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Curso Manutenção em TV de LED

APRESENTAÇÃO

Nesta obra que ora se inicia ensinarei como funcionam e as técnicas de


consertos para os televisores LCD com o backlight formado por leds. Tais
televisores ficaram conhecidos no mercado como televisores LED e vem
ganhando cada vez mais espaço no comércio de eletrônicos.

Isto devido à sua arquitetura mais fina, mais elegante e com menor consumo
de energia elétrica do que os modelos LCD tradicionais com o backlight
formado por lâmpadas fluorescentes CCFL. Veja abaixo um televisor de 32”
da Samsung de frente, perfil e traseira:
Observe que esta TV citada no exemplo é uma Samsung UN32C4000 e de
acordo com a etiqueta seu consumo é de 100 W. Enquanto uma 32 de LCD
comum consome entre 130 e 150 W. Além das TVs de LED serem mais finas,
leves e econômicas, suas taxas de contraste são bem maiores que as das
TVs LCD convencionais. As TVs LED tem taxa de contraste acima de
500.000:1 enquanto as LCD comuns têm no máximo 50.000:1. Além disso, as
TVs LED são verdadeiras centrais multimídia com diversas entradas e
algumas com possibilidade até de navegação na internet, full HD e excelente
dinâmica de imagem (entre 60 e 240 quadros por segundo).

PREFACIO.

I - Alguns Termos usados nos Televisores LCD e de LED.


II - Entradas do Televisor.
III - Menus do Televisor.
1 – Menu do usuário.
2 – Menu de serviço.
IV – Fluxograma de Teste de Funcionamento da TV LED
V - Desmontagem e Identificação das Placas da TV LED
1 – Desmontagem da TV
2 – Identificação das placas da TV
VI - O Backlight da TV LED
1 – Tipos de backlight para TVs de LED
1.1 – Barras de LEDs nas bordas ou “edge lit”
1.2 – Painel de LEDs atrás do display ou “back lit”
2 – Aspecto real de um backlight com LEDs
VII – Alimentação do Backlight de LED e controle de brilho.
1 – Conversor triplo para seis barras de LEDs no backlight
2 – Conversor sêxtuplo para seis barras de LEDs no backlight
3 – Inversão dos conectores das barras de LEDs
VIII - Roteiro para consertos da alimentação do Backlight de LEDs
1 – TV liga, tem som normal, mas não acende a tela.
IX - Fluxograma Para Conserto da Alimentação do Backlight de LED
X - A Tela de cristal Liquido (LCD)
1 – Como o cristal líquido controla a luz
2 – A divisão da tela e os transistores TFT
2 – Estrutura da tela LCD e backlight
XI – Esquema em blocos de Um Televisor LED
1 – Localização dos principais componentes na placa principal da TV
2 – Televisores com CIs separados
3 – CIs principais de um televisor LG
4 – Detalhes da placa T-CON
XII – Defeitos Relacionados com a Tela LCD
XIII - A Fonte de Alimentação (SMPS)
XIV – Roteiro para Conserto da Fonte de alimentação
1 – A TV não liga e não acende o led stand-by do painel
XV – Fluxograma Para Conserto da Fonte Alimentação (SMPS)
XVI – Circuitos da Placa Principal (SSB)
1 – Esquema em bloco da placa principal
2 – Como localizar os componentes principais na placa SSB
3 – Leitura de esquema – circuitos da placa principal
XVII - Roteiro Para Conserto e Defeitos na Placa Principal
1 – TV não liga, mas a fonte está funcionando. Pode ou não acender o led do
painel
2 – A tela acende, mas não tem imagem
3 – A TV está sem som, porém a imagem está normal
4 – A imagem fica travando ou congelando
5 – O controle remoto ou o teclado não funcionam
XVIII – Fluxograma de Testes para a Placa Principal
XIX – Testes na Fonte e Conversor LED Com Osciloscópio.
XX – Testes na Placa Principal (SSB) Com Osciloscópio.
Observações finais.

ALGUNS TERMOS USADOS NOS TELEVISORES LCD E DE LED

Ao pegar um esquema elétrico ou manual de serviço de um televisor de LED


ou LCD comum, vamos nos deparar com algumas siglas e como elas estão
em inglês podem atrapalhar um pouco os técnicos que ainda não tem trato
com este idioma. Neste capítulo relacionei as siglas mais comuns e as mais
importantes, já traduzindo o que significam a fim de facilitar a interpretação de
um esquema ou manual de serviço para estes aparelhos e em conseqüência
os testes e reparos:
ADC – Conversor analógico digital;
AFC – Controle automático de freqüência. Corrige a freqüência do seletor
varicap;
AGC – Controle automático de ganho. É usado para ajustar ganho do seletor
de acordo com o nível de sinal na antena;
AR – Tamanho da imagem 4 por 3 ou 16 por 9;
Arsenal – Nome dado ao CI processador de vídeo ou Hércules (quando ele é
separado);
ASF – Algoritmo que remove as barras laterais da tela quando não há sinal
de vídeo;
ATSC – Comitê para o sistema de TV avançado. Padrão da TV digital nos
EUA;
AV – Áudio e vídeo externo;
BGA – Tipo de CI que usa esferas de solda para fixação e contatos nas
trilhas da placa de circuito impresso. É um modelo de CI muito usado nos
televisores LED e LCD comuns;
BLU – Unidade backlight dos televisores LCD seja ela de LED ou de
lâmpadas CCFL;
CCFL – Lâmpada fluorescente de catodo frio usada no backlight das TVs
LCD comuns;
CCD – Legendas transmitidas para auxiliar os deficientes auditivos;
Chelsea – Nome dado ao CI DSP/scaler quando ele é separado do Arsenal;
Compair – Dispositivo usado pela Philips para detectar erros e ajustar seus
aparelhos;
CSM – Modo de ajuste para o usuário;
CVBS – Sinal de vídeo composto (luminância + croma);
DAC – Conversor digital analógico;
DBE – Reforço extra para sons graves;
DCM – Módulo para comunicação de dados;
DDC – Canal de dados do monitor. Contém informações sobre o modelo do
aparelho;
DDR – Memórias com dupla taxa de transferência de dados;
DRAM – Memória RAM dinâmica;
DRM – Gerenciador de direitos digitais;
DSP – Processador de sinais digitais. Nome dado ao maior CI de um televisor
LED ou LCD;
DST – Ferramenta (controle remoto) especial para assistência técnica;
DVI – Interface de sinal de vídeo digital;
EEPROM – Memória que armazena os dados de ajuste da TV;
FDS ou FDW – Duplo quadro ou duas imagens ocupando a tela toda;
FHD – Completa alta definição;
FLASH – Memória com o firmware (software necessário para o
funcionamento da TV);
Gb – Gigabyte. Corresponde a mais de 1 bilhão de bytes;
HD – Alta definição. Imagem com um grande número de linhas e colunas;
HDD – Disco rígido para armazenamento de dados;
HDMI – Interface multimídia de alta definição. Usada para transferir sinais de
áudio e vídeo digitais de alta definição através da tecnologia TMDS;
HP – Fone de ouvido;
I²C – Barramento duplo para a comunicação serial entre os vários circuitos do
aparelho;
IR – Infravermelho do controle remoto;
IRQ – Pedido de interrupção para um circuito se comunicar com o CI micro;
ISDB-T – Serviço integrado de transmissão digital terrestre – O padrão da TV
digital do Brasil;
ITV – TV Institucional usada em hotéis, hospitais, etc;
LS – O estado dos controles de um aparelho quando ele é desligado. Ele é
memorizado pela
EEPROM de modo a ligar a TV com os ajustes iguais quando ela foi
desligada;
LATAM – América Latina;
LCD – Tela de cristal líquido;
LED – Diodo emissor de luz. Formam o backlight das TVs LED.
LVDS – Tráfego de sinais diferenciais em baixa tensão. São trilhas de baixa
tensão (de 1,2 a 1,5
V) que levam o sinal em alta velocidade ao display LCD dos televisores e
monitores;
Mb – Megabyte. Corresponde a cerca de 1 milhão de bytes;
MPEG – Formato digital usado para processar imagens nos televisores LCD;
MUTE – Corte do som da TV;
NAFTA – América do Norte;
NC – Sem conexão;
NTSC – Comitê para o sistema nacional de TV. Sistema do sinal de croma
usado em vários países como os da América do Norte e Japão. O sinal de cor
é 3,579545 MHz;
NVM – Memória que não perde os dados ao desligar a TV. Pode ser usada
para armazenar os comandos e ajustes;
OAD – Atualização de software através do sinal recebido pela antena da TV;
OSD – Menu na tela da TV;
PAL – Linha de fase alternada. Sistema do sinal de croma usado em vários
países incluindo o
Brasil. O sinal de cor é 3,575611 MHz no sistema PAL-M e 3,582056 MHz em
PAL-N;
PCB ou PWB – Placa de circuito impresso;
PCM – Modulação por código de pulso;
PIP – Quadro dentro de quadro. Imagem menor sobreposta à uma imagem
maior;
PLL – Laço de fase travada. Circuito usado pelo seletor varicap para
sintonizar os canais e memorizá-los;
PWM – Modulação por largura de pulso. É uma onda quadrada de largura
variável;
RAM – Memória de acesso aleatório. Este tipo de memória perde os dados
quando tem sua alimentação interrompida. Portanto ela é sempre carregada
quando o aparelho é energizado;
RESET – Pulso momentâneo para inicializar os circuitos quando a TV é
energizada;
SCL – Sinal de clock (sincronismo) do barramento I²C;
SDA – Dados seriais bidirecionais do barramento I²C;
SDRAM – Memória RAM dinâmica síncrona. Este tipo de memória é usado
pelo CI DSP para carregar os dados a serem corrigidos e poderem desta
forma formar as imagens para o display
LCD. As memórias SDRAM dos televisores LCD são do tipo DDR;
SIF – Sinal de FI de som (4,5 MHz);
SMPS – Fonte de alimentação chaveada;
SSB – Placa processadora de sinais (placa principal) das TVs LCD;
STB – Set top Box. Circuito que recebe e processa os sinais digitais das
emissoras de TV;
T-CON – Placa que transfere o sinal da linha LVDS ao display LCD;
TFT – Transistores mosfets microscópicos que controlam os subpixels das
telas das TVs LCD;
TMDS – Tráfego de sinais diferenciais com redução de interferência. Este
sistema é usado para transferir dados digitais em alta velocidade pelos
conectores HDMI e DVI sem a influência de ruídos eletromagnéticos;
UART – Transmissão/recepção universal de dados controlada por software;
USB – Barramento serial universal. Usado para conectar vários tipos de
periféricos à TV;
USRT – Transmissão/recepção universal de dados controlada por hardware
(circuito eletrônico);
USART – Transmissão/recepção universal de dados controlada por hardware
e software;
URSA – CI usado por alguns TVs de LED para acelerar os dados nas linhas
LVDS nos modelos
que tem grande velocidade de transferência de quadros para o display (FHD
entre 120 e 240 quadros por segundo). Ele fica entre o CI DSP e o flat cable
que vai à placa T-COM do display;
YPbPr – Sinais de vídeo componentes: luminância e diferenças de cor R-Y e
B-Y;
YUV – Sinais de vídeo componentes.

