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GERENCIAMENTO FINANCEIRO: um estudo em micro e pequenas empresas do

Norte e Noroeste Paranaense

Roberson Chaves Vitor - FAFIJAN


Gislaine Oliveira Souza - FAFIJAN
Jocimar Aparecido Dutra - FAFIJAN
Eliane Cristina de Oliveira - FAFIJAN

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo caracterizar o perfil das micro e pequenas empresas da
região norte e noroeste do Paraná, a partir dos níveis de aplicabilidade da gestão financeira. A
metodologia aplicada foi de natureza quantitativa, descritiva, e as técnicas foram pesquisa
bibliográfica, pesquisa de campo, aplicação de questionário estruturado e análise estatística.
Foram coletados 53 questionários, em 10 cidades da região norte e noroeste do Paraná, as
empresas foram enquadradas em três categorias quanto ao porte, sendo elas: 57%
microempresas, 30% são pequenas empresas e 13% médias empresas. Como resultado pode-
se destacar a força que as empresas adquirem quando mantêm sobre controle suas atividades e
devidamente registradas, gerando-lhes relatórios auxiliares para a tomada das decisões
referentes a aplicações e investimentos. A empresa que pretende tornar-se competitiva no
mercado deve buscar investir em análise financeira e procurar sempre profissionais, mesmo
que terceirizados, como o caso de consultores do SEBRAE, para indicar um rumo a seguir,
enquanto adquirem experiência e controle sobre as funções da empresa.

Palavras-chave: Gestão financeira. Micro e pequenas empresas.


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1 INTRODUÇÃO

As micro e pequenas empresas enfrentam diversas dificuldades por não contarem,


em sua maioria, com estruturas de conhecimento em gerenciamento financeiro e acabarem
misturando contas da empresa com contas pessoais. A falta de planejamento e informações de
mercado são algumas das principais causas da mortalidade de pequenas e micro empresas
atualmente no Brasil.
Em estudos publicados por Veronesi (2013) no site InfoMoney, mais de 16% das
micro empresas encerram suas atividades no primeiro ano de vida, este número aumenta para
44,95%, quando analisado entre o primeiro e o quinto ano de vida. O índice se torna mais alto
quando analisado em longo prazo, ao qual o estudo divulga que 87% dos empreendimentos
encerram suas atividades antes de atingir 20 anos.
Para suprir esta dificuldade, muitas vezes as empresas recorrem a parceiros como o
SEBRAE, consultores externos ou escritórios contábeis na tentativa de encontrarem soluções
para os problemas financeiros.
Neste sentido, como problema de pesquisa apresenta-se a seguinte questão: Quais os
níveis de aplicabilidade da gestão financeira pelas micro e pequenas empresas? Assim, como
meio de se responder a problematização, o presente artigo tem por objetivo caracterizar o
perfil das micro e pequenas empresas da região norte e noroeste do Paraná, a partir dos níveis
de aplicabilidade da gestão financeira.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A administração financeira é responsável pelo controle dos objetivos econômicos das


empresas, como também auxilia na maximização de seu valor de mercado. Hoji (2010)
menciona que todos os proprietários, sócios ou acionistas de empresas esperam que seus
investimentos produzam um retorno diante do risco assumido, aumentando seus resultados
econômicos e financeiros. Deste modo, o administrador deve fornecer amostras favoráveis aos
investidores para que possam estabelecer registros demonstrativos financeiros, seguros,
mostrando retorno com um crescimento rápido e constante com nível mínimo de riscos.
A seguir serão apresentados conceitos básicos acerca de gestão financeira e das
ferramentas utilizadas por ela.
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2.1 FUNÇÃO FINANCEIRA

