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MODELO ESPECÍFICO PARA

OTIMIZAÇÃO E PROMOÇÃO DO
PROJETO DE IRRIGAÇÃO SALITRE-
JUAZEIRO DA BAHIA

1
SÉRIE POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS PARA UM NOVO
MODELO DE IRRIGAÇÃO

V. 1 – A Importância do Agronegócio da Irrigação para o Desenvol-


vimento do Nordeste

V. 2 – Estado da Arte Nacional e Internacional do Agronegócio da


Irrigação 2000

V. 3 – Modelo Geral para Otimização e Promoção do Agronegócio da


Irrigação do Nordeste

V. 4 – Modelo Específico para a Otimização e Promoção do Projeto


de Irrigação Salitre – Juazeiro da Bahia

2
MODELO ESPECÍFICO PARA
OTIMIZAÇÃO E PROMOÇÃO DO
PROJETO DE IRRIGAÇÃO SALITRE-
JUAZEIRO DA BAHIA

Francisco Mavignier Cavalcante França


Coordenador

BANCO DO NORDESTE
Fortaleza – 2001

3
Obra publicada pelo

Diretoria
Presidente: Byron Costa de Queiroz

Diretores: Osmundo Rebouças, Marcelo Pelágio da Costa Bomfim,


Ernani José Varela de Melo e Raimundo Nonato Carneiro Sobrinho

Ambiente de Recursos Logísticos


Célula da Produção Gráfica
Av. Paranjana, 5.700 – Passaré
60740-000 Fortaleza – Ceará – Brasil
Tel. (085) 299.3137 – Fax: 299.3788
Internet: http://banconordeste.gov.br
Tiragem: 1.000 exemplares
Cliente Consulta: 0800-783030

Coordenação Editorial: Ademir Costa


Revisão Vernacular: Floriano Lopes Jordão
Normalização Bibliográfica: Rita de Cássia Alencar

Depósito Legal junto a Biblioteca nacional, conforme decreto n.º 1823,


de 20 de dezembro de 1907
Copyright © by Banco do Nordeste
Banco do Nordeste

B213 Modelo específico para otimização e promoção do projeto de


irrigação Salitre-Juazeiro da Bahia / Francisco Mavignier Caval-
cante França, coordenador. – Fortaleza: Banco do Nordeste,
2001.
264 p. – (Série políticas e estratégias para um novo modelo
de irrigação, v. 4).
Equipe do Consórcio responsável pelo estudo: Plena Consul-
toria de Engenharia Agrícola Ltda; Fundação Getúlio Vargas;
Projetos Técnicos Ltda (PROJETEC).
1 – Irrigação. 2 – Irrigação-Nordeste. 3 – Desenvolvimento do
Nordeste. 4 – Irrigação-Bahia. I – França, Francisco Mavignier
Cavalcante. II – Série.
CDD: 631.587
Impresso no Brasil/Printed in Brazil
4
Coordenador Geral do Estudo
Francisco Mavignier Cavalcante França

Equipe do Consórcio Responsável pelo Estudo


Plena Consultoria de Engenharia Agrícola Ltda.
Elias Teixeira Pires (Coordenador do Consórcio)
Eliseu Andrade Alves
José Luiz dos Santos Rufino
Mário Ramos Vilela
Paulo Severino de Rezende
Ruy Aderbal Rocha Ferrari

Fundação Getúlio Vargas


Ednéia da Silva Bezerra
Gregory Honczar
Guilherme Soria Bastos Filho
Ignez Guatimosim Vidigal Lopes
Mauro de Rezende Lopes
Nuno Monteiro Casassanta
Stivilane Dornelas

PROJETEC - Projetos Técnicos Ltda.


André Luiz da Silva Leitão
Fábio Chaffim Barbosa
Jaco Charcot Rios
João Joaquim Guimarães Recena
Luiz Alberto Teixeira

Equipe Técnica do Banco do Nordeste


Cláudio Vasconcelos Frota Francisco Mavignier Cavalcante França
Maurício Teixeira Rodrigues Rubens Sonsol Gondim

Comitê Gestor Interinstitucional


Rômulo de Macedo Vieira (Coordenador) - Ministério da Integração Nacional
Edson Zorzin - CODEVASF
Francisco Mavignier Cavalcante França - Banco do Nordeste
Guilherme Lincoln Aguiar Ellery - DNOCS
José Honório Accarini - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SPI)
Washington Aquino de Mendonça - Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (SEAIN)

5
Grupo de Apoio Técnico Interinstitucional
Francisco Mavignier Cavalcante França (Coordenador)
Artur Eustáquio R. Saabor - Ministério da Integração Nacional
Clésio Jean Almeida Saraiva - DNOCS
Edson Zorzin - CODEVASF
Euzébio Medrado da Silva - EMBRAPA
Humberto Leite Freitas Filho - Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (SEAIN)
José Honório Accarini - Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (SPI)
Manfredo Pires Cardoso - Secretaria de Agricultura e
Reforma Agrária da Bahia

Equipe do Banco Interamericano de Desenvolvimento


Francisco Basílio Souza (Coordenador)
Asako Yamamoto
Benard Darnel
Charles Smith
Fausto Medina-Lopez
Juan Luna-Kelser
Myriam Quintero
Valnora Leister

Equipe de Advisers (Consultores Independentes)


Alejandro Luis Seminario Duany - Peru Augustín A. Millar - Chile
Francisco de Souza - Brasil Jim Charles Bryon - EUA
John Wilkison - Brasil José Cruz Roche - Espanha
Juan Sagardoy - Itália Pablo Lalanda Carrobles - Espanha

Colaboradores
Aluysio Antônio da Motta Asti, Armando Munguba Cardoso, Carlos Alberto
de Carvalho, Francis Puglise, Frederico Reis de Araújo, Hans Steinbichler,
José Airton Mendonça de Melo, José Bento Corrêa, José Eduardo
Borella, José Olímpio Rabelo de Morais, José Paulo Silveira, José
Raimundo Machado dos Santos, José William Araújo Sousa, Juscelino
Antonio de Azevedo, Laudo Bernardes, Leda Maria Marques Cavalcante,
Luís Carlos Ramos de Lima, Luiz Hildemar Colaço, Maria Lucinete
Valente, Otávio Gondim Pereira da Costa, Ricardo Lima de Medeiros
Marques, Roberto Duarte Vidal Silva, Rodrigo Magalhães Neiva Santos,
Valdir Castelo Branco, Yara Januzzi

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APRESENTAÇÃO

O Nordeste brasileiro tem reconhecidamente as melhores condi-


ções para produção de frutas e hortaliças em todo o mundo, o que abre
grandes possibilidades para o desenvolvimento da agricultura irrigada na
Região. A relevância estratégica dessa atividade, que se destaca pela
geração de emprego, renda e divisas, inspirou a criação do projeto Novo
Modelo de Irrigação, no âmbito do Programa Avança Brasil, do Governo
Federal.
De caráter inovador, este projeto busca, principalmente, estimu-
lar o investimento privado em todas as fases do agronegócio da irriga-
ção, orientar a produção para as oportunidades de mercado e redirecio-
nar a participação do governo na atividade, priorizando os papéis de
indução, orientação, regulação e promoção. Objetiva, ainda, gerar siner-
gia entre a iniciativa privada e as esferas governamentais, garantir efici-
ência no uso e na gestão da água para irrigação, identificar novas fontes
e modelagens de financiamento e propor mecanismos para controle dos
impactos ambientais e sociais.
Diante da abrangência de objetivos, da importância estratégica e
do espírito inovador do Projeto, identificou-se a necessidade de elaborar
um estudo referencial para orientar os diversos organismos que estarão
envolvidos na implementação do Novo Modelo de Irrigação. A viabiliza-
ção de tão importante tarefa foi efetivada por meio da parceria entre o
Ministério do Planejamento e Gestão, Ministério da Integração Nacional,
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco do Nordeste.
Elaborado com a contribuição de mais de 1.500 especialistas
nacionais e internacionais em agronegócio da irrigação, este trabalho
consiste numa coleção composta dos seguintes volumes: 1 - A Impor-
tância do Agronegócio da Irrigação para o Desenvolvimento do Nordeste,
2 - Estado da Arte Nacional e Internacional do Agronegócio da Irrigação
2000, 3 - Modelo Geral para Otimização e Promoção do Agronegócio da
Irrigação e 4 - Modelo Específico para Otimização e Promoção do Proje-
to de Irrigação Salitre-Juazeiro da Bahia.
É com satisfação, pois, que o Banco do Nordeste traz a público
esse conjunto de estudos, como forma de disseminar, junto aos agentes
públicos e privados, as novas estratégias que irão dinamizar o agrone-
gócio da irrigação na Região, comprometendo-se, desde já, a incorporar
em suas políticas e programas as recomendações aqui apresentadas.

Byron Queiroz
Presidente do Banco do Nordeste

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8
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO...................................................................... 07
1 - INTRODUÇÃO ...................................................................... 13
2 - DESCRIÇÃO GERAL DO PROJETO SALITRE.................... 16
2.1 - Área do Projeto ................................................................. 17
2.2 - Clima.................................................................................. 20
2.2.1 - Estações meteorológicas representativas ................... 20
2.2.2 - Classificação geral ........................................................ 20
2.2.3 - Temperaturas ................................................................. 20
2.2.4 - Insolação ........................................................................ 20
2.2.5 - Nebulosidade ................................................................. 20
2.2.6 - Ventos............................................................................. 21
2.2.7 - Evaporação – tanque “A” .............................................. 21
2.2.8 - Regime pluviométrico.................................................... 21
2.2.9 - Evapotranspiração potencial ........................................ 21
2.3 - Abastecimento d'Água ..................................................... 22
2.4 - Solos.................................................................................. 22
2.4.1 - Salitre.............................................................................. 22
2.4.2 - Subárea Chesf................................................................ 23
2.4.3 - Subárea Fao ................................................................... 23
2.4.4 - Subárea Aluvião............................................................. 24
2.4.5 - Resumo do potencial edáfico para irrigação do
projeto Salitre ................................................................ 24
2.5 - Parcelamento da Área ...................................................... 25
2.5.1 - Unidades territoriais do projeto .................................... 25
2.5.2 - Setores hidráulicos........................................................ 26
2.5.3 - Parcelamento ................................................................. 26
2.5.4 - Dimensões dos lotes ..................................................... 27
2.6 - Dotações Unitárias de Água............................................. 27
2.7 - Sistema de Irrigação......................................................... 29
2.7.1 - Sistema de adução ........................................................ 29
2.7.2 - Redes de distribuição.................................................... 30
2.7.3 - Sistema de controle operacional .................................. 30
2.8 - Infra-Estrutura Elétrica ..................................................... 31
2.9 - Sistema de Drenagem....................................................... 32

9
2.9.1 - Dreno principal profundo...............................................32
2.9.2 - Sistema coletivo .............................................................32
2.9.3 - Drenagem parcelar .........................................................33
2.10 - Sistema Viário Interno.....................................................33
2.11 - Implantação do Projeto...................................................34
2.12 - Potencialidade de Produção Agrícola............................38
2.13 - Potencialidade do Projeto Salitre para Agroindústria
e Mercado Externo ..........................................................38
2.13.1 - Aspectos de localização ..............................................39
2.13.2 - Aspectos de infra-estrutura.........................................42
2.13.3 - Mercado ........................................................................45
2.13.4 - Condições socioeconômicas ......................................46
2.13.5 - Avaliação da potencialidade do projeto .....................47
2.14 - Estudos Ambientais ........................................................48
3 - RECOMENDAÇÕES PARA APLICAÇÃO DO NOVO
MODELO CONCEPTUAL DE IRRIGAÇÃO NO PROJETO
SALITRE ...............................................................................50
3.1 - Proposta para uma Plataforma de Informações..............50
3.2 - Diretrizes para um Plano de Negócios do Projeto
Salitre/BA ..........................................................................54
3.2.1 - Finalidades do plano de negócios ................................54
3.2.2 - Utilidade de um plano de negócios...............................56
3.2.3 - Estrutura mínima de um plano de negócios.................56
3.3 - Diretrizes para um Plano de Promoção e Marketing.......59
3.4 - Mecanismos de Financiamento........................................64
3.4.1 - Infra-estrutura coletiva de irrigação..............................64
3.4.2 - Infra-estrutura parcelar ..................................................64
3.5 - Gestão do Projeto .............................................................68
3.5.1 - Modelo de gestão para etapa - 1 do Salitre ..................68
3.5.2 - Modelo de gestão para etapas posteriores ..................71
3.6 - Serviços de Apoio .............................................................73
3.6.1 - Gerenciamento das pequenas empresas .....................73
3.6.2 - Monitoramento ambiental ..............................................79
3.6.3 - Proposta de um programa de capacitação...................90
4 - BIBILIOGRAFIA CONSULTADA...........................................94
5 - ANEXOS................................................................................95
5.1 - Descrição Tecnológica das Culturas Aptas ao Salitre ...95
5.1.1 - Cultura da banana-nanica..............................................95
10
5.1.2 - Cultura da banana-prata.............................................. 102
5.1.3 - Cultura da cebola......................................................... 110
5.1.4 - Cultura do coco............................................................ 114
5.1.5 - Cultura da goiaba......................................................... 123
5.1.6 - Cultura do mamão ....................................................... 131
5.1.7 - Cultura da manga......................................................... 139
5.1.8 - Cultura do maracujá .................................................... 150
5.1.9 - Cultura da melancia ..................................................... 155
5.1.10 - Cultura do melão........................................................ 161
5.1.11 - Cultura do pimentão industrial ................................. 166
5.1.12 - Cultura da pinha......................................................... 172
5.1.13 - Cultura do tomate industrial ..................................... 180
5.1.14 - Cultura da uva ............................................................ 184
5.1.15 - Cultura do feijão......................................................... 196
5.2 - Modelo de exploração agrícola: análise financeira ...... 200
5.2.1 - Modelo de exploração agrícola – 1 ............................. 202
5.2.2 - Modelo de exploração agrícola – 2 ............................. 220
5.2.3 - Modelo de exploração agrícola – 3 ............................. 238
5.3 - Descrição dos Requerimentos de Serviços e Infra-
Estrutura para Exportação .............................................. 256

11
12
1 - INTRODUÇÃO

Entre os projetos que constituem o Programa Avança Bra-


sil está o Projeto Novo Modelo de Irrigação. O enfoque moderno
considera a irrigação como negócio. E, por isto, a sua base é a
iniciativa privada, tanto na construção das obras de infra-estrutura,
na implantação e condução das atividades agrícolas, de industria-
lização e de comercialização, como na busca de uma relação di-
nâmica entre o ambiente externo, a cadeia produtiva e o Governo.
O Governo Federal, pelo Banco do Nordeste do Brasil
S.A., via concorrência internacional, contratou os serviços de con-
sultoria do Consórcio Plena-FGV-Projetec, para desenvolver, vali-
dar e estabelecer as bases estruturais, conceptuais e regulatórias,
operacionais e financeiras do modelo, com enfoque na região
Nordeste do Brasil.
O estudo iniciou-se em maio de 1999. A sua execução está
programada em dois segmentos que se complementam: o primei-
ro compõe-se de três relatórios (Antecedentes, Estado da Arte da
Irrigação e Proposta do Novo Modelo Conceptual). O segundo
contém os elementos necessários à aplicação imediata das dire-
trizes definidas no Novo Modelo Conceptual.
O presente documento contém uma proposta para aplica-
ção das diretrizes do Novo Modelo de Irrigação no Projeto Salitre.
O Projeto de Irrigação Salitre é um empreendimento públi-
co implementado sob a liderança da Companhia de Desenvolvi-
mento do Vale do São Francisco (Codevasf). Prevê uma área irri-
gada de 29.588 ha, a ser realizado em 3 etapas. A primeira etapa,
com 5.940 ha, está sendo implantada em 3 fases e deverá ser
concluída em dezembro de 2001. O Projeto prevê que 20% da
área serão destinados a pequenas empresas (6 ha), e o restante
a médias empresas (entre 30 e 60 ha).
O Projeto foi desenvolvido e está sendo implementado
sob a orientação da atual Lei de Irrigação n.º 6.692/79 e seus
regulamentos.

13
O presente documento apresenta sugestões e diretrizes pa-
ra implementação da produção agrícola na 1ª etapa, assim como
para implantação das obras hidráulicas para as demais etapas.
O estudo foi desenvolvido, seguindo as diretrizes do Novo
Modelo de Irrigação, ajustado à atual Lei de Irrigação. Considera o
Projeto Salitre um empreendimento contido num agronegócio com
agricultura irrigada.
Propõe uma estratégia moderna de implementação de em-
preendimentos, com base numa Plataforma de Informações, num
Plano de Negócios e num Processo de Promoção e Marketing.
Propõe que a promotora-líder do empreendimento, a Co-
devasf, se associe a um Sponsor, como o Banco do Nordeste e ou
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BN-
DES), e ao Governo da Bahia, na implantação de um modelo ge-
rencial que busque a maior participação da iniciativa privada.
O Estudo está dividido em mais 3 capítulos.
Capítulo 2 – Descrição Geral Sobre o Projeto Salitre
Descrevem-se as principais características do Projeto Sali-
tre como área, clima, fonte de água, solos, parcelamento, sistema
de irrigação, infra-estrutura elétrica, sistema de drenagem, siste-
ma viário, implantação do projeto, potencialidade de produção
agrícola, estudos ambientais e potencialidade do projeto para
agroindústria e mercado externo.
Capítulo 3 – Recomendações para aplicação do Novo
Modelo Conceptual de Irrigação no Projeto Salitre
Discute-se uma proposta de plataforma de informações,
plano de negócios, plano de promoção e marketing, mecanismos
de financiamento, gestão do projeto e serviços de apoio.
Capítulo 4 – Bibliografia Consultada

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Capítulo 5 – Anexos
São apresentados o mapa geral do Sistema de Irrigação
do Projeto Salitre, assim como o layout geral das etapas. Apresen-
tam-se também a descrição tecnológica das culturas aptas para o
Salitre e os estudos de modelo de exploração e análise financeira
e a descrição dos requerimentos de serviços e infra-estrutura para
exportação.

15
2 - DESCRIÇÃO GERAL DO PROJETO SALITRE1

O Projeto de Irrigação Salitre é um empreendimento con-


duzido pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São
Francisco (Codevasf), vinculado à Secretaria de Infra-estrutura
Hídrica do Ministério da Integração Nacional.
O Projeto tem uma superfície agrícola útil (Sau), ou seja,
área irrigável de 29.588 ha, a ser implantado em 5 etapas. A 1ª
etapa com 5.940 ha está em fase de implantação.
Localiza-se no município de Juazeiro (FIGURA 1), Estado
da Bahia, estando, portanto, situado no Pólo Agroindustrial Petro-
lina/Juazeiro.
A Codevasf já desenvolveu estudo de viabilidade e projeto
básico em 1997, com os seguintes indicadores:
- Valor presente líquido – VPL (11% a.a.) ..........US$ 240 milhões
- Relação Benefício/ Custo – B/C (11% a.a.) .....1,66
- Taxa interna de retorno ....................................20 %
- Empregos diretos a serem gerados .................20 mil
- Custo por emprego direto ................................US$ 18,7 mil
- População diretamente beneficiada ..................54.400 pessoas.

A seguir, têm-se as principais características do


empreendimento.

1
Os dados referentes a este capítulo do subcapítulo 2.1 até 2.11 estão contidos
nos Relatórios de Estudos Sobre o Projeto, contratados pela Codevasf: a) Estudo
de Viabilidade Técnico-Econômico (volumes A, B, C) e Estudos de Mercado
(volume 1) – 1995. b) Projeto Básico - volume 1 – Texto 1997. c) Projeto Básico -
volume 1 – Relatório do Projeto e Síntese, 1998. Todos elaborados pelo Consór-
cio JP-ENCO-TAHAL.
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2.1 - Área do Projeto

A área do Projeto foi dividida em quatro subáreas, denomi-


nadas Chesf, Salitre, Fao e Aluvião (FIGURA 2). A área Aluvião
não foi objeto de estudo. As áreas estão assim distribuídas:
TABELA 1
ÁREA DO PROJETO COM SUBÁREA E ÁREA SAU
Subárea Área SAU (ha)
CHESF 5.940
SALITRE 23.648
FAO 2.560
ALUVIÃO 2.213
TOTAL 32.148
FONTE: Codevasf.
NOTA: Sau = Superfície Agrícola Útil – Área irrigável.

O Projeto Básico foi elaborado para os setores Chesf, Sali-


tre e Fao. Dispõe de Projeto Executivo do Setor Chesf.

17
FIGURA 01
LOCALIZAÇÃO E ACESSOS

FONTE: CODEVASF.
18
FIGURA 2
SUBÁREAS DO PROJETO SALITRE

FONTE: CODEVASF.

19
2.2 - Clima

2.2.1 - Estações meteorológicas representativas

- Juazeiro, localizada na cidade do mesmo nome, opera-


da pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
- Mandacaru, localizada no projeto de irrigação do mes-
mo nome, pertencente à Empresa Brasileira de Pesqui-
sa Agropecuária (Embrapa).

2.2.2 - Classificação geral

- O clima da região é semi-árido quente, com chuvas de


verão e fortíssimo déficit hídrico.

2.2.3 - Temperaturas

- O trimestre mais frio é junho/agosto e o mais quente,


outubro/dezembro.
- Média anual: 26,5OC; média das máximas: 32OC; e mé-
dia das mínimas: 21OC.

2.2.4 - Insolação

- Média anual de 2.830 horas, correspondente a cerca de


65% da insolação teórica máxima possível.
- O período de maior insolação é de agosto a outubro e o
de menor insolação, fevereiro a abril.

2.2.5 - Nebulosidade

- A menor nebulosidade ocorre em setembro, com 4,4


décimos, e a maior tem lugar em maio e dezembro com
5,6 décimos.

20
2.2.6 - Ventos

- A velocidade média anual é de 3,3m/s, com máxima de


4,0m/s, em julho, e mínima de 2,9 m/s, nos meses de
janeiro a março.
- A direção dominante é do quadrante Leste.

2.2.7 - Evaporação – tanque “A”

- O total anual está em torno de 3.089 mm (Estação


Mandacaru), com maior evaporação no período setem-
bro/novembro e menor em março/maio.
- Em Petrolina, coerentemente, a média anual é de 3.118
mm, com máxima em outubro e mínima em abril.

2.2.8 - Regime pluviométrico

- anual atinge 440 mm, sendo janeiro/março o trimestre


mais chuvoso, com mais da metade do total anual.
- As precipitações médias mensais, de maio até outubro,
são praticamente desprezíveis.
- A precipitação efetiva média anual é de 131mm.

2.2.9 - Evapotranspiração potencial

- O total anual adotado para fins de projeto foi de


2.256mm, equivalente a 6,18mm/dia.
- A evapotranspiração média diária apresenta valor míni-
mo em julho (5,1mm), aumentando constantemente até
outubro, quando atinge o pico de 7,13mm/dia; desse
mês em diante os valores decrescem todos os meses
até o mínimo, em julho.

21
2.3 - Abastecimento d’Água

- Fonte hídrica do Projeto: rio São Francisco.


- Captação prevista para o Projeto: 42,00 m3/s.
- Situação do rio na captação: cota de 360,23 m para va-
zão mínima de 640 m3/s e cota de 366,00 m para vazão
máxima de 9.000 m3/s.
- Classificação da água: C1S1.
- Condutividade elétrica da água: 27 a 90 micrometros/s.

2.4 - Solos

Os estudos de solos foram realizados pela Codevasf, a


partir de 1987 até 1993. Cobriram uma área superior a 80.000 ha
e foram realizados em nível de reconhecimento de baixa intensi-
dade e complementado com detalhamento. O detalhamento dos
estudos com as análises fisíco-químicas dos solos encontra-se
disponível na Codevasf.
Os dados básicos sobre os solos estão discriminados, a
seguir, para cada subárea do Projeto.

2.4.1 - Salitre
QUADRO 1
CLASSES DE TERRAS PARA IRRIGAÇÃO (EXCLUÍDAS AS
TERRAS NÃO-IRRIGÁVEIS), SUBÁREA SALITRE
Classe Área (ha) Solos Predominantes
2s 1.317 Podzólicos amarelos eutróficos e Cambissolos
eutróficos profundos.
3s 3.658 Cambissolos pouco profundos, com baixa
disponibilidade de água.
3sd 43.822 Vertissolos com limitações por baixa
permeabilidade e problemas de drenagem
superficial.
Total 48.797 ---
FONTE: Codevasf.
NOTA: Levantamento detalhado de solos.

22
2.4.2 - Subárea Chesf

- Levantamento Detalhado de Solos elaborado pela


Projetos Técnicos LTDA (Protecs), mediante contrato com
a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), em
1987, compreendendo 10.600 ha.

QUADRO 2
CLASSES DE TERRAS PARA IRRIGAÇÃO (EXCLUÍDAS AS
TERRAS NÃO-IRRIGÁVEIS), SUBÁREA CHESF
Classe Área (ha) Solos Predominantes
2s 2.255 Cambissolos: profundos, bem drenados, texturas
médias ou argilosas, com restrição quanto à baixa
capacidade de retenção de água.
Cambissolos sem impedimento à penetração da
3s 3.690
água.
4s 1.065 Cambissolos rasos, textura média ou argilosa
Total 7.010 ---
FONTE: Codevasf.
NOTA: Levantamento detalhado de solos.

2.4.3 - Subárea Fao

- Informações pedológicas ao nível de Reconhecimento de


Baixa Intensidade (Fao), de 1960, avaliadas
posteriormente pela Codevasf, concluíram que havia
3.250 ha de solos irrigáveis, em forma de três manchas.
- São solos podzólicos e cambissolos, distróficos, com
limitações ao uso agrícola com irrigação; cerca de 450 ha
foram incluídos na classe 2 e 2.800 ha, com limitações
devido à profundidade e aos riscos de erosão, foram
inseridos na classe 3.

23
2.4.4 - Subárea Aluvião
QUADRO 3
CLASSES DE TERRAS PARA IRRIGAÇÃO (EXCLUÍDAS AS
TERRAS NÃO IRRIGÁVEIS), SUBÁREA ALUVIÃO
Classe Área (ha) Solos Predominantes
2s 274 Associação de cambissolos, podzólicos e solos
aluviais. eutróficos
3sd 454 Cambissolos vérticos e solos aluviais, associados
a cambissolos.
S1sd 481 Vertissolos profundos associados a cambissolos
vérticos.
L1sd 391 Cambissolos pouco profundos associados a
podzólicos também pouco profundos.
L3st 613 Podzólicos pouco profundos associados a
cambissolos vérticos ou não.
Total 2.213 ---
FONTE: Codevasf.
NOTA: Levantamento ao nível de reconhecimento de alta densidade.

2.4.5 - Resumo do potencial edáfico para irrigação do


projeto Salitre
TABELA 2
POTENCIAL EDÁFICO PARA IRRIGAÇÃO
DO PROJETO SALITRE
Classe de Subárea (em ha)
Terras para
SALITRE CHESF ALUVIÃO FAO Total
Irrigação
2 1.317 2.255 274 450 4.296
3 47.480 3.690 454 2.800 54.424
4 e similares --- 1.065 1.485 --- 2.550
Soma 48.797 7.010 2.213 3.250 61.270
FONTE: Codevasf.

24
2.5 - Parcelamento da Área

2.5.1 - Unidades territoriais do projeto

- Lote ou parcela
Unidade de exploração agrícola do projeto, destinada a
uma pequena empresa (anteriormente denominada “pe-
queno produtor”) ou a uma empresa média; no caso das
pequenas empresas, procurou-se padronizar uma forma
retangular, com dimensões definidas.
- Bloco de lotes de pequenas empresas
É um conjunto compacto e contínuo de lotes de peque-
nas empresas, regularmente demarcados, com os lados
paralelos, posicionados de forma ortogonal ou esconsa,
de acordo com as direções do canal de distribuição e
das curvas de nível do terreno.
- Setor hidráulico
Trata-se de uma área contínua de solos de textura ho-
mogênea a ser abastecida por uma única derivação de
água, feita no sistema de adução; o funcionamento da
rede de distribuição coletiva de cada setor hidráulico in-
depende do funcionamento dos demais. O tamanho dos
setores variou dentro de uma gama muito ampla, desde
áreas de menos de 60 ha (um único lote destinado à
média empresa) até mais de 1.000 ha (centenas de lo-
tes de pequenas empresas e dezenas de lotes de mé-
dias empresas).
- Setores para pequenas empresas
Área limitada à faixa de 300-700 ha, que deverá contar
com uma única estação de pressurização coletiva.
- Setores para médias empresas
Cada lote deverá contar com a sua própria estação de
pressurização, sem restrições quanto à altimetria do
ponto de entrega (gravitária) da água.

25
- Bloco de implantação
Trata-se de um conjunto de setores hidráulicos, em ge-
ral adjacentes ou vizinhos, abastecidos pelo mesmo ca-
nal de adução. Estão programados para serem implan-
tados simultaneamente.
- Projeto (ou Perímetro) de Irrigação do Salitre (PIS)
Trata-se da área total sob domínio do projeto, delimita-
da pela poligonal perimétrica externa do projeto a ser
implantado; ela foi definida preliminarmente no projeto
básico, devendo-se ajustar quando da implantação do
Projeto, em função dos limites das áreas a serem efeti-
vamente adquiridas pela Codevasf.

2.5.2 - Setores hidráulicos

- Os 89 setores hidráulicos do Projeto, excluindo-se a á-


rea da Fao, estão assim distribuídos:
TABELA 3
SETORES HIDRAÚLICOS DO PROJETO SALITRE
Empresa Solos Pesados Solos Leves Total
Média 39 40 79
Pequena 5 5 10
Total 44 45 89
FONTE: Codevasf.

2.5.3 - Parcelamento

- 80% da área irrigada é destinada a médias empresas


(23.714 ha), com lotes de 30 a 60 ha SAU; os 20% res-
tantes (5.874 ha) se destinam a pequenas empresas
(anteriormente denominados pequenos produtores).
- Excluindo-se a área da Fao, o perímetro é composto
de 1.429 lotes, distribuídos por tipo de usuários, da
seguinte forma:

26
TABELA 4
DISTRIBUIÇÃO DO PERÍMETRO POR TIPO DE USUÁRIO
Empresa
Subárea Total
Média Pequena
CHESF 77 328 405
SALITRE 408 616 1.024
Total 485 944 1.429
FONTE: Codevasf.

- Dos lotes destinados às pequenas empresas foram


descontados 340m² da área apta à irrigação, para efeito
de implantação de moradia e instalações de apoio, com
lotes de 6 ha Sau (FIGURA 3).

2.5.4 - Dimensões dos lotes

- Pequenas empresas: 300m x 210m, ou seja, 6,3 ha.


- Médias empresas: não há padronização, e a área deve-
rá ficar entre 30 e 60 ha Sau, com variação de ± 15%.

2.6 - Dotações Unitárias de Água

- Para pequenas empresas – 1,05 l/s/ha.


- Para médias empresas – 1,11 l/s/ha.
- As pequenas empresas receberão água pressurizada
(40 a 60 m.c.a.) na tomada d’água.
- Prevê-se a irrigação de 20 horas/dia.

27
FIGURA 3
SETORIZAÇÃO: PEQUENAS E MÉDIAS

FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec


28
2.7 - Sistema de Irrigação

2.7.1 - Sistema de adução

• Captação de água:
- vazão de dimensionamento: 42,0 m3/s;
- tipo de tomada de água: canal lateral.
• Estações de bombeamento:
- quantidade de estações: 10 (8 do sistema principal e 2
do secundário);
- tipo de bombas: eixo vertical com rotor submerso;
- nº. de unidades por estação: de 4 a 6.

• Canais de adução
Trechos correntes
Extensões
. canal principal: 36.000 m
. canais secundários: 76.000 m
. total: 112.000 m
. seção: trapezoidal
. revestimento: manta impermeável com proteção
mecânica de concreto simples

Obras singulares
. Extravasores de segurança
. Soleiras de nível ("bico de pato")
. Quedas
. Estruturas de transição

• Obras especiais
. Sifões invertidos
. Aquedutos
29
Estruturas de controle e medição
. Comportas de controle do tipo segmento

• Reservatórios
- Quantidade: 5
- Volume útil: variando entre 70.500 e 506.000 m3

2.7.2 - Redes de distribuição

- Redes Gravitárias
As redes gravitárias de distribuição abrangem canais terci-
ários e quaternários e suas estruturas de controle hidráulico, des-
de uma tomada dágua no canal secundário até a entrada dos lo-
tes. Foram previstos dispositivos de controle por quadra hidráulica
e por lotes; estes devem receber vazões constantes. O tempo de
abertura será utilizado para controlar os volumes fornecidos. No
mês de pico a irrigação durará 20 horas por dia.
- Sistemas Pressurizados

Os sistemas pressurizados compreendem estações de


pressurização coletivas, redes pressurizadas e tomadas parce-
lares. O controle da irrigação durante a jornada de rega será de
responsabilidade de cada irrigante. As estações pressurizado-
ras – automatizadas em função das variações da demanda –
foram previstas junto aos reservatórios de compensação. A
manutenção dos parâmetros de projeto deverá ser assegurada
por válvulas auto-operadas de múltiplas funções – inclusive
hidrômetro – à razão de uma por lote, associadas à automação
do sistema de pressurização. No mês de pico, a irrigação dura-
rá até 20 horas diárias.

2.7.3 - Sistema de controle operacional

- O Sistema de Controle Operacional compõe-se basica-


mente de:
30
• um sistema para controle da captação de água,
adução, reservação e condução primária;
• cinco sistemas, sendo um para cada subdistrito, para
os controles da condução secundária, terciária e
quaternária, se houver, bem como dos sistemas de
distribuição gravitária e pressurizadas do subdistrito.
- Cada sistema é composto por uma Estação Central de
Operação (Eco) e tantas Estações Remotas (ERs)
quantas necessárias para o enlace de todas as unida-
des situadas na área de influência do sistema.

2.8 - Infra-Estrutura Elétrica

- A implantação da infra-estrutura elétrica (subestações e


LT de 13,8 KV) do projeto será de responsabilidade da
Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba).
- O suprimento de energia elétrica será feito a partir da
subestação Juazeiro II.
- O sistema interno do projeto atenderá às seguintes de-
mandas de energia:
• 10 estações de bombeamento;
• 5 estações pressurizadoras coletivas setores de pe-
quenas empresas;
• 153 estações pressurizadoras individuais de médias
empresas;
• 25 comportas de controle dos níveis nos canais;
• eletrificação rural.

- Os níveis de tensão de distribuição (c.a. 60 Hz) serão


função das cargas a serem alimentadas, ou seja:
• até 250 cv: 380 V;
• de 300 até 1.000 cv: 4,16 KV;
• de 1.500 até 2.800 cv: 13,8 KV.

31
As características do sistema elétrico da concessionária
são as seguintes:
- tensão nominal: 13,8 KV;
- número de fases: 3;
- freqüência nominal: 60 Hz;
- sistema de aterramento do neutro: solidamente aterra-
do;
- potência de curto-circuito trifásica simétrica em 13,8 KV;
- potência de curto-circuito fase-terra simétrica em 13,8
KV;
- serão seguidas, também, as diretrizes da norma para
fornecimento de energia elétrica em tensão primária de
distribuição em 15 KV, da COELBA;
- a capacidade total a ser instalada é de 100 MVA.

2.9 - Sistema de Drenagem

2.9.1 - Dreno principal profundo

- Para evitar a futura descarga de excessos de irrigação


do Projeto Salitre na calha do rio Salitre, foi prevista a
implantação de uma linha de drenagem profunda a cer-
ca de 28 km ao longo da margem direita do rio Salitre,
com lançamento diretamente no rio São Francisco, a ju-
sante da foz do rio Salitre.

2.9.2 - Sistema coletivo

- Sistema coletivo de drenagem superficial e subterrânea


foi concebido de forma integrada, uma vez que, em
grande parte da área, serão implantados drenos subter-
râneos, de modo que as valas de drenagem, além de re-
ceberem as contribuições pluviais, absorverão também
os excessos provenientes da água aplicada na irrigação.
32
TABELA 5
EXTENSÃO DA REDE DE DRENAGEM
Drenos principais 86.650 m
Drenos secundários 88.800 m
Soma 175.450 m
FONTE: Codevasf.

2.9.3 - Drenagem parcelar

- Em função das características dos solos do Projeto Sali-


tre e das experiências na região em solos similares,
previu-se a necessidade de implantação de drenagem
subterrânea em grande parte da área do Projeto, con-
forme o cronograma apresentado a seguir.
TABELA 6
IMPLANTAÇÃO DE DRENAGEM SUBTERRÂNEA
NO PROJETO SALITRE
Subárea Subárea
Ano de
Descrição Chesf Salitre
Implantação
(%) (%)
Parcela da área com 0 30 5
necessidade de
implantação de 5 30 10
drenagem
subterrânea 15 20 45
Parcela da área sem
necessidade de
implantação de
drenagem
subterrânea - 20 40
FONTE: Codevasf.

2.10 - Sistema Viário Interno

- Vias principais: interligação da rede viária interna com


as rodovias BR–407 e BA–210, para dar acesso aos
centros de serviços e a todos os setores hidráulicos.

33
- Vias secundárias: para tráfego local, destinadas ao a-
cesso aos lotes e à Operação e Manutenção (O&M) da
infra-estrutura do perímetro.
- Caminhos de serviços: ao longo dos canais de drena-
gem, para trânsito de equipamentos pesados de limpe-
za e manutenção dos drenos.
- Obras de travessias previstas: bueiros tubulares e ce-
lulares, pontes, galerias, sifões invertidos e passagens
de vau.
- A extensão total das estradas do projeto é de 932 km e
suas principais características são:

TABELA 7
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA EXTENSÃO
DAS ESTRADAS DO PROJETO SALITRE
Vias
Discriminação
Principais Secundárias Caminhos
Largura da faixa de domínio 10 7 5,0
Largura da plataforma 7 3,5 -
Largura da pista de rola-
mento 6 3,0 -
Tipo de revestimento Primário Primário Raspagem
FONTE: Codevasf.

2.11 - Implantação do Projeto

- A CODEVASF prevê que o Perímetro Irrigado Salitre


deverá ser implantado em 5 etapas, num prazo total de
12 anos (FIGURA 4).
- Atualmente, está sendo implantada a Etapa 1, que foi
subdividida em três fases (FIGURA 5), assim caracte-
rizadas:

34
TABELA 8
PERÍMETRO IRRIGADO SALITRE – ETAPA 1
o
Área N. de Lotes - Empresas Previsão de Con-
Fase
(ha) Pequenas Médias clusão
I 2.057 154 19 dezembro/2000
II 1.806 43 28 março/2001
III 2.077 48 36 dezembro/2001
Total 5.940 245 83 -
FONTE: Codevasf.

35
FIGURA 4
FASES DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO

Fonte: Consórcio Plena/FGV/Projetec

36
FIGURA 5
PROJETO SALITRE – ETAPA 1
FASES CONSTRUTIVAS

Fonte: Consórcio Plena/FGV/Projetec

37
2.12 - Potencialidade de Produção Agrícola2

As características de clima e solo do projeto e a disponibi-


lidade de água favorecem o cultivo de uma ampla variedade de
produtos. Nesta seção, estão relacionadas as culturas que apre-
sentaram maior potencial e que têm uma definição tecnológica por
parte da pesquisa, testada ao nível do produtor, ou que têm uma
definição de tecnologia adaptada de outras regiões, porém já ex-
perimentadas ao nível de produtor. A descrição tecnológica de 15
culturas e a estimativa de custo para sua implementação estão no
ANEXO 4.2 deste relatório.

2.13 - Potencialidade do Projeto Salitre para Agroindús-


tria e Mercado Externo3

Estrategicamente situado dentro do importante Pólo Petro-


lina/Juazeiro, o Projeto Salitre encontra um ambiente privilegiado
para seu desenvolvimento, em função da infra-estrutura já existen-
te e do complexo agroindustrial já instalado, inserido em um ver-
dadeiro cluster, cujo crescimento tem sido considerado o de maior
potencial no contexto da agricultura irrigada da região Nordeste. A
área destinada à implantação do Projeto Salitre está situada a
cerca de 40 quilômetros ao sul da cidade de Juazeiro, na margem
direita do rio São Francisco, próximo da barragem de Sobradinho.
A área pertence ao município de Juazeiro e à bacia hidrográfica
do São Francisco, sub-bacia do rio Salitre.
A cidade de Juazeiro forma, com Petrolina, ampla área ur-
bana cortada pelo rio São Francisco, atravessada por importantes
entroncamentos rodoviários do Nordeste e dotada de infra-
estrutura de transporte ferroviário, hidroviário e aéreo, de grande
potencial de aproveitamento. As cidades Petrolina e Juazeiro são
as mais importantes da região e onde se concentram os negócios
do setor agrícola. O Pólo se caracteriza, também, pela existência

2
Os dados e a descrição desse subcapítulo foram desenvolvidos pelo Consór-
cio, com base na experiência de seus consultores na região onde está inserido o
Projeto.
3
Este capítulo foi desenvolvido com base nos estudos preparados pela CODE-
VASF e citados anteriormente, complementado pelo Consórcio.
38
de grande número de empresas de industrialização e comerciali-
zação de produtos agrícolas. Aí encontram um ambiente favorável
à diversificação e à complementação de atividades, indispensá-
veis aos novos paradigmas de competitividade regional.
Nesta seção serão referenciados os aspectos qualitativos
que podem influenciar a potencialidade do projeto como um todo,
bem como das empresas e irrigantes que lá se instalarem. Para
efeito de análise, estes fatores são divididos em localização (loca-
lização geográfica, recursos hídricos, fatores edafoclimáticos, a-
cessos rodoviários e outros meios de transporte); infra-estrutura
(infra-estrutura de produção e comercialização, suporte tecnológi-
co, e equipamentos urbanos); mercado (presença de empresas
agroindustriais, organização da comercialização, identificação de
nichos de mercado e diversificação da produção); aspectos insti-
tucionais (articulação das instituições, leis, tributos e variáveis
macroeconômicas); aspectos organizacionais (organização dos
irrigantes, instituições para mercado externo, modelo gerencial).

2.13.1 - Aspectos de localização

− Localização geográfica e condições de acesso


O Pólo Petrolina – Juazeiro, onde se situa a área do Proje-
to Salitre, encontra-se praticamente eqüidistante das grandes ca-
pitais nordestinas e de grandes centros do País, como verificamos
abaixo.
TABELA 9
EQÜIDISTÂNCIA ENTRE O PROJETO SALITRE E ALGUNS
CENTROS DO PAÍS
Cidade Distância (km)
Salvador 511
Recife 721
Fortaleza 878
Brasília 1.810
Rio de Janeiro 1.928
São Paulo 2.241
FONTE: Codevasf.

39
O acesso atual à área do Projeto é feito pela BR–407, pela
rodovia estadual BA-210, e por estradas de terra que cruzam ou
partem dessas rodovias com destino às localidades da região. Há
linhas regulares de ônibus para Belém, São Luís, Teresina, Picos,
Fortaleza, Juazeiro do Norte, Crateús, Natal, Caruaru, Recife, Sal-
vador, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.

QUADRO 4
RODOVIAS FEDERAIS E ESTADUAIS DO PÓLO PETROLINA –
JUAZEIRO
BR–407 conecta Juazeiro-Petrolina com a BR–101 e a BR–
324 (que demanda Salvador) e Picos (PI).
BR–122 liga o Pólo à BR–316, que dá acesso à BR–232, alcan-
çando Recife.
BA–235 liga a BR–407, perto de Juazeiro, com Casa Nova e
Remanso, a Oeste, e com Uauá, a Leste.
BA–210 da acesso à barragem de Sobradinho e às cidades
Sobradinho e Sento Sé.
FONTE: Codevasf.

A área é atravessada por um ramal (450 km) da Compa-


nhia Ferroviária do Centro-Oeste, que dá acesso a Salvador, Se-
nhor do Bonfim, Alagoinhas (BA) e a outros municípios baianos,
bem como às regiões Centro-Oeste e Sudeste. Está prevista a
implantação de uma ferrovia – a Transnordestina –, interligando
as cidades de Salgueiro e Petrolina, em Pernambuco, a Missão
Velha, no Ceará. Essa ligação permitirá o acesso ferroviário ao
complexo industrial de SUAPE, situado na região metropolitana do
Recife, bem como a Fortaleza e a outras regiões do Nordeste.
O aeroporto de Petrolina é o segundo mais importante do
Estado de Pernambuco, atendendo às demandas de transporte de
passageiros e de cargas de sua região de influência e da de Jua-
zeiro, com vôos diários para Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília e
São Paulo. O transporte aéreo vem viabilizando a comercialização
de alguns produtos locais de alto valor unitário, como a uva in na-
tura, via de regra para exportação. Os embarques são feitos no

40
aeroporto de Petrolina, classificado como tipo "A", situado a 5 km
do centro de Juazeiro.
A eclusa de Sobradinho torna o rio São Francisco navegá-
vel entre Juazeiro e Pirapora, numa extensão de 1.361 quilôme-
tros, embora com condições variáveis ao longo do ano. O porto de
Juazeiro é pouco utilizado, ocorrendo por ele, predominantemen-
te, o transporte de minério (gipsita) e de cereais. O porto de Petro-
lina opera em condições similares.
Por outro lado, o transporte ferroviário e hidroviário possui
um grande potencial de carga, apesar de ser pouco utilizado. No
caso do ferroviário, ainda há trechos com bitolas diferentes. O lote
mínimo de carga no ramal para Alagoinhas é de 40 t. O terminal
de Juazeiro tem reduzido movimento. Todavia, há perspectivas
favoráveis de demanda, em face das potencialidades da região,
decorrentes de crescente produção das áreas irrigadas. O sistema
ferroviário local necessita de investimentos, para adequação a
cargas perecíveis, ou seja, armazéns frigoríficos (ou refrigerados)
no terminal de Juazeiro e vagões com nível de refrigeração ade-
quado. Além disso, há necessidade de um fluxo constante de
composições para garantir prazos de entrega compatíveis com a
comercialização da produção.
Para que o transporte fluvial possa dar um apoio efetivo à
comercialização, com fretes baratos e facilidade de acesso a mer-
cados de interesse, é preciso ainda desenvolver um sistema in-
termodal, conjugado à rodovia e ou à ferrovia, por terminais de
carga e descarga modernos bem localizados. Isto, todavia, de-
mandaria importantes investimentos, de modo que o transporte
fluvial não seria uma opção de curto prazo para o Projeto. Além
disso, ele não daria acesso à região Nordeste, onde ficam alguns
mercados importantes para o escoamento da produção.
O transporte aéreo é pouco utilizado em função do frete.
Entretanto, o aeroporto local está sendo ampliado para receber
aeronaves de maior capacidade, o que pode significar frete
mais barato.
É inegável que a localização do Pólo Petrolina/Juazeiro e a
infra-estrutura já implantada das diversas modalidades de trans-
41
porte oferecem boas alternativas de exploração de rotas para a
logística de distribuição e escoamento da produção, conferindo ao
Projeto Salitre uma vantagem competitiva que o diferencia de ou-
tros projetos de irrigação do ponto de vista de localização.
− Recursos hídricos e condições edafoclimáticas
A região do Projeto Salitre apresenta características edafo-
climáticas favoráveis ao cultivo de uma ampla gama de produtos,
conforme detalhado em outra seção deste Relatório. A diversifica-
ção da produção é um fato considerado de sucesso no Pólo Petro-
lina/Juazeiro, pois reduz os riscos de perdas econômicas diante
de uma grande safra. A possibilidade de diversificação da produ-
ção confere ao Projeto Salitre uma vantagem adicional, em termos
de menor concentração da oferta e, conseqüentemente, menor
risco de preços na colheita das safras.
A exploração pelos irrigantes desse potencial de diversifi-
cação permite programar as colheitas dos diversos produtos ao
longo do ano, obtendo-se, também, menor oscilação da renda
regional dentro do ano. Esta é uma vantagem importante do Sali-
tre. O Projeto está situado dentro de uma região que já possui
mais de 90 mil hectares de agricultura irrigada e uma grande con-
centração da oferta de alguns cultivos.
Além da grande extensão de solos férteis, são também fa-
voráveis à implantação do empreendimento a boa qualidade da
água do rio São Francisco, a ser utilizada para o abastecimento
do Projeto, e a existência de perímetros de irrigação públicos e
áreas privadas na região, conferindo à população local alguma
familiaridade com essa tecnologia. O potencial hídrico do São
Francisco é uma garantia de que não faltará água para o Projeto.

