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PARA PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA FÍSICA
PARCERIA
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Sumário
1. PSICOLOGIA ............................................................................................................................... 6
Orientações Gerais .................................................................................................................... 6
Orientações Específicas ao Paciente Amputado ....................................................................... 7
Orientações Específicas ao Paciente Lesado Medular .............................................................. 9
Orientações Específicas ao Lesado Medular na Esfera Sexual ................................................ 10
Orientações Específicas ao Paciente com Lesão Encefálica Adquiridas.................................. 11
Diante de Sequelas Cognitivas ................................................................................................ 11
2. ASPECTOS CLÍNICOS INFANTIS ................................................................................................ 13
Paralisia Cerebral – PC............................................................................................................. 13
Amputações e Malformações (M.F.C.).................................................................................... 14
Doenças do Sistema Nervoso .................................................................................................. 16
Lesão Medular ......................................................................................................................... 17
Mielomeningocele................................................................................................................... 19
3. PARTICULARIDADES DAS PATOLOGIAS NEUROLÓGICAS ........................................................ 21
Lesão Encefálica Adquirida...................................................................................................... 21
Lesão Medular ......................................................................................................................... 21
Poliomielite ............................................................................................................................. 21
Amputações de Membros Inferiores ...................................................................................... 22
Doenças Neuromusculares ..................................................................................................... 22
Complicações Secundárias a Lesão Neurológica ..................................................................... 22
4. “CUIDADOS DE ENFERMAGEM” .............................................................................................. 24
Queda – Impacto no cuidar ..................................................................................................... 24
Crise convulsiva ou epilepsia - O que Fazer? .......................................................................... 25
O que é a Crise convulsiva? ................................................................................................. 25
O que causa? ....................................................................................................................... 25
Quais os sinais e sintomas? ................................................................................................. 25
Como Tratar?....................................................................................................................... 26
Recomendações .................................................................................................................. 26
Banho- “Banho é um momento de prazer, bem estar, que o Cuidador pode proporcionar” 26
Queimaduras ........................................................................................................................... 28
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Dieta .................................................................................................................................... 65
Uso de Medicações ............................................................................................................. 65
Higiene Bucal Deficiente ..................................................................................................... 65
Função Muscular ................................................................................................................. 65
Prevenção ............................................................................................................................ 66
10. Cuidados respiratórios básicos.............................................................................................. 68
Posicionamento correto .......................................................................................................... 68
Higienização das Vias aéreas ................................................................................................... 70
11. CUIDANDO DO CUIDADOR .................................................................................................... 72
12. ÉTICA ..................................................................................................................................... 74
13. NUTRIÇÃO E SAÚDE – IMPORTÂNCIA DA BOA ALIMENTAÇÃO ............................................ 80
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1. PSICOLOGIA
Orientações Gerais
• Tentar agir com naturalidade nunca com diferenciação (levar mimos, agrados,
gracinhas, passar a mão na cabeça, oferecer frequentemente a comida que mais
gosta...)
• Uma pessoa com deficiência quer o “direito a igualdade. Não o direito de ser
igual, mas a possibilidade de, sendo diferente, ter acesso aos mesmos direitos”
(cartilha de orientação)
• Promover a integração – deixe que ela mesma se defenda às vezes; saia de perto
quando as condições forem favoráveis à integração social
• Desencoraje a comparação (do presente com passado, da sua marcha com a dos
outros pacientes, do desempenho)
• Oferecer ajuda é melhor do que intervir, pergunte e espere que ele responda.
Se ele aceitar ajuda pergunte como você pode fazê-lo
Desencorajar a dependência
Faça o que puder para que ele sinta que está no controle de sua vida;
proporcione estes momentos
Estimular a proatividade
Desfaça os mitos
Estimule mudanças em relação a atitude com seu corpo já que não pode mudar
seu corpo
Considerar que o paciente atendido não seja exatamente o mesmo referido pela
família
Treino de repetição;
Dê tempo ao paciente, organize horários de maneira que ele tenha tempo para se
vestir, comer......