II. ENTRADAS DO TELEVISOR

Conforme explicado, os televisores LED são centrais multimídia com diversas


entradas que são selecionadas através da tecla “source” do controle remoto.
Veja abaixo na figura 1 algumas das entradas do televisor estudado neste
trabalho:

Alguns televisores usam encaixes RCA para as entradas de vídeo composto


e componentes, porém por economia de espaço o modelo estudado usa
conectores do tipo P2. Neste caso ela vem com adaptadores P2-RCA
conforme visto na figura 2 abaixo:
Figura 2 – Adaptadores P2/RCA usado em alguns modelos de televisores de
LED
As entradas vistas nas figuras 1 e 2 servem para os sinais analógicos e são
descritas abaixo:

Antena e CATV – São as entradas do seletor varicap. O varicap destas TVs


possui o conversor de TV digital interno. Portanto ele pode sintonizar os
sinais dos canais analógicos e digitais.

Os canais analógicos são indicados com números inteiros, como por


exemplo, canal 4, 5, 7. Já os canais digitais são indicados como 4.1, 5.1, 7.1
e assim por diante. A maioria das emissoras transmite dois sinais: analógico e
digital e através desta numeração os diferenciamos. Os canais analógicos e
parte dos digitais usam o padrão 4:3 de imagem.

Desta forma aparece uma barra preta em cada lado da tela. Se usarmos o
botão “P.SIZE” no controle a imagem se expandirá e ocupará a tela toda,
porém ficará achatada.

Algumas emissoras digitais transmitem em determinados programas o sinal


HDTV em formato Wide no padrão 16:9 e assim ela ocupa toda a tela
normalmente sem achatar. Se a antena estiver desajustada ou se a recepção
estiver ruim para determinada emissora, na opção sinal analógico a imagem
fica com chuviscos ou fantasmas e na opção digital a imagem fica
congelando ou sumindo aparecendo a indicação “sinal fraco ou
inexistente” na tela da TV.

Vídeo componentes – Possui três entradas para imagem (luminância ou Y,


vermelho ou Pr e
azul ou Pb) e duas para o som (L e R). Como os sinais entram separados e
também no formato progressive scan (varredura completa de todas as linhas
para cada quadro), a imagem proporcionada é de alta qualidade.

Vídeo composto CVBS ou AV – Aqui é uma entrada para o sinal de vídeo


(luminância + croma) e duas para o som (L e R). A entrada CVBS produz uma
imagem de qualidade inferior à de vídeo componentes devido ao fato de fazer
um caminho de processamento maior e trabalhar com imagem entrelaçada
(cada quadro é varrido duas vezes para ser formado). Porém todos os
aparelhos que trabalham com imagem possuem pelo menos a saída CVBS. A
TV do estudo tem duas entradas AV.

DB15 – Esta entrada leva os sinais RGB (analógicos) e os de sincronismo H


e V (digitais) do computador PC para a TV funcionar como monitor.
Veja abaixo na figura 3 a seleção das entradas feita pelo menu da TV
através da tecla “source” do controle remoto:

A entrada será habilitada sempre que o plugue estiver encaixado no conector


correspondente à entrada a ser usada. Enquanto não há plugue, a entrada
fica desabilitada.

Agora as entradas digitais. Aqui temos as entradas HDMI, DVI, USB e alguns
modelos entradas. Ethernet (para conexão de uma rede interna). Algumas
têm opção para navegação na internet.

Veja abaixo na figura 4 as entradas digitais da TV estudada:


HDMI – Estas entradas possuem 19 pinos e por ela passam os sinais de
áudio de vídeo digitais de alta definição e em alta velocidade através da
tecnologia TMDS (com redução de ruídos).

Os modernos equipamentos de DVD player e videogame já possuem esta


entrada, bastando apenas
o cabo específico HDMI para fazer a ligação com a TV. Uma das entradas
HDMI também serve como interface digital para o vídeo (DVI), porém neste
caso será necessário ligar o som na entrada de áudio para DVI.

Saídas de áudio – Esta TV possui uma saída de áudio analógica e outra


digital para a ligação com outros equipamentos de som.

USB – Este conector permite a ligação de outros aparelhos à TV como pen


drive, players (MP3, MP4, etc.) e HDs (discos rígidos) externos e assim usar
o televisor como reprodutor de filmes, músicas e fotos armazenadas nestes
periféricos.

Veja abaixo na figura 5 como é feita a conexão e o menu usado para


navegar pelos arquivos do periférico conectado à porta USB.
Para entrar no menu do player dos periféricos ligados na USB usamos a tecla
“P.MODE” ou “source” do controle. Lembrando que deve haver algum
dispositivo ligado na USB para habilitar esta função. Para maiores detalhes
sobre a seleção das entradas consulte o manual da TV.

III . MENUS DO TELEVISOR

1 – Menu do usuário

É acessado através da tecla MENU do controle remoto e nele o usuário pode


fazer diversos ajustes na TV como brilho, contraste, cor, matiz, luz de fundo,
ajustes no som, sintonia dos canais e vários outros como indicados no
manual da TV. Veja na figura 6 o menu da TV estudada:

2 – Menu de serviço

É acessado através da seqüência de teclas MUTE-1-8-2-POWER. O modo de


serviço é usado para fazer ajustes de acordo com o manual técnico da TV
(indispensável para este tipo de ajuste).

Veja o menu do modo de serviço da TV estudada na figura 7:


IV. FLUXOGRAMA PARA TESTE DE FNCIONAMENTO DA TV LED
V. DESMONTAGEM E IDENTIFICAÇÃO DAS PLACAS DA TV LED

1 – Desmontagem da TV

As TVs LED são fáceis de desmontar, porém devido ao fato de terem muitos
parafusos que prendem sua tampa metálica é necessário guardá-los em
gaveteiro ou saquinhos separados.

Basta então retirar os parafusos que prendem o suporte e a tampa, levantar a


tampa e já temos acesso aos circuitos dela com facilidade. Veja na figura 8
retirada do próprio manual de serviço a posição, os tipos dos parafusos e a
maneira de levantar a tampa para abrir a TV:

2 – Identificação das placas da TV

Uma vez removida a tampa temos acesso aos circuitos da TV. Como
podemos observar na figura 9 a TV de estudo é formada basicamente por
três placas: a da fonte (SMPS), a principal (SSB) e a controladora do display
sob a blindagem (T-CON).
VI. O BACKLIGHT DA TV LED

Aqui é a grande diferença entre o televisor LCD de LED e o LCD comum.


