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ROTEIRO N2 – PSICOLOGIA DA FAMÍLIA

CONCEITUAÇÃO
- configuração familiar: diz respeito ao conjunto de elementos/personagens que compõem o
núcleo familiar (ex: pai + mãe + filho + filha)
- estrutura familiar: é o conjunto invisível de exigências funcionais que organiza as formas
pelas quais os membros da família interagem; é o conjunto de regras que governa as
transações da família
- pluralidade dos núcleos familiares: família resulta da configuração e estrutura familiar que se
define pelos aspectos relativos às regras, ao poder, aos limites e aos contratos de convivência

CONCEPÇÕES TEÓRICAS
- psicanálise: as relações iniciais da vida, principalmente a relação mãe-filho, são
determinantes para o desenvolvimento emocional; família responsável por pessoas saudáveis
ou desestruturadas
- Rogers: problemas psicológicos originavam-se das primeiras interações destrutivas com as
outras pessoas; tendência para a autorrealização, premissa da maioria das teorias
humanísticas
- Freud: reconhecimento das influências familiares sobre a esquizofrenia (Dr. Schreber);
discutiu os fatores psicológicos da paranoia e esquizofrenia (relacionamento estranho do
paciente com o pai)
- Sullivan: em 1927 enfatizou a importância da família hospitalar

FAMÍLIA E INDIVIDUALIDADE
- a família continua sendo o lugar de continência, de identidade, de exercício para o
crescimento do indivíduo, autonomia e diferenciação
- isso traz questões referentes ao abandono de tradições, dos papeis pré-estabelecidos e da
individualidade x relações familiares

MOVIMENTO FEMINISTA
- controle da reprodução
- participação da mulher na esfera pública e privada transformada

CONFLITO
- autoridade patriarcal; divisão de papeis: novas formas de divisão do trabalho doméstico e
financeiro; relações entre homem x mulher; relação pais x filhos; exercício da autoridade
- conflito atual: diante dessas questões, como preservar a individualidade?

PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA


- assume como foco de atuação a ação preventiva, protetiva e proativa, reconhecendo a
importância de responder as necessidades humanas de forma integral, para além da atenção a
situações emergenciais, centradas exclusivamente nas situações de risco social
- a proteção social básica possui uma dimensão inovadora, pois supera a histórica atenção
voltada a situações críticas, que exigiam ações indenizatórias de perdas já instaladas, mais do
que asseguradoras de patamares de dignidade e de desenvolvimento integral
- previne situações de risco social por meio do desenvolvimento de potencialidades e
aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários
- público da proteção social básica: aqueles que estão em condições precárias ou privados de
renda e sem acessos aos serviços públicos (dimensão material da vulnerabilidade); aqueles
cujas características sociais e culturais são desvalorizadas ou discriminadas negativamente
(vínculos familiares, comunitários e de pertencimento fragilizados e vivenciam situações de
discriminação etária, étnica, de gênero ou por deficiências) (dimensão relacional da
vulnerabilidade)
- serviços tipificados: serviço de proteção e atenção integral à família (PAIF); serviço de
convivência e fortalecimento de vínculos; serviço de proteção social básica no domicílio para
pessoas com deficiência e idosos
- unidades de implementação dos serviços, programas e projetos da proteção social básica:
centro de referência de assistência social (CRAS); centro de convivência; instituições não
governamentais

TEORIA DO DUPLO VÍNCULO


- relacionamentos contraditórios em que são expressados comportamentos de afeto e
agressão simultaneamente, onde ambas pessoas estão fortemente envolvidas
emocionalmente e não conseguem se desvincular uma da outra

CONCEITOS BÁSICOS DA TEORIA SISTÊMICA


- retroalimentação (feedback): capacidade de um sistema para se manter em equilíbrio diante
das variações do meio
- homeostase: quando o sistema familiar é ameaçado, se movimenta em direção ao equilíbrio
ou à homeostase
- paciente identificado: bode expiatório; o doente que atrai a atenção e proporciona equilíbrio
ao sistema
- relações complementares e simétricas: as primeiras baseadas em pessoas diferentes nas
maneiras pelas quais se ajustam; as últimas, baseadas em igualdade e similaridade

CIBERNÉTICA DE PRIMEIRA ORDEM: A FAMÍLIA COMO UM SISTEMA


- interesse pela estabilidade, estrutura e os mecanismos e processos pelos quais os sistemas,
em geral, funcionavam com o intuito de manter a sua organização
- enfatizavam o sintoma, para quebra-lo

CIBERNÉTICA DE SEGUNDA ORDEM: RELAÇÃO TERAPEUTA-PACIENTE-FAMÍLIA COMO UM


SISTEMA
- o sintoma não é o foco, ele é apenas para identificar que algo não vai bem na família
- o foco agora é as relações

