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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
GRUPO DE PESQUISA SISTEMA DE MODELAGEM COSTEIRA

GEOPROCESSAMENTO APLICADO COM QGIS


ELABORAÇÃO DE LAYOUT DE MAPA

ALEXAXANDRE HERCULANO DE SOUZA LIMA


LUAN LACERDA RAMOS
LUCAS MARCONE DOS SANTOS
GEOPROCESSAMENTO APLICADO COM QGIS
ELABORAÇÃO DE LAYOUT DE MAPA

QGIS APLICADO – LAYOUT DE MAPAS

O layout de mapas compreende um dos mais importantes processos de confecção de


um mapa. A partir dele, o operador do software tem condições de finalizar sua obra dando-lhe
um caráter técnico que ao mesmo tempo deve ser didático ao ponto de facilitar a compreensão
dos usuários que irão se utilizar das informações contidas no mapa. Saber finalizar um mapa é
tão importante quanto saber construí-lo. Neste curso iremos aprender as ferramentas
essenciais para este propósito.

À devida construção de um mapa, são exigidos alguns elementos que permitam o


leitor do referido mapa a situar, em termos espaciais, o fenômeno ali representado. Conforme
as normas propostas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os elementos
que essencializam um mapa são os seguintes: título, convenções (legenda), coordenadas
geográficas (grade de coordenadas e sistema de referência de coordenadas), escala,
orientações pertinentes à consulta de material utilizado para a confecção do mapa e autoria.

1 – ATRIBUINDO UM ESTILO ÀS CAMADAS VETORIAIS

A atribuição de um estilo significa o procedimento inicial tomado para que se possa


representar o fenômeno em estudo. Todos os dados, ao serem adicionados no Qgis, estarão
representados por um estilo que o próprio sistema lhes irá atribuir. Para alterarmos este estilo
pré-configurado basta seguirmos o seguinte procedimento: clicar com o botão direito do
mouse sobre a camada que se pretende estilizar > clicar em propriedades > selecionar a guia
estilo.

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Observe que o tipo de símbolo que o software selecionou como pré-configuração está
representado pelo símbolo simples. Ao clicarmos nessa classificação, veremos que outras
opções irão surgir. Dentre elas, nosso curso destaca quatro que são essências, sendo elas:

Símbolo Simples: como o próprio nome indica, esta forma de estilização é a mais
simples que o software nos apresenta. Sua característica fundamental é que esta forma de
estilo atribui à camada que estamos estilizando um formato que lhe será comum à todas suas
feições. Deste modo, ao selecionarmos uma cor X, todas as feições da camada receberão a
mesma cor.

Categorizado: esta forma de estilização permite ao usuário classificar suas


informações em seus aspectos qualitativos ou quantitativos. Ao selecionar esta estilização,
observe que a opção cor de gradiente surgiu. Esta opção permite a escolha da maneira como
queremos representar nossas informações: por cores aleatórias ou por algumas escalas de
cores que o próprio sistema fornece. A categorização organiza os dados (qualitativos ou
quantitativos) a serem representados em ordem crescente. Para inverter essa ordem, ou seja,
para que os dados sejam representados na ordem decrescente, basta selecionar a opção
inverter. Para selecionar a coluna que contém as informações a serem expressas no mapa
basta clicar em coluna e selecionar a coluna desejada.

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Graduado: esta simbologia utiliza uma série de metodologias estatísticas para


representar os fenômenos pretendidos, deste modo, o estilo graduado só deve ser utilizado
para representações quantitativas. O princípio de operacionalização desta simbologia
assemelha-se ao categorizado, a diferença consistente refere-se ao fato de que ao selecionar a
opção coluna somente as colunas com valores numéricos serão listadas. No que se refere aos
métodos estatísticos de tratamento de dados, a simbologia graduação faz uso de cinco
métodos, sendo eles:

Intervalo Igual: esta opção divide a diferença dos valores mínimo e máximo
na quantidade de classes a serem criadas para representação da informação.

Quantil (contagem igual): neste método, o sistema separa o número de


elementos existentes e que representam um determinado fenômeno em partes
iguais para composição das classes. Se uma camada possui 100 elementos e
queremos representa-los em 4 classes, então cada uma das classes terá 25
elementos agrupados em ordem crescente.

Quebras naturais (jenks): as quebras naturais servem como discriminadoras


de diferenças acentuadas entre elementos de uma sequência de valores
numéricos e que originam uma classe.

Desvio padrão: expõe os valores que se encontram acima e abaixo da média.

Quebras claras: muito utilizada para expressar valores dados em porcentagem


ou temperaturas. As quebras claras ocorrem através da divisão em intervalos
iguais entre os extremos dos valores apresentados na feição. Se a feição, por
exemplo, possui os valores de 0 a 200 e o operador do software deseja
representar seus valores em 4 classes, o sistema irá criar os intervalos em
classes com amplitudes de 50 (0-50; 50-100; 100-150; 150-200).