Conforme estudamos em outra obra no Blog http://edtecsoft.com/blog
(“Reparação de Televisores LCD”) os televisores LCD comuns possuem
lâmpadas fluorescentes CCFL no backlight do display.

Desta forma nas cenas mais escuras, o display diminui ou bloqueia a


passagem da luz. Porém como não é 100 % eficiente ainda se nota a
iluminação traseira e as partes da cena que deveriam ser pretas ficam cinza
escuro. Em conseqüência, o contraste destas TVs não é tão bom
especialmente em cenas escuras. Já as TVs LED possuem o backlight
formado por LEDs.

Desta forma nas cenas mais escuras além do display diminuir ou bloquear a
luz, os LEDs do backlight são controlados para diminuírem o brilho ou
apagarem por completo. Desta forma as partes pretas de uma cena ficam
realmente pretas (parte do backlight apagado). Em conseqüência o contraste
das TVs LED é muito superior às de LCD comuns.

1 – Tipos de backlight para TVs de LED

Além da vantagem do contraste, os backlights com LED são bem mais finos e
econômicos que os de lâmpada, tornando estas TVs extremamente finas
(cerca de 1 cm de profundidade), bem mais leves e com menor consumo de
energia elétrica. Existem dois tipos de backlight com LEDs:
1.1 – Barras de LEDs nas bordas ou “edge lit”

Neste tipo há algumas barras de LEDs brancos dispostas em volta do display.


Este sistema é o mais simples, mais barato e proporciona ao televisor um
aspecto bem fino sendo o mais usado pelos televisores LED. Porém sua taxa
de contraste é inferior ao sistema “back lit” descrito a seguir. O controle de
brilho dos LEDs pode ser feito em todos de uma vez só (“full dimming”) ou
individualmente (“local dimming”). Veja um sistema deste na figura 10:

1.2– Painel de LEDs atrás do display ou “back lit” – Neste tipo há um


painel com vários LEDs brancos ou com as três cores da TV (vermelho, verde
e azul) colocado atrás do display.

Este sistema de arranjo de LEDs também é chamado de “full array” e


proporciona melhor contraste que o sistema anterior. O controle de brilho dos
LEDs pode ser feito de uma vez só em todos (“full dimming”) ou
individualmente (“local dimming”).

Veja na figura 11 um backlight “full array”:


2 – Aspecto real de um backlight com LEDs
Veja na figura 12 o aspecto físico de um backlight tipo “edge lit” que será o
estudado neste trabalho por ser o mais popular, porém os princípios valem
também para o outro modelo:

VII . ALIMENTAÇÃO DO BACKLIGHT DE LED E CONTROLE DE BRILHO

O backlight de LEDs é alimentado através de um circuito conversor DC-DC,


também chamado de conversor LED. Veja na figura 13 um circuito
simplificado de conversor LED semelhante ao usado na TV de estudo para
alimentar duas barras de LEDs ligadas em série.
As barras de LEDs são ligadas em série no conector CN1. A alimentação é
feita por uma tensão DC de 160 V. A placa da fonte possui na verdade duas
fontes chaveadas (SMPS). Uma delas alimenta o conversor LED com uma
tensão DC de 90 V fornecida por T1, D1 e C1. Esta tensão é aplicada a um
circuito conversor DC-DC booster (reforçador) formado pela bobina
reforçadora L1, mosfet Q1, D2 e C2. Todo o sistema é chaveado e controlado
por um CI oscilador de PWM.

O CI entrega uma onda quadrada (PWM1) ao gate de Q1 via R1 e R2. Q1


chaveia L1 fazendo-a armazenar energia magnética variável de acordo com a
velocidade de oscilação do transistor.
Esta velocidade depende do PWM1 vindo do CI. A energia de L1 se soma ao
+B de 90 V, sendo retificados por D2, filtrados por C2 resultando em 160 V
para as barras de LEDs. C3 filtra os ruídos da linha de alimentação. R12 ao
R14 recolhem uma amostra da tensão de saída para o CI ajustar o PWM1 de
modo a manter a tensão fixa em 160 V mesmo com variação da rede elétrica.
R3 e R4 formam uma proteção para o CI desligar em caso de excesso de
corrente em Q1.

Controle de brilho – É feito pela variação da tensão no pino 4 do conector


CN1 das barras de LEDs. Esta tensão varia entre 1 e 40 V e é controlada
pelo chaveamento de Q2. Quanto maior a tensão, mais fraco é o brilho dos
LEDs e vice versa. O conector CN2 que vai à placa principal recebe desta o
comando P_DIM e o envia ao CI. Desta forma o CI varia o sinal PWM2
aplicado em Q2 para este variar a tensão no dreno e em conseqüência o
brilho dos LEDs. O brilho das barras de LEDs neste caso é controlado ao
mesmo tempo de acordo com o brilho da imagem.
On/off – O comando BL_ON (em 5 V) aciona Q3 e Q4 para alimentar o CI e
ligar o backlight.
Na figura 14 podemos observar o conversor LED visto pela parte superior da
placa da TV:

Na figura 15 vemos o conversor LED visto por baixo destacando o CI


oscilador de PWM e o transistor mosfet controlador de brilho.
1 – Conversor triplo para seis barras de LEDs no backlight

Na figura 16 podemos observar um conversor usado para alimentar seis


barras de LEDs (dois conectores com doze terminais no total). Cada duas
barras têm uma bobina reforçadora, mosfet, diodo e CI oscilador de PWM
para obtenção do +B de 160 V. Também há o mosfet para controle de brilho.
No total há três bobinas reforçadoras, seis mosfets, três diodos, três
capacitores de filtro e três CIs PWM por baixo da placa.

2 – Conversor sêxtuplo para seis barras de LEDs no backlight


Neste caso há um conversor para cada barra de LEDs (seis conversores no
total). Temos dois conectores com seis terminais cada para alimentar as
barras de LEDs. Este sistema permite o controle de brilho (dimming)
individualmente para cada barra de LEDs de acordo com a cena a ser
reproduzida na tela. Veja na figura 17 o exemplo de uma TV com os seis
conversores:

3 – Inversão dos conectores das barras de LEDs Como vemos na figura


18 cada conector alimenta os LEDs de uma das metades da tela. Podemos
inverter estes conectores que a TV funcionará normalmente. Se faltar brilho
do lado esquerdo da tela (L), colocamos o conector L no lugar onde está o R.
Se o brilho aparecer do lado esquerdo, o defeito está no conversor (placa da
TV). Se trocando o conector L pelo R, continuar sem brilho do lado esquerdo
da tela, o defeito é no backlight, significando neste caso a troca do display.
VII I. ROTEIRO PARA CONSERTO DA ALIMENTAÇÃO DO BACKLIGHT DE
LEDS

1 – TV liga, tem som normal, mas não acende a tela.

a) Antes de tudo verifique se no conector entre a fonte e a placa


principal chegam os comandos BL_ON (ligar o backlight) e P_DIM
(controle de brilho) – O BL_ON deve ser 0 V com o backlight apagado e 5 V
com ele aceso. P_DIM deve variar entre 1 e 5 V dependendo do brilho na
tela. Veja na figura 19 como medir a tensão BL_ON:

Observe na figura 20 como medir a tensão no pino P_DIM do conector da


fonte:

Se não tivermos a tensão BL_ON ou P_DIM, o defeito estará na placa


principal (CI micro ou DSP).
b) Meça a tensão de 160 V num dos terminais do conector dos LEDs
como na figura 21:

c) Se não chega os 160 V – Verifique se o conversor LED recebe o +B de 90


V da fonte:
d) Tem 90 V na saída da fonte, mas não chega os 160 V no conector dos
LEDs – Neste caso o defeito está relacionado com o conversor LED. Teste o
mosfet, bobina reforçadora, diodo retificador e capacitores de filtro da linha de
160 V. Verifique a presença de sinal no gate do mosfet vindo do CI oscilador
de PWM da seguinte forma: Coloque o multímetro na escala de ACV 10.
Ponta vermelha no encaixe “out put” e meça a tensão AC no gate do mosfet.