2.13.2 - Aspectos de infra-estrutura

− Infra-estrutura de produção e comercialização


Um dos desafios para o Salitre é o de oferecer uma ade-
quada infra-estrutura, tanto nos aspectos de produção (irrigação,
estradas vicinais, energia elétrica, telecomunicações), quanto no

42
de adequado tratamento pós-colheita (dentre eles a refrigeração,
packing houses, etc.).
Em termos de infra-estrutura de produção, a região apre-
senta atualmente condições adequadas. A energia elétrica distri-
buída na região provém da Chesf, sendo distribuída pela conces-
sionária estadual, a Coelba, no Estado da Bahia. O fornecimento
de energia elétrica ao Projeto Salitre será feito a partir da SE–
Juazeiro II da Chesf. Conforme convênio celebrado entre a Code-
vasf e a Coelba, o projeto, o suprimento e a construção de todos
os empreendimentos necessários para o Projeto Salitre serão de
responsabilidade da Coelba que deverá ampliar o seu sistema
elétrico, em aproximadamente 100 MVA, para suprir as necessi-
dades de demanda do Projeto.
Em termos de telecomunicações, os municípios Petrolina
e Juazeiro possuem os principais meios de comunicação. A Em-
presa de Correios e Telégrafos (ECT) encontra-se instalada em
Petrolina e Juazeiro. Nesta última cidade ela utiliza ônibus para o
tráfego postal direto aos municípios adjacentes. Os serviços pos-
tais e telegráficos são de boa qualidade. Os serviços de telefonia
local são operados pela Telemar. Os serviços de longa distância e
internacional o são pela Empresa Brasileira de Telecomunicações
(Embratel) e Intelig. Quanto à telefonia celular, existem empresas
que operam nas bandas A e B (Juazeiro: Telebahia – banda A e
Maxitel – Banda B, Petrolina: TIM-Banda A e BCP – Banda B).
A região recebe cinco canais de televisão. Uma emissora
local está em fase de instalação em Juazeiro. Existem três rádios
FM e cinco AM, localizadas nas cidades Juazeiro e Petrolina.
Juazeiro possui dois semanários e um jornal.
A região ainda conta com agências dos principais bancos
de financiamento: Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Bandei-
rantes, Bradesco, Excell, HSBC-Bamerindus, Itaú, Caixa Econô-
mica Federal, Banco Bilbao Vizcaya Argentaya (BBVA), Banco do
Estado de Pernambuco (Bandepe), Banco do Estado da Bahia
(Baneb), América do Sul.
Com relação à infra-estrutura de comercialização, as con-
dições em geral são propícias ao desenvolvimento de uma agricul-
43
tura e agroindústria modernas. Entretanto, deve-se enfatizar a
importância de se estabelecerem no âmbito do Projeto Salitre ope-
rantes sistemas de classificação e de informação de mercado. A
existência de packing houses nas principais empresas exportado-
ras é essencial para garantir a adequada embalagem e apresen-
tação dos produtos destinados ao mercado interno e externo. Em
geral, as empresas possuem câmaras climatizadas que, por pro-
blemas de safra, ficam com a capacidade ociosa durante quatro
meses por ano. Algumas empresas, devido às exigências do con-
sumidor externo, possuem packing houses distintas para uva e
manga. Entretanto, devido à falta de estrutura financeira, algumas
empresas não possuem estrutura para armazenar os produtos,
em ambiente com temperatura controlada, o que reduz, conse-
qüentemente, a qualidade de seus frutos, em função do aumento
da desidratação.
− Suporte tecnológico
Em termos de instituições voltadas à pesquisa e ao desen-
volvimento, a região apresenta-se com alta capacidade instalada,
com unidades da Codevasf, Embrapa, Empresa Baiana de De-
senvolvimento Agrícola (EBDA) e Escola de Agronomia em Jua-
zeiro (BA). Em conjunto, têm contribuído para acelerar a adoção
de novas tecnologias de produção e gestão empresarial.
Os diversos entraves à expansão da competitividade da
fruticultura no Pólo Petrolina/Juazeiro e a atual situação tecnológi-
ca da fruticultura da região sugerem a necessidade da elaboração
de pesquisas na área de produção e pós-colheita, como, por e-
xemplo, o desenvolvimento de técnicas para armazenamento e
embalagem de frutas tropicais, com o objetivo da manutenção da
qualidade; a determinação do ponto ótimo de colheita, visando au-
mentar a vida útil pós-colheita; o desenvolvimento de novas varie-
dades de videiras que atendam ao consumo in natura; a obtenção
de variedades de frutas mais produtivas e resistentes a pragas e
doenças; o desenvolvimento de métodos alternativos de irrigação e
o de sistemas de manejo integrado de pragas e doenças.
No que se refere ao uso de recursos humanos especializa-
dos, as empresas procuram contratar serviços de consultoria e

44
técnicos de outras regiões com conhecimento na produção de
frutas. Esta situação demonstra que as instituições de ensino ne-
cessitam preparar técnicos capazes de exercerem atividades nas
empresas locais.
O ensino fundamental na região atende aos pré-requisitos
do Ministério da Educação e Cultura. Há 43 escolas públicas em
funcionamento na sede, 17 na zona rural e 61 escolas particula-
res. As escolas profissionalizantes oferecem cursos de secretaria-
do, enfermagem, administração, contabilidade e magistério.
Com relação ao ensino superior, há três universidades em
funcionamento: a Federação das Associações Comerciais do Es-
tado de Pernambuco (Facep) (Administração) e a Faculdade de
Formação de Professores de Petrolina (FFPP); a Escola de Agro-
nomia, em Juazeiro, e em Campus Universidade do Estado da
Bahia (Uneb) de Direito. Além das mencionadas, funcionam atu-
almente cursos de graduação em Ciências Contábeis, Matemáti-
ca, Biologia, Geografia, História, Letras e Pedagogia.

2.13.3 - Mercado

− Presença de empresas agroindustriais


A presença de agroindústrias na região revela um forte in-
dicador para a dinâmica de desenvolvimento da região onde se
encontra o Projeto Salitre. Ao contrário de outros projetos públi-
cos, instalados distantes de pólos agroindustriais, o Salitre já tem
assegurada uma demanda originada nas agroindústrias instadas
no Pólo Petrolina/Juazeiro. Os futuros irrigantes do Projeto não
precisarão aguardar o aumento da escala de produção para atrair
a presença de agroindústrias. Por outro lado, a diversificação dos
cultivos no Projeto Salitre atrai o interesse das agroindústrias já
instaladas, pois lhes permite o melhor aproveitamento da capaci-
dade instalada pelo processamento de outros produtos
O Pólo vem-se destacando como importante exportador de
frutas (mercado europeu e americano), principalmente de manga
e uva-de-mesa. Dentre as principais agroindústrias/empresas ins-
taladas no Pólo Petrolina/Juazeiro, destacam-se a Agrovale (açú-

45
car, álcool e manga), Fruitfort e Curaçá Agrícola (manga), Carre-
four (Labrunier, Vale das Uvas, Orgânica do Vale) – uva, Grupo
Queiroz Galvão – Fazenda Timbaúba (uva e manga) e CAJ (uva e
manga), Grupo Special Fruit (Sueme) (uva e manga), Fazenda
Brasiuvas (uva), Fazenda Nova Fronteira Agrícola (manga).
Em relação a outros pólos, o Petrolina/Juazeiro possui e-
norme potencial de desenvolvimento de nichos de mercado para
alguns produtos. A materialização desse potencial depende, ain-
da, de um esforço de organização dos produtores. A organização
da comercialização permite otimizar o valor agregado que a fruti-
cultura irrigada pode gerar, com forte impacto potencial na renda
dos irrigantes.

2.13.4 - Condições socioeconômicas

De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-


ca (IBGE), existia, em 1996, uma população de 191.238 habitan-
tes em Petrolina e 172.065 em Juazeiro, com taxas de crescimen-
to de 5,2% e 6,3% ao ano, respectivamente, em relação a 1980.
No que diz respeito à distribuição da população, em 1996
verifica-se uma alta concentração urbana: 71% em Petrolina e
79% em Juazeiro. Comparando-se com 1980, observa-se um in-
cremento percentual da população rural dos dois municípios. Este
acréscimo pode ser creditado ao desenvolvimento e à implantação
de perímetros irrigados na região.
Em relação à idade da população, observa-se que 60%
são menores de 15 anos, 9% maiores de 65 anos e 30% estão
entre 15 e 65 anos de idade. A alta percentagem de jovens na
população economicamente ativa é um fator importante para o
desenvolvimento da região, uma vez que a mão-de-obra futura
poderá ser facilmente treinada. Para tanto, necessita-se oferecer
um sistema educacional e de treinamento voltado para as neces-
sidades da localidade.
Tratando-se da renda, observa-se que 85 e 89% das famí-
lias residentes em Petrolina e Juazeiro, respectivamente, ganham

46
até dois salários mínimos. Isso mostra que o poder de compra da
região é baixo.
Dessa forma, o Projeto Salitre, além de incorporar 30 mil
hectares de terras férteis, promoverá o desenvolvimento sócioe-
conômico da região ao seu redor, fixa a população no campo e
contribuirá para o aumento da produção agrícola e das exporta-
ções do País.

2.13.5 - Avaliação da potencialidade do projeto

De maneira geral, o Projeto Salitre, por estar próximo ao


Pólo Petrolina/Juazeiro, reúne condições de infra-estrutura de
serviços e fatores de ordem institucional, organizacional e merca-
dológica, que conferem aos negócios que irão instalar-se no Pro-
jeto efetivas vantagens competitivas. Entretanto, na maioria das
vezes, as restrições surgem de variáveis exógenas referentes ao
macroambiente econômico, institucional e legal, que interferem,
direta ou indiretamente, nas vantagens competitivas dos agentes
econômicos.
Quanto à infra-estrutura física de serviços, a tendência de
privatização deverá propiciar maior oferta. A existência de diver-
sas modalidades de transporte na região (rodoviária, ferroviária,
hidroviária e aérea) já constitui numa pré-condição para permitir o
escoamento do excedente da produção para outros mercados.
Entretanto, a existência das vias por si só não garante uma dinâ-
mica na logística, imprescindível aos produtos perecíveis, como
frutas e hortaliças. A manutenção das vias de escoamento em
boas condições, a atração de empresas que façam o transporte
das cargas com resfriamento e a possibilidade de montar uma
estrutura multimodal não devem necessariamente ser feitas pelo
Governo, mas apoiadas por ele. A privatização das rodovias pode
ser um importante passo para a melhoria das condições do esco-
amento rodoviário.
Instituições de ensino e pesquisa relevantes encontram-se
na região. Com isto, forma-se uma massa crítica de técnicos e es-
pecialistas em cultivos irrigados, que é fundamental para o sucesso
do empreendimento. É preciso, no entanto, que o fluxo de informa-
47
ções entre o setor privado e a pesquisa flua sem restrições, sendo
fundamental o funcionamento da plataforma de informações.
Outro ponto importante diz respeito à posição de mercado
do Projeto diante de outros projetos de irrigação existentes no
Nordeste. As inovações em termos de organização e estrutura
devem ser observadas. Caso contrário, o Projeto não apresentará
diferencial algum em relação aos já existentes, o que poderá
comprometer a sustentabilidade do seu sucesso.

2.14 - Estudos Ambientais4

Os estudos de impacto no meio ambiente foram realizados


pela Codevasf em 1997, via contrato com JP-ENCO-TAHAL. O
relatório apresenta as seguintes principais observações:
- As intervenções do empreendimento como um todo são,
por sua própria natureza, indutoras de impactos positi-
vos, quer pelo aumento da produtividade, dinamizando
o setor primário, quer pela otimização das infra-
estruturas regionais existentes, por meio do uso de tec-
nologias avançadas, introduzindo uma nova vocação na
região.
- O clima seco, a boa insolação, um relevo tolerável e a
alta fertilidade da maior parte dos solos constituem for-
tes incentivos aos investimentos na agricultura irrigada.
Aliás, um sistema de irrigação com controle computado-
rizado da água e a escolha das culturas de acordo com
as condições dos solos são, também, aspectos positi-
vos do empreendimento.
- Na implantação do Projeto, deverão ser consideradas
as seguintes medidas mitigadoras:
• desmatar gradualmente a vegetação natural, para e-
vitarem-se choques ambientais;

4
Informações retiradas do Relatório de Impacto Ambiental – EIA. Volume I, III e
VI e RIMA, contratado pela CODEVASF junto ao Consórcio JP-ENCO-TAHAL.
1997.
48
• minimizarem-se as alterações do solo nos locais das
principais obras de engenharia;
• adequarem-se as obras de drenagem ao relevo natu-
ral da área;
• procurar contratar a mão-de-obra necessária somen-
te no mercado local, para evitarem-se afluxos popu-
lacionais de outras regiões;
• desenvolver e implantar um plano de reassentamen-
to das populações que moram dentro da área do Pro-
jeto, a serem desapropriadas e ou desalojadas;
• priorizar a relocação dessas populações no Projeto,
quer como pequenos produtores, quer como empre-
gados de empresas agrícolas;
• promover a melhor articulação institucional possível,
visando aliviar as pressões sociais e desenvolver os
serviços de educação e de saúde.
- Quando o Projeto estiver sendo operado, deverão ser
tomadas todas as medidas necessárias à preservação
das áreas naturais não-irrigadas, assim como a destina-
ção final dos restos culturais, das embalagens de agro-
tóxicos e fertilizantes, entre outras constantes e reco-
mendadas no Estudo de Impacto Ambiental.

49
3 - RECOMENDAÇÕES PARA APLICAÇÃO DO NOVO
MODELO CONCEPTUAL DE IRRIGAÇÃO NO PROJE-
TO SALITRE

Nesta seção, discutem-se as recomendações para imple-


mentação do Projeto Salitre, sob as diretrizes do Novo Modelo de
Irrigação, ajustadas à atual Lei de Irrigação n.º 6.692/79 e seus
regulamentos.
As recomendações aqui apresentadas são frutos das expe-
riências bem-sucedidas em vários países estudados e apresenta-
das no Relatório do Estado da Arte Nacional e Internacional da
Irrigação, principalmente nos aspectos de organização e produção
(caso do Chile, França, Estados Unidos da América (EUA)); da
estruturação de uma plataforma de informações (ex. do Chile e
EUA) da experiência da Codevasf no gerenciamento dos Projetos
do Vale do São Francisco, associada à experiência do grupo de
consultores do consórcio e de empreendedores privados. Somam-
se a esses as diretrizes e propostas contidas no Relatório do Novo
Modelo Conceptual.
As recomendações são baseadas em que o Projeto Salitre
deve ser um empreendimento contido no agronegócio da agricul-
tura irrigada e, portanto, requer uma modernização na implemen-
tação, que envolve: Plataforma de Informações, Plano de Negó-
cios, Promoção e Marketing, Gerenciamento Global Ampliado,
Definição de Crédito (linha e volume de recursos financeiros), Al-
ternativas de Financiamento Para Infra-Estrutura Coletiva de Irri-
gação, entre outras atividades que estão sugeridas a seguir.

3.1 - Proposta para uma Plataforma de Informações

A exploração agrícola atual na maior parte dos projetos de


irrigação não é compatível com o potencial produtivo da estrutura
física existente nas áreas irrigadas, muitas vezes decorrente da
carência de informações em diversos níveis.
Um fluxo contínuo e consistente de informações é promo-
tor de alterações que conduzem ao crescimento econômico e ao
50
aumento da competitividade. Por isso um sistema de informação
consistente e eficiente será capaz de apoiar o governo e o setor
privado na formulação de estratégias e na tomada de decisões
gerenciais no Projeto Salitre.
A horticultura sob irrigação e na região Nordeste brasileira,
pela sua possibilidade de geração de valor agregado, permite a
geração de renda e emprego, induzindo a formação de pólos de
desenvolvimento. Ações voltadas à disponibilização de informa-
ções relacionadas ao crédito, assistência técnica, organização dos
produtores, defesa fitossanitária, pesquisa agrícola, mercado,
pós-colheita, promoção e marketing, potencialidade da região,
entre outras, contribuem, adicionalmente, para a viabilização
daqueles pólos.
O objetivo de se criar uma Plataforma de Informações no
Salitre é permitir, como em vários países, o acesso, pelos diversos
atores, a informações técnicas e gerenciais, que possam subsidiar a
tomada de decisão da iniciativa privada quanto à implantação ou não
de uma agroindústria, de uma empresa exportadora, se adquire ou
não uma área em projeto público, associar-se ou não ao poder públi-
co, como operacionalizar o seu negócio, etc. As informações devem
ser detalhadas em tal nível que seja possível avaliar os riscos asso-
ciados e a atratividade de determinado empreendimento.
A Plataforma permitirá também que equipes técnicas pos-
sam transmitir aos produtores, em projetos públicos ou não, as
formas mais convenientes de tecnologia, organização da produ-
ção, entre outros.
A Plataforma deve conter o seguinte grupo de informações:
- Informações básicas, relacionadas a estudos disponí-
veis, como: climatologia, hidrologia, solos, caracteriza-
ção ambiental; disponibilidade e condições de infra-
estrutura de vias de escoamento; saúde; educação; bar-
reiras fitossanitárias, entre outras.
- Informações tecnológicas, relacionadas às culturas po-
tenciais para região; descrição dos cultivares por espé-
cie (descrição detalhada das características tamanho do

51
fruto/semente, forma, cor, período de maturação, prefe-
rências dos consumidores); principais pragas e doen-
ças; métodos de controle químico, integrado e orgânico,
agroquímicos empregados na fase produtiva até a pré-
colheita (listagem periódica dos princípios ativos regis-
trados pelo Ministério da Agricultura e registros e tole-
rância de níveis de resíduos de pesticidas de restrições
quarentenárias); técnicas de produção e pós-colheita;
técnicas para o amadurecimento e índices de matura-
ção das frutas, entre outras informações técnicas.
- Informações de mercado, relacionadas à série histórica
de dados de mercado para as culturas da região (pre-
ços, área plantada/colhida, produção, volume exporta-
do, preço médio, porto de saída e mercado de destino
ao nível de espécie/variedade).
- Informações gerenciais. Neste bloco devem conter:
• Plano de negócio do Projeto.
• Características do projeto, como área total, número
de irrigantes, custo de tarifa de água, custo da recu-
peração do investimento, volume de água utilizada
por mês, garantia de fornecimento de água, etc.
• Custos de produção.
• Agentes financeiros, linhas de crédito e suas condi-
ções, ou seja, o manual de crédito para agricultura
irrigada.
• Lista de empresas prestadoras de serviço, vendedo-
ras de máquinas, insumos e embalagens.
− Frete: disponibilidade e preços.
− Embalagem: tipos de material, preços, origem.
− Armazenagem ambiente e a frio: localização, ca-
pacidade, preços, disponibilidade.

52
− Infra-estrutura pós-colheita: disponibilidade e capa-
cidade de equipamentos de classificação, produtos.
− Agroindústria: localização, capacidade, origem
dos produtos com os quais trabalha, produção e
destino da produção, preços de aquisição, entre
outros.
O Consórcio sugere que se constitua e disponibilize, via In-
ternet, fôlderes etc., uma Plataforma de Informações para o Proje-
to Salitre como parte de um processo de promoção e atração do
investimento privado para o Projeto. A Codevasf, como promotora-
líder do Projeto, deve, de forma isolada ou associada, constituir e
implementar a Plataforma.
Como visto, a Plataforma deve-se constituir de vários blo-
cos e níveis de detalhamento, assim como:
- Descrição geral do Projeto, como descrita nos subcapí-
tulos 2.1 a 2.11 deste documento.
- Potencialidades de produção, como descritas no capítu-
lo 2.12 deste documento e anexo 4.2.
- Potencialidades da região, como descritas no capítulo
2.13.
- Necessidade de investimentos parcelares e rentabilida-
de, como descrito no subcapítulo 3.4.2.1.
- Descrição dos requerimentos de serviços de infra-
estrutura para exportação, como descrita no subcapítulo
4.4, anexo a este documento
- Caracterização ambiental.
- Gestão do Projeto.
- Sistema de tarifação.
- Descrição do conteúdo mínimo do seu plano de negó-
cios, entre outras informações.

53
3.2 - Diretrizes para um Plano de Negócios do Projeto
Salitre/BA

Sugere-se que a Codevasf e seus futuros parceiros elabo-


rem e disponibilizem um plano de negócios do Projeto Salitre.
O Plano de Negócios é um documento escrito que tem por
finalidade estruturar dados e informações relevantes, que serão
levadas, por meio da Atividade de Promoção e Marketing, aos
empreendedores potenciais, para permitir-lhes bem avaliar e
melhor decidir quanto à viabilidade do negócio em que possam
vir a investir (no presente caso, a produção agrícola irrigada no
Projeto Salitre).
Assim, o objetivo principal do Plano de Negócios, na fase
de implantação de cada etapa do Projeto Salitre, é orientar o em-
preendedor potencial, com relação às decisões estratégicas do
negócio, antes de iniciar o seu empreendimento. Também lhe
permitirá avaliar a viabilidade da implantação da produção agrícola
irrigada (o componente principal de seu negócio). Assim, caso o
negócio seja inviável, por motivos econômico, financeiro, técnico ou
de mercado, o empreendedor poderá certificar-se disto, a priori (“no
papel”) e não na dura realidade de campo, decorrido algum tempo
de funcionamento de seu empreendimento, quando já terá investido
nele todo ou parte do seu capital disponível (próprio ou financiado).
Outro aspecto do Plano de Negócios é que ele passa a
tornar-se um instrumento de análise permanente da situação do
negócio, não só na fase de instalação do empreendimento, como
também nas fases de “decolagem” e de sua consolidação. Por-
tanto, o Plano de Negócios não é estático, mas dinâmico, permi-
tindo ao empreendedor individual e sua associação, bem como
aos promotores do Projeto como um todo, acompanharem a evo-
lução do macroambiente do negócio, incluído o mercado em que
está situado.

3.2.1 - Finalidades do plano de negócios

Nesta visão ampliada, o Plano de Negócios passa a ter


três finalidades principais:
54
⇒ Permitir avaliar o novo empreendimento, do ponto de
vista mercadológico, técnico, financeiro, jurídico e orga-
nizacional. Assim, o empreendedor terá uma noção pré-
via do funcionamento da sua empresa, dentro do Perí-
metro Irrigado, em cada um daqueles aspectos:
ü do ponto de vista mercadológico: qual o potencial do
mercado no qual a empresa atuará?
ü do ponto de vista financeiro: quanto vai investir para
entrar no negócio?
ü do ponto de vista jurídico: qual o regime jurídico que
presidirá as relações (dentro do grupo e com os pro-
motores do Projeto)?
ü do ponto de vista organizacional: quais as principais
funções que deverão ser executadas e quem se res-
ponsabilizará por elas?
⇒ Permitir avaliar, retrospectivamente, a evolução do
empreendimento ao longo da sua implantação: para
cada um dos aspectos definidos no Plano de Negó-
cios, o empreendedor poderá comparar o previsto
com o realizado.
Para cada um dos aspectos avaliados e comparados, o
empreendedor verificará se e quando o empreendimen-
to se desviou ou foi prejudicado e como rever suas me-
tas para o futuro e realizar o ajuste necessário.
⇒ Facilitar ao empreendedor a obtenção do capital de ter-
ceiros, quando o seu capital não for suficiente para co-
brir os investimentos iniciais. Neste caso, tanto ao bus-
car outro(s) sócio(s) para o empreendimento, como ao
conseguir capital com agentes financeiros (bancos, in-
vestidores de risco, fundos de investimento e outros), o
Plano de Negócios é essencial.

55
3.2.2 - Utilidade de um plano de negócios

A elaboração do Plano de Negócios interessa, em última


instância, ao empreendedor privado, pois ele será o responsável
pelas decisões estratégicas, definidas em função das informações
contidas no Plano e o principal afetado pelos resultados – sucesso
ou fracasso.
Para ele, o Plano de Negócio constitui um instrumento de
grande utilidade, pois:
⇒ auxilia-o a eliminar ou a reduzir, ao máximo, a possibili-
dade de fracasso do empreendimento, risco natural ine-
rente a todo negócio;
⇒ facilita-lhe o acesso a outras pessoas ou entidades, que
poderão apoiá-lo na implantação e/ou desenvolvimento
do negócio: investidores ou potenciais sócios; bancos e
entidades financeiras e empresariais, de forma geral;
⇒ permite-lhe maior acesso às fontes de informações para
busca de dados necessários à elaboração dos estudos
de mercado, como estatísticas setoriais do ramo em que
irá atuar;
⇒ estimula-o a ver sua idéia evoluindo, à medida que o
Plano de Negócios vai avançando etapas. Isto lhe per-
mite rever suas idéias, quando verificar, por meio do
Plano, que o negócio apresenta características fora do
seu alcance, como: falta de conhecimento técnico so-
bre a atividade pretendida; investimento inicial requeri-
do superior ao disponível; mercado potencial do produ-
to ou serviço mais restrito do que se supunha, entre
outras situações.

3.2.3 - Estrutura mínima de um plano de negócios

Para atender a uma gama ampla de interessados (diretos e


indiretos), o Plano de Negócios deve ter uma estrutura seqüencial
e lógica, que permita ao empreendedor verificar quais são os es-

56
tudos necessários, já realizados e/ou a serem complementados; o
levantamento de dados; a análise das informações, as consultas a
terceiros, decisões a serem tomadas, entre outras ações. Neste
caso, a Promotora do Projeto atua como facilitadora, ensejando
aos empreendedores potenciais o acesso, avaliação e utilização
das informações necessárias na estruturação de seus próprios
planos de negócios.
Sugere-se uma estrutura mínima para o Plano de Negócios
da Codevasf do Projeto Salitre, com a descrição a seguir:

PLANO DE NEGÓCIOS PARA IMPLANTAÇÃO


DO PROJETO SALITRE/BA

SUMÁRIO EXECUTIVO

PARTE 1 - ASPECTOS MERCADOLÓGICOS

1.1 - Avaliação e seleção das oportunidades a explorar no Projeto


Salitre (com base nas decisões do setor público envolvido
com a Política de Irrigação no Nordeste)
1.2 - Elementos para predefinição dos negócios a serem imple-
mentados em cada etapa do Projeto (com elementos retira-
dos dos estudos de pré e de viabilidade do projeto)
1.3 - Estudos de mercado (para apoio à decisão final do negócio)
1.3.1 - Clientela (mercados atuais e potenciais)
1.3.2 - Concorrentes (diretos e indiretos)
1.3.3 - Fornecedores
1.3.4 - Produtos substitutos

PARTE 2 - ASPECTOS OPERACIONAIS, ADMINISTRATIVOS E


JURÍDICOS

2.1 -Aspectos operacionais

57
2.1.1 - Vantagens e desvantagens locacionais (ao nível ma-
cro/micro)
2.1.2 - Processo operacional e tecnologia
2.1.3 - Equipamentos, máquinas, instalações, insumos produtivos
(inclusive água e energia) e serviços técnicos
2.1.4 - Serviços de apoio ao agronegócio
2.2 - Aspectos administrativos
2.2.1 - Sistema de Gestão do Perímetro Irrigado: direitos e deveres
2.2.2 - Estrutura organizacional
2.2.2.1 - Descrição das funções principais e atividades de controle
2.2.2.2 - Dimensionamento de equipes (quantitativa e qualitativa)
2.3 - Aspectos jurídicos
2.3.1 - Regime jurídico
2.3.2 - Estrutura societária
2.3.3 - Aspectos fiscais e tributários
2.3.4 - Instrumentos contratuais (inclusive de outorgas)

PARTE 3 - ASPECTOS ECONÔMICO-FINANCEIROS

3.1 - Estimativa dos investimentos de capital: público e privado


3.2 - Análise econômico-financeira do investimento
3.3 - Projeção do fluxo de caixa da Gestão do Perímetro irrigado
3.4 - Estimativa do capital de giro da Gestão do Perímetro irrigado
3.5 - Estrutura dos custos e formação do preço de venda da terra
e da entrega de água (no atacado e na parcela)

PARTE 4 - CONCLUSÃO

58
3.3 - Diretrizes para um Plano de Promoção e Marketing

Nesta seção, discute-se um modelo genérico para a pro-


moção e marketing do Projeto Salitre. Para cada etapa do Projeto
devem-se desenvolver mecanismos próprios, observados com
base na diretriz até então discutida neste documento sobre a ges-
tão de empreendimento.
O sucesso na implementação de projetos deve-se, primor-
dialmente, à eficácia do processo de planejamento. Planejar de
forma eficaz implica fazer a coisa certa, no momento exato, de
forma correta, por meio das pessoas adequadas, para um público
bem definido. Ser apenas eficiente não basta. Um dos fatores es-
senciais para a obtenção da eficácia na realização de qualquer
empreendimento consiste no exercício metodológico, que torna o
trabalho mais racional e dinâmico, evitando desperdícios tanto de
mão-de-obra quanto de tempo e recursos financeiros e, é claro,
garantindo bons resultados. Faz-se necessário, para tanto, o
cumprimento de cada etapa do processo descrito no planejamen-
to, caso contrário, o resultado final estará comprometido.
Jamais se poder desprezar o fato de que o planejamento
compõe-se de um conjunto de ações interdependentes e que por-
tanto deve ser cumprido, respeitando-se sua função em face da
totalidade do projeto. Assim, a correta definição e a implementa-
ção de estratégias de abordagem dos públicos-alvos definido co-
mo prioritário encontram-se diretamente ligadas à definição do
posicionamento competitivo, obtido por meio da análise prévia da
concorrência em confronto com os pontos fortes e fracos do Proje-
to Salitre. O desenvolvimento dessas ações em cadeia conduz à
redução da margem de risco do investimento e, portanto, aumenta
a probabilidade de sucesso do Projeto.
O processo de promoção e marketing deve ser alicerçado
nos mecanismos:
- determinação, identificação e seleção dos públicos prio-
ritários;
- construção de data-base sobre os públicos prioritários;

59
- análise da concorrência;
- definição do posicionamento competitivo;
- definição e implementação de estratégias de aborda-
gens de cada público prioritário;
- definição e implementação do sistema de avaliação de
resultados.
A determinação, identificação e seleção dos públicos
prioritários consiste no ponto de partida do planejamento de
promoção e marketing. Esta primeira fase trata do mapeamento
dos públicos relevantes para o projeto, ou seja, públicos capazes
de contribuir para o êxito do empreendimento. A identificação dos
públicos-alvos deverá levar em conta a impossibilidade de se im-
pactarem simultaneamente todos os públicos determinados, a
disponibilidade dos recursos financeiros, os entraves legais exis-
tentes, os prazos fixados, dentre outros. Assim sendo, o processo
de seleção contribui para o estabelecimento de prioridades dentre
os públicos identificados. Num segundo momento, a construção
de um banco de dados sobre os públicos-alvos prioritários
sistematiza os dados obtidos, transformando-os em informações
relevantes para o Projeto.
A análise da concorrência permite identificar os pontos
fortes e fracos do empreendimento, em relação aos demais exis-
tentes à disposição dos investidores. As vantagens competitivas
poderão ser realçadas, e as desvantagens, corrigidas na aborda-
gem a se realizar. É através do posicionamento competitivo, que
serão escolhidas a argumentação a ser utilizada, a técnica de a-
bordagem e a mídia mais indicada para cada público-alvo estabe-
lecido. Por fim, a definição e implementação do sistema de
avaliação de resultados consiste na mensuração dos resultados
obtidos junto a cada público-alvo, possibilitando, paralelamente à
implantação do Projeto, o monitoramento de erros e acertos, cum-
primento de cronograma e do orçamento previsto.
O detalhamento de cada fase pode ser visto a seguir.

60
DETERMINAÇÃO, IDENTIFICAÇÃO E SELEÇÃO DE PÚBLICOS
PRIORITÁRIOS

A - Levantamento das categorias de públicos direta e indi-


retamente envolvidos com o Projeto Salitre, identifican-
do os interesses de cada um e o seu grau de influência
para o sucesso do empreendimento.
B - Estabelecimento de critérios de seleção das empresas,
instituições e pessoas físicas que possam contribuir pa-
ra a efetividade do Projeto.
B.1 - Definição do perfil desejado de Empreendedor A-
grícola: mapeamento de características técnicas
(experiência e instrução), financeiras e pessoais
de potenciais empreendedores. Estas são defini-
das a partir de pesquisa qualitativa, utilizando-se
de entrevista em profundidade, junto a agricultores
de sucesso em projetos semelhantes.
B.2 - Definição do tipo de agroindústria que se deseja
sejam instaladas na região.
B.3 - Definição de outros perfis.
C - Identificação dos públicos.
D - Seleção dos públicos prioritários.

CONSTRUÇÃO DE DATA-BASE SOBRE OS PÚBLICOS PRIO-


RITÁRIOS

A - Mapeamento das informações necessárias sobre cada


público.
B - Definição do método de coleta e triagem de dados.
C - Coleta e triagem de dados.
D - Definição da forma de atualização e descarte de dados
e informações.
E - Definição dos instrumentos de difusão das informações.
61
ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA

A - Levantamento da concorrência direta e indireta.


A.1 - Concorrência Direta: projetos agrícolas com perfil
semelhante ao do Projeto Salitre.
A.2 - Concorrência Indireta: projetos de investimento,
que não pertençam precisa-mente à área agrícola,
mas que, potencialmente, ofereçam retorno finan-
ceiro maior ou igual ao proporcionado pelo Projeto
Salitre.
B - Traçar o perfil dos concorrentes, destacando seus dife-
renciais competitivos.
C - Construção de data-base sobre a concorrência.

DEFINIÇÃO DO POSICIONAMENTO COMPETITIVO

A - Levantamento dos pontos fortes e fracos do Projeto Sa-


litre, considerando os interesses de cada público priori-
tário do empreendimento.
B - Identificação das vantagens competitivas e comparati-
vas, assim como dos fatores que restringem a competi-
tividade do Projeto Salitre, sendo esta análise feita a
partir do confronto dos dados sobre a concorrência com
os pontos fortes e fracos do Projeto Salitre.
B.1 - Vantagem Competitiva: aspectos valorizados pelo
público-alvo que só o Projeto Salitre oferece ou
que ele oferece de forma mais eficaz que a con-
corrência.
B.2 - Vantagem Comparativa: aspectos valorizados pelo
público-alvo que o Projeto Salitre oferece, mas
que seus concorrentes também possuem.
B.3 - Fatores que restringem a competitividade: aspec-
tos valorizados pelo público-alvo que o Projeto Sa-

62
litre não oferece ou que a concorrência oferece de
forma mais eficaz.
C - Definição do posicionamento central do Projeto Salitre.
D - Definição do posicionamento do Projeto Salitre junto a
cada público-alvo, sendo este coerente com o posicio-
namento central.

DEFINIÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE


ABORDAGEM DE CADA PÚBLICO PRIORITÁRIO

Diretrizes Básicas

A - Uso de comunicação dirigida / personalizada.


A.1 - Construção de argumentação, considerando o po-
sicionamento do Projeto junto a cada público-alvo.
A.2 - Seleção e segmentação de mídia, a partir dos obje-
tivos de comunicação e perfil de cada público-alvo.
B - Conjugação de ações pró-ativas e de atendimento, com
abrangência nacional e internacional, tais como, Inter-
net, call center, consultores de negócios, postos de a-
tendimento direto, dentre outros.
C - Diversificação das peças gráficas a serem utilizadas
como suporte das estratégias de abordagem dos públi-
cos-alvos, customizando as informações da base de
dados técnicos sobre o Projeto Salitre, a partir dos dife-
rentes interesses envolvidos.

DEFINIÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE AVALIA-


ÇÃO DE RESULTADOS

A - Definição dos critérios de mensuração dos resultados


obtidos junto a cada público-alvo.
B - Estruturação da metodologia e dos instrumentos de
avaliação.

63
C - Definição da periodicidade da avaliação e do sistema de
divulgação dos resultados.
D - Implementação da avaliação.
3.4 - Mecanismos de Financiamento

Nesta seção, discute-se o mecanismo de financiamento da


infra-estrutura coletiva de irrigação e da infra-estrutura parcelar,
visando à implementação da produção.

3.4.1 - Infra-estrutura coletiva de irrigação

A infra-estrutura coletiva de irrigação poderá ser financiada


conforme as seguintes sugestões:
1º)A estrutura principal de irrigação será de responsabili-
dade de financiamento do Governo Federal.
2º)A estrutura secundária de irrigação, no caso de médias
e grandes empresas, pode ser financiada pelo Governo
Federal e licitada de acordo com a Lei 6.692/79. Isto é
sempre válido para os pequenos irrigantes.
3º)A estrutura secundária de irrigação, no caso de médias
e grandes empresas, poderá ser realizada pelos futuros
empreendedores diretamente, com recursos próprios
e/ou financiamento. Para isto constituirão um condomí-
nio. Poderá também ser realizada por empresas ou gru-
pos de empresas com recursos próprios e ou financia-
dos, via licitação pela Codevasf. Neste caso, os futuros
irrigantes, quando assentados, assumem o custo da im-
plantação, com recurso próprio ou financiamento.

3.4.2 - Infra-estrutura parcelar

Conforme apresentado no Relatório Estado da Arte Nacio-


nal e Internacional e Relatório de Antecedentes, tem-se, nos pro-
jetos públicos brasileiros, uma área irrigável de mais de 60.000 ha,
sem aproveitamento agrícola, apesar de toda a infra-estrutura
coletiva e a de distribuição de água estarem definidas.
64
Entre os principais fatores identificados para esta situação
consta um processo inadequado de seleção de produtores, sem
capacidade de garantia junto a agentes financeiros, capacidade
administrativa inadequada, associada à pouca disponibilidade de
crédito para atender a uma agricultura irrigada e à baixa capaci-
dade financeira do futuro produtor.
Especificamente para o caso do Salitre, é desejável que o
fator de disponibilidade de crédito não seja restritivo. Para isto,
sugere-se a criação de um Fundo de Aval (exemplo desse tipo de
ação vem sendo desenvolvido pelo Banco do Nordeste em várias
regiões), para permitir o acesso ao crédito com imenso volume de
garantia e assegurar um melhor fluxo de rentabilidade do crédito.
Além disso, é desejável que os empreendedores selecionados
(principalmente o médio e grande) tenham boa capacidade finan-
ceira. Deve-se, também, associar a possibilidade, na atração de
empresas de comercialização (ex. supermercados, empresas
exportadoras) e agroindústria, de se buscarem aquelas com po-
tencialidade para participar do processo de financiamento do
processo produtivo.
Para facilitar a implementação dessas diretrizes, desenvol-
veu-se estudo que permite avaliar a necessidade de recursos para
cada tipo de parcela agrícola, sua rentabilidade, e estimou-se a
necessidade anual de despesas parcelares de todo o projeto.

• Investimentos Parcelares Necessários e Rentabilidade

Esta seção tem a finalidade de subsidiar os agentes go-


vernamentais e empreendedores na necessidade (em quantidade
e prazo) de recursos financeiros para implementação produtiva da
parcela. Foram estudadas, como Modelo-Tipo, três opções de
empreendimento:
Opção 1 – empreendimento para pequena empresa, á-
rea Sau de 6 ha, aproveitamento agrícola com: tomate industrial,
cebola, feijão, manga, utilizando-se 3,0 ha com miniaspersão, 3,0
ha com microaspersão. Como infra-estrutura mínima: 1 casa de
60 m2, 1 galpão para guarda de insumos e equipamentos de 60
m2. Nesse tipo de parcela, o empreendedor recebe a água de
65
forma pressurizada. Não há necessidade de motobomba. O em-
preendedor deverá realizar o desmatamento. Quatro anos são
necessários para implantação do empreendimento
Opção 2 – empreendimento para média empresa, área
Sau de 42 ha, aproveitamento agrícola com banana, manga e
coco, utilizando-se 20 ha com microaspersão e 22 ha com gotejo,
sistema totalmente automatizado, incluindo equipamento para
fertirrigação. Como infra-estrutura necessária: 1 casa de 120 m2
para administração, 1 alojamento para empregado e cozinha semi-
industrial com 200 m2, 1 galpão de 150 m2 para máquinas e insu-
mos, 1 trator agrícola e equipamentos, 1 packing house de 200 m2,
transformador de 45 KVA. Deverá realizar-se o desmatamento da
área. Prevêem-se 3 anos para implantação do empreendimento.
Opção 3 – empreendimento para média empresa, área
Sau de 42 ha, com aproveitamento agrícola com uva, manga, pi-
nha, melancia e cebola, utilizando-se 12 ha com miniaspersão, 10
ha com microaspersão e 20 ha com gotejo, sistema totalmente
automatizado, incluindo equipamento para fertirrigação. Como
infra-estrutura necessária: 1 casa de 120 m2 para administração, 1
alojamento para empregado e cozinha semi-industrial com 200
m2, 1 galpão de 150 m2 para máquinas e insumos, 1 trator agríco-
la e equipamentos, 1 packing house de 300 m2, transformador de
45 KVA. A área deverá ser desmatada. Prevêem-se 3 anos para
implantação do empreendimento (ANEXO 4.4. deste relatório con-
tém estudo mais detalhado de cada opção).

- Necessidade de recursos de investimento para implan-


tação do empreendimento:
Opção 1 – R$ 64.900,00 no período de 4 anos.
Opção 2 – R$ 489.800,00 no período de 3 anos.
Opção 3 – R$ 739.700,00 no período de 3 anos.

- Rentabilidade prevista para empreendimento


Opção 1 – Renda anual média de R$ 29.360,00.

66
Opção 2 – Renda anual média de R$ 483.400,00 e taxa
interna de retorno 44,65 %.
Opção 3 – Renda anual média de R$ 284.500,00 e taxa
interna de retorno 31,14 %.

• Estimativa de Recursos Financeiros

O Projeto Salitre encontra-se na sua 1ª Etapa, que está di-


vidida em fases, prevendo-se a conclusão das obras de infra-
estrutura de uso comum no final de 2001. Assim, nesta seção,
avalia-se a necessidade de recursos financeiros para implementar
o processo produtivo da Etapa 1 ao nível de parcela.
Adotou-se o cronograma previsto para cada modelo de ex-
ploração (ANEXO 4.4), o custo de investimentos parcelares des-
critos anteriormente, assim como o cronograma de implantação
das obras, citado no item 2.11 deste relatório.
A previsão de término das obras de infra-estrutura de
uso comum para a 1ª fase da 1ª etapa é de dezembro/2000, o
que significa que a parte agrícola terá início a partir do 2º se-
mestre de 2001.

TABELA 10
ESTRUTURA DE RECURSOS FINANCEIROS
1/ Necessidade de Recursos Financeiros (R$ 1.000,00)
Período
Investimentos Custeio Total
2001/2002 11.518,60 3.805,80 15.324,40
2002/2003 17.615,60 10.335,90 27.951,50
2003/2004 24.138,20 17.717,40 41.855,60
2004/2005 11.113,00 22.036,60 33.149,60
2005/2006 5.755,00 23.511,60 29.266,60
TOTAL 70.140,40 77.407,30 147.547,70
FONTE: Codevasf.
NOTA: 1/ Período 2001/2002 refere-se a agosto/2001 a julho/2002, e assim su-
cessivamente.

67
O total de recursos necessários para investimentos a fim
de implementar a agricultura no Projeto, ao nível parcelar, soma o
valor de R$ 70,1 milhões, num período de 5 anos. Para custeio
(custos operacionais anuais), os recursos necessários somam o
valor de R$ 77,4 milhões. O total entre investimento e custeio so-
ma R$ 147,5 milhões para um período de 5 anos.
Os valores citados mostram a necessidade de o Banco do
Nordeste realizar estudos para aportar recursos de crédito, como
forma complementar aos recursos próprios dos empreendedores,
de sorte que não faltem recursos e não se atrase a implementa-
ção do Projeto, possibilitando também a garantia de um bom nível
tecnológico e gerencial.

3.5 - Gestão do Projeto

Nesta seção, discute-se e sugere-se um modelo de gestão


do Projeto, para a 1ª etapa e para as etapas posteriores, levando
em consideração a atual Lei de Irrigação (n.º 6662/79) e as diretri-
zes da Nova Política de Irrigação.