A criação de um estilo pode ser salva para ser utilizada em outros mapeamentos que
tenham a mesma temática ou uma temática semelhante e que precisa ser representado do
mesmo modo que os mapeamentos anteriores. Para salvar um estilo, basta clicar na opção
Estilo localizada na parte inferior das propriedades da camada. Em seguida, na opção Salvar
Estilo, selecione Salvar estilo da camada Qgis... caso queira utilizar seu estilo no próprio
software do Qgis, ou em Arquivo SLD para ser utilizado em outros softwares que
compreendam esta extensão. Do mesmo modo, para utilizar um estilo que criado
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anteriormente, basta clicar na opção Carregar Estilo e indicar o local em que o arquivo está
salvo em seu computador.

É importante notar, ainda, que na guia de opções de rederização da camada, a opção


de transparência é aquela que nos permite deixar transparecer o conteúdo de uma camada
sobreposta à outra.

2 – INICIANDO E MANIPULANDO O COMPOSITOR DE IMPRESSÕES

A “arte final” do mapa (após sua confecção no software bem como as atribuições
básicas de seu estilo) deve ser feita em uma área específica para este propósito e que, no Qgis,
é denominada de Compositor de Impressões. O acesso dessa ferramenta pode ser feito pela
opção Projeto localizado na barra de funções no canto superior direito do programa ou pelo
atalho Ctrl+P. Outro caminho possível é a partir do ícone que nos direciona para a mesma
área que os demais caminhos. Ao clicarmos no ícone do compositor de impressões, uma nova
janela será aberta solicitando o título que daremos à nossa composição. Em um mesmo
projeto de trabalho, podem ser criadas indefinidas composições. Em nosso exemplo, daremos
o título Índice de Envelhecimento Aracaju. Ao clicarmos em Ok, a área de composição será,
finalmente, aberta.

Conforme indicação da introdução desta apostila, foi apontado os elementos que


essencializam um mapa conforme o IBGE. Neste momento, aprenderemos a adicionar cada
um destes elementos. Antes, porém, é necessário que façamos a configuração da página que
pretendemos trabalhar. Estas configurações nos permitem escolher algumas condições básicas
para nosso trabalho e que são comuns em nosso dia-a-dia tais como tamanho de página,
orientação, resolução da qualidade da imagem final de nosso mapa, etc. No canto direito da
área de composição é possível visualizar a opção Item, abaixo dela tem-se a opção
Composição, ao clicarmos nela, serão apresentadas as opções que destacamos anteriormente.

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Manteremos as configurações de tamanho de folha A4 e orientação em Paisagem. As


principais ferramentas que iremos utilizar para compor a arte final de nosso mapa são as
seguintes:

ÍCONE FERRAMENTA FUNÇÃO


Permite a inserção do mapa gerado na área de trabalho no software
Adicionar novo mapa
para o compositor de impressão
Permite adicionar imagens em nosso compositor. É a partir dessa
Adicionar imagem ferramenta que adicionamos o norte ou rosa dos ventos em nosso
mapa.
Permite a inserção de caixas de textos em nosso mapa. Essa caixa
Adicionar novo rótulo pode ser utilizada, por exemplo, para adicionarmos informações
como título do mapa, fonte dos dados, etc.
Permite inserir a legenda que irá orientar o leitor do mapa na
Adicionar nova legenda
identificação das informações nele contidas.
Permite adicionar a barra de escala que dará o dimensionamento dos
Adicionar nova barra de
elementos do mapa conforme sua impressão para posterior análise de
escala
seu dimensionamento real.
Permite selecionar/mover os itens gerados a partir das demais
Selecionar/mover item
ferramentas
Permite a movimentação do conteúdo inserido através da ferramenta
Mover item do conteúdo
Adicionar novo mapa dentro dos limites de sua janela.

Conforme pôde-se perceber, o primeiro passo para inserir os fenômenos ou elementos


de nosso mapa é feito através da ferramenta Adicionar novo mapa. Clique nessa ferramenta e,
segurando o botão esquerdo do mouse, selecione a área da folha que se pretende preencher
com essa informação. Atente-se para o espaço utilizado, pois as demais informações ainda
serão acrescentadas. Feita essa operação, na guia propriedades do item na opção propriedades
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principais, colocaremos nossa escala com o valor que melhor permitir o reconhecimento dos
elementos que pretendemos representar. Em nosso exemplo, a escala utilizada foi de 150.000.
Outro elemento importante refere-se à rotação do mapa que nos permite alterar a rotação do
mapa de acordo com nossas necessidades, o que em nosso exemplo foi alterado em 90 graus.