A função financeira tem finalidade de assessorar os diretores com relação a seus


recursos monetários nas aplicações efetuadas, assim como se torna responsável por controlar e
determinar condições de pagamentos, prazos, garantias exigidas. Assim, essa área é a que
possui uma visão mais clara da situação financeira da empresa e a que pode oferecer uma
segurança na hora de tomar decisões sobre possíveis investimentos ou melhorias. A
administração financeira permite o levantamento dos recursos da empresa através de registros
e informações contábeis, caracterizando assim como responsável por determinar toda a
liquidez da empresa (SANVICENTE, 1987).
Para Junior, Rigo, Cherobim (2010), a finalidade da gestão financeira é maximizar a
riqueza dos acionistas da organização, de modo geral ela está organizada em duas áreas: 1º) a
gerência financeira é responsável pela administração de crédito, cobrança, riscos, câmbio,
investimentos, financiamentos, caixa, planejamento e controle financeiro, relacionamento
com investidores e relacionamentos com bancos; 2º) e a controladoria sendo a parte
responsável pelas atividades de custos e preços, auditoria interna, avaliação de desempenho,
contabilidade, orçamento, controle patrimonial, sistema de informação financeira, relatórios
gerenciais, planejamento tributário. Para atingir seus objetivos a administração financeira
busca uma boa integração dos investimentos, financiamentos e resultados.

2.2 INSTRUMENTOS PARA ANÁLISE FINANCEIRA

A análise financeira pode ser realizada por meio de balanços patrimoniais,


demonstrações de resultados do exercício (DRE), demonstrações de fluxo de caixa,
demonstrações das mutações do patrimônio líquido, documentos e informações
complementares entre outras formas. Braga (1989) fala que a análise das demonstrações
contábeis é desenvolvida com a aplicação de técnicas bastante difundidas, como a análise
horizontal, a análise vertical e os índices econômicos financeiros:
a) A análise horizontal é realizada a partir de um conjunto de balanços e
demonstrações de resultados consecutivos, cada componente desses
demonstrativos são calculados números índices, cuja base é correspondente ao
valor mais antigo da série, podendo avaliar a evolução de cada elemento
patrimonial e de resultado ao longo de diversos períodos sucessivos.
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b) A análise vertical aplica-se sobre os balanços patrimoniais, as demonstrações do


resultado e as demonstrações das origens e aplicações de recursos, ela possibilita
avaliar a participação de cada elemento na formação do lucro ou prejuízo do
período.
c) Nos índices econômicos financeiros, os saldos dos balanços e da demonstração
do resultado há capacidade de ser inter-relacionados de inúmeras formas,
fornecendo uma visão de um aspecto especifico da situação ou do desempenho
da empresa. As inter-relações são quantificadas mediante quocientes
denominados índices econômicos financeiros ou simplesmente índices
financeiros.
Para Marion (2007), Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR)
tem por finalidade explicar a variação de capital circulante liquido ocorrida de um ano as
entradas e saídas de recursos que afetam o ativo circulante, passivo circulante, mostrando
assim as variações do capital líquido ou capital de giro levando em consideração o regime de
competência, demonstra através da semelhança de dois balanços patrimoniais. A DOAR
auxilia o administrador analisar as origens e aplicações históricas de recursos da empresa. A
maior vantagem está na verificação das origens e aplicações.
Uma DRE é responsável por expor a situação econômica da empresa, a apuração de
seus lucros e prejuízos, assim a análise feita a partir desses dados tem a confiabilidade de
exatidão dos dados apresentados.A análise financeira é realizada para entender a situação
financeira da empresa e o seu desempenho operacional. Através dessas fontes é possível
realizar comparações com demonstrativos anteriores e obter uma interpretação individual e
conjunta de índices que empresa apresentou (FERRARI, 2008).
Outra demonstração que é muito utilizada é o Balanço Patrimonial (BP) que, para
Barros et al. (2002), é a representação gráfica do patrimônio das empresas, tem por finalidade
apresentar a posição financeira e patrimonial da organização em determinado momento,
normalmente no fim do ano de um período prefixado. O BP deve ter o nome completo da
empresa, data de encerramento e duas colunas: a da esquerda é denominada ativo, a coluna
direita de passivo e patrimônio líquido. Como todas as Demonstrações Financeiras, serão
apresentados em duas pilastras: Exercício Atual e Exercício Anterior, essa apresentação vai
ajudar os usuários no processo de tomada de decisão.
O balanço patrimonial reproduz a situação estática da empresa, como uma foto da
situação financeira. Cada empresa pode escolher a data de seu balanço, mas a grande maioria
encerra seu balanço em 31 de dezembro para coincidir com o término do ano civil. Neste
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balanço as contas de Ativo (bens e direitos), Passivo (deveres e obrigações) e Patrimônio


