As indústrias líderes de tecnologia projetam para os próximos 15


anos a introdução comercial de novos padrões de processamento
e armazenagem de informação, sendo a eletrônica molecular a
nova fronteira a ser ultrapassada depois da microeletrônica e da
atual nano-eletrônica. Segundo o professor Sergio Bampi, do
Instituto de Informática (II) da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, UFRGS, as companhias prevêem para 2018 a fabricação
de circuitos integrados (chips) com capacidade de memória de 32
gigabits em cada centímetro quadrado de silício. As empresas do
setor estão desenvolvendo nano-supercomputadores, nos quais um
mesmo chip contenha milhares de processadores e bilhões de bits,
o que garantirá não apenas velocidade, mas mudará o paradigma
do hardware. Esse é o caminho a ser trilhado pela computação
integrada nos chips, o que influenciará diretamente a produção
194 de equipamentos biomédicos. Esse prognóstico da indústria é
realista em função dos expressivos investimentos e estudos em
andamento nas empresas e universidades líderes no mundo em
nano-eletrônica.

Segundo estudo governamental, nos últimos cinco anos, o Brasil in-


vestiu R$ 150 milhões em nanotecnologia, com investimentos que
vieram do Programa Nacional de Nanotecnologia – PNN, que usa
fundos setoriais, subvenção econômica (aplicação de recursos públi-
cos não-reembolsáveis em empresas) e editais, enquanto os Estados
Unidos e o Japão gastaram cerca de US$ 1 bilhão por ano (Boletim
Informática, 2007).

A nanotecnologia permite trabalhar em uma escala quântica/atômica.


Ao variar a estrutura e a composição de materiais comuns, cientistas
podem mudar dramaticamente suas propriedades físicas, químicas e
biológicas. Como exemplo de aplicação na área medica, prevê-se que
as nanopartículas possam viajar livremente pela corrente sangüínea

3. Descrição do Panorama Atual


para atacar um câncer específico, bem como serem colocadas em
um colírio para tratar um glaucoma e possibilitar cirurgias atômicas.
Em imagens e micro ou nanoscopia, prevê-se também câmeras de
nanotecnologia dentro do corpo humano. Cada unidade fornecerá
parte da imagem, semelhante aos olhos compostos de insetos. As
nanopartículas poderão ter outras aplicações decorrentes da sua
característica de bioluminescência.

Na University of North Carolina em Chapel Hill, imagens de


tomografia computadorizadas foram criadas com raios X de
nanotubo de carbono. Imagens quantitativas de células são uma
ferramenta importante para o diagnóstico de câncer e para medir
a quantidade de agentes quimioterápicos liberados a cada célula
de câncer. O conceito desses equipamentos será modificado com
o surgimento de um novo nanotransistor químico que possibilitará
a criação de equipamentos biomédicos ultra-sensíveis, capazes de
detectar um antígeno único em uma amostra de sangue ou uma única
célula cancerígena. Um sistema de liberação de droga baseado em
nanopartículas, em que um campo magnético aplicado direciona o
acúmulo de nanocarregadores com drogas em células de tumor, foi
recentemente publicado na revista Molecular Pharmaceutics (Portal
Oftalmologia, 2007). Além disso, metais preciosos, como a prata e
o ouro, que são ingredientes chave de nanocomponentes, podem
ser desenhados para medir as reais quantidades de droga sendo
absorvidas pelas células cancerígenas.

Também será possível desenvolver polímeros com memória para


clínicas médicas - materiais que se transformam em uma forma pré-
determinada quando ativados por luz, calor ou campo magnético
e podem ser implantados e ativados em qualquer lugar no corpo
humano. A primeira dessas tecnologias aparecerá na forma de auto-
suturas e aparelhos ortodônticos que se ajustam rapidamente.

195
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

3.2.2.2 Novos Protocolos de Inter-conectividade

A integração das diferentes aplicações das TIC requer recursos


específicos tais como biossensores, microeletrônica, instrumentos
computadorizados, terminais de rede, rede de comunicação, conexões
por satélites e outros. Para que seja possível a implementação das
aplicações em e-Saúde, os padrões definidos por protocolos de
comunicação devem favorecer a interoperabilidade dos sistemas
de informação e a compatibilidade dos dados. Nesse contexto, a
padronização deve ser considerada como uma ação estratégica
importante para a difusão do e-Saúde (ROCA, 2001).

A escolha do protocolo de comunicação é de fundamental importância,


pois permite ampliações e/ou adição de novos serviços. Entre os órgãos
de padronização dos protocolos de comunicação, destacam-se: American
National Standardization Institute (ANSI), International Standards
196 Organization (ISO) e World Health Organization (WHO). Na Tabela 81, são
apresentados esses órgãos com seus respectivos protocolos desenvolvidos
para aplicações na área da saúde (TOLEDO, 2003; ROCA, 2001).

Tabela 81 Resumo de alguns protocolos de comunicação que devem ser implementados em aplicações de
e-saúde. Os padrões definidos têm que proporcionar a interoperabilidade de dispositivos de monitorização e
intercâmbio dos sinais biomédicos
Protocolo de Comunicação Órgão de Descrição
Padronização
ASTM 1467 ASTM Formato de armazenamento e intercâmbio de
medidas neurofisiológicas (EEG, EMG, ECG).
Possibilita armazenar outros tipos de dados.
HL7 (Health Level) HL7 (Adotado depois Formato de intercâmbio de informação entre
pela ASI) sistemas de informação hospitalar. Possibilita
intercâmbio de parâmetros e sinais como
resultados de exames clínicos. A sua última
versão (3) tem acrescentado um modelo de
referência para representar a informação
clínica.
Continua
Tabela 81 Continuação

3. Descrição do Panorama Atual


DICOM (Digital Imaging and NEMA Formato de armazenamento e intercâmbio
Communications) de imagens médicas admite também sinais
biomédicos.

MEDICOM (Medical Imaging CEN ( ENV 12052) Adaptação do padrão DICOM pelo
Communication) CEN, com novas informações e
interoperabilidade.

SCP-ECG CEN (ENV 1064) Formato de armazenamento ECG. Pode


incluir compressão do sinal e dados
derivados. Adotados por fabricantes de
ECG.

VITAL CEN (ENV 13734) Modelo para a interoperabilidade entre


dispositivos de monitorização. Proporciona
uma representação comum independente
do dispositivo, de sinais vitais e um modelo
de acesso a essa informação.

IEEE 1073.5.x (Point-of-care IEEE Permite adicionar padrões na interconexão


medical device communication) de dispositivos médicos por meio de uma
LAN/WAN.

MIB (Medical Information ) IEEE (IEEE 1073) Conjunto de padrões para a


interoperabilidade plug and play de
dispositivos em um ponto de cuidado
(Point-of-Care).
Fonte: Adaptado de TOLEDO, 2003 e ROCA, 2001

O formato da informação médica pode ser obtido de diversas formas,


tais como: texto, áudio, imagens estáticas ou dinâmicas, código de
barras, voz e sinais biomédicos. No entanto, para que o intercâmbio
da informação entre o equipamento médico-hospitalar e o sistema
computacional seja realizado, são desenvolvidos middleware
(software shell), encarregados de intermediar as comunicações entre
o sistema operacional e o software aplicativo, independente do tipo
de hardware, do sistema operacional e do protocolo de comunicação.
Como padrão de middleware, o CORBAmed tem promovido a desejada
interoperabilidade entre os equipamentos, instrumentos e sistema de

197
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

informação, bem como melhorado a qualidade do compartilhamento


dessa informação de forma confiável e segura e a redução dos custos
dos serviços médicos.

3.2.3 Cenários de Aplicações

3.2.3.1 e-Saúde

O e-Saúde, definido como um campo emergente na intersecção


da informática médica, saúde pública e negócios, tem tornado o
compartilhamento da informação em saúde mais acessível pela
internet e tecnologias relacionadas, tais como a computação móvel,
Wireless e a Wi-Max.

Seguindo a vertente em que os equipamentos médico-hospitalares


podem ser ligados a um microcomputador, aplicações em e-Saúde,
198 seja a Telemedicina ou a computação móvel, permitem que os
equipamentos sejam usados remotamente, ou seja, com a ajuda
de um modem comum já existente nos computadores. Nesse
tipo de procedimento, o paciente fará seu exame em sua própria
casa, o médico o receberá imediatamente no seu consultório pela
linha telefônica e poderá orientar o paciente. Mesmo em postos
de saúde, onde em geral não há um especialista atendendo, o
próprio clínico fará o exame no paciente, transmitirá o resultado
a um especialista dentro de um hospital, que fará o diagnóstico,
orientando o médico clínico no posto de saúde, ou pronto-
socorro, sempre pela linha telefônica. Acredita-se que esse tipo
de procedimento nos casos de emergência, em locais pobres e
ermos, poderá salvar muitas vidas.

Assim, as plataformas tecnológicas que utilizam procedimentos como


da telemedicina, computação móvel, dentre outras convergências
digitais, possibilitam que os equipamentos médico-hospitalares
possam ser usados também nas campanhas de saúde, fornecendo

3. Descrição do Panorama Atual


exames de baixo custo à população carente.

3.2.4 Potencial de Inovação

De acordo com Motta, Albuquerque e Cassiolato (2000), há três assuntos


muito discutidos por estudiosos do setor da saúde: o conceito de complexo
médico-industrial, as fortes evidências sobre a existência de um sistema
biomédico de saúde e os estudos sobre as interações entre as universidades
e as indústrias na geração das inovações. O primeiro trata da articulação
que envolve a assistência médica, as redes de formação profissional, a
indústria farmacêutica, a indústria produtora de equipamentos médicos e
instrumentos de diagnóstico. É necessário estudar os fluxos de informação
tecnológica e os mecanismos de geração da inovação nesse complexo da
saúde. O segundo sugere um sistema biomédico de inovação do qual os
hospitais participam intensamente. E o terceiro detalha as várias formas de
interação entre as universidades e a indústria na geração de tecnologia médica.

Algumas comparações em relação ao mundo merecem espaço. Por


exemplo, no MIT, representado na Figura 21, incentiva-se muito
o aluno a ter uma visão de empreendedor, e não tanto uma visão
passiva como nas universidades brasileiras onde os alunos não são
preparados para serem inovadores.