Evitar fazer pelo paciente o que ele consegue fazer mesmo que precise treinar
habilidades para isso;
Não recrime atos como deixar comida cair, sujar a mesa, sujar a roupa...no treino
de habilidades
Paralisia Cerebral – PC
1. Conceito:
Definido como um grupo de desordens motoras não progressivas, porém sujeitas a
mudanças, resultante de lesão do cérebro nos primeiros estágios do seu
desenvolvimento. As alterações motoras são frequentemente acompanhadas por
distúrbios sensoriais, cognição, percepção, comunicação, comportamento, epilepsia e
problemas musculoesqueléticos secundários.
2. Incidência:
RN < 1000g : possibilidade de um distúrbio neurológico próximo a 50%
RN < 1500g : a incidência é 25 a 31 vezes menor que entre os nascidos a termo
3. Etiologia:
- Pré-natal ( genética, vascular, infecciosa, tóxico-metabólica, traumática, por
irradiação, etc.)
- Peri-natal (prematuridade, anóxia, kernicterus)
- Pós-natal ( infecciosas, traumáticas, anóxicas, tumorais )
4. Classificação:
Por localização anatômica das regiões afetadas:
- Tetraparesia – comprometimento nos membros superiores e membros inferiores.
- Triparesia – comprometimento predominante de três membros.
- Diparesia – o comprometimento dos membros inferiores é maior do que dos membros
superiores.
- Hemiparesia – é o lado direito ou esquerdo do corpo comprometido.
5. Problemas Associados:
- Retardo no Desenvolvimento Neuro Psicomotor – RDNPM – atrasos no
desenvolvimento da criança.
- Espasticidade – alteração no tônus muscular
- Movimentação involuntária
- Deformidades
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Amputações:
1. Causas:
- Traumáticas (acidentes de trabalho, automobilístico e motociclístico, fogos de
artificio), Alterações vasculares, Tumores, Queimaduras.
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Malformações:
1. Conceito:
Defeito morfológico de um órgão ou parte dele, resultante de um processo
intrinsicamente anormal.
Quando possível a correção é cirúrgica. Exemplo: fenda labial.
2. Causas:
- Maternas: Diabetes, endocrinopatias, deficiências nutricionais, uso de drogas,
álcool, tabagismo, etc.
- Infecções maternas: rubéola, toxoplasmose, sífilis, herpes, varicela.
- Agentes químicos, medicamentos, irradiação, hipertermia.
- Alterações genéticas.
- Causas desconhecidas.
As M.F.C. mais frequentes: Artrogripose, Osteogênese Imperfeita, Deficiência
congênita do fêmur, Bridas Amnióticas, Gigantismo / hipoplasias, Hemimelias/
Amelias, Duplicação.
- Artrogripose Múltipla Congênita – Consiste de uma síndrome clínica caracterizada por
diversas contraturas articulares presente ao nascimento (mais de 3 articulações).
- Osteogênese Imperfeita – Consiste de um grupo de distúrbios genéticos que afetam os
tecidos conjuntivos de forma generalizada e a manifestação clínica predominante é a
maior susceptibilidade para fraturas generalizadas.
- Deficiência Congênita do Fêmur – presença de deformidade e deficiência do fêmur
(osso da coxa) presente no nascimento.
Lesão Medular
1. Conceito:
É uma lesão na coluna do indivíduo podendo apresentar alterações: motoras, sensitivas,
vesicais, intestinais, vesicais e autonômicas. Alterações da função sexual podem estar
presentes.
2. Incidência: 40 pessoas / milhão / ano
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Mielomeningocele
É um Defeito do Fechamento do Tubo Neural (DFTN) - falta fusão arcos, displasia
medular, com ou sem protrusão. O defeito acontece durante a 3ª e 5ª semana da
gestação e ao nascimento, a criança apresenta comprometimento funcional de vários
órgãos e sistemas.
A Mielomeningocele é a alteração mais frequente de DFTN. Outras formas de DFTN:
Mielocele, Spina Bifida Oculta, Lipomeningocele, Agenesia lombossacro,
Meningocele.
1. Alterações:
Motoras – paraplegia (comprometimento dos membros inferiores) ou tetraplegia
(comprometimento dos membros inferiores e superiores)
- Sensitivas – diminuição ou ausência da sensibilidade.
2. Problemas associados:
- Urológicos: Incontinência, Infecções, Refluxo, Cálculos.
- Sexualidade
- Neurológicos: hidrocefalia (necessidade de uso de válvula, podendo acontecer trocas
ocasionais desta válvula), infecções.