3.5.1 - Modelo de gestão para etapa - 1 do Salitre

Em observância aos ditames da Lei de Irrigação em vigor


(n.º 6.662/79), a Codevasf vem implantando a Etapa 1 do Projeto
Salitre como um projeto Público de Irrigação, tendo, para tanto,
adquirido as terras, e vem construindo a infra-estrutura de irriga-
ção de uso coletivo, exclusivamente com recursos do governo
federal. De igual modo, apoiará a implantação da infra-estrutura
parcelar nos lotes destinados a pequenas empresas. Tais investi-
mentos deverão ser amortizados pelos pequenos e médios em-
presários, sendo que a infra-estrutura de irrigação de uso coletivo
permanecerá de domínio da União.
Outras infra-estruturas como as de apoio (energia elétrica,
estradas etc.) e as de uso comum estão sendo implementadas,
segundo acordos que, para tanto estão (ou estarão) sendo forma-
lizados, mediante articulação da Codevasf. Após início do assen-
tamento até 12 meses, as atividades de Operação e Manutenção

68
(O&M)de sua infra-estrutura de uso coletivo, bem como a adminis-
tração geral desta primeira Etapa do Perímetro de Irrigação do
Salitre, serão delegadas ao Distrito de Irrigação, constituído por
aqueles empresários (pequenos e médios).
Esse modelo de gestão, empreendido pela Codevasf, co-
mo Promotora do Projeto Salitre, é o de Gerenciamento Global
Strictu Sensu (GGS). Esse modelo é largamente utilizado em pro-
jetos de investimento de maior envergadura, em que as obras de
engenharia, intrínsecas a ele, representam, na fase de implanta-
ção, o esforço mais relevante, não só pelo volume de recursos
financeiros envolvidos, mas por constituírem-se em fator crítico
para o sucesso da atividade econômica, que se implantará, a par-
tir das infra-estruturas físicas – como a de uso coletivo (para irri-
gação) e a de uso comum (ou social) – instaladas, como no caso
do Projeto Salitre. Além disso, os recursos vêm, via-de-regra, de
um só investidor, que é o governo, independente das fontes de que
ele se utiliza para provê-los.
Fica evidente, portanto, que cabe à Codevasf, como até
aqui tem feito, exercer o Gerenciamento Global Stricto Sensu
(GGS) da implantação da primeira Etapa do Projeto Salitre.
Cumpre a ela:
(i) diligenciar, para que os recursos financeiros com-
plementares sejam alocados às obras físicas (de uso
coletivo, comum e parcelar, dos pequenos irrigantes);
(ii) continuar, mediante contrato com empresas especia-
lizadas, a execução das obras de irrigação de uso
coletivo;
(iii) diligenciar, para que recursos estejam disponíveis para
a infra-estrutura parcelar das pequenas empresas;
(iv) diligenciar, para que recursos sejam alocados ao Dis-
trito e ponha em marcha o sistema de gestão da
O&M desta primeira Etapa;
(v) regular e controlar as atividades dessa entidade ges-
tora da O&M;

69
(vi) articular com outros órgãos e esferas governamen-
tais e diligenciar, para que as obras de uso comum
(sociais) e de apoio sejam realizadas pelo setor pú-
blico (nos três níveis do governo, segundo suas atri-
buições/responsabilidades constitucionais);
(vii) Atrair empreendedores privados, para que estes in-
vistam na infra-estrutura de irrigação de uso parce-
lar e na implantação de sua atividade agrícola sob
irrigação.
Conforme diretriz da Nova Política de Irrigação, o Projeto
não pode ser mais considerado como apenas uma obra de Enge-
nharia, concebida e executada. Deve ser um instrumento vigoroso
de desenvolvimento regional, baseado num “core” turbinador que
é o agronegócio. Dessas formas, torna-se necessária a adoção do
conceito ampliado de gerenciamento, ou seja, o Gerenciamento
Global Ampliado (GGA).
O GGA, na realidade, é uma atividade de coordenação das
interações entre Projeto-obra-suprimento (típico da fase da im-
plantação) e das interações que ocorrem durante e após a fase
construtiva para uma maior rentabilidade do empreendimento.
A Codevasf, como promotora líder do empreendimento,
deverá só ou associada a outras Agências e ou sponsors (como
Banco do Nordeste, BNDES, Banco do Brasil ou agentes priva-
dos), Governo do Estado da Bahia implementar esse novo geren-
ciamento. Após o assentamento, esse gerenciamento poderá ser
realizado pelo Distrito de Irrigação, ou por um comitê dos produto-
res, constituído para essa finalidade.
Esse novo mecanismo de gerenciamento deverá executar
as seguintes atividades, entre outras:
• realizar o gerenciamento global das obras;
• implantar a Plataforma de Informações;
• desenvolver um processo de promoção e marketing;

70
• definir e disponibilizar crédito para os diferentes níveis
de empreendedores;
• coordenar um processo de capacitação gerencial con-
forme sugestão neste documento; e
• atrair empresas privadas para realizarem investimentos
nas atividades de pós-colheita, tanto de processamento,
como, principalmente, de comercialização da produção,
processada ou não.

3.5.2 - Modelo de gestão para etapas posteriores

Para as etapas seguintes do Projeto, ainda que sob as


condições da legislação de irrigação em vigor, devem ser obser-
vadas (sem conflitar com ela) as principais diretrizes da nova Polí-
tica de Irrigação. Neste caso, deve-se considerar que os projetos
de irrigação são integrantes de um agronegócio, com capacidade
de auto-sustentação e que ensejem uma maior participação de
investimentos privados, em sua implantação e desenvolvimento.
Para alcançar tais objetivos, então deve-se utilizar o con-
ceito de Gerenciamento Global Ampliado (GGA), seja pela diver-
sidade e complexidade de ações requeridas, seja pela dificuldade
crescente de realizá-las de forma verticalizada.
Para o desenvolvimento das Etapas subseqüentes do Pro-
jeto Salitre, é imprescindível a liderança da Codevasf, como pro-
motora líder do Projeto. A ela caberá, para cada Etapa, adquirir as
terras e estender a infra-estrutura – mestre ou principal – de for-
necimento de água bruta. Para os pequenos empresários a Code-
vasf deverá atuar como na Etapa 1, ou seja, disponibilizando água
na entrada do lote e dando condições para que eles possam im-
plantar a sua infra-estrutura parcelar. Deverá também se respon-
sabilizar pelo processo e seleção e assentamento, assistência
técnica, entre outras atividades usualmente executadas.
Para os médios empresários, a Codevasf deverá disponibi-
lizar os Estudos e Projetos Básicos, cabendo a eles o Projeto E-
xecutivo e a execução das obras de distribuição de água, a partir
da estrutura principal, no caso da opção do financiamento dessa
71
infra-estrutura ser de responsabilidade dos produtores ou empre-
sas. Deverá disponibilizar a estrutura de eletrificação, estradas e
de apoio social.
Propõe-se que a Codevasf se associe a um sponsor, como
Banco do Nordeste e ou BNDES, Governo do Estado da Bahia,
para desenvolver um Project Finance, para viabilizar a participa-
ção de investidores privados nos investimentos da infra-estrutura
de distribuição de água (a partir da infra-estrutura principal) para
cada média empresa, caso seja esta opção. Deverá também viabi-
lizar a implantação das atividades agrícolas.
O Project Finance poderá ser desenvolvido e implantado
por uma empresa ou grupo de empresas, que executará entre
outras, as seguintes atividades:
- Projeto Executivo a partir de estudos e projetos básicos
disponibilizados pela Codevasf.
- Seleção e assentamento dos médios empresários.
- Definição de recursos financeiros para implementação
completa do empreendimento para a infra-estrutura de
distribuição de água e produção agrícola.
Para facilitar o arranjo proposto, caso a opção descrita seja
a escolhida, a Codevasf poderá rever a distribuição de lotes para
pequenas e médias empresas em cada etapa, porém mantendo a
relação de área para cada tipo. Poderá definir a implantação de
área para as pequenas empresas em área de uma única Etapa.
Poderia, por exemplo, tornar as Etapas 2, 4 e 5 apenas para mé-
dias empresas e a Etapa 3 para pequenas empresas.
Como mostrado anteriormente, esse mecanismo de geren-
ciamento deverá executar várias atividades, entre elas:
• realizar o Gerenciamento Global das obras de infra-
estrutura principal de condução de água, elétrica, estra-
da, estrutura social e da estrutura de distribuição de á-
gua para a etapa reservada às pequenas empresas;

72
• desenvolver um processo específico de promoção e
marketing;
• disponibilizar arranjo de crédito para os diferentes níveis
de investidores;
• coordenar um processo de capacitação gerencial, con-
forme sugestão neste documento; e
• atrair empresas privadas para realizarem investimentos
na infra-estrutura de distribuição de água (a partir da in-
fra-estrutura principal); atividades de pós-colheita, tanto
no processamento, como, principalmente, de comercia-
lização da produção, processada ou não.

3.6 - Serviços de Apoio

Nesta seção, discute-se uma proposta para os serviços de


apoio ao Projeto Salitre, com a visão de uma agricultura voltada
para atender a um mercado cada vez mais exigente em qualidade.
Além disso, busca-se, desde o início, implementar ações para que
a agricultura a ser praticada no Projeto esteja no contexto do a-
gronegócio, o que exigirá um maior nível de profissionalismo na
exploração do empreendimento e, por conseqüência, no gerenci-
amento do Projeto.
Dessa forma, estão-se propondo ações para um gerencia-
mento da produção para os pequenos produtores, capazes de
torná-los mais competitivos no mercado, um monitoramento ambi-
ental capaz de garantir no futuro a ISO-14000 à produção do pe-
rímetro e uma programação de capacitação.

3.6.1 - Gerenciamento das pequenas empresas

As pequenas empresas no Projeto Salitre representam


20% da área irrigável. Para os seus empreendedores (pequenos
produtores, ou empreendedores familiares), o governo (via Code-
vasf) tem relativa responsabilidade no seu processo de assenta-
mento, produção e organização. Na prática, em outros perímetros,
a Codevasf tem aportado recursos para assistência técnica e ex-
73
tensão rural, contratando empresas ou repassando os recursos
para os distritos, recursos estes que a cada ano são em menor
volume e que não raramente têm limitado a qualidade dos servi-
ços. Observou-se também que os pequenos produtores, durante
esse processo, têm sido pouco co-responsabilizados pelos custos
dos serviços. E, da mesma forma, os técnicos ou empresas não
têm co-responsabilidade no produto final, que é a renda adequada
para as famílias.
Para o Salitre, observadas as diretrizes do Novo Modelo de
Irrigação, em que a agricultura irrigada deve ser encarada como
negócio, propõe-se uma mudança com relação às ações do ge-
renciamento para com os pequenos produtores. Trata-se de um
modelo de gerenciamento para os pequenos produtores, com fun-
ções específicas e com ênfase para um público-meta que exige
seleção, aspectos de assistência técnica, organização comercial
de compra e venda etc. adaptadas às escalas econômicas e téc-
nicas do tamanho do empreendimento.
A gerenciadora proposta deverá participar deste processo
de seleção, além de assumir assistência técnica, organização co-
mercial de compra e venda para os produtores, montando um ne-
gócio “comunitário e solidário”, para que as pequenas empresas
alcancem economias de escala idênticas às empresas de porte
médio e grande.
Os seguintes passos devem ser observados:
1. A Codevasf seleciona uma empresa gerenciadora por
meio de licitação, para que esta execute as atividades
de seleção dos pequenos produtores, realize a capaci-
tação inicial, preste assistência técnica, faça a organi-
zação comercial de compra e venda, realize as ações
na área de crédito rural, oriente e acompanhe o desma-
tamento e a implantação da infra-estrutura parcelar, en-
tre outras atividades.
2. No 1º ano a gerenciadora será coordenada pela Code-
vasf; a partir do 2º ano, essa coordenação será efetua-
da pelo Distrito com supervisão da Codevasf.

74
3. A Codevasf garante os recursos necessários para a-
tuação da gerenciadora nos 3 primeiros anos. A partir
do 4º ano, 75%, a partir do 5º ano, 50%, e a partir do
6º ano, 25% dos recursos necessários. O restante se-
rá de responsabilidade dos produtores e da gerenci-
adora. Dessa forma, a Codevasf está garantindo a-
poio aos pequenos produtores, conforme diretriz do
Novo Modelo de Irrigação.
4. A parir do 3º ano, um percentual dos contratos de venda
(no máximo 2%) se destinará a um Fundo a ser admi-
nistrado pelo Distrito, para dar suporte financeiro ao
custo da gerenciadora. A gerenciadora terá interesse na
elevação de venda e na obtenção de melhores preços,
para garantir a sua permanência.
5. Num determinado momento, e havendo interesse dos
produtores, esse gerenciamento poderá ser realizado
pelo Distrito.
6. Os produtores, ao serem selecionados, devem saber do
processo de gerenciamento e da existência do Fundo.
Vários sistemas de gestão comercial poderiam ser imple-
mentados, a partir dessa gerenciadora, baseados em experiências
internacionais, como do Chile, EUA, França, Espanha. À medida
que se elevam as produções e amadurecem as formas de organi-
zações e estas se consolidam, no espaço dos pequenos e mé-
dios, pode-se chegar a um modelo mais avançado em que organi-
zações especializadas assumem funções específicas. Por exem-
plo, com o crescimento da produção, uma organização só proces-
saria e embalaria a produção, desde que a “retaguarda” da produ-
ção estivesse suficientemente organizada. Novas funções poderi-
am ser delegadas a organizações com funções próprias, comple-
mentares e especializadas, como, por exemplo, uma organização
para venda no mercado externo.
Entretanto, no início do processo global de exploração dos
negócios deste público- alvo, a gerenciadora teria tarefas maiores
a serem desempenhadas, por exemplo: a preparação dos produ-
tores, a capacitação e organização da produção – o que represen-
75
ta maior responsabilidade no processo de “montar um negócio”,
partindo de um produtor familiar.
Mais tarde – e esta é a meta fundamental – para ganhar e-
ficiência e escala, a associação entre estas organizações de pro-
dução e comercialização desempenhará papel fundamental para o
sucesso do Projeto. O estabelecimento de formas de confiança
mútua (confiabilidade solidária no negócio, englobando produção
e comercialização) é importante por duas razões: a) melhoram as
condições de arbitragem nas negociações de preços; b) minimi-
zam, por meio da implantação de sistemas de barganha equilibra-
da, o problema da falta de eficiência do sistema judiciário brasilei-
ro, que dificulta a implantação de um regime de contratos capaz
de ser devidamente respeitado.
Nas condições brasileiras de carência de recursos financei-
ros a custos razoáveis e forte concentração de mercado, um re-
quisito fundamental a capacidade de identificar financiamentos –
investidores e capital – e definir compradores e distribuição asse-
gurados. Isto significa, por outras palavras, capacidade de coor-
denação de mercado, gerenciamento do processo de informação,
para fortalecer o poder de barganha dos pequenos empreendedo-
res, assim como demonstrar competência técnica (assistência
técnica e domínio de tecnologia). Coordenação de recursos e
mercado resultam em uma diminuição do risco na atividade de
agricultura irrigada nos pólos de irrigação.
Atualmente, nos projetos públicos de irrigação, os irrigan-
tes (quer pequenos, médios ou grandes) de forma individual ou
por meio de suas organizações (cooperativas, distritos, associa-
ções etc.), desenvolvem, de uma maneira geral, muitas funções
dentro do processo de produção, desde a identificação de oportu-
nidades de mercado, garantia de fornecimento de insumos, até a
viabilização da produção, tornando o processo de decisão com-
plexo e envolvendo maiores riscos, principalmente quando se tra-
balha com produtos hortifrutícolas.
Entretanto, para que os pequenos negócios de irrigação
cresçam, é necessário centralizar as decisões de implementação
das explorações em uma empresa que conheça o mercado, que

76
os produtores façam um programa de produção sob a capacitação
desta empresa, principalmente ao se considerar que os volumes a
serem produzidos e comercializados crescerão com o tempo. Nes-
te caso, será conveniente centralizar as funções iniciais de mon-
tagem dos negócios, evitando-se os riscos de uma produção ato-
mizada e desorganizada. Em seguida, a empresa deverá ser ca-
paz de atrair investidores e compradores.
Muita ênfase tem sido conferida à tecnologia de produção,
mas o traço diferencial do Salitre deve ser o de inovar na organi-
zação de mercado e capacidade de atração de capital. Do contrá-
rio, não poderá competir com os projetos de irrigação já maduros
e organizados. Aproximadamente 65% do volume comercializado
nos pólos de irrigação do Nordeste, têm intermediação, produ-
tor/atacadista, sem formas de “produção programada” – tarefa
importante e inicial da empresa gerenciadora. Interromper essa
característica significa maior ganho para os produtores, notada-
mente os pequenos (que não têm volume, atuando isoladamente).
Isto será possível se o processo de comercialização for realizado
por uma gerenciadora geral, que será substituída mais tarde por
outras formas de organização da produção (cooperativas de pro-
dutores, associações, agroindústrias, empresas especializadas
em comercialização etc.), quando o volume de produção individual
não for suficiente, ou dirigida pelo produtor para a demanda do
mercado; e, principalmente, quando o volume de produção indivi-
dual não for suficiente para suprir a demanda.
A empresa gerenciadora deverá assessorar os produtores
na realização de contratos de venda compromissada (qualidade,
quantidade e condições de preço) entre a organização dos produ-
tores e o comprador final. Paralelamente, é preciso assegurar a
facilitação dos negócios de investimentos, pois o fator mais es-
casso é o capital, mais do que o sistema de organização. A es-
cassez de capital tem sido responsável pelo desperdício do po-
tencial produtivo dos projetos no Brasil.
Além de organizar a capacidade produtiva com a devida
competência para concorrer no mercado, a empresa gerenciadora
no Salitre – como traço diferencial – deverá exercer o processo de
coordenação de mercado.
77
A ênfase é na gestão do processo comercial, o que signifi-
ca concentrar a atenção na descoberta de negócios e transmissão
de sinais de preferência e preços dos mercados finais aos produ-
tores iniciantes para que estes recebam os sinais de mercado
“decodificados”, para produzir o que a demanda exige, na quali-
dade necessária e aos preços do mercado final.
Em seguida, esta empresa deverá concorrer para o desen-
volvimento de um sistema similar ao convencional, com o desen-
volvimento de organizações-líderes, voltadas à comercialização,
com base em um sistema de gestão comercial, seguindo o seguin-
te esquema:

PRODUTOR

Organizações Líderes
• cooperativa
• associações
• agroindústria
• empresas de comercialização, etc.

Atacadista
Supermercado
Mercado externo

Assim, a gerenciadora deverá, também, cuidar: a) da aná-


lise de mercado e de rentabilidade – gestão de oportunidades de
mercado e meta de vendas; b) da disponibilização de recursos e
gestão de investimentos (ou contratar uma gerenciadora especia-
lizada); c) da análise de competitividade dos sistemas de organi-
zação, coordenação e gestão – gestão de contratos; d) de realizar
análise de competitividade, com formulação de uma estratégia
para ampliar e enfrentar a concorrência – gestão de competitivi-
dade; e) de conduzir a gestão de custos com alta eficiência (tudo
ao menor custo possível); f) de promover gestão de qualidade, de
comunicação e informação.

78
3.6.2 - Monitoramento ambiental

O Distrito de Irrigação e os produtores deverão estar aten-


tos também para a crescente exigência por qualidade dos produ-
tos agrícolas, tanto no mercado interno como externo. A tendência
é exigir, cada vez mais, a utilização de selos de origem, com con-
trole de qualidade, e o controle da qualidade ambiental, principal-
mente no mercado externo, onde as preocupações com a manu-
tenção e a melhoria da qualidade do meio ambiente e com a pro-
teção da saúde humana são fatores determinantes da preferência
dos consumidores e da fidelidade aos produtos.
Já existe no Ministério da Agricultura um programa de
premiação de empresas do setor agroindustrial. As empresas
candidatas ao Prêmio da Qualidade na Agricultura serão avaliadas
perante o modelo dos "Primeiros Passos Para a Excelência", da
Fundação Para o Prêmio Nacional da Qualidade, que serve como
referencial para o sistema de gestão da organização e como ins-
trumento de avaliação, indicando o estádio atingido pela organiza-
ção, na busca da excelência. Este é um primeiro passo em dire-
ção ao processo de qualidade total, inclusive ambiental. Nesta
avaliação, os seguintes pontos são observados: qualidade centra-
da no cliente; foco nos resultados; comprometimento da alta dire-
ção; visão de futuro de longo alcance; valorização das pessoas;
responsabilidade social; gestão baseada em fatos e dados; ação
pró-ativa e resposta rápida; e aprendizado contínuo.
Para caminhar na direção da certificação ambiente, deverá
ser implantado, no Projeto Salitre, um Sistema de Gerenciamento
Ambiental, que, observando as diretrizes emanadas do Relatório
de Impacto sobre o Meio Ambiente (Rima), possa monitorar, en-
tre outros, qualidade de água, utilização de defensivos (quanti-
dade e tipo), disposição adequada do lixo (agrotóxico e residen-
cial), além de realizar trabalho educativo voltado para as ques-
tões do meio ambiente.
De acordo com as exigências do Estudo de Impacto Ambi-
ental (EIA)-Rima, a produção irrigada dentro do Projeto Salitre
deve observar as seguintes medidas:

79
1. Para evitar a perda e descaracterização da vegetação local
A perda de vegetação é um impacto inevitável e irreversí-
vel em empreendimentos de grande porte, sobretudo em se tra-
tando de uma obra destinada ao desenvolvimento de atividades
agrícolas. No caso do Projeto Salitre, a área com vegetação natu-
ral a ser desmatada é estimada em 12.210 hectares, o que carac-
teriza um impacto de grande magnitude, pois a perda de vegeta-
ção nessa extensão de área desencadeia vários outros impactos,
como a evasão e a perda de exemplares da fauna, a erosão do
solo e a dispersão de espécies de animais vetores (transmissores)
de doenças.
Recomenda-se que nas áreas limítrofes do empreendimento
seja mantida uma faixa mínima de 10m com vegetação natural, de
modo a reduzir o efeito de borda. Nos limites de cada lote deverão
ser implantadas cercas vivas, com espécies nativas da região.
2. Para reduzir a erosão do solo
No Projeto Salitre, o desmatamento será feito paulatina-
mente, à medida que os setores hidráulicos forem sendo implan-
tados e os respectivos lotes ocupados. Cerca de 80% da área a
ser irrigada será cultivada por empresas que geralmente mantêm
pessoal técnico especializado em seus quadros e que deverão
receber informações, treinamento e instruções sobre práticas de
manejo e conservação do solo adequadas. Os 20% restantes se-
rão destinados a pequenos produtores, que receberão treinamen-
to e assistência técnica.
Entretanto, a experiência leva a considerar que uma parce-
la dos irrigantes poderá não adotar as práticas recomendadas, faci-
litando o aparecimento de focos de erosão em pontos localizados.
Se percebido em tempo hábil, o processo poderá ser facilmente
revertido, e o solo recuperado por meio de técnicas específicas.
− Na fase de implantação, deverá ser feito controle dos
materiais de escavação das áreas de extração de terra,
areia e rocha para as obras civis e das áreas de despe-
jo de restos da obra, evitando que alcancem a rede de
drenagem. Sempre que possível, os materiais extraídos

80
das escavações deverão ser utilizados para a constru-
ção de estradas e aterros. As escavações deverão ser
feitas no período de estiagem, de modo a evitar o
transporte de terra, areia e restos vegetais para a rede
de drenagem.
− Desmatamento em áreas próximas aos riachos e lagoas
deverá ser controlado, para evitar a destruição de áreas
de preservação permanente, que servem para amorte-
cer a velocidade das águas de drenagem e para reter
parte da terra, da areia e dos restos vegetais carrega-
dos pela chuva.
− Na fase de operação, deverá ser promovido o uso in-
tensivo de práticas agrícolas conservacionistas, por
meio do manejo adequado do solo e das culturas, de
forma a reduzir a desagregação do solo e o transporte
de terra, areia e restos vegetais para as partes baixas
do terreno, onde poderão ser facilmente carregados
pela chuva.
− As áreas de extração de terra, areia e rocha para a
construção do empreendimento, de deposição de restos
de obra (entulhos) e outras degradadas pelas obras
deverão ser recuperadas, de acordo com as diretrizes
dos projetos de monitoramento do solo e da vegetação
e da fauna.
3. Para mitigar o efeito do aumento da densidade populacional
sobre a caça
A caça deverá ser proibida em toda área do Projeto, tanto
durante as obras quanto na fase de operação, devendo tal proibi-
ção fazer parte do contrato com a empreiteira. Em pontos estraté-
gicos da área de intervenção, incluindo as de conservação, deve-
rão ser colocadas placas alertando sobre a proibição.

81
4. Para mitigar o efeito do aumento da densidade populacional
sobre a pesca
A pesca deverá ser proibida nos reservatórios e lagoas das
áreas de reserva legal e de contorno da lagoa do Saquinho, a
presença de pessoas que afugentem os animais.
5. Para mitigar a dispersão de espécies de vetores de doenças
A abertura de canais para a condução de água propiciará o
aparecimento ou o aumento de vetores de doenças de veiculação
hídrica, como a esquistossomose, freqüentemente incidente em
perímetros irrigados.
O lixo dos lotes deverá ter uma destinação final adequada,
evitando-se seu acúmulo, geralmente responsável pelo apareci-
mento de várias espécies de vetores de doenças.
6. Para reduzir o impacto sobre a qualidade das águas subterrâ-
neas e superficiais
Em áreas agrícolas, a utilização de pesticidas e de fertili-
zantes químicos acima das quantidades recomendadas provoca
alterações nos parâmetros que refletem a qualidade das águas
subterrâneas e superficiais. Em ambos os casos, os elementos
poluentes se diluem nas águas das chuvas, fluindo com elas para
o lençol freático ou para os rios, riachos e lagoas. Em áreas irriga-
das, a contaminação pode ser agravada pelo uso de água em
excesso, já que a diluição dos poluentes na água é ininterrupta,
não ocorrendo apenas quando chove.
− Para a utilização racional da água, de fertilizantes e de
defensivos agrícolas por cultura, os projetos no Salitre
devem seguir as recomendações da Embrapa e da Em-
presa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA).
− Com o objetivo de garantir a armazenagem adequada
de agrotóxicos, bem como a destinação final de suas
embalagens, em consonância com as leis, as normas e
as técnicas que visam garantir a segurança do traba-
lhador e a preservação ambiente, deverão ser projeta-
dos e construídos, na área do Projeto ou nos centros
82
de serviços, depósitos comunitários de defensivos a-
grícolas, de acordo com as normas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a legislação
estadual e federal.
− O projeto desses depósitos deverá ser incluído nas ativi-
dades do projeto executivo.
− As medidas previstas para reduzir a erosão do solo con-
tribuirão para minimizar este impacto.
7. Para mitigar a introdução de fatores de risco à saúde
Pelo seu porte, pela natureza das alterações ambientais
que provocará e pela capacidade de atração que exercerá sobre
um grande contingente populacional, o Projeto Salitre constituirá
um elemento desencadeador de fatores de risco à saúde pública,
cuja amplitude dependerá das medidas preventivas e de controle
a serem tomadas no âmbito do empreendimento e pelos órgãos
públicos municipais, estaduais e federais. Um dos fatores de
risco são as intoxicações resultantes do uso de defensivos agrí-
colas pelo contato direto e pela ingestão de água ou de alimen-
tos contaminados.
Os depósitos de agrotóxicos e a destinação final de suas
embalagens, previstos no item anterior, contribuirão para minimi-
zar este impacto.
8. Riscos de salinização do solo
Em áreas irrigadas da região semi-árida do Nordeste, tem
sido comum o surgimento de problemas de salinidade. As causas
podem ser assim resumidas: irrigação com volume excessivo de
água, provocando elevação do lençol freático; uso de água com
alta concentração salina; uso indiscriminado e excessivo de fertili-
zantes; e emprego de práticas inadequadas de manejo do solo
pelos irrigantes.
A água a ser utilizada no perímetro irrigado será provenien-
te do rio São Francisco. Embora a classificação das águas desse
rio para irrigação alcance excelentes níveis, normalmente C1S1,
poderá ocorrer quando da sua distribuição ao longo dos canais,
83
uma variação positiva da concentração de sais, em decorrência da
evaporação ao longo do percurso. Em conseqüência, os lotes si-
tuados nas extremidades terminais dos canais ficarão expostos ao
risco de salinização. Este será ainda maior, se a água não for utili-
zada adequadamente.
Por outro lado, em áreas áridas e semi-áridas, em função
das características geológicas dominantes, quando a água infiltra-
da passa por camadas de solo de composição mais salina, os sais
ali existentes são dissolvidos, e a água passa a acusar teores
mais altos de salinidade. Em áreas sob irrigação intensiva, a utili-
zação de fertilizantes químicos acima das quantidades recomen-
dadas e o manejo inadequado da água agravam o problema de
salinidade das águas subterrâneas e, conseqüentemente, aumen-
tam o risco de deposição de sais nas camadas superiores do solo.
Ao longo de todo o período de operação do empreendi-
mento, haverá risco de salinização do solo. Destarte, a assistência
técnica aos agricultores e o monitoramento dos canais de adução,
distribuição e drenagem, bem como do lençol freático, são im-
prescindíveis para evitar que o problema se manifeste.

• Sistema de Gestão Ambiental

Além do atendimento das medidas previstas no Rima, ob-


jeto da seção anterior, outras medidas são necessárias visando,
no futuro, qualificar o Projeto Salitre para a obtenção de certifica-
ção ambiente, de acordo com as normas da série ISO 14000.
Para atingir um desempenho ambiental adequado, é preci-
so o comprometimento do Projeto Salitre com uma abordagem
sistemática e contínua, materializada na implantação de um sis-
tema de gestão ambiente (SGA).
De acordo com as normas da International Standard Orga-
nization (ISO), este sistema deve estar perfeitamente integrado
com o sistema global de gestão do Salitre, permeando as ações
em todas as áreas – operacional, financeira, de qualidade, de sa-
úde ocupacional e educacional do Projeto – e contar com o com-
prometimento da administração superior do Projeto.

84
O SGA do Salitre deve assegurar mecanismos que:
• situem a gestão ambiental entre as mais elevadas prio-
ridades do Projeto;
• mantenham comunicação com as partes interessadas
interna e externa;
• divulguem para o público do Projeto os requisitos legais
aplicáveis (inclusive os recomendados pelo Rima);
• comprometam a administração e os irrigantes na prote-
ção do meio ambiente;
• estimulem o planejamento ambiental ao longo do ciclo
de vida dos produtos e processos envolvidos no projeto
de irrigação;
• estabeleçam metas de desempenho a serem atingidas;
• promovam treinamento para que as metas sejam atingi-
das de forma contínua;
• assegurem processo de avaliação periódica do desem-
penho em relação às metas traçadas;
• mantenham o contínuo aprimoramento onde indicado
pela avaliação.
O SGA deve também estimular os fornecedores e presta-
dores de serviços para o Salitre a estabelecerem seus próprios
sistemas de gestão do meio ambiente.
As normas da ISO podem servir a propósitos distintos i-
gualmente importantes. Em primeiro lugar, a implantação do SGA
é uma precondição para futura obtenção de certificação ambiente.
As normas servem, ainda, ao propósito de orientar o Projeto a
iniciar ou implantar seu SGA. Finalmente, a adoção das normas
pode ajudar nas relações comerciais dos participantes do Projeto.
A escolha entre esses propósitos será, naturalmente, influenciada
pelo grau de maturidade do Projeto.

85
As vantagens do Salitre em implantar, desde o início, um
sistema de gestão do meio ambiente residem na obtenção de be-
nefícios econômicos potenciais dele decorrentes. Entre eles, a
satisfação dos critérios dos investidores, cada vez mais exigentes
nos aspectos ambientes dos produtos e processos. O SGA ofere-
ce evidências transparentes de aplicação da legislação ambiente,
o que tende a facilitar o acesso ao capital, assegurando aos inves-
tidores uma gestão demonstrável do meio.
Por outro lado, pode assegurar a obtenção do seguro a um
custo razoável para os participantes do Projeto.
Habilita, ainda, o Projeto para o atendimento aos critérios
de certificação do vendedor, o que ajuda a atrair empresas agre-
gadoras de valor para os produtos do Projeto, como empresas
âncoras ligadas à comercialização, ao processamento industrial e
à exportação.
Outros benefícios potenciais incluem o fortalecimento da
imagem e a participação no mercado, o aprimoramento do contro-
le de custos, a demonstração de atuação cuidadosa, a facilitação
do processo de obtenção de licenças e autorizações, além de con-
tribuir para melhorar as relações do Projeto com o governo e a
comunidade local.
Um sistema de gestão do meio ambiente possui alguns e-
lementos para sua implementação. Em primeiro lugar, é preciso
haver um comprometimento da alta administração do Projeto. Em
segundo, deve haver um planejamento para perseguir a política
ambiente do Projeto. Finalmente, a implementação requer o de-
senvolvimento de capacitação e os mecanismos de apoio neces-
sários para atender a essa mesma política, seus objetivos e suas
metas ambientes definidas.
O monitoramento é, assim, um instrumento de acompa-
nhamento e de avaliação do desempenho do meio ambiente. Aos
irrigantes é necessário informar os impactos negativos, introduzin-
do práticas adequadas de reciclagem, tratamento, mecanismos de
controle, uso eficiente de recursos, avaliação da qualidade da á-
gua, tratamento e aproveitamento de resíduos e gerenciamento da

86
energia que visem à prevenção e a minimização dos impactos
ambientes.
A gestão do monitoramento do meio ambiente pressupõe,
portanto:
• que haja um planejamento;
• que esse planejamento identifique, a partir do EIA e do
Rima e da legislação, os aspectos ambientes mais
significativos do Projeto;
• que sejam definidos critérios internos de desempenho;
• que sejam traçados objetivos e metas ambientes;
• que sejam definidos plano e programa de gestão;
• que seja instituído um sistema de avaliação contínuo.
A partir desse plano de gestão, o monitoramento ambiente
deverá estabelecer e manter um sistema organizado de comunicar
informações pertinentes aos irrigantes, no tocante aos aspectos
legais, aos requisitos do Rima, aos impactos ambientes mais sig-
nificativos do Projeto, mantendo-os atualizados acerca de altera-
ções nos requisitos legais e de mercado.
A conscientização ambiente como parte do negócio da irri-
gação deve ser assimilada pelos irrigantes como um fator que
agrega valor aos produtos, que ajuda a atrair empresas interessa-
das na comercialização e no processamento e que é fator essen-
cial na abertura e consolidação dos mercados para os produtos do
Projeto. O aspecto ambientes é um diferencial importante a ser
agregado aos produtos do Projeto em um mercado cada vez mais
competitivo.
As normas recomendam a adoção de um sistema, para
medir e monitorar o efetivo desempenho em relação aos objetivos
e metas ambientes do Projeto. É recomendado que a identificação
dos indicadores de desempenho ambiental seja confiável e que
processos adequados sejam utilizados, como: calibragem de ins-

87
trumentos e verificação amostral de equipamentos, entre outros
mecanismos.
Para tanto, o monitoramento deve estabelecer:
• um programa de conscientização;
• um programa de capacitação e treinamento;
• um cronograma de avaliação periódica de desempenho;
• um processo contínuo de aprimoramento dos objetivos
e metas que visem adequar os produtos e serviços aos
requisitos cada vez mais exigentes do mercado na
questão do meio ambiente da saúde humana.
Se, por um lado, as questões ambientes estão tomando
um plano de radicalização que pode prejudicar os projetos volta-
dos à produção de alimentos, por outro, podem beneficiar áreas
de projetos novos. Existem hoje poucas regiões nos países produ-
tores que possuem áreas novas, com um potencial de atender aos
requisitos da demanda. O Salitre, por incorporar uma área onde a
agricultura é pouco desenvolvida, possui condições de tirar provei-
to dos benefícios que o mercado reserva aos produtos oriundos
de regiões e de processos saudáveis do ponto de vista ambiente.
Desde o início do processo de implantação dos lotes e treinamen-
to dos irrigantes, a adoção do SGA poderá transformar-se num
diferencial inestimável para a abertura e conquista de mercados e
atração de investimentos e deve ser salientado no processo de
promoção do empreendimento.

• Etapas da Operacionalização
1. A operacionalização tem como etapa primordial o com-
prometimento da alta administração do Projeto, no caso a
Codevasf, com a importância do Sistema de Gestão Am-
biente, a quem caberá estabelecer a orientação geral.
2. Deverá ser criada a gerência ambiental no distrito, que
será responsável pela SGA, e desenvolverá os objeti-
vos, metas e programas do meio ambiente.

88
3. Caberá às associações gerenciadoras das pequenas
empresas e voltadas à comercialização, identificar as
expectativas dos clientes com relação aos aspectos
do meio ambiente dos produtos e processos inclusive
de embalagens e transmiti-las ao gerente ambiental,
visando assegurar o atendimento das exigências am-
bientes dos clientes.
4. Caberá à gerência ambiente identificar as expectativas
dos fornecedores de insumos e serviços, no tocante aos
aspectos do meio. A eles devem ser transmitidos os re-
quisitos e as exigências dos clientes nacionais e estran-
geiros sobre os produtos do Projeto.
5. Os irrigantes deverão comprometer-se desde o início
com o SGA, cabendo-lhes cumprir os procedimentos
definidos.
6. Os requisitos do Rima, as expectativas dos clientes e os
demais regulamentos do SGA deverão ser informados
repetidas vezes aos irrigantes, por um processo contínuo
de conscientização.
Os aspectos de conscientização e treinamento desempe-
nham um papel-chave na implementação do SGA. É o comprome-
timento individual dos irrigantes e suas famílias, no contexto dos
valores ambientes compartilhados, que faz com que o sistema de
gestão ambiente saia do papel e se transforme em um processo
eficaz, de enorme valia para o Projeto Salitre, e em um diferencial
que poderá construir a partir do diferencial do meio ambiente.
No primeiro momento, a gerência do meio ambiente pode-
rá ser executada pela gerenciadora proposta anteriormente.
Os importantes instrumentos do SGA são a elaboração de
documentos que contenham os procedimentos e controles opera-
cionais eficazes e a descrição dos meios necessários para atingir
os objetivos e metas ambientes. Esses documentos devem definir
as atribuições e responsabilidades de cada um. A referida docu-
mentação deve ser mantida atualizada. As versões atualizadas

89
devem estar disponíveis em todos os locais onde sejam executadas
operações essenciais para o efetivo funcionamento do sistema.
O distrito deverá solicitar a certificação do SGA, que po-
derá ser realizada por algum organismo credenciado pelo Inme-
tro, como:
• ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.
• ABS-QE - Quality Evaluations Inc.
• BRTÜV Avaliações da Qualidade LTDA S/C.
• BVQI do Brasil Sociedade Certificadora Ltda.
• DNV Certificadora Ltda.
• DQS do Brasil S/C Ltda.
• FCAV - Fundação Carlos Alberto Vanzolini.
• IRAM - Instituto Argentino de Normalización.
• LLOYD’S Register Quality Assurance Ltd.
• SGS ICS Certificadora LTDA.
• TECPAR - Instituto de Tecnologia do Paraná.

3.6.3 - Proposta de um programa de capacitação

A implementação de uma agricultura que dê sustentação


econômica e ambiente aos projetos de irrigação, quer pública,
quer privada, implica uma melhoria do nível de educação e profis-
sionalização para se utilizarem, com maior eficácia, todos os in-
sumos e serviços. Assim, torna-se importante que o Projeto Sali-
tre, ao ser implantado, tenha, como um dos instrumentos de apoi-
o, um programa de capacitação em gestão, que seja adaptado às
características regionais, por meio de entidades como Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e Serviço Brasileiro de
Apoio à Micro e Pequena Empresa (SEBRAE), e ofertado aos
vários atores do negócio.

90
Em termos de educação, principalmente do 1º e 2º graus,
os municípios de Petrolina e Juazeiro estão abaixo do padrão es-
perado, uma vez que as empresas necessitam de mão-de-obra
especializada ou em condições de absorver o conhecimento para
o uso das tecnologias preconizadas. Este fato pode-se associar à
necessidade de a família aumentar sua renda, principalmente na
época da colheita. Para contornar a situação, as escolas públicas,
principalmente no meio rural, deveriam adaptar o calendário esco-
lar, considerando as peculiaridades regionais.
Em termos de profissionalização e administração do negó-
cio agroindustrial, para acompanhar as atuais mudanças, as em-
presas necessitam continuamente qualificar os seus dirigentes. A
qualificação do executivo principal, a adoção de técnicas de ges-
tão empresarial, o planejamento e o nível de informatização da
empresa são elementos essenciais à competitividade da empresa.
Por outro lado, os pequenos e médios produtores mantêm-
se à margem dessas atualizações, recebendo informações ape-
nas por meio de palestras e treinamentos na própria região. Para
contornar essa deficiência, algumas entidades como cooperati-
vas, SEBRAE e órgãos governamentais procuram, pela forma-
ção de grupos de produtores, promover visitas técnicas a em-
presas mais avançadas, objetivando induzi-las ao uso de novas
tecnologias de produção.
Em termos de adoção de novas técnicas de gestão, a
maioria dos empresários está sendo conscientizada de sua im-
portância pelo uso de consultorias, treinamentos e participação
em palestras.
Grande parte das empresas desconhecem o principal cli-
ente, ou seja, o consumidor final, uma vez que seus negócios são
realizados por intermediários. Estes, em geral, não têm demons-
trado interesse em passar informações às empresas produtoras.
O programa de capacitação deverá levar em consideração
o tipo de público envolvido, de pequenos irrigantes a empresários,
e conter os seguintes módulos:
(i) Fundamentos de administração e economia

91
Planejamento, acompanhamento, direção e controle da
empresa rural; inserção de suas atividades dentro da política agrí-
cola nacional, política de pesquisa, assistência técnica, armaze-
nagem, política de crédito e financiamento, seguro; importância do
associativismo e coordenação de cadeias; determinação do nível
ótimo de produção, considerando risco e incerteza.
(ii) Contabilidade e análise de projetos
Análise de preços agrícolas; contabilidade rural; cálculo de
custos de produção, formação de preço de venda e análise de
projetos de investimentos agropecuários.
(iii) Estratégias empresariais
Realizar diagnósticos e analisar sistemas de produção; es-
tratégias para contratos; análise de estruturas de projetos (locali-
zação, tamanho, processo tecnológico e escala de produção, ava-
liação econômico-financeira); promoção da qualidade total em sua
empresa agrícola; motivação de pessoal; criação de estratégias
de marketing para seus produtos; usa de fundamentos de logísti-
ca em seu planejamento; capacitação para o uso de alternativas
de minimização de risco por meio de mercados de futuros agríco-
las, de opções e de papéis agrícolas.
Na área de treinamento de crédito rural e financiamento
devem-se assinalar algumas ações estratégicas: treinamento dos
mutuários nas técnicas de administração de suas contas gráficas
(treinamento de como gerir empréstimos); treinamento básico em
administração financeira; treinamento do pessoal de crédito em
assistência técnica em nível de carteira; disseminação de cadernos
de assistência técnica e financeira; treinamento de facilitação de
acesso ao crédito; treinamento de operações de crédito solidário;
treinamento em participação em fundos de desenvolvimento local.
A partir deste trabalho, os participantes terão instrumental
para identificar pontos de estrangulamento em sua cadeia, melho-
rar a competitividade agrícola e econômica dos perímetros, inserin-
do-se de forma eficiente no sistema de mercado. Com a capacita-
ção, os participantes também se tornarão capazes de receber in-
formações do Sistema de Informação de Mercado ora apresentado,

92
analisá-las e tomar decisões gerenciais a partir delas. Em contra-
partida, tornar-se-ão fontes de informação para o mesmo Sistema,
alimentando-o com dados da região produtora na qual atuam.
Na área de capacitação técnica, cabe ainda assinalar:
• Metodologia de formação de associações comunitárias.
• Treinamento em operação e manutenção de perímetros.
• Marketing e processamento de produtos.
• Tecnologia de sanidade vegetal.
• Controle de qualidade.
• Monitoramento ambiental.

93
4 - BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CEAGESP. Preços médios e quantidades mensais de produ-


tos agrícolas comercializados na CEAGESP, no período de
1995 a 1999. São Paulo, 2000.

CEASA (Rio de Janeiro). Preços médios e quantidades men-


sais de produtos agrícolas comercializados na CEASA-RJ,
no período de 1995 a 1999. Rio de Janeiro, 2000.

CODEVASF. Estudos de mercado. Brasília, DF, 1995a. V. 1.

CODEVASF. Estudos de viabilidade técnico-econômica do


Projeto Salitre. Brasília, DF, 1995b. V. A, B, C.

CODEVASF. Projeto básico do Projeto Salitre. Brasília, DF,


1997. V. 1.

CODEVASF. Projeto básico do Projeto Salitre: relatório do pro-


jeto e síntese. Brasília, DF, 1998. V. 1.

MORAES JÚNIOR, A.R. Avaliação econômica do Projeto Jaí-


ba-Etapa 1. Viçosa, MG: UFV, 1997.

94
5 - ANEXOS

5.1 - Descrição Tecnológica das Culturas Aptas ao Salitre

5.1.1 - Cultura da banana-nanica

1 - PREPARO DO SOLO

Efetuar uma aração e uma gradagem.

2 - VARIEDADE

Nanica.

3 - ESPAÇAMENTO DE DENSIDADE

3,0m x 2,5m - 1333 covas/hectare.

4 - ABERTURA DE COVAS

Abrir covas nas dimensões 50 X 50 X 50 cm e sulcar,


marcar e abrir as covas.

5 - ADUBAÇÃO

5.1 - Plantio

Adubar a cova de plantio com 300 g de MAP, 16 g de bó-


rax, 25 g de sulfato de zinco e 15 l de esterco de curral.

5.2 - Adubação de Crescimento e Frutificação

1º ano

A partir de 30 dias após o plantio, usar, mensalmente, 50 g


de uréia alternados com 100 g de sulfato de amônia.
Para a adubação potássica, usar 80 g de cloreto de potás-
sio aos 90, 120, 150 e 180 dias após o plantio, 95 g aos
95
220 e 240 dias e 120 g dos 270 dias em diante, alternando
com sulfato de potássio.
Utilizar, também, 70 g de sulfato de magnésio em uma a-
plicação e 20 l de esterco em duas aplicações.

2º ano em diante

Usar 50 g de uréia alternados com 100 g de sulfato de a-


mônia e 120 g de cloreto de potássio por cova, mensal-
mente, alternando com sulfato de potássio.
Usar, ainda, 300 g de monoamôniofosfato (MAP) em uma
única aplicação anual e 20 litros de esterco em duas apli-
cações (10 l/cova/aplicação).
Com base no acompanhamento dos resultados de análise
de solo e foliar, fazer ajuste das adubações de macro e mi-
cronutrientes.

6 - MUDAS

Adquirir mudas de meristema.


7 - PLANTIO

Plantar 1 muda por cova a uma profundidade de 30 cm.

8 - CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

Manter o bananal livre de plantas daninhas com capinas e


uso de herbicida.

9 - CONTROLE DE PRAGAS

O controle da broca será feito, na cultura instalada, reali-


zando o monitoramento com o uso de 20 iscas não tratadas por
hectare, efetuando a contagem dos insetos entre o 7º. e 14º . dias
após a colocação.
Detectando-se a presença de pelo menos 8-10 brocas, u-
sar, no mínimo, 20 iscas por hectare, tratadas com 4 g do pc Car-
bofuran 5% por isca, substituídas a cada 15-20 dias.
96
As iscas tipo telha são preparadas cortando-se longitudi-
nalmente pedaços de pseudocaules (0,5 m) e tratando a parte
cortada com o defensivo.
A isca tipo “queijo” é uma secção cilíndrica de pseudocaule
de 10-15 cm de altura, superposta à própria base da bananeira
colhida e rebaixada.

10 - CONTROLE DE DOENÇAS

Fazer o monitoramento do Mal de Sigatoka. Caso ocorra


infecção, controlar aplicando óleo mineral (spray oil) na base de
12-15 l/ha. O óleo tem ação preventiva e curativa nas lesões inici-
ais. Em caso de elevada incidência, aplicar 0,4 l do pc de Propico-
nazole 25% + 11,0 litros de spray oil + 5,0 l de água em atomiza-
ção. Monitorar a ocorrência de nematóides.

11 - DESBROTA

Conduzir a touceira deixando mãe, filha e neta.


A filha é deixada aos 6 meses após o plantio e a neta após
a emissão do cacho da planta-mãe.
O excesso de filhotes é retirado periodicamente com o au-
xílio do desbrotador “lurdinha”. A desbrota será feita cortando a
muda rente ao solo e introduzindo-se em seguida a “lurdinha” o
centro do pseudocaule para eliminar a gema apical.
No momento da desbrota, pode-se aplicar 10 g de uréia
no orificio aberto, com a “lurdinha”, para nutrir a planta e evitar a
rebrota.

12 - REBAIXAMENTO

Cortar o pseudocaule ao nível do solo até 40 dias após a


colheita.

97
13 - IRRIGAÇÃO

Aplicar 70% da evapotranspiração potencial (ETP) no perí-


odo de formação e 80% no período de produção. A cultura será
irrigada pelo sistema de microaspersão.