MIT - Impacto da Inovação

4.000 empresa (ex-alunos e professores)


150 novas empresas/ano
1,1 milhão depessoas empregadas
Faturamento anual: US $ 232 bilhões
- 24a maior ecomia do mundo

Figura 21 Potencial de Inovação (MIT, 1997)


Fonte: BANK BOSTON, 1997

199
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Sistemas nacionais de inovação são arranjos compostos por instituições


como empresas, redes de interações entre essas empresas, agências
governamentais, universidades, institutos de pesquisa, laboratórios
de empresas, dentre outras, as quais são responsáveis pela geração,
implementação e difusão das inovações. Elas podem ser tanto produto
de uma ação planejada como somatório de decisões não planejadas,
impulsionando o progresso tecnológico. Observa-se na Figura 22
que a distribuição de pesquisadores e engenheiros de P&D no Brasil
concentra-se nas universidades.

200

Figura 22 Perfil de inovação: distribuição de pesquisadores e engenheiros de


P&D na indústria, governo e universidades
Fonte: INOVA UNICAMP, 2006

Um dos potenciais que se enxerga para o país são as nanotecnologias


na medicina, como mostrado na Figura 23, com projeção de US$ 30
bilhões para 2015 na área da saúde.
3. Descrição do Panorama Atual
Figura 23 Potencial de mercado em nanotecnologia esperado para 2015,
(bilhões US$)
Fonte: NATIONAL SCIENCE FOUNDATION, 2007

3.2.4.1 Novos Procedimentos de Diagnóstico e Terapias

No que se refere ao mercado de equipamentos de diagnóstico


por imagem e de terapia, o setor da saúde vem experimentando
um crescimento acima da média dos últimos anos. A valorização
do real frente ao dólar foi um fator importante desse
crescimento. Essa demanda veio também acompanhada de maior
competitividade no mercado. Isso tem gerado benefícios para
os pacientes, melhoria nas aplicações clínicas, maior precisão
diagnóstica e processos mais eficientes, que proporcionam
agilidade e aumento de produtividade, bem como maior
conforto para o paciente.

Iniciativas como essas se somam a outras, da mesma ordem,


como a monitoração remota, que reduz significativamente o
tempo que o equipamento fica indisponível, e outros esforços
permanentes de capacitação das suas equipes.

201
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

3.2.4.2 Pesquisa em Desenvolvimento para


os Subsetores de EMHO

Reportando à Figura 23, podemos concluir que, Imagens


Biomédicas e Processamento de Imagem, e Bioinstrumentação
(Sensores), Micro e Nano Tecnologias, e tem quantidade
significativa de trabalhos desenvolvidos na área cardíaca, tanto
em instrumentação como imagem. Trabalhos sobre equipamentos
de diagnóstico, como Eletrocardiógrafos que podem se integrar
em sistemas de Telemedicina com as ferramentas necessárias
para transmitir informação ponto a ponto, por meio da internet e
validados a partir da norma técnica IEC 60601-2-51, evidenciam
a busca por inovação no setor da saúde. Atualmente, os países
da América Latina e Caribe ainda concentram suas pesquisas em
microtecnologia.

202 3.3 Formação, Capacitação


e Qualificação
A complexidade dos equipamentos hospitalares é fortemente
influenciada pela qualidade do processo tecnológico da saúde, pela
imagem do hospital e pela participação no mercado. Aliados aos custos
de aquisição, aspectos como dimensionamento da tecnologia e uso
adequado dos equipamentos e das inovações tecnológicas permitem
pensar em um dos principais pilares que caracterizam a gestão da
tecnologia médico-hospitalar: o recurso humano.

A complexidade da tecnologia torna importante a necessidade de


desenvolver recurso humano capacitado e qualificado. Como se
observa no gráfico da Figura 24, a complexidade tecnológica é pouco
atendida em relação aos recursos humanos. Quando se tem uma
baixa complexidade tecnológica, tem-se uma quantidade de recursos
humanos relativamente aceitável. Ao mudar a complexidade da
tecnologia, entretanto, o recurso humano começa a ser deficiente.

3. Descrição do Panorama Atual


Importante ressaltar que, do ponto de vista do setor industrial, para se
ter um produto sustentado no mercado, o usuário deve ter informação
e estar preparado para manusear a tecnologia.

Figura 24 Complexidade tecnológica e Recursos humanos


Fonte: OPAS, 2007

Segundo o Ministério da Saúde, no setor público, o valor do parque


tecnológico de equipamentos médico-hospitalares é estimado
em US$ 7 bilhões. Entre 20% e 40% dessa infra-estrutura estão
inoperantes, por aquisições inadequadas, qualidade insatisfatória e
principalmente pelo uso indevido dos equipamentos. Diante de tal
contexto, o Ministério da Saúde tem impulsionado a formação de
sistemas de gerência e manutenção de equipamentos, a capacitação
de recursos humanos especializados, a instituição de sistemas para
garantia de qualidade e a elaboração de proposta para avaliação
e regulamentação das tecnologias e projetos de investimento
científico.

Os incentivos financeiros criados pelo Ministério da Saúde


ocasionaram uma rápida expansão de diversos vínculos com os
serviços de saúde. Esses vínculos, de acordo com a Pesquisa de
Assistência Médico-Sanitária – AMS do IBGE, apresentam-se de três

203
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

formas: (i) próprio, quando o contrato é efetuado direto com o EAS;


(ii) intermediário, quando o contratado se dá por meio de empresa,
cooperativa ou entidade diferente do EAS; e (iii) a prestação de
serviços e trabalho autônomo nos EAS, englobando outras formas
de vínculo.

Conforme Quadro 7, nota-se que a vinculação formal prevalece


para todas as ocupações de trabalho. Os técnicos e auxiliares que
trabalham com equipamentos médico-hospitalares apresentam
maiores percentuais no país de vinculo intermediário, e ainda,
da prestação de serviço e do trabalho autônomo. Diante desse
contexto, a incorporação de novas tecnologias na saúde (novos
produtos, instrumentos, equipamentos e/ou processo) e o
perfil de um setor constituído por atividades eminentemente
intensivas de recursos humanos exigem novas qualificações
para operação, fazendo crescer a demanda efetiva por força
204 de trabalho.

Quadro 7 Percentual de postos de trabalhos de ocupações técnicas/auxiliares e de qualificação elementar


segundo forma de vínculo com os estabelecimentos de saúde. Brasil – 1999 a 2002
Ocupações 1999 2002
Empresa País Faturamento Número Posição
de
Patentes
Total Nível Técnico/Auxiliar 89,73 10,27 89,61 10,4
Téc./Aux. em histologia 73,45 26,54 84,03 15,98
Téc./Aux. em patologia clínica/laboratório 82,44 17,56 86,89 13,11
Téc. em citologia/citotécnica 78,73 21,27 80 20
Aux. de enfermagem 91,78 8,23 91,16 8,84
Téc. de enfermagem 91,61 8,39 91,31 8,69
Téc./Aux. de farmácia 91,66 8,34 90,46 9,54
Téc./Aux. em hematologia/hemoterapia 78,91 21,08 85,17 14,83
Téc./Aux. em nutrição e dietética 90,66 9,34 89,58 10,42
Téc. em radiologia médica 78,04 21,95 80,05 19,95
Téc./Aux. em reabilitação 86,6 13,4 83,89 16,11
Continua
Quadro 7 Continuação

3. Descrição do Panorama Atual


Téc. em higiene dental 90,79 9,21 - -
Aux. de consultório dentário 90,65 9,35 - -
Téc./Aux. Em prótese dentária 68,99 31,01 - -
Téc. Equipamentos médico-hospitalares 69,06 30,94 76,76 23,24
Agente de saneamento 81,56 18,44 - -
Fiscal sanitário 90,43 9,57 90,92 9,09
Téc./Aux. Em vigilancia sanitária e ambiental 81,54 15,46 88,71 11,29
Total Nível Elementar 85,14 14,86 81,99 18,01
Atendente Aux. De serviços diversos
92,89 7,11 89,75 10,26
assemelhados
Parteira 85,97 14,04 88,85 11,16
Agente de saúde pública 82,07 17,92 82,3 17,7
Agente comunitário de saúde 76,54 23,46 78,82 21,18
Guarda Endemias/Agentes controle zoonose/
75,11 24,9 74,36 25,64
Agente controle de vetor
Fonte: IBGE – MAS, 2002

O crescente reconhecimento de que Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I)


são fatores decisivos que contribuem para o crescimento econômico,
social e cultural das sociedades atuais, tem evidenciado a relevância do
Estado incorporar tais variáveis em suas políticas públicas, ou mesmo de
criarem políticas públicas específicas para a área.

No Brasil, a discussão sobre a importância das atividades de pesquisa


científica e tecnológica tem ficado restrita ao ambiente acadêmico,
quando o desenvolvimento da tecnologia deveria estar integrado
com as empresas do setor de EMHO para que o produto ou serviço,
desenvolvido em parcerias, tenha maior impacto no mercado. Como
mostrado na cadeia produtiva do setor, os atores secundários que
podem contribuir para o fomento da inovação tecnológica e formação,
capacitação e qualificação do recurso humano são representantes do
governo (federal, estadual e municipal), dos institutos de capacitação
e formação de recursos humanos, das organizações de serviços
tecnológicos, das organizações de infra-estrutura tecnológica, dos
institutos de pesquisa e laboratórios para testes, das organizações

205
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

de transporte e logística e dos órgãos de normas e certificação de


produtos do setor.

3.4 Infra-Estrutura Física


As necessidades dos serviços médicos devem ser definidas e
analisadas com base em estreita parceria entre o corpo clínico, a
administração, os engenheiros e técnicos do hospital. Isso permitirá
tomadas de decisões corretas das reais necessidades, considerando
os contextos de infra-estrutura física (obras, instalações, eletricidade,
gás e fluidos médicos, água, etc.) e colocando em evidência as
exigências em termos de equipamentos, materiais de consumo e
insumo, bem como as manutenções. Uma avaliação precária do
contexto local, das condições de instalação e dos futuros custos
de funcionamento pode levar a investimentos inadequados e,
portanto, ineficientes.
206
A dimensão da infra-estrutura tecnológica do EAS está vinculada
à definição de um plano de investimento, descrevendo os recursos
financeiros a investir a curto e médio prazo, assim como esses
investimentos serão financiados e pagos.

