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Diário da República, 1.a série — N.

o 208 — 27 de Outubro de 2006 7539

Artigo 30.o Rebelo Pires Gago — Maria Isabel da Silva Pires de


Lima — Augusto Ernesto Santos Silva.
Reforma dos Laboratórios do Estado
Promulgado em 19 de Outubro de 2006.
No quadro da reforma dos laboratórios do Estado,
podem ser objecto de revisão as atribuições e o estatuto Publique-se.
jurídico do Instituto de Investigação Científica Tropical, O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
do Instituto Tecnológico Nuclear e do Instituto de
Meteorologia. Referendado em 23 de Outubro de 2006.
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de
Artigo 31.o Sousa.
Produção de efeitos
ANEXO I
1 — As criações, fusões e reestruturações de serviços
Cargos de direcção superior da administração directa
e organismos previstas no presente decreto-lei apenas
produzem efeitos com a entrada em vigor dos respectivos
diplomas orgânicos. Número
de lugares
2 — Exceptua-se do disposto no número anterior, a
nomeação dos titulares dos cargos de direcção superior
e dos órgãos de direcção dos organismos previstos nos Cargos de direcção superior de 1.o grau . . . . . . . . . . . . 4
mapas anexos ao presente decreto-lei, a qual pode ter Cargos de direcção superior de 2.o grau . . . . . . . . . . . . 6
lugar após a sua entrada em vigor.
3 — Nos casos de fusões, a nomeação prevista no
número anterior depende da prévia cessação de funções, ANEXO II
designadamente nos termos do número seguinte, de um Dirigentes de organismos da administração indirecta
número pelo menos igual de dirigentes, assegurando
os dirigentes nomeados a direcção dos serviços e orga-
Número
nismos objecto de fusão até à entrada em vigor dos de lugares
novos diplomas orgânicos.
4 — As comissões de serviço dos titulares de cargos
de direcção superior de serviços cuja reestruturação ou Cargos de direcção superior de 1.o grau . . . . . . . . . . . . 1
Presidentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
fusão tenha sido determinada pelo presente decreto-lei Vogais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
podem cessar, independentemente do disposto no n.o 1,
por despacho fundamentado, quando, por efeito da rees-
truturação ou fusão, exista necessidade de imprimir nova
orientação à gestão dos serviços.
MINISTÉRIO DA CULTURA
o
Artigo 32.
Decreto-Lei n.o 215/2006
Diplomas orgânicos complementares
de 27 de Outubro
1 — Os diplomas orgânicos pelos quais se procede
à criação, fusão e reestruturação dos serviços e orga- O Programa de Governo consagra a modernização
nismos do MCTES devem ser aprovados no prazo de da Administração Pública como um dos instrumentos
90 dias após a entrada em vigor do presente decreto-lei. essenciais da estratégia de desenvolvimento do País.
2 — Até à entrada em vigor dos diplomas orgânicos Com esse objectivo, no domínio da reorganização estru-
a que se refere o número anterior, bem como aos que tural da Administração, o Governo aprovou, através da
procedem às operações de externalização previstas no Resolução do Conselho de Ministros n.o 124/2005, de
artigo 28.o, os serviços e organismos do MCTES, con- 4 de Agosto, o Programa de Reestruturação da Admi-
tinuam a reger-se pelas disposições normativas que lhes nistração Central do Estado, abreviadamente designado
são aplicáveis. por PRACE, tendo como objectivo a promoção da cida-
dania, do desenvolvimento económico e da qualidade
Artigo 33.o dos serviços públicos, com ganhos de eficiência pela sim-
plificação, racionalização e automatização, que permi-
Norma revogatória
tam a diminuição do número de serviços e dos recursos
É revogado o Decreto-Lei n.o 10/2005, de 6 de Janeiro. a eles afectos.
Na sequência da aprovação do PRACE, a Resolução
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 20 de do Conselho de Ministros n.o 39/2006, de 30 de Março,
Julho de 2006. — José Sócrates Carvalho Pinto de veio definir as orientações, gerais e especiais, para a
Sousa — António Luís Santos Costa — Luís Filipe Mar- reestruturação dos ministérios.
ques Amado — Fernando Teixeira dos Santos — Manuel As orientações gerais definidas, relativas quer à reor-
Pedro Cunha da Silva Pereira — Henrique Nuno Pires ganização dos serviços centrais dos Ministérios para o
Severiano Teixeira — Alberto Bernardes Costa — Fran- exercício de funções de apoio à governação, de gestão
cisco Carlos da Graça Nunes Correia — Manuel António de recursos, de natureza consultiva e coordenação inter-
Gomes de Almeida de Pinho — Jaime de Jesus Lopes ministerial e de natureza operacional, quer à reorga-
Silva — Mário Lino Soares Correia — José António Fon- nização dos serviços desconcentrados de nível regional,
seca Vieira da Silva — António Fernando Correia de Cam- sub-regional e local e à descentralização de funções,
pos — Maria de Lurdes Reis Rodrigues — José Mariano determinam, desde logo, a introdução de um novo
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modelo organizacional que tem por base a racionali- Regionais as competências das diversas direcções e ser-
zação de estruturas, o reforço e a homogeneização das viços regionais dos organismos do ministério, incluindo
funções estratégicas de suporte à governação, a apro- a criação da Direcção Regional de Cultura de Lisboa
ximação da Administração Central dos cidadãos e a e Vale do Tejo;
devolução de poderes para o nível local ou regional. O reforço das competências da Inspecção-Geral das
Nessa esteira, as orientações especiais definidas Actividades Culturais na componente de auditoria nor-
reflectem não só a prossecução dos objectivos em que mativa, financeira, de desempenho e técnica;
assenta o PRACE, como concretizam os objectivos esta- Uma maior articulação com o Ministério dos Negó-
belecidos no Programa de Governo para o movimento cios Estrangeiros na prossecução da internacionalização
da cultura, passando o Instituto Camões a ter tutela
de modernização administrativa, preconizando a melho- conjunta com o Ministério da Cultura no respeitante
ria da qualidade dos serviços públicos, nos termos acima à acção cultural externa;
referidos. A concentração num novo organismo das atribuições
A criação do Ministério da Cultura, através do Decre- de gestão e salvaguarda do património arquitectónico
to-Lei n.o 42/96, de 7 de Maio, concretizou uma opção e arqueológico;
estratégica que colocava a política cultural no centro A concentração num novo organismo das atribuições
das políticas de qualificação. de gestão, valorização e conservação do património
Passados dez anos sobre a sua criação, o balanço a móvel, assumindo igualmente competências relativa-
realizar é globalmente positivo, sobressaindo a linha de mente ao património imaterial;
continuidade quanto ao papel do Ministério da Cultura. A redefinição da política de gestão do sistema arqui-
O XVII Governo reafirma-o como opção estratégica, vístico, com a criação da Direcção-Geral de Arquivos
indispensável à definição e execução de uma política e autonomização do Arquivo Nacional da Torre do
integrada do património material e imaterial, à con- Tombo, embora na dependência daquela entidade, e
solidação e dinamização das redes de equipamentos cul- integração do Centro Português de Fotografia, na sua
turais, ao apoio às artes e aos artistas em todos os domí- componente patrimonial.
Um regime jurídico mais adequado a uma maior
nios, à valorização da transversalidade da cultura na maleabilidade da gestão e ao planeamento plurianual
articulação com outras políticas sectoriais e à interna- da produção dos organismos nacionais de produção
cionalização da cultura portuguesa, quer pelo reforço artística, já que todos passam a entidades públicas
da cooperação no espaço lusófono, quer pela intensi- empresariais. Dois deles — o Teatro Nacional de S. Car-
ficação do intercâmbio com outros países, nomeada- los e a Companhia Nacional de Bailado — são trans-
mente através da participação em grandes eventos formados, embora sem perda das identidades respectivas
internacionais. enquanto pólos de produção, numa única entidade
Importa sublinhar, de resto, o largo consenso inter- pública empresarial, a OPART — Organismos de Pro-
nacional quanto à necessidade e importância estratégica dução Artística, EPE, tendo em vista uma melhor coor-
das políticas públicas na área da cultura, consagrado denação dos meios e dos recursos respectivos, ao serviço
na Convenção sobre a Protecção e Promoção da Diver- do desenvolvimento da cultura músico-teatral.
sidade das Expressões Culturais da UNESCO, subscrita Deste modo, competências ou funções anteriormente
por Portugal, a qual reconhece expressamente o papel sobrepostas ou partilhadas entre diferentes organismos,
do Estado, como garante da identidade e do desen- por vezes sob tutela de outros ministérios, passam a
volvimento culturais. ficar subordinadas a uma única entidade de coordena-
É igualmente reconhecido o papel cada vez mais rele- ção. Serviços e recursos outrora dispersos, designada-
vante que as actividades culturais assumem no desen- mente ao nível das delegações regionais, são concen-
volvimento social e económico, constituindo importan- trados, reforçando-se assim o papel destas e permitindo
tes factores de coesão e inclusão sociais e de geração simultaneamente a desconcentração de algumas com-
de riqueza. petências actualmente exercidas a nível central. Orga-
Importa sublinhar ainda o papel que a cultura desem- nismos que operavam em áreas de intersecção ou con-
penha na sedimentação das identidades colectivas, vergência mútuas são fundidos, com óbvias vantagens
comunitárias e nacionais, ao mesmo tempo que oferece operacionais e uma maior racionalização de recursos.
um espaço privilegiado de diálogo, conhecimento e com- Finalmente, as funções de governo e de suporte e as
preensão mútuos entre diferentes tradições e matizes funções de gestão e valorização patrimoniais bem como
civilizacionais. de dinamização da criação e difusão das artes, são come-
tidas respectivamente a organismos distintos, favore-
A nova orgânica operada pelo presente decreto-lei, cendo a transparência, a eficiência e uma melhor coor-
no âmbito PRACE e em harmonia com as normas que denação e complementaridade das diferentes funções
regem a organização da administração directa e com e competências.
a Lei-Quadro dos Institutos Públicos, visa reforçar a Assim:
operacionalidade dos meios e dos recursos do Ministério Nos termos do n.o 2 do artigo 198.o da Constituição,
da Cultura. o Governo decreta o seguinte:
As principais alterações decorrentes desta reestrutu-
ração prendem-se com: LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO DA CULTURA
A concentração dos órgãos de natureza consultiva
no Conselho Nacional de Cultura; CAPÍTULO I
A criação de um organismo que concentra as com- Missão e atribuições
petências nas áreas do planeamento, estratégica, ava-
liação e relações internacionais, dispersas entre a actual Artigo 1.o
Secretaria-Geral e o Gabinete de Relações Culturais
Missão
Internacionais;
A reorganização dos serviços desconcentrados do O Ministério da Cultura, abreviadamente designado
Ministério da Cultura, concentrando nas Direcções por MC, é o departamento governamental que tem por
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missão a definição e execução de uma política global Artigo 4.o