14 - COLHEITA

Para abastecer o mercado local, a banana é colhida no seu


máximo desenvolvimento, estágio gordo ou cheio. Para mercados
distantes, deve ser colhida do estágio ¾gordo.
A colheita é feita por dois operários: o primeiro segura o
cacho pela sua extremidade (lado do coração) enquanto o outro
corta o pedúnculo ou engaço. Nas mais altas, faz-se um corte
transversal no pseudocaule, pouco acima da sua metade e do
mesmo lado do cacho, de modo a promover uma queda suave
possibilitando ao segundo operador aparar o cacho sobre uma
colchonete de espuma, evitando, assim, lesões nas bananas. O
cacho é levado via casa aérea até o packing house para despen-
camento, seleção e embalagem em caixa de madeira para 21 kg
ou de papelão para 19 kg.
Realizar o despencamento rente à raque (eixo do cacho)
com uma espátula de pedreiro encurvada ou com parte da raque
cortada em cunha com faca.
Em geral, a colheita é iniciada 11-12 meses após o plantio.
Espera-se que a cultura seja erradicada a partir do 9º ano.

15 - PRODUTIVIDADE

2º ANO - 55 t/ha
3º ANO - 55 t/ha
4º ANO - 50 t/ha
5º ANO - 45 t/ha
6º ANO - 45 t/ha
7º ANO - 40 t/ha
8º ANO - 30 t/ha

98
TABELA 11
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS
CULTURA: BANANA-NANICA - 1,00 ha
Quantidade / Ano
Especificação Unidade
1º 2º 3º 4º 5º 6º ao 8º
1- MUDAS (meristema) ud 1.380,0
2- FERTILIZANTES
MAP kg 400,0 400,0 300,0 300,0 200,0
Borax kg 22,0 22,0 22,0 22,0 22,0 22,0
Sulfato de amônia kg 800,0 800,0 800,0 800,0 800,0 600,0
Uréia kg 400,0 400,0 400,0 400,0 400,0 300,0
Cloreto de potássio kg 427,0 960,0 960,0 960,0 960,0 750,0
Sulfato de zinco kg 34,0 34,0 34,0 34,0 34,0 34,0
Esterco m3 40,0 26,0
Sulfato de magnésio kg 94,0 94,0 94,0 94,0 94,0 94,0
Sulfato de potássio kg 320,0 960,0 960,0 960,0 960,0 750,0
3- DEFENSIVOS
Óleo mineral l 22,0 44,0 44,0 44,0 44,0 44,0
Propiconazole 25% l 1,2 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4
Herbicida l 4,0
Carbofuran 5% kg 1,0 1,0 1,0 1,0
4- OUTROS INSUMOS
/ SERVIÇOS
Água 1000 m3 12,0 12,0 12,0 12,0 12,0 12,0
Energia vb 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
Outros vb 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
5- OPERAÇÕES
MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 9,0 7,0 7,0 7,0 7,0 7,0
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 75,0 125,0 111,0 111,0 103,0 103,0
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc)

99
TABELA 12
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: BANANA-NANICA - 1,00 ha
Preço Custo / Ano
Especificação Unidade
Unitário R$ 1º 2º 3º 4º 5º 6º ao 8º
1- MUDAS (meristema) ud 0,95 1.311,00
Subtotal 1 1.311,00
2- FERTILIZANTES
MAP kg 0,34 136,00 136,00 102,00 102,00 68,00
Borax kg 1,80 39,60 39,60 39,60 39,60 39,60 39,60
Sulfato de amônia kg 0,39 312,00 312,00 312,00 312,00 312,00 234,00
Uréia kg 0,32 128,00 128,00 128,00 128,00 128,00 96,00
Cloreto de potássio kg 0,40 170,80 384,00 384,00 384,00 384,00 300,00
Sulfato de zinco kg 0,95 32,30 32,30 32,30 32,30 32,30 32,30
Esterco m3 20,00 800,00 520,00
Sulfato de magnésio kg 0,65 61,10 61,10 61,10 61,10 61,10 61,10
Sulfato de potássio kg 0,75 240,00 720,00 720,00 720,00 720,00 562,50
Subtotal 2 1.919,80 2.333,00 1.779,00 1.779,00 1.745,00 1.325,50
3- DEFENSIVOS
Óleo mineral l 1,60 35,20 70,40 70,40 70,40 70,40 70,40
Propiconazole 25% l 70,00 84,00 168,00 168,00 168,00 168,00 168,00
Herbicida l 35,00 140,00
Carbofuran 5% kg 18,00 18,00 18,00 18,00 18,00
Subtotal 3 259,20 238,40 256,40 256,40 256,40 256,40
(continua)
100
TABELA 12
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: BANANA-NANICA - 1,00 ha
(conclusão)
Preço Custo / Ano
Especificação Unidade
Unitário R$ 1º 2º 3º 4º 5º 6º ao 8º
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS
Água 1000 m3 18,00 216,00 216,00 216,00 216,00 216,00 216,00
Energia vb 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00
Outros vb 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00
Subtotal 4 402,00 402,00 402,00 402,00 402,00 402,00
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 18,00 162,00 126,00 126,00 126,00 126,00 126,00
Subtotal 5 162,00 126,00 126,00 126,00 126,00 126,00
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 14,00 1.050,00 1.750,00 1.554,00 1.554,00 1.442,00 1.442,00
Subtotal 6 1.050,00 1.750,00 1.554,00 1.554,00 1.442,00 1.442,00
TOTAL 5.104,00 4.849,40 4.117,40 4.117,40 3.971,40 3.551,90
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: 1/ Preços praticados na região em junho/2000.
2/
Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares.
3/
Preço da água - média utilizada em projetos similares.

101
5.1.2 - Cultura da banana-prata

1 - PREPARO DO SOLO

Efetuar uma aração e uma gradagem.

2 - VARIEDADE

Prata anã.

3 - ESPAÇAMENTO E DENSIDADE

3,0m x 2,5m – 1.333 covas/hectare.

4 - ABERTURA DE COVAS

Abrir covas de 50 x 50 x 50 cm ou sulcar e marcar as covas.

5 - ADUBAÇÃO

5.1 - Plantio

Adubar a cova de plantio com 300 g de MAP, 16 g de bó-


rax, 25 g de sulfato de zinco e 15 l de esterco de curral.

5.2 - Adubação de crescimento e frutificação

1º ano

A partir de 30 dias após o plantio, usar, mensalmente, 50 g


de uréia alternados com 100 g de sulfato de amônia.
Para a adubação potássica, usar 80 g de cloreto de potás-
sio aos 90, 120, 150 e 180 dias após o plantio, 95 g aos
220 e 240 dias e 120 g dos 270 dias em diante, fazendo al-
ternância com sulfato de potássio.
Utilizar, também, 70 g de sulfato de magnésio por cova em
uma aplicação e 20 l de esterco em duas aplicações.

102
2º ano em diante

Usar 50 g de uréia alternados com 100 g de sulfato de a-


mônia e 120 g de cloreto de potássio por cova, mensal-
mente, alternando com sulfato de potássio.
Usar, ainda, 300 g de MAP em uma única aplicação anual
e 20 litros de esterco em duas aplicações (10
l/cova/aplicação).
Com base no acompanhamento dos resultados de análise
de solo e foliar, fazer o ajuste das adubações de macro e
micronutrientes.

6 - MUDAS

Adquirir mudas de meristema.

7 - PLANTIO

Plantar 1 muda por cova a uma profundidade de 30 cm.

8 - CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

Manter o bananal livre de plantas daninhas com capinas e


uso de herbicida.

9 - CONTROLE DE PRAGAS

O controle da broca será feito, na cultura instalada, reali-


zando o monitoramento com o uso de 20 iscas não tratadas por
hectare, efetuando a contagem dos insetos entre o 7º. e 14º . dias
após a colocação.
Detectando-se a presença de mais de 7-8 brocas, usar, no
mínimo, 20 iscas por hectare, tratadas com 4 g do pc de Carbofu-
ran 5% por isca, substituídas a cada 15-20 dias.
As iscas tipo telha são preparadas cortando-se longitudi-
nalmente pedaços de pseudocaules (0,5 m) e tratando a parte
cortada com o defensivo.

103
A isca tipo “queijo” é uma secção cilíndrica de pseudocaule
de 10-15 cm de altura, superposta à própria base da bananeira
colhida e rebaixada.

10 - CONTROLE DE DOENÇAS

Fazer o monitoramento do Mal de Sigatoka. Caso ocorra


infecção, controlar aplicando óleo mineral (spray oil) na base de
12-15 l/ha. O óleo tem ação preventiva e curativa nas lesões inici-
ais. Em caso de elevada incidência, aplicar 0,4 l do pc de Propico-
nazole 25% + 11,0 litros de spray oil + 5,0 l de água em atomiza-
ção. Monitorar a ocorrência de nematóides e programar o controle.

11 - DESBROTA

Conduzir a touceira deixando mãe, filha e neta.


A filha é deixada aos 6 meses após o plantio e a neta após
a emissão do cacho da planta-mãe.
O excesso de filhotes é retirado periodicamente com o au-
xílio do desbrotador “lurdinha”. A desbrota será feita cortando a
muda rente ao solo e introduzindo-se em seguida a “lurdinha” no
centro do pseudocaule para eliminar a gema apical.
No momento da desbrota, pode-se aplicar 10 g de uréia
no orifício aberto, com a “lurdinha”, para nutrir a planta e evitar
a rebrota.

12 - REBAIXAMENTO

Cortar o pseudocaule ao nível do solo 40 dias após a


colheita.

13 - IRRIGAÇÃO

Aplicar 70% da evapotranspiração potencial (ETP) no perí-


odo de formação e 80% no de produção. A cultura será irrigada
pelo sistema de microaspersão.

104
14 - COLHEITA

Para abastecer o mercado local, a banana é colhida no seu


máximo desenvolvimento, estágio gordo ou cheio. Para mercados
distantes, deve ser colhida do estágio ¾gordo.
A colheita é feita por dois operários: o primeiro segura o
cacho pela sua extremidade (lado do coração) enquanto o outro
corta o pedúnculo ou engaço. Nas mais altas, faz-se um corte
transversal no pseudocaule, pouco acima da sua metade e do
mesmo lado do cacho, de modo a promover uma queda suave
possibilitando ao segundo operador aparar o cacho sobre uma
colchonete de espuma evitando, assim, lesões nas bananas. O
cacho é levado via casa aérea até o packing house para despen-
camento, seleção e embalagem em caixa de madeira para 21 kg
ou de papelão para 19 kg.
Realizar o despencamento rente à raque (eixo do cacho)
com uma espátula de pedreiro encurvada ou com parte da raque
cortada em cunha com faca.
Em geral, a colheita é iniciada 11-12 meses após o plantio.
Espera-se que a cultura seja erradicada a partir do 9º ano.

15 - PRODUTIVIDADE

2º ANO - 38 t/ha
3º ANO - 38 t/ha
4º ANO - 32 t/ha
5º ANO - 28 t/ha
6º ANO - 28 t/ha
7º ANO - 26 t/ha
8º ANO - 24 t/há

105
TABELA 13
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: BANANA-PRATA - 1,00 ha
Quantidade / Ano
Especificação Unidade
1º 2º 3º 4º 5º 6º ao 8º
1- MUDAS (meristema) ud 1.380,0
2- FERTILIZANTES
MAP kg 400,0 400,0 200,0 200,0
Borax kg 22,0 27,0 27,0 27,0 27,0 27,0
Sulfato de amônia kg 800,0 800,0 800,0 800,0 600,0 600,0
Uréia kg 400,0 400,0 400,0 400,0 250,0 250,0
Cloreto de potássio kg 427,0 960,0 960,0 960,0 600,0 600,0
Sulfato de zinco kg 34,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0
Esterco m3 40,0 26,0
Sulfato de magnésio kg 94,0 94,0 94,0 94,0 94,0 94,0
Sulfato de potássio kg 320,0 960,0 960,0 960,0 600,0 600,0
3- DEFENSIVOS
Óleo mineral l 22,0 44,0 44,0 44,0 44,0 44,0
Propiconazole 25% l 1,2 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4
Herbicida l 4,0
Carbofuran 5% kg 1,0
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS
Água 1000 m3 12,0 12,0 12,0 12,0 12,0 12,0
Energia vb 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
Outros vb 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
(continua)

106
TABELA 13
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: BANANA-PRATA - 1,00 ha
(conclusão)
Quantidade / Ano
Especificação Unidade
1º 2º 3º 4º 5º 6º ao 8º
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 9,0 7,0 7,0 7,0 7,0 7,0
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 75,0 109,0 88,0 88,0 80,0 76,0
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).

107
TABELA 14
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: BANANA-PRATA - 1,00 ha
Preço R$ Custo / Ano
Especificação Unidade
Unitário 1º 2º 3º 4º 5º 6º ao 8º
1- MUDAS (meristema) ud 0,95 1.311,00
Subtotal 1 1.311,00
2- FERTILIZANTES
MAP kg 0,34 136,00 136,00 68,00 68,00
Borax kg 1,80 39,60 48,60 48,60 48,60 48,60 48,60
Sulfato de amônia kg 0,39 312,00 312,00 312,00 312,00 234,00 234,00
Uréia kg 0,32 128,00 128,00 128,00 128,00 80,00 80,00
Cloreto de potássio kg 0,40 170,80 384,00 384,00 384,00 240,00 240,00
Sulfato de zinco kg 0,95 32,30 38,00 38,00 38,00 38,00 38,00
Esterco m3 20,00 800,00 520,00
Sulfato de magnésio kg 0,65 61,10 61,10 61,10 61,10 61,10 61,10
Sulfato de potássio kg 0,75 240,00 720,00 720,00 720,00 450,00 450,00
Subtotal 2 1.919,80 2.347,70 1.759,70 1.691,70 1.219,70 1.151,70
3- DEFENSIVOS
Óleo mineral l 1,60 35,20 70,40 70,40 70,40 70,40 70,40
Propiconazole 25% l 70,00 84,00 168,00 168,00 168,00 168,00 168,00
Herbicida l 35,00 140,00
Carbofuran 5% kg 18,00 18,00
Sub-total 3 259,20 238,40 256,40 238,40 238,40 238,40
(continua)

108
TABELA 14
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: BANANA-PRATA - 1,00 ha
(conclusão)
Preço R$ Custo / Ano
Especificação Unidade
Unitário 1º 2º 3º 4º 5º 6º ao 8º
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS
Água 1000 m3 18,00 216,00 216,00 216,00 216,00 216,00 216,00
Energia vb 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00
Outros vb 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00
Subtotal 4 416,00 416,00 416,00 416,00 416,00 416,00
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 18,00 162,00 126,00 126,00 126,00 126,00 126,00
Subtotal 5 162,00 126,00 126,00 126,00 126,00 126,00
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 14,00 1.050,00 1.526,00 1.232,00 1.232,00 1.120,00 1.064,00
Subtotal 6 1.050,00 1.526,00 1.232,00 1.232,00 1.120,00 1.064,00
TOTAL 5.118,00 4.654,10 3.790,10 3.704,10 3.120,10 2.996,10
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
1/
NOTA: Preços praticados na região em junho/2000.
2/
Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares.
3/
Preço da água - média utilizada em projetos similares.

109
5.1.3 - Cultura da cebola

1 - PREPARO DO SOLO

Fazer uma aração seguida de grade leve.

2 - CULTIVARES

Amarelas: Texas grano 502, Mercedes ou Serrana – para


semeadura de fevereiro a maio e IPA-4 de a-
gosto a novembro.

Roxa: IPA-10 de abril a julho.

3 - ÉPOCA DE PLANTIO

A melhor época de plantio é entre fevereiro e março, con-


siderando o aspecto de mercado.

4 - SEMEADURA

Realizar a semeadura mecânica no espaçamento de 20


cm e com gasto de 6 kg de semente por hectare.
Em caso de se optar pela cebola transplantada, fazer
sementeira e transplantar as mudas cerca de 35 dias após a
semeadura.

5 - ADUBAÇÃO

Usar 1.200 kg de 6-24-12 por hectare.

6 - ADUBAÇÃO DE COBERTURA

− Adubação Nitrogenada: Do 20º dia após a semeadura


até a 31º , dia efetuar 6 aplicações de sulfato de amônia
na base de 8,0 kg/aplicação. Do 34º dia até o 87º dia,
fazer 12 aplicações de uréia (12 kg/ha/aplicação) alter-

110
nados c/ 12 aplicações de sulfato de amônia
(24/kg/ha/aplicação).

− Adubação Potássica: Do 34º dia após a semeadura


até a 59º , fazer 12 aplicações de 5,6 kg/ha de sulfato de
potássio e do 62º dia até o 87º , fazer 12 aplicações de
6,9 kg/ha.

− Sulfato de Magnésio: Fazer 8 aplicações de 15 kg/ha


do 27º ao 43º dia após a semeadura.

− Micronutrientes: Aplicar 10 kg de acido bórico no 10º e


no 20º dia após a semeadura, 10 kg/ha de sulfato de
zinco no 30º e 37º dia, 4 kg/ha de sulfato de ferro no 32º
dia e 4 kg/ha de sulfato de manganês no 35º dia após a
semeadura.

7 - CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

O controle de invasoras será feito com aplicação de Oxa-


diazon 25% (Classe II) em pré-emergência das ervas daninhas na
base de 2,5 - 3,0 l do pc/ha. Se necessário, aplicar Fluazifop-p-
butil 12,5% (classe II) - 1 l/ha para folhas estreitas em pós emer-
gência, quando as invasoras estiverem com até 4 perfilhos.

8 - CONTROLE DE PRAGAS

O controle de tripes e pulgões será feito com aplicação de


Methamidophos 60% (Classe II - Carência 23 dias) na base de
100 ml do pc/100 l ou Lambdacyhalothrin 5% (Classe II - Carência
10 dias) – 80 a 100 ml do pc/100 l.
A mosca minadora e lagartas das folhas serão controladas
com a aplicação de Deltamethrin 2,5% (Classe II - Carência 2 di-
as) na base de 10 ml do pc/100 l, Methamidophos 60% (Classe II -
Carência 23 dias) - 100 ml do pc/100 l ou Lambdacyhalothrin 80 a
100 ml do pc/100 l.

111
9 - CONTROLE DE DOENÇAS

O controle de alternária será feito com alternância de Man-


cozeb 44,5% (Classe III - Carência 7 dias) na base de 360 ml do
pc/100 l, Iprodione 50% (Classe IV - Carência 14 dias) - 150 ml
do pc/100 l, oxicloreto de cobre 84% (Classe IV - Carência 7 dias)
– 220g do pc/100 l e tebucomazole 20% (Classe III - carência 15
dias) – 90 ml do pc/100 l.
A antracnose e Botrytis serão controladas com Benomyl
50% (Classe IV - Carência 1 dia) – 200 g do pc/100 l.

10 - IRRIGAÇÃO

No início da cultura, até 10-15 dias após a germinação, ir-


rigar com 60% de evapotranspiração (ETP). Desse período, até 40
dias, aplicar 100% da ETP; daí até 75 dias, 110% da ETP até a
colheita 80% da ETP.
A irrigação deverá ocorrer toda vez que o solo atingir 40%
de água disponível consumida.

11 - COLHEITA E CURA

Quando aproximadamente 70% das plantas estiverem ins-


taladas, suspender a irrigação. O arranquio será efetuado uma
semana após. Ao arrancar, cobrir o bulbo de uma planta com as
folhas de outra, evitando incidência direta dos raios solares por 3-
5 dias. Se possível, a cura deve ser complementada em galpões
frescos e arejados.

12 - PREPARO E CLASSIFICAÇÃO

Após a cura, cortar as folhas a 2 cm de distância do bulbo.


Se a produção estiver bem uniforme, classificar em dois ti-
pos, grande e médio. Mas se a produção estiver desuniforme,
classificar em grande, médio e pequeno.

112
13 - EMBALAGEM

Embalar em sacos de malha (polietileno ou polipropileno)


com capacidade para 20 kg.

14 - CICLO E PRODUTIVIDADE

Ciclo: 100 a 120 dias


Produtividade: entre 40 t/ha.

TABELA 15
QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO
CULTURA: CEBOLA
Especificação Unidade Quantidade Preço R$ Total R$
1- SEMENTES kg 6,0 60,00 360,00
Subtotal 1 360,00
2- FERTILIZANTES
Fórmula 6-24-12 kg 1200,0 0,68 816,00
Uréia kg 144,0 0,39 56,16
Ácido bórico kg 20,0 2,50 50,00
Sulfato de amônia kg 336,0 0,42 141,12
Sulfato de zinco kg 20,0 1,30 26,00
Sulfato de magnésio kg 120,0 0,65 78,00
Sulfato de potássio kg 150,0 0,96 144,00
Sulfato de ferro kg 4,0 6,40 25,60
Sulfato de manganês kg 4,0 9,60 38,40
Subtotal 2 1375,28
3- DEFENSIVOS
Benomyl 50% kg 3,0 48,00 144,00
Mancozeb 44,5% l 14,0 9,00 126,00
Iprodione 50% l 2,0 68,80 137,60
Lambdacyhalothrin 5% l 0,5 48,00 24,00
Methiamidophos 60% l 4,0 14,40 57,60
Deltamethrin 2,5% l 1,0 4,00 4,00
Oxicloreto de cobre 84% kg 4,0 7,00 28,00
Espalhante adesivo 20% l 1,0 5,74 5,74
Tebuconazole 20% l 3,0 60,80 182,40
Oxadiazon 25% l 3,0 32,00 96,00
Subtotal 3 805,34
(continua)
113
TABELA 15
QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO
CULTURA: CEBOLA
(conclusão)
Especificação Unidade Quantidade Preço R$ Total R$
4- OUTROS SERVIÇOS / INSUMOS
Água 1000 m3 7,0 18,00 126,00
Energia vb 1,0 77,00 77,00
Outros vb 1,0 709,20 709,20
Subtotal 4 912,20
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 21,5 18,00 387,00
Subtotal 5 387,00
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 191,0 14,00 2674,00
Subtotal 6 2674,00
TOTAL 6513,82
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: 1/ As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).
2/
Preços praticados na região em junho/2000.
3/
Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e ali-
mentares.
4/
Preço da água - média utilizada em projetos similares.

5.1.4 - Cultura do coco

1 - PREPARO DO SOLO

Realizar uma aração e uma gradagem.

2 - CULTIVAR

Cultivar anão.

3 - ÉPOCA DE PLANTIO

O coqueiro pode ser plantado o ano todo, desde que se


disponha de mudas de boa procedência. As mudas devem estar
com mais ou menos 1,0 m de altura e 5 a 7 folhas vivas.

114
4 - ESPAÇAMENTO

7,5m x 7,5m x 7,5m em forma triangular, o que dará 205


covas / ha.

5 - PREPARO DE COVAS

Abrir covas com 80 x 80 x 80 cm, separando a terra de


baixo da de cima. A terra de cima será misturada aos fertilizantes
e adubo orgânico e colocada embaixo da cova.

6 - ADUBAÇÃO

No plantio usar 500 g de MAP juntamente com 20 litros de


adubo orgânico. O sulfato de amônia e o cloreto de potássio de
plantio serão aplicados em 2 parcelas, um mês após o plantio e
três meses após a primeira.
A partir do primeiro ano, todo o fósforo programado será
distribuído de uma só vez e o nitrogênio e o potássio parcelados
para aplicações mensais.
Os fertilizantes de cobertura serão localizados distanciados
0,50 m da estipe e na projeção da copa até o máximo de 1,5 metro.
Aplicar anualmente 40 litros de esterco por cova.
Monitorar o nível de fertilidade do solo para proceder a a-
justamentos nas recomendações feitas.
Na TABELA 16, apresenta-se a recomendação de aduba-
ção do coqueiro.

115
TABELA 16
RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO DO COQUEIRO
Quantidade (g/planta)
Idade
Sulfato de Cloreto de
(anos) MAP
Amônia Potássio
0 (Plantio) 600 500 200
1 1.500 200 600
2 2.800 600 800
3 3.200 600 1.000
4 3.600 1.000 1.400
5 em diante 4.400 1.000 1.600
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.

Aplicar uma vez por ano 15 g de bórax, 15 g de sulfato de


zinco, 10 g de sulfato ferroso, 10 g de sulfato de manganês, dupli-
cando a partir do 3º ano, e 100 g de sulfato de magnésio, por
planta, ajustando em função da análise foliar e de solo.

7 - PLANTIO

Plantar deixando o colo da planta ao nível do solo. Após o


plantio, usar cobertura morta de bagaço de cana ou similar e man-
tê-la durante o ciclo da cultura

8 - CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

Nos dois primeiros anos, usar culturas intercalares, o que


manterá a cultura no limpo. A partir daí, fazer o coroamento e
manter a área roçada. Isto, inclusive, é uma medida de controle de
pragas e doenças.

9 - CONTROLE DE PRAGAS

As pragas do coqueiro deverão ser controladas na medida


em que aparecerem.
− Barata do Coqueiro e Inseto-Rodilha: Triclorfon 50%
(Classe II) - 300 ml do pc/ 100 l de água.

116
− Cochonilha: Dimethoate 40% (Classe I - carência 3 di-
as) - 150 ml do pc/100 l de água.
− Broca do Bulbo: extraí-la do orifício com auxílio de
arame.
− Broca do Olho do Coqueiro: usar iscas com pedaços
de estirpes e eliminar plantas com anel vermelho.
− Ácaros: Tetradifon 8% (Classe III - carência 14 dias) -
300 ml do pc/100 l de água, Abamectina 1,8% (30 ml do
pc) + óleo mineral (250 ml do pc) + 100 l de água, ou al-
ternar Dicofol 16% + Tetradifon 6% 200 ml do pc/100 l
com Quinomethionate 70% 50 g do pc/100 l.
− Lagartas das Folhas: Triclorfon 50% (Classe II) - 300
ml do pc/ 100 l de água.
− Broca da Estirpe do Coqueiro: o tratamento é feito pe-
la inspeção, destruindo as posturas. Plantas muito afe-
tadas devem ser eliminadas.
− Broca do Pendúnculo Floral e Gorgulho de Flores e
Frutos Novos: o controle é feito pela limpeza da copa
na colheita.
− Broca da Ráquis Foliar: eliminar folhas afetadas e
queimá-las.
− Formigas cortadeiras: usar isca granulada. Usar Com-
pact Zinc (10 ml /100 l) e Espalhante adesivo 20% (5 ml
do pc/100 l).

10 - CONTROLE DE DOENÇAS

− Queima das Folhas: pulverizar com Benomyl 50%


(Classe III) - 70 g do pc/100 litros de água.
− Podridão do Colo: o controle é feito com drenagem,
controle de invasoras e espaçamento adequado. Pulve-
rizar a região do colo com Oxicloreto de cobre 58,8%

117
(Classe IV) - 300 g do pc/100 l de água e as áreas vizi-
nhas à planta ajuda no controle.
− Anel Vermelho: erradicar e queimar as plantas doen-
tes. Controlar o inseto vetor Rhynchophorus palmarum.
− Podridão Seca do Olho: controlar o inseto vetor (cigar-
rinha), com Dimethoate 40% (150 ml do pc/100 l) procu-
rando eliminar plantas hospedeiras (gramíneas). Nas
caldas de pulverização, usar Compact Zinc e Espalhan-
te adesivo 20%.

11 - LIMPEZA DA COPA

Após a colheita, eliminar as folhas secas, restos de inflo-


rescência e folhas doentes.
12 - COLHEITA

A colheita se inicia no 3º ano e será feita manualmente,


com auxílio de escadas, quando as plantas atingirem porte maior.

13 - IRRIGAÇÃO

Aplicar 70% da ETP na fase de formação e 80% na de


produção.

14 - PRODUTIVIDADE

- 3º. ano - 6.000 cocos/ ha.


- 4º. ano - 12.500 cocos/ ha.
- 5º. ano - 30.000 cocos/ ha.
- A partir do 6º ano - 50.000 cocos/ ha.

118
TABELA 17
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: COCO - 1,00 ha
Quantidade / Ano
Especificação Unidade
1º . 2º . 3º . 4º . 5º . 6º .
1- MUDAS ud 225,0
2- FERTILIZANTES
MAP kg 143,0 123,0 123,0 205,0 205,0 205,0
Sulfato de amônia kg 430,0 574,0 656,0 738,0 902,0 902,0
Cloreto de potássio kg 164,0 164,0 205,0 290,0 330,0 330,0
Esterco m3 4,1 8,2 8,2 8,2 8,2 8,2
Sulfato de zinco kg 3,0 3,0 6,0 6,0 6,0 6,0
Bórax kg 3,0 3,0 6,0 6,0 6,0 6,0
Sulfato ferroso kg 2,0 2,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Sulfato de magnésio kg 31,0 31,0 31,0 31,0 31,0 31,0
Sulfato de manganês kg 2,0 2,0 4,0 4,0 4,0 4,0
3- DEFENSIVOS
Formicida kg 2,0 2,0
Triclorfon 50% l 0,5 0,5 1,0 1,5 2,0 2,0
Dimethoate 40% l 0,6 1,0 1,0 1,5 2,0 2,0
Benomyl 50% kg 0,2 0,4 1,2 1,5 2,0 3,0
Paraquat 20% l 2,0 3,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Dicofol 16% + Tetradifon 6% l 0,2 0,2 0,4 0,8 0,8 0,8
Óleo Mineral l 0,5 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
Compact Zinc l 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 2,5
Abamectina 1,8% l 0,1 0,2 0,3 0,5 1,0 1,0
Espalhante adesivo 20% l 0,5 0,5 1,0 1,5 2,0 2,0
(continua)
119
TABELA 17
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: COCO - 1,00 ha
(conclusão)
Quantidade / Ano
Especificação Unidade
1º . 2º . 3º . 4º . 5º . 6º .
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS
Água 1000 m3 12,0 12,0 12,0 12,0 12,0 12,0
Energia vb 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 8,5 4,0 3,0 3,0 3,0 3,0
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 39,0 23,0 39,0 51,0 72,0 97,0
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).

120
TABELA 18
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: COCO - 1,00 ha
Preço R$ Custo / Ano
Especificação Unidade
Unitário 1º . 2º . 3º . 4º . 5º . 6º .
1- MUDAS ud 3,00 675,00
Subtotal 1 675,00
2- FERTILIZANTES
MAP kg 0,34 48,62 41,82 41,82 69,70 69,70 69,70
Sulfato de amônia kg 0,39 167,70 223,86 255,84 287,82 351,78 351,78
Cloreto de potássio kg 0,40 65,60 65,60 82,00 116,00 132,00 132,00
Esterco m3 20,00 82,00 164,00 164,00 164,00 164,00 164,00
Sulfato de zinco kg 0,75 2,25 2,25 4,50 4,50 4,50 4,50
Bórax kg 1,80 5,40 5,40 10,80 10,80 10,80 10,80
Sulfato ferroso kg 6,40 12,80 12,80 25,60 25,60 25,60 25,60
Sulfato de magnésio kg 0,65 20,15 20,15 20,15 20,15 20,15 20,15
Sulfato de manganês kg 9,60 19,20 19,20 38,40 38,40 38,40 38,40
Subtotal 2 423,72 555,08 643,11 736,97 816,93 816,93
3- DEFENSIVOS
Formicida kg 5,00 10,00 10,00
Triclorfon 50% l 15,00 7,50 7,50 15,00 22,50 30,00 30,00
Dimethoate 40% l 15,00 9,00 15,00 15,00 22,50 30,00 30,00
Benomyl 50% kg 48,00 9,60 19,20 57,60 72,00 96,00 144,00
Paraquat 20% l 18,00 36,00 54,00 72,00 72,00 72,00 72,00
Dicofol 16% + Tetradifon 6% l 35,00 7,00 7,00 14,00 28,00 28,00 28,00
Óleo mineral l 1,60 0,80 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60
(continua)

121
TABELA 18
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: COCO - 1,00 ha
(conclusão)
Preço R$ Custo / Ano
Especificação Unidade
Unitário 1º . 2º . 3º . 4º . 5º . 6º .
Compact Zinc l 9,50 4,75 9,50 14,25 19,00 23,75 23,75
Abamectina 1,8% l 180,00 18,00 36,00 54,00 90,00 180,00 180,00
Espalhante adesivo 20% l 5,74 2,87 2,87 5,74 8,61 11,48 11,48
Subtotal 3 105,52 162,67 249,19 336,21 472,83 520,83
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS
Água 1000 m3 18,00 216,00 216,00 216,00 216,00 216,00 216,00
Energia vb 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00
Subtotal 4 396,00 396,00 396,00 396,00 396,00 396,00
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 18,00 153,00 72,00 54,00 54,00 54,00 54,00
Subtotal 5 153,00 72,00 54,00 54,00 54,00 54,00
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 14,00 546,00 322,00 546,00 714,00 1.008,00 1.358,00
Subtotal 6 546,00 322,00 546,00 714,00 1.008,00 1.358,00
TOTAL 2.299,24 1.507,75 1.888,30 2.237,18 2.747,76 3.145,76
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
1/
NOTA: Preços praticados na região em junho/2000.
2/
Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares.
3/
Preço da água - média utilizada em projetos similares.

122
5.1.5 - Cultura da goiaba

1 - PREPARO DO SOLO

Fazer uma aração e uma gradagem.

2 - CULTIVARES

Paluma e rica, de polpa vermelha.


As mudas devem ser de estaquia, sadias, bem nutridas, de
bom desenvolvimento e adquiridas de produtores registrados.

3 - ESPAÇAMENTO

Usar espaçamento 8,0 x 6,0 m, o que dará 208 covas/ha.

4 - ABERTURA DE COVAS

Abrir covas de 60 x 60 x 60 cm.


Na abertura de covas, separar a terra de cima da do fundo
e fazer a inversão após a adubação.

5 - ADUBAÇÃO

Monitorar a fertilidade com análise química de solo e foliar


para ajustar as recomendações de adubação feitas.

5.1 - De Plantio

Utilizar, na cova, 200 g de MAP, 20 l de adubo orgânico, 70


g de sulfato de potássio.

5.2 - De Crescimento

Aplicar em cobertura 45 g de uréia por planta, alternando


com 90 g de sulfato de amônia, 60 dias após o plantio, repetindo a
aplicação a cada 60 dias até o início da produção. Usar também
100 g de cloreto de potássio por cova 120 dias após o plantio,

123
repetindo a cada 120 dias até o início da produção, alternando
com sulfato de potássio.
Aplicar 200 g de MAP e 20 l de adubo orgânico.

5.3 - De Manutenção e Produção

A partir do 2º ano, adubar mensalmente com 45 g de clore-


to de potássio, alternando com sulfato de potássio e 40 g de uréia,
alternando com 90g sulfato de amônia, por planta e aplicar, duas
vezes ao ano, 200 g de MAP e 20 l de adubo orgânico por planta,
nas épocas das podas, fazendo ajustes com base no acompa-
nhamento de análise de solo e produção.
Aplicar uma vez por ano 30g de bórax, 30 g de sulfato de
zinco, 25 g de sulfato ferroso, 25 g de sulfato de manganês e 100
g de sulfato de magnésio, por planta, com ajustes em função de
análise foliar e de solo.

6 - TUTORAMENTO

Colocar um tutor em cada planta após o plantio, e amarrá-lo.

7 - CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

Fazer o coroamento das plantas e manter a área roçada ou


utilizar herbicida.

8 - PODA E DESBASTE DE FRUTOS

Conduzir a planta em haste única até a altura de 50-60 cm.


A partir daí, eliminar a gema terminal, deixando 3-4 ramos
para formar a copa. Quando estes ramos estiverem maduros, é
necessário podá-los a 40-50 cm.
Para isso, há dois tipos recomendados:
1º) No final da colheita, poda-se toda a planta, retirando-se
inclusive as folhas, o que facilita o controle fitossanitário.

124
2º)Poda com amarrio. Adota-se o mesmo sistema do item
anterior; no amarrio dos ramos usando-se cordão de
plástico.
Entre a poda de produção e a colheita decorrem 170 dias.
O período de colheita compreende 35 dias.
Nos pomares de goiabeira destinados à produção de frutos
para consumo ao natural, aconselha-se efetuar o raleio dos frutos,
antes de atingirem 2,0 cm de diâmetro.

9 - CONTROLE DE PRAGAS

As pragas que podem atacar a goiabeira são: broca dos


ramos, cochonilhas, gorgulhos, moscas das frutas e algumas la-
gartas de folhas.
− Cochonilhas: Óleo mineral – 1 l / 100 l de água ou Me-
thidathion 40% (Classe II) – 120 ml do pc/100 l de água.
− Gorgulho da goiaba: Coleta e destruição de frutos caí-
dos e pulverizações periódicas quando os frutos estive-
rem ainda verdes, em tamanho tipo azeitona, usando
Triclorfon 50% (Classe II - Carência 7 dias) - 0,3 l do
pc/100 l de água a Carbaryl 48% (Classe II - Carência 7
dias) – 500 ml do pc/100 l.
− Mosca das frutas: Usar iscas, pulverizando parte da
planta com 240 ml do pc de Triclorfon 50% + 5 kg de
açúcar para 100 l de água.
− Psilídio: Usar Methidathion 40% (Classe II- Carência 28
dias) - 100 ml do pc/100 l de água ou Carbaryl 48%
(Classe II) – 500 ml do pc/100 l de água associando a
uma sistêmico: Dimethoate 40% (Classe I - Carência 4
dias) – 190 ml do pc/100 l.
− Coleobroca: Injetar 1 ml de solução de Carbaryl 48%
na concentração 45 ml do pc/500 ml de água.
− Mariposas: Pulverizar à noite com Detamethrin 2,5%
(Classe III) – 75 ml do pc/100 l de água.
125
10 - CONTROLE DE DOENÇAS

A ferrugem poderá ocorrer na época do ano em que a umi-


dade relativa do ar se elevar, mantendo-se alta temperatura.
Ocorrendo, aplicar oxicloreto de cobre 58,8% (Classe IV -
Carência 7 dias) - 300 g do pc/100 l de água ou oxicloreto de co-
bre 30% + Mancozeb 44% (Classe III - Carência 21 dias) – 200 g
do pc/100 l de água, ou Tebuconazole 20% (Classe III - Carência
20 dias) – 50 g do pc/ 100 l de água.
Monitorar a área para verificar a existência de nematóides
e orientar o controle.

11 - IRRIGAÇÃO

Aplicar 70% da ETP no período de formação e 80% no pe-


ríodo de produção.

12 - COLHEITA

A colheita deve ser realizada manualmente, 2-3 vezes por


semana. Os frutos colhidos no ponto ideal completam a matura-
ção 48 a 72 horas após a colheita.
Frutos para transporte a grandes distâncias devem ser co-
lhidos "de vez" e acondicionados em embalagens apropriadas,
especialmente aqueles destinados ao consumo ao natural.

13 - EMBALAGEM E CLASSIFICAÇÃO

Os frutos são embalados em caixas de madeira ou pape-


lão. Há diversas classificações. As mais freqüentes são: 12, 15,
18, 21, 24, 28 e 32 (número de frutos por caixa). O número mé-
dio de frutos por caixa é de 24, com peso bruto de 5,0 kg, vari-
ando o peso líquido de 4,0 a 4,5 kg. Os frutos são embalados em
uma única camada e embrulhados com papel, de preferência
papel manteiga.

126
14 - PRODUTIVIDADE

Em média, a produtividade esperada é de:

- 2º.ano : 8 t/ha
- 3º. ano : 20 t/ha
- 4º. ano : 30 t/ha

TABELA 19
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS
CULTURA: GOIABA - 1,00 ha
Quantidade / Ano
Especificação Unidade
1º. 2º. 3º. 4º.
1- MUDAS ud 230,0
2- FERTILIZANTES
MAP kg 84,0 84,0 84,0 84,0
Uréia kg 28,0 50,0 50,0 50,0
Cloreto de potássio kg 42,0 56,0 56,0 56,0
Sulfato de potássio kg 21,0 56,0 56,0 56,0
Esterco m3 8,4 8,4 8,4 8,4
Sulfato de amônia l 56,0 100,0 100,0 100,0
Bórax kg 6,2 6,5 7,0 7,0
Sulfato de zinco kg 6,2 6,5 7,0 7,0
Sulfato de magnésio kg 21,0 25,0 25,0 25,0
Sulfato ferroso kg 5,2 5,5 6,0 6,0
Sulfato de manganês kg 5,2 5,5 6,0 6,0
3- DEFENSIVOS
Carbaryl 48% l 1,0 3,0 6,0 12,0
Óleo mineral l 1,0 1,0 1,0 1,0
Maneb 80% kg 1,0 2,0 4,0 4,0
Oxicloreto de cobre 58,8% kg 2,0 4,0 5,0 5,0
Deltamethrin 2,5% l 1,0 2,0 2,0 2,0
Triclorfon 50% l 1,0 4,0 4,0 4,0
Espalhante adesivo l 1,0 2,0 2,0 2,0
Methidathion 40% l 1,0 2,0 2,0 2,0
Isca - Clorpirifós 0,45% kg 3,0 3,0 3,0 3,0
Paraquat 20% l 1,0 1,0 2,0 3,0
Dimethoate 40% l 0,5 1,0 1,0 1,0
4- OUTROS INSUMOS /
SERVIÇOS
Água 1000 m3 11,0 11,0 11,0 11,0
Energia vb 1,0 1,0 1,0 1,0
Outros vb 1152,00 3493,00 5220,00
(continua)
127
TABELA 19
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS
CULTURA: GOIABA - 1,00 ha
(conclusão)
Quantidade / Ano
Especificação Unidade
1º. 2º. 3º. 4º.
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas Htr 7,5 9,0 11,0 13,0
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra Dh 61,0 102,5 332,0 433,0
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).

128
TABELA 20
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: GOIABA - 1,00 ha
Preço Uni- Custo / Ano
Especificação Unidade
tário R$ 1º . 2º . 3º . 4º .
1- MUDAS ud 2,20 506,00
Subtotal 1 506,00
2- FERTILIZANTES
MAP kg 0,34 28,56 28,56 28,56 28,56
Uréia kg 0,39 10,92 19,50 19,50 19,50
Cloreto de potássio kg 0,46 19,32 25,76 25,76 25,76
Sulfato de potássio kg 0,96 20,16 53,76 53,76 53,76
Esterco m3 20,00 168,00 168,00 168,00 168,00
Sulfato de amônia l 0,42 23,52 42,00 42,00 42,00
Bórax kg 1,80 11,16 11,70 12,60 12,60
Sulfato de zinco kg 1,30 8,06 8,45 9,10 9,10
Sulfato de magnésio kg 0,65 13,65 16,25 16,25 16,25
Sulfato ferroso kg 6,40 33,28 35,20 38,40 38,40
Sulfato de manganês kg 9,60 49,92 52,80 57,60 57,60
Subtotal 2 386,55 461,98 471,53 471,53
3- DEFENSIVOS
Carbaryl 48% l 13,40 13,40 40,20 80,40 160,80
Óleo mineral l 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60
Maneb 80% kg 14,00 14,00 28,00 56,00 56,00
Oxicloreto de cobre 58,8% kg 7,40 14,80 29,60 37,00 37,00
Deltamethrin 2,5% l 40,00 40,00 80,00 80,00 80,00
Triclorfon 50% l 15,00 15,00 60,00 60,00 60,00
(continua)
129
TABELA 20
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: GOIABA - 1,00 ha
(conclusão)
Preço Uni- Custo / Ano
Especificação Unidade
tário R$ 1º . 2º . 3º . 4º .
Espalhante adesivo l 8,00 8,00 16,00 16,00 16,00
Methidathion 40% l 28,00 28,00 56,00 56,00 56,00
Isca - Clorpirifós 0,45% kg 5,00 15,00 15,00 15,00 15,00
Paraquat 20% l 22,00 22,00 22,00 44,00 66,00
Dimethoate 40% l 15,00 7,50 15,00 15,00 15,00
Subtotal 3 179,30 363,40 461,00 563,40
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS
Água 1000 m3 18,00 198,00 198,00 198,00 198,00
Energia vb 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00
Outros vb 1,00 1152,00 3493,00 5220,00
Subtotal 4 378,00 1530,00 3871,00 5598,00
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 18,00 135,00 162,00 198,00 234,00
Subtotal 5 135,00 162,00 198,00 234,00
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 14,00 854,00 1435,00 4648,00 6062,00
Subtotal 6 854,00 1435,00 4648,00 6062,00
TOTAL 2438,85 3952,38 9649,53 12928,93
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
1/
NOTA: Preços praticados na região em junho/2000.
2/
Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares.
3/
Preço da água - média utilizada em projetos similares.
130
5.1.6 - Cultura do mamão
1 - PREPARO DO SOLO

Fazer uma aração e uma gradagem.

2 - CULTIVARES

Sunrise Solo, conhecida como “Hawaí”, “Papaya” ou


“Amazonas”.

3 - FORMAÇÃO DE MUDAS

− Local da semeadura
As mudas serão formadas em sacos plásticos apropria-
dos de 12 x 20 x 0,6 cm, com furos do meio para a base.
Encher os sacos plásticos com mistura de 45 l de terra
de superfície, 5 l de esterco, 40 g de MAP e 50 g de clo-
reto de potássio para cada 50 l da mistura.
− Semeadura
Plantar 3 sementes espaçadas de 3-4 cm, a 2 cm de
profundidade. Os sacos são dispostos em canteiros de
1,20 m de largura e comprimento variável.
Após a semeadura, cobrir com folha de arroz, capim, fo-
lha de coqueiro ou outro tipo de cobertura.
A germinação ocorrerá 1-2,5 semanas após a semeadu-
ra, conforme a época do ano.
− Controle de doenças e pragas
Para evitar doenças na formação das mudas, tomar as
seguintes providências:
• Pulverizar o colo das plantinhas recém-nascidas com
Metalaxil 8% + Mancozeb 64% (Classe III) -300 g
do pc/100 l de água quando aparecer sintomas de
tombamento, alternando com Benomyl 50% e
PCNB 75%.

131
• Verificar periodicamente as mudas, para identificar a
presença de pragas. Lagartas são controladas com
Carbaryl 48% (Classe II) - 200 ml do pc /100 l de água.
− Desbaste
Realizar o desbaste 6-8 dias após a germinação, dei-
xando uma muda por saco.
Replantar, nos recipientes, as mudas desbastadas que
não germinaram.
− Aclimatação de mudas
Retirar aos poucos cobertura dos canteiros, até que, na
quinta semana após a germinação, não exista mais co-
bertura.

4 - ESPAÇAMENTO

3,0 x 1,8 m, o que corresponde a 1850 plantas por hectare.

5 - ABERTURA DE COVAS

Abrir covas de 40 x 40 x 40 cm ou sulcar a uma profundi-


dade de 40 cm.
Na abertura de covas, separe a terra de cima da terra de
baixo. A terra de cima será misturada ao esterco e aos fertilizantes
de plantio e colocada no fundo da cova.
Manter a cova úmida no mínimo por 15 dias antes do
plantio.

6 - ADUBAÇÃO DE PLANTIO

No plantio usar, por cova, 150 g de MAP + 60 g de sulfato


de potássio + 5 g de bórax (17%) + 10 l esterco curtido.
Construir um montículo com 15 cm acima do nível do solo
para evitar empoçamento e prejudicar a muda.

132
7 - PLANTIO

Retirar o saco plástico e efetuar o plantio, deixando o colo


da muda acima do nível do terreno. Irrigar logo após o plantio.
Plantar três mudas por cova, distanciadas 20 cm uma da
outra, com a finalidade de garantir o maior número de plantas
hermafroditas.

8 - ADUBAÇÃO DE COBERTURA

Do 1º ao 6º mês após o plantio, localizar o adubo em faixa de


30 a 60 cm em torno do caule e, a partir do 7º mês, de 30 a 90 cm.