3.4.1 Adequação ao Uso da Tecnologia

3.4.1.1 Atendimento Médico Domiciliar

As modalidades de tratamento à saúde, como o atendimento médico


domiciliar (Home Care), a possibilidade da coleta laboratorial para
análises clínica em domicílio, o envio de exames e acompanhamento
do paciente à distância (e-Saúde) e o gerenciamento dos equipamentos
por tecnologias de radiofreqüência, têm crescido em razão do
envelhecimento da população, da necessidade de humanização do
atendimento, bem como da economia de recurso e da redução do
tempo de internação. Essa mudança do perfil econômico, social e

3. Descrição do Panorama Atual


cultural tem forçado as empresas de equipamentos médico-hospitalares
a buscarem alternativas que resultem em eqüidade, qualidade e
eficiência na assistência à saúde.

A adequação do uso dos equipamentos médicos, que podem integrar


as plataformas tecnológicas para as novas modalidades de tratamento
à saúde, deve estar em conformidade com as legislações vigentes,
ressaltando aspectos relacionados ao uso do espaço, à organização de
estrutura hospitalar e aos fluxos de trabalho, de forma a aperfeiçoar a
utilização e o gerenciamento desses equipamentos.

3.4.2 Aspecto Legal

A competição internacional de bases tecnológicas, cenário em


que se apresenta o comércio exterior do Brasil, tem exigido das
empresas melhoria dos níveis de produtividade para que assegurem
sua competitividade e presença permanente no mercado como um
todo. A garantia da segurança, da qualidade e da efetividade na
incorporação de tecnologias na assistência à saúde é um fenômeno
que desencadeia uma série de processos como (GLOWASCKI,
GARCIA, 2004):

• regulatórios de pré-comercialização e pós-comercialização;


• avaliação e controle da qualidade dos produtos e do processo de
assistência à saúde;
• gerenciamento de risco;
• avaliação tecnológica;
• financiamento público;
• gestão da tecnologia.

Um custo significativo incorrido pelas empresas do setor EMHO é a


certificação de produtos, cujo processo demanda tempo. Em alguns

207
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

casos, a demora para obtenção de determinada certificação inviabiliza


o lançamento de um produto quando um produto similar é lançado
pelo concorrente mais rapidamente. A pluralidade de regulamentos,
específicos para cada país, também gera custos e dificuldade de acesso
aos mercados externos.

A certificação de produtos é uma importante atividade que é exigida


em todo o mundo antes de sua autorização para comercialização.
Existem hoje mais de 50 normas técnicas internacionais, entre
Internacional Electrotechnical Commission (IEC) e International
Organization for Standardization (ISO), especialmente criadas
para ensaios dos mais diversos equipamentos e produtos para a
saúde. Os regulamentos são estabelecidos pelos governos por meio
de um agente específico, visando garantir a segurança e a saúde
dos usuários de produtos para uso médico. Os produtos que não
estiverem de acordo com tais regulamentos têm sua comercialização
208 proibida. Essas exigências são aplicadas igualmente aos produtos
nacionais e importados.

Cada país exige uma certificação própria, que deve ser obtida em
laboratórios credenciados. No caso dos Estados Unidos, o órgão
responsável por esse processo é o Food and Drug Administration (FDA),
enquanto o mercado europeu exige a marca Comunidade Européia
(CE) para comercialização de equipamentos de uso médico. Em países
cuja estrutura regulatória é mais frágil ou inexistente, privilegia-se a
compra de equipamentos com certificações de outros países (marca
CE, por exemplo), uma vez que estas asseguram a qualidade do
produto.

Ao mesmo tempo em que a certificação visa proteger a integridade


física dos usuários, essa exigência de pode criar um ciclo virtuoso entre
os sistemas regulador e produtivo. A adaptação dos equipamentos e
de seus fabricantes aos regulamentos técnicos estimulam melhorias
qualitativas nos produtos e processos de fabricação, gerando um

3. Descrição do Panorama Atual


diferencial competitivo para as empresas.

A ausência de transparência das normas ou regulamentos aplicados, a


imposição de procedimentos morosos ou dispendiosos para avaliação da
conformidade e/ou a imposição de regulamentos excessivamente rigorosos
por parte de organismos estrangeiros geram dificuldades de acesso ao
comércio internacional. Essas barreiras técnicas são severas para os países
em desenvolvimento, que, por se encontrarem em estágio tecnológico
mais atrasado em relação aos países desenvolvidos, têm maior dificuldade
de adaptação às regras estabelecidas (INMETRO, 2004).

3.4.2.1 Certificação, Registro & Metrologia

O controle sanitário da produção e comercialização de produtos de


saúde no Brasil é realizado pela ANVISA. Vinculada ao Ministério da
Saúde, a agência atua como entidade administrativa independente e
tem como finalidade institucional promover a proteção da saúde da
população por intermédio do controle sanitário da produção e da
comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária;
inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias
a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e de
fronteiras. As atribuições legais da ANVISA nessa área são:

• elaborar e propor a regulamentação técnica que oriente as ações


de vigilância sanitária na área de produtos correlatos;8
• coordenar e promover a execução das ações de registro de produtos
correlatos;
• coordenar, acompanhar e avaliar a execução de regulamentos
técnicos aplicáveis a produtos correlatos, relacionados com a área
de atuação da vigilância sanitária;
• planejar e coordenar a execução de programas de controle de
qualidade e certificação de produtos correlatos;

209
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

• opinar sobre a importação de produtos correlatos por entidades sem


fins lucrativos, para fins de isenção do imposto de importação;
• promover a harmonização dos regulamentos técnico-sanitários
da área de correlatos, no âmbito do Mercado Comum do Sul
(Mercosul).

A Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, que submete ao sistema


de vigilância sanitária os medicamentos, insumos farmacêuticos,
drogas, correlatos, cosméticos, produtos de higiene, saneantes, entre
outros, foi regulamentada pelo Decreto nº 79.094, de 5 de janeiro de
1977. Esta lei estabelece, entre outras disposições, requisitos gerais
para registro desses produtos e algumas disposições particulares
para registro de correlatos, no qual estão enquadrados os insumos e
equipamentos de uso médico (ANVISA, 2007).

O registro desses produtos somente foi disciplinado em 1993, com a


210 publicação da Portaria Conjunta nº 1, das Secretarias de Vigilância Sanitária
e de Assistência à Saúde, que estabeleceu procedimentos e informações
necessários para solicitar registro, alteração, revalidação ou cancelamento
de registro desses produtos no Ministério da Saúde.

Adicionalmente, a Portaria nº 2.043 do Ministério da Saúde, de 12


de dezembro de 1994, que revoga o Anexo I da Portaria Conjunta
nº 1, de 1993, instituiu o sistema de garantia da qualidade de
produtos correlatos industrializados, montados ou transformados
no país ou importados para comercialização ou atendimento de
terceiros, e definiu o universo de produtos sujeitos a esse sistema
de qualidade, como:

• equipamentos de diagnóstico;
• equipamentos de terapia;
• equipamentos de apoio médico-hospitalar;
• materiais e artigos descartáveis;
• materiais e artigos implantávei;

3. Descrição do Panorama Atual


• materiais e artigos de apoio médico-hospitalar;
• produtos para diagnóstico de uso in vitro.

Esses produtos ainda são classificados quanto ao potencial de risco


à saúde de seus usuários (pacientes e/ou operadores). As diretrizes
para sua regulamentação técnica adotam o Sistema Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (SINMETRO) para
verificação e comprovação da conformidade desses produtos, tal
como definidos nos respectivos regulamentos técnicos.

Recentemente, os procedimentos de registro de produtos de uso


médico foram objeto de debates no Mercosul, originando a Resolução
Mercosul GMC nº 40/00, que foi internalizada no Brasil pela RDC nº
185, de 22 de outubro de 2001. Além do registro, foi instituída a
qualificação de processo das empresas fabricantes e de importadoras
de produtos de uso médico. A RDC nº 59, de 27 de junho de 2000,
estabeleceu o cumprimento, por parte de todos os fornecedores de
produtos de uso médico, dos requisitos fixados pelas Boas Práticas de
Fabricação de Produtos Médicos – BPF, cabendo a inspeção ao Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS).

A melhoria do sistema de certificação depende do aumento e melhor


qualificação da equipe técnica dos organismos responsáveis, assim
como da melhoria dos laboratórios existentes no país, viabilizando
testes confiáveis e eficientes. Essa necessidade evidencia-se, pois
muitos equipamentos não são certificados por:

• falta de pessoal técnico qualificado devido a pouca experiência com


esses tipos de equipamentos e da grande diversidade de tecnologias
envolvidas;
• falta de equipamentos para realização de ensaios devido à grande
necessidade de investimentos;

211
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

• limitações de infra-estrutura física laboratorial devido à falta de


instalações capazes de realizar testes necessários, resultando em
testes demorados por haver poucos laboratórios credenciados para
realizá-los;
• dificuldades na calibração dos equipamentos de laboratório,
principalmente com equipamentos que devem ser calibrados no
exterior;
• ausência de laboratórios credenciados nas Normas de compatibi-
lidade eletromagnética para equipamentos eletromédicos e nas
Normas de Biocompatibilidade para equipamentos eletromédicos.

Apesar da certificação de produtos eletromédicos ser compulsória,


ainda há deficiências ligadas à ausência de normas técnicas brasileiras
e de capacitação laboratorial para os ensaios exigidos para a
certificação. Atualmente, no Brasil, convive-se com a comercialização
de produtos locais, devidamente registrados na ANVISA, porém, sem
212 um certificado de conformidade, ou com certificações parciais, quanto
à sua segurança e ao seu desempenho.

No passado, essas certificações não eram essenciais para o setor,


porque a cobrança nos mercados externos não era tão ofensiva.
Porém, segundo Franco M. Giuseppe Pallamolla, diretor executivo
da ABIMO, “hoje, não adianta nem comparecer a um evento
internacional se os produtos não seguirem os padrões lá de fora"
(ABIMO, 2007).

Outro fator que motivou a qualificação internacional dos produtores


nacionais de produtos médicos e odontológicos são as incertezas
de crescimento da demanda interna, ainda muito vinculada às
instabilidades do cenário econômico nacional. Cerca de 35% do que
as associadas da ABIMO produzem já têm como destino mercados
estrangeiros. Existem, porém, diversas certificações a serem obtidas.
Dentre elas, a CE, voltada para o mercado europeu, e a CSA, para
os consumidores canadenses. Dependendo de qual é o mercado

3. Descrição do Panorama Atual


prioritário da empresa exportadora, escolhe-se o tipo de certificação
mais adequado (ABIMO, 2007).

