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Tópicos:
1) A vida do maestro e qual a sua importância.
2) Quais as influências?
3) O canto orfeônico.
1) A vida do maestro
Villa-Lobos foi um importante maestro e compositor brasileiro,
nasceu no Rio de Janeiro, no dia 5 de março de 1887 e faleceu
em 17 de novembro de 1959.
Destacou-se por ter sido considerado o maior expoente da
música do modernismo no Brasil e o principal responsável pela
descoberta de uma linguagem peculiarmente brasileira em
música, compondo obras que contém nuances das culturas
regionais brasileiras, com os elementos das canções populares e
indígenas. No Brasil, sua data de nascimento é celebrada como
Dia Nacional da Música Clássica.
Villa-Lobos não frequentou de forma sistemática o conservatório
de música, assim como vários compositores eruditos de seu
tempo. Sua mãe, Noêmia Monteiro Villa-Lobos, queria vê-lo
médico. Raul Villa-Lobos, pai do compositor, era músico amador
e funcionário da Biblioteca Nacional. Foi ele quem deu as
primeiras instruções musicais, adaptando uma viola para que o
pequeno Heitor iniciasse seus estudos de violoncelo. Por meio
dessa experiência com seu pai, conheceu a música europeia.
Heitor, nos tempos de menino, era fascinado pelas músicas
tocadas por sua tia Zizinha, que era pianista e lhe apresentou o
mundo musical de Johan Sebastian Bach. Com a morte do seu
pai “tuhu”, como era chamado, complementou seus estudos de
violoncelo com Benno Niedeberguer e de harmonia com
Frederico Nascimento.
Aos 12 anos Villa-Lobos passou a tocar violoncelo em
teatros, cafés e bailes; paralelamente, encantou-se pela intensa
sonoridade dos "chorões", que representavam a melhor música
popular do Rio de Janeiro.
Diversos elementos do choro como sincopa, improvisação
e arranjos foram fundidos na sua obra que gerou os “14 choros”
obra composta na década de 1920.
Sempre buscando em suas composições e arranjos um
caráter de “síntese musical”, utilizou elementos da música
ameríndia como na canção “nozaniná orekua”, da tribo dos
Parecís, em Minas Gerias, que influenciaram seus choros número
3 e número 7. A utilização desses elementos dá às composições
um caráter cosmopolita, pois traz aos grandes centros urbanos a
música feita pelos povos indígenas. Outra característica é a
pesquisa em temas de folclore em 16 cirandas para piano solo.
Ele ambienta canções folclóricas a harmonias sofisticadas o que
gerando uma forma muito interessante. Trata-se de melodias
clássicas e suaves dando a sensação de familiaridade com a
estranheza das dissonâncias na harmonia.
Implementou, dessa forma, uma ferramenta muito
importante na formação dos educadores musicais de sua época -
o programa de educação musical, o canto orfeônico. Metodologia
que não visava a formação de músicos, mas sim de indivíduos
que tivessem a capacidade de apreciar o código musical e que,
através da música, despertassem o sentimento de civismo, da
cooperação coletiva, do patriotismo e da disciplina.
Em 1922, já apresentava uma linguagem híbrida e que
refletia o ecletismo do povo brasileiro. Povos europeus, africanos
e indígenas, amalgamados com elementos da música de
vanguarda, as dissonâncias e o avanço rítmico trabalhando em
busca de uma “brasilidade”. Termo que já estava sendo discutido
pelos intelectuais da época, juntamente com o período do
modernismo brasileiro e que se estendeu, aproximadamente, por
mais vinte anos. Mario de Andrade, Oswald de Andrade e Tarsila
do Amaral já traziam essa brasilidade em suas obras. Neste
mesmo período, Villa-Lobos sente a necessidade de acordar a
nação em relação à busca de identidade e de valores. Buscava,
através disto, também, que a burguesia tivesse um entendimento
mais amplo das culturas existentes no país, e não somente a
cultura europeia, tão difundida nessa época. As classes menos
favorecidas, formada, na sua grande maioria por negros e
mestiços sequer tinham ferramentas para refletir sobre a sua
contribuição cultural, em virtude de sua precária e, muitas vezes,
inexistente formação educacional. Surge, então, o grande desafio
de unir o povo na busca dessa brasilidade até como forma de
talecimento da nação.
Entre os anos de 1923 e 1924, Villa-Lobos teve uma passagem
por Paris, onde se encontravam os maiores expoentes da arte da
época. Sua obra foi aceita de maneira exótica, era vista como a
representação dos trópicos.
Ao voltar, se depara com uma triste realidade musical. Onde o
povo não compreenderia sua própria música e a música erudita
completamente desconhecida do seu próprio povo.
Depois da revolução de outubro de 1930, com Getúlio
Vargas no poder, a proposta nacionalista de renovar a identidade
e a união do país vem em uma hora interessante. Villa-Lobos vê
o momento estratégico também para a renovação das artes.
Então, em 1931, é implantado o canto orfeônico obrigatório nas
escolas.
Se firmou, nesse momento, como um defensor da educação
musical, não só porque era um meio de renovar a cultura do país,
mas também por se tratar de um objetivo pessoal de viver de sua
música no seu país.
Em 1945, com a queda do primeiro governo Vargas, ele decide
se desligar das atividades educacionais no governo.
De 1945 a 1957, o maestro brilha em uma carreira internacional
e seu cargo e métodos como educador musical abrem caminho
para os próximos educadores musicais daquela época e que
perduram até hoje.
3) O Canto orfeônico