PRINCIPAIS ESCOLAS DA TERAPIA FAMILIAR SISTÊMICA


- escola de palo alto (MRI): desenvolvem a terapia breve com famílias baseada nas questões
paradoxais de comunicação
- escola estratégica: semelhante a palo alto, mas enfatizam as regras e a luta pelo poder na
relação terapêutica; tem como característica intervenções pouco ortodoxas e a técnica do
paradoxo terapêutico
- escola estrutural: valoriza a estrutura familiar e mapeia fronteiras, regras, direção da
funcionalidade familiar, padrão de organização das interações, repetições de
comportamentos, coalizões e dinâmica de interação
- terapia comunitária (modelo sistêmico): ir além do unitário para atingir o comunitário; sair da
dependência para a autonomia e a corresponsabilidade; ver além da carência para ressaltar a
competência; sair da verticalidade das relações para a horizontalidade; da descrença na
capacidade do outro, passar a acreditar no potencial de cada um; ir além do privado para o
público; romper com o clientelismo para chegarmos a cidadania; romper com o modelo que
concentra a informação para fazê-la circular
FAMÍLIA NUCLEAR
- reproduz os padrões de relação ou comportamento reativo, características do próprio padrão
de apego na criação dos filhos e relação com o parceiro
- capacidade de formar e manter uma base segura e uma rede vincular estável enquanto pais

FAMÍLIA EXTENSA
- necessidade de cuidar dos pais que envelhecem
- papel de cuidador relacionado ao padrão de apego
- quebra do padrão de cuidado, cuidar para a doença, preparar para a morte

ETAPAS DO CICLO DE VIDA: JOVEM ADULTO


- independência da família de origem
- dependência da etapa adolescente
- fatores pessoais: autoestima, confiança, autoconceito
- sistema familiar: carreira, independência financeira, história dos pais
- rompimento afetivo: desligamento de uma relação de dependência para a independência
- redefinição das relações: busca de um equilíbrio na posição triangular
- ampliação das relações com a família extensa
- mudança na participação dos rituais familiares

FAMÍLIA E O CASAMENTO
- ritual do casamento: marca a passagem da família de origem para a nova família
- escolha do parceiro
- contrato matrimonial
- renegociação das relações com as respectivas famílias de origem
- questões presentes no ajustamento conjugal: o casal se conhece ou casa logo depois de uma
perda significativa; o desejo de distanciar-se da família de origem; background dos cônjuges é
significativamente diferente (religião, educação, classe social, idade); casal reside muito perto
ou muito longe de cada família de origem; casal depende de alguma das famílias em termos
financeiros, físicos ou emocionais; casamento antes dos vinte anos ou depois de conhecer-se
por menos de seis meses; casamento ocorre sem a presença da família ou de amigos; esposa
grávida antes ou durante o 1º ano; um dos cônjuges tem um relacionamento difícil com a sua
família; um dos cônjuges considera a sua infância ou adolescência uma época infeliz; padrões
conjugais em uma das famílias eram instáveis

CICLO DE VIDA DA FAMÍLIA: INICIANDO A VIDA EM DOIS


- tarefas a serem cumpridas: estabelecer um relacionamento mutuamente satisfatório;
aumentar a autonomia em relação à família de origem, desenvolver novas relações familiares;
decisão sobre filhos, educação e gravidez; desenvolver novas amizades
- tópicos de prevenção: discutir a importância da comunicação; informação sobre
planejamento familiar

FAMÍLIA COM FILHOS PEQUENOS


- tarefas: ajustar-se e encorajar o desenvolvimento da criança; vida satisfatória a todos os
membros; reorganizar a unidade familiar para + pessoas
- tópicos: envolver o pai na gestação e parto; discutir desenvolvimento infantil, papel de pais e
relacionamento pais-filhos; tempo para o casal

FAMÍLIA E OS FILHOS
crianças pré-escolares
- tarefas: prover espaço adequado p/ a família em crescimento; arcar com custos financeiros;
assumir papel maduro; satisfação mutua no papel de parceiros, parentes, comunidade
- tópicos: tempo para o casal; estimular diálogo sobre educação dos filhos; informação sobre
desenvolvimento
crianças em idade escolar
- tarefas: facilitar a transição da casa para a escola; relação de casal
- tópicos: informação sobre o desenvolvimento nessa etapa; monitorar desempenho escolar/
estratégias de manejo de tempo; encorajar discussões sobre sexualidade com as crianças

FAMÍLIAS COM ADOLESCENTES


- tarefas: equilibrar liberdade c/ responsabilidade à medida que os adolescentes vão
adquirindo individualidade
- tópicos: estabelecer relação c/ adolescente que reflita aumento de autonomia; informação
sobre o desenvolvimento nessa etapa; conversas sobre drogas e sexo; discutir o
estabelecimento de relações ao longo da vida