Conforme o IBGE, o outro componente essencial para confecção de um mapa refere-


se à grade de coordenadas. Para inserirmos nossa grade, ainda na guia propriedades do item
temos a opção grades. Para adicionar uma nova configuração de grade basta clicar na opção
com sinal de + ou selecionar uma grade já criada e habilitar a opção desenhar “grade x”
grade. A informação mais importante dessa opção refere-se ao SRC (Sistema de Referência
de Coordenadas) que irá atribuir à nossa grade as coordenadas (Graus, minutos e segundos ou
Coordenadas Métricas) necessárias para situarmos nosso fenômeno no espaço. Em nosso
exemplo, selecionaremos o datum1 SIRGAS 2000 (EPSG: 4674), pois este é o datum que foi
convencionado a ser utilizado no Brasil desde 2005. As informações de intervalo e
afastamento condizem com o ajuste que pretendemos fazer em relação à variação entre uma
linha e outra de nossa grade de acordo com as unidades das coordenadas que optamos em
utilizar.

A adição do “norte” ou rosa dos ventos no mapa é feita através da ferramenta


adicionar imagem. O procedimento para selecionar o espaço de alocação dessa imagem é
semelhante àquele observado na inserção dos fenômenos ou elementos de nosso mapa. Após
essa inserção, na guia propriedades do item e na opção buscar pastas, selecione a imagem
que melhor pode representar a direção norte em seu mapa. Observe que a figura foi
adicionada na caixa em que você desenhou. Em alguns casos, a rotação da imagem também é
necessária ser feita.

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Modelo matemático que busca representar a superfície terrestre de acordo com o nível do mar.
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Para adicionar as caixas de texto contendo as informações do título do mapa e demais


informações, selecione a ferramenta pertinente a este propósito e desenhe a caixa no local de
sua preferência. Na guia propriedades do item e na opção propriedades principais, escreva o
texto que você deseja para aparecer em sua caixa de texto.

Para adicionar a legenda do mapa, basta clicar na ferramenta pertinente a esta função e
depois clicar, uma única vez, no local que se pretende adicionar a legenda. Em propriedades
do item e na opção itens da legenda é possível editar as informações de cada elemento que
aparecerá em sua legenda, para isso, basta desabilitar a opção Atualização Automática. O
restante da edição pode ser feita através da barra de ferramentas que aparece logo abaixo da
janela contendo as informações da legenda.

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O último elemento essencial para configuração do mapa é a barra de escala. Embora,


nesta apostila, o último elemento a ser adicionado seja a escala, a sequência da inserção destes
elementos é aleatória, cabendo ao usuário do software decidir o melhor encadeamento para
acrescentar tais elementos. Para criar a barra de escala, selecione a ferramenta pertinente e
clique no local do mapa que você julgar melhor. Em propriedades do item há duas
configurações que são fundamentais para o delineamento da informação a ser expressa na
barra. Em unidades, deve-se informar qual sistema de medida 2 será utilizado para representar
a distância gráfica no mapa. Em nosso exemplo, utilizaremos a unidade metros. O rótulo
multiplicador da unidade varia conforme a metragem que pretendemos trabalhar em nosso
mapa. Como estamos trabalhando com um município (Aracaju) a melhor forma de apresentar
a informação da distância é em quilômetros, por este motivo o valor do rótulo é 1.000. A
opção rótulo para unidades refere-se ao nome, ou sigla, que daremos às nossas unidades.
Como estamos trabalhando com quilômetros, nosso rótulo será Km.

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Os sistemas que o Qgis apresenta são: Unidades do Mapa, Metros, Pés e Milhas Náuticas.
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A opção segmento, permite o ajuste do valor que cada segmento (ou talão) terá em
relação ao rótulo multiplicador da unidade. Se, por exemplo, em nosso rótulo tínhamos
colocado o valor 1.000 e na espessura fixa colocarmos o valor 1.000, então a barra de escala
apresentará segmentos que marcam as distâncias com intervalos de 1 km

Por sua vez, se o rótulo tiver a informação 1.000 e a espessura fixa o valor de 2.500,
então a barra de escala apresentará o intervalo de 2,5 km em cada segmento.

Feitas as configurações da barra de escala e dos resultados das demais ferramentas, o


mapa estará finalizado.

3 – EXPORTANDO O LAYOUT DE MAPAS

Após a confecção do mapa e a inserção de seus elementos fundamentais, é chegada a


hora de exportar o resultado final. Há três opções de exportação no Qgis: imagem, SVG e
PDF. Para exportar o conteúdo do mapa para alguma dessas extensões basta clicar em um dos
seguintes ícones:

Exportar como imagem

Exportar como SVG

Exportar como PDF

Após selecionar a opção ideal, faça as configurações necessárias indicando o local a


salvar o produto final. O resultado final de nosso exemplo é o seguinte:

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