- Úlceras por pressão (fatores que favorecem o surgimento das úlceras: Pele anestésica
& Apoio prolongado, Saliências Ósseas, Higiene Precária).
Obs. Pacientes deambuladores que possuem deformidades nos pés e alteração da
sensibilidade, podem desenvolver Mal Perfurante Plantar.
- Alergia ao Látex - Incidência população geral < 1%
Causa: Imaturidade mecanismo defesa das mucosas quando do início de exposição ao
alérgeno
CUIDADO: o quadro clínico é variável: urticária, asma, rinite, conjuntivite, diarreia e
até choque anafilático podendo ir a óbito. O paciente não deve ter contato com
equipamentos/ produtos que tenham látex.
- Obesidade: a hidrocefalia pode causar uma disfunção do centro da fome, causando um
apetite insaciável; problemas emocionais também podem conduzir a uma alimentação
exagerada.
3. Nível Funcional: (HOFFER ET AL, 1973)
TORÁCICO – não apresenta movimentação ativa de membros inferiores, prognóstico
de marcha ruim.
LOMBAR ALTO – poucos músculos dos membros inferiores presentes, prognóstico de
marcha reservado.
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- Ocorre uma lesão no encéfalo, pode ter como causa: Acidente Vascular Encefálico
(Hemorrágico ou Isquêmico), Traumatismo Crânio Encefálico (TCE), Neuro
infecções ou Encefalites, Encefalopatia Anóxica, Tumores Cerebrais e Doença de
Parkinson.
Lesão Medular
Poliomielite
- É uma doença infecciosa aguda, causada por vírus, acomete o corno anterior da
medula espinhal e como consequência uma paralisia flácida.
Doenças Neuromusculares
- Encurtamentos musculares
- Retrações Tendineas
- Deformidades articulares
- Ossificação Heterotópica
- Ulceras de Pressão
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- Complicações Respiratórias
- Complicações Circulatórias
- Complicações Cardíacas
- Dor
- Atitudes Antálgicas
- Alterações da Biomecânica
- Alterações do tônus/ espasticidade
- Desequilíbrio muscular
- Alteração do equilíbrio
ASPECTOS
IMPORTANTES
PACIENTE
PARTICIPAÇÃO E
COLABORAÇÃO
FAMILIARES E
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4. “CUIDADOS DE ENFERMAGEM”
É definida como o evento não planejado que levou a pessoa ao chão, com ou sem
lesão.
Riscos Externos:
Riscos Internos:
As convulsões podem ser de dois tipos: parciais, ou focais, quando apenas uma parte do
hemisfério cerebral é atingida por uma descarga de impulsos elétricos desorganizados, ou
generalizadas, quando os dois hemisférios cerebrais são afetados.
O que causa?
Em alguns casos, não é possível identificar a causa da convulsão. Nos outros, entre as
causas prováveis, podemos destacar: 1) febre alta em crianças com menos de cinco anos;
2) doenças como meningites, encefalites, tétano, tumores cerebrais, infecção pelo HIV,
epilepsia, etc; 3) traumas cranianos; 4) abstinência após uso prolongado de álcool e de
outras drogas, ou efeito colateral de alguns medicamentos; 5) distúrbios metabólicos,
como hipoglicemia, diabetes, insuficiência renal, etc; 6) falta de oxigenação no cérebro.
Nas convulsões parciais, podem ou não ocorrer alterações do nível de consciência, como
movimentos involuntários em alguma parte do corpo, comprometimento das sensações
de paladar, olfato, visão, audição e da fala, alucinações, vertigens, delírios. Algumas
vezes, essas manifestações são leves e podem ser atribuídas a problemas psiquiátricos.
Existem diversos tipos de convulsões generalizadas. Os dois mais frequentes são a crise
de ausência, ou pequeno mal, e a convulsão tônico-clônica, ou grande mal.
No primeiro grupo, incluem-se as pessoas que, durante alguns segundos, ficam com o
olhar perdido, como se estivessem no mundo da lua, e não respondem quando chamadas.
Quando a ausência dura mais de dez segundos, o paciente pode manifestar movimentos
automáticos, como piscar de olhos e tremor dos lábios, por exemplo. Essas crises chegam
a ser tão breves que, às vezes, ele nem sequer se dá conta do que aconteceu.
