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4)Luteranismo:
5) Calvinismo:
Teoria da Predestinação: somente
aqueles “escolhidos por Deus
conseguem a salvação”
A doutrina calvinista negava o livre
arbítrio e valorizava o trabalho
honesto (com base nessas ideias, a
burguesia passou a interpretar sua
prosperidade econômica, como um
“sinal” de predestinação.
6) Reforma Anglicana:
-Principais motivações:
A)Política: A Igreja Católica era
muito influente na Inglaterra e muitas
vezes o poder do papa enfraquecia o
do próprio rei
B) Bens da Igreja: Boa parte da
pequena nobreza inglesa (gentry)
estava pressionando o rei pelo
confisco das terras católicas no país
C) Questões Pessoais: Henrique VIII
queria se separar de Catarina de
Aragão para casar-se com Ana
Bolena.
Em meados do século XVI, o
parlamento inglês aprova o Ato de
Supremacia: A Inglaterra passaria a
ter uma nova religião oficial, o
Anglicanismo, sendo Henrique VIII
seu chefe supremo (o Anglicanismo
se consolidou no país durante o
reinado de Elizabeth I)
De modo geral, podemos dizer que o
Anglicanismo é o resultado de uma
mistura de elementos católicos (foi
conservada a missa – agora em inglês
– e a hierarquia da Igreja) e
protestantes (reafirmava o princípio
da predestinação).
7) A Contrarreforma Católica:
Buscando barrar o avanço do
protestantismo, o ex-militar Inácio de
Loyola cria a Companhia de Jesus. Os
“soldados da Igreja” buscavam novos
fieis católicos, em todo mundo
(América, África e Ásia)
Questões atualizadas:
1. (Fgv 2016) Cresce entre muitos o erro perniciosíssimo de que o valor da Escritura decorre
da vontade da Igreja, como se dependesse do arbítrio humano a eternal e inviolável verdade de
Deus, pois, com grande desprezo pelo Espírito Santo, perguntam: quem nos fará crer que
provém de Deus? Como nos certificamos de que chegou salva e intacta aos nossos dias?
Quem pode nos persuadir de que este livro deve ser recebido com reverência e outro
expurgado? Exceto que, acerca disso, a regra seja prescrita pela Igreja?
CALVINO, J. A instituição da religião cristã. Trad.: Editora Unesp, São Paulo:2007, tomo I, p.
71.
Mesmo aqui poderemos falar, pois, em consciência, até hoje nada fiz que não pudesse revelar
francamente em qualquer parte. Prouvera ao céu que todas as mulheres pudessem declarar a
mesma coisa com igual liberdade. Meus senhores, uma felicidade sempre tive: isso de não ligar
nunca importância ao fato de meus gestos comentados serem por toda a gente, de ficarem sob
a vista de todos, e como alvo dos ataques da inveja e da calúnia, tão certa me acho de ter vida
limpa. Se vindes para examinar a minha conduta como esposa, sede francos. Sempre a
verdade ama linguagem rude.
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/oitavo.html
O monarca Henrique VIII governou a Inglaterra entre 1509 e 1547. Durante esse turbulento
período,
a) o catolicismo foi consolidado na Inglaterra, por ação direta do rei, que se manteve aliado a
Roma contra os monarcas ibéricos.
b) a liberdade de culto foi implementada, favorecendo a constituição de diversos grupos
religiosos após a Reforma Protestante.
c) o casamento civil, desvinculado da cerimônia religiosa, foi estabelecido como alternativa
para os diversos matrimônios do rei.
d) uma nova religião se formou, marcada por uma estrutura sacerdotal ligada diretamente ao
Estado inglês e aos interesses do rei.
e) medidas legais foram criadas para impedir as mulheres de participarem da linha sucessória
na monarquia inglesa.