Se o multímetro não tiver o encaixe “out put” mantenha a ponta vermelha no


encaixe “+” e coloque em série com esta ponta um capacitor de 220 nF x 250
V. Meça a tensão AC no gate do mosfet. Se encontrarmos uma tensão AC de
cerca de 4 a 5 V, o CI está funcionando. Se não o CI está com defeito, com
falta de alimentação ou ainda algum componente danificado ligado no gate do
mosfet. Veja o teste na figura 23:

e) Não tem a tensão de 90 V para o conversor LED – Daí o defeito é na


fonte de alimentação do conversor LED. Pode ser curto na linha de 90 V
(apesar de que neste caso a TV para de funcionar), capacitor de filtro da linha
de 90 V, defeito no CI oscilador e chaveador desta fonte ou algum
componente ligado nele. Mais adiante falarei sobre a fonte destas TVs.

f) Tem 160 V no conector dos LEDs, mas o backlight não acende – Meça
a tensão no dreno do mosfet controlador de brilho conforme na figura 24:
g) A tensão no dreno do controlador de brilho está 0 V ou muito baixa –
Neste caso o defeito está nas barras de LEDs e devemos trocar estas barras
do backlight ou o display completo no caso de não obtenção deste conjunto
de LEDs.

h) A tensão no dreno do controlador está alta (40 V ou mais) e não varia


– Meça a tensão de “out put” (ACV) no gate deste mosfet controlador
conforme visto na figura 25:

Se houver tensão “out put” no gate do mosfet, indica que o CI oscilador de


PWM está funcionando. Na falta deste sinal no gate indica que a falha é no CI
do PWM.
i) Tem sinal de “out put” no gate do controlador e mesmo assim tensão
no dreno está alta – Neste caso devemos testar o próprio mosfet controlador
e o resistor de baixo valor ligado no source dele. Veja a posição deste resistor
na figura 26:

IX. FLUXOGRAMA PARA CONSERTO DA ALIMENTAÇÃO DO BACKLIGHT


DE LED
X. A TELA DE CRISTAL LÍQUIDO (LCD)

Aqui não há diferença entre as TVs LCD comuns e as de LED. A diferença


está mesmo é no backlight. A tela de LCD é um sanduíche com o bloco de
cristal líquido no meio e os vidros polarizadores dos lados. O conjunto da tela
fica acima de um vidro difusor de luz e em volta deste as barras de LEDs
formando o backlight. Em algumas TVs o backlight fica atrás da tela LCD.

1 – Como o cristal líquido controla a luz


Veja o princípio de funcionamento do conjunto LCD na figura 27:
Em cada lado do cristal líquido temos um vidro com ranhuras chamado
polarizador. Há, portanto dois polarizadores com as ranhuras colocadas 90º
um em relação ao outro. Cada polarizador só deixa a luz passar numa única
direção. Quando não há tensão, a luz do backlight passa pelo primeiro
polarizador, pelo cristal líquido que muda a sua trajetória e pelo segundo
polarizador, tornando-se iluminada a frente da tela.

Quando há tensão aplicada entre os polarizadores, as moléculas se


organizam de forma a não mudarem a trajetória da luz. Agora a luz passa
pelo primeiro polarizador, pelo cristal líquido que não altera mais a direção e
não passa pelo segundo polarizador, ficando apagada a frente da tela.

Portanto a tela LCD acende (deixa a luz passar) quando não há tensão
entre os polarizadores e apaga (bloqueia a luz) quando há tensão entre
estas camadas.

Porém nos televisores LED quando a tela deve reproduzir uma cena escura
ou totalmente preta, além da tela LCD bloquear a luz, os LEDs do backlight
diminuem o brilho ou apagam por completo dado maior efeito realístico
nestas imagens. É por este motivo que o contraste destas TVs é bem
superior às de LCD convencionais (com backlight de lâmpadas).

2 – A divisão da tela e os transistores TFT


O display é dividido em pequenas áreas chamadas pixels. Cada pixel é
subdividido em três cores (R, G e B). Cada cor é controlada por um
microtransístor mosfet impresso no vidro (TFT) e possui um filtro de cor. As
TVs LED são “wide screen” e possuem resolução de 1920 colunas x 1080
linhas. Dá um total de 2.073.600 pixels na tela. Como cada um possui três
cores, a tela possui mais de 6 milhões de transistores TFT.

TFT - "Thin Film Transistor" ou Transistor de filme fino – É um minúsculo


transistor mosfet usado para controlar (ligar e desligar) cada subpixel (cor) da
tela. Eles são montados num substrato de vidro entre o primeiro polarizador e
o bloco de cristal líquido. Cada transistor é responsável por fazer o seu
subpixel deixar passar a luz (acender) ou bloquear (apagar). Entre o cristal
líquido e o segundo polarizador há um substrato de vidro com os filtros de
cor.

Veja na figura 28 a estrutura de uma tela LCD:

Formação da imagem com várias tonalidades de cores na tela LCD -


Para cada imagem formada no painel LCD, cada TFT recebe no gate dez bits
"0" e "1" de cada vez. Se todos os bits forem “1”, aquele subpixel apresenta
brilho ao máximo. Se todos os bits forem “0” aquele subpixel fica apagado. Se
alguns bits forem “0” e outros “1”, o subpixel se acende e apaga dez vezes
bem rápido de modo que o nosso olho enxergará um brilho mais fraco.

Como cada subpixel (cor) recebe dez bits de cada vez, ele pode
apresentar 1024 níveis de brilho. Como cada pixel tem três cores,
multiplicando os 1024 níveis de brilho para cada uma, resulta que este
pixel pode reproduzir 1024 (R) x 1024 (G) x 1024 (B) = mais de um bilhão
de cores. Os capacitores "storage" armazenam por alguns instantes a
informação de brilho daquele subpixel. A tela pode reproduzir entre 60 e 240
imagens por segundo dependendo do circuito eletrônico do televisor.

3 – Estrutura da tela LCD e backlight


Veja na figura 29 as partes que formam um display de TV LED junto com o
backlight:

Veja na figura 30 o aspecto físico de uma tela LCD separada do backlight:

Como podemos observar a tela LCD possui pequenos CIs chamados LDI
localizados nos próprios flat cables. Cada CI é responsável pelo acionamento
de parte dos TFTs do display. Uma falha num CI deste causa riscos ou faixas
na imagem em sentido horizontal ou vertical. Porém neste caso a solução é a
troca do display completo pela impossibilidade da troca destes CIs LDI.

XI. ESQUEMA EM BLOCOS DE UM TELEVISOR LED

Na figura 31 podemos observar uma divisão dos circuitos de um televisor


LED em blocos:
Lembrando que estes são os circuitos básicos que formam estas TVs e eles
podem ser incrementados de acordo com a marca e modelo do televisor. A
seguir temos a descrição dos circuitos conforme visto no diagrama.

CI DSP (processador de sinais digitais) – É o maior e principal CI da TV,


normalmente do tipo BGA (com esferas de solda em lugar de pinos) e com
dissipador de calor. Ele incorpora várias funções tais como:
- Processamento dos sinais digitais de áudio e vídeo de todas as entradas da
TV;
- Correção destes sinais usando as memórias SDRAM acopladas a ele;
- Montagem das imagens (quadros) para a reprodução destes no display
LCD;
- Alimentação dos sinais (quadros) à placa T-CON através das linhas LVDS;
- Alimentação dos sinais de áudio digital aos CIs de saída de áudio;
- Conversão dos sinais analógicos de algumas entradas da TV em digitais;
- Controles de contraste, cor, nitidez e tamanho da imagem;
- Controles de brilho (P_DIM) e liga/desliga (BL_ON) para o conversor LED;
- Comando para ligar e desligar a TV (PS_ON). Em algumas TVs é feito pelo
CI micom;
- Lê os dados do firmware gravado na FLASH para fazer a TV funcionar
corretamente;

CI microcontrolador ou micom – Recebe os dados de comando do teclado


ou do controle remoto e os envia ao DSP para que este controle as funções
da TV. Este CI pode fazer alguns comandos da TV em alguns casos, porém a
maior parte é feita pelo DSP;

Memórias SDRAM – Ajudam o CI DSP corrigir os dados usados para a


construção das imagens. Também chamadas de DDR podem ser dois ou
mais chips em volta do DSP;

Memória FLASH – Contém o firmware (software ou programa) usado pelo CI


DSP para fazer a TV funcionar corretamente. Ela é gravada de fábrica e pode
ser atualizada pelo próprio televisor baixando o arquivo (se o aparelho tiver a
opção de navegação na internet) ou através de um pen drive acoplado à
entrada USB contendo o arquivo de atualização;

Seletor varicap – Possui entrada para emissoras de TV abertas ou TV a


cabo e já incorpora um conversor de sinais digitais integrado. Assim ele
possui uma saída CVBS para os canais analógicos e outra saída de 8 bits
(trilhas) para os canais digitais. Todos estes sinais são aplicados às entradas
do CI DSP;

Entradas e chaveamento HDMI/DVI – A TV possui normalmente 3 ou 4


entradas HDMI para sinais de áudio e vídeo digitais de alta definição. Elas
são chaveadas por um CI SMD controlado pelo DSP. Após esta etapa os
sinais HDMI da entrada selecionada são acoplados ao CI DSP. O DVI (usado
em conjunto com uma das entradas HDMI) se diferencia pelo fato de só ter o
vídeo. O áudio neste caso é introduzido separado em outra entrada;

Entrada e interface USB – Podem ligar vários aparelhos com arquivos de


vídeo, áudio ou foto (pen drive, câmera, MP3, HD externo, etc.). O sinal do
USB vai para o CI DSP;

Teclado e controle remoto – São ligados no microcontrolador interno do CI


DSP.
Saídas de áudio – CIs que recebem os sinais de áudio digitais do DSP
fazem os controles do som (volume, graves, agudos, efeitos, etc.),
amplificam, convertem em analógicos e os enviam aos falantes da TV.
Geralmente há um CI para os tweeters e outro para o woofer;

Placa T_CON – Recebe os sinais do DSP através das linhas LVDS para
controlar o display;

Conversor LED – Conforme já visto transforma a tensão de uma das fontes


num valor mais alto para acender o backlight de LEDs. Neste circuito atuam
os comandos de liga/desliga e controle de brilho do backlight;

Fonte de alimentação – A TV tem duas fontes: uma delas fornece a tensão


mais alta para o conversor LED e a outra as tensões mais baixas para
alimentar os circuitos. Na fonte atua o comando liga/desliga vindo do CI DSP.