Como Tratar?
O risco de novas crises diminui nos pacientes com convulsões provocadas por álcool,
drogas, pelo efeito colateral de alguns medicamentos e por distúrbios metabólicos,
quando são retiradas essas substâncias ou corrigido o problema orgânico. Nos outros
casos, existem vários medicamentos que devem ser indicados de acordo com o tipo de
convulsão para evitar a recorrência e assegurar o controle das crises.
Recomendações
Deite a pessoa de lado para que não engasgue com a própria saliva ou vômito;
Remova todos os objetos ao redor que ofereçam risco de machucá-la;
Afrouxe-lhe as roupas;
Erga o queixo para facilitar a passagem do ar;
Não introduza nenhum objeto na boca nem tente puxar a língua para fora;
Leve a pessoa a um serviço de saúde tão logo a convulsão tenha passado.
Observação importante:
Higiene íntima – É a prática de higiene das regiões genital do homem e da mulher com
finalidade de proporcionar conforto e segurança, prevenir infecções e manter a boa
imagem corporal.
Banho no leito - O banho no leito é necessário nos casos de pessoas acamadas que
estejam impossibilitadas de irem até o banheiro ou sentarem em cadeira de banho.
Material utilizado:
Panos de banho;
Toalha de banho,
Material para higiene oral,
Pente,
Sabonete,
Comadre e/ou papagaio do proprio paciente,
Roupa para o paciente (pijama ou camisola),
Roupa de cama (02 lencois, 01 cobertor S/N, 01 toalha de banho, 01 para fralda S/N, 01
forro S/N)
Luvas de procedimento,
01 bacia,
01 balde,
Como fazer?
Lavar as mãos e calcar as luvas de procedimentos;
Explicar para a pessoa o que vai ser feito;
Fechar as portas e janelas;
Proteger a unidade do paciente com biombos;
Oferecer comadre ou papagaio ao paciente e procurar saber se tem clister prescrito.
Queimaduras
É uma lesão produzida nos tecidos de revestimento do organismo e causada por agentes
térmicos, produtos químicos, eletricidade, radiação etc.
A queimadura pode ser a mais simples lesão de pele, como também pode envolver
estruturas abaixo da pele, incluindo músculos, ossos, nervos e vasos sanguíneos.
Tipos de queimadura:
1º grau - Superficiais ou epidérmicas
2º grau - Comprometimento parcial ou reticular da derme
3º grau - Comprometimento de toda a espessura da derme e parte do subcutâneo.
Cuidados:
Queimadura de 1º grau –
Queimadura de 2º grau -
Queimadura de 3º grau -
Traqueostomia é uma pequena abertura feita na traquéia, que fica na parte anterior
do pescoço, onde é introduzido um tubo de metal (chamado cânula traqueal) para
facilitar a entrada de ar.
Cuidados:
Higienizar as mãos;
Utilizar luva de procedimento;
Retirar a fixação e remover o conjunto da traqueostomia;
Lavar com água e sabão neutro, esfregando por dentro e por fora utilizando
uma esponja;
Enxague com água corrente para retirar todo o resíduo do sabão;
Limpe o intermediário 3 vezes ao dia para evitar obstrução;
Mantenha uma boa higiene na área ao redor da traqueostomia, limpando-a
cuidadosamente com água e sabonete neutro, 3 vezes ao dia;
Conserve a região ao redor da traqueostomia com a pele bem hidratada;
Utilize um acolchoado (com duas gazes dobradas) entre a cânula e a pele;
Use material macio para o cadarço e não o coloque muito apertado, de forma
que não o machuque.
alimentar o paciente sem que o mesmo tenha que passar pelos processos de
mastigação e deglutição, podendo ser temporária ou definitiva.
Cuidados:
Higienizar as mãos;
Troca diária do curativo;
Realizar movimento de rotação e anti-horário;
Observar aspecto da pele ao redor da gastro;
Observar a fixação da sonda/botom;
Higienizar a conexão da sonda/botom;
Puxar o resíduo gástrico com uma seringa antes da administração da dieta;
Manter sentado ou cabeceira elevada durante administração da dieta e
medicação.