1º ano
Aplicar 60 g de sulfato de amônia + 30 g de sulfato de po-
tássio por cova nos meses 1,3,5,7,9 e 11 após o plantio e 40 g de
sulfato de amônia + 20 de MAP + 20 g de cloreto de potássio nos
meses 2,4,6,8,10 e 12 após o plantio. O sulfato de amônia poderá
ser alternado com uréia.
No início do 2º ano usar, ainda, 10 l de esterco por cova.
2º ano
Aplicar 60 g de sulfato de amônia e 40 g de sulfato de po-
tássio por cova nos meses 13, 14, 16, 17, 19, 20, 22 e 23 após o
plantio e 35 g sulfato de amônia, 25 g de cloreto de potássio e 20
g de MAP nos meses 15, 18, 21 e 24 após o plantio.
Em meados do 1º e início do 2º ano em cobertura aplicar
10 g de bórax, 10 g de sulfato de zinco, 5 g de sulfato ferroso, 5 g
de sulfato de manganês e 80 g de sulfato de magnésio.
9 - DESBROTA E DESBASTE DE PLANTAS

Eliminar os brotos laterais que se inserem nas axilas das


folhas, iniciando-se 30 dias após o transplantio e repetir quando
necessário.

133
Três a quatro meses após o plantio das mudas, eliminar as
plantas femininas, observando as flores, deixando apenas um
hermafrodita por cova.

10 - CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

Manter a cultura limpa com capinas em torno do caule ou


nas linhas. Nas ruas de 4 metros usar Paraquat 20% - 1 a 2 l do
pc/ha pós-emergência, sem atingir o mamoeiro. Adicionar espa-
lhante adesivo.

11 - CONTROLE DE PRAGAS

A praga mais séria do mamoeiro é o ácaro. O ácaro


branco parasita as folhas novas provocando a morte da gema
apical, Os ácaros vermelho, mexicano e rajado parasitam as
folhas mais velhas.
Recomenda-se o uso de Dicofol 16% + tetradifon 6%
(Classe II-carência 14 dias) na base de 200 ml do pc/100 l de á-
gua e Abamectina 1,8% (Classe III - Carência 7 dias) - 30 ml do
pc/100 l de água.
Os pulgões serão controlados com Deltamethrin 2,5%
(Classe III - carência 14 dias) - 30 ml do pc/100 l.
Quando ocorrer a mosca dos frutos, recomenda-se o moni-
toramento com isca atrativa (açúcar 7,5% + 2 ml do pc de Triclor-
fon 50% por litro de solução).

12 - CONTROLE DE DOENÇAS

− Antracnose: Thiophanate methil 14% + Chlorothalonil


35% (Classe III - Carência 14 dias) - 250 g do pc/100 l e
Maneb 80% (Classe III - Carência 14 dias) - 100 g do
pc/100 l de água.
− Varíola ou Pinta Preta: Thiophanate methil 14% + C-
hlorothalonil 35% - 250 g do pc/100 l e oxicloreto de co-

134
bre 84% (Classe IV - Carência 7 dias) - 200 g do pc/100
l de água.
− Mosaico do Mamoeiro: Controlar pulgões vetores e e-
liminar plantas hospedeiras. Evitar o plantio de mamoei-
ro perto de cucurbitáceas. Eliminar as plantas infecta-
das pelo mosaico.
− Oídio: Fanarimol 12% (Classe II - carência 14 dias) – 20
ml do pc/ 100 l de água.
− Fitóftora: Fosethil-al 80% (Classe IV - carência 25 di-
as) 250g do pc/100 l de água, podendo ser usado o
fosfito que, apesar de ser um fertilizante foliar, contro-
la a fitóftora.

13 - IRRIGAÇÃO

Aplicar 80% da evapotranspiração potencial (ETP).

14 - DESFRUTE OU RALEIO

Quatro a cinco meses após o plantio, iniciar a eliminação


de frutos defeituosos, quando ainda verdes e pequenos, e a-
queles que estiverem na mesma axila, deixando um por axila, o
mais desenvolvido.

15 - COLHEITA E EMBALAGEM

A colheita inicia-se 8 - 9 meses após o transplantio ou 5-6


meses após a fecundação da flor.
Os frutos são colhidos quando 1/3 da casca apresenta to-
nalidade amarelada.
Os mamões do grupo solo são classificados pelo tamanho,
formato e grau de maturação, embalados em papel impermeável e
transportados em caixas de madeira (40,5 X 30,0 X 15,0 cm) com
peso líquido de 6,5 a 7,5 kg.

135
16 - PRODUTIVIDADE E CICLO DA CULTURA

1º. ano - 15 t/ha.


2º. ano - 60 t/ha.
3º. ano - 18 t/ha.
O ciclo da cultura é de 30 meses. A partir daí, a produtivi-
dade é muito baixa.
TABELA 21
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS
CULTURA:MAMÃO - 1,00 ha
Quantidade / Ano
Especificação Unidade
1º . 2º . 3º .
1- SEMENTE kg 0,3
2- FERTILIZANTES
MAP kg 504,0 148,0
Sulfato de amônia kg 1.110,0 1.150,0
Bórax kg 28,0 14,0
Sulfato de potássio kg 444,0 592,0
Cloreto de potássio kg 222,0 185,0
Esterco m3 19,0 18,0
Sulfato de zinco kg 37,0 37,0
Sulfato de manganês kg 10,0 10,0
Sulfato ferroso kg 10,0 10,0
Sulfato de magnésio kg 148,0 148,0
3- DEFENSIVOS
Fosethyl-al 80% kg 1,5 1,5
Thiophanate methyl l 10,0 12,0 4,0
20%+Chlorothalonil 50%
Deltamethrin 2,5% l 1,0 2,0 0,5
carbaryl 48% l 1,0
Metalaxyl 8% + mancozeb 64% kg 0,5
Dicofol 16% + Tetradifon 6% l 7,0 6,0 2,0
Espalhante adesivo l 1,0 2,0 1,0
Paraquat 20% l 2,0 4,0 2,0
Fanarimol 12% l 0,7 0,7 0,3
Abamectina 1,8% l 1,0 1,0 0,4
(continua)

136
TABELA 21
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS
CULTURA:MAMÃO - 1,00 ha
(conclusão)
Quantidade / Ano
Especificação Unidade
1º . 2º . 3º .
Maneb 80% kg 1,0 3,0 1,0
Oxicloreto de cobre 84% kg 4,0 5,0 3,0
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS
Água 1000 m3 12,0 12,0 6,0
Energia vb 1,0 1,0 1,0
Outros vb 770,00 2942,50 882,50
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 16,5 25,0 8,0
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 99,2 111,0 40,5
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA.: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).

TABELA 22
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO
CULTURA:MAMÃO - 1,00 ha
Preço Unitário
Especificação Unidade
R$ 1º. 2º 3º
1- SEMENTE kg 720,00 216,00
Subtotal 1 216,00
2- FERTILIZANTES
MAP kg 0,34 171,36 50,32
Sulfato de amônia kg 0,39 432,90 448,50
Bórax kg 1,80 50,40 25,20
Sulfato de potássio kg 0,75 333,00 444,00
Cloreto de potássio kg 0,40 88,80 74,00
Esterco m3 20,00 380,00 360,00
Sulfato de zinco kg 0,75 27,75 27,75
Sulfato de manganês kg 9,60 96,00 96,00
Sulfato ferroso kg 6,40 64,00 64,00
Sulfato de magnésio kg 0,65 96,20 96,20
Subtotal 2 1456,46 1402,02
(continua)

137
TABELA 22
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO
CULTURA:MAMÃO - 1,00 ha
(conclusão)
Preço Unitário
Especificação Unidade
R$ 1º. 2º 3º
3- DEFENSIVOS
Fosethyl-al 80% kg 38,70 58,05 58,05
Thiophanate methyl
20%+Chlorothalonil 50% l 35,00 350,00 420,00 140,00
Deltamethrin 2,5% l 40,00 40,00 80,00 20,00
carbaryl 48% 13,40 13,40
Metalaxyl 8% + mancozeb 64% kg 60,00 30,00
Dicofol 16% + Tetradifon 6% l 22,00 154,00 132,00 44,00
Espalhante adesivo l 8,00 8,00 16,00 8,00
Paraquat 20% l 18,00 36,00 72,00 36,00
Fanarimol 12% l 122,00 85,40 85,40 36,60
Abamectina 1,8% l 180,00 180,00 180,00 72,00
Maneb 80% kg 14,00 14,00 42,00 14,00
Oxicloreto de cobre 84% kg 8,50 34,00 42,50 25,50
Subtotal 3 954,85 1043,45 356,60
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS
Água 1000 m3 18,00 216,00 216,00 108,00
Energia vb 180,00 180,00 180,00 180,00
Outros vb 1,00 770,00 2942,50 882,50
Subtotal 4 1166,00 3338,50 1170,50
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 18,00 297,00 450,00 144,00
Subtotal 5 297,00 450,00 144,00
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 14,00 1388,80 1554,00 567,00
Subtotal 6 1388,80 1554,00 567,00
TOTAL 5479,11 7787,97 2238,10
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: 1/ Preços praticados na região em junho/2000.
2/
Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e ali-
mentares.
3/
Preço da água - média utilizada em projetos similares.

138
5.1.7 - Cultura da manga
1 - PREPARO DO SOLO

Fazer uma aração e uma gradagem.

2 - CULTIVARES

Tommy Atkins e Haden.


3 - ESPAÇAMENTO E DENSIDADE

8 m x 8 m, o que corresponde a 156 plantas/hectare..

4 - ABERTURA DE COVAS

Abrir as covas com 50 X 50 X 50 cm. Separar os primeiros


20 cm de terra da superfície do solo. Colocar os adubos de planti-
o, com exceção do cloreto de potássio, no fundo da cova e mistu-
rar com os 20 cm de terra da superfície. Colocar mais 30 cm de
terra, misturando-a com cloreto de potássio. Irrigar em seguida.
Manter a cova úmida por, no mínimo, 15 dias antes do plantio.

5 - ADUBAÇÃO DE PLANTIO

Adubar cada cova com:


− 10 l de esterco de curral curtido;
− 20 g sulfato de zinco;
− MAP: 40 g, 150 g ou 250 g, conforme o teor de P no
solo seja alto, médio ou baixo;
− sulfato de potássio: 20 g, 60 g ou 100 g, conforme o teor
de K no solo seja alto, médio ou baixo.
Esta recomendação deverá ser ajustada conforme resulta-
do de análise de solo de cada parcela.

139
6 - PLANTIO

Irrigar abundantemente as covas na véspera do plantio.


Colocar a muda no centro da cova, de modo que o colo da planta
fique no nível do solo. Fazer o alinhamento com as outras mudas.
Pressionar a terra da cova junto ao torrão da muda. Irrigar no
mesmo dia.

7 - COBERTURA MORTA

Construir uma “bacia” em volta da cova de plantio, com


raio de um metro; após o 1º ano o raio será de 1,5 metro dentro
da bacia, colocar uma camada de 10 cm de restos de cultura pi-
cados, deixando os primeiros 20 cm em torno da planta sem esta
palhada. Repor a cobertura à medida que a decomposição ocor-
rer, para que o solo fique permanentemente protegido

8 - TUTORAMENTO

Usar um tutor logo após o plantio para evitar ação do vento.

9 - ADUBAÇÃO DE COBERTURA

1º ANO
Decorridos 60 dias após o plantio aplicar 20 g de uréia, al-
ternando com sulfato de amônia (40g), + 10 g de Cloreto de Po-
tássio por planta. Repetir esta aplicação mensalmente, até o 12º
mês após o plantio. A primeira aplicação (aos 60 dias) deverá ser
feita em torno da planta, em uma faixa entre 30 a 40 cm afastada
20 cm do caule da planta. Nas demais aplicações a faixa de apli-
cação será de 40 a 50 cm afastada 20 cm do caule da planta.
Após 4 meses do plantio, pulverizar as plantas com fertili-
zante foliar contendo zinco, manganês, magnésio, ferro e boro
quelatizados, na base de 200 - 250 ml/100 l de água.
Decorridos 6 meses do plantio, adubar com 10 l de esterco
de gado curtido.

140
2º ANO até o inicio da produção
Esterco: 20 l a cada 6 meses, manter a cobertura morta em
um raio de 1,5 metros.
Uréia: Aplicar 20 gramas/planta/mês, alternando com sulfa-
to de amônia.
Sulfato de zinco: 20 g/planta/ano.
Aos 18 meses, após o plantio, pulverizar as plantas (1,5
l/planta) com fertilizante foliar quelatizado contendo zinco, boro,
ferro, manganês e magnésio.
Para adubação anual básica de fósforo, recomenda-se
600g, 400g e 300g de MAP por cova, respectivamente, para níveis
de fósforo baixo, médio e alto no solo.
Para adubação de potássio, recomenda-se 450g, 350g e
250g de sulfato de potássio, respectivamente, para níveis de po-
tássio baixo, médio e alto no solo.
Fazer as análises de solo e foliar 1 vez por ano para ajus-
tar a recomendação.

10 - ADUBAÇÃO DE PRODUÇÃO

Para a adubação anual básica de produção de fósforo, re-


comenda-se 300 g, 400 g e 600 g de MAP conforme os níveis de
fósforo no solo, respectivamente, alto, médio e baixo; para potás-
sio, 280 g, 350 g e 450 g de sulfato de potássio conforme os ní-
veis alto, médio e baixo de potássio no solo.
Na fase de pós-chumbinho usar 250g de sulfato de amô-
nia, na fase de azeitona, 200g de cloreto de potássio mais 150g
de sulfato de magnésio, na fase “limão”; 250g de cloreto de
potássio, 150 de sulfato de magnésio e 150g de sulfato de a-
mônia. Esta adubação será feita a lanço sob a palhada num
raio de 1,50m do tronco.
Na pré-maturação, 300g de cloreto de potássio por planta
sob a palhada.

141
Com o acompanhamento de análise de solo, foliar e pro-
dução, fazer ajustes nas adubações dos anos seguintes.
Duas vezes por ano, pulverizar as plantas com fertilizante
quelotizado que contenha zinco, boro, magnésio, manganês e
ferro na base de 250ml/100 l, conforme formulação do fabricante.

11 - CONTROLE DE ERVAS DANINHAS

No 1 º ano, manter as plantas sempre capinadas com en-


xada nos primeiros 80 cm em torno do caule (coroamento). Após o
1º ano, manter capinados 1,5 m em torno do caule.
No restante da área, aplicar Paraquat 20% (2 l do pc/ha) +
Espalhante adesivo 20% (250 ml do pc/ 100 l de água).
No período chuvoso, roçar nas entrelinhas e aplicar o her-
bicida no restante da área.

12 - PODAS

12.1 - Poda de formação

Deverão ser deixadas, de forma eqüidistante, 3 brotos vi-


gorosos e sadios no ramo principal. Eliminar todas as outras bro-
tações surgidas no caule. Em cada uma das 3 brotações deixar
outras 3 brotações, eliminando as demais (total 9 brotos). Reali-
zar, da mesma forma, mais 2 podas de formação, deixando 3 bro-
tações em cada uma das 3 brotações que ficaram na última poda.

12.2 - Podas de aeração e limpeza

Eliminar 1 vez por ano os ramos doentes, os que estiverem


em contato com o solo, o excesso daqueles no interior da copa, os
do topo no centro da copa e os verticais.
Eliminar os restos de panículas logo após a colheita.
A partir do 5 º ano, podar anualmente para manter o tama-
nho da copa.

142
Distribuir a copa da planta de modo que receba raios sola-
res bem distribuídos, visando melhor sanidade e coloração uni-
forme dos frutos (climatização).

13 - INDUÇÃO FLORAL

Trinta dias antes da colheita, com base na análise de solo,


fazer a adubação com fósforo (MAP). Após a colheita, fazer a as-
sepsia (eliminação de restos florais, ramos secos, mal posiciona-
dos etc.) e a pulverização à base de enxofre pó malhável
(250g/100 l) mais nitrato de cálcio ou de potássio a 2%.
Passados 8 dias, aplica-se um acaricida mais nitrato de
cálcio ou potássio a 2%. Na semana seguinte, aplica-se Benomyl
50% (80g/100 l) mais nitrato de cálcio ou potássio a 1,5% e a-
guarda-se a brotação, que ocorrerá cerca de 30 a 35 dias após.
Ocorrida a brotação (fluxos de 25 a 30 cm de crescimento), verifi-
ca-se a possibilidade de aplicar o Paclobutrazol. Será aplicado da
seguinte maneira:
Diluir o produto (1,5 a 3 ml do pa) em 1 litro de água e apli-
car em 8 furos de 25 cm de profundidade bem distribuídos, previ-
amente umidecidos, na região de raízes efetivas , ou seja, de 0,2
a 1,5 m do tronco.
Usa-se 1,5 a 3 ml do princípio ativo por planta, de acordo
com a idade, condição nutricional e sanidade.
Fazer 3 pulverizações de nitrato de cálcio ou de potássio
3,5% aproximadamente 70 a 120 dias após a aplicação de Pa-
clobutrazol, em função do estado de maturação das gemas. Uma
4ª aplicação poderá ser feita se não houver quebra da dormência
da gema floral.

14 - IRRIGAÇÃO

No 1º mês após o plantio, aplicar 90 % da evapotranspira-


ção (ETP). Nos meses posteriores, aplicar 70% da ETP. Irrigar
quando 60% da água disponível for consumidor.

143
15 - CONTROLE DE PRAGAS

• Trípes, Vaquinhas, Percevejos e Lagartas: – Metha-


midophos 60% (100 ml do pc/ 100 l de água), alternan-
do com Clorpirifós 41,78% (150 ml do pc/100 l);
• Brocas: Carbaryl 48% (300 ml do pc/100 l água);
• Ácaros: Abamectina 1,8% (60 ml do pc/100 l) alternan-
do com Azocyclotin 25% (150g do pc/100l);
• Formigas: Isca – Clorpirifós 0,455. Iniciar o controle an-
tes do plantio;
• Cochonilhas: Diazinon 60% (50 ml do pc) + Óleo mine-
ral (1l) + água (100 l);
• Mosca das Frutas: Quinzenalmente após a frutificação,
pulverizar 1 m² de cada planta com Triclorfon 50% (200
g do pc) + açúcar (5 kg) + água (100 ml). Trinta dias an-
tes da colheita, suspender a pulverização. Em caso de
alta infestação, aplicar Fenthion 50% (100 ml do pc/100
l) em área total.
Após a colheita, fazer o toalete das plantas, retirando res-
tos florais, ramos doentes, etc. Pulverizar com enxofre 80% (300g
do pc) + Clorpirifós 41,78% (150 ml do pc) + Benomyl 80% (200g
do pc) em 100 litros de água.
Em todas as pulverizações, baixar o pH da água para 5,5.

16 - CONTROLE DE DOENÇAS

• Pré-floração: Para proteger a flor contra antracnose,


Oídio e Botryodiploidia – Benomyl 50% (80g do pc/100
l) alternando com Tebuconazole 20% (75g do pc/100 l).
• Florada: Tebuconazole 20% (75g do pc/100 l), alter-
nando com Maneb 80% (200 g do pc/100 l).
• Pós chumbinho: Benomyl 50% (80g do pc/100 l) alter-
nando com Tebuconazole 20% (75g do pc/100 l) ou o-

144
xicloreto de cobre 84% (220g do pc/100 l) ou enxofre
80% (300g do pc/100 l).
Se houver exudação no lenho da planta, é sinal de que
há Botryodiploidia no floema. O tratamento consiste em
dissolver 20 l de látex branco mais 5 l de água mais 300
g do pcde Benomyl 50% e pincelar o tronco nas regiões
afetadas após raspagem. Pulverizações para controle
de Botryodiploidia são eficientes para controle de podri-
dões e mancha angular.
Aparecendo má formação vegetativa, deve-se eliminar a
planta sem questionamento. No caso de planta adulta, é
necessário proteger a gema floral contra investidas de
microácaros, que são vetores do patógeno desta doen-
ça. Se a gema floral já estiver afetada, o tratamento
consiste em eliminar o ramo da base.
Pulverizações à base de cobre e arejamento controlam
bactérias que venham infectar a mangueira.
• Colapso Interno do fruto: O controle é feito com nutri-
ção equilibrada e manejo adequado de água.

17 - COLHEITA

O início de produção se dá no terceiro ano após o plantio.


Ao colher, deixar 3 cm de pedúnculo. Não deixar os frutos
expostos ao sol.
Embalar em caixas de papelão com capacidade para 6 kg.
Lavar os frutos com detergente, para melhorar a sua
aparência.

18 - PRODUTIVIDADE

3º ano - 3 t/ha
4º ano - 10 t/ha
5º ano - 20 t/ha
6º ano - 25 t/ha
7º ano em diante - 30 t/ha

145
TABELA 23
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: MANGA 1,00 ha
Quantidade / Ano
Especificação Unidade
1º . 2º . 3º . 4º . 5º . 6º . 7º .
1- MUDAS ud 172,0
2- FERTILIZANTES
Sulfato de potássio kg 16,0 70,0 70,0 80,0 90,0 90,0 90,0
Cloreto de potássio kg 16,0 30,0 70,0 80,0 90,0 90,0 90,0
Sulfato de amônia kg 16,0 38,0 38,0 45,0 50,0 50,0 50,0
Uréia kg 8,0 20,0 20,0 30,0 35,0 40,0 40,0
Esterco m3 3,2 15,0 15,0 15,0 15,0 15,0 15,0
Sulfato de zinco kg 3,2 3,2 3,2 3,2 3,2 3,2 3,2
MAP kg 40,0 94,0 94,0 100,0 100,0 120,0 130,0
Fertilizante foliar l 1,0 2,0 3,0 3,0 4,0 5,0 4,0
3- DEFENSIVOS
Abamectina 1,8% l 0,1 0,2 0,3 0,3 0,6 0,6 0,6
Compat-zinc l 0,3 0,3 0,5 0,8 1,0 1,5 2,0
Diazinon 60% l 0,2 0,2 0,5 0,5 2,0 2,0 2,0
Triclorfon 50% l 0,6 0,6 1,2 1,8 2,4
Paraquat 20% l 6,0 6,0 6,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Espalhante adesivo 20% l 0,5 0,5 1,0 1,0 1,5 2,0 2,0
Carbaryl 48% l 0,3 0,6 0,6 0,6 1,2 1,2 1,2
Oxicloreto de cobre 50% kg 1,2 1,2 1,6 2,6 3,5 5,5 7,5
Isca - Clorpirifós 0,45% kg 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0
Methiamidophos 60% l 0,2 0,3
(continua)
146
TABELA 23
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: MANGA 1,00 ha
(conclusão)
Quantidade / Ano
Especificação Unidade
1º . 2º . 3º . 4º . 5º . 6º . 7º .
Óleo Mineral l 1,0 2,0 4,0 4,0 6,0 6,0 8,0
Enxofre 80% kg 1,8 3,2 4,0 4,0 4,0
Maneb 80% kg 1,0 1,0 1,0 2,0 2,0 2,0 2,0
Benomyl 50% kg 1,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 5,0
Tebuconazole 20% kg 0,5 0,5 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
4- OUTROS INSUMOS /
SERVIÇOS
Água 1000 m3 18,0 18,0 18,0 18,0 18,0 18,0 12,0
Energia vb 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
Outros vb 1,00 2,00 556,68 1212,00 1789,30 2499,00 3207,90
5- OPERAÇÕES MECA-
NIZADAS
Operações mecanizadas htr 10,5 6,0 11,0 15,0 21,0 24,0 26,0
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 58,0 53,0 49,0 55,0 65,0 73,0 80,0
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).

147
TABELA 24
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: MANGA - 1,00 ha
Preço Custo / Ano
Especificação Unidade
Unit. R$ 1º. 2º. 3º. 4º. 5º. 6º. 7º.
1- MUDAS ud 2,90 498,80
Subtotal 1 498,80
2- FERTILIZANTES
Sulfato de potássio kg 0,96 15,36 67,20 67,20 76,80 86,40 86,40 86,40
Cloreto de potássio kg 0,46 7,36 13,80 32,20 36,80 41,40 41,40 41,40
Sulfato de amônia kg 0,39 6,24 14,82 14,82 17,55 19,50 19,50 19,50
Uréia kg 0,39 3,12 7,80 7,80 11,70 13,65 15,60 15,60
Esterco m3 20,00 64,00 300,00 300,00 300,00 300,00 300,00 300,00
Sulfato de zinco kg 1,30 4,16 4,16 4,16 4,16 4,16 4,16 4,16
MAP kg 0,34 13,60 31,96 31,96 34,00 34,00 40,80 44,20
Fertilizante foliar l 2,00 2,00 4,00 6,00 6,00 8,00 10,00 8,00
Subtotal 2 115,84 443,74 464,14 487,01 507,11 517,86 519,26
3- DEFENSIVOS
Abamectina 1,8% l 180,00 18,00 36,00 54,00 54,00 108,00 108,00 108,00
Compat-zinc l 9,50 2,85 2,85 4,75 7,60 9,50 14,25 19,00
Diazinon 60% l 33,58 6,72 6,72 16,79 16,79 67,16 67,16 67,16
Triclorfon 50% l 15,00 9,00 9,00 18,00 27,00 36,00
Paraquat 20% l 22,00 132,00 132,00 132,00 88,00 88,00 88,00 88,00
Espalhante adesivo 20% l 5,74 2,87 2,87 5,74 5,74 8,61 11,48 11,48
Carbaryl 48% l 13,40 4,02 8,04 8,04 8,04 16,08 16,08 16,08
Oxicloreto de cobre 50% kg 7,00 8,40 8,40 11,20 18,20 24,50 38,50 52,50
Isca - Clorpirifós 0,45% kg 8,00 16,00 16,00 16,00 16,00 16,00 16,00 16,00
Methiamidophos 60% l 19,00 3,80 5,70
(continua)
148
TABELA 24
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: MANGA - 1,00 ha
(conclusão)
Preço Custo / Ano
Especificação Unidade
Unit. R$ 1º. 2º. 3º. 4º. 5º. 6º. 7º.
Óleo Mineral l 1,60 1,60 3,20 6,40 6,40 9,60 9,60 12,80
Enxofre 80% kg 3,00 5,40 9,60 12,00 12,00 12,00
Maneb 80% Kg 14,00 14,00 14,00 14,00 28,00 28,00 28,00 28,00
Benomyl 50% kg 48,00 48,00 48,00 96,00 144,00 192,00 240,00 240,00
Tebuconazole 20% Kg 60,80 30,40 30,40 60,80 60,80 60,80 60,80 60,80
Subtotal 3 288,66 314,18 440,12 472,17 658,25 736,87 767,82
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS
Água 1000 m3 18,00 324,00 324,00 324,00 324,00 324,00 324,00 216,00
Energia vb 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00
Outros vb 1,00 1,00 2,00 556,68 1212,00 1789,30 2499,00 3207,90
Subtotal 4 505,00 506,00 1060,68 1716,00 2293,30 3003,00 3603,90
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 18,00 189,00 108,00 198,00 270,00 378,00 432,00 468,00
Subtotal 5 189,00 108,00 198,00 270,00 378,00 432,00 468,00
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 14,00 812,00 742,00 686,00 770,00 910,00 1022,00 1120,00
Subtotal 6 812,0 742,0 686,0 770,0 910,0 1022,0 1120,0
TOTAL 2409,3 2113,9 2848,9 3715,2 4746,7 5711,7 6479,0
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: 1/ Preços praticados na região em junho/2000.
2/
Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares.
3/
Preço da água - média utilizada em projetos similares.
149
5.1.8 - Cultura do maracujá

1 - PREPARO DO SOLO
Fazer uma aração, gradagem e sulcamento.
2 - CULTIVAR
Maracujá amarelo.
3 - OBTENÇÃO DE MUDAS
Adquirir mudas de produtores registrados ou de indústrias
fornecedoras. Também poderão ser formadas no local, a partir de
sementes de boa procedência.
4 - ESPAÇAMENTO E ABERTURA DE COVAS
3,5 entre fileiras de 1,5 entre plantas, ou seja, 1.904 plan-
tas/ha para o uso de espaldeiras. O maracujá poderá ser cultivado
com outras frutícolas, variando, nesse caso, o espaçamento.
Abrir covas de 40 x 40 x 40 cm, separando a terra de cima
da de baixo, invertendo após a adubação de fundação, que deve
ser bem misturada a terra de cima.
5 - PLANTIO E TUTORAMENTO
Retirar o saco plástico das mudas e plantá-las comprimin-
do a terra em torno do torrão. Este deve ficar 5 cm acima do nível
da cova.
Fazer tutoramento da muda usando varas finas, bambu ou
barbante amarrando a planta até o arame.
6 - SISTEMA DE CONDUÇÃO
Usar mourões ou postes de madeira com 2,0 m de altura
livre espaçados de 5,0 m, com 1 fio de arame preso na parte
superior.

150
7 - PODA E CONDUÇÃO
Inicia-se a poda 15 dias após o plantio, eliminando-se se-
manalmente as brotações e deixando uma só haste conduzida até
o arame.
Eliminar o broto terminal da planta, quando ela ultrapassar
o arame uns 10 cm, para provocar brotações laterais.
Deixar apenas uma brotação lateral conduzida horizontal-
mente no arame, até que ultrapasse 50 cm a haste da planta se-
guinte, quando deverá ser despontada para que haja desenvolvi-
mento de algumas gemas que originarão as ramas produtivas que
cairão como uma cortina em direção ao solo. Para isso deverão
ser eliminadas as gavinhas. Quando os ramos produtivos se a-
proximarem do solo, deverão ser podados a uns 20 cm de altura
do chão.
8 - ADUBAÇÃO
No plantio, usar 250 g de MAP, 22,5 g de sulfato de zinco,
11,25 g de bórax e 10 l de esterco por cova ou outro adubo orgâ-
nico em quantidade equivalente.
Realizar as seguintes adubações de cobertura por cova:
Dos 15 dias após o transplantio, de 15 em 15 dias, até os 195
dias, usar 20 g de sulfato de amônia por cova e a partir daí alter-
nar esta quantidade de sulfato de amônia com 10 g de uréia. Para
o potássio, aplicar, de 15 em 15 dias até 60 dias, 15 g/cova de
sulfato de potássio, dos 75 aos 120 dias usar 20 g/cova, 25 g dos
135 aos 165 e 30 g dos 180 aos 360 dias. Aos 90 e 180 dias, apli-
car 30 g/cova de MAP.
No 2º ano, fazer adubações mensais, até o 10o mês, de
potássio e nitrogênio conforme recomendação do final do 1o ano,
além de duas aplicações de MAP no 3o e 6o mês, na base de
30g/cova.
Estas recomendações deverão ser ajustadas com base
nos resultados de análise química do solo onde a cultura será
implantada.

151
9 - CONTROLE DE PRAGAS
As moscas dos frutos são controladas com iscas prepara-
das com Triclorfon 50% (Classe II - carência 7 dias) (300 ml do
pc/100 l) + 5 kg de melaço, pulverizando em fileiras alternadas.
Para o controle da broca da haste e lagartas, usar deltame-
thrin 2,5% (Classe II) – 30 ml do pc/100 l ou Lambdacyhalothrin
5% (Classe II); 50 ml do pc/100 litros de água, além de fazer poda
de arejamento.
10 - CONTROLE DE DOENÇAS
As doenças fúngicas, como antracnose, verrugose, man-
cha parda (alternária) são controladas eliminando-se as partes
afetadas e pulverizando-se no período chuvoso a cada 10 dias,
com maneb 80% (Classe III - carência 14 dias) - 200 g do pc/100 l,
ou oxicloreto de cobre 58,8% (Classe IV - carência 7 dias) com
Thiophanate methil 14% + Chlothalonil 35% (Classe II-carência 14
dias) na base de 240 e 200 g do pc/100 l. A bacteriose, causada
por Xanthomonas, pode ser controlada com o antibiótico Agrimici-
na - 240 g/100l de agua ou 1,8 kg/ha, carência de 7 dias, 3 a 4
aplicações a cada 15 dias. Excesso de nitrogênio, falta ou exces-
so de água e danos mecânicos favorecem a doença, que, muitas
vezes, vem associada à antracnose. Oxicloreto de cobre 50% na
concentração de 0,25% da calda previne a doença.
No caso de murcha de fusarium e podridão do colo, é ne-
cessário eliminar as plantas atacadas, plantio em solos bem dre-
nados, evitar ferimentos de raízes e usar irrigação de modo a não
enxarcar a região do colo da planta.
11 - POLINIZAÇÃO ARTIFICIAL
Na polinização artificial há pegamento de 70% das flores e
na natural, 30%.
A polinização artificial consiste em se retirar e transportar
manualmente o pólen de uma flor para outra, de plantas diferen-
tes. Esta operação deverá ser feita após o meio-dia quando, nor-
malmente, as flores se abrem. Como a abelha prejudica a polini-
zação das flores do maracujazeiro, carregando todo o pólen, as
152
flores fornecedoras deverão ser retiradas na véspera de sua aber-
tura e conservadas numa vasilha com água ou em sacos plásticos
na geladeira. Normalmente, uma flor é suficiente para polinizar
outras dez ou mais.
Preservar a mangava, inseto polinizador.
12 - IRRIGAÇÃO
Irrigar usando 70% da evapotranspiração potencial (ETP)
no período de formação e 80% na produção.
13 - COLHEITA
Inicia-se 6 a 9 meses após o plantio. Consiste na cata-
ção periódica de frutos amarelos, após se soltarem naturalmen-
te da planta.
14 - PRODUTIVIDADE
1o ano - 12 t/ha
2o ano - 18 t/ha

TABELA 25
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS
CULTURA: MARACUJÁ - 1,00 ha
Quantidade
Especificação Unidade
Ano 1 Ano 2
1- MUDAS ud 2.100,0
2- FERTILIZANTES
MAP kg 590,0 115,0
Sulfato de amônia kg 685,0 190,0
Sulfato de potássio kg 1.070,0 570,0
Uréia kg 95,0 95,0
Esterco m3 19,0 9,5
Sulfato de zinco kg 43,0
Bórax kg 22,0
3- DEFENSIVOS
Benomyl 50% kg 1,8 1,8
Maneb 80% kg 3,6 3,6
Triclorfon 50% l 3,6 3,6
(continua)
153
TABELA 25
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS
CULTURA: MARACUJÁ - 1,00 ha
(conclusão)
Quantidade
Especificação Unidade
Ano 1 Ano 2
Espalhante adesivo l 1,8 1,0
Oxicloreto de cobre 58,8% kg 7,2 6,0
Thiophanate methyl 20%+Chlorothalonil 50% kg 3,6 3,0
Lambdacyhalothrin 0,45% l 1,8 1,0
Isca - Clorpirifós 0,45% kg 3,6 1,5
Agrimicina kg 7,2 3,0
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS
Água 1000 m3 12,0 12,0
Energia vb 1,0 1,0
Outros vb 1.960,0
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 17,5 10,0
Preparo do solo htr 4,5
Sulcamento htr 1,0
Transporte htr 8,0 7,0
Pulverização htr 4,0 3,0
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 196,0 115,0
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).

TABELA 26
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO
CULTURA: MARACUJÁ - 1,00 ha
Preço Custo
Especificação Unidade
Unitário Ano 1 Ano 2
1- MUDAS ud 0,15 315,00
Subtotal 1 315,00
2- FERTILIZANTES
MAP kg 0,34 200,60 39,10
Sulfato de amônia kg 0,32 219,20 60,80
Sulfato de potássio kg 0,75 802,50 427,50
Uréia kg 0,32 30,40 30,40
Esterco m3 20,00 380,00 190,00
Sulfato de zinco kg 0,75 32,25
(continua)
154
TABELA 26
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO
CULTURA: MARACUJÁ - 1,00 ha
(conclusão)
Preço Custo
Especificação Unidade
Unitário Ano 1 Ano 2
Bórax kg 1,80 39,60
Subtotal 2 1.704,55 747,80
3- DEFENSIVOS
Benomyl 50% kg 48,00 86,40 86,40
Maneb 80% kg 14,00 50,40 50,40
Triclorfon 50% l 15,00 54,00 54,00
Espalhante adesivo l 5,00 9,00 5,00
Oxicloreto de cobre 58,8% kg 7,40 53,28 44,40
Thiophanate methyl
20%+Chlorothalonil 50% kg 34,90 125,64 104,70
Lambdacyhalothrin 0,45% l 48,00 86,40 48,00
Isca - Clorpirifós 0,45% kg 5,06 18,22 7,59
Agrimicina kg 52,00 374,40 156,00
Subtotal 3 857,74 556,49
4- OUTROS INSUMOS/SERVIÇOS
Água 1000 m3 18,00 216,00 216,00
Energia vb 180,00 180,00 180,00
Outros vb 1,00 1.960,00
Subtotal 4 2.356,00 396,00
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 18,00 315,00 180,00
Subtotal 5 315,00 180,00
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 14,00 2.744,00 1.610,00
Subtotal 6 2.744,00 1.610,00
TOTAL 8.292,29 3.490,29
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: 1/ Preços praticados na região em junho/2000.
2/
Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e ali-
mentares.
3/
Preço da água - média utilizada em projetos similares.

5.1.9 - Cultura da melancia

1 - PREPARO DO SOLO
Recomenda-se apenas uma aração, dispensando-se a
gradagem, uma vez que os torrões favorecem a fixação das ra-
155
mas, o que impede danos causados por ventos fortes e que os
frutos pesados se afundem no solo.
A gradagem é recomendada quando, após a aração, o solo
não apresentar condições de realizar o sulcamento para plantio.
2 - CULTIVARES
Crimson Sweet, Crimson Glory e Eureka com ciclo de 85 a
90 dias.
3 - ÉPOCA DE SEMEADURA
Fevereiro a julho são os meses mais favoráveis de planti-
o. No entanto, os melhores preços poderão ser obtidos em planti-
os de maio e junho.
4 - ESPAÇAMENTO, DENSIDADE E PROFUNDIDADE DE
PLANTIO
Usar o espaçamento de 2,0 x 1,0 metro, colocando 2-3
sementes/cova, gastando 1,2 kg de sementes por hectare.
A profundidade de plantio é de 2-4 cm.
Tratar as sementes com 25 g do pc/ha de Imidacloprid 70%.
5 - ADUBAÇÃO E PLANTIO
Utilizar 160 g de 6-24-12 e mais 1 litro de esterco de curral
por cova. Esta adubação será ajustada com base no resultado de
análise de solo de cada parcela.
6 - ADUBAÇÃO DE COBERTURA E FOLIAR
− 15 dias após a emergência: aplicação manual por co-
va de 50 g de sulfato de amônia, 10 g de sulfato de po-
tássio.
− 28 dias: 60 g de sulfato de amônia e 30 g de sulfato de
potássio.
− 40 dias: aplicação via água de irrigação - 12 kg/ha de
uréia e 60 kg de cloreto de potássio.

156
− 50 dias: aplicação via água de irrigação - 12 kg/ha de
uréia, 40 kg/ha de cloreto de potássio.
Fazer 3 aplicações de micronutriente quelatizado por
pulverização com zinco, boro, manganês e ferro, aos
15, 40 e 50 dias após a emergência, na base de 200-
250 ml/100 l de água.
− 60 dias: aplicação via água de irrigação - 14 kg de clo-
reto de potássio.
7 - DESBASTE
− De Plantas
Realizar desbaste quando as plantas estiverem com 15-
20 cm após a emergência, deixando 2 plantas mais vi-
gorosas por cova.
Em caso de falhas, não realizar replantio para evitar
maturação desuniforme.
− De Frutos
Quando os primeiros frutos atingirem 10 cm de diâme-
tro, eliminar todos os defeituosos. Deixar apenas 1 fruto
de melhor aparência em cada planta.
8 - CONTROLE DE PRAGAS
Para controle da mosca branca, fazer uma aplicação (es-
guinho) com Imidacloprid 70% na base de 30 g do pc/100 l, cerca
de 15 dias após a emergência.
O pulgão é a praga que deve ser controlada logo no início
da infestação, devido à rápida transmissão de virose, utilizando
Pirimicarb 50% (Classe II - Carência 3 dias) na base de 100 g do
pc/100 l, alternando com Acephate 75% (Classe II - Carência 7
dias) na base de 60 g do pc/100 l.
Eventuais ocorrências de broca de ramos, frutos e lagartas
de folhas podem ser controlados com uso de Triclorfon 50%
(Classe II - Carência 7 dias) na base de 300 g do pc/100 l.
Recomenda-se baixar o pH da água de pulverização
para 5,5.

157
Pulverizar após 14:00 horas, período de menor freqüência
de abelhas.
9 - CONTROLE DE DOENÇAS
O controle de antracnose, micosferela, cercosporiose, po-
dridão de esclerotínia e outras manchas fúngicas de folhas será
feito com pulverizações de Thiophanate methil 20% + Chlorotha-
lonil 50% (Classe II - Carência 14 dias) na base 200 g do pc/100
l e Benomyl 50% (Classe III - Carência 1 dia) na base de 70 g do
pc/100l.
O oídio será controlado preventivamente com pulveriza-
ções de Pyrazophos 30% (Classe II - Carência 21 dias) na base
de 60 ml do pc/ 100 l, alternando com Benomyl 50% na base de
70 g do pc/100 l.
10 - PREVENÇÃO DA PODRIDÃO APICAL
A prevenção da deficiência de cálcio, que ocasiona a “po-
dridão apical”, pode ser realizada utilizando manejo correto de irri-
gação e correção do solo com cálcio e magnésio, se necessário.
11 - CONTROLE DE INVASORAS
Manter a cultura livre de plantas invasoras, principalmen-
te gramíneas, com capinas superficiais.
12 - IRRIGAÇÃO
No início do cultivo até 10-15 dias após a emergência irri-
gar aplicando 60 % da evapotranspiração potencial (ETP). Desse
período até os 40-45 dias, irrigar aplicando 100% da ETP. Dos
45 até 60-75 dias, aplicar 110% da ETP, e daí para frente, 80%
da ETP.
A irrigação deve ocorrer sempre que a umidade do solo a-
tingir valores próximos a 50% da água disponível consumida.

158
13 - MANEJO DOS FRUTOS
A partir de 20 cm de diâmetro, mudar periodicamente os
frutos de posição para evitar manchas de sombra e sol.
14 - COLHEITA
A colheita ocorre aos 75 - 80 dias após a emergência.
O secamento da gavinha, a resistência do fruto à pressão
da unha, o som oco ao bater no fruto e a mancha de encosto são
características que indicam o ponto da colheita.
15 - PRODUTIVIDADE
40 toneladas/hectare.
16 - CUIDADOS PÓS-COLHEITA
Evitar danos mecânicos, sol e choques. Transportar a gra-
nel usando palhas em camadas.
A melancia apresenta uma duração de estocagem de 15-
20 dias em galpões ventilados e secos.
17 - CLASSIFICAÇÃO
− Até 6 kg – pequenos.

− De 6 a 9 kg – médios.

− Maiores que 9 kg – grandes.

A preferência é por frutos médios, de 7-8 kg.

159
TABELA 27
QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO
CULTURA: MELANCIA
Preço Total
Especificação Unidade Quantidade
R$ R$
1- SEMENTES kg 1,2 85,00 102,00
Subtotal 1 102,00
2- FERTILIZANTES
Esterco m3 5,00 20,00 100,00
Fórmula 6-24-12 kg 800,00 0,68 544,00
Uréia kg 24,00 0,39 9,36
Sulfato de amônia kg 550,00 0,39 214,50
Cloreto de potássio kg 114,00 0,46 52,44
Sulfato de potássio kg 200,00 0,96 192,00
Fertilizante foliar l 2,00 2,00 4,00
Subtotal 2 1.116,30
3- DEFENSIVOS
Imidacloprid 70% kg 0,50 790,00 395,00
Acephate 75% kg 1,00 15,00 15,00
Benomyl 50% l 1,00 48,00 48,00
Pyrazophos 30% l 1,00 58,00 58,00
Triclorfon 50% l 4,50 15,00 67,50
Espalhante adesivo l 1,00 8,00 8,00
Pirimicarb 50% kg 1,50 49,00 73,50
Thiophanate methyl l 4,50 35,00 157,50
20%+Chlorothalonil 50%
Paraquat 20% l 1,00 18,00 18,00
Subtotal 3 840,50
4- OUTROS INSUMOS /
SERVIÇOS
Água 1.000 m3 5,30 18,00 95,40
Energia vb 1,00 40,00 40,00
Subtotal 4 135,40
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 18,50 18,00 333,00
Subtotal 5 333,00
(continua)

160
TABELA 27
QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO
CULTURA: MELANCIA
(conclusão)
Preço Total
Especificação Unidade Quantidade
R$ R$
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 143,10 14,00 2.003,40
Subtotal 6 2.003,40
TOTAL 4.530,60
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: 1/ As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).
2/
Preços praticados na região em junho/2000.
3/
Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e ali-
mentares.
4/
Preço da água - média utilizada em projetos similares.

5.1.10 - Cultura do melão

1 - PREPARO DO SOLO
Fazer uma aração e uma gradagem.
A seguir é feito o sulcamento, onde os torrões são deixa-
dos para sustentação dos ramos das plantas e redução do contato
dos frutos com a terra.
2 - ÉPOCA DE PLANTIO
De março a julho, devido à possibilidade de melhores
preços.
3 - CULTIVARES
Híbridos: Gold mine e Gold pride (Petoseed), AF-682
(Agroflora) e Yellow King (Asgrow).
4 - ESPAÇAMENTO E DENSIDADE
2,0 m entre linhas e 0,5 m entre covas, colocando-se 4-5
sementes por cova, à profundidade de 2 cm. Gasta-se, em média,
1,5 kg de semente por hectare.