1 – Localização dos principais componentes na placa principal da TV


Observe na figura 32 a placa da TV usada como base destacando-se os
principais componentes:
Obs: Os dados de controle da TV são guardados na EEPROM pelo CI DSP.

2 – Televisores com CIs separados


Algumas TVs possuem CIs separados para desempenhar as funções no lugar
de um único DSP como no caso da TV de estudo. Neste caso os CIs são:

Processador de vídeo (“Arsenal”) – Processa os sinais de vídeo analógicos


e digitais do seletor, entradas AV, componentes, DB15, DVI e HDMI e os
entrega ao scaler;

Scaler (“Chelsea”) – Recebe o sinal do “Arsenal”, das entradas USB, LAN


(internet se tiver) e mais alguma outra entrada digital, realiza os controles na
imagem, corrige os dados, produz os quadros e os entrega à placa T-CON
através das linhas LVDS. O “Chelsea” é o maior CI da TV e nele estão
ligadas as memórias SDRAM e FLASH;

Microcontrolador (“Micom”) – Nestes modelos o micom (CI SMD pequeno


normalmente 44 pinos) troca informações com o “Chelsea” para que este
último realize os controles da TV. Alguns comandos podem ser realizados
pelo próprio micom dependendo do modelo da TV.

Veja na figura 33 a placa principal com CIs “Arsenal” e “Chelsea” em lugar de


um único DSP:
3 – CIs principais de um televisor LG

Veja na figura 34 alguns CIs da placa de um televisor LG de 42 polegadas:

Os televisores LG usam um CI chamado “URSA” como interface entre as


saídas LVDS do CI DSP e a placa T-CON do display. Assim os sinais chegam
com maior velocidade de transferência para o display LCD. Estes modelos
podem transferir até 240 quadros por segundo para o display. Devido à
velocidade de transferência de dados do CI URSA ele aquece e desta forma
possui um dissipador de calor em cima tal como o DSP.

4 – Detalhes da placa T-CON


Esta placa vai acoplada diretamente ao display LCD. No meio dela
encontramos um CI SMD relativamente grande chamado drive do display.
Os sinais da placa principal vêm através do conector LVDS e entram no drive
do display. Este por sua vez distribui os sinais aos flat cables do display LCD
para controlar os transistores mosfet TFT e finalmente reproduzir as imagens
na tela.

Na figura 35 observamos duas placas T-CON para televisores LED


destacando os CIs drive. O tamanho da placa e do CI depende da velocidade
máxima de transferência de quadros ao display LCD. Quanto maior a
velocidade máxima, maior será a placa.
Observe que há um fusível nesta placa e se ele abrir a TV fica com a tela
branca sem imagem.

XII. DEFEITOS RELACIONADOS COM A TELA LCD

As telas LCD são muito frágeis e desta forma o televisor LCD deve ser
manuseado com todo cuidado para não bater nenhum objeto e assim correr o
risco de quebrar. Também ao colocar a TV com a tela na bancada esta deve
ser forrada com alguma superfície macia para não correr o risco de riscar.
Lembrando que o display LCD é o componente mais caro da TV e em alguns
casos se aproxima do preço dela.

Veja na figura 36 uma TV que caiu e quebrou o display LCD:


Além deste a tela pode apresentar outros tipos de defeitos tais como riscos
horizontais ou verticais de qualquer cor, manchas ou pontos de cor fixa (pixel
morto ou “dead pixels”).

Veja na figura 37 alguns exemplos de displays defeituosos:

XIII . A FONTE DE ALIMENTAÇÃO (SMPS)

Tal qual em qualquer equipamento eletrônico alimentado pela rede elétrica, a


fonte tem como função transformar a tensão alternada (AC) da rede (110 ou
220 V) em tensões contínuas (DC) necessárias à alimentação dos circuitos
do televisor.

O televisor LED possui duas fontes chaveadas: Uma para alimentar os


circuitos e outra para alimentar o conversor LED para o backlight. Veja na
figura 38 um esquema simplificado de uma fonte usada na alimentação de
televisores LED. Normalmente as fontes e o conversor LED estão na mesma
placa da TV.

A tensão da rede é enviada à ponte retificadora DX1 via F1, F2, L1, C1, L2,
C2 (estes quatro últimos formando o filtro de rede). VR1 é o varistor que limita
os picos de tensão da rede protegendo a fonte junto com os fusíveis. TR1 é
um termistor NTC de baixo valor que limita a tensão inicial da rede para as
fontes chaveadas.

Nos terminais dos capacitores de filtro C3 e C4 temos uma tensão DC entre


150 e 300 V dependendo da rede (110 ou 220 V). Esta tensão é enviada aos
dois CIs da fonte IC1 e IC2 através dos dois transformadores chopper T1 e
T2.

Dentro dos CIs há um mosfet chaveador e um circuito oscilador de PWM e


controle. Os resistores R1 e R2 formam os circuitos de disparo enquanto D1,
C5, D6 e C6 mantêm os CIs alimentados e as fontes oscilando. De T1 e D2 é
obtida a tensão de 90 V para alimentar o conversor LED. Este transforma a
tensão em 160 V para alimentar o backlight de LEDs. De T2 e D4 é obtida a
tensão de 12 V e chaveada por Q1 e de D5 é obtida a tensão de 5 V
chaveada por Q2 para alimentar a placa principal. Esta tensão de 5 V
também vai direto para o circuito de stand by.

O comando PS_ON vindo da placa principal atua nos transistores Q3 ao Q6


ligando e desligando Q1 e Q2 e desta forma as alimentações da placa
principal (TV ligada ou em stand by).

Correção dos +B – Neste circuito simplificado temos IC3 e IC6


amplificadores de erro que recebem uma amostra da tensão das saídas da
fonte e controlam os fotoacopladores IC2 e IC5.

Estes por sua vez enviam a amostra de tensão aos CIs da fonte IC1 e IC2
alterando o sinal de PWM produzidos por eles e corrigindo os +B de acordo
com a tensão da rede e o consumo da TV. O capacitor C7 separa os terras
da fonte e do resto da TV.

Veja na figura 39 o aspecto real da placa da fonte da TV de estudo separada


por etapas pelas letras de “A” até “G”:
A – Entrada de rede – Aqui localizamos os fusíveis, o varistor, as bobinas
grandes e os capacitores de poliéster formando o filtro de rede para permitir a
entrada da tensão da rede na fonte e impedir a saída da freqüência da fonte
chaveada;

B – Ponte retificadora – Possui dissipador de calor e vem após o filtro de


rede. Ao lado da ponte encontramos um resistor NTC que amortece o pico de
tensão inicial da rede elétrica;

C – Eletrolíticos de filtro principal – São dois ou três capacitores cujo valor


não é tão alto, porém a tensão de trabalho é de 350 V ou mais. Servem para
filtrar a tensão da ponte retificadora. São os maiores capacitores da placa,
porém com o corpo longo e estreito para economia de espaço na fonte de
alimentação.

Observe a figura 40 o filtro de rede, a ponte retificadora e os filtros com mais


detalhes:

D – Fonte de tensão alta para o conversor LED – Aqui localizamos um CI


oscilador e chaveador com dissipador, componentes associados, chopper,
retificador e filtro da tensão alta. Também podemos observar o capacitor
cerâmico que faz a separação dos terras e o fotoacoplador usado para a
correção da fonte.
Observe na figura 41:

E – Fonte de baixa tensão para alimentar os demais circuitos – O CI


usado como oscilador chaveador desta fonte é do tipo comum e não possui o
dissipador de calor. Aqui também há fotoacoplador para correção dos +B.

Veja na figura 42 detalhes desta fonte:

F – Saídas para alimentar os circuitos – Temos os diodos retificadores dos


5 e 12 V num dissipador de calor, os mosfets chaveadores destas tensões e
os vários eletrolíticos de filtro destas tensões ao lado do conector que vai à
placa principal.