e coordenada na área da cultura e domínios com ela
Administração directa do Estado
relacionados, designadamente na salvaguarda e valori-
zação do património cultural, no incentivo à criação 1 — Integram a administração directa do Estado, no
artística e à difusão cultural, na qualificação do tecido âmbito do MC, os seguintes serviços centrais:
cultural e na internacionalização da cultura portuguesa.
a) O Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação
e Relações Internacionais;
Artigo 2.o b) A Inspecção-Geral das Actividades Culturais;
Atribuições
c) A Secretaria-Geral;
d) A Biblioteca Nacional de Portugal;
Na prossecução da sua missão, são atribuições do MC: e) A Direcção-Geral das Artes;
f) A Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas;
a) Salvaguardar e promover o património cultural
g) A Direcção-Geral de Arquivos.
imóvel, móvel e imaterial, promovendo a sua classifi-
cação e inventariação;
b) Valorizar o património arqueológico e arquitec- 2 — Integram ainda a administração directa dos
tónico; Estado, no âmbito do MC, os seguintes serviços peri-
c) Valorizar os espaços museológicos, envolvendo a féricos:
rede de museus; a) A Direcção Regional de Cultura do Norte;
d) Valorizar os testemunhos que, independentemente b) A Direcção Regional de Cultura do Centro;
do suporte, tenham importância etnográfica ou antro- c) A Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale
pológica com significado para a identidade e memória do Tejo;
colectivas; d) A Direcção Regional de Cultura do Alentejo;
e) Afirmar uma ética de preservação e de normas e) A Direcção Regional de Cultura do Algarve.
e metodologias de conservação e restauro dos bens patri-
moniais de relevante interesse histórico, técnico, artís-
tico e etnográfico ou antropológico; Artigo 5.o
f) Salvaguardar o património bibliográfico e docu- Administração indirecta do Estado
mental;
g) Salvaguardar e valorizar o património fonográfico Prosseguem atribuições do MC, sob superintendência
e das imagens em movimento; e tutela do respectivo ministro, os seguintes organismos:
h) Promover a leitura e dinamização da rede de
bibliotecas; a) A Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, I. P.;
i) Definir uma política integrada de gestão da docu- b) O Instituto do Cinema e do Audiovisual, I. P.;
mentação de arquivo produzida pela Administração c) O Instituto de Gestão do Património Arquitec-
Pública e valorizar a missão dos arquivos nacionais como tónico e Arqueológico, I. P.;
repositório da memória colectiva; d) O Instituto dos Museus e da Conservação, I. P.
j) Consolidar os apoios públicos à criação, produção
e difusão das artes e à formação de novos públicos; Artigo 6.o
l) Qualificar as redes de equipamentos culturais, pro-
movendo a correcção de assimetrias regionais; Órgão consultivo
m) Consolidar os organismos nacionais de produção
artística, assegurando a sua missão de valorização da O Conselho Nacional de Cultura é o órgão consultivo
herança cultural e dos artistas portugueses; do Ministério da Cultura.
n) Valorizar as áreas do cinema e do audiovisual,
apoiando a criação artística avançada e inovadora, arti- Artigo 7.o
culando-a com as medidas de incentivo à sedimentação
de uma indústria do cinema e do audiovisual; Outras estruturas
o) Promover as actividades culturais não-profissionais;
p) Promover a transversalidade da cultura através de
No âmbito do MC funcionam ainda:
parcerias visando uma mais efectiva integração das polí-
ticas sectoriais; a) A Academia Internacional de Cultura Portuguesa;
q) Promover a internacionalização da cultura por- b) A Academia Nacional de Belas Artes;
tuguesa. c) A Academia Portuguesa de História.