3. (Unesp 2016) As reformas protestantes do princípio do século XVI, entre outros fatores,
reagiam contra
a) a venda de indulgências e a autoridade do Papa, líder supremo da Igreja Católica.
b) a valorização, pela Igreja Católica, das atividades mercantis, do lucro e da ascensão da
burguesia.
c) o pensamento humanista e permitiram uma ampla revisão administrativa e doutrinária da
Igreja Católica.
d) as missões evangelizadoras, desenvolvidas pela Igreja Católica na América e na Ásia.
e) o princípio do livre-arbítrio, defendido pelo Santo Ofício, órgão diretor da Igreja Católica
4. (Unesp 2015)
5. (Upf 2015) Em 1517, o monge Martinho Lutero divulgou suas 95 teses, nas quais criticava
duramente as ações e as práticas da Igreja Católica Romana. Esse fato, que marcou o início da
Reforma Protestante, está inserido nos processos ligados ao renascimento urbano e cultural
ocorridos na Europa.
I. Lutero acreditava que o dinheiro obtido com a venda de indulgências deveria ser aplicado,
diretamente, nas regiões de sua arrecadação, e não enviado à Roma. Com essa tese, ele
obteve o apoio dos príncipes germânicos, que lutavam contra o domínio do Papa.
II. Lutero considerava que a relação entre o cristão e Deus deveria ser direta, sem interferência
dos sacerdotes. Segundo essa tese, cada pessoa poderia interpretar livremente a Bíblia, o
que confrontava o dogma de Roma, que preconizava a autoridade exclusiva da Igreja na
interpretação dos textos sagrados.
III. A salvação do crente, para Lutero, vinha unicamente da fé, e não de suas obras ou da
intercessão dos santos. Com isso, Lutero reafirmava a independência do indivíduo em
relação às hierarquias religiosas, o que representou mais um ponto de conflito com a Igreja.
IV. As teses de Lutero motivaram uma série de revoltas e guerras civis disseminadas pela
Europa. Uma trégua provisória só foi alcançada em 1555, com a Paz de Augsburgo, um
tratado segundo o qual a religião de cada país deveria ser escolhida por meio de eleições
livres.
V. Lutero defendia que o bom cristão deveria conhecer diretamente a palavra de Deus e que,
para isso, precisava ler a Bíblia. Como consequências imediatas dessa posição, ele traduziu
a Bíblia do latim para a língua nacional (o alemão), e os governos desenvolveram ações
práticas que resultaram na alfabetização do povo alemão.
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[D]
O excerto da obra de João Calvino faz uma referência à verdade que há na Bíblia, bem como
uma crítica à intermediação da Igreja. As demais alternativas estão incorretas. Em relação à
salvação, o Calvinismo defende a ideia da Predestinação – já colocada anteriormente por
Agostinho –, valorização do trabalho e da disciplina entre outras ideias, e não aceita o culto aos
santos ou às imagens.
Resposta da questão 2:
[D]
A questão remete ao reinado de Henrique VIII, na Inglaterra entre 1509-1547. Este importante
rei da dinastia Tudor criou uma nova religião, anglicana, com característica eminentemente
política. Rompeu com o papado utilizando questões pessoais, divorciar da primeira esposa
Catarina de Aragão. Em 1534 pelo Ato de Supremacia, Henrique VIII rompeu oficialmente com
a Igreja de Roma. Foi excomungado e reagiu confiscando os bens da Igreja católica na
Inglaterra. Isso mostra que a Reforma Protestante não teve apenas motivações religiosas.
Resposta da questão 3:
[A]
Resposta da questão 4:
[D]
Os autos de fé, promovidos pela Inquisição Católica, visavam, além de punir os hereges e os
infiéis, criar exemplos aos cristão acerca das condutas aceitas ou não pela Igreja Católica. Por
isso, as cerimônias eram públicas.
Resposta da questão 5:
[B]
Somente a proposição [B] está correta. A questão remete a Reforma Protestante que teve início
na Alemanha (Sacro Império Romano Germânico) em 1517 com Martinho Lutero. No final da
Idade Média e início da Idade Moderna, a Europa passava por uma série de transformações
estruturais em toda a sociedade. Na política imperou o Absolutismo, a economia foi
caracterizada pelo Mercantilismo, na cultura desenvolveu o Renascimento Cultural e no campo
da religião ocorreu a Reforma Protestante. As assertivas [I] e [IV] estão incorretas. Martinho
Lutero foi um grande crítico da Igreja católica devido à venda das indulgências. A Paz de
Augsburgo de 1555 consiste em um Tratado que deu a cada líder de cada estado alemão a
possibilidade de escolher sua própria religião e cabia aos súditos aceitar a decisão de seu
príncipe. Não foi por eleições livres.