161
5 - SULCAMENTO
Abrir sulcos com 40 cm de profundidade a cada 2 m, apli-
car esterco e MAP e misturar com auxílio de cultivador e, em se-
guida, fechar com grade leve.
6 - ADUBAÇÃO
6.1 - PLANTIO
Usar 10 toneladas de esterco de curral e 250 kg de MAP
por hectare.
Esta recomendação será ajustada em função da análise de
solo de cada parcela.
6.2 - FERTIRRIGAÇÃO
A fertirrigação consistirá de aplicação diária do 2º ao 71º
dia de idade, dos fertilizantes: nitrato de cálcio (300 kg/ha), uréia
(100 kg/ha), cloreto de potássio (900 kg/ha) e ácido fosfórico (250
l/ha), ácido bórico (13 kg/ha) e sulfato de zinco (12 kg/ha), con-
forme programa devidamente ajustado.
7 - PLANTIO
- Deixar as sementes de molho 24 horas antes do planti-
o; tratá-las com Imidacloprid 70% (25 g do pc/kg), Me-
talaxyl 5% (40 g do pc/kg) e Captan 75% (60 g do
pc/kg), adicionar óleo vegetal para facilitar a aderência
dos produtos.
- Utilizar um marcador duplo com a profundidade de 1,5
cm e distanciados 10 cm entre furos. Proceder à mar-
cação das covas nos gotejadores, distanciados 5 cm
deles;
- Realizar o plantio, colocando uma semente por orifício
(duas/gotejo), cobrindo a seguir.
- Preparar 3 bandejas de mudas (cerca de 500 mudas),
para o replantio.
- Gasta-se 0,8 kg de semente por hectare.
162
8 - CONTROLE FITOSSANITÁRIO
No controle de pragas e doenças, usar água de pulveriza-
ção com pH corrigido para 5,5.
8.1 - CONTROLE DE PRAGAS
• Mosca Branca: além do tratamento de semente usar,
Imidacloprid 70% (Classe IV) – 200 g do pc/100 l ou A-
cephate 75% (Classe IV – Carência 14 dias) - 200 g do
pc/100 l ou Methamidophos 60% (Classe I – Carência
21 dias) – 500 ml do pc/100 l.
• Pulgões: tratamento de semente e pulverização com
Imidacloprid 70% – 200 g do pc/100 l, ou Acephate
75%– 200 g do pc/100 l ou Pirimicarb 50% (Classe II –
Carência 7 dias) – 100 g do pc/100 l.
• Lagartas: Bacillus thuringiensis 3,2% (Classe IV) –
60gdo pc/100 l ou Acephate 75% – 200 g do pc/100 l.
• Ácaros: Abamectina 1,8% (Classe III – Carência 7 dias)
- 80 ml do pc/100 l.
8.2 - CONTROLE DE DOENÇAS
• Oídio: Thiophanate methyl 20% + Chlorothalonil 50%
(Classe II – Carência 14 dias) – 200g do pc/100 l, Ma-
neb 80% (Classe IV) – 200 ml do pc/100 l, Pyrazophos
30% (Classe II – Carência 7 dias) – 60 g do pc/100 l,
Tebuconazole 20% (Classe II – Carência 14 dias) – 100
g do pc/100 l, Benomyl 50% (Classe III – Carência 1 di-
a) 70 g do pc/100 l.
• Micosferela: Iprodione 50% (Classe IV – Carência 1
dia) – 3 kg do pc/100 l em forma de pasta para
pincelamento.
• Alternária, Antracnose e Míldio: Controladas com a-
plicação de Thiophanate methyl 20% + Chlorothalonil
50% – 200 g do pc/100 l, Maneb 80% – 200 g do
pc/100 l e oxicloreto de cobre 84% (Classe IV) - 250 g
do pc/100 l.
163
9 - CONTROLE DE INVASORAS
Manter a cultura no limpo até 40 dias após o plantio. De-
pois a rama cobrirá o terreno.
Caso haja predominância de folha estreita, utilizar Fluazi-
fop-p-butil 12,5% (1 l do pc/ha).
10 - COLHEITA
Colher o melão amarelo, quando este atingir 10º brix e a-
presentar a casca amarelada, em torno de 60 a 70 dias após o
plantio. Cortar o pedúnculo com faca, deixando-o com 1 cm de
comprimento. Transportar do campo ao local de armazenamento,
tomando cuidado com danos mecânicos. Após a primeira colheita,
continuar irrigando para o desenvolvimento dos frutos remanes-
centes. Depois da colheita, os frutos devem ficar em local seco,
sombreado e bem ventilado.
11 - CLASSIFICAÇÃO E EMBALAGEM
Os frutos que apresentarem deformações no formato, le-
sões na casca por ataque de insetos ou mecânicos, sinais de do-
enças ou queimaduras, verdes ou maduros, não podem ser emba-
lados. Devem ser comercializados a granel no mercado local.
Melão Amarelo – Caixa de papelão de 13 kg com 5 a 12
frutos. Os melhores preços são alcançados pelos tipos 6 a 8.
12 - PRODUTIVIDADE
28 toneladas/ha.

164
TABELA 28
QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO
CULTURA: MELÃO
Preço Total
Especificação Unidade Quantidade
R$ R$
1- SEMENTES kg 0,8 750,00 600,00
Subtotal 1 600,00
2- FERTILIZANTES
Esterco m³ 10,0 20,00 200,00
MAP kg 250,0 0,34 85,00
Ácido bórico kg 13,0 2,50 32,50
Uréia kg 100,0 0,32 32,00
Sulfato de magnésio kg 1,0 0,65 0,65
Sulfato de zinco kg 12,0 0,75 9,00
Cloreto de potássio kg 900,0 0,40 360,00
Ácido fosfórico l 250,0 3,20 800,00
Nitrato de cálcio kg 300,0 1,08 324,00
Subtotal 2 1.843,15
3- DEFENSIVOS
Thiophanate methyl
20%+Chlorothalonil 50% kg 1,0 34,90 34,90
Iprodione 50% l 1,0 82,80 82,80
Imidacloprid 70% kg 0,32 790,00 252,80
Benomyl 50% kg 1,0 48,00 48,00
Maneb 80% kg 2,0 14,00 28,00
Pyrazophos 30% l 1,0 45,00 45,00
Methiamidophos 60% l 0,5 19,00 9,50
Captan 75% g 50,0 0,08 4,00
Bacillus Thuringiensis 3,2% l 1,0 33,00 33,00
Tebuconazole 20% l 2,0 60,80 121,60
Acephate 75% kg 1,0 57,90 57,90
Enxofre 80% l 7,0 2,50 17,50
Oxicloreto de cobre 84% kg 2,0 7,00 14,00
Metalaxyl 5% g 45,0 0,06 2,70
Pirimicarb 50% kg 0,5 47,00 23,50
Abamectina 1,8% l 0,5 180,00 90,00
Compat-zinc l 1,0 9,50 9,50
Espalhante adesivo 20% l 1,0 5,74 5,74
Subtotal 3 880,44
(continua)

165
TABELA 28
QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO
CULTURA: MELÃO
(conclusão)
Preço Total
Especificação Unidade Quantidade
R$ R$
4- OUTROS SERVIÇOS /
INSUMOS
Água 1.000m³ 5,2 18,00 93,60
Energia vb 1,0 40,00 40,00
Outros vb 1,0 2.370,00 2.370,00
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 18,5 18,00 333,00
Subtotal 5 333,00
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 106,0 14,00 2.503,60
Subtotal 6 1.484,00
TOTAL 7.644,19
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: 1/ As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).
2/
Preços praticados na região em junho/2000.
3/
Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e ali-
mentares.
4/
Preço da água - média utilizada em projetos similares.

5.1.11 - Cultura do pimentão industrial

1 - PREPARO DE SOLO
Fazer uma aração e uma gradagem.
2 - ENCANTEIRAMENTO
Fazer canteiros com encanteiradeira de tração mecânica,
com 1 m de largura útil e 1,5 m de centro a centro do sulco.
3 - ADUBAÇÃO DE PLANTIO
2.000 kg/ha de 6-24-12, sendo 1.300 kg a lanço (antes do
encanteiramento) ou da gradagem e 700 kg na linha de plantio,
distribuídos mecanicamente durante a semeadura.

166
Ajustar esta recomendação com base no resultado de aná-
lise do solo.
4 - ESPAÇAMENTO
0,75 m, sendo 0,6 m entre linhas no canteiro e 0,9 m entre
linhas de um e de outro canteiro.
5 - TRATAMENTO DE SEMENTES
Diluir 70 g do pc de Imidacloprid 70% em 20 ml de água e
misturar uniformemente com 4 kg de sementes.
6 - PLANTIO
Mecânico, distribuindo 4 kg de sementes por hectare a
uma profundidade de 1 a 1,5 cm.
7 - DESBASTE
Ralear deixando 6 plantas por metro linear, quando a cultu-
ra estiver com 10 cm de altura ou 5 a 7 folhas definitivas, aprovei-
tando para replantar as falhas com as mudas retiradas.
8 - CULTIVAR
“191-FG”
9 - ADUBAÇÃO DE COBERTURA
As adubações da TABELA 28 serão realizadas via água de
irrigação, exceto aquelas identificadas.

167
TABELA 29
ADUBAÇÃO DE COBERTURA
Semana Quantidade (kg/ha)
Após Sulfato de Cloreto de Sulfato de Ácido Sulfato de Sulfato de Cloreto de
Plantio Uréia Amônia Potássio Zinco Bórico Magnésio Manganês Cálcio
MAP
5ª - 100 (a) 16 0,6 13 - - - -
6ª 20 - 16 - - 40 0,4 (b) - -
7ª - - 32 10 - 20 - - -
8ª 25 - - - 1 (b) - 0,4 (b) 2,4 (b) 100
9ª 25 - 17 - - - - 17 -
10ª 25 - - - - 25 - 2,4 (b) -
11ª - - - - - - - - -
12ª - - 17 - - 25 0,4 (b) - 100
13ª 25 - 17 3,6 - - - - -
15ª 25 - 17 - - - 0,4 (b) 2,4 (b) -
16ª 20 - 17 - - - - - -
18ª 25 - 17 - - - 0,4 (b) - -
19ª - - - 0,8 (b) 1 (b) - - - -
23ª - - 17 - - 10 - - -
24ª - - - - - - - 2,4 -
25ª 10 - - - - - - - -
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: (a) - Distribuição manual.
(b) - Em pulverização.

168
10 - IRRIGAÇÃO
Até 10 – 15 dias após a emergência aplicar 60% da evapo-
transpiração potencial (ETP). Desse período até 40 dias, irrigou
com 100% de ETP. Dos 40 a 100 dias 110% de ETP e daí para
frente 80% da ETP.
11 - CONTROLE DE INVASORAS
Controlar as invasoras com uso de herbicidas e capinas
quando necessárias. Recomende-se o uso de Trifluralin, Paraquat
48% e Fluazifop-p-butil 12,5%, conforme as ervas existentes e o
grau de infestação.
12 - ESCARIFICAÇÃO DO TERRENO
Usar cultivador de tração animal até, no máximo, 5 cm de
profundidade, de modo que não corte raízes nem acumule terra
no colo da planta; escarificar, sempre que se observar a superfície
do solo “encascorada”, até no máximo na 8ª semana após o plan-
tio (antes da floração).
13 - CONTROLE DE PRAGAS
O controle das principais pragas será feito com os seguin-
tes produtos:
- Mosca branca: Fenpropathrin 30% (Classe I – Carência
3 dias) – 60ml do pc/100 l, Lambdacyhalothrin 5%
(Classe II – Carência 7 dias) – 50ml do pc/100 l e Imi-
dacloprid 70% (Classe IV – Carência 7 dias) – 80g do
pc/100 l.
- Mosca minadora : Clorpirifós 41,78% (Classe II – Ca-
rência 21 dias) – 400 ml do pc/100 l.
- Pulgão, vaquinha e broca grande: Methamidophos 60%
(Classe II – Carência 21 dias) – 100 ml do pc/100 l.
- Broca pequena: Methomyl 21,5% (Classe I – Carência 6
dias) – 100 ml do pc / 100 l; Fenpropathrin 30% – 60 ml
do pc/100 l e Lambdacyhalothrin 5% – 50 ml do pc/100l.

169
- Ácaros branco e rajado: Abamectina 1,8% (Classe III –
Carência 3 dias) – 50 a 100 ml do pc/100l.
14 - CONTROLE DE DOENÇAS
O controle das principais doenças será feito com os se-
guintes produtos:
- Requeima: Mancozeb 44,5% (Classe III – Carência 7
dias) – 540 ml do pc/100 l, Metalaxyl 5% (Classe II –
Carência 7 dias) – 400 g do pc/100 l e Oxicloreto de
cobre 50% (Classe IV – Carência 7 dias) – 200 g do
pc/ 100 l.
- Pinta preta: Mancozeb 44,5% – 540 ml do pc/100 l e Ó-
xido cuproso 56% (Classe IV – Carência 2 dias) – 240 g
do pc/100 l.
- Alternária: Oxicloreto de cobre 50%– 250 g do pc/100 l.
- Tombamento: Benomyl 50% (Classe III) 100 g do pc/
100 l e Metalaxyl 5% – 400 g do pc/100 l.
- Mancha bacteriana: Oxido cuproso 56% – 240 g do pc/
100 l.
15 - COLHEITA
Quando os frutos estiverem desidratados (bem murchos),
são colhidos com pedúnculo.
Normalmente são feitas três “colheitas”: a 1ª aos 150 dias
após a germinação, a 2ª aos 180 dias e a última aos 210 dias. Na
3ª serão colhidos todos os frutos, inclusive os verdes. Os frutos
colhidos são colocados em caixas plásticas ou baldes e acondi-
cionados em sacos fornecidos pela indústria.
16 - PRODUTIVIDADE ESPERADA
4.500 kg de frutos secos por hectare.

170
TABELA 30
QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO
CULTURA: PIMENTÃO INDUSTRIAL
Preço Total
Especificação Unidade Quantidade
R$ R$
1- SEMENTES kg 4,00 31,00 124,00
Subtotal 1 124,00
2- FERTILIZANTES
Fórmula 6-24-12 kg 2000,00 0,60 1200,00
Uréia kg 200,00 0,32 64,00
Cloreto de potássio kg 200,00 0,40 80,00
Sulfato de amônia kg 100,00 0,32 32,00
Sulfato de manganês kg 2,00 9,60 19,20
Sulfato de magnésio kg 120,00 0,65 78,00
Sulfato de zinco kg 15,00 0,75 11,25
Ácido bórico kg 15,00 2,50 37,50
MAP kg 300,00 0,34 102,00
Cloreto de cálcio kg 12,00 2,00 24,00
Subtotal 2 1647,95
3- DEFENSIVOS
Benomyl 50% kg 2,00 48,00 96,00
Óxido cuproso 56% kg 6,00 9,80 58,80
Imidacloprid 70% kg 0,37 790,00 292,30
Fenproapathrin 30% l 0,60 88,50 53,10
Oxicloreto de cobre 84% kg 3,00 7,00 21,00
Fluazifop-p-butil 12,5% l 2,00 36,46 72,92
Espalhante adesivo 20% l 0,50 5,74 2,87
lambdacyhalothrin 5% l 2,00 48,00 96,00
Methomyl 21,5% l 1,00 15,90 15,90
Clorpirifós 41,78% l 1,00 20,76 20,76
Óleo mineral l 4,50 1,60 7,20
Mancozeb 44,5% l 10,00 9,00 90,00
Metalaxyl 5% kg 3,00 60,00 180,00
Methiamidophos 60% l 4,00 19,00 76,00
Trifluralin l 2,00 10,80 21,60
Abamectina 1,8% l 1,00 180,00 180,00
Subtotal 3 1284,45
4- OUTROS SERVIÇOS /
INSUMOS
Água 1000 m3 7,20 18,00 129,60
Energia vb 1,00 80,00 80,00
Subtotal 4 209,60
(continua)

171
TABELA 30
QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO
CULTURA: PIMENTÃO INDUSTRIAL
(conclusão)
Preço Total
Especificação Unidade Quantidade
R$ R$
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 19,00 18,00 342,00
Subtotal 5 342,00
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 162,00 14,00 2268,00
Subtotal 6 2268,00
TOTAL 5876,00
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: 1/ As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).
2/
Preços praticados na região em junho/2000.
3/
Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e ali-
mentares.
4/
Preço da água - média utilizada em projetos similares.

5.1.12 - Cultura da pinha

1 - PREPARO DO SOLO
Fazer uma aração e uma gradagem.
2 - ÉPOCA DE PLANTIO
Pode ser plantada durante todo o ano, mas o período chu-
voso é mais favorável à implantação da cultura.
3 - CULTIVARES
Usar mudas oriundas de sementes de frutos e plantas se-
lecionadas.
4 - ESPAÇAMENTO
Recomendam-se os espaçamento de 5 x 5 m, sistema
quadrangular, ou seja, 400 plantas/ha.

172
5 - COVEAMENTO
Marcar e covar nas dimensões 50 x 50 x 50 cm, separando
a camada de terra da superfície, da terra do subsolo. A terra de
cima será utilizada para encher a cova, após misturá-la com fertili-
zantes e corretivo.
6 - ADUBAÇÃO
Usar em fundação 15 l de esterco de curral, 300 g de MAP,
100 g de sulfato de potássio e por cova.
Todo este material será misturado à terra da superfície (20
cm) e colocado no fundo da cova.
7 - PLANTIO
Eliminar o saco plástico e plantar deixando o colo da planta
ao nível do solo e compactar bem o solo para maior aderência do
torrão à terra adubada. Usar cobertura morta em torno da planta,
sem contato com a região do coleto.
8 - ADUBAÇÃO DE COBERTURA
A partir do 2º mês, após o plantio da muda, aplicar 50 g
de sulfato de amônia por cova, mais 50 g de sulfato de potássio
mensalmente, até o 11º mês. No 12º mês após o plantio, usar
20 l de esterco de curral por cova, 250 g de MAP e 150 g sulfa-
to de potássio.
A partir do 2º ano, colocar mensalmente 70 g/cova de Sul-
fato de Amônia e 80 g de sulfato de potássio.
Monitorar o nível de fertilidade em função de resultado de
análise de solo e foliar e ajustar a recomendação de adubação.
Aplicar ainda, uma vez/ano/cova 15 g de bórax, 15 g de
sulfato de zinco, 10 g de sulfato ferroso, 10 g de sulfato de man-
ganês e 70 g de sulfato de magnésio, dobrando esta recomenda-
ção a partir do 3º ano.

173
9 - TUTORAMENTO
Amarrar um tutor à planta para mantê-la ereta e evitar a
ação do vento.
10 - CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
Manter a cultura no limpo usando coroamento das plantas
e roçar nas entrelinhas. Usar herbicida Paraquat 20% na base de
60-100 ml do pc/100 l de água.
11 - PODAS
A primeira poda é feita quando a planta atinge 0,8 - 1 m,
cortando-se o broto terminal a 50 cm do solo, para induzir as bro-
tações laterais.
Na 2ª poda, eliminar todos os ramos até a altura de 0,5 m
e a partir desta altura deixam-se 3 - 4 pernadas, de preferência de
inserções em níveis diferentes.
A partir destas pernadas, deixam-se somente dois ramos,
que também serão podados com o mesmo tamanho dos outros.
Fazer uma poda logo após a colheita, retirando ramos
verticais, inclinados para o centro da planta e para baixo, e ra-
mos secos.
12 - CONTROLE DE PRAGAS
− Broca de fruto: Triclorfon 50% (Classe II - carência 7
dias) - 300 g do pc/ 100 l de água. Devem-se ainda
eliminar os frutos atacados e caídos no chão, quei-
mando-os.
− Cochonilhas : Óleo mineral (Classe IV) - 0,8 a 1,2 l /
100 l de água.
13 - CONTROLE DE DOENÇAS
A antracnose ataca folhas, flores e frutos. Aplicar Maneb
80% (Classe III, carência 14 dias) - 100 g do pc/ 100 l Thiophanate
methyl 70% (Classe IV - carência 14 dias) - 70 g do pc/ 100 l, utili-
zar de 2 a 10 l de calda por planta, em função da idade.
174
14 - IRRIGAÇÃO
Aplicar 70 % da ETP na formação e 80% na produção.
Irrigar quando o solo atingir 50 % da água disponível con-
sumida.
15 - POLINIZAÇÃO
Fazer a polinização artificial porque a polinização natural
é ineficiente uma vez que a maturação do gineceu ocorre antes
do androceu.
16 - COLHEITA
Colher manualmente, 2-3 vezes por semana, cortando o
pedúnculo com auxílio de tesoura. O ponto de colheita se caracte-
riza quando o verde se transforma em amarelo pálido entre os
gomos e o seu alongamento.
Evitar bater ou deixar cair os frutos no chão.
17 - PRODUTIVIDADE
3º ANO - 4 t/ha
4º ANO - 10 t/ha
5º ANO - 14 t/ha

175
TABELA 31
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: PINHA - 1,00 ha
Quantidade / Ano
Especificação Unidade
1º . 2º . 3º . 4º . 5º .
1- MUDAS ud 440,0
2- FERTILIZANTES
MAP kg 220,0 200,0 200,0 200,0 200,0
Esterco m3 14,0 8,0 8,0 8,0 8,0
Sulfato de potássio kg 320,0 384,0 384,0 384,0 384,0
Fertilizante foliar l 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0
Sulfato de amônia kg 220,0 336,0 336,0 336,0 336,0
Bórax kg 6,0 6,0 12,0 12,0 12,0
Sulfato de zinco kg 6,0 6,0 12,0 12,0 12,0
Sulfato ferroso kg 4,0 4,0 8,0 8,0 8,0
Sulfato de magnésio kg 28,0 28,0 56,0 56,0 56,0
Sulfato de manganês kg 4,0 4,0 8,0 8,0 8,0
3- DEFENSIVOS
Triclorfon 50% l 1,0 2,0 4,0 6,0 8,0
Óleo mineral l 1,0 2,0 3,0 3,0 4,0
Espalhante adesivo l 0,5 1,0 1,5 2,0 2,0
Paraquat 20% l 1,0 1,0 4,0 4,0 4,0
Maneb 80% kg 4,0 6,0 6,0 8,0 10,0
(continua)

176
TABELA 31
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: PINHA - 1,00 ha
(conclusão)
Quantidade / Ano
Especificação Unidade
1º . 2º . 3º . 4º . 5º .
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS
Água 1.000 m3 12,0 12,0 12,0 12,0 12,0
Energia vb 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
Outros vb 129,2 500,0 1.250,0 1.750,0
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 8,5 8,0 12,0 16,0 16,0
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 69,0 49,0 96,0 139,0 173,0
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).

177
TABELA 32
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: PINHA - 1,00 ha
Preço Uni- Custo / Ano
Especificação Unidade
tário R$ 1º . 2º . 3º . 4º . 5º .
1- MUDAS ud 2,50 1100,00
Subtotal 1 1100,00
2- FERTILIZANTES
MAP kg 0,34 74,80 68,00 68,00 68,00 68,00
Esterco m3 20,00 280,00 160,00 160,00 160,00 160,00
Sulfato de potássio kg 0,75 240,00 288,00 288,00 288,00 288,00
Fertilizante foliar l 2,00 4,00 8,00 12,00 16,00 20,00
Sulfato de amônia kg 0,39 85,80 131,04 131,04 131,04 131,04
Bórax kg 1,80 10,80 10,80 21,60 21,60 21,60
Sulfato de zinco kg 0,95 5,70 5,70 11,40 11,40 11,40
Sulfato ferroso kg 6,40 25,60 25,60 51,20 51,20 51,20
Sulfato de magnésio kg 0,65 18,20 18,20 36,40 36,40 36,40
Sulfato de manganês kg 9,60 38,40 38,40 76,80 76,80 76,80
Subtotal 2 783,30 753,74 856,44 860,44 864,44
3- DEFENSIVOS
Triclorfon 50% l 15,00 15,00 30,00 60,00 90,00 120,00
Óleo mineral l 1,60 1,60 3,20 4,80 4,80 6,40
Espalhante adesivo l 8,00 4,00 8,00 12,00 16,00 16,00
Paraquat 20% l 18,00 18,00 18,00 72,00 72,00 72,00
Maneb 80% kg 14,00 56,00 84,00 84,00 112,00 140,00
Subtotal 3 94,60 143,20 232,80 294,80 354,40
(continua)
178
TABELA 32
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: PINHA - 1,00 ha
(conclusão)
Preço Uni- Custo / Ano
Especificação Unidade
tário R$ 1º . 2º . 3º . 4º . 5º .
4- OUTROS INSUMOS /
SERVIÇOS
Água 1000 m3 18,00 216,00 216,00 216,00 216,00 216,00
Energia vb 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00
Outros vb 1,00 129,20 500,00 1250,00 1750,00
Subtotal 4 525,20 396,00 896,00 1646,00 2146,00
5- OPERAÇÕES MECANIZA-
DAS
Operações mecanizadas htr 18,00 153,00 144,00 216,00 288,00 288,00
Subtotal 5 153,00 144,00 216,00 288,00 288,00
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 14,00 966,00 686,00 1344,00 1946,00 2422,00
Subtotal 6 966,00 686,00 1344,00 1946,00 2422,00
TOTAL 3622,1 2122,9 3545,2 5035,2 6074,8
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: 1/ Preços praticados na região em junho/2000.
2/
Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares.
3/
Preço da água - média utilizada em projetos similares.

179
5.1.13 - Cultura do tomate industrial

1 - PREPARO DO SOLO
O preparo do solo constará de uma gradagem pesada ou
aração seguida de grade niveladora.
2 - CULTIVARES
Hy-pell 108 e Gem pride.
3 - ÉPOCA DE PLANTIO
O plantio deverá ser feito entre fevereiro e junho, a ser
programado com a agroindústria.
4 - PRODUÇÃO DE MUDAS
As mudas serão produzidas em bandejas, gastando-se
180/200 g de semente por hectare.
5 - TRANSPLANTIO
O transplantio será mecânico em espaçamento de 1,50 m
x 0,25 m.
6 - ADUBAÇÃO
Usar no plantio 1.000 kg/ha da fórmula 6-24-12. Esta adu-
bação será ajustada com base no resultado de análise de solo.
7 - ADUBAÇÃO DE COBERTURA
De 15 a 25 dias após o transplantio, usar 150 kg de sulfato
de amônia ao lado das plantas.
De 30 a 45 dias após o transplantio, usar 200 kg de sulfato
de amônia e 200 kg de cloreto de potássio por hectare ao lado das
plantas cobrindo com terra. Antes da amontoa, pulverizar o colo
das plantas com Iprodione 50% ou Quintozene 75%.
Aos 60 dias, usar mais 100 kg de cloreto de potássio por
hectare.

180
Fazer três pulverizações com boro, ferro, manganês, mag-
nésio e zinco quelatizados + fosfito, na base de 250 ml/100 l, aos
30, 40 e 60 dias após o transplantio.
8 - CONTROLE DE INVASORAS
O controle de invasoras será realizado até 40-50 dias após
o transplantio com capinas manuais ou com uso de Fluazifop-p-
butil 12,5% (Classe II), na base de 1,0 l do pc/ha e em pós-
emergência, quando as ervas estiverem com 4 perfilhos, comple-
mentado com capina manual.
Em áreas com alta infestação de ervas de folhas largas,
usar Metribuzin 48% (Classe IV) na base de 1l/ha em pré-
emergência das invasoras.
9 - CONTROLE DE PRAGAS
As pragas iniciais do tomateiro, tripes, pulgões e a mosca
minadora serão controladas com Acephate 75% (Classe III - Ca-
rência 14 dias), em pulverizações na base de 100 g do pc/100 l ou
Imidacloprid 70% (Classe IV - carência 7 dias), 60 g do pc/100 l.
O controle de lagartas e prevenção à traça será feito com
aplicações semanais de Bacillus thuringiensis 3,2% na base de 1l
do pc/ha. Ocorrendo a traça ou o microácaro, aplicar Abamectina
1,8% (Classe II) na base de 80 – 100ml do pc/100 l de água.
A broca dos frutos será controlada com aplicações alterna-
das de Deltamethrin 2,5% (Classe II - Carência 3 dias) na base de
40 ml do pc/100 l Triclorfon 50% (Classe II - Carência 7 dias) na
base de 270 ml do pc/100 l ou Lambdacyhalothrin 5% (classe II -
carência 7 dias) 50 ml do pc/100 l.
10 - CONTROLE DE DOENÇAS
As principais doenças fúngicas que ocorrem no tomateiro
(pinta preta, septoriose, requeima, mancha de estenfílio e
antracnose) são controladas com os seguintes produtos:
Maneb 80% (Classe III - Carência 7 dias) 2,0 a 3,0 kg do
pc/ha; Oxicloreto de cobre 58,5% (Classe IV - Carência 7 dias) -
2,0 a 3,0 kg do pc/ha; Tebuconazole 20% (Classe III - Carência 7
181
dias) - 0,3 a 0,5 kg do pc/ha e Chlorothalonil 25% + Oxicloreto de
cobre 30% (Classe II - Carência 7 dias) - 2,5 a 3,5 kg do pc/ha e
Metalaxyl 8% + Mancozeb 64% (Classe II – Carência 7 dias) –
400 g do pc/100 l.
11 - IRRIGAÇÃO
No início da cultura até 20 dias após a emergência, irrigar
aplicando 60% de evapotranspiração potencial (ETP).
Desse período até 45 dias aplicar 100% da ETP; daí até os
75 dias, aplicar 110% da ETP e, até o final do ciclo, 80% da ETP.
A irrigação deverá ocorrer toda vez que a umidade do solo
atingir 40% de água disponível consumida.
12 - COLHEITA
Suspender a irrigação quando 20% dos frutos estiverem
maduros.
Colher os frutos, colocando-os em caixas de 20 kg, quando
50-60% dos frutos estiverem maduros. A segunda colheita será
realizada 15-20 dias após a primeira.
13 - CICLO DE PRODUTIVIDADE
Ciclo de 100-120 dias e produtividade em torno de 60 t/ha.

182
TABELA 33
QUANTIDADE E CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO
CULTURA: TOMATE INDUSTRIAL
Preço Total
Especificação Unidade Quantidade
R$ R$
1- SEMENTES kg 0,20 300,00 60,00
Subtotal 1 60,00
2- FERTILIZANTES
Fórmula 06-24-12 kg 1000,00 0,60 600,00
Sulfato de amônia kg 350,00 0,32 112,00
Fertilizante foliar l 3,00 2,00 6,00
Cloreto de potássio kg 300,00 0,46 138,00
Subtotal 2 856,00
3- DEFENSIVOS
Fluazifop-p-butil 12,5% kg 1,00 36,46 36,46
Bacillus thringiensis 3,2% kg 5,00 22,00 110,00
Maneb 80% l 2,00 14,00 28,00
Triclorfon 50% kg 1,50 15,00 22,50
Metalaxyl 8% + Mancozeb 64% l 0,50 60,00 30,00
Abamectina 1,8% l 1,00 180,00 180,00
Espalhante adesivo kg 1,00 8,00 8,00
Acephate 75% l 2,00 57,90 115,80
Lambdacyhalothrin 5% l 1,00 48,00 48,00
Oxicloreto de cobre l 2,00 7,00 14,00
Deltamethrin 2,5% l 0,50 40,00 20,00
Imidacloprid 70% l 0,20 790,00 158,00
Subtotal 3 770,76
4- OUTROS SERVIÇOS /
INSUMOS
Água 1000 m3 6,00 18,00 108,00
Energia vb 1,00 80,00 80,00
Subtotal 4 188,00
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 19,50 18,00 351,00
Subtotal 5 351,00
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 83,00 14,00 1.162,00
Subtotal 6 1.162,00
TOTAL 3.387,76
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: 1/ As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).
2/
Preços praticados na região em junho/2000.
3/
Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e ali-
mentares.
4/
Preço da água - média utilizada em projetos similares.

183
5.1.14 - Cultura da uva

1 - PREPARO DO SOLO
O preparo do solo consistirá de uma aração e uma gra-
dagem.
2 - CULTIVARES
Pirênicas: Itália, Benitaka e Red Globe (porta enxerto 572
ou Tropical, isentos de vírus).
Apirênicas: Superior (porta enxerto 766 isento de vírus).
3 - ESPAÇAMENTO
3,5 m x 2,0 m, que corresponde a 1.428 plantas / hectare.
4 - PREPARO DAS COVAS
Fazer as covas com 50 x 50 x 50 cm, separando a terra de
cima da terra de baixo. A terra de cima com adubação é colocada
no fundo da cova, misturando-se bem.
5 - ADUBAÇÃO DAS COVAS
Fazer inicialmente uma adubação química na área total
usando cerca de 1000 kg de 6-24-12 incorporados com gradagem
(25-30 cm de profundidade).
Usar em cada cova 30 l de esterco e 560 g de MAP.
Esta recomendação será ajustada, em função do resultado
da análise do solo de cada parcela.
6 - ADUBAÇÃO DE COBERTURA
Após a enxertia, realizada cerca de 6 meses após o plantio
do porta-enxerto, elaborar um programa de fertilização da videira
atendendo às seguintes recomendações, ajustadas periodicamen-
te com análise de solo e foliar:
1º) Durante 6 meses seqüentes à enxertia, usar por cova,
um total de 200 g de sulfato de amônia, 150 g de sulfa-

184
to de potássio e micronutriente foliar quelatizado à ba-
se de boro, zinco, manganês e ferro (250 g/100 l).
2º) Na 1ª poda, cerca de 6 meses após a enxertia, usar,
por cova, 20 l de esterco de curral, 200 g de sulfato de
amônia, 350 g de MAP, 15 g, por cova, de sulfato fer-
roso, 150 g de sulfato de magnésio e 180 g de sulfato
de potássio.
3º) Na 2ª poda, cerca de 6 meses após a 1ª poda, repetir
a adubação da 1ª poda.
4º) Na 3ª poda, de produção, usar por cova, 40 l de ester-
co de curral e 600 g de MAP.
Antes da florada, usar 150 g de sulfato e amônia e
sulfato de zinco quelatizado, este via pulverização, na
base de 250 g/100 l.
Antes do raleio dos cachos, usar 200g de sulfato de
magnésio, 200 g de sulfato de potássio, 150 g de
sulfato de amônia mais cálcio e boro quelatizados
(250 g/100 l).
No pré-amadurecimento das bagas, usar 250 g de clo-
reto de potássio e 150 g de sulfato de amônia por cova.
Da 3ª poda à produção decorrem, em geral, 130 dias.
Deixar 30 dias de repouso para fazer nova poda de
produção e adubar novamente, sempre ajustando em
função de análises de solo, foliar e da produção.
Recomenda-se fazer cobertura morta com bagaço de
cana, em todas as podas, cobrindo a área de
abrangência da irrigação.
A partir da primeira poda, as adubações serão feitas a 60
cm do caule da planta nos 2 lados. Para a segunda poda, a 80 cm
do caule variando a posição do local de aplicação. Da terceira em
diante, distanciar a adubação de 1,0 m do caule.
7 - TUTORAMENTO
Usar um tutor, colocado antes do plantio da muda, ou logo
após, para direcionar a brotação verticalmente até o arame do
sistema de condução.

185
8 - CONTROLE DE INVASORAS
Manter a cultura no limpo para evitar que as invasoras
concorram em nutrientes e abafem as mudas. Usar capinas ma-
nuais, cultivador ou herbicida.
9 - CONSTRUÇÃO DE LATADA
Construir a latada com 2 metros de altura usando moirões,
postes, arame liso nº. 8,12, 14 e 18.
Cada fileira será independente da outra, pois todos os fios de
arame, para cada fileira, serão amarrados nos postes da mesma.
Fazer uma rede de arame liso nº . 12 nas linhas das plantas
e nº . 14 nas entrelinhas espaçadas de 40 cm. Perpendicularmente
a cada 2,0 m, colocar arame 12 e nas entrelinhas da latada, e a
cada 25,0 m, perpendicular às fileiras de plantas, colocar arame
18 para impedir o deslocamento do arame 14.
10 - PODA DE CONDUÇÃO E AMARRAÇÃO
Conduzir um único ramo até a latada e amarrá-lo no tutor
para o tronco ficar ereto e não quebrar com o vento.
Todos os ramos ladrões do porta-enxerto, as brotações la-
terais e gavinhas serão eliminados. O ramo principal será condu-
zido no sentido do menor espaçamento.
Feita a primeira poda para a formação dos braços primá-
rios, inicia-se a condução das brotações que constituirão os bra-
ços secundários, espaçadas 30 cm umas das outras.
Com o espaçamento de 3,5 x 2,0 m, cada braço primário
atingirá 1,25 m, um para cada lado sobre a linha das plantas. Os
ramos secundários ficarão dispostos perpendicularmente à linha
das plantas, sendo 4 ou 5 por lado de cada braço primário.
11 - PODA DE FRUTIFICAÇÃO
Deixar em cada unidade de produção um esporão com
duas gemas e uma vara com 6 a 8 gemas. O esporão produz a
vara e o esporão do ciclo seguinte, e a vara produz frutos. Tor-

186
cer os ramos após a poda e, em seguida, aplicar Cyanamide a
5% imediatamente.
12 - IRRIGAÇÃO
Aplicar 100% da ETP no período de formação e 80% na
produção.
A irrigação deve continuar até a última semana antes da
colheita. Continuar irrigando após a colheita.
13 - CONTROLE DE PRAGAS
− Lagartas, Vaquinhas, Minador de Folhas: Deltamet-
hrin 2,5% (Classe III) - 0,15 l do pc/ 100 l, Triazophos
40% (Classe I - carência 5 dias) - 150 ml do pc/ 100 l e
Paramethion methyl 60% (Classe I - Carência 15 dias)
– 100 ml do pc/100 l.
− Ácaro: tetradifon 8% (Classe III - carência 14 dias) -
300 ml do pc/100 l.
− Mosca das Frutas: Triclorfon 50% (Classe III - carên-
cia 7 dias) - 300 ml do pc/100 l de água.
14 - CONTROLE DE DOENÇAS
− Oídio: Controlado preventivamente com aplicações al-
ternadas de fungicida sistêmico e de contato. Em épo-
cas propícias ao desenvolvimento do fungo, efetuar
duas aplicações semanais.
− Fungicidas recomendados: Fanarimol 12% (Classe II
- Carência 15 dias) - 20 ml do pc/100 l; Benomyl 50%
(Classe III - Carência 7 dias) - 60 g do pc/100 l; Triadi-
mefon 25% (Classe III - Carência 15 dias) - 200 g do
pc/100 l, Thiophanate methyl 70% (Classe IV - Carên-
cia 14 dias) - 350 g do pc/100 l, Enxofre 80% (Classe
IV) - 400 g do pc / 100 l e Tebuconazole 20% (Classe
III – Carência 14 dias) - 100 g do pc/100 l.
− Míldio: Oxicloreto de cobre 58,8% (Classe IV - Carên-
cia 7 dias) - 300 g do pc/100 l; Cymoxanil 8% + Maneb
187
64% + Sulfato de zinco 2% (Classe III - Carência 7 di-
as) - 200 g do pc/100 l; Maneb 80% (Classe III - Carên-
cia 21 dias) - 250 g do pc/100 l; Folpet 50% (Classe IV
- Carência 1 dia) - 140 g do pc/100 l, Metalaxyl 8% +
Mancozeb 64% (Classe II - Carência 10 dias) – 300 g
do pc / 100 l e Oxicloreto de cobre 84% (Classe IV -
Carência 7 dias) - 220 g do pc/100 l.
− Antracnose: Benomyl 50% - 60 g do pc/100 l + Maneb
80% - 250 g do pc/100 l; Folpet 50% - 140 g do pc/100
l, Oxicloreto de cobre 58,8% (Classe IV - carência 7 di-
as) – 800 g do pc/ 100 l e Oxicloreto de cobre 84% -
220 g do pc/100 l.
− Podridão das uvas: Folpet 50% - 140 g do pc/100 l;
Thiophanate methyl 50% - 350 ml do pc/100 e Manco-
zeb 80% (Classe III - carência 21 dias) - 350 g do
pc/100 l; Iprodione 50% (Classe IV - carência 14 dias) -
150 g do pc/100 l e Oxicloreto de cobre 84% - 220 g do
pc/100 l.
− Podridão Negra e Amarga: Folpet 50% - 140 g do
pc/100 l e Maneb 80% - 250 g do pc/100 l.
15 - APLICAÇÃO DE GIBERELINA
1ª aplicação (cacho com 2 cm): Dissolver um pacote de
PROGIB (10 g) em 1 l de água (solução padrão). Retirar 20 ml
desta solução e misturar em 10 l de água, fazendo pulverização
diretamente nos cachos.
2º aplicação (pós raleio do cacho): Retirar 200 ml da
solução padrão e misturar em 10 litros de água e fazer
pulverização diretamente nos cachos.
3ª aplicação (no pré amolecimento das bagas): Mesma
dosagem da 2ª aplicação de Giberelina (PROGIB).

188
16 - AMARRAÇÃO
Amarrar as varas nos fios de arame sem apertar muito.
Amarrar também os novos lançamentos para evitar quebra pelos
ventos. Para isso, usar o equipamento Tapemer.
17 - PODA VERDE
Realizar o esladroamento, ou seja, a eliminação de ramos
estéreis, quando estiverem de 10 a 20 cm.
Eliminar também a extremidade dos ramos
(despontamento) e as gavinhas quando os ramos
apresentarem de 25 a 30 folhas definitivas. Fazer também o
desnetamento, ou seja, a eliminação de ramos terciários
deixando apenas uma ou duas folhinhas.
O desfolhamento é feito no período de crescimento de ra-
mos, para melhorar o arejamento e a insolação, facilitando o con-
trole de doenças. Não tirar mais que cinco folhas/ramo e nos ra-
mos com cachos deixar 6 a 8 folhas acima do mesmo.
Remover também os cachos dos ramos débeis, com pou-
cas folhas, doentes ou abafados, procurando deixar os cachos
bem distribuídos.
Na fase de florada, para facilitar o raleio, usar um pré-raleio
(dedinho) que consiste na retirada de parte de brácteas florais. Em
seguida faz-se o raleio de bagas propriamente dito, que consiste
em deixar o cacho descompactado com bagas soltas.
18 - COLHEITA
As variedades apresentam colheita entre 120 e 130 dias
depois de podadas. É possível que varie com a condição climáti-
ca. Os frutos colhidos não devem ter manchas causadas por fun-
gos ou danos mecânicos.
Após a colheita, procede-se à irrigação, mantendo uma
certa umidade no solo para evitar a morte das radicelas mais
superficiais.

189
19 - PRODUTIVIDADE
ANO 2 - 8 t/ha
ANO 3 - 16 t/ha
ANO 4 - 25 t/ha
A partir do ANO 5 - 30 t/ha

190
TABELA 34
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: UVA - 1,00 ha
Quantidade / Ano
Especificação Unidade
1º . 2º . 3º . 4º . 5º .
1- MUDAS DE PORTA-ENXERTO ud 1.570,0
2- FERTILIZANTES
MAP kg 800,0 1.000,0 1.715,0 1.800,0 1.850,0
Cloreto de potássio kg 714,0 750,0 780,0
Esterco m3 43,0 57,0 57,0 57,0 57,0
Sulfato de potássio kg 214,0 514,0 571,0 580,0 590,0
Formula 6-24-12 kg 1.000,0
Sulfato de amônia kg 286,0 571,0 1.285,0 1.300,0 1.320,0
Fertilizante foliar l 1,5 3,0 3,0
Sulfato de zinco kg 43,0 43,0
Bórax kg 43,0 43,0
Sulfato de ferro kg 43,0 43,0
Sulfato de magnésio kg 430,0 571,0 571,0 571,0
3- DEFENSIVOS
Benomyl 50% kg 1,0 2,0 2,0 2,0 2,0
Cymoxanil 8%+Maneb 64%+Sulf.
Zinco 2% kg 2,0 2,0 2,0 4,0 5,0
Folpet 50% kg 1,0 2,0 2,0 3,0 3,0
Thiophanate methyl 50% l 2,0 2,0 2,0 2,0
Maneb 80% kg 8,0 20,0 20,0 20,0 20,0
Enxofre 80% kg 12,0 10,0 10,0 10,0 10,0
(continua)

191
TABELA 34
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: UVA - 1,00 ha
(conclusão)
Quantidade / Ano
Especificação Unidade
1º . 2º . 3º . 4º . 5º .
Deltamethrin 2,5% l 0,5 2,0 2,0 2,0 2,0
Paraquat 20% l 1,0 2,0 4,0 4,0 4,0
Triclorfon 50% l 4,0 6,0 8,0 8,0
Metalaxyl 5% kg 1,0 2,0 2,0 2,0 2,0
Fanarimol 12% l 0,5 0,5 1,0 1,0 2,0
Espalhante adesivo l 2,0 3,0 4,0 5,0 5,0
Tetradifon 8% l 1,0 2,0 4,0 4,0 4,0
Triazophos 40% l 1,0 2,0 2,0 2,0
Oxicloreto de cobre 84% kg 6,0 10,0 14,0 20,0 20,0
Triadimefon 25% l 2,0 2,0 2,0
Parathion methyl 60% l 4,0 8,0 8,0
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS
Água 1000 m3 12,0 12,0 12,0 12,0 12,0
Energia vb 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
Outros vb 10.020,4 1.820,8 3.084,2 4.379,0 4.885,0
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 16,0 30,0 32,0 36,0 32,0
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 272,0 252,0 378,0 498,0 563,0
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).

192
TABELA 35
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: UVA - 1,00 ha
Preço Unitá- Custo / Ano
Especificação Unidade
rio R$ 1º . 2º . 3º . 4º . 5º .
1- MUDAS DE PORTA-ENXERTO ud 2,00 3.140,00
Subtotal 1 3.140,00
2- FERTILIZANTES
MAP kg 0,34 272,00 340,00 583,10 612,00 629,00
Cloreto de potássio kg 0,40 285,60 300,00 312,00
Esterco m3 20,00 860,00 1.140,00 1.140,00 1.140,00 1.140,00
Sulfato de potássio kg 0,75 160,50 385,50 428,25 435,00 442,50
Formula 6-24-12 kg 0,52 520,00
Sulfato de amônia kg 0,32 91,52 182,72 411,20 422,40
Fertilizante foliar l 2,00 3,00 6,00 6,00
Sulfato de zinco kg 0,75 32,25 32,25
Bórax kg 1,80 77,40 77,40
Sulfato de ferro kg 6,40 275,20 275,20
Sulfato de magnésio kg 0,65 279,50 371,15 371,15 371,15
Subtotal 2 1.292,50 1.865,50 2.436,95 2.487,00 2.523,50
3- DEFENSIVOS
Benomyl 50% kg 48,00 48,00 96,00 96,00 96,00 96,00
Cymoxanil 8%+Maneb 64%+Sulf.
Zinco 2% kg 24,00 48,00 48,00 48,00 96,00 120,00
Folpet 50% kg 10,00 10,00 20,00 20,00 30,00 30,00
(continua)

193
TABELA 35
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: UVA - 1,00 ha
(continuação)
Preço Unitá- Custo / Ano
Especificação Unidade
rio R$ 1º . 2º . 3º . 4º . 5º .
Thiophanate methyl 50% l 26,65 53,30 53,30 53,30 53,30
Maneb 80% kg 14,00 112,00 280,00 280,00 280,00 280,00
Enxofre 80% kg 3,00 36,00 30,00 30,00 30,00 30,00
Deltamethrin 2,5% l 40,00 20,00 80,00 80,00 80,00 80,00
Paraquat 20% l 18,00 18,00 36,00 72,00 72,00 72,00
Triclorfon 50% l 15,00 60,00 90,00 120,00 120,00
Metalaxyl 5% kg 60,00 60,00 120,00 120,00 120,00 120,00
Fanarimol 12% l 122,00 61,00 61,00 122,00 122,00 244,00
Espalhante adesivo l 8,00 16,00 24,00 32,00 40,00 40,00
Tetradifon 8% l 16,00 16,00 32,00 64,00 64,00 64,00
Triazophos 40% l 25,00 25,00 50,00 50,00 50,00
Oxicloreto de cobre 84% kg 7,00 42,00 70,00 98,00 140,00 140,00
Triadimefon 25% l 65,00 130,00 130,00 130,00
Parathion methyl 60% l 16,80 67,20 134,40 134,40
Subtotal 3 512,00 1.060,30 1.452,50 1.657,70 1.753,70
4- OUTROS INSUMOS / SERVIÇOS
Água 1000 m3 18,00 216,00 216,00 216,00 216,00 216,00
Energia vb 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00
Outros vb 1,00 10.020,40 1.820,80 3.084,20 4.379,00 4.885,00
Subtotal 4 10.416,40 2.216,80 3.480,20 4.775,00 5.281,00
(continua)

194
TABELA 35
CUSTOS OPERACIONAIS DE PRODUÇÃO CULTURA: UVA - 1,00 ha
(conclusão)
Preço Unitá- Custo / Ano
Especificação Unidade
rio R$ 1º . 2º . 3º . 4º . 5º .
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 18,00 288,00 540,00 576,00 648,00 576,00
Subtotal 5 288,00 540,00 576,00 648,00 576,00
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 14,00 3.808,00 3.528,00 5.292,00 6.972,00 7.882,00
Subtotal 6 3.808,00 3.528,00 5.292,00 6.972,00 7.882,00
TOTAL 19.456,90 9.210,60 13.237,65 16.539,70 18.016,20
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: 1/ Preços praticados na região em junho/2000.
2/
Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e alimentares.
3/
Preço da água - média utilizada em projetos similares.