CASAIS DE MEIA IDADE


- tarefas: prover conforto, saúde e bem estar enqto casal; planejar futuro financeiro;
crescimento e significado do indivíduo e do casal; ser avós
- tópicos: planos p/ aposentadoria (atividades, finanças, moradia); independência dos filhos;
tolerância à partida; explorar o papel de avós; discutir sexualidade e os processos ligados ao
envelhecimento

FAMÍLIAS ENVELHECENDO
- tarefas: moradia e finanças; integridade do ego; saúde; ficar mais tempo juntos; enfrentando
a vida sozinho
- tópicos: discutir saúde, planejamento do longo prazo; revisar a vida como ferramenta de
longo prazo; encorajar interesses individuais e compartilhados; preparar p/ lidar c/ perda do
parceiro(a)

AXIOMAS DA COMUNICAÇÃO
1. é impossível não se comunicar: o que esta família está comunicando?
2. toda comunicação tem níveis de conteúdo e de relação: o nível de conteúdo diz respeito à
informação veiculada na mensagem e o nível de relação refere-se ao que é comunicado sobre
a relação entre os comunicantes
3. padrão de sequência dos fatos: quais são as sequências na comunicação?
4. comunicação digital e analógica: a linguagem digital pode ser palavras escritas ou faladas;
as vocalizações, movimentos intencionais e sinais de humor são comunicações analógicas
5. interação simétrica e complementar: padrões de interação que podemos identificar e
relação de igualdade ou complementar

DRAMATIZAÇÃO
- integrar os axiomas da comunicação considerando a comunicação verbal e não verbal
- o terapeuta co-constrói o sistema terapêutico
- a pessoa é a autora da sua própria história
- ênfase sobre os significados socialmente construídos na linguagem, mais no processo q no
conteúdo das histórias e nas práticas de conversação e nos processos de questionamento
como recurso para gerar reflexão

CATEGORIAS DE AVALIAÇÃO
- comunicação: comportamento verbal ou não verbal, manifesto; comunicação desqualificada
e disfuncional: incongruência (um contraria o outro, há contradições mútuas), confusa (frases
incompletas, obscuras, mudanças bruscas de assunto), ausência de direcionalidade, ausência
ou intensidade em demasia de carga emocional
- regras: relacionadas ao desenvolvimento emocional sadio; algo aceito pela maior parte do
grupo familiar; podem ser coerentes (se reforçam mutuamente, não se contrariam), flexíveis
(permitem possíveis alterações) ou democráticas (compartilhadas pela maior parte dos
membros)
- papeis: desempenho no cumprimento das funções de cada membro, a partir das posições
que ocupam nos subsistemas conjugal, parental, fraterno e filial; funciona como facilitadora de
saúde emocional, na medida em que cada membro conhece e desempenha seu papel;
presença dos papeis (limites claros dentro do sistema familiar); definição (explícita a função de
cada membro); adequados (cada membro se comporta de acordo com a sua definição de
papel); flexíveis (permitem assumir outras funções)
- liderança: pais e filhos precisam estar cientes da necessidade do uso diferenciado da
autoridade; pais devem assumir a função de liderança da família; ausente, fixa, autocrática,
democrática (decisões tomadas por consenso
- conflitos: podem tanto estimular o crescimento qto predispor ao desequilíbrio emocional;
expressão (há a permissão explícita e clara do conflito), positivamente valorizados (diferenças
e discordâncias vistas não como uma ameaça, mas como algo construtivo, que estimula o
crescimento), busca de solução (família possui recursos para lidar e solucionar com os
conflitos)
- manifestação da agressividade: importância da expressão dos sentimentos; explicitação de
sentimentos de raiva e/ou de comportamentos hostis, dirigidos por um membro da família;
ausente (não são expressados), destrutiva (qdo sentimentos ou comportamentos impedem o
contato ou a possibilidade de encontrar soluções, causando raiva ou hostilidade), sem
direcionalidade adequada
- afeição física: tipo de comportamento não verbal, manifestado pelos membros da família,
através de contatos físicos carinhosos a fim de expressar amor; ausente, recusada (um
membro tenta manifestar e o outro não aceita), sem carga emocional adequada
- interação conjugal: processo de trocas relacionais estabelecidas entre o marido e a mulher;
diferenciação (limites dentro do subsistema são claros e se destacam no sistema),
individualização, gratificação (as trocas são vivenciadas como agradáveis e construtivas)
- individualização: possibilidade de preservação da identidade individual de cada membro;
diferenças e discordâncias são respeitadas, permitindo a heterogeneidade de interesses e
opiniões
- integração: a família deve funcionar como um grupo integrado, possuindo uma identidade
grupal; os membros comportam-se de forma coesa e coordenam seus esforços para atingir
objetivos comuns
- autoestima: sentimentos de valor que cada um tem em relação a si mesmo; é importante os
pais validarem positivamente o crescimento de seus filhos e se interessarem por suas
realizações

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