Administrar medicamentos separadamente um a um;
Dissolver de forma adequada comprimidos;
Instalar dieta gota a gota ou utilizar a seringa porém administrar lentamente;
Lavar a sonda/botom após dieta e medicação com água filtrada;
Não deixar a extensão acessível;
Parar administração da dieta em caso de vômito, desconforto, distensão
abdominal;
Procurar o serviço de saúde.
Cuidados:
Higienizar as mãos
Verificar fixação da sonda e trocá-la sempre que necessário
Não deixar acessível
Não reintroduzir em caso de exteriorização
Observar sinais de lesão na pele
Aspirar para verificar resíduo gástrico
Sentar ou manter cabeceira elevada 30º grau durante dieta e medicação
Lavar com água filtrada após dietas e medicações
Atenção durante a manipulação
Parar a administração da dieta em caso de vômito, distensão ou desconforto
abdominal e procurar o serviço de saúde
Em caso de obstrução lavar com água filtrada morna
Troca somente por profissional capacitado (Enfermeiro).
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Cuidados:
Higienizar as mãos
Separar o material necessário: (sonda, xylocaína, lenço umedecido,
recipiente próprio).
Higienizar a genitália, destacando a limpeza entre os lábios nas mulheres e
na glande nos homens;
Higienizar as mãos
Pegar a sonda e fechar na extremidade que contém o orifício de drenagem.
Na ponta da sonda passar um pouco de xylocaína gel.
Posicionar a pessoa de forma confortável e realizar a introdução do cateter
no meato urinário;
Após o esvaziamento completo da bexiga em um recipiente próprio, retire a
sonda.
Jogue fora a sonda e a gaze que foi utilizada, higienizar o recipiente que foi
colocado a urina e esterilizar com água fervente.
Guarde a xilocaína e o recipiente em local apropriado para o próximo horário do
procedimento.
.
Higienizar as mãos
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Curativo
A limpeza deverá ser realizada sempre da área mais limpa para a área mais
contaminada.
A úlcera de pressão pode ser definida como uma lesão de pele causada pela
interrupção sangüínea em uma determinada área, que se desenvolve devido a uma
pressão aumentada por um período prolongado, ou seja quando a pessoa fica muito
tempo em uma mesma posição.
Como prevenir?
Alongamento muscular
Fortalecimento muscular
Posicionamento
Órteses/Próteses
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Alguns pacientes conseguem realizar certas funções somente com uso das
órteses/próteses, por isso a necessidade de uma correta avaliação para que o potencial
do paciente não seja subutilizado. A colocação e utilização erradas das órteses/próteses
podem ser tão ruins quanto uma indicação incorreta.
O encaixe de ambas precisa ser correto para que haja uma adequada função e
não machuque.
Equipamentos
O equipamento pode ser entendido como um objeto que é inserido no dia a dia
do paciente com o objetivo de melhorar a postura e facilitar uma função específica. Ele
pode facilitar, o sentar, o ortostatismo, o deslocamento, etc.
Deslocamento
Transferência
Transporte
desgaste do cuidador. É preferível que o transporte seja realizado com cadeira de rodas
adaptada ou outro equipamento, porém, nem sempre isso é possível. Por isso, o carregar
precisa ser o mais ergonômico possível para preservar a integridade física do cuidador e
a criança não seja privada de se relacionar com o meio durante o transporte.
Desenvolvimento motor
A aquisição das etapas motoras de uma criança acontece respeitando uma ordem
cronológica, emocional, maturacional e psicológica. De uma maneira simplificada um
bebê inicia o sentar por volta de 6 meses, o engatinhar por volta de 9 meses e inicia a
troca de passos por volta de 1 ano de idade aproximadamente. A depender da
deficiência da criança algumas etapas motoras podem acontecer de maneira diferente do
habitual, podem não aparecer no momento cronológico esperado e infelizmente em
alguns casos não acontecem.
Considerações importantes
Por fim, acima de qualquer patologia, alteração, etc, etc etc...são crianças... e
crianças brincam....