CAPÍTULO II
Artigo 8.o
Estrutura orgânica
Sector empresarial do Estado

Artigo 3.o Sem prejuízo dos poderes conferidos por lei ao Con-
Estrutura geral
selho de Ministros e ao membro do Governo responsável
pela área das Finanças, a competência relativa à definição
O MC prossegue as suas atribuições através de ser- das orientações das entidades do sector empresarial do
viços integrados na administração directa do Estado, Estado com atribuições nos domínios da cultura, bem
de organismos integrados na administração indirecta do como ao acompanhamento da respectiva execução, é exer-
Estado, de órgãos consultivos, de entidades integradas cida pelo membro do Governo responsável pela área da
no sector empresarial do Estado e de outras estruturas. Cultura.
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Artigo 9.o i) Propor a adopção ou prestar apoio técnico à adop-


Fundações
ção de medidas legislativas no domínio do direito de
autor, assegurando a representação do MC nas orga-
1 — O MC pode ser instituidor em Fundações que nizações e fora internacionais;
prossigam fins culturais. j) Propor a celebração de contratos-programa ou
2 — O MC exerce a tutela sobre as Fundações das outros mecanismos de gestão de Fundos Comunitários,
quais é instituidor, nos termos definidos nos respectivos participar na definição das condições de acesso, ele-
estatutos. gibilidade, critérios de selecção e monitorização dos
resultados das medidas/acções de programas operacio-
nais, de programas de iniciativa comunitária e outros
Artigo 10.o programas, assegurar a gestão conjunta das referidas
Controlador financeiro medidas ou acções e colaborar na divulgação e dina-
mização destes mecanismos de financiamento.
No âmbito do MC pode ainda actuar um controlador
financeiro, nos termos previstos no Decreto-Lei 3 — O GPEARI é dirigido por um director-geral,
n.o 33/2006, de 17 de Janeiro. coadjuvado por um subdirector-geral.

CAPÍTULO III Artigo 12.o


Serviços, organismos, órgãos consultivos Inspecção-Geral das Actividades Culturais
e outras estruturas
1 — A Inspecção-Geral das Actividades Culturais,
SECÇÃO I abreviadamente designada por IGAC, tem por missão
apreciar a legalidade e regularidade dos actos praticados
Serviços da administração directa do Estado pelos serviços e organismos do MC, ou sujeitos à tutela
do respectivo ministro, avaliar a sua gestão e os seus
Artigo 11.o resultados, através do controlo de auditoria técnica, de
desempenho e financeira, assegurar a promoção da
Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação
e Relações Internacionais
defesa e protecção da propriedade intelectual, a fisca-
lização dos recintos e dos espectáculos de natureza artís-
1 — O Gabinete de Planeamento, Estratégia, Ava- tica, a fiscalização do cumprimento dos direitos de autor
liação e Relações Internacionais, abreviadamente desig- e direitos conexos, bem como o contencioso relativo
nado por GPEARI tem por missão garantir o apoio à sua missão.
técnico à formulação de políticas, ao planeamento estra- 2 — A IGAC prossegue as seguintes atribuições:
tégico e operacional e às relações internacionais, asse-
a) Avaliar e controlar o desempenho dos organismos
gurar uma adequada articulação com a programação
do MC, executando acções de acompanhamento e de
financeira, bem como proceder ao acompanhamento e
auditoria, apresentando recomendações e procedendo
avaliação global de resultados obtidos.
à recolha e tratamento de informação relevante para
2 — O GPEARI prossegue as seguintes atribuições:
as funções permanentes de acompanhamento e avalia-
a) Prestar apoio técnico em matéria de definição e ção da execução da política cultural;
estruturação das políticas, prioridades e objectivos do b) Proteger e defender a propriedade intelectual,
ministério e contribuir para a concepção e a execução nomeadamente, através de acções de fiscalização, da
da respectiva política legislativa; superintendência das actividades económicas com ela
b) Apoiar a definição das principais opções em maté- relacionadas, assegurar o cumprimento da legislação,
ria orçamental, assegurar a articulação entre os instru- apresentar propostas de medidas legislativas e coadjuvar
mentos de planeamento, de previsão orçamental, de as autoridades judiciárias relativamente a crimes contra
reporte e de prestação de contas; a propriedade intelectual;
c) Assegurar a elaboração do orçamento de inves- c) Assegurar a inspecção superior e de auditoria e
timento do MC; exercer o controlo técnico sobre todos os serviços e orga-
d) Acompanhar e avaliar a execução das políticas e nismos do MC e tutelados pelo membro do Governo
programas do ministério; responsável pela área da Cultura, desenvolvendo a acção
e) Elaborar, difundir e apoiar a criação de instru- disciplinar, assegurando a conformidade legal dos actos
mentos de planeamento, de programação financeira e da Administração e promovendo a realização de acções
de avaliação das políticas e programas do ministério; de divulgação, de informação;
f) Garantir a produção de informação adequada, d) Assegurar o cumprimento da legislação e a fis-
designadamente estatística, no quadro do sistema esta- calização dos recintos e dos espectáculos de natureza
tístico nacional, nas áreas de intervenção do ministério; artística, através de acções de verificação e de inspecção,
g) Apoiar a definição e assegurar as relações inter- levantar autos de notícia e adoptar medidas indispen-
nacionais nos sectores de actuação do ministério, coor- sáveis necessárias à investigação;
denando as acções desenvolvidas no âmbito das relações e) Promover e assegurar a autenticação e classificação
externas no respectivo sector, sem prejuízo das atribui- de conteúdos culturais, de entretenimento e de espec-
ções próprias do Ministério dos Negócios Estrangeiros; táculos de natureza artística, emitir pareceres e apre-
h) Coordenar os projectos dos serviços e organismos sentar medidas legislativas;
do MC relativos à internacionalização da cultura por- f) Efectuar inquéritos, sindicâncias e peritagens bem
tuguesa e acompanhar as iniciativas de entidades públi- como desenvolver todas as competências que lhe estão
cas e privadas nesta matéria, sem prejuízo das atribui- cometidas no âmbito contra-ordenacional e por lei, pro-
ções própria do Ministério dos Negócios Estrangeiros; mover a elaboração de códigos de conduta e a recolha
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e o tratamento de informação com vista à integração 3 — A SG é dirigida por um secretário-geral, coad-