1. (Fgv 2013) Em 1939, atendendo ao apelo do Papa Pio XII, o Conselho de Imigração e
Colonização do Ministério das Relações Exteriores do Brasil resolveu autorizar a entrada de 3
000 imigrantes de origem “semita”. Condição sine qua non para obter “o visto da salvação”: a
conversão ao catolicismo. Pressionados pelos acontecimentos que marcavam a história do III
Reich, os judeus, mais uma vez, foram obrigados a abandonar seus valores culturais em troca
do título de cristão.
Um famoso escândalo político foi o de Antônio Perez, que em 1571 era secretário de Estado de
Felipe II, tendo alcançado um dos postos mais importantes na monarquia. Por rivalidades, viu-
se envolvido em intrigas internacionais. Conhecia todos os segredos da coroa, tendo absoluto
controle sobre o Tesouro. Foi acusado de vender cargos, de suborno e de trair segredos do
Estado. Felipe viu um caminho para atingi-lo: a Inquisição. Tinha de ser acusado de heresia.
Foi difícil encontrar provas contra seu catolicismo, mas o confessor do rei conseguiu-as.
Mesmo sendo íntimo amigo do inquisidor-mor e tendo o apoio da população de Saragoça,
Perez foi acusado de herege. Conseguiu fugir e morreu em Paris, e, conforme testemunhou o
núncio apostólico da região, sempre viveu como fiel católico.
3. (Unicamp 2013) “Uma pobre mulher, enforcada em 1739 por ter roubado carvão, acreditava
que não houvesse pecado nos pobres roubarem os ricos e que, de qualquer forma, Cristo havia
morrido para obter o perdão para tais pecadores.”
(Christopher Hill, A Bíblia Inglesa e as revoluções do século XVII. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2003, p. 608.)
Considerando o trecho acima, podemos afirmar, quanto à sociedade inglesa dos séculos XVII e
XVIII, que:
a) A religião fornecia argumentos para diversos grupos sociais agirem de acordo com seus
interesses e necessidades.
b) Ainda dominava na sociedade inglesa a ideia da necessidade da confissão intermediada
pela Igreja para perdão dos pecados.
c) A reforma anglicana, ao atacar a propriedade privada, distanciou-se das elites inglesas e
tornou-se a religião dos pobres.
d) As revoluções Puritana e Gloriosa foram um obstáculo ao desenvolvimento burguês da
Inglaterra e contrapunham-se à relação entre religião e política.
a) A imagem sugere que a problemática central desses reformadores era o retorno à Bíblia, às
Sagradas Escrituras, traduzidas e consideradas como o único fundamento da fé e da
conduta para todos os seres humanos.
EXPLIQUE um motivo pelo qual a adoção desse princípio foi uma das causas das reformas
religiosas no século XVI.
I - "Assim vemos que a fé basta a um cristão. Ele não precisa de nenhuma obra para se
justificar."
II - "O rei é o chefe supremo da Igreja [...] Nesta qualidade, o rei tem todo o poder de examinar,
reprimir, corrigir [...] a fim de conservar a paz, a unidade e a tranquilidade do reino..."
III - "Por decreto de Deus, para manifestação de sua glória, alguns homens são predestinados
à vida eterna e outros são predestinados à morte eterna."
7. (Unesp 2007) Em cada letra da página divina [a Bíblia] há tantas verdades sobre as
virtudes, tantos tesouros de sabedoria acumulados, que apenas aquele a quem Deus concedeu
o dom do saber [dela] pode usufruir plenamente. Poderiam estas "pérolas" ser distribuídas aos
"porcos" e a palavra a ignorantes incapazes de recebê-la e, sobretudo, de propagar aquilo que
receberam?