Com as informações e apoio do Sebrae-SP, as empresas associadas


do setor de EMHO cuidam de todos os detalhes que antecedem as
negociações de exportação – desde o convite feito para as empresas
estrangeiras, traslado, hospedagem, refeições e as visitas às fábricas
no Brasil.

A partir do treinamento, as empresas estão enfocando a certificação


nas linhas de produtos médicos e odontológicos. De acordo com
o Sebrae-SP, somente no ano de 2004, as empresas desse setor
investiram R$ 11,5 milhões para a obtenção de certificações de
seus produtos. Em 2005, o investimento foi da ordem de R$ 5,7
milhões. No período de 2002-2005, as certificações aumentaram
aproximadamente 412%. Já em 2006, 40.8 mil produtos brasileiros
receberam certificação de qualidade, sendo 5% a mais em
comparação com 2005. Vale lembrar que uma certificação para
exportar produtos médicos para países da Comunidade Européia
custa, em média, R$ 50 mil.

Embora tenhamos forte indústria local de equipamentos para a saúde,


capacitada para atender boa parte das necessidades de hospitais e
clínicas, seu avanço técnico ainda é substancialmente inferior aos
avanços alcançados nos países mais desenvolvidos. Isso não significa
demérito completo para a indústria nacional. Apesar das empresas
brasileiras terem capacidade, conhecimento e domínio de novas
tecnologias, o custo de desenvolvimento de novos produtos ou
aperfeiçoamento dos existentes é muito alto, além de não disporem
de economia de escala de produção. As grandes empresas dos países
desenvolvidos centralizam suas produções em regiões estratégicas
para distribuição em escala global.

213
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

A falta de metodologia de certificação adequada e de profissionais


com a correta capacitação, tanto por parte do governo quanto por
parte das indústrias, e a necessidade de manter dados atualizados
sobre equipamentos ensaiados para certificação e para exportação
do setor de EMHO, têm demandado o desenvolvimento de um Plano
de Desenvolvimento Setorial (PDS), articulado entre ABDI, ABIMO
e ANVISA. O PDS para indústria médico-hospitalar representa
oportunidades de melhorias no sistema de avaliação e aprovação
das novas tecnologias, por meio dos seguintes projetos:

• capacitação para gestão de negócios no mercado norte-


americano;
• guia orientativo de linhas de créditos e aportes financeiros;
• manual orientativo para adequação de processos de manufatura e
garantia da qualidade à legislação da ANVISA;
• manual orientativo para registro de produtos na ANVISA.
214
A ausência de novas tecnologias no sistema prejudica principalmente
o paciente, e conseqüentemente o sistema de saúde, que
poderá se tornar defasado em relação ao restante do mundo. O
desenvolvimento constante de competências laboratoriais e o
credenciamento dos laboratórios existentes são requisitos para a
eficácia no atendimento de normas e regulamentações aplicáveis
aos diversos tipos de equipamentos no setor de EMHO.

3.4.2.2 Políticas Tributárias e Fiscais

No Brasil, quando se fala de políticas industriais, muitos as relacionam


com políticas desenvolvidas nos anos 1950-1970, baseando-se na
criação de capacidade física das fábricas para substituição de importações
protegendo da competição internacional e um conjunto articulado
de incentivos, com o Estado criando empresas de porte e atraindo
investimento externo, oferecendo como atrativo o mercado interno.
Com a abertura econômica nos anos 1990, a situação do mercado

3. Descrição do Panorama Atual


se modificou. A necessidade de incentivar a mudança do patamar
competitivo da indústria brasileira e a ausência de um plano de
ação do Estado desencadearam programas e ações, como por
exemplo, a PITCE, lançada em 2004. A PITCE vinha proporcionando
o desenvolvimento da indústria (aumento da eficiência) com
inovação tecnológica (transformação da estrutura) e inserção
e competitividade internacional (ABDI, 2008). Em substituição e
ampliação àquela política industrial, o governo atual lançou, em
março de 2008, a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP),
fortemente estruturada em um sistema de metas e buscando o
crescimento de longo prazo da economia brasileira. Os programa
e projetos da PDP visam fortalecer a competitividade, com foco em
complexos produtivos com potencial em exportar e/ou gerar efeitos
de encadeamento sobre o conjunto da estrutura industrial.

A Lei nº. 10.973, de 2 de dezembro de 2004, denominada "Lei da


Inovação", reflete a necessidade do país contar com dispositivos legais
que contribuam para o delineamento de um cenário favorável ao
desenvolvimento científico, tecnológico e ao incentivo à inovação.
O desafio é de se estabelecer no país uma cultura de inovação
amparado na constatação de que a produção de conhecimento e a
inovação tecnológica passaram a ditar crescentemente as políticas
de desenvolvimento dos países. Nesse contexto, o conhecimento é o
elemento central das novas estruturas econômicas que surgem e a
inovação passa a ser o veículo de transformação de conhecimento em
riqueza e melhoria da qualidade de vida das sociedades.

A Lei veio de encontro à PITCE e a atual PDP do Governo Federal,


na medida em que esta propunha entre outros objetivos, o de
melhorar a eficiência de setor produtivo do país de forma a capacitá-
lo tecnologicamente para a competição externa, assim como na
necessária ampliação de suas exportações, mediante a inserção

215
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

competitiva de bens e serviços com base em padrões internacionais


de qualidade, maior conteúdo tecnológico e, portanto, com maior
valor agregado.

O marco regulatório da “Lei de Inovação” está organizado em torno


de três vertentes:

I) constituição de ambiente propício às parcerias estratégicas entre as


universidades, institutos tecnológicos e empresas;
II) estimulo à participação de instituições de ciência e tecnologia no
processo de inovação;
III) incentivo à inovação na empresa.

A Lei n.º 11.196, de 21 de novembro de 2005, conhecida como “Lei


do Bem”, em seu Capítulo III, permite de forma automática o usufruto
de incentivos fiscais pelas pessoas jurídicas que realizem pesquisa
216 tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica. Dentre esses
incentivos destaca-se as deduções de Imposto de Renda de dispêndios
efetuados em atividades de P&D que podem representar um valor de
até o dobro do realizado pelas empresas. Os incentivos são:

a) dedução, na apuração do Imposto de Renda devido, dos dispêndios


com P&D, inclusive aqueles com instituições de pesquisa,
universidades ou inventores independentes;
b) redução de Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI na compra
de equipamentos destinados a P&D; depreciação acelerada dos
equipamentos comprados para P&D;
c) depreciação acelerada dos equipamentos comprados para P&D;
d) amortização acelerada dos dispêndios para aquisição de bens
intangíveis para P&D;
e) crédito do Imposto de Renda Retido na Fonte incidente sobre as
remessas ao exterior de valores para pagamento de royalties relativos a
assistência técnica ou científica e de serviços especializados para P&D;
f) redução a zero da alíquota do Imposto de Renda Retido na Fonte

3. Descrição do Panorama Atual


(IRF) nas remessas efetuadas para o exterior destinadas ao registro
e manutenção de marcas, patentes e cultivares.

Na determinação do lucro real para cálculo do Imposto de Renda Pessoa


Jurídica (IRPJ) e da base de cálculo da Contribuição Social Sobre o
Lucro Líquido (CSLL), a empresa poderá excluir o valor correspondente
a até 60% da soma dos dispêndios efetuados com Pesquisa e
Desenvolvimento. Este percentual poderá atingir 80% em função
do número de empregados pesquisadores que forem contratados.
Além disto, poderá haver também uma exclusão de 20% do total dos
dispêndios efetuados em P&D objeto de patente concedida ou cultivar
registrado.

Os valores transferidos a micro e pequenas empresas, destinados a


execução de P&D de interesse e por conta da pessoa jurídica que
promoveu a transferência, podem ser deduzidos como despesas
operacionais no cálculo do IRPJ e da Contribuição Social sobre
o Lucro Líquido (CSLL), sem representar receita para as micro e
pequenas empresas. Além dos incentivos fiscais, a Lei do Bem
possibilitou que a União subvencione parte da remuneração de
pesquisadores, mestres e doutores, empregados em atividades de
P&D nas empresas.

No âmbito do Programa Nacional de Incubadoras, em junho de 2005


foram destinados R$ 11,2 milhões para incentivar o fortalecimento
dos sistemas locais de inovação com ênfase em estruturação de redes
de incubadoras locais e regionais, dentre outros projetos. O Programa
de Apoio à Pesquisa em Empresas, da FINEP, contou, em 2005, com
R$ 75,9 milhões para financiamento de 702 projetos aprovados.
Destes, 572 foram contratados em 19 Estados, sendo 531 empresas
envolvidas, das quais 327 são micro, 114 pequenas, 74 médias e 16
grandes empresas.

217
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)


destinou, em 2006, cerca de R$ 1 bilhão para inovação tecnológica.
Tal investimento teve por objetivo financiar todas as etapas de inovação
das empresas, desde o desenvolvimento de protótipos até a fabricação
de novos produtos e sua comercialização.

Inúmeros instrumentos, como a Lei da Informática, o Programa para


o Desenvolvimento da Indústria Nacional de Software e Serviços
Correlatos (PROSOFT), o Programa de Apoio ao Desenvolvimento
do Complexo Industrial da Saúde (PROFARMA), bens e capital e
outras ações, foram reorientados para dar mais consistência
à PITCE, e que hoje alinham-se com PDP. A Lei da Informática
concede incentivo fiscal às empresas que investem em P&D no país,
localizadas fora da Zona Franca de Manaus, mediante o desconto e
recolhimento do IPI, referente ao produto a ser fabricado no Brasil.
O PROSOFT conta com o BNDES para apoiar o desenvolvimento
218 da indústria nacional de software e serviços correlatos, de forma a
ampliar significativamente a participação das empresas nacionais
no mercado interno, promover o crescimento de suas exportações,
fortalecer o processo de P&D e inovação no setor de software,
promover o crescimento e a internacionalização das empresas
nacionais de software e serviços correlatos, promover a difusão e
a crescente utilização de software nacional por todas as empresas
sediadas no país e no exterior e fomentar a melhoria da qualidade
e a certificação de produtos e processos associados ao software.