Líquido são agrupadas de modo a facilitar a análise da situação financeira e são apresentadas
em forma decrescente de grau de liquidez e exigibilidade (HOJI, 2010).
Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA) é a evidenciação clara do
lucro do período, sua distribuição e a movimentação ocorrida no saldo da conta lucros ou
prejuízos acumulados, do patrimônio liquido, isto é, os lucros retidos, não distribuídos aos
proprietários e acionistas (IUDÍCIBUS; MARION, 2009).
Serve para indicar ao gestor onde ou o que fazer quando houver lucro na empresa,
sendo assim, parte deste lucro pode ser destinada aos donos da empresa, pois serve como
remuneração pelo capital investido na composição da empresa, neste caso, esta parcela
chama-se dividendo. A outra parcela restante do lucro pode ser reaplicada na organização,
chamando-se assim de lucro retido (IUDÍCIBUS; MARION, 2009).
O Art.186 da lei 6.404/76, em seus incisos I, II, III, determina a seguinte
discriminação na DLPA:
a) O saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção
monetária do saldo inicial;
b) As reversões de reservas e o lucro liquído do exercício;
c) As transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao
capital e o saldo do período.
Demonstração dos fluxos de caixa (DFC), segundo Gitman (2010), é um breve
resumo dos fluxos de caixa realizado no período em questão com todos os pagamentos e
recebimentos decorrentes das atividades operacionais da empresa, para esse método deve
apresentar os seguintes tipos de pagamentos e recebimentos relacionados às operações:
a) Recebimento clientes;
b)Juros e dividendos recebidos;
c) Pagamento a fornecedores e empregados;
d)Juros pagos;
e) Distribuição de lucros aos acionistas; outros recebimentos e pagamentos.
Esse tipo de demonstração passa a ser um relatório obrigatório pela contabilidade
para todas as sociedades de capital aberto ou com patrimônio líquido superior a R$
2.000.000,00 (dois milhões de reais).
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2.3 PRINCIPAIS METAS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Segundo Braga (1989), a meta da administração financeira é quando alguém se dispõe


a investir sua poupança em uma empresa, em vez de aplicar em alternativa mais seguras, está
disposto a assumir certo risco em troca de aumento de patrimônio ou riqueza pessoal. Assim
pode se admitir que o objetivo primordial de cada empresa sejam maximizar a riqueza de seus
proprietários.
Essa riqueza é representada pelo valor de mercado da empresa, ou seja, pelo preço que
seria alcançado na venda dos direitos de participação do seu capital social. Uma constante
comunicação entre os diversos setores financeiros é fundamental para o sucesso do
gerenciamento das disponibilidades.
Através da movimentação financeira é possível ter controle dos registros das entradas
e saídas, de tal forma que se permita comparar as previsões com o realizado. Permitindo,
desta forma, o conhecimento de todas as movimentações financeiro e responder as diversas
questões como:
a) Quais são as receitas e despesas?
b) Em que datas irão ocorrer?
c) Quando são constantes, diárias, semanais ou mensais.