(Texto escrito pelo inglês Gautier Map, por volta de 1181.)
Texto 1: Dizendo "Fazei penitência...", nosso Senhor e Mestre Jesus Cisto quis que toda a vida
dos fiéis seja uma penitência. (...) Qualquer cristão, verdadeiramente arrependido, tem plena
remissão da pena e da falta; ela é-lhe devida mesmo sem cartas de indulgências.
(Citado de acordo com Marques, A., Berrutti, F. e Faria, R. "História Moderna através de
textos". São Paulo: Contexto, 2001, p. 119-120.)
Texto 2: "Se alguém diz que o ímpio se justifica unicamente pela fé, de tal modo que entenda
que nada mais é preciso para cooperar com a graça com o fim de obter a justificação, e que
não é necessário que se prepare e se disponha por um movimento da sua própria vontade -
que seja excomungado".
(Citado de acordo com Marques, A., Berrutti, F. e Faria, R. "História Moderna através de
textos". São Paulo: Contexto, 2001, p. 120.)
10. (Pucsp 2005) Renascimento cultural, Reformas religiosas, Expansão marítima: esses três
movimentos simbolizam um mundo em transformação. Apresentaram características comuns,
mas desenvolveram-se em áreas e com objetivos bastante diferentes. Sobre suas
semelhanças e diferenças, podemos destacar que os três movimentos demonstraram o desejo
de
a) romper com as temáticas religiosas, tão presentes na Idade Média, mas ocorreram em locais
bastante distintos: o Renascimento ocorreu na Itália, as Reformas deram-se na Alemanha e
na Suíça e a Expansão Marítima partiu da Península Ibérica.
b) recuperar os valores éticos e estéticos da Antiguidade Clássica, mas buscaram modelos
distintos: o Renascimento retomou padrões da arquitetura greco-romana, as Reformas
restauraram o politeísmo e a Expansão Marítima reconquistou o Mediterrâneo.
c) ampliar a influência europeia para outras partes do planeta, mas dirigiram seus esforços para
regiões variadas: o Renascimento foi levado às colônias africanas, as Reformas lutaram
contra o islamismo no Oriente Médio e a Expansão Marítima permitiu a conquista da
América.
d) valorizar o humano, mas se preocuparam com aspectos diferentes de suas possibilidades: o
Renascimento voltou-se a uma visão científica do mundo, as Reformas privilegiaram o livre-
arbítrio e a Expansão Marítima rompeu limites da mentalidade medieval.
e) revitalizar as cidades, mas recorreram a estratégias diferentes: o Renascimento atraiu
visitantes aos museus, as Reformas produziram construções de imponentes catedrais e a
Expansão Marítima trouxe novas mercadorias para o comércio urbano.
12. (Fgv 2005) É comum referir-se ao calvinismo como a religião do capitalismo, pois essa
crença
a) defendia que o trabalho deveria ser valorizado, que o comércio não deveria ser condenado,
além de concordar com a cobrança de juros.
b) acreditava que o comércio das coisas sagradas, como os cargos eclesiásticos e as
indulgências, traria benefícios para os fiéis e para a sociedade.
c) apresentava doutrina que relacionava a salvação eterna do fiel com a frequência aos cultos,
com a presença da fé e das obras de caridade.
d) preconizava o comércio como uma atividade voltada para o sagrado; assim, grande parte do
lucro obtido deveria ser doado para os templos religiosos.
e) praticava a cobrança de todos os sacramentos, especialmente do batismo e da confissão,
além do pagamento do dízimo eclesiástico.
Com base na figura e nos conhecimentos sobre a Modernidade, é correto afirmar que a pintura:
a) Representa, com ironia, as disputas religiosas entre católicos e protestantes,
desencadeadas pela Reforma Luterana.
b) Registra o descontentamento e a revolta dos camponeses germânicos com a opressão servil
imposta pela Igreja Católica.
c) Apresenta, com realismo, os movimentos heréticos que contestavam a Igreja e pregavam o
desapego aos bens materiais.
d) Representa a indignação dos intelectuais ligados à Igreja Católica, os quais, sob a influência
do Humanismo, acusavam o alto clero de práticas imorais.
e) Registra uma cena cotidiana de atividades industriais realizadas no centro dos pequenos
burgos europeus em crescimento.