Veja na figura 43:

G – Conversor LED – Circuito já detalhado na figura 14.

Devido à economia de espaço necessária nos televisores LED, a placa da


fonte possui alguns cortes onde estão localizadas as peças maiores como:
trafos chopper, ponte retificadora, capacitores de filtro, CI da fonte e as
bobinas grandes que formam o filtro de rede. Figura 44:
Uma grande vantagem da placa da fonte dos televisores LED é que no
conector de alimentação para a placa principal tem marcadas as tensões e
funções de seus pinos como na figura 45:
O princípio básico das fontes para TVs de LED é o mesmo não importando a
marca e o modelo.
As diferenças entre elas estão na maior ou menor sofisticação dos circuitos.
Pegando a placa de qualquer TV deste tipo você será capaz de identificar os
componentes principais da fonte.
Veja na figura 46 a fonte de alimentação de uma TV Samsung UN32C6000:

Veja agora na figura 47 a placa da fonte da TV LG 42SL90QD. O conversor


LED neste modelo está numa placa separada da fonte. Como esta TV trata-
se de um modelo de 42 polegadas a fonte possui um pouco mais de
sofisticação, porém o princípio de funcionamento é o mesmo.
XIV. ROTEIRO PARA CONSERTO DA FONTE DE ALIMENTAÇÃO

1 – A TV não liga e não acende o led stand-by do painel

a) Meça as tensões de +B nos pinos do conector da fonte – Aí devemos


encontrar 5 e 12 V quando a TV está na condição ligada e 0 V em standby.
Uma destas tensões de 5 V alimenta diretamente o circuito de stand-by da
placa principal. Portanto esta tensão não é chaveada.

Veja na figura 48 abaixo:

Na figura 49 vemos o teste da tensão de 5 V no conector da fonte:


b) Não há as tensões de 5 e 12 V no conector da fonte – Verifique se há a
tensão de 0 ou cerca de 1 V no terminal PS_ON. Esta tensão liga e desliga a
TV e vem da placa principal.

Veja na figura 50 o teste da tensão de 0 a cerca de 1 V no pino PS_ON


(“power supply” on ou liga a fonte):

c) Tem a tensão de 5 V (stand-by), mas não tem a tensão PS_ON – Neste


caso a falha é na placa principal da TV;

d) Não tem nenhuma tensão no conector da fonte – Desligue este


conector da placa principal e meça novamente. Se aparecer pelo menos a
tensão de 5 V para o stand-by, a fonte está funcionando e o defeito é na
placa principal (derrubando a fonte). Se mesmo assim não aparecer nenhuma
tensão, a placa da fonte está mesmo com defeito.

e) Se a fonte não funciona – Meça a tensão nos terminais dos eletrolíticos


de filtro. Devemos encontrar entre 150 e 300 V dependendo da rede elétrica.
Veja na figura 51:
f) Não há tensão no capacitor de filtro – Teste o cabo AC, os fusíveis de
entrada, bobinas do filtro de rede, ponte retificadora, termistor NTC em série
com a ponte (normalmente de 4,7 .) e as trilhas entre a entrada de força e os
capacitores de filtro. Veja na figura 52:

Se o fusível (ou fusíveis) estiver (em) aberto (s) teste a frio o varistor: retire-o
da placa e teste em X10 K. O ponteiro não deve mexer caso contrário o
varistor está em curto.

Se o varistor está bom, verifique se a ponte retificadora está em curto da


seguinte forma: Com o multímetro em X1, coloque a ponta preta no terminal
(+) da ponte e a vermelha em cada terminal AC. O ponteiro não deve mexer
em nenhum. Se mexer retire a ponte e repita o teste fora do circuito. A seguir
coloque a ponta vermelha no terminal (-) e a preta nos dois terminais AC
alternadamente. O ponteiro também não mexe.
Veja como é feito o teste na figura 53:

Se a ponte está normal e o fusível está queimado, pode haver um curto numa
das fontes chaveadas (CI em curto, por exemplo). Na escala de X1 coloque a
ponta vermelha no terminal (-) do eletrolítico de filtro principal e a preta no (+)
do mesmo capacitor.

Veja na figura 54:

Se o ponteiro mexer nesta medida, há algum componente em curto numa das


fontes chaveadas.
Muito provavelmente um dos CIs em curto e daí a causa da queima do
fusível.

g) Tem tensão de 150 a 300 V normais no capacitor de filtro – Meça a


tensão nos dois pinos de +B em cada CI da fonte. Cada CI tem um pino de
+B de 150 V e outro de 12 a 20 V.

Veja na figura 55 como medir estas tensões:

Estas tensões devem ser medidas usando o terra da fonte (negativo dos
eletrolíticos de filtro principal). O pino de +B de tensão mais baixa do CI é
identificado como tendo um capacitor eletrolítico ligado entre ele e o terra.

h) Não há tensão no pino de +B baixo num dos CIs da fonte – Teste o


resistor de disparo ligado entre este pino e a linha de +B de 150 V. Se estiver
bom, troque o CI.

Veja na figura 56 os resistores de disparo dos CIs das fontes da TV de


estudo:
XV. FLUXOGRAMA PARA CONSERTO DA FONTE DE ALIMENTAÇÃO
(SMPS)

FLUXOGRAMA 3 - TV NÃO LIGA E O LED DO PAINEL NÃO ACENDE


Se o televisor não sair da condição de stand by (led do painel sempre aceso),
o defeito estará localizado na placa principal que será objeto de estudo do
próximo capítulo.

XVI. CIRCUITOS DA PLACA PRINCIPAL (SSB)

Conforme já explicado a placa principal contém os circuitos encarregados de


processar todos os sinais do televisor, seja do seletor ou das entradas
auxiliares, e transformar em sinais compatíveis com o acionamento do display
LCD e dos falantes no caso dos sinais de áudio.
No capítulo XI temos a descrição dos circuitos da placa principal assim como
a localização dos mesmos.
Porém a título de estudo reproduzimos novamente o aspecto real da placa
SSB na figura 58:

Observe na figura 59 a placa vista por baixo destacando os pontos para


teste:
1 – Esquema em bloco da placa principal

Veja na figura 60 o esquema em blocos da placa principal de um televisor


LED baseado num único CI DSP (processador de sinais digitais):
4 – Leitura de esquema – circuitos da placa principal
Para este tópico usaremos o esquema elétrico do televisor Philips
32PLF5604D chassi LC9.2LLA.
a) Seletor varicap – O varicap possui uma saída de vídeo analógico (CVBS),
uma de vídeo digital (com várias trilhas) e uma de som (SIF).
Veja na figura 70:
No pino 8 do seletor sai o sinal de vídeo composto. Nos pinos 15 ao 18 sai o
sinal de vídeo digital.
No pino 6 sai o áudio. Os pinos 3, 8, 9 e 10 chegam as tensões de
alimentação (+B) do varicap.
Todos os sinais são enviados ao CI DSP para processamento. Nos pinos 12
e 13 chegam os comandos data (SDA) e clock (SCL) do CI DSP para a
seleção e memorização dos canais.

b) Entradas dos sinais no DSP – Os sinais analógicos e digitais entram em


vários pinos do CI DSP. Porém aqui vai uma observação: Como o DSP é um
CI muito grande, ele aparece em partes no esquema elétrico. E ao invés de
pinos como 1, 2, 3, etc, ele possui esferas de solda indicadas como, por
exemplo: AD6, AD6, AF7, etc. Veja na figura 71 os terminais do DSP onde
entram os sinais do varicap:
CVBS entra no terminal AD29, o áudio no AB27 e o vídeo digital nos pinos
B30, A30, C30 e C29.
c) Saídas LVDS – O DSP fornece os sinais já adequados ao display LCD
pelos pinos de saída LVDS. Observe na figura 72 que diferenciamos pelas
cores os pinos de saída para cada lado. Cada lado do CI alimenta um dos
conectores do display.
d) Circuito de áudio – Os sinais de áudio são completamente processados
pelo CI DSP saindo deste já no formato analógico L e R e enviados para o CI
de saída de áudio. Veja os pinos de saída de áudio do DSP na figura 73:

Os sinais de áudio já analógicos saem pelos terminais M29 e M30 do CI DSP.

Veja na figura 74 o CI de saída de áudio do televisor estudado.


Podemos observar os caminhos pintados correspondentes aos sinais de
áudio que são enviados para o CI de áudio e deste para os conectores do
falante.

e) Circuito dos conectores HDMI – Conforme vimos os conectores HDMI


são chaveados por um CI e após esta etapa o sinal selecionado vai ao DSP.