das redes nacionais e europeias de intercâmbio de dados juvado por dois secretários-gerais-adjuntos.
e informação no âmbito da defesa da propriedade inte-
lectual e de combate à contrafacção e pirataria. Artigo 14.o
Biblioteca Nacional de Portugal
3 — A IGAC é dirigida por um inspector-geral, coad-
juvado por um subinspector-geral. 1 — A Biblioteca Nacional de Portugal, abreviada-
mente designada por BNP, tem por missão proceder
à recolha, tratamento e conservação do património
Artigo 13.o documental português, em língua portuguesa e sobre
Secretaria-Geral Portugal, nos vários tipos de suporte em que este se
apresente, bem como assegurar o seu estudo, divulgação
1 — A Secretaria-Geral, abreviadamente designada e as condições para a sua fruição e garantir a classi-
por SG, tem por missão assegurar o apoio técnico e ficação e inventariação do património bibliográfico
administrativo aos gabinetes dos membros do Governo nacional.
integrados no MC e aos demais órgãos e serviços nele 2 — A BNP prossegue as seguintes atribuições:
integrados, nos domínios da gestão de recursos internos, a) Receber, processar, conservar e facultar ao acesso
do apoio técnico-jurídico e contencioso, da documen- público quer a documentação abrangida por depósito
tação e informação e da comunicação e relações públi- legal, quer outra, adquirida a diversos títulos, conside-
cas, na organização e gestão do Arquivo Central do rada de interesse para a Língua Portuguesa, a cultura
MC e na gestão de unidades de serviços partilhados e o conhecimento científico do País, de modo a enri-
no MC. quecer, em todos os campos do saber, o património
2 — A Secretaria-Geral prossegue as seguintes atri- nacional;
buições: b) Assegurar as funções de Agência Bibliográfica
a) Apoiar administrativa, técnica e juridicamente os Nacional, registando e difundindo a bibliografia nacional
gabinetes dos membros do Governo que integrados no corrente e retrospectiva, bem como assegurar a gestão
MC, bem como os órgãos, serviços, comissões e grupos do Catálogo Colectivo Nacional consubstanciado na
de trabalho que não disponham de meios apropriados, PORBASE — Base Nacional de Dados Bibliográficos;
bem como assegurar os serviços de apoio jurídico- c) Funcionar como organismo de normalização sec-
-contencioso do MC, sem prejuízo das atribuições que, torial no domínio da informação e documentação no
nesta matéria, são cometidas à IGAC e ao IGES- país, mantendo uma actualização e uma relação per-
PAR, I. P.; manente com as organizações desse âmbito a nível
internacional;
b) Assegurar as actividades do ministério no âmbito
d) Definir estratégias e desenvolver actividades de
da comunicação e relações públicas;
preservação e conservação dos acervos à sua guarda,
c) Assegurar a elaboração do orçamento de funcio-
incluindo uma activa política de transferência de supor-
namento e acompanhar a execução dos orçamentos de
tes;
funcionamento e de investimento do MC;
e) Promover e participar em projectos de cooperação
d) Gerir os contratos de prestação de serviços de nacionais e internacionais, visando o desenvolvimento
suporte, não integrados em entidades públicas presta- de novos serviços comuns e partilhados, nomeadamente
doras de serviços partilhados; no âmbito da informação digital;
e) Promover a aplicação das medidas de política de f) Exercer, em representação do Estado, o direito
organização e de recursos humanos definidas para a de preferência na alienação de bens bibliográficos.
Administração Pública, coordenando e apoiando os ser-
viços e organismos do MC na respectiva implementação, 3 — A BNP é dirigida por um director-geral, coad-
bem como emitir pareceres em matéria de organização, juvado por um subdirector-geral.
recursos humanos e criação ou alteração de quadros
de pessoal;
f) Estudar, programar e coordenar a aplicação de Artigo 15.o
medidas tendentes a promover, de forma permanente Direcção-Geral das Artes
e sistemática, a inovação, modernização e a política de
qualidade, no âmbito do MC, sem prejuízo das atri- 1 — A Direcção-Geral das Artes, abreviadamente
buições cometidas por lei a outros serviços, bem como designada por DGARTES, tem por missão a coorde-
assegurar a articulação com os organismos com atri- nação e execução das políticas de apoio às artes, dina-
buições interministeriais nestas áreas; mizando parcerias institucionais e promovendo políticas
g) Assegurar o normal funcionamento do MC nas adequadas a garantir a universalidade na sua fruição,
áreas que não sejam da competência específica de outros bem como a liberdade e a qualificação da criação
serviços; artística.
h) Assegurar as funções de unidade ministerial de 2 — A DGARTES prossegue as seguintes atribuições:
compras; a) Propor e assegurar a execução das medidas de
i) Promover boas práticas de gestão de documentos política estruturantes dos sectores das artes do espec-
nos serviços e organismos do Ministério e proceder à táculo e das artes visuais;
recolha, tratamento, conservação e comunicação dos b) Assegurar a diversificação e descentralização da
arquivos que deixem de ser de uso corrente por parte criação e da difusão das artes, promovendo a igualdade
dos organismos produtores; de acesso às produções artísticas de forma a ultrapassar
j) Assegurar a gestão administrativa e financeira do as assimetrias regionais e os desequilíbrios sociais e
Fundo de Fomento Cultural. culturais;
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c) Fomentar a criação, a produção e a difusão das Artigo 17.o