14. (Uem 2004) O início dos tempos modernos foi marcado por uma série de transformações
em todos os aspectos, na Europa. Entre tais transformações, destaca-se, no tocante à
religiosidade, a chamada Reforma Protestante. A esse respeito, assinale a(s) alternativa(s)
correta(s).
01) Analisada em seu conjunto, pode-se afirmar que a Reforma se originou das condições
gerais da Europa no século XVI. A Igreja estava em crise, a burguesia crescia em
importância, os Estados modernos se organizavam e o Renascimento Cultural possibilitava
a liberdade de crítica.
02) Em meados do século XVI, o Concílio de Trento reafirmou os dogmas da Igreja romana e,
entre outras medidas, proibiu a venda de indulgências e criou o índex, lista de livros cuja
leitura era proibida aos fiéis.
04) A Igreja condenava a usura e pregava o "preço justo" na venda de mercadorias. Tal postura
era incompatível com o desenvolvimento da economia mercantil que ocorria nos séculos
XV e XVI.
08) O comércio de indulgências e a simonia foram alguns dos poucos aspectos do
comportamento do clero que não sofreram críticas por parte de Martinho Lutero e Calvino.
16) O Tribunal da Santa Inquisição - Tribunal eclesiástico - utilizava métodos violentos para
interrogar, julgar e condenar os suspeitos de heresia.
15. (Pucpr 2003) Nos começos do século XVI teve início a Reforma Religiosa, com a atuação
de Martim Lutero, padre agostiniano, então em Wittenberg. Sobre as causas desse movimento,
é correto afirmar:
Estão corretas:
a) III, IV e V
b) I, II e V
c) I, II e III
d) Apenas III e V
e) Apenas IV e V
16. (Fuvest 2002) No fim da Idade Média e início da Idade Moderna, o rompimento dos
monopólios que os letrados mantinham sobre a cultura escrita e os clérigos sobre a religião
criou uma situação nova, potencialmente explosiva. Esse duplo rompimento deveu-se
a) aos descobrimentos e invenções científicas.
b) à invenção da imprensa e à Reforma.
c) ao Renascimento e ao Estado absolutista.
d) ao aparecimento do alfabeto e das heresias.
e) ao humanismo e à Inquisição.
17. (Pucrj 2002) A Europa do século XVI assistiu ao surgimento de novas religiões cristãs,
dentre as quais destacam-se a luterana, a calvinista e a anglicana. A despeito das
características que conferem especificidade a cada uma delas, observam-se elementos que as
aproximam entre si. Um desses elementos é a:
a) celebração dos cultos nas línguas faladas pelos fiéis.
b) ausência de hierarquia eclesiástica.
c) tolerância em relação às demais religiões cristãs.
d) afirmação da primazia da Igreja sobre o Estado.
e) crítica às estruturas sociais vigentes.
18. (Fgv 2001) "(...) João Calvino (...) dinamizou o movimento reformista através de novos
princípios, completando e ampliando a doutrina luterana.
(AQUINO, Rubim Leão (et al.). "História das Sociedades: das sociedades modernas às
sociedades contemporâneas")
19. (Ufscar 2001) O calvinismo, doutrina constituída no século XVI europeu, foi tributário, em
muitos aspectos, dos princípios elaborados por Santo Agostinho, sobretudo aquele que
reafirma
a) o automartírio da carne como meio de purificação dos pecados.
b) a necessidade da concessão da graça divina para a salvação dos homens.
c) a superioridade do poder religioso sobre os negócios do Estado.
d) a necessidade de obras meritórias e santas para a salvação das almas.
e) a autoridade da instituição religiosa na absolvição dos pecados humanos.
20. (Fuvest 2001) Antes de o luteranismo e calvinismo surgirem, no século XVI, e romperem
com a unidade do cristianismo no ocidente, houve, na Baixa Idade Média, movimentos
heréticos importantes, como o dos cátaros e dos hussitas, que a Igreja Católica conseguiu
reprimir e controlar.