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Introdução
O potencial dependerá:
- patologia
- tipo de lesão
- extensão da lesão
- idade e sexo
- alteração da sensibilidade
- alterações comportamentais
- alterações cognitivas
Tratamento Fisioterapêutico
Posicionamentos
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• Diminuir espasticidade
• Aliviar a pressão
Mobilizações articulares
• Diminuir espasticidade
Alongamentos musculares
• Diminuir espasticidade
Push-up
• Facilitar as transferências
Atividades motoras
Rolar:
Sentar:
Ortostatismo ou posição em pé
Execução quando possível de atividades do dia a dia e transferência de peso para MMII
Transferências tipos:
Mobiliário e Acessórios
Tábua de Transferência
Órteses
Auxiliares de marcha
Adaptação do Ambiente
7. TERAPIA OCUPACIONAL
Banheiro
Escovar os Dentes:
*Lembrar de sempre estimular o paciente para realizar de forma independente, mas com
segurança.
Em caso de crianças a escovação deve ser monitorada e/ou refeita pelo cuidador,
visto que ainda podem não apresentar coordenação motora e noção de higiene
adequadas para realização desta atividade.
Paciente que faz uso de prótese dentária: retirar a prótese e escovar
separadamente.
Se o paciente estiver acamado e não responsivo, DEVEMOS verificar junto com
a Fonoaudiologia e com a Odontologia a maneira mais adequada para a
escovação, evitando assim qualquer tipo de complicação clínica (ex.: engasgo).
Banho
O momento do banho NÃO é para fazer Exercícios! O banheiro pode ser um local
muito perigoso! Devemos estimular a participação do paciente, mas SEMPRE com
Segurança!
Para que possamos estimular a participação, quem sabe começar o banho antes do
horário programado ajude. Dessa forma não precisamos ter pressa para que ele realize
logo.
Temos que lembrar que o banho é um momento de muita intimidade. Para nós,
adultos, como será que iríamos nos sentir se outra pessoa tivesse que nos dar banho?
Para aqueles pacientes que ainda estão utilizando fralda, mas que estamos
tentando tirá-la aos poucos, podemos organizar horários fixos durante o dia para levá-lo
ao banheiro. E regularmente seguir os horários estipulados. Além disso, no caso das
crianças, podemos fazer uso dos tapetes absorventes para forrar o carrinho do carro e/ou
o bebê conforto.
Também podemos estimulá-los para que nos diga o momento de trocar a fralda.
Para que comece a se conscientizar. Ou caso ele consiga sentir que vai ao banheiro,
solicitar que avise. Assim conseguimos estimular o uso do papagaio/comadre ou levá-lo
ao banheiro.
Auto cuidado
Barba
Se o paciente tem a possibilidade de auxiliar para a realização, podemos fazer
juntos, com Segurança.
Podemos treinar antes de começar a realizar de verdade. Pedindo para ele passar
o creme de barbear no rosto. Colocando por exemplo uma fita crepe na lâmina e
realizando os movimentos junto com ele, para treino, evitando assim qualquer ferimento
na pele. Até que ele consiga realizar da melhor forma.
Depilação
Para as mulheres que tem possibilidade motora para realizar, podemos usar o
exemplo da “barba” para treino. Também sentada e com segurança.
Maquiagem
Estimule para que ela tente te contar o que gostava de usar, passar no rosto, em
qual ordem, quais cores mais gosta.
Cozinha
Tudo é importante: dizer quais alimentos são necessários para fazer algum tipo
de comida; quais alimentos estão faltando no armário, fazer uma lista de supermercado;
pensar no cardápio da semana.
O que você percebe que para ele é mais difícil durante a alimentação? Levar o
alimento à boca? Cortar? Ou então ele não consegue segurar o garfo/colher?
Temos que tentar entender o que está difícil para pensarmos em estratégias para
a realização.
Na cozinha temos que ficar atentos para não colocarmos nosso paciente em
risco. CUIDADO com: objetos pontiagudos, queimaduras, objetos que quebram (vidro)
e com o uso destes. Além disso, se o paciente faz acompanhamento com um
fonoaudiólogo é de extrema importância verificar quais os tipos e consistência de
alimentos que são indicados.
Lembrar que a alimentação tem que ser um momento prazeroso para todos.
Vestuário
Se ele não tem como ir até o armário para pegar e escolher entre as roupas,
podemos selecionar uns 2 ou 3 pares de roupas para que ele opte por qual utilizar
naquele dia.
Vestir e despir sempre na mesma ordem pode ser uma dica para que ele consiga
memorizar as etapas!