artes mediante a definição de sistemas e modalidades Direcção-Geral de Arquivos
de incentivo, a regulamentação de programas e critérios
de apoio e fixação de contrapartidas exigíveis, assegu- 1 — A Direcção-Geral de Arquivos, abreviadamente
rando a adopção de metodologias de fiscalização e ava- designada por DGARQ, é a entidade coordenadora do
liação de resultados; sistema nacional de arquivos, independentemente da
d) Promover a dignificação e valorização profissionais forma e suporte de registo e tem por missão estruturar,
dos criadores, produtores e outros agentes culturais, pro- promover e acompanhar de forma dinâmica e sistemá-
jectando as artes contemporâneas portuguesas nos cir- tica a intervenção do Estado no âmbito da política arqui-
cuitos internacionais; vística, administrar as medidas adequadas à concreti-
e) Promover, em colaboração com outros organismos zação da política e do regime de protecção e valorização
da administração central e local, acções de articulação do património cultural, promover a salvaguarda, valo-
entre a promoção das artes e outras políticas sectoriais, rização, divulgação, acesso e fruição do património
contribuindo para a melhoria e dinamização dos equi- arquivístico e garantir os direitos do Estado e dos cida-
pamentos culturais; dãos nele consubstanciados, a sua utilização como
f) Assegurar o registo, organização e divulgação docu- recurso da actividade administrativa e fundamento da
mentais da criação contemporânea, criando ou inte- memória colectiva e individual.
grando redes de informação nacionais e internacionais 2 — A DGARQ prossegue as seguintes atribuições:
acessíveis aos profissionais e ao público em geral.
a) Assegurar a execução da política arquivística nacio-
nal e o cumprimento das obrigações do Estado no domí-
3 — A DGARTES é dirigida por um director-geral,
nio do património arquivístico e da gestão de arquivos,
coadjuvado por um subdirector-geral.
em qualquer forma ou suporte e em todo o território
nacional;
Artigo 16.o b) Superintender técnica e normativamente e realizar
acções de auditoria em todos os arquivos do Estado,
Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas autarquias locais e empresas públicas, bem como em
todos os conjuntos documentais que, nos termos da lei,
1 — A Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas, venham a integrar o património arquivístico protegido;
abreviadamente designada por DGLB, tem por missão c) Promover o desenvolvimento e a qualificação da
assegurar a coordenação e execução de uma política rede nacional de arquivos, dinamizar a comunicação
integrada do livro não escolar, das bibliotecas e da entre as entidades envolvidas e facilitar o acesso inte-
leitura. grado à informação;
2 — A DGLB prossegue as seguintes atribuições: d) Assegurar a aplicação das disposições integrantes
a) Assegurar o desenvolvimento de uma política do da lei de bases da política e do regime de protecção
livro não escolar, da leitura e das bibliotecas; e valorização do património cultural e demais legislação
b) Promover a leitura, em articulação com os sectores regulamentar, nomeadamente no que respeita ao «Patri-
público e privado; mónio Arquivístico» e ao «Património Fotográfico»;
c) Elaborar e implantar programas e projectos que e) Salvaguardar e valorizar o património à guarda
contribuam para a consolidação de uma economia sus- dos serviços de arquivo dependentes, garantindo os
tentada do sector do livro; direitos do Estado e dos cidadãos nele consubstanciados;
d) Estimular a pesquisa e a elaboração de estudos, f) Assegurar, em articulação com as entidades com-
em particular sobre o mercado do livro e sobre os hábitos petentes, a cooperação internacional no domínio arqui-
de leitura, em articulação com o GPEARI; vístico.
e) Conceber um quadro normativo para o sector do
livro; 3 — A DGARQ é dirigida por um director-geral,
f) Planear e executar a difusão dos autores portu- coadjuvado por dois subdirectores-gerais.
gueses no estrangeiro e intensificar a exportação do livro
português para os países de língua portuguesa, sem pre-
Artigo 18.o
juízo das atribuições própria do Ministério dos Negócios
Estrangeiros; Direcções regionais de Cultura
g) Acompanhar a evolução da sociedade de infor-
mação e do conhecimento, promovendo, no sector do 1 — As direcções regionais de Cultura são serviços
livro e das bibliotecas, a utilização das tecnologias de periféricos do MC que têm por missão, na sua área
informação e comunicação; de actuação geográfica e em articulação com os orga-
h) Promover e assegurar a execução de uma política nismos centrais do MC, a criação de condições de acesso
nacional para as bibliotecas públicas, em conformidade aos bens culturais, o acompanhamento das actividades
com as orientações dos organismos internacionais do e a fiscalização das estruturas de produção artística
sector, subordinada à decisão da tutela e em diálogo financiadas pelo MC, o acompanhamento das acções
com as autarquias, às quais compete a tutela e gestão relativas à salvaguarda, valorização e divulgação do
desses equipamentos; património arquitectónico e arqueológico, e ainda o
i) Promover a qualidade dos serviços das bibliotecas apoio a museus.
e, em articulação com o GPEARI, proceder à sua 2 — As direcções regionais de Cultura prosseguem,
avaliação. no âmbito das circunscrições territoriais respectivas, as
seguintes atribuições:
3 — A DGLB é dirigida por um director-geral, coad- a) Assegurar o acompanhamento das actividades e
juvado por um subdirector-geral. a fiscalização das estruturas apoiadas pelo MC;
Diário da República, 1.a série — N.o 208 — 27 de Outubro de 2006 7545