195
5.1.15 - Cultura do feijão

1 - PREPARO DO SOLO
O preparo do solo consta de uma gradagem pesada ou a-
ração, seguida de grade niveladora.
Em terreno recém-desmatado, que tenha sido utilizada
gradagem pesada, basta realizar uma gradagem leve.
2 - CULTIVAR
Carioquinha ou Pérola.
3 - ESPAÇAMENTO E PROFUNDIDADE DE PLANTIO
Plantar no espaçamento de 50 cm entre linhas deixando
cair 16-18 sementes por metro de linha, considerando um poder
germinativo de 90%, gastando-se 70 a 80 kg de semen-
tes/hectare. A profundidade de plantio será de 3-4 cm.
4 - ÉPOCA DE PLANTIO
Março a junho e colheita entre maio e setembro.
5 - TRATAMENTO DE SEMENTES
Para cada 100 g de sementes usar 200 g do pc de Imi-
dacloprid 70% + 100 g do pc de Benomyl 50% + 150 g do pc de
Thiram.
6 - ADUBAÇÃO DE PLANTIO
Utilizar, no plantio, 300 kg de 4-30-16.
Nos plantios seqüentes à cultura da cebola, dispensa-se a
adubação de plantio, uma vez que haverá no solo fósforo residual
a ser aproveitado pela cultura do feijão.
7 - FERTIRRIGAÇÃO
Na TABELA 36, estão as quantidades a serem aplicadas
em kg/ha de fertilizantes em função do ciclo da cultura.

196
TABELA 36
UTILIZAÇÃO DE FERTILIZANTES EM FUNÇÃO DO CICLO DA CULTURA
DIAS DO CICLO
FERTILIZANTES
15 20 21 25 30 35 40 45 50 55 TOTAL
Uréia 11 14 15 15 14 11 80
Sulfato de Amonia 35 35 30 100
Cloreto de Potássio 20 20 10 10 60
Sulfato de Magnésio 20 20 10 50
Molibdato de Sódio 0,07 0,07
a/
Ácido Bórico 1,5 1,5 1 4
a/
Sulfato de Zinco 3 3 2 8
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
a/
A serem utilizados se não for empregada Calda Viçosa.

197
8 - CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
Em área recém-desmatada, no primeiro ano de cultivo, a
infestação de plantas daninhas é baixa, bastando para seu contro-
le o uso de capinas.
Quando aumentar o grau de infestação, controlar folhas
estreitas com Fluazifop-p-butil 12,5% (Classe II) – 1,0 l/ha do pc,
aplicado em pós-emergência quando as gramíneas estiverem com
2-3 perfilhos, através de pulverização (volume de calda 100 a 300
l/ha). Tratando-se de folhas largas, utilizar Flex (Classe I – carên-
cia 60 dias) – 1,0 l/ha, aplicado em pulverização 20-30 dias após a
emergência da cultura (volume de calda – 200 a 300 l/ha).
9 - CONTROLE DE PRAGAS
Atualmente, a praga mais importante na cultura do feijão é
a mosca branca. Utilizando a programação apresentada, a se-
guir, de controle da mosca branca, o pulgão e a cigarrinha verde
serão controlados.
Aos 5 dias após a emergência, fazer uma amostragem em
10 pontos diferentes da lavoura contando o número de plantas em
cada ponto. Caso o número de plantas afetadas por virose seja
maior ou igual a 5%, entrar com a pulverização; caso contrário,
esta aplicação poderá ser retardada.
O controle da mosca branca será feito com uma combina-
ção do pc de Methiamidophos 60% com Lambdacyhalothrin 5%,
na base de 600 ml + 200 ml do pc, respectivamente, com aplica-
ções de 10 em 10 dias, a partir da identificação da necessidade de
pulverização através de amostragem. O volume de calda variará
de 100 a 300 l/ha em função da idade da lavoura. Após um perío-
do de 5 dias de cada pulverização, aplicar a mesma mistura na
bordadura da lavoura (20 metros), na base de 100 ml do pc de
Methiamidophos 60% com 40 ml do pc de Lambdacyhalothrin 5%.
No caso de ataque de ácaro na lavoura, usar Abamectina
1,8% (Classe III – Carência 7 dias) na base de 0,3 l/ha do pc(300 l
de calda /hectare).

198
10 - CONTROLE DE DOENÇAS
O controle de antracnose, mancha angular e outras doen-
ças fúngicas das folhas será feito com aplicação de Thioplanate
methyl 14% + Chlorothalonil 35 (Classe III – Carência 14 dias) na
base de 1,5 a 2,5 l/ha do pc, alternando com calda viçosa na base
de 150 l/ha.
11 - IRRIGAÇÃO
No início do cultivo, até 10-15 dias após a emergência, irri-
gar aplicando 60% da evapotranspiração potencial (ETP).
Desse período até 20-25 dias, aplicar 100% da ETP. Dos
25 dias até 65-70 dias aplicar 115% da ETP e daí para frente,
60% da ETP. Cortar a irrigação em torno de 75 dias.
12 - COLHEITA
A colheita será iniciada quando as plantas estiverem com
desfolhamento de 80-90% e os grãos com 18-20% de umidade.
13 - CICLO E RENDIMENTO
Ciclo em torno de 85-90 dias e rendimento esperado de
1,8-2,2 t/ha.
TABELA 37
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: FEIJÃO
Preço Total
Especificação Unidade Quantidade
R$ R$
1- SEMENTES kg 80,0 1,40 112,00
Subtotal 1 112,00
2- FERTILIZANTES
Fórmula 4-30-16 kg 300,0 0,68 204,00
Uréia kg 80,0 0,39 31,20
Sulfato de amônia kg 100,0 0,42 42,00
Molibidato de sódio kg 0,1 26,00 1,82
Cloreto de potássio kg 60,0 0,46 27,60
Subtotal 2 306,62
(continua)

199
TABELA 37
QUANTIDADE DE INSUMOS E SERVIÇOS CULTURA: FEIJÃO
(conclusão)
Preço Total
Especificação Unidade Quantidade
R$ R$
3- DEFENSIVOS
Espalhante adesivo l 1,0 8,00 8,00
Benomyl 50% kg 0,1 48,00 4,80
Thiram kg 0,2 39,00 7,80
Calda viçosa* l 350,0 1,20 420,00
Abamectina 1,8% l 0,2 180,00 36,00
Thioplanate methyl 14% + l 1,0 35,00 35,00
Chlorothalonil 35%
Lambdacyhalothrin 5% l 1,0 48,00 48,00
Methiamidophos 60 l 3,0 14,40 43,20
Imidacloprid 70% kg 0,2 600,00 120,00
Fluazifop-p-butil 12,5% l 1,0 36,46 36,46
Subtotal 3 759,26
4- OUTROS INSUMOS/SERVIÇOS
Água 1000 m3 4,5 18,00 81,00
Energia vb 1,0 40,00 40,00
Sacaria ud 30,0 0,30 9,00
Subtotal 4 130,00
5- OPERAÇÕES MECANIZADAS
Operações mecanizadas htr 9,5 18,00 171,00
Subtotal 5 171,00
6- MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra dh 23,2 14,00 324,80
Subtotal 6 324,80
TOTAL 1.803,68
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: 1/ As quantidades de defensivos referem-se ao produto comercial (pc).
2/
Preços praticados na região em junho/2000.
3/
Preços de mão-de-obra inclusos encargos sociais e trabalhistas, e ali-
mentares.
4/
Preço da água - média utilizada em projetos similares.

5.2 - Modelo de Exploração Agrícola: Análise Financeira

Esta seção tem a finalidade de subsidiar aos futuros em-


preendedores a necessidade de recursos e rentabilidade sobre o

200
seu empreendimento. Utilizou-se uma metodologia clássica e
mundialmente empregada: o Modelo Tipo.
O Projeto Salitre Etapa 1, conforme descrito, terá basica-
mente dois tipos de lotes agrícolas: o destinado à pequena em-
presa com área Superfície Agrícola Útil (Sau) de 6,0 ha e o desti-
nado à média empresa, variável entre 30 a 60 ha. Adotou-se como
lote padrão para a média empresa uma área média de 45 ha,
sendo irrigáveis 42 ha.
Para o lote de pequena empresa, adotou-se um Modelo
Tipo que representa a opção 1 do empreendimento para aquele
lote. Para o lote de média empresa, empregaram-se dois Modelos
Tipos, que representam duas opções de empreendimento para
aquele lote.
O Modelo Tipo faz uma previsão média de como poderia
se dar o Plano de Exploração Agrícola e quais as estruturas ne-
cessárias para sua execução. Avalia a necessidade de recursos,
em quantidade e prazo para a execução do plano agrícola e sua
rentabilidade. A base do Modelo é desenhada a partir do Plano
Agrícola.
Partindo-se de um Modelo Tipo, é possível avaliar outras
opções para o mesmo lote- padrão.
Foram estudadas 3 opções de empreendimentos parcela-
res para a Etapa 1 do Salitre. Cada opção foi representada por um
Modelo Tipo. Modelos denominados de:
• Modelo – 1 para opção 1, correspondente ao lote para
pequena empresa, área SAU de 6,0 ha.
• Modelo – 2 para opção 2, correspondente ao lote para
média empresa, área Sau de 42,0 ha.
• Modelo – 3 para opção 3, correspondente ao lote para
média empresa, área Sau de 42,0 ha.
Para a caracterização do plano agrícola de cada modelo, uti-
lizaram-se culturas descritas, como potencialmente recomendadas
para o Salitre. Foram observadas as seguintes condições:

201
• Há uma tendência em todos os perímetros irrigados de
diversificação de culturas em cada lote, para dar mais
estabilidade ao fluxo de caixa do empreendimento. Fo-
ram adotadas de 3-4 culturas.
• No caso da pequena empresa, normalmente são em-
preendedores com capacidade limitada de disponibilizar
recursos imediatos para o capital de giro. Assim, previu-
se uma composição de 50% da área com culturas de
ciclo curto e 50% com culturas perenes.
• Tem-se observado uma tendência de as médias em-
presas só trabalhar com fruticultura, ou, às vezes, com
fruticultura e cultura de ciclo curto. Adotaram-se, então,
duas opções, cobrindo essa tendência.
• No caso de se trabalhar mais com fruticultura, optou-se
por uma combinação de fruticultura que apresenta pro-
duções rápidas (até 2 anos), com aquelas que iniciam
mais tardes (até 4 anos). Essa composição melhora o
fluxo de caixa do empreendimento, principalmente no
início das atividades.
Com base nessas observações, ficaram definidos então os
3 Modelos Tipos, descritos a seguir.

5.2.1 - Modelo de exploração agrícola – 1

• Descrição
O modelo 1 prevê a exploração de lotes de 6 hectares irri-
gados por pequenos irrigantes. Esta área será desmatada no Ano
1. O sistema de irrigação será implantado nos dois primeiros anos,
três hectares por ano.
Existe a previsão de construção, a partir do segundo ano,
de uma casa com 60 m2, durante dois anos. Será construído, no
Ano 3, galpão para máquinas e equipamentos com 60 m2. No Ano
1, o irrigante adquirirá as diversas ferramentas, necessárias ao
seu trabalho.

202
O aproveitamento agrícola do lote se dará com culturas
anuais (cebola, melancia, feijão, tomate industrial) e cultura pere-
ne (manga). A área destinada às culturas anuais será irrigada pelo
método de miniaspersão, enquanto a área de manga será irrigada
pelo método de microaspersão. A TABELA 38 mostra o crono-
grama para implantação do Modelo 1.
Com base no cronograma de implantação das culturas e a
partir das produtividades esperadas de cada cultura, chega-se à
produção estimada do projeto (TABELA 39).

203
TABELA 38
CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA FÍSICA E CULTURAS -
MODELO 1

ESPECIFICAÇÕES Unidade ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5


1. INFRA-ESTRUTURA
- Desmantamento ha 6
- Sistema de irrigação ha 3 3
2
- Casa m 30 30
2
- Galpão p/ máquinas e equipamentos m 60
- Ferramentas diversas vb 1
2. CULTURA
- Cebola ha 1 1 1 1 1,0
- Tomate industrial ha 2 2 2 0,5
- Melancia ha 1,5 1,5 1,5 0,5
- Feijão ha 2 1,5 1,5 1,5 1,5
- Manga ha 3
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.

204
TABELA 39
PRODUÇÃO ESTIMADA - PROJETO SALITRE - MODELO 1 (t)
ANO
CULTURA
1 2 3 4 5 6 7 8 ao 20
Cebola 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0
Tomate industrial 120,0 120,0 120,0 60,0 60,0 60,0 60,0
Melancia 60,0 60,0 60,0 20,0 20,0 20,0 20,0
Feijão 4,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0
Manga 9,0 30,0 60,0 75,0 90,0
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.

205
• Fluxo financeiro
Foi elaborado o fluxo financeiro do Projeto para um período
de 20 anos, conforme TABELA 40. Os componentes de custo do
Projeto foram obtidos conforme os seguintes critérios:
A. Custos de investimento
A consolidação dos custos de investimento foi baseada no
cronograma físico apresentado na TABELA 38. Os itens de inves-
timento são explicitados abaixo.
A.1. Desmatamento
Área do Projeto será desmatada no primeiro ano, a um
custo de R$700,00/ha.
A.2. Sistema de irrigação
O sistema de irrigação será implantado nos 2 primeiros
anos. O investimento será de R$21.280,00 no Ano 1 e R$7.960,00
no Ano 2. O sistema de irrigação receberá a água de forma pres-
surizada, não necessitando de motobomba. O sistema prevê au-
tomação e fertiirrigação. Haverá a substituição do sistema de irri-
gação nos anos 11 e 12. A seguir, encontra-se o layout básico do
sistema de irrigação e seu orçamento.
A.3. Casa
Uma casa com 60 m2 será construída a partir do Ano 2 e
durante o Ano 3. O custo é de R$140,00/m2.
A.4. Galpão para máquinas e equipamentos
Será edificado, no Ano 3, galpão de 60m2, para abrigar as
máquinas e os equipamentos, a um custo de R$130,00/m2.
A.5. Ferramentas diversas
O irrigante adquirirá, no Ano 1, as ferramentas destinadas
ao seu trabalho, totalizando um investimento de R$1.500,00.

206
TABELA 40
FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 1
ESPECIFICAÇÕES ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 ANO 7 ANO 8 ANO 9 ANO 10
1 - CUSTOS
1.1 - INVESTIMENTOS
- Desmantamento 4.200,00
- Sistema de irrigação 20.830,00 7.960,00
- Casa 4.200,00 4.200,00
- Galpão p/ máquinas e
equipamentos 7.800,00
- Ferramentas diversas 1.500,00
- Agrícola - Investimento 4.665,89 3.611,75 6.017,04
SUBTOTAL INVESTI-
MENTOS 26.530,00 16.825,89 15.611,75 6.017,04
1.2 - OPERACIONAIS
- Agrícola 9.676,18 21.827,16 21.827,16 21.827,16 22.269,74 24.456,62 26.999,39 28.589,36 28.589,36 28.589,36
- Manutenção do sistema
de irrigação 624,90 863,70 863,70 863,70 863,70 863,70 863,70 863,70 863,70 863,70
- Manutenção de benfeito-
rias 84,00 324,00 324,00 324,00 324,00 324,00 324,00 324,00 324,00
- Pagamento terra 272,73 272,73 272,73 272,73 272,73 272,73 272,73
- Água e energia 445,00 2.475,60 2.475,60 2.475,60 2.152,20 2.152,20 2.152,20 1.828,20 1.828,20 1.828,20
- Pagamento Sist. Irriga-
ção e Desmat. 3.299,00 3.299,00 3.299,00 3.299,00 3.299,00 3.299,00 3.299,00
- K1 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00
(continua)
207
TABELA 40
FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 1
(continuação)
ESPECIFICAÇÕES ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO14 ANO 5 ANO 6 ANO 7 ANO 8 ANO 9 ANO 10
- Depreciação 75,00 75,00 75,00 75,00 75,00 75,00 75,00 75,00 75,00 75,00
SUBTOTAL OPERA-
CIONAIS 11.721,08 26.225,46 26.465,46 30.037,19 30.156,37 32.343,25 34.886,02 36.151,99 36.151,99 36.151,99
TOTAL DE CUSTOS 38.251,08 43.051,35 42.077,21 36.054,23 30.156,37 32.343,25 34.886,02 36.151,99 36.151,99 36.151,99
2 – RECEITAS
- Produção agrícola 14.039,32 33.696,76 33.696,76 39.216,14 40.023,07 58.421,01 67.619,98 76.818,94 76.818,94 76.818,94
- Empréstimo de
investimento 25.030,00 7.960,00
TOTAL DE RECEITAS 39.069,32 41.656,76 33.696,76 39.216,14 40.023,07 58.421,01 67.619,98 76.818,94 76.818,94 76.818,94
3 – BALANÇO (2-1)
ANUAL 818,24 -1.394,59 -8.380,45 3.161,92 9.866,71 26.077,76 32.733,96 40.666,96 40.666,96 40.666,96
4 – BALANÇO ACU-
MULADO 818,24 -576,34 -8.956,79 -5.794,87 4.071,83 30.149,59 62.883,55 103.550,51 144.217,47 184.884,42
(continua)

208
TABELA 40
FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 1
(continuação)
ESPECIFICAÇÕES ANO 11 ANO 12 ANO 13 ANO 14 ANO 15 ANO 16 ANO 17 ANO 18 ANO 19 ANO 20
1 - CUSTOS
1.1 – INVESTIMENTOS
- Desmantamento
- Sistema de irrigação 20.830,00 7.960,00
- Casa
- Galpão p/ máquinas
e equipamentos
- Ferramentas diver-
sas
- Agrícola - Investi-
mento
SUBTOTAL INVES-
TIMENTOS 20.830,00 7.960,00
1.2 – OPERACIONAIS
- Agrícola 28.589,36 28.589,36 28.589,36 28.589,36 28.589,36 28.589,36 28.589,36 28.589,36 28.589,36 28.589,36
- Manutenção do
sistema de irrigação 863,70 863,70 863,70 863,70 863,70 863,70 863,70 863,70 863,70 863,70
- Manutenção de
benfeitorias 324,00 324,00 324,00 324,00 324,00 324,00 324,00 324,00 324,00 324,00
- Pagamento terra 272,73 272,73 272,73 272,73 272,73 272,73 272,73 272,73 272,73 272,73
- Água e energia 1.828,20 1.828,20 1.828,20 1.828,20 1.828,20 1.828,20 1.828,20 1.828,20 1.828,20 1.828,20
(continua)
209
TABELA 40
FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 1
(conclusão)
ESPECIFICAÇÕES ANO 11 ANO 12 ANO 1 ANO 14 ANO 15 ANO 16 ANO 17 ANO 18 ANO 19 ANO 20
- Pagamento Sist.
Irrigação e Desmat. 3.299,00 3.299,00 3.299,00
- K1 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00
- Depreciação 75,00 75,00 75,00 75,00 75,00 75,00 75,00 75,00 75,00 75,00
SUBTOTAL OPERA-
CIONAIS 36.151,99 36.151,99 36.151,99 32.852,99 32.852,99 32.852,99 32.852,99 32.852,99 32.852,99 32.852,99
TOTAL DE CUSTOS 56.981,99 44.111,99 36.151,99 32.852,99 32.852,99 32.852,99 32.852,99 32.852,99 32.852,99 32.852,99
2 - RECEITAS
- Produção agrícola 76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94
- Empréstimo de
investimento
TOTAL DE RECEITAS 76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94 76.818,94
3 - BALANÇO (2-1)
ANUAL 19.836,96 32.706,96 40.666,96 43.965,96 43.965,96 43.965,96 43.965,96 43.965,96 43.965,96 43.965,96
4 - BALANÇO ACU-
MULADO 19.836,96 52.543,91 93.210,87 137.176,83 181.142,79 225.108,74 269.074,70 313.040,66 357.006,61 400.972,57
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.

210
211
TABELA 41
ORÇAMENTO BÁSICO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO PARCELAR -
PROJETO SALITRE - MODELO 1
PREÇO
ESPECIFICAÇÃO
TOTAL (R$)
1 – ADUÇÃO 5.570,00
2 - CONEXÕES E ACESSÓRIOS 5.210,00
3 - SISTEMA DE FILTRAGEM E FERTILIZAÇÃO 4.830,00
4 - SISTEMA DE AUTOMAÇÃO 12.566,00
5 - ABERTURA DE VALETAS E INSTALAÇÃO 614,00
TOTAL - MODELO 1 28.790,00
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: Preços de junho/2000.

A.6. Formação de fruticultura

São os investimentos necessários à formação da cultura


da manga, ou seja, dispêndios realizados até o período em que a
cultura entra na fase de produção. No caso do modelo 1, o perío-
do é de 3 anos. A TABELA 42 mostra estes custos.

TABELA 42
CUSTOS DE INVESTIMENTOS (R$/ha)
Ano de cultivo
CULTURAS TOTAL
1° 2° 3°
Manga 1.555,30 1.203,92 2.005,68 4.764,89
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.

B. Custos operacionais

B.1. Custo agrícola

Refere-se aos custos operacionais de produção das cultu-


ras anuais e aos da cultura da manga partindo-se do inicio da fase
de produção, ou seja, a partir do quarto ano. Os valores são mos-
trados na TABELA 43.

212
TABELA 43
CUSTEIO AGRÍCOLA (R$/ha)
CULTURA R$/ha
- Cebola 6.310,82
- Tomate industrial 3.199,76
- Melancia 4.395,20
- Feijão 1.682,68
- Manga (1° ano de produção) 2.679,18
- Manga (2° ano de produção) 3.408,14
- Manga (3° ano de produção) 4.255,73
- Manga (4° ano de produção em diante) 4.785,72
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: 1) O primeiro ano de produção para a manga corresponde a três anos
depois do plantio.
2) O custo operacional da manga se estabiliza após o quarto ano de
produção.

B.2. Manutenção do sistema de irrigação


Para manutenção, foi admitida uma percentagem de 3%
dos investimentos realizados no sistema de irrigação.
B.3. Manutenção de benfeitorias
Para manutenção das benfeitorias, foram adotados 2% dos
investimentos na casa e galpões para máquinas e equipamentos.
B.4. Pagamento da terra
Refere-se ao pagamento a ser realizado pelo produtor pela
área correspondente ao seu lote, valor de terra nua. O pagamento
do lote será realizado ao longo de 25 anos, incluindo um período
de carência de 3 anos, em 22 parcelas anuais iguais. Para efeito
do presente modelo, estima-se o valor de R$1.000,00/ha, a ser
pago pelo reassentado.
B.5. Água e energia
Refere-se aos gastos operacionais com água e energia,
segundo a necessidade de cada cultura e com base no plano de
exploração. Este gasto é de R$504,00/ha/ano para a manga do

213
primeiro ao sexto ano e de R$396,00/ha/ano a partir do sétimo
ano. Para a cebola, corresponde a R$203,00/ha/ano, enquanto
para o tomate industrial é de R$188,00/ha/ano, para a melancia
atinge R$135,40/ha/ano e para o feijão alcança R$121,00/ha/ano.
B.6. K1
K1 corresponde à amortização dos investimentos públicos
nas obras de infra-estrutura de irrigação de uso comum, calculada
anualmente, por projeto, com base no seu valor atualizado para
cada hectare de área irrigável. Foi adotado um valor de
R$150,00/ha/ano.
B.7. Pagamento do sistema de irrigação e desmatamento
Refere-se ao pagamento do empréstimo para implantação
do sistema de irrigação e realização do desmatamento. O irrigante
terá um período de carência de 3 anos, após os quais pagará o
empréstimo em 10 anos.
B.8. Depreciação
Os investimentos na casa e nos galpões para máquinas e
equipamentos foram depreciados a uma taxa de 5% ao ano.
C. Componentes de receita
C.1. Valor da produção agrícola
Para se chegar ao valor da produção agrícola, multiplica-
se a produção estimada de cada cultura pela respectiva estima-
tiva de preço.
Nos cálculos dos preços recebidos pelo produtor, foram uti-
lizados os preços ao nível de atacado praticados na Central de
Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (Ceasa-RJ) e Com-
panhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Pau-
lo (Ceagesp), no período junho/95 a maio/99. Estes preços, obti-
dos em valores nominais, foram deflacionados pelo Índice de Pre-
ços por Atacado-Disponibilidade Externa (IPA-DI), base 100 =
maio/99. Calcula-se a média do preço no período, ponderada pela
quantidade comercializada. Deste preço médio foram descontados
os custos de transporte, considerando-se que as cargas de manga
214
serão transportadas em caminhões refrigerados, a um custo de
R$0,12/t/km, enquanto as cargas de melancia e cebola serão
conduzidas em caminhões convencionais, a um custo de
R$0,06//t/km. É cobrado ainda o Imposto Sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre frete de produtos agrícolas
transportados por terceiros: 17% sobre 80% do valor do frete.
O custo de agenciamento da comercialização divide-se em
duas partes: a primeira é o agenciamento da carga; refere-se à
busca de informações, manutenção de contatos com transporta-
dores, agenciadores de venda, etc.; corresponde a 5% do preço
final de venda. A segunda parte é o agenciamento do atacadista;
inclui o lucro, as despesas administrativas, as despesas com
ICMS, as taxas cobradas pela Central de Abastecimento, etc.;
corresponde a um desconto de 20% sobre o preço final de venda.
Feitos os referidos descontos, chega-se ao preço pago ao
produtor em cada central. A TABELA 44 apresenta os dados para
o cálculo dos custos de comercialização, por tonelada de produto.
A TABELA 45 traz os preços, ao nível de atacado, de cada cen-
tral, os preços pagos aos produtores e o preço médio utilizado.

215
TABELA 44
PARÂMETROS DE CUSTOS DE COMERCIALIZAÇÃO (R$/t)
Distância Custo de frete (R$) ICMS sobre frete (R$) Agenciamento* (%)
Central
(Km) Refrigerado Convencional Refrigerado Convencional Atacadista Carga
CEAGESP 2.307 276,84 138,42 37,65 18,83 20 5
CEASA-RJ 1.990 238,8 119,4 32,48 16,24 20 5
FONTE: CEAGESP e CEASA-RJ.
NOTA: * Alíquota sobre o preço final de venda.

TABELA 45
PREÇOS PRATICADOS NAS CENTRAIS, PREÇOS PAGOS AO PRODUTOR
E PREÇO MÉDIO
Preço na Central (R$/t) Preço pago ao produtor (R$/t)
Produtos
CEAGESP CEASA-RJ CEAGESP CEASA-RJ MÉDIA
Manga* 1.237,01 613,26 613,26
Melancia** 397,01 478,27 140,51 223,07 181,79
Cebola 523,99 575,81 235,75 296,22 265,98
FONTE: CEAGESP e CEASA-RJ.
NOTA: * Preço no período de abril a outubro.
** Preço no período de agosto a novembro.

216
No caso do feijão, admitiu-se um preço de R$850,00/t e
para o tomate industrial, R$ 80,00/t.
C.2. Empréstimo de investimento
Admitiu-se que o pequeno irrigante tenha à sua disposição
um valor de crédito para investimento no sistema de irrigação e
desmatamento. Esse crédito será de R$25.480,00 no Ano 1, cor-
respondente ao desmatamento e parte do sistema de irrigação, e
de R$7.960,00 no Ano 2, correspondente à complementação do
sistema de irrigação.
• Indicador de Rentabilidade
O indicador mais importante desse modelo é a renda a ser
obtida. Nessa perspectiva, a renda é estabelecida pela diferença
entre os dispêndios com os diversos custos envolvidos e as recei-
tas. Assim, a partir da identificação e quantificação dos diferentes
componentes de custos e de receita, obteve-se a renda média
anual a ser conseguida em cada lote. Essa renda média foi de
R$29.367,85 para o período de 20 anos. Entretanto, se forem
considerados apenas os 4 primeiros anos do Projeto, a renda mé-
dia anual fica negativa em R$1.373,72, significando que, neste
período, o irrigante terá de contar com recursos próprios ou obter
empréstimos para cobrir suas despesas. Se optar pelo emprésti-
mo, as despesas com juros poderão reduzir a renda média no
período total do projeto. A renda familiar poderá ser aumentada ao
se considerar a receita proveniente do uso de mão-de-obra famili-
ar, cujo custo está incluído no de produção agrícola.
Teste de sensibilidade
A análise de sensibilidade foi usada para testar o efeito
no indicador de rentabilidade do modelo para o pequeno irrigan-
te, se os acontecimentos futuros forem significativamente dife-
rentes dos esperados, quando das estimativas feitas para a aná-
lise do Projeto.
Adotando-se o procedimento-padrão da análise de sensibi-
lidade, observou-se que o comportamento da renda média anual
(RMA) do Projeto variou:

217
- investimentos;
- custos operacionais;
- custos com água e energia;
- custos totais;
- valor da produção.
Os resultados da análise de sensibilidade são mostrados
na TABELA 46.

218
TABELA 46
ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DA RENDA MÉDIA ANUAL
- PROJETO SALITRE MODELO 1 - RENDA MÉDIA ANUAL BASE = R$29.367,85
VALOR DA RMA (R$) COM VARIAÇÃO % NO COMPONENTE
COMPONENTES
-20,00% -10,00% -5,00% 5,00% 10,00%
Investimentos - 29.836,72 29.602,29 29.133,41 28.898,98
Custos operacionais - 32.553,94 30.960,89 27.774,81 26.181,76
Custos de água e ener-
gia - 29.558,32 29.463,09 29.272,61 29.177,37
Custos totais - 33.022,81 31.195,33 27.540,37 25.712,89
Valor da produção 16.514,26 22.941,05 26.154,45 32.581,25 35.794,65
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.

219
A análise de sensibilidade mostra que o tipo de empreen-
dimento é mais sensível à diminuição do valor da produção do
que aos aumentos nos custos de investimentos e operacionais.
Isto mostra que o empreendimento é extremamente sensível às
questões gerenciais que provocam diminuição do valor da pro-
dução, tais como: inoportunidade de vendas (procura ofertar no
momento de menores preços), aplicação inadequada de insumos
(quantidade e periodicidade) que ocasiona diminuição da produ-
ção.

5.2.2 - Modelo de exploração agrícola – 2

• Descrição

O modelo 2 prevê a exploração de 42 hectares irrigados


por médios empresários. O lote será adquirido no Ano 1. Esta á-
rea será desmatada nos dois primeiros anos, 21 ha por ano. O
sistema de irrigação será implantado nos três primeiros anos: 10
ha no primeiro, 21 ha no segundo e 11 ha no terceiro ano.
Existe a previsão de construção, no primeiro ano, de uma
casa para administração com 120 m2, alojamento para os empre-
gados com 200 m2 e galpão para máquinas e equipamentos com
150 m2. Uma cerca com 1,8 km será construída no segundo ano.
Galpões para beneficiamento da colheita serão edificados: 100 m2
no Ano 2 e complementado com mais 100 m2 no Ano 4.
No segundo ano será implantado cabo aéreo para trans-
porte da colheita. Um trator com os implementos serão adquiridos
no Ano 1. No ano 10 ocorrerá a substituição do trator. Um veículo
tipo caminhonete, com capacidade para 600 kg, será adquirido no
Ano 1.
Serão cultivados, no Projeto, 10 ha de banana, 10 ha de
manga e 22 ha de coco. A banana será irrigada pelo método de
microaspersão e nas culturas de manga e coco serão utilizado o
método de gotejo. Será cultivada ainda a melancia, em consórcio
com a manga e o coco, sendo 8 ha no primeiro ano, 12 ha no se-
gundo e 5 ha no terceiro.

220
Os 10 ha de bananas serão implantados no Ano 1. A área
de manga será totalmente implantada no Ano 2. Quanto ao coco,
serão plantados 11 ha, no Ano 2, e 11 ha, no Ano 3. A TABELA
47, abaixo, mostra o cronograma para implantação do Modelo 2.
Com base no cronograma de implantação das culturas e a
partir das produtividades esperadas de cada cultura, chega-se à
produção estimada do Projeto (TABELA 48).
TABELA 47
CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA
FÍSICA E CULTURAS - MODELO 2
ESPECIFICAÇÕES Unidade ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4
1. INFRA-ESTRUTURA
- Aquisição de terra ha 42
- Desmatamento ha 21 21
- Sistema de irrigação ha 10 21 21
- Casa para administração m2 120
- Alojamento e estrut. de cozinha
p/ empregados m2 100 100
- Galpão p/ máquinas e equipa-
mentos m2 150
- Cerca km 1,8
- Trator e implementos ud 1
- Galpão para beneficiamento m2 100 100
- Cabo aéreo p/ transporte de
colheita km 1
- Veículo para apoio ud 1
2. CULTURA
- Banana ha 10
- Manga ha 10
- Coco ha 11 11
- Melancia ha 8 12 5
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.

221
TABELA 48
PRODUÇÃO ESTIMADA - PROJETO SALITRE - MODELO 2
CULTURAS Unidade Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Banana t 380,0 380,0 320,0 280,0 280,0 260,0 240,0 380,0
Manga t 30,0 100,0 200,0 250,0 300,0 300,0 300,0
Coco 1.000 ud 66,0 203,5 467,5 880,0 1.100,0 1.100,0 1.100,0
Melancia t 320,0 480,0 200,0 - - - - - - -

CULTURAS Unidade Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20
Banana t 380,0 320,0 280,0 280,0 260,0 240,0 380,0 380,0 320,0
Manga t 300,0 300,0 300,0 300,0 300,0 300,0 300,0 300,0 300,0 300,0
Coco 1.000 ud 1.100,0 1.100,0 1.100,0 1.100,0 1.100,0 1.100,0 1.100,0 1.100,0 1.100,0 1.100,0
Melancia t - - - - - - - - - -
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.

222
• Fluxo Financeiro
Foi elaborado o fluxo financeiro do Projeto para um período
de 20 anos, conforme TABELA 49. Os componentes de custo do
Projeto foram obtidos de acordo com os seguintes critérios:
A. Custos de investimento
A consolidação dos custos de investimento foi baseada no
cronograma físico apresentado na TABELA 47. Os itens de inves-
timento são explicitados a seguir.
A.1. Aquisição de terra
Os 42 hectares de terra destinados à implantação do Pro-
jeto serão adquiridos no Ano 1, a um custo estimado de
R$1.000,00/ha.
A.2. Desmatamento
A área do Projeto será desmatada nos 2 primeiros anos,
21 hectares por ano, a um custo de R$700,00/ha.
A.3. Sistema de irrigação
O sistema de irrigação será implantado, gradativamente,
nos 3 primeiros anos. No Ano 1 será implantado em 10 ha, perfa-
zendo um investimento de R$ 88.000,00; no Ano 2 em 21 ha, a-
tingindo um investimento de R$ 39.093,00 e, finalizando, no Ano
3, o referido sistema será implantado em 11 ha, alcançando um
investimento de R$20.477,00. Este sistema de irrigação será
substituído a partir do Ano 11, seguindo o mesmo ritmo (10 ha, 21
ha e 11 ha). A TABELA 49 mostra o layout básico do sistema de
irrigação e seu orçamento.

223
TABELA 49
FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 2
ESPECIFICAÇÕES ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 ANO 7 ANO 8 ANO 9 ANO 10
1 - CUSTOS
1.1 - INVESTIMENTOS
- Aquisição de terras 42.000,00
- Desmatamento 14.700,00 14.700,00
- Sistema de irrigação 88.000,00 39.093,00 20.477,00
- Casa para adminis-
tração 18.000,00
- Alojamento para
empregados 12.000,00 12.000,00
- Galpão p/ máquinas
e equipamentos 19.500,00
- Cerca 3.600,00
- Trator e implementos 42.000,00 42.000,00
- Galpão para benefi-
ciamento 15.000,00 15.000,00
- Cabo aéreo p/
transporte de colhei-
ta 8.000,00
- Veículo para apoio 18.000,00 18.000,00 18.000,00 18.000,00
- Agrícola - Investi-
mento 47.220,00 34.222,60 41.288,05 44.873,35 14.237,30 47.220,00
SUBTOTAL INVES-
TIMENTOS 301.420,00 126.615,60 61.765,05 77.873,35 14.237,30 18.000,00 47.220,00 60.000,00
1.2 - OPERACIONAIS
- Agrícola 35.161,60 95.323,40 55.917,00 33.081,00 71.381,78 99.978,74 117.305,02 126.256,92 100.255,92 142.836,92
- Administração 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00
(continua)

224
TABELA 49
FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 2
(continuação)
ESPECIFICAÇÕES ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 ANO 7 ANO 8 ANO 9 ANO 10
- Manutenção do
sistema de irri-
gação 2.640,00 3.812,79 4.427,10 4.427,10 4.427,10 4.427,10 4.427,10 4.427,10 4.427,10 4.427,10
- Manutenção de
benfeitorias 990,00 1.690,00 1.690,00 1.990,00 1.990,00 1.990,00 1.990,00 1.990,00 1.990,00 1.990,00
- Assistência
técnica 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00
- Água e energia 5.043,20 14.980,80 18.389,00 17.712,00 17.712,00 17.712,00 17.712,00 16.632,00 16.632,00 16.632,00
- K1 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00
- Depreciação 2.475,00 4.225,00 4.225,00 4.975,00 4.975,00 4.975,00 4.975,00 4.975,00 4.975,00 4.975,00
SUBTOTAL OPE-
RACIONAIS 71.709,80 145.431,99 110.048,10 87.585,10 125.885,88 154.482,84 171.809,12 179.681,02 153.680,02 196.261,02
TOTAL DE CUS-
TOS 373.129,80 272.047,59 171.813,15 165.458,45 140.123,18 154.482,84 189.809,12 179.681,02 200.900,02 256.261,02
2 - RECEITAS
- Produção agríco-
la 63.990,30 261.205,44 205.213,94 201.520,28 321.036,28 552.098,09 806.214,64 959.255,69 854.906,21 1.020.126,21
- Valor residual 9.000,00 9.000,00 17.400,00
TOTAL DE RE-
CEITAS 63.990,30 261.205,44 205.213,94 210.520,28 321.036,28 552.098,09 815.214,64 959.255,69 854.906,21 1.037.526,21
3 - BALANÇO -
(2-1) ANUAL 309.139,50 -10.842,15 33.400,79 45.061,83 180.913,10 397.615,25 625.405,52 779.574,67 654.006,19 781.265,19
4 - BALANÇO - - - -
ACUMULADO 309.139,50 319.981,65 286.580,86 241.519,03 -60.605,93 337.009,33 962.414,84 1.741.989,51 2.395.995,71 3.177.260,90
(continua)

225
TABELA 49
FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 2
(continuação)
ESPECIFICAÇÕES ANO 11 ANO 12 ANO 13 ANO 14 ANO 15 ANO 16 ANO 17 ANO 18 ANO 19 ANO 20
1 - CUSTOS
1.1 - INVESTIMENTOS
- Aquisição de terras
- Desmatamento
- Sistema de irrigação 88.000,00 39.093,00 20.477,00
- Casa para adminis-
tração
- Alojamento para
empregados
- Galpão p/ máquinas
e equipamentos
- Cerca
- Trator e implementos
- Galpão para benefici-
amento
- Cabo aéreo p/ trans-
porte de colheita
- Veículo para apoio 18.000,00 18.000,00
- Agrícola - Investi-
mento 47.220,00
SUBTOTAL INVES-
TIMENTOS 88.000,00 39.093,00 38.477,00 18.000,00 47.220,00
1.2 - OPERACIONAIS
- Agrícola 134.196,92 133.336,92 127.496,92 126.256,92 126.256,92 126.256,92 100.255,92 142.836,92 134.196,92 133.336,92
(continua)

226
TABELA 49
FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 2
(conclusão)
ESPECIFICAÇÕES ANO 11 ANO 12 ANO 13 ANO 14 ANO 15 ANO 16 ANO 17 ANO 18 ANO 19 ANO 20
- Administração 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00
- Manutenção do
sistema de irriga-
ção 2.640,00 3.812,79 4.427,10 4.427,10 4.427,10 4.427,10 4.427,10 4.427,10 4.427,10 4.427,10
- Manutenção de
benfeitorias 1.990,00 1.990,00 1.990,00 1.990,00 1.990,00 1.990,00 1.990,00 1.990,00 1.990,00 1.990,00
- Assistência técnica 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00
- Água e energia 16.632,00 16.632,00 16.632,00 16.632,00 16.632,00 16.632,00 16.632,00 16.632,00 16.632,00 16.632,00
- K1 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00
- Depreciação 4.975,00 4.975,00 4.975,00 4.975,00 4.975,00 4.975,00 4.975,00 4.975,00 4.975,00 4.975,00
SUBTOTAL OPE-
RACIONAIS 185.833,92 186.146,71 180.921,02 179.681,02 179.681,02 179.681,02 153.680,02 196.261,02 187.621,02 186.761,02
TOTAL DE CUSTOS 273.833,92 225.239,71 219.398,02 179.681,02 179.681,02 197.681,02 200.900,02 196.261,02 187.621,02 186.761,02
2 - RECEITAS
- Produção agrícola 1.020.126,21 994.038,85 976.647,27 976.647,27 967.951,48 959.255,69 854.906,21 1.020.126,21 1.020.126,21 994.038,85
- Valor residual 4.400,00 1.954,65 10.023,85 9.000,00
TOTAL DE RECEI-
TAS 1.024.526,21 995.993,50 986.671,12 976.647,27 967.951,48 968.255,69 854.906,21 1.020.126,21 1.020.126,21 994.038,85
3 - BALANÇO (2-1)
ANUAL 750.692,29 770.753,79 767.273,10 796.966,25 788.270,46 770.574,67 654.006,19 823.865,19 832.505,19 807.277,83
4 - BALANÇO A-
CUMULADO 3.927.953,20 4.698.706,98 5.465.980,08 6.262.946,33 7.051.216,79 7.821.791,45 8.475.797,65 9.299.662,84 10.132.168,04 10.939.445,87
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: B/C = 2,71; TIR = 49,78%; RMA = 551.747,29.

227
A.4. Casa para administração
Uma casa destinada à administração com 120 m2 será
construída no Ano 1, a um custo de R$150,00/m2, perfazendo um
investimento de R$18.000,00.
A.5. Alojamento e estrutura de cozinha para empregados
Também nos anos 1 e 2 serão construídos alojamento e
estrutura de cozinha para uso dos empregados, totalizando 200m2
e um investimento de R$12.000,00 em cada ano.
A.6. Galpão para máquinas e equipamentos
Será edificado, no Ano 1, galpão de 150m2 para abrigar as
máquinas e equipamentos, a um custo de R$130,00/m2.
A.7. Cerca
As cercas serão construídas no Ano 2, num total de 1,8 km
de extensão e R$3.600,00 de investimento.
A.8. Trator e implementos
No Ano 1 serão adquiridos trator e implementos, no valor total
de R$42.000,00. No ano 10, ocorrerá a renovação desses itens.

228
229
TABELA 50
ORÇAMENTO BÁSICO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO PARCELAR -
PROJETO SALITRE - MODELO 2
PREÇO TOTAL
ESPECIFICAÇÃO
(R$)
1. Área de coco
1.1 - ADUÇÃO 23.888,00
1.2 - CONEXÕES E ACESSÓRIOS 15.756,00
1.3 - SISTEMA DE FILTRAGEM E FERTILIZAÇÃO 4.830,00
1.4 - CONJUNTO MOTOBOMBA 3.416,00
1.5 - SISTEMA DE AUTOMAÇÃO 11.230,00
1.6 - SISTEMA ELÉTRICO 8.435,00
1.7 - OBRA CIVIL E ELÉTRICA 6.870,00
TOTAL - ÁREA DE COCO 74.425,00
2. Área de manga / banana
2.1 - ADUÇÃO 21.545,00
2.2 - CONEXÕES E ACESSÓRIOS 18.030,00
2.3 - SISTEMA DE FILTRAGEM E FERTILIZAÇÃO 4.830,00
2.4 - CONJUNTO MOTOBOMBA 3.416,00
2.5 - SISTEMA DE AUTOMAÇÃO 19.932,00
2.6 - SISTEMA ELÉTRICO 3.534,00
2.7 - OBRA CIVIL E ELÉTRICA 1.858,00
TOTAL - ÁREA DE MANGA / BANANA 73.145,00
TOTAL MODELO - 2 147.570,00
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: Preços de junho/2000.

A.9. Galpão para beneficiamento


Serão construídos galpões para beneficiamento da produção
com 100m2 no Ano 2 e Ano 4, a um custo de R$150,00 o m2.
A.10. Cabo aéreo para transporte de colheita
Será instalado, no Ano 2, 1 km de cabo aéreo para
transporte da colheita, perfazendo um investimento de
R$8.000,00.

230
A.11. Veículo de apoio
Será adquirido veículo caminhonete, com capacidade de
600 kg, no Ano 1, no valor de R$18.000,00. O veículo será troca-
do nos anos 4, 7, 10, 13 e 16.
A.12. Formação de fruticultura
São os investimentos necessários à formação das culturas
perenes, ou seja, referem-se aos dispêndios realizados até o perí-
odo em que a cultura entra na fase de produção. Este período é
de 1 ano para a banana e de 3 para o coco e a manga. A TABELA
51 mostra estes custos.
TABELA 51
CUSTOS DE INVESTIMENTOS (R$/HA)
Ano de cultivo
CULTURAS TOTAL
1° 2° 3°
Banana 4.722,00 - - 4.722,00
Manga 1.555,30 1.203,92 2005,68 4.764,89
Coco 1.697,24 961,75 1.294,30 3.953,29
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.

A cultura da banana tem um período previsto de vida útil


de 8 anos. Assim, no 9° ano e 17° ano repete-se a formação da
banana.
B. Custos operacionais
B.1. Custeio agrícola
Refere-se aos custos operacionais de produção das cultu-
ras anuais e aos das culturas perenes a partir do inicio da fase de
produção. Especificamente, no caso do Projeto Salitre - Modelo 2,
são incluídos os custos da banana a partir do segundo ano de
cultivo, da manga e coco, a partir do quarto ano, e os custos da
melancia. Os valores são mostrados na TABELA 52.

231
TABELA 52
CUSTEIO AGRÍCOLA DA BANANA, MANGA E COCO (R$/HA)
Ano de produção
CULTURAS
1° 2° 3° 4° 5° 6° 7°
Banana 4.258,10 3.394,10 3.308,10 2.724,10 2.600,10 2.600,10 2.600,10
Manga 2.679,18 3.408,14 4.255,73 4.785,72
Coco 1.577,18 2.049,76 2.381,76
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: 1) O primeiro ano de produção para a banana corresponde a um ano
depois do plantio; para a manga e coco corresponde a três anos de-
pois do plantio.
2) O custo operacional da manga se estabiliza após o quarto ano de
produção, o mesmo ocorrendo com o coco após o terceiro ano de
produção.
3) O custo operacional da melancia é de R$4.395,20/ha/ano.
4) Os custos operacionais de produção da banana voltam a repetir-se
do 9° ao 16° ano, e depois do 17° ao 20° ano.

B.2. Administração
Admitiu-se uma verba mensal de R$1.300,00 para cobrir
as despesas de administração, incluído o custo de salário de
um administrador, encargos, despesas de operação e manu-
tenção do veículo.
B.3. Manutenção do sistema de irrigação
Para manutenção, foram admitidos 3% dos investimentos
realizados no sistema de irrigação.
B.4. Manutenção de benfeitorias
Para manutenção das benfeitorias, foram adotados 2% dos
investimentos em casa para administração, alojamento de empre-
gados, galpões para máquinas e equipamentos e beneficiamento
e cabo aéreo para transporte de colheita.
B.5. Assistência técnica
Foi admitido um custo global com assistência técnica de
R$3.500,00 ao ano.