Veja na figura 75:

No esquema vemos os sinais entrando nos pinos da esquerda e saindo nos


pinos da direita.

f) Circuito da porta USB – Veja na figura 76 o circuito da entrada USB da


TV:
Observe que há um CI chaveador do +B de 5 V para alimentar a porta USB.
O sinal desta porta sai por duas trilhas e vai para dois pinos do CI DSP.

g) Entradas de vídeo componentes – Veja na figura 77 as entradas de


vídeo componentes. Daí os sinais entram direto no CI DSP tanto de imagem
quanto de som.
h) Memórias SDRAM – No esquema estes CI ficam próximos uns dos outros
e observe na figura 78 como são iguais e ligados no DSP:

i) Alimentação dos circuitos da placa principal – Nesta placa há diversos


circuitos reguladores para providenciar as tensões de funcionamento dos
circuitos. Alguns destes reguladores são chaveados do tipo “buck” que
transformam uma tensão mais alta numa mais baixa. Outros reguladores são
simplesmente CIs que recebem uma tensão maior na entrada e fornecem
tensão menor na saída.

Como a TV tem vários reguladores e eles usam o mesmo princípio, explicarei


apenas um circuito neste Ebook a título de conhecimento.

Conversor buck de 12 para 5 V – Veja um exemplo na figura 79:


O conversor é feito pelo CI 7117. Ele recebe 12 V em seus pinos 1 e 14.
Dentro dele há um oscilador de modo que a tensão do pino 3 (transistor
mosfet interno) alterna nível alto e baixo milhares de vezes por segundo.

Quando o pino 3 aciona, carrega o capacitor 2158 com 5,5 V e armazena


energia na bobina 5117. Quando o pino 3 corta, a energia da bobina mantém
o capacitor carregado com 5,5 V. O diodo “Schottky” 6125 reduz a tensão de
5,5 para 5 V para alimentar outra etapa da TV. O diodo “Schottky” 6123
protege o mosfet interno ao pino 3 da tensão reversa gerada pela bobina
quando este transistor pára de conduzir.

Este mesmo CI é usado para reduzir a tensão para 3,3 V através do mosfet
interno ao pino 12 localizado no lado direito do esquema.

Conversor Booster de 12 para 34 V – Em algumas TVs o varicap tem um


pino de alimentação de 34 V. Neste caso uma tensão de 12 V passa por um
circuito reforçador para obtenção dos 34 V necessários ao varicap. No caso
da TV que usamos para estudar o esquema elétrico, o próprio CI 7117 aciona
o circuito booster o qual mostramos na figura 80:
Os pulsos do pino 3 de 7117 são enviados ao gate do mosfet 7101. Quando
este conduz, a bobina 5102 armazena energia magnética. Quando o
transistor corta, o +B de 12 V se soma com a energia da bobina, passa por
6102 e resulta em 34 V filtrados por 2129. O diodo de baixo de 6102 protege
o mosfet da tensão reversa de 5102 e 6101 protege contra o aumento dos 34
V.
Alimentação do CI DSP – Tal CI é alimentado por diversas tensões em
muitos de seus terminais.As tensões vão desde 1 até 8 V. Veja na figura 81
um circuito de alimentação do CI DSP:
XVII . ROTEIRO PARA CONSERTO E DEFEITOS NA PLACA PRINCIPAL

A placa principal embora seja mais rara de apresentar defeitos do que a da


fonte, na grande maioria dos casos requer sua troca completa devido à
dificuldade de se obter/trocar componentes.
Porém neste capítulo abordarei os defeitos mais comuns e procedimentos de
teste para esta placa do televisor.

1 – TV não liga, mas a fonte está funcionando. Pode ou não acender o


led do painel

a) Conferir as tensões de stand by da placa principal – Na parte de baixo


da placa principal há dois pontos de teste indicados respectivamente por A
3,3V e A 5V. Meça a tensão nestes dois pontos como indicado na figura 82:
b) Tem as tensões de 3,3 e 5 V normalmente mas a TV não liga – Neste
caso o defeito está relacionado com o CI DSP e a solução é a troca da placa
principal SSB.

c) Não temos as tensões de 3,3 e 5 V – Neste caso devemos testar com


tensões os CIs reguladores da placa principal. Tanto os CIs maiores
(chaveados) formando os reguladores buck como já explicados quanto os CIs
menores de três terminais, especialmente os reguladores de 3,3 e 5 V. No
caso dos CIs de três terminais, alguns recebem tensão no pino da esquerda e
fornecem no pino da direita.

Outros recebem tensão no pino da direita e fornecem no pino central


(carcaça). Veja na figura 83 o teste de um regulador de 3,3 para 1,8 V.
Observe como a tensão entra no pino da direita e sai na carcaça.

Veja na figura 84 o teste de um regulador de 5 V para 2,5 V. Neste a tensão


entra no pino da esquerda e sai no da direita. O pino central vai ligado ao
terra.
2 – A tela acende, mas não tem imagem

A primeira coisa a ser verificada é se tem imagem em alguma das entradas


da TV ou se não tem imagem em nenhuma delas. Para isto ligue outros
aparelhos nas várias entradas da TV.

a) Não tem imagem em nenhuma entrada. Só tela acesa – O defeito pode


estar: na placa principal (CI DSP), na placa T-CON ou no “flat cable” entre as
duas placas. A primeira coisa a fazer é testar o micro fusível da placa T-CON.

Veja na figura 85 a localização dele.

A seguir verifique se a placa T-CON está alimentada – Há um CI regulador


que alimenta esta placa. Verifique se há tensão nos pinos de entrada e saída
dele. Este CI regulador fica na própria placa e recebe 3,3 V para regular em
1,8 V. Observe na figura 86:
A seguir verifique o estado do “flat cable” – Veja se ele está bem
encaixado, se não há sinal de ferrugem e se a tensão nas trilhas LVDS está
em cerca de 1,2 V.

Se o “flat cable” está bom e bem encaixado e a placa T-CON está


alimentada – Daí para descobrir se a falta de imagem é na placa principal ou
na placa T-CON há necessidade de um osciloscópio de pelo menos 20 MHz
para fazer o teste do sinal nas saídas LVDS conforme será visto no próximo
capítulo

Se houver sinal nas trilhas LVDS, o defeito é na placa T-CON e esta deverá
ser trocada. Se não houver sinal nas trilhas LVDS o defeito é no CI DSP e
antes de optar pela troca da placa principal SSB meça a tensão em todos os
CIs reguladores desta placa. A falta de tensão de um dos reguladores pode
ocasionar a perda da imagem em todas as funções.

b) Não tem imagem apenas pelas entradas de antena e CATV – Neste


caso devemos medir as tensões de alimentação do seletor varicap. Se
estiverem boas, verificamos com o osciloscópio os sinais SDA, SCL, CVBS
(vídeo analógico) e o vídeo digital. Se faltar o vídeo analógico, digital ou os
dois, o seletor deve ser trocado. Se houverem todos estes sinais, o defeito é
no CI DSP e a placa principal deve ser trocada. Veja na figura 87 os pontos
de teste do varicap da TV de estudo vistos por baixo da placa principal:
c) Não tem imagem pelas entradas HDMI – Usando o osciloscópio verifique
se os sinais entram e saem do CI chaveador das entradas HDMI. Se
entrarem e não saírem o defeito é no CI chaveador. Se saírem normalmente
do chaveador o defeito é no CI DSP.

Dica: Se apenas uma ou outra HDMI não funciona, o defeito é no CI


chaveador.

d) Não tem imagem pelas entradas de vídeo componentes, vídeo


composto ou DB15 –
Verifique com o osciloscópio o caminho do sinal da entrada que não funciona
até o CI DSP. Pode haver algum CI chaveador no caminho. Se o sinal chegar
até o DSP é este CI que está defeituoso.

e) A entrada USB não funciona – Verifique antes de tudo se um dos pinos


da porta USB recebe +B de 5 V quando esta função é selecionada. Se houver
esta alimentação normal, o defeito é no CI DSP.

3 – A TV está sem som, porém a imagem está normal


Tal como no caso da imagem no som devemos verificar se não tem som em
nenhuma função em nenhum dos falantes ou somente em algumas funções
ou num dos falantes.

a) Não há som em nenhuma função e em nenhum falante – Neste caso se


não for nenhuma configuração errada no menu do usuário ou de serviço, é
defeito de falta de alimentação nos
CIs de saída de áudio (há um para os falantes do painel e outro para o falante
woofer), circuito de mute destes CIs ou no próprio CI DSP. Aqui é bem útil um
osciloscópio para pesquisar os sinais digitais de áudio que saem do DSP e
vão para as saídas de áudio.

b) Em todas as funções não há som no woofer – Teste o falante a frio. Se


ele está bom o defeito pode ser: configuração errada no menu, CI de saída do
woofer com defeito, algum componente em volta, falta de +B ou no circuito de
mute dele.

c) Em todas as funções só sai som pelo woofer – Teste os falantes do


painel. Se estiverem bons o defeito pode ser: configuração errada no menu,
CI de saída dos tweeter do painel com defeito, algum componente em volta,
falta de +B ou no circuito de mute dele. Nos ítens “b” e “c” o defeito ainda
pode ser no CI DSP (mais raramente). Daí o osciloscópio é útil.

d) Não tem som apenas na função TV (ar ou cabo) – Verifique se há sinal


saindo do pino SIF do varicap com osciloscópio. Se não houver o defeito é no
próprio varicap. Se houver este sinal e ele chegar até o CI DSP, a falha é no
DSP e a placa deverá ser trocada.

e) Não tem som em alguma das entradas de áudio – Devemos seguir o


sinal desde o conector até chegar no CI DSP para ver onde ele desaparece.
Se chegar até o DSP, este último está danificado e a placa deve ser trocada.
Nunca se esquecendo de checar os menus.