b) Apoiar iniciativas culturais locais ou regionais que, d) Promover a componente museográfica do patri-
pela sua natureza, correspondam a necessidades ou apti- mónio fílmico e audiovisual;
dões específicas da região e não integrem programas e) Estabelecer protocolos de colaboração e apoio e
de âmbito nacional; contratos de prestação de serviços com outras institui-
c) Apoiar agentes, estruturas, projectos e acções de ções públicas e privadas, nacionais e internacionais, no
carácter não profissional nos domínios artísticos e da âmbito da museologia cinematográfica;
cultura tradicional; f) Promover a sua filiação em entidades internacionais
d) Propor ao IGESPAR, I. P., o plano regional de que se proponham a defesa dos arquivos e museus
intervenções prioritárias em matéria de estudo e sal- cinematográficos;
vaguarda do património arquitectónico e arqueológico g) Promover a exposição e o acesso público à sua
bem como os programas e projectos anuais e plurianuais colecção para fins de divulgação, estudo e investigação,
da sua conservação, restauro e valorização, assegurando sem prejuízo dos objectivos de preservação do patri-
a respectiva promoção e execução; mónio, dos direitos dos depositantes e da legislação rela-
e) Gerir os monumentos e sítios que lhe forem afectos tiva aos direitos de autor e direitos conexos em vigor;
e assegurar as condições para a sua fruição pelo público; h) Promover a investigação, a formação, a edição e
f) Submeter à aprovação do IGESPAR, I. P., os pro- a publicação de obras relacionadas com a história, esté-
cessos de licenciamento em imóveis e sítios classificados, tica e técnica cinematográficas;
ou em vias de classificação, bem como nas respectivas i) Incentivar a difusão e promoção não comercial do
zonas de protecção; cinema e do audiovisual, nomeadamente através do
g) Dar apoio técnico, em articulação com o IMC, I. P., apoio às actividades dos cineclubes e aos festivais de
a museus integrados na Rede Portuguesa de Museus cinema e vídeo.
e a outros localizados na área de actuação geográfica
da direcção regional; 3 — A CP-MC, I. P., é dirigida por um director, coad-
h) Apoiar a inventariação de manifestações culturais juvado por um subdirector, cargos de direcção superior
tradicionais imateriais, individuais e colectivas, nomea-
de primeiro e segundo grau, respectivamente.
damente através do seu registo videográfico, fonográfico
e fotográfico.
Artigo 20.o
3 — São delegadas nas direcções regionais de Cultura
as competências instrutórias que visem garantir a pros- Instituto do Cinema e do Audiovisual, I. P.
secução das atribuições do IGESPAR, I. P., previstas 1 — O Instituto do Cinema e do Audiovisual, I. P.,
na alínea e) do n.o 2 do artigo 21.o abreviadamente designado por ICA, I. P., tem por mis-
4 — As direcções regionais de Cultura são dirigidas são fomentar e desenvolver as actividades cinematográ-
por um director regional, cargo de direcção superior ficas e audiovisuais, contribuindo para a diversidade cul-
de primeiro grau. tural e a qualidade nestes domínios, para uma circulação
SECÇÃO II nacional e internacional alargada das obras e para a
vitalidade das referidas actividades enquanto indústrias
Organismos da administração indirecta do Estado culturais.
2 — São atribuições do ICA, I .P.:
Artigo 19.o
Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, I. P.
a) Assessorar o MC na definição de políticas públicas
para os sectores cinematográfico e audiovisual em con-
1 — A Cinemateca Portuguesa-Museu do formidade com a sua missão;
Cinema, I. P., abreviadamente designado por b) Propor programas, medidas e acções com vista a
CP-MC, I. P., tem por missão recolher, proteger, pre- melhorar a eficácia e a eficiência das políticas referidas
servar e divulgar o património relacionado com as ima- na alínea anterior e a assegurar a adequação destas às
gens em movimento, promovendo o conhecimento da evoluções dos sectores abrangidos;
história do cinema e o desenvolvimento da cultura cine- c) Assegurar, directamente, em colaboração ou atra-
matográfica e audiovisual. vés de outras entidades, a execução das políticas cine-
2 — São atribuições da CP-MC, I. P.: matográficas e audiovisuais;
a) Coleccionar, preservar, restaurar e catalogar as d) Contribuir para um melhor conhecimento do sector
obras cinematográficas e quaisquer outras imagens em do cinema e audiovisual, recolhendo, tratando e divul-
movimento de produção portuguesa ou equiparada, gando informação estatística ou outra relevante, por si
independentemente da forma de aquisição, bem como próprio ou em colaboração com outras entidades voca-
a documentação e quaisquer outros materiais, seja qual cionadas para o efeito;
for a sua natureza, a elas associados, no interesse da e) Assegurar a representação nacional nas instituições
salvaguarda do património artístico e histórico por- e órgãos internacionais nos domínios cinematográfico
tuguês; e audiovisual, nomeadamente a nível da União Euro-
b) Coleccionar, preservar, restaurar e catalogar as peia, do Conselho da Europa, da Cooperação Ibero-
obras cinematográficas e outras imagens em movimento -Americana e da Comunidade dos Países de Língua Por-
de produção internacional, bem como a documentação tuguesa, bem como de outras plataformas de cooperação
e quaisquer outros materiais, seja qual for a sua natu- ou integração, sem prejuízo das atribuições própria do
reza, a elas associados, seleccionadas segundo a sua Ministério dos Negócios Estrangeiros;
importância como obras de arte, documentos históricos f) Colaborar com as entidades competentes na ela-
ou de interesse científico, técnico ou didáctico; boração de acordos internacionais nos domínios cine-
c) Promover a exibição regular de obras da sua colec- matográfico e audiovisual e assegurar as tarefas relativas
ção ou de outras com as mesmas características que à aplicação dos acordos existentes, bem como estabe-
lhe sejam temporariamente cedidas por terceiros; lecer e aplicar parcerias e colaborações com instituições
7546 Diário da República, 1.a série — N.o 208 — 27 de Outubro de 2006