Explique:
24. (Fuvest 2000) Em 1748, Benjamin Franklin escreveu os seguintes conselhos a jovens
homens de negócios:
"Lembra-te que o tempo é dinheiro... Lembra-te que o crédito é dinheiro... Lembra-te que o
dinheiro é produtivo e se multiplica... Lembra-te que, segundo o provérbio, um bom pagador é
senhor de todas as bolsas... A par da sobriedade e do trabalho, nada é mais útil a um moço que
pretende progredir no mundo que a pontualidade e a retidão em todos os negócios".
Tendo em vista a rigorosa educação religiosa do autor, esses princípios econômicos foram
usados para exemplificar a ligação entre:
a) protestantismo e permissão da usura.
b) anglicanismo e industrialização.
c) ética protestante e capitalismo.
d) catolicismo e mercantilismo.
e) ética puritana e monetarismo.
... é a vida profissional do homem que lhe dá certo treino moral, uma prova de seu estado de
graça para a sua consciência, que se expressa no zelo e no método, fazendo com que ele
consiga cumprir a sua vocação. Não é trabalho em si, mas um trabalho racional, uma vocação,
que é pedida por Deus.
26. (Ufrj 2000) "Os pintores representam às vezes o Cristo sobre um arco-íris com uma
espada saindo de sua boca. Mas os pintores não deveriam representar uma vara com flores e
sim um bastão. E tanto o bastão quanto a espada deveriam se dirigir para o mesmo lado, para
abater os danados: 'que se quebre o braço do ímpio, que se persiga sua iniquidade e sua
maldade não deixará traços'. Estas palavras nos ensinam que é desta maneira que a
autoridade do Papa, inspirada pelo Anti-Cristo, será destruída. A palavra do Cristo que é o
sopro, o bastão e a espada que saem de sua boca, manifestará plenamente para o mundo a
tirania e a sedução desta Igreja".
(Trecho do opúsculo "SINCERA ADMOESTAÇÃO A TODOS OS CRISTÃOS PARA
QUE SE GUARDEM DE TODA REVOLTA", escrito em 1522, por Martinho Lutero.)
No texto Lutero ataca duramente a Igreja Católica e o Papa, comparado por ele ao Anti-Cristo.
Apresente duas críticas formuladas pelo luteranismo à Igreja Católica.
27. (Unicamp 2000) A caricatura adiante, intitulada "A besta papal de sete cabeças", de 1530,
representa o papa e a hierarquia eclesiástica sob uma cruz na qual está escrito, em alemão:
"por dinheiro, uma bolsa de indulgências". Caricaturas como esta e outras semelhantes foram
impressas e circularam amplamente na Europa nessa época.
a) Que movimento religioso essa caricatura representam e qual a sua crítica à Igreja católica?
"Havendo Jesus Cristo concedido à Igreja o poder de conceder indulgência (...); ensina e
ordena o sacrossanto Concílio que o uso das indulgências (...) deve conservar-se pela Igreja
(...) Não obstante, deseja que se proceda com moderação na sua concessão (...) a fim de que,
pela facilidade de concedê-las, não decaia a disciplina eclesiástica. E ansiando para que se
emendem e corrijam os abusos que se introduziram nelas, motivo que leva os hereges a
blasfemarem contra elas, estabelece (...) que se exterminem de forma absoluta todos os lucros
ilícitos que se cobram dos fiéis para que as consigam; pois disto se originaram muitos abusos
no povo cristão."
(Adhemar Marques et al. "História Moderna através de textos". São Paulo: Contexto,
1997. p.121)
O Concílio de Trento foi um acontecimento que marcou a Reforma da Igreja Católica. A decisão
do Concílio sobre as indulgências representou:
a) a mudança de atribuições no interior da hierarquia da Igreja, que centralizava ainda mais o
poder de cobrar pelas indulgências.
b) a reafirmação dos princípios da Igreja diante da insubordinação dos seguidores da
Companhia de Jesus, que aderiram às ideias protestantes.
c) o reconhecimento público dos erros cometidos pela Igreja, resultando na reaproximação com
os dissidentes.
d) uma afronta para o povo pobre cristão que se utilizava da prática da Igreja de conceder as
indulgências aos infiéis em troca de bens materiais.
e) uma reação da Igreja aos movimentos reformistas que questionavam a concessão das
indulgências como um valor para a obtenção da salvação.