A Lei nº 11.105 , 24 de março de 2005, “Lei de Biossegurança”,


estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre
a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte,
a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a
pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente
e o descarte de organismos geneticamente modificados (OGM) e seus
derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na
área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde

3. Descrição do Panorama Atual


humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução
para a proteção do meio ambiente.

Para Meyer-Stamer (2000), o sistema de tributos no Brasil cria obstáculos


à desverticalização e com isso desestimula o principal mecanismo de
colaboração entre empresas. Como há certos tributos em cascata, em
muitos casos, economicamente não faz sentido desverticalizar.

Em relação à carga tributária incidente sobre o setor de EMHO, as


alíquotas legais do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS), do Imposto de Importação (II), do IPI, da Contribuição
para o Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (COFINS) elevam muito o valor
final dos equipamentos, insumos e materiais de consumo para uso
médico. Há produtos que, para chegar ao consumidor final, passam por
quatro operações de comercialização diferentes e sobre todas incidem
algumas cobranças, que vão se acumulando, como o PIS/Cofins. Além
do IRPJ e da CSLL, as empresas já recolhem PIS (0,65% sobre a receita),
Cofins (3%), ISS (de até 5% sobre a receita, conforme a legislação de
cada município), tributos sobre a folha de salários - como Instituto
Nacional do Seguridade Social (INSS), Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço (FGTS), Contribuição para Terceiros (em média 44% sobre
folha), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), além de outras
diversas taxas (CNS, 2007).

A característica de incidência em cascata das contribuições PIS/


Cofins faz que suas alíquotas efetivas – isto é, embutidas no
preço final do produto – variem em função do número de etapas
de produção/comercialização e da agregação de valor que ocorre
em cada etapa. Sendo assim, quanto maior o valor adicionado
nas etapas iniciais, maior será a alíquota efetiva, e quanto maior
o número de etapas, maior também será a alíquota efetiva

219
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

(ANPEC, 2004). Como essas contribuições incidem sobre a receita


bruta das empresas, o valor total de cada etapa, incluindo-se os
demais impostos, constitui a base para o cálculo do montante
pago (ANPEC, 2004).

Além do acumulo tributário, as empresas do setor também lidam


com as mudanças de alíquotas de impostos. Recentemente,
o Governo do estado de São Paulo derrubou os incentivos
conquistados com a Lei de Informática, maximizando de 7%
para 18% o ICMS de itens hospitalares, como aparelhos para
anestesia, raios X, respiradores, monitoramento de parâmetros
fisiológicos, incubadoras e berços aquecidos e equipamentos para
fisioterapia. Na área odontológica, o aumento do imposto afeta
clareadores, fotopolimerizadores e aparelhos de consultórios
odontológicos (APEX, 2007).

220 No geral, a maior parte dos grupos de produtos médico-


hospitalares corresponde a uma carga em torno de 23%. A
maioria dos produtos médico-hospitalares tem mais de um
quinto do seu preço formado por tributos. A carga tributária é
ainda maior quando se considera o produto importado - vários
grupos de produtos passam a apresentar cargas tributárias acima
de 30% (ANPEC, 2004).

Em síntese, os produtos do setor de EMHO são pesadamente


tributados, o que onera em demasia as compras efetuadas pelas
instituições médicas.
NOTAS

3. Descrição do Panorama Atual


1
Reexportação: é a entrada de mercadorias em um determinado país, produzidas em outro, com o intuito final de serem, posteriormente,
vendidas ao exterior, com ou sem transformação. A reexportação se justifica quando não há rede adequada de transportes, técnicas e
capitais necessários à transformação do produto por parte do país exportador; soberania nacional e vínculos políticos-comerciais.
2
OLYMPUS. Homepage. Disponível em <http://www.olympuslatinoamerica.com/portuguese/ola_aboutolympus_origin_port.asp>
Acesso em 14-10-2006.
3
GE Healthcare. Homepage. Disponível em:<http://www.gehealthcare.com/usen/about/about.html>. Acesso em 14-10-2006.
4
SIEMENS. Annual report 2005. Disponível em:< http://www.siemens.com/Daten/siecom/HQ/CC/Internet/Annual/WORKAREA/gb05_
ed/templatedata/English/file/binary/E05_00_GB2005_1336469.pdf>. Acesso em: 14-10-2006
5
THE HEALTHCARE SALES AND MARKETING NETWORK. Página disponível em <http://salesandmarketingnetwork.com/news.
php?search=1&key=Philips>. Acesso em 14-10-2006.
6
CIP: Classificação Internacional de Patentes. A CIP é um meio de obter uma classificação internacional uniforme de documentos de
patentes. O objetivo primordial é o estabelecer uma ferramenta efetiva de busca para a recuperação de documentos de patentes pelos
Escritórios de Patentes e por outros usuários, a fim de avaliar a atividade inventiva dos depósitos de patentes, incluindo a determinação
do avanço tecnológico e os resultados úteis ou utilidades.
7
Projeto apoiados e valores financiados em cooperação técnica com o CNPq, FINEP, UNESCO e Fundo Nacional de Saúde (FNS).
8
Correlatos - aparelhos, materiais ou acessórios cujo uso ou aplicação esteja ligado à defesa e proteção da saúde individual ou coletiva,
à higiene pessoal ou de ambientes, ou a fins diagnósticos e analíticos, os cosméticos e perfumes, e, ainda, os produtos dietéticos,
ópticos, de acústica médica, odontológicos e veterinários (ANVISA, 1977).

221
4. Comentários Finais
O Panorama Setorial abordou a situação do setor de Equipamentos

4. Comentários Finais
Médicos, Hospitalares e Odontológicos no Brasil comparativamente
ao setor em nível mundial, revelando seu posicionamento nas
dimensões de mercado e tecnologia bem como em relação à infra-
estrutura física que lhe dá suporte, ao marco regulatório internacional
e nacional ao qual está submetido, aos talentos que têm contribuído
nos desenvolvimentos e inovações tecnológicas e aos investimentos
que vêm sendo feitos, representando uma aposta no desenvolvimento
do setor no Brasil.

Na dimensão mercado, o setor no Brasil está entre a 10ª e 15ª posição


mundial tanto em termos de produção, quanto de consumo, com
participações inferiores a 1%. Este dado mostra que o Brasil está
numa posição intermediária se considerado que este é um setor
monopolizado no qual as 20 (vinte) maiores empresas respondem
por aproximadamente 70% da produção mundial e cinco países: EUA,
Alemanha, Japão, França e China, ainda representam mais de 80%
do mercado de consumo. Esta é uma posição privilegiada quando se
considera que é praticamente o único país na América do Sul dotado de
uma indústria relativamente completa de fabricação de equipamentos
e insumos médicos hospitalares.

Entretanto, é fundamental compreender a forma atual desta


participação para se planejar o desenvolvimento futuro do setor.
Cerca de 50% da produção nacional está concentrada em empresas
multinacionais de grande porte, sobretudo no segmento de insumos e
material de consumo, que nos últimos anos tem respondido por quase
a metade das exportações anuais do setor. Estas empresas produzem
e exportam a partir do Brasil, o que é um fato relevante para a nossa
economia, mas esta é uma posição conjuntural que não pode ainda ser
considerada sustentável em termos econômicos nacionais. A título de
exemplo, passamos de importadores de pensos adesivos e suturas, há
cerca de dez anos, para a posição de exportadores (US$ 82,00 milhões

225
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

em pensos adesivos e US$ 51,00 milhões em suturas no ano de 2007),


em função de uma decisão da Johnson&Johnson de produzi-los e
exportá-los a partir do Brasil. Da mesma forma, a decisão da BD&Co
de produzir e exportar agulhas a partir do Brasil (US$ 39,00 milhões
em 2007) inverteu a posição anterior de importadores deste produto.
De outro lado, o fechamento da unidade de São José dos Campos
da Kodak em 2005 trouxe como conseqüência um forte crescimento
das importações de filmes radiológicos (US$ 82,00 milhões em 2007),
alterando uma situação de oito anos atrás, quando o Brasil chegou a
ser exportador deste produto. Ou seja, esta parte da produção nacional
é fortemente vulnerável às decisões de grupos multinacionais que
possuem unidades de produção no país, mas que podem transferi-
las para outras regiões de um momento para outro. Além disso, as
poucas empresas de capital nacional, que fabricam estes produtos são
pequenas e atuam em pequenos nichos do mercado de material de
consumo.
226
Por outro lado, é possível verificar um ambiente competitivo não
monopolista na parcela do mercado de produção nacional composta
por um expressivo número de produtos, incluindo alguns de maior
conteúdo tecnológico. Esta parcela é composta por produtos dos
subsetores de equipamentos médico-hospitalares, implantes e
odontológico, que atendem parte substancial da demanda interna
e apresentam exportações sustentáveis com importantes taxas
de crescimento nos últimos cinco anos. A título de exemplo, no
subsetor equipamentos, estes produtos incluem: monitores de sinais
vitais multiparamétricos, ventiladores pulmonares, incubadoras para
recém nascidos, berços radiantes, equipamentos de fototerapia,
esterilizadores médico-cirúrgicos, bombas de infusão, bisturis elétricos,
equipamentos de mecanoterapia e fisioterapia, mesas cirúrgicas, focos
cirúrgicos e camas hospitalares elétricas. No subsetor de implantes
incluem: próteses articulares, aparelhos biomecânicos para fraturas
e válvulas cardíacas. No subsetor odontológicos incluem: cimentos
odontológicos e amálgamas, dentes artificiais de acrílico, equipamentos

4. Comentários Finais
de uso odontológico, consultórios odontológicos, aparelhos dentários
de brocar e aparelhos de raios X de acompanhamento odontológico.
Os fabricantes destas famílias de produtos representam quase 40% da
produção nacional, inovam freqüentemente suas linhas de produtos
e alcançaram, nos últimos anos, uma presença relevante no mercado
internacional.