congéneres de outros países, sem prejuízo das atribui- lógicas tuteladas pelo MC, do reforço da Rede Por-
ções própria do Ministério dos Negócios Estrangeiros. tuguesa de Museus, bem como desenvolver e executar
a política de defesa, estudo e valorização do património
3 — O ICA, I. P., é dirigido por um director e um imaterial e realizar a política de salvaguarda, investi-
subdirector, cargos de direcção superior de primeiro e gação e conservação dos bens culturais móveis integra-
segundo grau, respectivamente. dos na propriedade do Estado, de outras entidades e
de particulares.
Artigo 21.o 2 — São atribuições do IMC, I. P.:
Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, I. P. a) Executar a política museológica nacional, promover
a qualificação e credenciação dos museus portugueses,
1 — O Instituto de Gestão do Património Arquitec- reforçar e consolidar a Rede Portuguesa de Museus,
tónico e Arqueológico, I. P., abreviadamente designado assegurar a gestão das instituições museológicas depen-
por IGESPAR, I. P., tem por missão a gestão, a sal- dentes do MC e coordenar a execução da política de
vaguarda, a conservação e a valorização dos bens que, conservação e restauro de bens culturais móveis e
pelo seu interesse histórico, artístico, paisagístico, cien- integrados;
tífico, social e técnico, integrem o património cultural b) Assegurar o cumprimento das obrigações do
arquitectónico e arqueológico classificado do País. Estado no domínio do inventário, estudo, conservação,
2 — São atribuições do IGESPAR, I. P.: restauro, protecção, valorização e divulgação do patri-
a) Propor a classificação e inventariação de bens imó- mónio cultural móvel e no domínio do estudo, valo-
veis de interesse nacional e de interesse público de rele- rização e divulgação do património imaterial;
vância arquitectónica e arqueológica e, quando for o c) Propor a classificação e inventariação de bens
caso, estabelecer zonas especiais de protecção; móveis de interesse nacional e de interesse público, pro-
b) Elaborar, em articulação com as Direcções Regio- mover a inventariação sistemática e actualizada dos bens
nais do MC, planos, programas e projectos para a exe- que integram o património cultural na respectiva área
cução de obras e intervenções de valorização, recupe- de actuação, bem como assegurar o registo patrimonial
ração, conservação e restauro em imóveis classificados de classificação e o registo patrimonial de inventário
dos bens culturais móveis objecto de protecção legal;
ou em vias de classificação ou situados nas respectivas
d) Definir e difundir normas, metodologias e pro-
zonas de protecção, bem como proceder à respectiva
cedimentos nas diversas componentes da prática
fiscalização ou acompanhamento técnico;
museológica, da salvaguarda do património imaterial
c) Assegurar, em articulação com as Direcções Regio-
e da conservação e restauro, bem como supervisionar
nais do MC, a gestão e valorização do património cul-
tecnicamente os projectos de conservação e restauro
tural arquitectónico e arqueológico que lhe esteja afecto
de património móvel e integrado a realizar no âmbito
e promover, executar e fiscalizar as obras necessárias
do MC, ou em património móvel classificado;
com esse fim;
e) Assegurar, nos termos da lei, o acompanhamento
d) Promover a inventariação sistemática e actualizada
do comércio de bens culturais, bem como os procedi-
dos bens que integram o património cultural na res-
mentos relativos à exportação, importação e circulação
pectiva área de actuação, bem como assegurar o registo
de bens culturais móveis e exercer o direito de opção
patrimonial de classificação e o registo patrimonial de
na aquisição de bens culturais móveis;
inventário dos bens culturais objecto de protecção legal; f) Gerir os sistemas de informação sobre museus,
e) Pronunciar-se, nos termos da lei, sobre planos, pro- sobre bens culturais móveis e integrados e sobre inter-
jectos, trabalhos e intervenções de iniciativa pública ou venções de conservação e restauro, tendo em vista a
privada, a realizar em imóveis classificados ou em vias constituição de um sistema nacional de informação sobre
de classificação, respectivas zonas de protecção e, desig- património cultural móvel;
nadamente, em monumentos, conjuntos e sítios; g) Dar cumprimento às normas da Lei de Bases da
f) Dar cumprimento às normas da Lei de Bases da Política e do Regime de Protecção e Valorização do
Política e do Regime de Protecção e Valorização do Património Cultural e demais legislação complementar,
Património Cultural e demais legislação complementar, no âmbito do património cultural móvel e imaterial.
no âmbito do património cultural arquitectónico e
arqueológico. 3 — O IMC, I. P., é dotado apenas de autonomia
administrativa.
3 — O IGESPAR, I. P., é dotado apenas de auto- 4 — O IMC, I. P., é dirigido por um director, coad-
nomia administrativa. juvado por dois subdirectores cargos de direcção supe-
4 — O IGESPAR, I. P., é dirigido por um director, rior de primeiro e segundo grau, respectivamente.
coadjuvado por dois subdirectores, cargos de direcção
superior de primeiro e segundo grau, respectivamente.
SECÇÃO III
Artigo 22.o Órgãos consultivos
Instituto dos Museus e da Conservação, I. P.
Artigo 23.o
1 — O Instituto dos Museus e da Conservação, I. P., Conselho Nacional de Cultura
abreviadamente designado por IMC, I. P., tem por mis-
são desenvolver e executar a política museológica nacio- 1 — O Conselho Nacional de Cultura é um órgão
nal, designadamente através do estudo, salvaguarda e de consulta do MC que tem por missão emitir pareceres
divulgação de colecções, da valorização e protecção do e recomendações sobre questões relativas à realização
património móvel e imaterial, da qualificação dos dos objectivos de política cultural e propor medidas que
museus portugueses, da gestão das instituições museo- julgue necessárias ao seu desenvolvimento, por solici-
Diário da República, 1.a série — N.o 208 — 27 de Outubro de 2006 7547

tação do ministro respectivo ou dos serviços e orga- «Rede Portuguesa de Museus», sendo as suas atribui-
nismos do MC. ções integradas no Instituto dos Museus e da Con-
2 — A composição e o funcionamento do Conselho servação, I. P.;
Nacional de Cultura são definidos em diploma próprio. e) O Conselho Superior de Bibliotecas, o Conselho
Superior de Arquivos, o Conselho Nacional do Direito
de Autor e o Conselho de Museus, sendo as suas com-
SECÇÃO IV
petências integradas no Conselho Nacional de Cultura.
Outras estruturas
4 — São objecto de reestruturação os seguintes ser-
Artigo 24.o viços e organismos:
Academias a) As Delegações Regionais de Cultura do Norte,
do Centro, do Alentejo e do Algarve, que passam a
As competências do membro do Governo responsável designar-se, respectivamente, Direcções Regionais de
pela área da Cultura relativas à Academia Internacional Cultura do Norte, do Centro, do Alentejo e do Algarve;
de Cultura Portuguesa, à Academia Nacional de Belas b) O Instituto das Artes, que passa a integrar a admi-
Artes e à Academia Portuguesa de História, instituições nistração directa do Estado com a designação de Direc-
científicas de utilidade pública, exercem-se nos termos ção-Geral das Artes;
dos respectivos estatutos. c) O Instituto Português do Livro e das Bibliotecas
que passa a integrar a administração directa do Estado
CAPÍTULO IV com a designação de Direcção-Geral do Livro e das
Bibliotecas;
Disposições transitórias e finais d) O Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia,
que passa a denominar-se Instituto do Cinema e Audio-
Artigo 25.o visual, I. P., sendo as suas atribuições na área do mul-
Quadro de pessoal dirigente timédia transferidas para a Direcção-Geral das Artes;