232
B.6. Água e energia
Refere-se aos gastos operacionais com água e energia,
segundo a necessidade de cada cultura e com base no plano de
exploração. Este gasto é de R$396,00/ha/ano para a banana. Pa-
ra a manga, o custo atinge R$504,00/ha/ano do primeiro ao sexto
ano e de R$396,00/ha/ano a partir do sétimo ano. Já para o coco,
é de R$396,00/ha/ano, enquanto para a melancia alcança
R$135,40/ha/ano.
B.7. K1
K1 corresponde à amortização dos investimentos públicos
nas obras de infra-estrutura de irrigação de uso comum, calculada
anualmente, por projeto, com base no seu valor atualizado para
cada hectare de área irrigável. Foi adotado um valor de
R$150,00/ha/ano.
B.8. Depreciação
Os investimentos em casa para administração, alojamento
destinado a empregados, galpões de máquinas e equipamentos,
para beneficiamento, além de cabo aéreo, foram depreciados a
uma taxa de 5% ao ano.
C. Componentes de receita
C.1. Valor da produção agrícola
Para se chegar ao valor da produção agrícola, multiplica-
se a produção estimada de cada cultura pela respectiva estima-
tiva de preço.
No cálculo dos preços recebidos pelo produtor, foram utili-
zados os preços ao nível de atacado, praticados na CEASA-RJ e
CEAGESP, no período junho/95 a maio/99. Estes preços, obtidos
em valores nominais, foram deflacionados pelo IPA-DI, base 100
= maio/99. Calculou-se a média do preço no período, ponderada
pela quantidade comercializada. Deste preço médio foram
descontados os custos de transporte, considerando-se que as
cargas de banana e manga serão transportadas em caminhões
refrigerados, a um custo de R$0,12/t/km. As cargas de coco e
melancia serão conduzidas em caminhões convencionais, a um
233
serão conduzidas em caminhões convencionais, a um custo de
R$0,06//t/km. É cobrado ainda o ICMS sobre o frete de produtos
agrícolas transportados por terceiros; cobram-se 17% sobre 80%
do valor do frete.
O custo de agenciamento da comercialização é dividido em
duas partes: a primeira é o agenciamento da carga; refere-se à
busca de informações, manutenção de contatos com transporta-
dores, agenciadores de venda, etc.; corresponde a 5% do preço
final de venda. A segunda parte é o agenciamento do atacadista;
inclui o lucro, as despesas administrativas, as despesas com
ICMS, as taxas cobradas pela Central de Abastecimento, etc.;
corresponde a um desconto de 20% sobre o preço final de venda.
No caso da banana, é feito ainda um desconto de
R$50,00/t sobre o preço das centrais. Corresponde às despesas
com caixaria que, atualmente, correm por conta do comprador.
Feitos os referidos descontos, chega-se ao preço pago ao produ-
tor em cada central. A TABELA 53 apresenta os dados para o
cálculo dos custos de comercialização, por tonelada de produto. A
TABELA 54 registra os preços ao nível de atacado de cada cen-
tral, os preços pagos aos produtores e o preço médio utilizado.

234
TABELA 53
PARÂMETROS DE CUSTOS DE COMERCIALIZAÇÃO (R$/t)
Distância Custo de frete (R$) ICMS sobre frete (R$) Agenciamento* (%)
Central
(Km) Refrigerado Convencional Refrigerado Convencional Atacadista Carga
CEAGESP 2.307 276,84 138,42 37,65 18,83 20 5
CEASA-RJ 1.990 238,8 119,4 32,48 16,24 20 5
FONTE: CEAGESP e CEASA-RJ.
NOTA: * Alíquota sobre o preço final de venda.

TABELA 54
PREÇOS PRATICADOS NAS CENTRAIS, PREÇOS PAGOS AO PRODUTOR
E PREÇOS MÉDIOS
Preço na Central Preço pago ao produtor
Produtos Unidade
CEAGESP CEASA-RJ CEAGESP CEASA-RJ MÉDIA
Banana R$/t 918,00 1.050,00 324,01 466,52 395,26
Manga* R$/t 1.237,00 613,26 613,26
Coco R$/1.000 ud 1.323,41 423.85,00 772,42 182,25 477,33
Melancia** R$/t 397,00 478,00 141,51 223,07 181,79
FONTE: CEAGESP e CEASA-RJ.
NOTA: * Preço no período de abril a outubro.
** Preço no período de agosto a novembro.

235
No caso da manga, admitiu-se que 20% da produção será
exportada, com valor médio ao nível de produtor de R$1.750,00/t.
Assim, a média ponderada de venda será:
0,20 x R$1.750,00 = R$350,00
0,80 x R$613,00 = R$400,40
R$/t = R$840,40

C.2. Valor residual


Corresponde a 50% do valor de compra do veículo em uso,
no ano de aquisição de outro, a 20% do valor de compra do trator,
no ano de aquisição de outro, e a 5% do valor dos investimentos
em sistema de irrigação, no ano de sua troca.
• Indicador de Rentabilidade
O valor da taxa interna de retorno (TIR) indica a atrativida-
de do investimento. Quanto maior a rentabilidade, ou seja, a TIR,
melhor o projeto. Utilizando-se o fluxo financeiro, obteve-se uma
TIR de 44,65%, uma relação B/C = 2,46 e uma renda média anual
de R$483.431,70 para o período de 20 anos. Entretanto, se forem
considerados apenas os 5 primeiros anos do Projeto, a renda mé-
dia anual fica negativa em R$27.091,03, significando que, neste
período, o empresário terá de contar com recursos próprios ou
obter empréstimos para cobrir suas despesas.
Teste de sensibilidade
Buscando subsidiar o estabelecimento da atratividade do
Projeto Salitre - Modelo 2, no que diz respeito a alguns critérios
adotados, efetuou-se uma análise de sensibilidade do empreen-
dimento. Essa análise procura verificar o comportamento da TIR e
do B/C em função de alterações em alguns componentes do fluxo
econômico do Projeto.
Adotando-se o procedimento padrão da análise de sensibi-
lidade, observou-se que o comportamento dos indicadores de
rentabilidade do Projeto variava:
- investimentos;

236
- custos operacionais;
- custos com água e energia;
- custos totais;
- valor da produção.
Os resultados da análise de sensibilidade são mostrados
nas TABELAS 55 e 56.

TABELA 55
ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DA TIR - PROJETO SALITRE
MODELO 2 - TIR BASE = 44,65
VALOR DA TIR C/ VARIAÇÃO % NO COMPO-
COMPONENTES NENTE
-20,00% -10,00% -5,00% + 5,00% + 10,00%
Investimentos - 47,78 46,15 43,26 41,97
Custos operacionais - 46,96 45,79 43,54 42,47
Custos de água e energia - 44,92 44,78 44,51 44,38
Custos totais - 50,39 47,35 42,21 40,00
Valor da produção 34,47 39,57 42,11 47,20 49,78
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.

TABELA 56
ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DA RELAÇÃO B/C - PROJETO
SALITRE MODELO 2 - B/C BASE = 2,46
VALOR DO B/C C/ VARIAÇÃO % NO COMPO-
COMPONENTES NENTE
-20,00% -10,00% -5,00% + 5,00% + 10,00%
Investimentos - 2,55 2,51 2,42 2,38
Custos operacionais - 2,63 2,55 2,38 2,31
Custos de água e energia - 2,48 2,47 2,45 2,44
Custos totais - 2,74 2,59 2,34 2,24
Valor da produção 1,97 2,22 2,34 2,58 2,71
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.

A análise de sensibilidade mostra que o tipo de empreen-


dimento é mais sensível à diminuição do valor da produção de que

237
ao aumento nos custos de investimentos e operacionais. Isto
mostra que o empreendimento é extremamente sensível às
questões gerenciais que provocam diminuição do valor da pro-
dução, tais como: inoportunidade de vendas (procura ofertar no
momento de menores preços), aplicação inadequada de insu-
mos (quantidade e periodicidade) que ocasiona diminuição da
produção.

5.2.3 - Modelo de exploração agrícola – 3

• Descrição
O modelo 3 prevê a exploração de 42 hectares irrigados
por médios empresários. O lote será adquirido no Ano 1. Esta á-
rea será desmatada nos dois primeiros anos: 22 ha no primeiro e
20 ha no segundo ano. O sistema de irrigação será implantado
nos três primeiros anos: 22 ha no primeiro, 10 ha no segundo e 10
ha no terceiro ano.
Existe a previsão de construção, no primeiro ano, de uma
casa para administração com 120 m2, alojamento para os empre-
gados com 200 m2 e galpão para máquinas e equipamentos com
150 m2. Uma cerca com 1,8 km será construída no segundo ano.
Galpões para beneficiamento da colheita serão construídos: 150
m2 no Ano 1, 100 m2 no Ano 2 e mais 100 m2 no Ano 4.
Será adquirido um trator com os implementos no Ano 1.
Um veículo tipo caminhonete, com capacidade de 600 kg, será
adquirido no Ano 1.
Serão cultivados no Projeto: 10 ha de uva, 10 ha de man-
ga, 10 ha de pinha, 6 ha de melancia e 12 ha de cebola nos dois
primeiros anos, e 10 ha a partir do Ano 3. A área de uva e manga
será irrigada pelo método de gotejo, a pinha pelo método de mi-
croaspersão e a melancia e cebola pelo método de miniaspersão.
Serão cultivados, ainda, mais 4 ha de melancia em consórcio com
manga e uva nos Anos 2, 3 e 4.
Os 10 ha de uvas serão implantados no Ano 1. A área de
manga será totalmente implantada no Ano 2, a de pinha no Ano 3

238
e a de melancia e cebola, a partir do Ano 1. A TABELA 57, mostra
o cronograma para implantação do Modelo 3.
Com base no cronograma de implantação das culturas e a
partir das produtividades esperadas de cada cultura citadas anteri-
ormente, chega-se à produção estimada do projeto (TABELA 58).

239
TABELA 57
CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA FÍSICA E CULTURAS -
MODELO 3
ESPECIFICAÇÕES Unidade ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
1. INFRA-ESTRUTURA
- Aquisição de terras ha 42
- Desmatamento ha 22 20
- Sistema de irrigação ha 22 10 10
2
- Casa para administração m 120
2
- Alojamento e estrut. cozinha p/ empregados m 100 100
2
- Galpão p/ máquinas e equipamentos m 150
- Cerca km 1,8
- Trator e implementos ud 1
2
- Galpão para beneficiamento m 150 100 100
- Veículo para apoio ud 1
2. CULTURA
- Uva ha 10
- Manga ha 10
- Pinha ha 10
- Melancia ha 6 10 10 10 6
- Cebola ha 12 12 10 10 10
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
240
TABELA 58
PRODUÇÃO ESTIMADA - PROJETO SALITRE - MODELO 3 (t)
CULTURA Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 ao 20
Uva 80,0 160,0 250,0 300,0 300,0 300,0 300,0
Manga 30,0 100,0 200,0 250,0 300,0
Pinha 40,0 100,0 140,0 140,0
Melancia 240,0 400,0 400,0 400,0 240,0 240,0 240,0 240,0
Cebola 480,0 480,0 400,0 400,0 400,0 400,0 400,0 400,0
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.

241
• Fluxo Financeiro
Foi elaborado o fluxo financeiro do Projeto para um período
de 20 anos, conforme TABELA 59. Os componentes de custo do
Projeto foram obtidos de acordo com critérios descritos a seguir.
A. Custos de investimento
A consolidação dos custos de investimento baseou-se no
cronograma físico apresentado na TABELA 57. Os itens de inves-
timento são explicitados a seguir.
A.1. Aquisição de terra
Os 42 hectares de terra para a implantação do Projeto se-
rão adquiridos no Ano 1, a um custo estimado de R$ 1.000,00/ha.

242
TABELA 59
FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 3
ESPECIFICAÇÕES ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 ANO 7 ANO 8 ANO 9 ANO 10
1 - CUSTOS
1.1 - INVESTIMENTOS
- Aquisição de terras 42.000,00
- Desmatamento 15.400,00 14.000,00
- Sistema de irriga-
ção 110.980,00 21.290,00 34.800,00
- Casa para adminis-
tração 18.000,00
- Alojamento para
empregados 12.000,00 12.000,00
- Galpão p/ máqui-
nas e equipamen-
tos 19.500,00
- Cerca 3.600,00
- Trator e implemen-
tos 42.000,00 42.000,00
- Galpão para bene-
ficiamento 22.500,00 15.000,00 15.000,00
- Veículo para apoio 18.000,00 18.000,00 18.000,00 18.000,00
- Agrícola - Investi-
mento 190.609,00 103.698,96 44.300,16 37.326,20
SUBTOTAL INVES-
TIMENTOS 490.989,00 169.588,96 79.100,16 70.326,20 18.000,00 60.000,00
1.2 - OPERACIONAIS
- Agrícola 102.101,04 119.681,84 235.476,70 268.497,20 323.965,60 346.155,20 365.027,10 370.327,00 370.327,00 370.327,00
- Administração 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00
(continua)

243
TABELA 59
FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 3
(continuação)
ESPECIFICAÇÕES ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 ANO 7 ANO 8 ANO 9 ANO 10
- Manutenção do
sistema de irriga-
ção 3.329,40 3.968,10 5.012,10 5.012,10 5.012,10 5.012,10 5.012,10 5.012,10 5.012,10 5.012,10
- Manutenção de
benfeitorias 1.440,00 1.980,00 1.980,00 2.280,00 2.280,00 2.280,00 2.280,00 2.280,00 2.280,00 2.280,00
- Assistência técnica 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00
- Água e energia 7.208,40 12.790,00 16.344,00 16.344,00 15.802,40 15.802,40 15.802,40 14.722,40 14.722,40 14.722,40
- K1 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00
- Depreciação 3.600,00 4.950,00 4.950,00 5.700,00 5.700,00 5.700,00 5.700,00 5.700,00 5.700,00 5.700,00
SUBTOTAL OPE-
RACIONAIS 143.078,84 168.769,94 289.162,80 323.233,30 378.160,10 400.349,70 419.221,60 423.441,50 423.441,50 423.441,50
TOTAL DE CUSTOS 634.067,84 338.358,90 368.262,96 393.559,50 378.160,10 400.349,70 437.221,60 423.441,50 423.441,50 483.441,50
2 - RECEITAS
- Produção agrícola 171.301,64 283.175,70 344.684,61 463.032,61 580.516,33 718.556,33 796.576,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33
- Valor residual 9.000,00 9.000,00 17.400,00
TOTAL DE RECEI-
TAS 171.301,64 283.175,70 344.684,61 472.032,61 580.516,33 718.556,33 805.576,33 838.596,33 838.596,33 855.996,33
3 - BALANÇO -
(2-1) ANUAL 462.766,20 -55.183,20 -23.578,35 78.473,11 202.356,23 318.206,63 368.354,73 415.154,83 415.154,83 372.554,83
4 - BALANÇO A- -
CUMULADO 462.766,20 -517.949,40 -541.527,75 -463.054,64 -260.698,41 57.508,22 425.862,95 841.017,78 1.256.172,61 1.628.727,44
(continua)

244
TABELA 59
FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 3
(continuação)
ESPECIFICAÇÕES ANO 11 ANO 12 ANO 13 ANO 14 ANO15 ANO 16 ANO 17 ANO 18 ANO 19 ANO 20
1 - CUSTOS
1.1 - INVESTIMENTOS
- Aquisição de terras
- Desmatamento
- Sistema de irriga-
ção 110.980,00 21.290,00 34.800,00
- Casa para adminis-
tração
- Alojamento para
empregados
- Galpão p/ máqui-
nas e equipamen-
tos
- Cerca
- Trator e implemen-
tos
- Galpão para bene-
ficiamento
- Veículo para apoio 18.000,00 18.000,00
- Agrícola - Investi-
mento
SUBTOTAL INVES-
TIMENTOS 110.980,00 21.290,00 52.800,00 18.000,00
1.2 - OPERACIONAIS
- Agrícola 370.327,00 370.327,00 370.327,00 370.327,00 370.327,00 370.327,00 370.327,00 370.327,00 370.327,00 370.327,00
(continua)
245
TABELA 59
FLUXO DE CAIXA (R$) - PROJETO SALITRE - MODELO 3
(conclusão)
ESPECIFICAÇÕES ANO 11 ANO 12 ANO 13 ANO 14 ANO15 ANO 16 ANO 17 ANO 18 ANO 19 ANO 20
- Administração 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00 15.600,00
- Manutenção do
sistema de irriga-
ção 3.329,40 3.968,10 5.012,10 5.012,10 5.012,10 5.012,10 5.012,10 5.012,10 5.012,10 5.012,10
- Manutenção de
benfeitorias 2.280,00 2.280,00 2.280,00 2.280,00 2.280,00 2.280,00 2.280,00 2.280,00 2.280,00 2.280,00
- Assistência técnica 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00 3.500,00
- Água e energia 14.722,40 14.722,40 14.722,40 14.722,40 14.722,40 14.722,40 14.722,40 14.722,40 14.722,40 14.722,40
- K1 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00 6.300,00
- Depreciação 5.700,00 5.700,00 5.700,00 5.700,00 5.700,00 5.700,00 5.700,00 5.700,00 5.700,00 5.700,00
SUBTOTAL OPE-
RACIONAIS 421.758,80 422.397,50 423.441,50 423.441,50 423.441,50 423.441,50 423.441,50 423.441,50 423.441,50 423.441,50
TOTAL DE CUSTOS 532.738,80 443.687,50 476.241,50 423.441,50 423.441,50 441.441,50 423.441,50 423.441,50 423.441,50 423.441,50
2 - RECEITAS
- Produção agrícola 838.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33
- Valor residual 5.549,00 1.064,50 10.740,00 9.000,00
TOTAL DE RECEI-
TAS 844.145,33 839.660,83 849.336,33 838.596,33 838.596,33 847.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33 838.596,33
3 - BALANÇO
(2-1) ANUAL 311.406,53 395.973,33 373.094,83 415.154,83 415.154,83 406.154,83 415.154,83 415.154,83 415.154,83 415.154,83
4 - BALANÇO A-
CUMULADO 311.406,53 707.379,86 1.080.474,69 1.495.629,52 1.910.784,36 2.316.939,19 2.732.094,02 3.147.248,85 3.562.403,68 3.977.558,51
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: B/C = 1,40; TIR = 31,14%; RMA = R$ 284.516,62.

246
A.2. Desmatamento
A área do Projeto será desmatada nos 2 primeiros anos,
22 hectares no primeiro ano e 20 ha no segundo, a um custo de
R$ 700,00/ha.
A.3. Sistema de irrigação
O sistema de irrigação será implantado, gradativamente,
nos 3 primeiros anos. No Ano 1 será implantado em 22 ha, perfa-
zendo um investimento de R$ 110.980,00, no Ano 2 em 10 ha e
um investimento de R$ 21.290,00 e, finalizando, no Ano 3, 10 ha e
um investimento de R$ 34.800,00. A seguir encontra-se o layout
básico do sistema de irrigação e seu orçamento.
A.4. Casa para administração
Uma casa destinada à administração com 120 m2 será
construída no Ano 1, a um custo de R$ 150,00/m2, perfazendo um
investimento de R$ 18.000,00.
A.5. Alojamento e estrutura de cozinha para empregados
Também nos anos 1 e 2 serão construídos alojamento e
estrutura de cozinha para uso dos empregados, totalizando 200m2
e um investimento de R$ 12.000,00 em cada ano.
A.6. Galpão para máquinas e equipamentos
Será edificado, no Ano 1, galpão de 150m2, para abrigar as
máquinas e os equipamentos, a um custo de R$130,00/m2.
A.7. Cerca
As cercas serão construídas no Ano 2, num total de 1,8 km
de extensão e R$ 3.600,00 de investimento.
A.8. Trator e implementos
Será adquirido, no Ano 1, trator e implementos, no valor to-
tal de R$ 42.000,00. Estes itens serão renovados no Ano 10.

247
A.9. Galpão para beneficiamento
Serão construídos galpões para beneficiamento da produ-
ção com 150 m2 no Ano 1, 100 m2 no Ano 2 e 100 m2 Ano 4, a um
custo de R$150,00 o m2.

248
TABELA 60
ORÇAMENTO BÁSICO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO PARCELAR -
PROJETO SALITRE - MODELO 3
PREÇO
ESPECIFICAÇÃO
TOTAL (R$)
1. Área de pinha / melancia / cebola
1.1 – ADUÇÃO 26.457,00
1.2 - CONEXÕES E ACESSÓRIOS 25.400,00
1.3 - SISTEMA DE FILTRAGEM E FERTILIZAÇÃO 4.830,00
1.4 - CONJUNTO MOTOBOMBA 4.016,00
1.5 - SISTEMA DE AUTOMAÇÃO 16.227,00
1.6 - SISTEMA ELÉTRICO 9.035,00
1.7 - OBRA CIVIL E ELÉTRICA 6.975,00
TOTAL - ÁREA DE PINHA / MELANCIA / CEBOLA 92.940,00
2. Área de uva / manga
1.1 – ADUÇÃO 19492,00
1.2 - CONEXÕES E ACESSÓRIOS 19440,00
1.3 - SISTEMA DE FILTRAGEM E FERTILIZAÇÃO 4830,00
1.4 - CONJUNTO MOTOBOMBA 3416,00
1.5 - SISTEMA DE AUTOMAÇÃO 21557,00
1.6 - SISTEMA ELÉTRICO 3535,00
1.7 - OBRA CIVIL E ELÉTRICA 1.860,00
TOTAL - ÁREA DE UVA / MANGA 74.130,00
TOTAL MODELO – 3 167.070,00
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA: Preços de junho/2000.

A.10. Veículo de apoio


Será adquirido veículo caminhonete, com capacidade de
600 kg, no Ano 1, no valor de R$ 18.000,00. O veículo será troca-
do nos anos 4, 7, 10, 13 e 16.
A.11. Formação de fruticultura
São os investimentos necessários à formação das culturas
perenes, ou seja, referem-se aos dispêndios realizados até o perí-
odo em que a cultura entra na fase de produção. Este período é
de 2 anos para a uva e pinha e de 3 anos para a manga. A TABE-
LA 61 mostra estes custos.

249
TABELA 61
CUSTOS DE INVESTIMENTOS (R$/ha)
Ano de cultivo
CULTURAS TOTAL
1° 2° 3°
Uva 19.060,90 8.814,60 27.875,50
Manga 1.555,30 1.203,92 2.005,68 4.764,89
Pinha 3.226,10 1.726,94 4.953,04
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.

B. Custos operacionais
B.1. Custeio agrícola
Refere-se aos custos operacionais de produção das
culturas anuais e aos das culturas perenes a partir do inicio da
fase de produção. Especificamente, no caso do Projeto Salitre -
Modelo 3, são incluídos os custos da uva e da pinha a partir do
terceiro ano de cultivo, da manga a partir a partir do quarto ano
de cultivo e os custos da melancia e cebola. Os valores são
mostrados na TABELA 62.

TABELA 62
CUSTEIO AGRÍCOLA DA UVA, MANGA E PINHA (R$/ha)
Ano de produção
CULTURA
1° 2° 3° 4°
Uva 12.841,65 16.143,70 17.620,20
Manga 2.679,18 3.408,14 4.255,73 4.785,72
Pinha 3.149,24 4.639,24 5.678,84
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.
NOTA:1) O primeiro ano de produção para a uva e pinha corresponde a 2 anos
depois do plantio; para a manga e coco corresponde a três anos de-
pois do plantio.
2) O custo operacional uva e pinha se estabiliza após o terceiro ano de
produção, o mesmo ocorrendo com a manga após o quarto ano de
produção.
3) O custo operacional da melancia é de R$4.395,20/ha/ano e o da cebola
atinge R$6.310,82/ha/ano.

250
B.2. Administração
Admitiu-se uma verba mensal de R$1.300,00 para cobrir as
despesas de administração, incluído salário de um administrador,
encargos, despesas de operação e manutenção do veículo.
B.3. Manutenção do sistema de irrigação
Para manutenção, foram admitidos 3% dos investimentos
realizados no sistema de irrigação.
B.4. Manutenção de benfeitorias
Para manutenção das benfeitorias, foram admitidos 2%
dos investimentos em casa para administração, alojamento desti-
nado aos empregados e galpões para máquinas e equipamentos
e para beneficiamento.
B.5. Assistência técnica
Foi admitido um custo global com assistência técnica de
R$3.500,00 ao ano.
B.6. Água e energia
Refere-se aos gastos operacionais com água e energia,
segundo a necessidade de cada cultura e com base no plano
de exploração:
uva – R$ 396,00/ha/ano;
manga – R$ 504,00/ha/ano do 1º ao 6º ano e de R$
396,00/ha/ano a partir do 7º ano;
pinha – R$ 396,0/ha/ano;
cebola – R$ 203,00/ha/ano;
melancia – R$ 135,40/ha/ano.
B.7. K1
K1 corresponde à amortização dos investimentos públicos
nas obras de infra-estrutura de irrigação de uso comum, calculada
anualmente, por projeto, com base no seu valor atualizado para
251
cada hectare de área irrigável. Foi adotado um valor de
R$150,00/ha/ano.
B.8. Depreciação
Os investimentos em casa para administração, alojamento
destinados aos empregados galpões para máquinas e equipamentos,
e para beneficiamento foram depreciados a uma taxa de 5% ao ano.
C. Componentes de receita
C.1. Valor da produção agrícola
Para se chegar ao valor da produção agrícola, multiplica-
se a produção estimada de cada cultura pela respectiva estimati-
va de preço.
No cálculo dos preços recebidos pelo produtor, foram utili-
zados os preços ao nível de atacado, praticados na CEASA-RJ e
CEAGESP, no período de junho/95 a maio/99. Estes preços, obti-
dos em valores nominais, foram deflacionados pelo IPA-DI, base
100 = maio/99. Calculou-se a média do preço no período, ponde-
rada pela quantidade comercializada. Deste preço médio foram
descontados os custos de transporte, considerando-se que as
cargas de uva e manga serão transportadas em caminhões refri-
gerados, a um custo de R$0,12/t/km. As cargas de pinha, melan-
cia e cebola serão transportadas em caminhões convencionais, a
um custo de R$0,06/t/km. É cobrado ainda o ICMS sobre o frete
de produtos agrícolas transportados por terceiros: cobram-se 17%
sobre 80% do valor do frete.
O custo de agenciamento da comercialização é dividido em
duas partes: a primeira é o agenciamento da carga; refere-se à
busca de informações, manutenção de contatos com transporta-
dores, agenciadores de venda etc.; corresponde a 5% do preço
final de venda. A segunda parte é o agenciamento do atacadista.
Inclui o lucro, as despesas administrativas, as despesas com
ICMS, as taxas cobradas pela Central de Abastecimento etc.; cor-
responde a um desconto de 20% sobre o preço final de venda.
Feitos os referidos descontos, chega-se ao preço pago ao
produtor em cada central. A TABELA 63 apresenta os dados pa-

252
ra o cálculo dos custos de comercialização, por tonelada de pro-
duto. A seguir, a TABELA 64 traz os preços ao nível de atacado
de cada central, os preços pagos aos produtores e o preço mé-
dio utilizado.
No caso da manga, se admitiu que 20% da produção será
exportada, com valor médio ao nível de produtor de R$ 1.750,00/t.
Assim, a média ponderada de venda será:
0,20 x R$1.750,00 = R$ 350,00
0,80 x R$ 613,00 = R$ 400,40
R$/t = R$ 840,40
Para a manga, também se admitiu que 20% da produção
será exportada, com valor médio ao nível de produtor de
R$1.800,00/t. Assim, a média ponderada de venda será:
0,20 x R$1.800,00 = R$ 647,84
0,80 x R$ 843,56 = R$ 360,00
R$/t = R$1.034,84
Para a pinha, adotou-se um preço de R$ 900,00/t.
C.2. Valor residual
Corresponde a 50% do valor de compra do veículo em u-
so, no ano de aquisição de outro, a 20% do valor de compra do
trator, no ano de aquisição de outro, e a 5% do valor dos investi-
mentos em sistema de irrigação, no ano de sua troca.
• Indicador de Rentabilidade
O valor da taxa interna de retorno (TIR) indica a atratividade
do investimento. Quanto maior a rentabilidade, ou seja, a TIR, melhor
o projeto. Utilizando-se o fluxo financeiro, obteve-se uma TIR de
31,14%, uma relação B/C = 1,40 e uma renda média anual de
R$284.516,62 para o período de 20 anos. Entretanto, se forem con-
siderados apenas os 5 primeiros anos do Projeto, a renda média
anual fica negativa em R$47.159,68, significando que, neste período,
o empresário terá de contar com recursos próprios ou obter emprés-
timos para cobrir suas despesas.

253
TABELA 63
PARÂMETROS DE CUSTOS DE COMERCIALIZAÇÃO (R$/t)
Distância Custo de frete (R$) ICMS sobre frete (R$) Agenciamento* (%)
Central
(Km) Refrigerado Convencional Refrigerado Convencional Atacadista Carga
CEAGESP 2.307 276,84 138,42 37,65 18,83 20 5
CEASA-RJ 1.990 238,8 119,4 32,48 16,24 20 5
FONTE: CEAGESP e CEASA-RJ.
NOTA: * Alíquota sobre o preço final de venda.

TABELA 64
PREÇOS PRATICADOS NAS CENTRAIS, PREÇOS PAGOS AOS PRODUTORES
E PREÇO MÉDIO
Preço na Central (R$/t) Preço pago ao produtor (R$/t)
Produtos
CEAGESP CEASA-RJ CEAGESP CEASA-RJ MÉDIA
Uva 1.164,48 1.685,17 558,87 1.128,24 843,53
Manga* 1.237,01 578,83 613,26 613,26
Melancia** 397,01 478,27 140,51 223,07 181,79
Cebola 523,99 575,81 235,75 296,22 265,98
FONTE: CEAGESP e CEASA-RJ.
NOTA: * Preço no período de abril a outubro.
** Preço no período de agosto a novembro.

254
Teste de sensibilidade
Buscando subsidiar o estabelecimento da atratividade do
Projeto Salitre - Modelo 2, no que diz respeito a alguns critérios
adotados, efetuou-se uma análise de sensibilidade do empreen-
dimento. Essa análise procura verificar o comportamento da TIR e
do B/C em função de alterações em alguns componentes do fluxo
econômico do Projeto.
Adotando-se o procedimento-padrão da análise de sensibi-
lidade, observou-se que o comportamento dos indicadores de
rentabilidade do Projeto variaram:
- Investimentos.
- Custos operacionais.
- Custos com água e energia.
- Custos totais.
- Valor da produção.
Os resultados da análise de sensibilidade são mostrados
nas TABELAS 65 e 66.
TABELA 65
ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DA TIR - PROJETO SALITRE
MODELO 3 TIR BASE = 31,14
VALOR DA TIR COM VARIAÇÃO % NO COM-
COMPONENTES PONENTE
-20,00% -10,00% -5,00% + 5,00% + 10,00%
Investimentos - 34,01 32,51 29,88 28,71
Custos operacionais - 35,38 33,24 29,08 27,05
Custos de água e ener-
gia - 31,34 31,24 31,04 30,94
Custos totais - 38,75 34,72 27,91 24,96
Valor da produção 17,40 24,37 27,76 34,53 37,95
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.

255
TABELA 66
ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DA RELAÇÃO B/C - PROJETO
SALITRE MODELO 3 B/C BASE = 1,40
VALOR DA RELAÇÃO B/C COM VARIAÇÃO %
COMPONENTES NO COMPONENTE
-20,00% -10,00% -5,00% + 5,00% + 10,00%
Investimentos - 1,43 1,41 1,38 1,37
Custos operacionais - 1,51 1,45 1,34 1,30
Custos de água e ener-
gia - 1,40 1,40 1,39 1,39
Custos totais - 1,55 1,47 1,33 1,27
Valor da produção 1,12 1,26 1,33 1,47 1,53
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.

A análise de sensibilidade mostra que o tipo de empreen-


dimento é mais sensível à diminuição do valor da produção do que
ao aumento nos custos de investimentos e operacionais. Isto mos-
tra que o empreendimento é extremamente sensível às questões
gerenciais que provocam diminuição do valor da produção, tais
como: inoportunidade de vendas (procura ofertar no momento de
menores preços), operação inadequada de insumos (quantidade e
periodicidade) que ocasiona diminuição da produção.

5.3 - Descrição dos Requerimentos de Serviços e Infra-


Estrutura para Exportação

Para o sucesso do projeto na área de exportação de pro-


dutos hortifrutícolas, é necessário também um conjunto de infor-
mações sobre os processos tecnológicos apropriados, sobre as
formas mais adequadas de colheita, transporte das lavouras até
as packing houses, normas rígidas de processamento nas emba-
ladoras, normas de conformidade com embalagens, manuseio
das cargas, embarque e transporte. As embaladoras brasileiras
(com exceções, naturalmente) desconhecem as rígidas normas
de processamento – tais como cuidados especiais com os fun-
cionários, equipamentos de processamento, equipamentos auxi-
liares (iluminação, por exemplo), absoluto asseio nos locais de
processamento etc.

256
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de frutas e
cultivos hortícolas, com grande variedade e qualidade. Mas o País
não é um grande exportador, não possui uma estrutura adequada
para transporte desses alimentos, pois, na grande maioria das
vezes, este transporte deve ser refrigerado. Produtos que são
exportados devem ser colhidos antes do ponto ideal e refrigera-
dos, para poderem chegar ao local em condições de consumo.
Sem isso, existe uma grande perda de qualidade desses produtos,
tornando-os impossíveis de serem comercializados no exterior. No
caso dos legumes, é necessário, além do resfriamento, o conge-
lamento e um processamento muito mais apurado.
É possível dizer, sem maiores constrangimentos, que os
requerimentos mínimos de padrões de qualidade do produto de
exportação muito pouco tem a ver com os padrões de qualidade
do produto para o mercado interno. O padrão de exigência do
consumidor externo – em grande parte em razão da concorrência,
que foi forçada gradualmente a fixar padrões elevados dos produ-
tos e atender às exigências dos consumidores – mudou radical-
mente nos anos 80. A produção para colocação no mercado ex-
terno, além de exigente em termos de investimentos de produção
e processamento, é uma atividade de risco. “Uma carga pode es-
tragar uma marca”, se não forem tomadas precauções. No míni-
mo, as perdas financeiras de um refugo de carga é muito elevado.
Por conseguinte, é preciso que cada um faça a sua parte no pro-
cesso, de forma coordenada e harmônica, uma engrenagem que
não pode falhar.
Os requerimentos mínimos para a exportação devem atin-
gir todos os elos da cadeia da hortifruticultura de exportação, com
infra-estrutura básica e serviços, como, por exemplo, o produtor
rural (inclusive produção e certificação de mudas), as tecnologias
de produtos e processos, tratos culturais dos pomares, tecnologia
de pós-colheita, pré-resfriamento do produto, embalagens ade-
quadas e certificadas, transporte frigorificado, logística de distribu-
ição, desde as embaladoras até as redes de distribuidores no ex-
terior, etc.
A partir de entrevistas com empresas especializadas em
exportação foi elaborada uma lista com requerimentos mínimos
257
para se ter uma estrutura preparada de exportação que seja im-
portante para o Projeto Salitre, caso a sua vocação exportadora
seja explorada. Basicamente, as principais necessidades para a
exportação de produtos da agricultura irrigada estão sob a forma
de infra-estrutura e prestação de serviços, listadas a seguir
(QUADRO 5).
a) Normas e Regulamentos de Defesa Fitossanitária
O Projeto Salitre já deve nascer sob a égide dos mais ele-
vados padrões de fitossanidade. Neste sentido, deverão ser ma-
peadas as áreas, feita a pesquisa de vetores, pragas, doenças,
por parte de entomologistas e especialistas específicos. Este ma-
peamento deve ser realizado antes da implementação do Projeto,
uma vez que existem ao redor da região do Projeto 40 mil ha irri-
gados sem programas de erradicação de pragas e doenças. O
estabelecimento de áreas livres de pragas e doenças específicas
ao redor do Salitre não será tarefa fácil de ser executada.
Através da aplicação de pesquisas, deverão ser eleitas as
normas e os regulamentos específicos da espécie. Em
complementação, para o devido cumprimento e inspeção, deverão
ser mantidos serviços de controle de sanidade. Para os
importadores, as informações sob fitossanidade deverão ser
disponibilizadas. A fiscalização deverá ser conduzida pelos órgãos
federais, com infra-estrutura local compatível, e parceria com a
iniciativa privada. O estabelecimento de zonas livres de pragas ou
doenças condenadas no exterior deveria seguir de perto as etapas
envolvidas no programa de combate da febre aftosa do Ministério
da Agricultura.
b) Definição de Produtos e Padrões de Qualidade na Produção
Para a exploração dos principais produtos do Projeto deve-
rão ser consultadas as descrições específicas de cada produto,
existentes na EMBRAPA e EBDA (ao nível de detalhe, condições
de madureza, qualidade, paladar etc.) de interesse comercial na
exportação. Cabe aos organismos locais de pesquisa elaborarem
os competentes manuais descritivos dos produtos em consonân-
cia com a assistência técnica. Há que mencionar nos manuais
descritivos os padrões de qualidade dos produtos a serem oferta-
dos nos mercados externos.
258
c) Certificação de Insumos, Produtos e Processos
Um estrutura oficial deverá desenvolver a certificação dos
insumos, de acordo com os padrões internacionais. Os padrões
de uso de defensivos deverão ser dos países compradores, medi-
ante convênios de assistência técnica entre países. Há necessi-
dade de órgãos oficiais oferecerem certificação de processos,
porquanto os processos de produção e processamento de frutas
tropicais não são suficientemente conhecidos para a exportação.
Esta certificação envolve também a pesquisa de resíduos.
O Codex Alimentarius não tem padrões para frutas tropicais. Esta
estrutura local deverá desenvolver testes laboratoriais específicos
e notificar a Organização Mundial do Comércio (OMC) e promover
consultas com os países potencialmente importadores. É preciso
que os laboratórios locais possam desenvolver os limites mínimos
de toxicidade de resíduos, que as técnicas e os equipamentos
disponíveis conseguem detectar.
d) Normas Referentes aos Processos de Produção
Estas normas são sistemas codificados de processos des-
de o preparo da terra, a adubação, a aplicação de defensivos, o
plantio, os tratos culturais, até a colheita. Estes padrões normati-
vos devem ser pesquisados e oferecidos aos produtores de produ-
tos para exportação. Os referidos normativos técnicos envolvem
também a qualificação do ponto ideal de colheita e maturidade.
Essas informações são imprescindíveis tratando-se de frutas, que
no caso da manga e da banana, chegam a percorrer 10 a 11 mil
km até os mercados de destino, necessitando manterem cor e
sabor idênticos aos preferidos e conhecidos pelos consumidores
finais. As instituições de pesquisa (com o concurso da assistência
técnica) deverão desenvolver normas e instruções técnicas que
envolvem o escalonamento da produção, em termos de desenvol-
vimento de fisiologia e indução ao florescimento.
e) Infra-Estrutura de Frio Industrial da Colheita ao Embarque
Esta infra-estrutura consiste basicamente em resfriar o pro-
duto desde a colheita e mantê-lo frio ao longo de toda o percurso
até o consumo final. Inclusive com controle de ambiente na fase de

259
processamento. Com a mudança dos hábitos alimentares ocorridos
nos últimos anos no País, e com uma maior exigência de qualidade
por parte dos consumidores, começa a haver também maior neces-
sidade de utilização da refrigeração, não somente para melhoria da
qualidade como também para a redução das perdas.
Os sistemas de atmosfera controlada, desde a colheita –
realizada em áreas de elevadas temperaturas relativas – passam
necessariamente por transporte em caminhões com controle de
temperatura e termina, em uma primeira etapa, nas embaladoras.
Nestas há, novamente, uma infra-estrutura de frio para processa-
mento. Finalmente, nos locais de embarque é necessário ter, ao
lado das instalações de controle fitossanitário e aplicação de pro-
dutos químicos, as estruturas de armazenagem, com capacidade
de operar em três turnos de oito horas.
As infra-estruturas de frio industrial se destinam a reduzir
as perdas quantitativas e qualitativas. As perdas quantitativas são
mais facilmente mensuradas pelo volume de produto avariado ou
estragado. Estes produtos vão normalmente aparecer sob a forma
de lixo. Já as perdas qualitativas são aparentemente mais difíceis
de serem quantificadas. Os produtos perdem suas qualidades
organolépticas e perecem rapidamente. Estas perdas, entretanto,
acabam resultando em perdas totais, uma vez que no caso de
exportações, ocorre o refugo total da carga. Ambas as perdas
acabam por reduzir a renda de quem produz ou comercializa es-
ses produtos agrícolas.
É necessário introduzir o resfriamento completo dos produ-
tos, principalmente os hortícolas, através da conhecida "Cadeia do
Frio" – que é um conceito bastante conhecido nos países desenvol-
vidos. Consiste, basicamente, em resfriar o produto desde a colheita
e mantê-lo frio até o consumo final. Esta é uma das infra-estruturas
mais importantes no complexo de produtos para exportação.
f) Normas de Padrões de Qualidade das Embaladoras
As embaladoras são um elo importante do processo, por-
quanto, dentro de suas instalações, os requerimentos de procedi-
mentos devem-se conformar com o que solicitam os importadores
do exterior. No Brasil, há experiências de instalação de embalado-
260
ras dentro de “padrões internacionais”, de procedimentos de cuida-
dos que vão desde a seleção dos empregados, até detalhes como
construção de creches para as embaladoras. Os requerimentos são
rigorosos em termos da fiscalização da qualidade antes da embala-
gem, inclusive com possibilidade de ausência de detritos e impure-
zas que prejudiquem a apresentação dos produtos.
g) Classificação dos Produtos
A classificação dos produtos deve ser feita, além das em-
baladoras, por órgão público. Este é um bem público, pois os pro-
dutos exportados são um patrimônio do país. Os tipos de produtos
podem ser identificados com marcas – associadas a padrões de
qualidade. Entretanto, a classificação dos produtos defende a
marca-país, que é muito importante como imagem do Brasil nos
mercados externos. Uma infra-estrutura de classificação oficial
deve reforçar os padrões de classificação do setor privado.
h) Certificação de Embalagens
As embalagens devem ser certificadas por órgãos técnicos
específicos, com o propósito de atender a normas de conformida-
de com padrões estabelecidos pelos países importadores. Institutos
como o Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA) do Instituto
de Tecnologia de Alimentos (ITAL) realizam estudos de pesquisa e
desenvolvimento de embalagens, avaliações e controle de qualida-
de, análises de materiais e produtos, estudos de vida-de-prateleira e
especificação de embalagens. No fim deste relatório se encontra
uma relação de sites para maiores informações sobre o CETEA.
Além disso, devem ter qualidades especiais que minimi-
zam perdas em longa distância e distribuição em países de outros
continentes. Em alguns países da Europa e nos Estados Uni-
dos, as perdas dos produtos na distribuição representam entre
7 e 8% das compras das redes de supermercados. A estimativa
é de que, em cinco anos, as perdas dos supermercados brasi-
leiros com frutas, legumes e verduras atinjam 10%. A referida
meta será alcançada, segundo a Associação Paulista de Su-
permercados (APAS), se as embalagens forem apropriadas e a
distribuição for adequada.

261
i) Certificação de Padrões de Qualidade por Parte de Órgãos
Públicos
Além da classificação dos produtos, deve-se estabelecer
um padrão de certificação de qualidade. Esta certificação dever
ser conduzida por órgãos públicos, porquanto, além do produto,
há que se registrar em normativos próprios os padrões de quali-
dade dos produtos. Os produtos devem ter padrões – inclusive
com a designação de produto abaixo-padrão. O órgão público
separa os produtos dentro de padrões para a exportação muito
mais rigorosos que para o mercado interno.
j) Certificação de Padrões de Qualidade por Parte de Empresas
Independentes de Supervisão
Recomenda-se que se criem facilidades para que os pro-
dutos do Projeto sejam inspecionados por certificadoras indepen-
dentes. A infra-estrutura deverá localizar-se nas embaladoras e
ser facultativa. Mas é do interesse do País que haja o serviço e a
troca de experiência com outros técnicos. Empresas internacio-
nais especializadas têm larga experiência neste setor e podem
aportar valiosos conhecimentos.
k) Possibilidade de Inspeção das Instalações do Projeto por Re-
presentantes dos Compradores no Exterior
Hoje esta é uma realidade que facilita a realização de ne-
gócios mais até do que de garantia dos padrões de qualidade. Os
representantes de compradores do exterior têm conhecimento do
fator mais importante no processos: a preferência do consumidor
por produtos específicos. Há, no Brasil, experiências bem-
sucedidas nesta área.
l) Fiscalização da Qualidade do Produto no Destino
As cargas de produtos hortifrutícolas podem ser refugadas
no destino, caso ocorram problemas no transporte e sejam detec-
tados problemas dos exportadores. Entretanto, há problemas de
recepção das cargas nos destinos, operações portuárias e aerovi-
árias indevidas, transporte inadequado, resultando na ponta da
distribuição de problemas que devem ser atribuídos às agências
de despacho no exterior. Além disso, uma inspeção na distribui-
262
ção é importante fator de valorização (ou de desvalorização) dos
produtos oriundos do Projeto.
O QUADRO 5 a seguir resume os requerimentos de servi-
ços e infra-estrutura para exportação.
QUADRO 5
REQUERIMENTO DE SERVIÇOS E INFRA-ESTRUTURA
PARA EXPORTAÇÃO
O que fazer? Quem faz?
a) Normas e Regulamentos de Defesa
Fitossanitária
− Mapeamento de áreas Instituições de pesquisa (EMBRAPA,
EBDA)
− Criação de normas e regulamentos Órgão de defesa federal (Ministério da
Agricultura e Abastecimento (MAA)/
Secretaria de Defesa Agropecuária
(SDA))
− Inspeção Postos locais dos órgãos de defesa
federal (MAA/Delegacia Federal de
Agricultura (DFA)/Posto de Vigilância
Agropecuária (PVA))
b) Definição de Produtos e Padrões de
Qualidade na Produção
− Manuais descritivos dos produtos Instituições de pesquisa (EMBRAPA,
EBDA)
c) Certificação de Insumos, Produtos e
Processos
− Certificação de insumos e processos Delegacias federais do Ministério da
Agricultura no Estado (MAA/DFA-BA)
− Pesquisa de resíduos Laboratórios locais (privados, estaduais)
d) Normas Referentes aos Processos Instituições de pesquisa (com o con-
de Produção curso da assistência técnica)
e) Infra-Estrutura de Frio Industrial Empresas privadas
f) Normas de Padrões de Qualidade Empresas como o CETEA
das Embaladoras
g) Classificação dos Produtos Embaladoras, órgãos públicos e em-
presas especializadas
h) Certificação de Embalagens Empresas certificadas pelo INMETRO
i) Certificação de Padrões de Qualidade Empresas certificadas pelo INMETRO
j) Inspeção das Instalações do Projeto Empresa importadora
Pelos Compradores no Exterior
l) Fiscalização da Qualidade do Produ- Empresa exportadora
to no Destino
FONTE: Consórcio Plena/FGV/Projetec.

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