Já nos subsetores de equipamentos e insumos para diagnóstico de


imagem e laboratórios a fragilidade da indústria nacional é evidente
em termos de competitividade internacional. Em termos de mercado
interno, estes subsetores suprem menos da metade da demanda
fornecendo produtos de menor valor agregado. Em 2006, a indústria
brasileira no segmento diagnóstico de imagem forneceu US$ 290,00
milhões de equipamentos e insumos ao mercado interno e exportou
cerca de US$ 24,00 milhões. O consumo aparente neste segmento
em 2006 foi de US$ 650,00 milhões e, portanto, as importações
alcançaram US$ 360,00 milhões. A indústria de equipamentos e
insumos de laboratórios forneceu US$ 310,00 milhões ao mercado
interno em 2006 e exportou US$ 30,00 milhões. O consumo aparente
neste segmento em 2006 foi de US$ 690,00 milhões, portanto, as
importações alcançaram US$ 380,00 milhões. Tem sido praticamente
nula a participação da indústria brasileira no fornecimento de
tomógrafos, ressonâncias ou ecógrafos de ultra-som com Doppler,
no mercado interno de diagnóstico de imagem ou de cromatógrafos
de fase líquida e gasosa, espectrômetros, espectrofotômetros e
colorímetros para laboratórios de análises clínicas. Entretanto, o SUS
dá cobertura à maior parte dos serviços em diagnóstico de imagem e
mesmo na aquisição de equipamentos.

Em resumo, no panorama de competitividade internacional a situação


do setor EMHO no Brasil é: Os segmentos de Diagnóstico de Imagem
e Laboratórios apresentam frágil inserção internacional. No segmento

227
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

industrial de Material de Consumo as expressivas exportações são feitas


por empresas multinacionais com plantas no Brasil, cujas estratégias
são modificadas com alguma freqüência e a sua competitividade
internacional não pode, ainda, ser considerada sustentável em termos
econômicos nacionais. Os segmentos industriais de Equipamentos
médico-hospitalares, Implantes e Odontológicos, contêm muitos
nichos de produtos que alcançaram uma competitividade internacional
sustentável e se constituíram, nos últimos anos, no pólo mais dinâmico
do setor.

4.1 A Visão de Futuro do Setor e a Escolha


de Prioridades para as Próximas
Etapas do Estudo Prospectivo

A análise do Panorama Setorial bem como os debates com diversos


228 atores do Comitê Gestor permitiram projetar a seguinte “Visão de
Futuro” para o desenvolvimento estratégico do setor de Equipamentos
Médicos, Hospitalares e Odontológicos em um horizonte de quinze
anos:

“Alcançar, nos próximos 15 anos, o reconhecimento


internacional como produtores de equipamentos médicos,
hospitalares e odontológicos de padrão tecnológico
mundial”.

Alcançar a visão de futuro definida acima, considerando um setor


de grande diversificação tecnológica e de produtos, exige fazer
escolhas e estabelecer prioridades. O processo de discussões com o
Comitê Gestor e escolha dos segmentos prioritários para as últimas
fases do Estudo Prospectivo foram orientados pelos seguintes
critérios:
• dimensão do mercado mundial e potencial de seu crescimento;

4. Comentários Finais
• posição atual e participação do segmento na Balança Comercial;
• posição atual do segmento em relação à Fronteira Tecnológica;
• avaliação do potencial de Recursos Humanos no país;
• importância do segmento para a Política Pública de Saúde no
Brasil;
• excelência da indústria nacional no respectivo segmento.

Com base nesses critérios e na visão de futuro para o setor, além


de sugestões do Comitê Gestor, entre eles o Ministério da Saúde,
os seguintes segmentos foram escolhidos para profundamento nas
próximas etapas do Estudo Prospectivo:

• imagens Médicas, com foco em Radiologia Digital e Ultra-Som;


• hemodiálise, com foco em máquinas e filtros;
• neonatal, com foco nas incubadoras para recém nascidos;
• equipamentos Médicos fundamentados em Óptica: Endoscópios e
Similares.

229
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VIEIRA, M. et al. A inserção das ocupações técnicas nos serviços de


saúde no Brasil: acompanhando os dados de postos de trabalho pela
pesquisa AMS/IBGE, 2003.

237
Anexos
Anexo I Normas técnicas

Anexos
publicadas no Brasil

A relação de Normas publicadas pelo ABNT/CB-26 está disponível


na página da ABIMO (http://www.abimo.org.br/abnt/index.asp). As
normas estão distribuídas em três grupos sendo, NBRs NBR ISOs e NBR
IECs. As normas podem ser adquiridas diretamente com a Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Página da ABIMO sobre as normas relativas ao setor

241
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Anexo II Subsetor de laboratórios


Laboratórios em 2006 (mil de U$) Evolução 05/06
Equipamento Exp Imp Saldo Exp Imp
Reagentes utilizados em diagnósticos 0 8327 -8327  -16,00%
218 735 -517 -14,00% -64,00%
Outros reagentes de diagnóstico ou de laboratório 1682 107965 -106283 -37,00% 23,00%
1293 3710 -2417 -23,00% -15,00%
Artigos de laboratório ou de farmácia, de plásticos 230 19353 -19123 44,00% 12,00%
942 1495 -554 -8,00% 68,00%
Outros banhos maria, manta laboratorial, etc – 0 234 -234  -80,00%
NCM - 8419.19.90. 281 116 165 15,00% -63,00%
Centrifugadores para laboratórios de analises, 8 2459 -2451 76,00% 49,00%
ensaios e pesquisa científica – NCM - 8421.19.10. 274 191 83 62,00% 76,00%
Outros centrifugadores – NCM – 8421.19.90 777 20129 -19352 51,00% 60,00%
4153 536 3617 34,00% -60,00%
Aparelhos para filtrar ou depurar água – NCM – 8942 13791 -4849 921,00% 10,00%
8421.21.00 9604 1325 8278 -29,00% 68,00%
Cromatógrafos de fase gasosa - NCM 9027.20.11 0 11586 -11586 0,00% 9,00%
0 1739 -1739 0,00% 28,00%
242
Cromatógrafos de fase líquida - NCM 9027.20.12 54 16904 -16850 100,00% 3,00%
0 0 0 0,00% 0,00%
Outros cromatógrafos - NCM 9027.20.19 0 1702 -1702  10,00%
14 6 8 1350,00% 100,00%
Seqüenciadores automáticos de ADN por 0 1930 -1930 0,00% 61,00%
eletroforese - NCM 9027.20.21 0 88 -88 0,00% 100,00%
Outros aparelhos de eletroforese - NCM 0 1413 -1413  25,00%
9027.20.29 2 69 -67 100,00% 1709,00%
Espectrômetros de emissão óptica - NCM 24 7361 -7337 100,00% 74,00%
9027.30.11 0 12 -12 0,00% 76,00%
Outros espectrômetros - NCM 9027.30.19 19 8341 -8322 -43,00% 46,00%
0 10 -10 -100,00% -94,00%
Espectrofotômetros - NCM 9027.30.20 20 12573 -12553 -77,00% 51,00%
50 627 -577 -13,00% 135,00%
Calorímetros - NCM 9027.50.10 23 8353 -8329 100,00% 10,00%
4 82 -78 107,00% 295,00%
Fotômetros - NCM 9027.50.20 16 13715 -13699 -90,00% -4,00%
26 185 -159 3,00% 69,00%
Continua
Anexos
Anexo II Continuação
Refratômetros - NCM 9027.50.30 0 1919 -1919  84,00%
387 107 280 15195,00% 21,00%
Outros instrumentos e aparelhos que utilizam 13 16231 -16217 -73,00% 52,00%
radiações ópticas - NCM 9027.50.90 575 762 -187 527,00% 73,00%
Densitometros - NCM 9027.80.13 7 417 -409 1436,00% 25,00%
0 2 -2 0,00% 100,00%
Aparelhos medidores de Ph - NCM 9027.80.14 11 1615 -1604 -52,00% 11,00%
34 359 -326 20,00% 108,00%
Outros instrumentos e aparelhos para análise, 285 65984 -65699 46,00% 10,00%
ensaio, medida, etc. - NCM 9027.80.90 946 3822 -2876 517,00% 584,00%
Micrótomos - NCM 9027.90.10 0 1232 -1232 0,00% 34,00%
0 17 -17 0,00% 130,00%

Anexo III Subsetor de radiologia e diagnóstico por imagem


Radiologia e diagnóstico por imagem em 2006 (mil de U$) Evolução 05/06
Equipamento Exp Imp Saldo Exp Imp
Preparações opacificantes para exames 7927 11232 -3305 495,00% -17,00%
radiológicos 3006.30.11, 3006.30.12, 3975 2102 1873 8,00% -45,00%
3006.30.13, 3006.30.14, 3006.30.15,
3006.30.16, 3006.30.17, 3006.30.18 e
3006.30.19.
Materiais e insumos para raios X - chapas e filmes 747 51012 -50265 -71,00% 25,00%
NCM 3701.10.10, 3701.10.21, 3701.10.29, 2995 20281 -17286 -52,00% 18,00%
3702.10.10 e 3702.10.20
Tubos de raios X - NCM 9022.30.00 807 18704 -17897 24,00% 4,00%
43 1760 -1718 192,00% 12,00%
Partes e acessórios para aparelhos de raios X, 884 11349 -10465 -43,00% 9,00%
geradores de tensão e telas radiológicas -NCM 643 1851 -1208 31,00% 3,00%
9022.90.90, 9022.90.11, 9022.90.12
Aparelhos de tomografia computadorizada - NCM 0 39613 -39613  41,00%
9022.12.00 2532 8107 -5575 100,00% 139,00%
Aparelhos de raios X, de diagnóstico para 34 6600 -6566 100,00% 97,00%
mamografia - NCM 9022.14.11 41 0 41 31,00% 0,00%
Aparelhos de raios X, de diagnóstico para 83 15184 -15101 100,00% 54,00%
angiografia - NCM 9022.14.12 0 889 -889 0,00% 149,00%
Aparelhos computadorizados de diagnóstico para 0 2061 -2061 0,00% -7,00%
densitometria óssea - NCM 9022.14.13 0 0 0 0,00% 0,00%
Continua