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Evite fazer esta atividade com pressa, para que o paciente consiga participar e
desempenhar as etapas com calma e sucesso. Muitas vezes deixamos para última hora e,
fica mais difícil para ele participar.
Brincar
Os bebês até 02 anos descobrem o mundo através dos sentidos, portanto eles
adoram brinquedos, sonoros, coloridos, com texturas e formas diferentes. O primeiro
brinquedo da criança é o próprio corpo, então é importante incentivar que ela segure os
pés, que os levem a boca, que role e se arraste. Vale ressaltar que inicialmente a criança
conhece o brinquedo colocando-o a boca, portanto cuidado com objetos pequenos e que
possam soltar peças.
A partir dos 4 meses, as brincadeiras começam a ficar mais ricas, pois a criança
começa a perceber que sua ação causa uma reação no objeto, ex: eles adoram jogar os
brinquedos longe, gostam de empurrar bolas e de puxar o lençol para aproximar o
brinquedo que está mais distante.
deslocamento (triciclo, cavalinho com rodinhas, etc.). Nesta fase também há maior
aprendizado quanto ao peso e tamanho dos objetos.
A partir daí as brincadeiras vão ficando cada vez mais elaboradas, as imitações
se tornam mais ricas e detalhadas, elas usam mais a imaginação nas brincadeiras de faz
de conta e começam os jogos interativos.
Mas o mais importante de tudo isso, é que o brincar tem que ser divertido,
interessante e espontâneo!
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8. FONOAUDIOLOGIA
O que é disfagia?
O problema para deglutir apresenta vários sinais/ sintomas, que na maioria das
vezes podem passar despercebidos pelos familiares e/ou cuidadores. Desta forma
devemos ficar atentos, pois as dificuldades podem ocorrer antes, durante ou após o ato
de engolir.
Sintomas que podem acompanhar a disfagia:
Tosse ou engasgo com alimento ou saliva;
Febre sem causa aparente;
Pneumonias de repetição;
Hipersecretividade (“pulmão cheio”) e o uso freqüente de antibióticos;
Recusa alimentar;
Modificação do nível de consciência devido desidratação;
Perda de peso e desnutrição por causa da dificuldade de engolir;
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COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
O que é afasia?
Voz “fanhosa” .
Falta de ar ou dificuldade de respirar durante a fala.
Dificuldade em falar baixo, alto ou manter o controle do volume da voz.
Piora ou perda da voz por determinado período após o uso.
Velocidade de fala aumentada ou diminuída.
Dificuldade de movimentar os lábios, língua e bochechas, o que
atrapalha a fala.
Dificuldade em realizar movimentos faciais.
Não peça para o paciente fazer exercícios por conta própria, sem
indicação de um profissional.
Não faça o paciente forçar sua voz.
Ajude o paciente a evitar o hábito de pigarrear.
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O paciente com necessidades especiais, seja ele adulto ou criança, apresenta alterações
sistêmicas e/ou neurológicas e/ou comportamentais que exigem atenção especial de uma
equipe multidisciplinar na qual o dentista deve estar inserido.
A saúde bucal é importante para a manutenção de uma adequada saúde geral, pois a
boca pode ser “porta” de entrada de bactérias para o organismo.
Fig. 1 Cárie
A doença periodontal atinge a gengiva causando uma inflamação e/ou infecção que a
torna avermelhada, dolorida e sangrante. O avanço da doença pode levar a mobilidade
(amolecimento) a até a perda dos dentes (Fig.2)
Existem fatores de risco que podem facilitar o desenvolvimento das doenças bucais tais
como a doença cárie, a doença periodontal e as maloclusões (má posição dos dentes).
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Dieta
Lembrando que a maioria dos pacientes com necessidades especiais possui uma dieta
rica em alimentos pastosos e carboidratos além de líquidos, contendo açúcar,
administrados por mamadeira.
Uso de Medicações
Também existe a falsa a ideia de que aqueles que se alimentam por sonda não precisam
receber a higiene bucal com a mesma frequência dos que se alimentam pela boca.
Função Muscular
Prevenção
Para prevenir as doenças bucais é fundamental realizar uma correta higiene bucal após
as refeições e uso de medicações, usando uma escova com cabeça pequena, cerdas
macias e cabo reto. O fio dental também deve ser usado para limpar as superfícies entre
os dentes. A pasta deve conter flúor e ser usada em pequena quantidade.