4 – A imagem fica travando ou congelando


Se for em somente alguns canais digitais, o problema está apenas na
recepção. Se algum canal digital não está bem sintonizado a imagem começa
a congelar ou desaparece, exibindo a mensagem de falha de recepção
daquele canal.

Se o travamento for em todos os canais incluindo os analógicos o defeito está


relacionado ao CI DSP ou às memórias SDRAM. Daí verifique o nível de
aquecimento do CI DSP e memórias SDRAM. Seja em qual for o defeito, a
solução é a troca da placa principal.

5 – O controle remoto ou o teclado não funcionam


Verifique se o receptor do CR está recebendo +B (no caso do controle não
funcionar) e teste o teclado ou componentes associados (no caso do teclado
não atuar). Se estiverem normais o defeito é no CI micom que recebe a
informação do teclado e CR.

Veja a placa do teclado e CR na figura 88:


XVII I. FLUXOGRAMAS DE TESTES PARA A PLACA PRINCIPAL

FLUXOGRAMA 4 - TV NÃO LIGA, PORÉM A FONTE FUNCIONA


FLUXOGRAMA 7 - SEM IMAGEM PELAS ENTRADAS HDMI
XIX. TESTES NA FONTE E CONVERSOR LED COM OSCILOSCÓPIO

Nestes dois próximos capítulos falarei a respeito do uso do osciloscópio no


conserto de televisores LED. Conforme vimos no capítulo anterior, o
osciloscópio é um instrumento que ajuda bastante no conserto dos televisores
LED e LCD comum principalmente na placa principal onde são processados
os sinais para o display e alto falantes.

Porém se você ainda não possui esta ferramenta não se assuste. Boa parte
dos consertos destas TVs pode ser feita sem osciloscópio. Porém em alguns
casos ele se torna necessário. Se você possui uma assistência técnica que
atende muitos televisores LCD e LED vale a pena investir nesta ferramenta,
visto que o conserto destas TVs é bem lucrativo. Um osciloscópio de pelo
menos 20 MHz já está excelente.
1 – Forma de onda no gate do mosfet conversor DC-DC que fornece os
160 V para o backlight de LEDs –

Veja na figura 89:

2 – Forma de onda no gate do mosfet controle de brilho do backlight –


Observe na figura 90 a localização e a colocação da ponteira no gate do
transistor citado:

Na figura 91observamos como a forma de onda no gate do controle de brilho


varia de acordo com a intensidade da luz dos LEDs do backlight:
3 – Forma de onda no pino P_DIM do conector da fonte – Como explicado
este pino recebe um comando da placa principal para controlar o brilho do
backlight. Suas formas de onda são semelhantes àquelas no gate do mosfet
controle de brilho.

Veja na figura 92:


5 – Como testar os capacitores eletrolíticos de filtro das linhas de +B –

Medindo a tensão contínua com o osciloscópio podemos verificar não


somente se os valores estão corretos como também se estas tensões estão
perfeitamente contínuas, sem ondulações o que caracteriza capacitor de filtro
defeituoso.
Tensões de +B com ondulações (“ripple”) podem atrapalhar ou até impedir o
funcionamento do televisor. Veja na figura 93 os pontos para testar os +B da
fonte:

E na figura 94 podemos observar a forma da tensão contínua em cada um


dos pontos citados:
Observe como as tensões contínuas devem se apresentar como uma reta
perfeita. Se houver ondulações numa das linhas de +B, os eletrolíticos de
filtro daquela linha devem ser trocados. O mesmo princípio vale para todas as
linhas de +B do televisor incluindo a linha de 160 V que alimenta os LEDs do
backlight.

XX. TESTES NA PLACA PRINCIPAL (SSB) COM OSCILOSCÓPIO

Aqui os testes são basicamente seguir os sinais de áudio e vídeo analógicos


e digitais das entradas (incluindo o seletor varicap) até o CI DSP e deste para
as saídas LVDS (para a placa TCON do display LCD), para os CIs de saída
de áudio e para as demais saídas que a TV tiver.

1 – Forma de onda na saída analógica de vídeo (CVBS) do varicap – Veja


na figura 95:

Observe como neste exemplo usamos o sinal de um canal transmitindo sinal


analógico. Veja como o formato do sinal CVBS varia de acordo com a cena.
Na média ele fica em cerca de 1 Vpp.

2 – Forma de onda nos pinos de saída de vídeo digital do varicap –


Veja na figura 96 como em todos os terminais de saída do vídeo digital o
sinal tem o mesmo formato, ou seja, uma onda quadrada com cerca de 3,3
Vpp. O miolo do sinal fica variando de acordo com a cena. Lembrando que só
haverá sinal nestas saídas se sintonizarmos um canal com transmissão
digital.
3 – Forma de onda no conector LVDS – Veja na figura 97 o tipo de sinal
que devemos encontrar nas trilhas LVDS que ligam à placa T-CON do
display.

4 – Mais algumas formas de onda – No manual de serviço dos televisores


LED aparecem algumas formas de ondas, porém elas são medidas usando-
se um padrão de barras aplicado na entrada da TV que se quer testar. Vamos
ver alguns exemplos:

Entradas do conector HDMI – Veja na figura 98 as formas de onda dos


sinais RX Data e RX Clock de um dos conectores HDMI. Devemos encontrar
também estes sinais nas saídas do CI chaveador das entradas HDMI para
comprovar seu funcionamento.
Entradas dos conectores vídeo componentes – Veja na figura 99 os
sinais correspondentes às entradas do sinal do vermelho (Pr) e azul (Pb). O
padrão de entrada é um sinal correspondente ao padrão de barras. Se for de
algum outro aparelho como um DVD reproduzindo um filme, por exemplo,
teremos um sinal parecido com o da figura 95.

Pinos de saída de áudio digital (data e clock) do CI DSP ao CI de saída


de áudio – Na figura 100 vemos o sinal de data (parte de baixo rosa) e clock
(parte de cima amarelo) do áudio digital entre o CI DSP e o saída de áudio.
Lembrando que o CI de saída de áudio além de amplificar o sinal para os
falantes deve converter de digital para analógico os sinais recebidos do CI
DSP.
Figura 100 – Sinais de áudio digital.

Observações finais

1 – Como pudemos observar ao longo desta obra, os televisores LED são


relativamente fáceis de diagnosticar (testar), porém ainda há certa dificuldade
para obtenção de peças e por isto boa parte dos consertos se resume a troca
de placas ou display.
Mas já há uma razoável disponibilidade de placas no mercado para
substituição e a tendência é ir melhorando com o tempo;

2 – Para limpar a tela destas TVs use um pano bem macio que não solte
pêlos de preferência seco ou em caso de sujeira impregnada, use um pouco
de álcool para umedecer o pano;

3 – Cuidado com o manuseio da placa principal. Procure pegá-la de lado pra


não haver o risco de queimar nenhum componente com a eletricidade
estática do corpo;

4 – Para trabalhar com estas TVs é necessário um multímetro analógico (com


escalas de X1 e X10K) ou digital de qualquer tipo, uma chave “philips” de
3/16 x 4 ou 6 e um recipiente com divisões ou vários saquinhos plásticos para
guardar os parafusos (que são muitos) separados evitando assim confusão
na hora de montar a TV novamente.

Também é bastante útil ter um osciloscópio de pelo menos 20 MHz para


determinados testes conforme abordamos num dos capítulos desta obra. As
demais ferramentas são as corriqueiras numa assistência técnica.

5 – Alguns fabricantes de TVs LED fornecem manuais de serviço completos


(com esquema elétrico exceto a parte da fonte) e outros manuais sem o
esquema elétrico. Isto vai depender da marca e modelo da TV. Porém a
maioria dos testes você consegue fazer sem o esquema.

Chegamos ao final deste trabalho esperando que ele consiga tirar várias de
suas dúvidas sobre TVs LED, tanto com relação ao funcionamento quanto
aos testes e consertos. Tomara que a partir dele você se torne apto a realizar
reparos nestes novos televisores que a cada dia se tornam mais populares no
mercado de eletroeletrônicos.

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