243
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Anexo III Continuação


Outros aparelhos de raios X para diagnóstico 15 5865 -5850 -87,00% -12,00%
médico e cirúrgico, veterinário e para radiografia 940 3526 -2586 131,00% 98,00%
e radioterapia - NCM 9022.14.19, 9022.14.90,
9022.19.90
Outros aparelhos e dispositivos geradores de raios 6 7343 -7337 -79,00% 137,00%
X - NCM 9022.90.19 e 9022.90.80 9 84 -75 -13,00% -41,00%
Espectrômetros ou espectrógrafos de raios X - 0 3034 -3034 0,00% -23,00%
NCM 9022.19.10 0 133 -133 0,00% 100,00%
Outros aparelhos de raios X para radiofotografia e 0 7674 -7674  22,00%
radioterapia - NCM 9022.19.99 130 211 -81 15831,00% 100,00%
Aparelhos de radiação alfa, beta ou gama para 0 12515 -12515 0,00% -37,00%
uso médico e câmaras gama. NCM 9022.21.90, 0 80 -80  4799,00%
9022.29.90 e 9018.19.30.
Ecógrafos de análise espectral doppler - 33 65348 -65315 -73,00% 37,00%
9018.12.10 0 3704 -3704 0,00% 70,00%
Aparelhos de eletro diagnóstico de varredura por 298 5884 -5585 -41,00% -7,00%
ultra-som - NCM 9018.12.90 79 413 -334 4,00% -32,00%
Aparelhos de diagnóstico por visualização de 2035 71039 -69004 -30,00% 47,00%
ressonância magnética - NCM 9018.13.00 3 3172 -3170 100,00% 188,00%
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006
244
Anexo IV Subsetor de equipamentos médicos, hospitalares
Equipamentos médicos, hospitalares em 2006 (mil de U$) Evolução 05/06
Equipamento Exp Imp Saldo Exp Imp
Esterilizadores médicos, cirúrgicos ou de 838 1157 -320 539,00% 107,00%
laboratório – NCM 8419.20.00 1289 0 1289 -9,00% -100,00%
Outros esterilizadores - NCM 8419.89.19 233 4427 -4195 176,00% -6,00%
523 242 281 196,00% -73,00%
Cadeiras de rodas sem mecanismos de propulsão 44 519 -475 28,00% 61,00%
– NCM 8713.10.00 e outras cadeiras de rodas – 240 141 99 8,00% 258,00%
NCM 8713.90.00.
Microscópios óticos estereoscópicos – NCM 580 2095 -1515 -8,00% -14,00%
9011.10.00 673 122 551 71,00% -21,00%
Microscópios para fotomicrografia – NCM 0 1015 -1015 0,00% 39,00%
9011.20.10 1 95 -94 100,00% -48,00%
Microscópios óticos binoculares de platina móvel - 0 3807 -3807 0,00% 2,00%
NCM 9011.80.10 6 4724 -4718 -85,00% 92,00%
Outros microscópios óticos - NCM 9011.80.90 244 4216 -3972 26,00% -3,00%
100 395 -295 -30,00% 222,00%
Continua
Anexo IV Continuação

Anexos
Equipamentos de monitoração e medição de 8 16526 -16518 -89,00% 62,00%
parâmetros fisiológicos - NCM 9018.19.80 425 661 -236 58,00% 145,00%
Partes de equip. Eletrodiagnóstico, principalmente 924 16439 -15514 46,00% 47,00%
de equip. Monitoração e medição de parâmetros 5 1319 -1314 -88,00% 88,00%
fisiológicos
Eletrocardiógrafos - NCM 9018.11.00 49 1336 -1288 -16,00% 138,00%
75 36 40 4222,00% 221988,00%
Cardiodesfibriladores automáticos – NCM 70 12760 -12690 -89,00% 37,00%
9021.90.11. 937 0 937 75,00% -100,00%
Desfibriladores externos automáticos – NCM 0 2087 -2087 0,00% -6,00%
9018.90.96 87 0 87 13385,00% 0,00%
Aparelhos de osmose reversa - NCM 8421.29.20. 0 1697 -1697  22,00%
5 1441 -1436 -97,00% 57,00%
Rins artificiais - NCM 9018.90.40 0 12206 -12206 0,00% 140,00%
0 0 0  0,00%
Respiradores artificiais e máquinas de anestesia 329 24777 -24448 -51,00% 38,00%
- NCM 9019.20.10, 9019.20.20, 9019.20.30, 7355 2857 4498 29,00% 114,00%
9019.20.40, 9019.20.90 e 9020.00.90
Incubadoras para recém nascidos – NCM 907 49 858 85,00% 1627,00%
9018.90.91 7256 15 7241 54,00% 100,00%
Scanner de tomografia por emissão de positrons - 0 6957 -6957 0,00% 338,00%
NCM 9018.14.10 0 0 0 0,00% 0,00%
Outros equipamentos de cintilografia – NCM 0 29 -29 0,00% -24,00%
9018.14.90 0 67 -67 0,00% 100,00%
Audiômetros - NCM 9018.19.20 0 903 -903 0,00% 8,00%
2 0 2 100,00% 0,00%
Outros aparelhos de raios ultravioleta e 108 1414 -1307 884,00% 347,00%
infravermelho – NCM 9018.20.90 77 0 77 5938,00% 0,00%
Microscópios binoculares para cirurgia 223 1478 -1255 183,00% 114,00%
oftalmológica – NCM 9018.50.10 222 0 222 132,00% 0,00%
Outros instrumentos e aparelhos de oftalmologia 314 12679 -12365 266,00% 19,00%
– NCM 9018.50.90 330 221 108 172,00% 27,00%
Aparelhos para terapia intra-uretral por micro- 0 45 -45 0,00% 100,00%
ondas – NCM 9018.90.93 0 0 0 0,00% 0,00%
Aparelhos de mecanoterapia, de massagem, de 3226 839 2386 2227,00% 74,00%
psicotécnica – NCM 9019.10.00 1103 581 522 9,00% 274,00%
Endoscópios – NCM 9018.19.10 15 8964 -8949 100,00% 29,00%
0 0 0 0,00% 0,00%
Endocoscópios – NCM 9018.90.94 0 1952 -1952 -5,00%
3 0 3 1857,00% 0,00%
Continua

245
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Anexo IV Continuação
Aparelhos para cirurgia que operem por laser – 1 3758 -3757 -91,00% 104,00%
NCM 9018.20.10 0 4 -4 0,00% 100,00%
Bisturis elétricos – NCM 9018.9021 73 1387 -1314 -33,00% 21,00%
583 0 583 -22,00% 0,00%
Outros bisturis – NCM 9018.90.29 5 1377 -1372 37,00% 11,00%
18 806 -788 23,00% 57,00%
Litotritores por onda de choque, litotomos 0 1607 -1607  305,00%
e outros litotritores - NCM 9018.90.31 e 0 0 0 0,00% 0,00%
9018.90.39
Mesas para operação cirúrgica – NCM 9402.90.10 36 4762 -4726 -68,00% 96,00%
857 0 857 -2,00% 0,00%
Camas dotadas de mecanismos para usos clínicos 23 4036 -4013 328,00% 49,00%
- NCM 9402.90.20 722 509 213 -21,00% 3546,00%
Outros mobiliários para medicina, cirurgia e 237 1146 -909 -47,00% -28,00%
odontologia - NCM 9402.90.90 1638 73 1565 -14,00% -60,00%
Outros instrumentos e aparelhos para medicina, 1661 55383 -53722 18,00% 30,00%
cirurgia, etc. - NCM 9018.90.99 6802 9252 -2451 15,00% 36,00%
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

246 Anexo V Subsetor de implantes e material de consumo


Implantes e reabilitação em 2006 (mil de U$) Evolução 05/06
Equipamento Exp Imp Saldo Exp Imp
Próteses e dispositivos ativos e não ativos 8 1454 -1446  14,00%
ortopédicos: cimentos para reconstituição óssea – 178 12 166 -2,00% -39,00%
NCM 3006.40.20
Artigos e aparelhos ortopédicos – NCM 267 1378 -1111 -44,00% 92,00%
9021.10.10 343 14 329 -37,00% 23,00%
Artigos e aparelhos para fraturas – NCM 766 34174 -33408 -5,00% 38,00%
9021.10.20 5308 60 5248 13,00% -48,00%
Partes de aparelhos de ortopedia e fratura 1647 3876 -2229 4,00% 106,00%
e aparelhos de ortopedia articular - NCM 2804 164 2641 20,00% 167,00%
9021.10.91 e 9021.10.99
Outros artigos e aparelhos de prótese - NCM 446 10825 -10378 164,00% 26,00%
9021.39.80 e 9021.39.99 678 874 -195 128,00% 8,00%
Outros aparelhos imp lantáveis para compensar 112 7744 -7632 -29,00% 33,00%
defeito ou incapacidade. NCM 9021.90.19 186 431 -245 122,00% 149,00%
Outros aparelhos para compensar deficiências ou 8 6495 -6486 -89,00% -21,00%
enfermidades NCM 9021.90.89 66 18 48 -87,00% -41,00%
Partes e acessórios de artigos e aparelhos para 4 5630 -5626 100,00% 16,00%
compensar deficiência NCM 9021.90.99 24 121 -97 -50,00% 351,00%
Continua
Anexo V Continuação