3 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste trabalho foi empregada uma pesquisa quantitativa que,
segundo Richardson (2011), é caracterizada pela quantificação, tanto nas modalidades de
coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas. Já para
Fachin (2003), a pesquisa quantitativa é determinada em relação aos dados ou à proporção
numérica, mas a atribuição numérica não deve ser feita ao acaso, porque a variação de uma
propriedade não é quantificada cientificamente.
O tipo de pesquisa é descritiva que Richardson (2011) define como um trabalho onde
o pesquisador não concentra sua atenção no porquê de observar certa distribuição, mas, sim,
na descrição da amostra. Conforme Triviños (2008), pretende descrever com exatidão os fatos
e fenômenos de determinada realidade, sendo que seu foco essencial reside no desejo de
conhecer a comunidade.
Utilizou-se pesquisa bibliográfica, que Fachin (2003) conceitua como sendo a junção
dos conhecimentos humanos reunidos em determinadas obras, seu objetivo é conduzir a
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reprodução de uma pesquisa que se define em ler, organizar e formatar títulos. Já para
Rampazzo (2003), a pesquisa bibliográfica é aquela que procura explicar o problema a partir
de trabalhos publicados (livros, revistas etc.), pode ser realizada independentemente ou em
conjunto com outros tipos de pesquisa.
Desenvolveu ainda uma pesquisa de campo para levantamento de dados. Mertens
(2007) classifica pesquisa de campo como investigação empírica realizada no local onde
ocorreu o fenômeno ou que dispõe de elementos para a investigação.
Os dados coletados são primários, que Malhotra (2004) define como o dado gerado
por um pesquisador com finalidade específica de solucionar o problema em pauta.
Os dados primários foram adquiridos através de uma entrevista com a aplicação de
um questionário estruturado. Os questionários foram aplicados em várias cidades e empresas
com ramo de atividade econômica diferente, em que se buscou compreender como é realizada
a gestão financeira e entender os níveis de aplicabilidade adotados.
Realizou-se uma análise estatística dos dados que, segundo Silvestre (2007), é
realizada com dados da população, sejam elas por medidas diretas ou amostrais seguindo os
parâmetros da população.

4 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Foram coletados 53 questionários, em 10 cidades da região norte e noroeste do


Paraná, entre as quais foram enquadradas em três categorias de entidades sociais, sendo elas:
57% microempresas que possuem receita bruta anual igual ou inferior a R$ 360.000,00; 30%
são pequenas empresas que têm receita bruta anual superior a R$ 360.000,00 e igual ou
inferior a R$ 3.600.000,00; 13% médias empresas quando possuem uma receita bruta superior
a R$ 3.600.000,00.
Foram abordadas as seguintes questões:
I. Se a empresa efetua planejamento financeiro de receitas e despesa;
II. Possui-se capital de giro próprio;
III. Se a empresa necessita de capital de terceiros para seus investimentos;
IV. Se a empresa conta com auxílio de um profissional especializado na área
financeira, mesmo que terceirizado;
V. Realizam-se controles de contas a pagar, a receber e controles bancários;
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VI. Se a empresa utiliza instrumentos para a análise financeira e tomada de


decisões como: Balanço Patrimonial; Demonstração dos resultados dos exercícios;
Demonstração dos fluxos do caixa e outros; e
VII. se realizam a separação de contas pessoais das contas da empresa.

Gráfico 1: Realização de planejamentos financeiros

Fonte: Criado pelos autores.

Em relação à questão, se efetua planejamento financeiro entre suas despesas e


receitas, 64% dos empresários responderam que sempre realizam um planejamento, e 19%
quase sempre, mostrando que o controle financeiro é uma ferramenta utilizada e de suma
importância, em contrapartida, unindo as empresas que responderam às vezes, nunca e não se
aplica somam 17% que não fazem este planejamento, esta porcentagem indica que mesmo
com muitos recursos externos possíveis de ser utilizados ainda não são aplicados, gerando
grande fragilidade em se manter no mercado.

Gráfico 2: Utilização de capital de giro próprio

Fonte: Criada pelos autores.


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51% dos empresários disseram possuir capital de giro próprio para gerenciar suas
atividades e suprir suas despesas e investimentos, 21% quase sempre possuem recursos e
somam 28% as empresas que não possuem capital próprio para desenvolver suas atividades,
buscando sempre trabalhar com capital de terceiro, assim demonstrando que essa alternativa
mostra a instabilidade, que as micro e pequenas têm que procurar para tentarem manter suas
atividades em funcionamento.

Gráfico 3: Utilização de capital de terceiros para investimentos

Fonte: Criado pelos autores.

66% dos respondentes dizem utilizar de capital de terceiros em suas atividades ainda
às vezes ou sempre, demonstrando a necessidade de uma base externa para manter suas
atividades, e 34% não utiliza capital de terceiros, demonstrando que conseguem fazer com
que seu capital seja suficiente para manter seu negócio em plena operação.

Gráfico 4: Auxílio de profissionais especializados em finanças

Fonte: Criado pelos autores.

Quando questionado se a empresa contava com um profissional financeiro, 60% das


empresas relataram que sempre ou quase sempre recorrem a um profissional, seja interno ou
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terceirizado. E 10%, às vezes, indicando que o número de buscas por um atendimento mais
específico tem se tornado frequente e 30% não utilizam este recurso.