São aprovados os mapas de dirigentes superiores da 5 — São ainda objecto de reestruturação os restantes
administração directa e indirecta do MC, constantes dos serviços e organismos referidos nos artigos 4.o e 5.o
anexos I e II ao presente decreto-lei, respectivamente, 6 — São objecto de transformação:
do qual fazem parte integrante.
a) O Teatro Nacional D. Maria II, S. A., que se trans-
forma em entidade pública empresarial e passa a deno-
Artigo 26.o minar-se Teatro Nacional D. Maria II, E. P. E;
Criação, Extinção, Fusão e Reestruturação de Serviços e Organismos b) O Teatro Nacional de S. João, que se transforma
em entidade pública empresarial e passa a denominar-se
1 — São criados os seguintes serviços e organismos: Teatro Nacional S. João, E. P. E;
a) A Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale c) O Teatro Nacional de S. Carlos e a Companhia
do Tejo; Nacional de Bailado, que passam a integrar a entidade
b) O Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação pública empresarial denominada OPART — Organismo
e Relações Internacionais; de Produção Artística, E. P. E., conservando as res-
c) A Direcção-Geral de Arquivos; pectivas identidades.
d) O Instituto de Gestão do Património Arquitec- Artigo 27.o
tónico e Arqueológico, I. P.; Referências legais
e) O Instituto dos Museus e da Conservação, I. P.;
f) O Conselho Nacional de Cultura. As referências legais feitas aos serviços e organismos
objecto de extinção, fusão e reestruturação referidos
2 — É extinta, sem qualquer transferência de atri- no artigo anterior, consideram-se feitos aos serviços ou
buições, a Orquestra Nacional do Porto. organismos que passam a integrar as respectivas atri-
3 — São extintos, sendo objecto de fusão, os seguintes buições.
serviços e organismos: Artigo 28.o
a) O Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Gestão de projectos financiados pela União Europeia
Tombo e o Centro Português de Fotografia, sem pre-
juízo da preservação das respectivas identidades, sendo Ao IGESPAR, I. P., e ao IMC, I. P., é atribuído,
as suas atribuições integradas na Direcção-Geral de nos termos do n.o 4 do artigo 6.o da Lei n.o 8/90, de
Arquivos, excepto as atribuições relativas ao apoio e 20 de Fevereiro, o regime de autonomia administrativa
à difusão da fotografia, que são integradas na Direc- e financeira enquanto gerirem projectos do PIDDAC
ção-Geral das Artes; co-financiados pelo orçamento da União Europeia.
b) O Gabinete do Direito de Autor e o Gabinete
de Relações Culturais Internacionais, sendo as suas atri- Artigo 29.o
buições integradas no Gabinete de Planeamento, Estra- Produção de efeitos
tégia, Avaliação e Relações Internacionais;
c) O Instituto Português de Arqueologia e o Instituto 1 — As criações, fusões e reestruturações de serviços
Português do Património Arquitectónico, sendo as suas e organismos previstas no presente decreto-lei apenas
atribuições integradas no Instituto de Gestão do Patri- produzem efeitos com a entrada em vigor dos respectivos
mónio Arquitectónico e Arqueológico, I. P.; diplomas orgânicos.
d) O Instituto Português de Conservação e Restauro, 2 — Exceptua-se do disposto no número anterior, a
o Instituto Português de Museus e a Estrutura de Missão nomeação dos titulares dos cargos de direcção superior
7548 Diário da República, 1.a série — N.o 208 — 27 de Outubro de 2006

e dos órgãos de direcção dos organismos previstos nos ques Amado — Fernando Teixeira dos Santos — Manuel
mapas anexos ao presente decreto-lei, a qual pode ter Pedro Cunha da Silva Pereira — Henrique Nuno Pires
lugar após a sua entrada em vigor. Severiano Teixeira — Alberto Bernardes Costa — Fran-
3 — Nos casos de fusões, a nomeação prevista no cisco Carlos da Graça Nunes Correia — Manuel António
número anterior depende da prévia cessação de funções, Gomes de Almeida de Pinho — Jaime de Jesus Lopes
designadamente nos termos do número seguinte, de um Silva — Mário Lino Soares Correia — José António Fon-
número pelo menos igual de dirigentes, assegurando seca Vieira da Silva — António Fernando Correia de Cam-
os dirigentes nomeados a direcção dos serviços e orga- pos — Maria de Lurdes Reis Rodrigues — José Mariano
nismos objecto de fusão até à entrada em vigor dos Rebelo Pires Gago — Maria Isabel da Silva Pires de
novos diplomas orgânicos. Lima — Augusto Ernesto Santos Silva.
4 — As comissões de serviço dos titulares de cargos
Promulgado em 19 de Outubro de 2006.
de direcção superior de serviços cuja reestruturação ou
fusão tenha sido determinada pelo presente decreto-lei Publique-se.
podem cessar, independentemente do disposto no n.o 1,
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
por despacho fundamentado, quando, por efeito da rees-
truturação ou fusão, exista necessidade de imprimir nova Referendado em 23 de Outubro de 2006.
orientação à gestão dos serviços.
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de
Sousa.
Artigo 30.o ANEXO I
Diplomas orgânicos complementares Cargos de direcção superior
da administração directa
1 — Os diplomas orgânicos pelos quais se procede
à criação, fusão e reestruturação dos serviços e orga-
nismos do MC devem ser aprovados no prazo de 90 dias Número de lugares
após a entrada em vigor do presente decreto-lei.
2 — Até à entrada em vigor dos diplomas orgânicos Cargos de direcção superior de 1.o grau . . . . . . . . . . 12
a que se refere o número anterior, os serviços e orga- Cargos de direcção superior de 2.o grau . . . . . . . . . . 9
nismos do MC, continuam a reger-se pelas disposições
normativas que lhes são aplicáveis.
ANEXO II

Artigo 31.o Dirigentes de organismos


da administração indirecta
Norma revogatória

É revogado o Decreto-Lei n.o 42/96, de 7 de Maio. Número de lugares

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 20 de


Julho de 2006. — José Sócrates Carvalho Pinto de Cargos de direcção superior de 1.o grau . . . . . . . . . . 4
Cargos de direcção superior de 2.o grau . . . . . . . . . . 6
Sousa — António Luís Santos Costa — Luís Filipe Mar-

I SÉRIE Preço deste número (IVA incluído 5%)

DIÁRIO
G 7,68

DA REPÚBLICA
Depósito legal n.º 8814/85 ISSN 0870-9963
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