Anexos
Próteses articulares femurais NCM 9021.31.10 38 5052 -5014 -53,00% -4,00%
1825 0 1825 23,00% 0,00%
Próteses articulares mioelétricas NCM 9021.31.20 0 76 -76 0,00% 67,00%
0 0 0 0,00% 0,00%
Próteses e dispositivos ativos e não ativos 4785 15255 -10470 2,00% 51,00%
ortopédicos: outras próteses articulares NCM 9676 23 9653 15,00% 0,00%
9021.31.90
Partes de próteses modulares substitutas NCM 14 2376 -2362 32,00% 43,00%
9021.39.91 157 4 153 -22,00% 0,00%
Próteses e dispositivos ativos e não ativos 124 2537 -2412 -31,00% 71,00%
vasculares e cardíacos válvulas cardíacas mecânicas 542 3273 -2731 44,00% 0,00%
NCM 9021.39.11
Outras válvulas cardíacas NCM 9021.39.19 18684 958 17726 18,00% 44,00%
2395 0 2395 29,00% 0,00%
Marcapassos cardíacos, exceto partes e acessórios 0 28741 -28741  -3,00%
NCM 9021.50.00. 665 0 665 -3,00% 0,00%
Partes e acessórios de marcapassos cardíacos NCM 0 9010 -9010 0,00% -25,00%
9021.90.91. 258 1479 -1221 -13,00% 0,00%
Implantes expandíveis de aço inox para dilatar 946 62216 -61270 95,00% 41,00%
artérias 9021.90.81 311 5535 -5224 ↑ 0,00%
Próteses de artérias vasculares revestidas NCM 22 7556 -7533 63,00% 31,00%
9021.39.30 47 73 -26 -67,00% 0,00%
Aparelhos e dispositivos auditivos e lentes intra 24 32675 -32651 ↑ 16,00%
– oculares.aparelhos para facilitar a audição de 6 0 6 ↑ 0,00%
surdos NCM 9021.40.00
Partes e acessórios de aparelhos para facilitar a 62 3921 -3858 288,00% 24,00%
audição de surdos 0 92 -92  0,00%
Lentes intra-oculares NCM 9021.39.20 766 11820 -11054 126,00% 25,00%
1027 0 1027 31,00% 0,00%
Materiais e insumos de uso cirúrgico e terapêutico 2475 18166 -15691 16,00% 20,00%
- suturas NCM 3006.10.11, 3006.10.19, 41383 4037 37346 4,00% 49,00%
3006.10.20, 3006.10.90, 5404.10.11,
5404.10.19, 5404.10.90, 5405.00.00 e
5604.90.10
Materiais e insumos - cateteres, sondas, cânulas 7263 76835 -69572 199,00% -1,00%
e lancetas. NCM 9018.3921, 9018.3922, 7793 15252 -7459 73,00% 31,00%
9018.3923, 9018.39.24, 9018.3929, 9018.39.30,
9018.39.90, 9018.39.91 e 9018.39.99
Materiais e insumos grampos, clipes, aplicador, 215 21688 -21473 20,00% 12,00%
extrator para aparelhos médicos. NCM 9018.9095 102 387 -284 289,00% 63,00%
Materiais e insumos luvas para uso cirúrgico e 2 1380 -1378 -96,00% 7,00%
terapêutico NCM 4015.11.00 e 4015.19.00 303 69589 -69286 -50,00% 9,00%
Continua

247
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

Anexo V Continuação
Materiais e insumos seringas NCM 9018.31.11 – 2574 8318 -5744 -5,00% 2,00%
9018.31.19 e 9018.31.90 5565 5442 123 0,00% 217,00%
Materiais e insumos agulhas NCM 9018.32.11 23873 15339 8533 -8,00% 13,00%
– 9018.32.12 – 9018.32.19 – 9018.32.20 e 10644 6579 4065 75,00% 78,00%
9018.39.10
Materiais e insumos máscaras contra gases NCM 16 1870 -1853 -32,00% 12,00%
9020.00.10 506 171 334 26,00% -46,00%
Materiais e insumos outros artefatos 1880 3628 -1749 121,00% -3,00%
confeccionados de falso tecido NCM 6307.90.10 746 2418 -1673 -10,00% 115,00%
Outros artefatos têxteis confeccionados aventais 1970 1449 521 1325,00% 10,00%
para cirurgia e outros procedimentos. NCM 636 1476 -840 32,00% 90,00%
6307.90.90
Outros insumos e materiais de consumo pensos 64425 6917 57508 3,00% 16,00%
adesivos NCM 3005.10.10, 3005.10.11, 2169 758 1411 45,00% 35,00%
3005.10.12, 3005.10.19, 3005.10.20,
3005.10.30, 3005.10.40, 3005.10.50 e
3005.10.90
Pensos reabsorvíveis e semelhantes NCM 258 4415 -4157 -51,00% 30,00%
30.05.90.11, 30.05.90.12, 30.05.90.19, 1096 608 488 41,00% -42,00%
30.05.9020 e 30.05.90.90
Bolsas para hemodiálise, colostomia e outros 71 3129 -3058 -56,00% -1,00%
248 usos médicos. NCM 3926.90.30, 3926.90.31, 642 3413 -2771 288,00% 58,00%
3926.90.32 e 3926.90.39
Outros recipientes para resíduos infectantes NCM 9753 3652 6101 16,00% 26,00%
3923.21.90 11873 5155 6719 37,00% 159,00%
Bolsas para gelo e água quente e outros artigos 1703 529 1174 12,00% 66,00%
de higiene em borracha vulcanizada. NCM 561 71 490 13,00% 156,00%
4014.90.10 e 4014.90.90
Absorventes e outros artigos higiênicos de papel 1637 46 1590 -43,00% -64,00%
NCM 4018.40.90 15973 1237 14736 8,00% 774,00%
Estojos e caixas de primeiros socorros NCM 2 154 -152 -91,00% 10,00%
3006.50.00 2 0 2 -95,00% -100,00%
Preservativos de borracha vulcanizada NCM 35 2099 -2065 -73,00% -58,00%
4014.10.00 53 9156 -9103 -33,00% 12,00%
Outras meias de malha de fibras sintéticas NCM 957 397 560 216,00% 31,00%
6115.93.00 469 574 -105 9,00% 114,00%
Hemodialisador tipo capilar, outros 3 12538 -12535 -86,00% 32,00%
hemodialisadores, acessórios para 19 143 -125 -96,00% 
hemodialisadores. NCM 8421.29.11, 8421.29.19
e 3926.90.50
Aparelhos para medida de pressão arterial NCM 0 2621 -2621 0,00% 102,00%
9018.90.92 123 2925 -2802 245,00% -4,00%
Continua
Anexos
Anexo V Continuação
Termômetros clínicos de líquido de leitura direta. 1 7 -6 ↑ -59,00%
NCM 9025.11.10 12 1105 -1093 -34,00% 45,00%
Inst. E ap. Para transfusão de sangue incluindo 1754 10855 -9101 -15,00% 56,00%
bombas de infusão NCM 9018.90.10 8277 3162 5115 -10,00% 7,00%
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

Anexo VI Subsetor de odontológicos


Odontológicos em 2006 (mil de U$) Evolução 05/06
Equipamento Exp Imp Saldo Exp Imp
Materiais e insumos odontológicos gesso para uso 58 422 -365 -58,00% 0,00%
odontológico e outras formas de gesso e outras 982 324 658 31,00% 549,00%
composições para dentistas - NCM 2520.20.10,
2520.20.90 e 3407.00.90
Materiais e insumos odontológicos cimentos e 1690 9589 -7899 61,00% 10,00%
outros materiais para obturação dentária - NCM 2733 20 2713 10,00% -10,00%
3006.40.11 e 3006.40.12
Materiais e insumos odontológicos, dentes 5022 720 4303 -5,00% 30,00%
artificiais de acrílico e outros materiais - NCM 2661 11 2649 7,00% 100,00%
9021.21.10 e 9021.21.90
Materiais e insumos odontológicos pastas para 6 1239 -1233 -97,00% 9,00%
modelar e ceras para dentistas - NCM 3407.00.10 83 44 39 -67,00% -35,00%
e 3407.00.20
Materiais e insumos odontológicos brocas e 129 2490 -2361 -60,00% -17,00%
limas - tungstênio, vanádio e de outros materiais 988 117 871 -23,00% 57,00%
- NCM 9018.49.11 / 9018.49.12 / 9018.49.19 /
9018.49.20
Equipamentos odontológicos, aparelhos dentários 309 627 -317 -53,00% 53,00%
de brocar mesmo com outros equipamentos - 4357 0 4357 37,00% 0,00%
NCM 9018.41.00
Equipamentos odontológicos, aparelhos operados 3 16 -13 174,00% -94,00%
por laser para tratamento bucal e semelhantes 25 0 25 -21,00% 0,00%
NCM 9018.20.20 e NCM 9018.49.30
Equipamentos odontológicos, outros instrumentos 3188 2994 194 -1,00% 28,00%
e aparelhos de odontologia - NCM 9018.49.99 19473 1260 18212 11,00% 108,00%
Equipamentos odontológicos, outros artigos e 321 4382 -4060 387,00% 1,00%
aparelhos de prótese dentária - NCM 9021.29.00 317 2 315 58,00% -15,00%
Equipamentos odontológicos, conjuntos 9150 74 9076 -4,00% 38,00%
odontológicos - NCM 9402.10.00 9901 48 9854 -10,00% 182,00%
Aparelhos de raios X para diagnóstico e 225 51 174 -25,00% 236,00%
acompanhamento odontológico – NCM 2737 0 2737 -28,00% -100,00%
9022.13.19 e 9022.13.90.
Aparelhos de raios X de diagnóstico de tomada 8 2010 -2002 -11,00% 6,00%
maxilar panorâmica - NCM 9022.13.11 106 0 106 27,00% 0,00%
Fonte: ALICEWEB/MDIC, 2006

249
Apêndices
Apêndice I

Apêndices
Entidades e membros do Comitê Gestor

Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos


Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios
(ABIMO)
Franco Pallamolla – Presidente
Hely Audrey Maestrello – Diretor Executivo

SINAEMO
Ruy Baumer – Presidente

Baumer S.A.
Wagner Mazolli – Gerente Geral da área de ortopedia

Dabi Atlante Indústrias Médico Odontológicas Ltda


José Miranda da Cruz Neto – Diretor Superintendente
Alberto Ferriani Neto – Gerente de Engenharia

Dixtal Biomédica Indústria e Comércio Ltda


Pedro Scheineder – Diretor

Fanem Ltda
Djalma Luiz Rodrigues – Diretor Industrial

Labtest Diagnóstica S.A


José Carlos Basques – Presidente

Schobell Industrial Ltda


Anselmo Quinelato – Diretor Superintendente

253
Panorama Setorial – Equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos

VMI Indústria e Comécio Ltda


Otávio Viegas – Diretor Presidente

MDIC
Nilton Sacenco Kornijezuk – Diretor do Departamento de Setores
Intensivos em Capital e Tecnologia

BNDES
Regina Gutierrez – Gerente
Lilian Ribeiro Mendes – Analista de Sistemas

FINEP
Marcos José de Castro – Analista de Projetos

SEBRAE
Alcionei Santos – Coordenador
254 Rosana Melo – Analista

ANVISA
Newton Wiederhecker – Gerente Geral Substituto
Márcio Luiz Varani – Gerente

APEXBrasil
Sérgio Costa – Gerente
Wagner Paes – Consultor Pleno

Ministério da Saúde
Eduardo Jorge Valadares Oliveira – Coordenador-Geral

INMETRO
Fernando Goulart – Pesquisador Tecnologista em Metrologia e
Qualidade Industrial.
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)

Apêndices
Clayton Campanhola – Diretor
Claudionel de Campos Leite – Coordenador de Projetos

Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)


Marcio Miranda – Diretor Executivo
Liliane Rank – Assessora Técnica
Adriano Braun Galvão – Assessor e Responsável Técnico

255

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