Gráfico 5: realização de controles de contas a pagar, a receber e bancários

Fonte: Criado pelos autores.

83% responderam que sempre ou quase sempre têm controle sobre todas as contas da
empresa, sejam a pagar, a receber e controles bancários, demonstrando a visão de que as
contas quando bem administradas permitem um controle mais eficiente das rédeas da
empresa. Já 17% responderam pouco ou nunca possuem controles sobre as contas, assim
identificando que a estrutura da empresa pode estar mal administrada ou em um caminho
perigoso de falência.

Gráfico 6: Utilização de instrumentos de análises financeiras

Fonte: Criado pelos autores.

60% dos empresários indicaram utilizar algum tipo de instrumento para a análise
financeira, tornando-se um controle necessário e importantíssimo já que a maior parte possui
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controle de seus recursos disponíveis, enquanto 40% nunca aplicaram em suas decisões esse
tipo de análise, o que pode refletir negativamente na sobrevivência do negócio.

Gráfico 7: Separação de gastos pessoais e gastos da empresa

Fonte: Criado pelos autores.

Sobre a questão se a organização separa gastos pessoais de gastos da empresa, a


maioria respondeu que sempre ou quase fazem a divisão das despesas, 71%, uma
porcentagem significativa; segundo o SEBRAE, 54% das empresas chegam à falência no
primeiro ano de vida, e 75%, no segundo ano por falta de informações, ou seja, saber separar
as receitas pessoais das profissionais; 29% das empresas nunca efetuam essa separação
demonstrando uma grande desordem nesta área.
Pode-se perceber que nos dias atuais as empresas estão se planejando mais perante
aos pontos relacionados a finanças somando 64%; em sua grande maioria procuram formas de
controlar suas contas, 70%, e o capital de giro está sendo utilizado o próprio da empresa em
51% das entrevistas.
Em relação às análises financeiras, 45% utilizam de recursos como balanços e
análises financeiras para tomar decisões como momento de realizar investimentos na
produção, na estrutura física da empresa ou aumento de estoques e, nesse caso, perceber
quando se faz necessário a busca de recurso de terceiros, como mostrado que 42% utilizam
deste recurso para seus investimentos.
Outro ponto relativamente positivo é a quantidade de empresas que separam os
gastos pessoais e os das empresas, que correspondem a 56% das respostas, sendo este um
fator estudado pelo SEBRAE, motivo de muitas empresas perderem o controle sobre suas
contas. Quanto à busca por ajuda de profissionais capacitados para auxiliar nas decisões das
empresas, a pesquisa apontou 47%, um número razoavelmente positivo em relação à falta de
especialização e experiência por parte dos donos de novos empreendimentos.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos dados analisados, observou-se que as empresas buscam a cada dia
formas de se adaptarem ao mercado e às suas exigências, mostrando desse modo que quanto
maior o controle sobre as finanças mais promissora podem ser as chances de progresso das
empresas. Sabendo assim que a empresa que pretende tornar-se competitiva no mercado deve
buscar investimentos em análises financeiras e procurar sempre profissionais, mesmo que
terceirizados como o caso de consultores do SEBRAE, para indicar um rumo ao qual seguir
enquanto adquirem experiência e controle sobre as funções da empresa.
Entre as empresas pesquisadas, considera-se que se caracterizam, segundo seu nível
de aplicabilidade na gestão financeira, como positivas devido ao percentual elevado de
utilização de recursos e instrumentos analíticos no momento de tomada das decisões e
gerenciamento, sendo este um recurso vital para as empresas que buscam sua sobrevivência
no mercado que se apresenta atualmente de forma bem competitiva.
Diante de todas as informações adquiridas, é possível afirmar que a saúde financeira
das organizações necessita de constante monitoramento, ou caso contrário, se não houver uma
gestão fiananceira adequada, os esforços irão se esvair o que ocasionará em uma provável
queda de resultados e prejuízos. Assim, o sistema financeiro da empresa é seu coração e é a
parte responsável por bombear recursos para a sobrevivência da mesma.

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