Alguns pacientes nem sempre apresentam condições motoras para realizar a higiene oral
de forma adequada e podem usar algumas adaptações orientadas e/ou confeccionadas
pelo terapeuta ocupacional (Fig. 3). Aqueles que necessitam do auxílio de um cuidador
para a realização dessa tarefa também podem contar com alguns artifícios como o fio
dental montado e o abridor de boca (Fig. 4, 5).
Posicionamento correto
Tapete antiderrapante
Estes são alguns cuidados básicos e iniciais que devemos ter com os pacientes que
necessitam de uma atenção especial a questão respiratória, porém existem diversos
outros recursos que dispomos e podem ser utilizados após avaliação individualizada,
abordando a necessidade de cada paciente.
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O cuidar do outro possui vários fatores, você tem atenção pelo outro, mas se sente
afetivamente ligado a ele, e você cuida quando a existência dessa pessoa tem
significância para você.
Ninguém dá aquilo que não tem, o importante no cuidado é promover o bem estar do
outro sem esquecer o próprio bem estar. Nós profissionais da saúde somos cuidadores
direto através de nossas ações aos doentes e indiretos de nossas ações aos cuidadores.
Para cuidar de alguém você também precisa estar bem. Estar bem de saúde física e
emocional. Cuidamos dos outros, mas precisamos nos cuidar e cuidar também da
equipe que cuida desse doente.
Nós somos exemplos aos outros, através das nossas ações aos doentes e à equipe que
está junto de nós. Não adianta pregarmos uma coisa e agirmos de outra forma. Se eu
digo você precisa cumprir o que o médico diz, eu também preciso me consultar e
cumprir o que o médico vai me dizer. Se sentar direito é importante, eu também preciso
sentar direito. Se comer com moderação é importante, eu também preciso comer com
moderação, e tudo que eu digo eu preciso seguir, precisa ser norma em minha vida. Se o
outro precisa eu também preciso. E muitas vezes preciso para não chegar ao ponto que
esse doente chegou.
Pois cuidando do cuidador, significa também que nós somos responsáveis em cuidar do
doente de maneira preventivamente, e isso vale muito para o cuidador, agir
preventivamente para não adoecer.
Pensar em nós mesmos não significa se egoísta, significa que nos amamos e que
queremos estar bem para cuidar da melhor forma possível do outro.
O trabalho de cuidar envolve uma rotina carregada de alto grau de tensão que abrange
uma equipe toda. Muitas queixas aparecem, algumas vezes, de forma descontrolada,
repleta de ansiedade, de tristeza e às vezes acompanhada de jornadas longas de
trabalho.
Então eu preciso me cuidar física e emocionalmente para cuidar do outro. Para isso eu
também preciso consultar meus médicos, me tratar de possíveis desarranjos para poder
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passar para quem eu cuido e para minha equipe que eu estou bem e posso e tenho
condições de cuidar do outro. Consultar não só o médico, mas muitas vezes o psicólogo,
para ter uma pessoa neutra com quem possa trocar uma ideia, me auto conhecer e
trabalhar possíveis fatos que possam interferir com o meu desempenho como
profissional.
Todos tem problemas e se eu conseguir resolver os meus, eu posso ajudar o outro com
uma qualidade melhor e sem sofrimento.
Outro fator muito, mas muito importante é o ambiente físico, pois podem gerar
frustrações, conflitos, fadigas físicas e mentais.
O cuidador pode cuidar de um membro de sua família, e aí não pode esquecer que
muitas vezes esses cuidados são constantes e precisamos um tempinho para nos
cuidarmos, e esses cuidados podem ser muito simples e diários, basta se organizar para
isso. O cuidador pode ser um profissional que precisa cuidar para sobreviver, e aí para e
refletir e se organizar para fazer isso um projeto de vida que traga prazer e seu dia a dia.
Existe diversos motivos porque me tornei um cuidador, mas tudo que eu fizer, fazer
com amor, com responsabilidade e com prazer.
Não esquecer nunca que em tudo na vida eu preciso realizar meus projetos sabendo que
existem outras pessoas ao meu redor, e para dar certo meu envolvimento deve ser o
suficiente para que eu possa crescer e propiciar crescimento ao outro também.
BOA SORTE.
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12. ÉTICA
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