29. (Uel 1999) Dentre os fatores que contribuíram para a difusão do Movimento Reformista
Protestante, no início do século XVI, destaca-se
a) o cerceamento da liberdade de crítica provocado pelo Renascimento Cultural.
b) o declínio do particularismo urbano que veio a favorecer o aparecimento das Universidades.
c) o abuso político cometido pela Companhia de Jesus.
d) o conflito político observado tanto na Alemanha como na França.
e) a inadequação das teorias religiosas católicas para com o progresso do capitalismo
comercial.
30. (Mackenzie 1999) "É preciso ensinar aos cristãos que aquele que dá aos pobres, ou
empresta a quem está necessitado, faz melhor do que se comprasse indulgências".
(Martinho Lutero)
As Indulgências eram:
a) documentos de compra e venda de cargos e títulos eclesiásticos a qualquer pessoa que os
desejasse.
b) cartas que permitiam a negociação de relíquias sagradas, usadas por Cristo, Maria ou
Santos.
c) dispensas, isenções de algumas regras da Igreja Católica ou de votos feitos anteriormente
pelos fiéis.
d) proibições de receber o dízimo oferecido pelos fiéis e incentivo à prática da usura pelo alto
clero.
e) absolvições dos pecados de vivos e mortos, concedidas através de cartas vendidas aos fiéis.
Saiba Mais:
Quem vive no século 21 costuma ter dificuldade para entender a obsessão dos antigos europeus
com o fim do mundo. Para um ex-monge que viveu no século 16, porém, era difícil não
acreditar que o Apocalipse estivesse chegando. Ele deixou isso claro ao comentar o livro do
profeta Daniel - um dos textos bíblicos que preveem o fim do mundo. "Tudo aconteceu e está
consumado", escreveu Martinho Lutero por volta de 1530. "O Império Romano (o Sacro
Império Romano-Germânico) está no fim, os turcos batem à porta, o esplendor do papismo se
desvaneceu e o mundo está rachando por toda parte, como se fosse cair aos pedaços."
Se ainda estivesse vivo, é possível que Lutero ficasse decepcionado com a demora para que o
Apocalipse ocorresse. Mas ele não forçou tanto a barra ao afirmar que o fim estava próximo.
Graças ao ex-monge alemão e a uma geração de reformadores religiosos, um mundo, pelo
menos, já tinha acabado: aquele que, durante mais de 1100 anos, unira os cristãos do Ocidente.
No lugar de uma só igreja, monolítica, dominada pela supremacia do papa em Roma, metade da
Europa Ocidental foi sendo tomada por igrejas que consideravam a velha tradição católica como
uma corrupção inaceitável dos ideais cristãos.
Esse desejo de renovação espiritual foi um dos pilares da Reforma Protestante. Mas como ela
escapou de virar apenas outra "heresia" esmagada pela Igreja? O contexto histórico ajudou.
Alguns camponeses, por exemplo, viram na Reforma a chance de corrigir injustiças do sistema
feudal. Enquanto isso, no topo da sociedade europeia, nobres sentiram que o grito dos
reformadores era um ótimo pretexto para arrancar o poder de papas, cardeais e arcebispos. A
mistura de intenções puras e objetivos interesseiros ajudou a Reforma a ir longe e redefiniu o
mapa da Europa.
Tremor nas fundações
No começo do século 16, falar em "reforma" era conversa velha. Fazia centenas de anos que os
intelectuais e místicos europeus malhavam a bagunça generalizada que parecia ter tomado conta
da Igreja. "Na Idade Média, a palavra reformatio estava na boca de todos, assim como ocorre
hoje com a palavra ‘democracia’. E se caracterizava pela mesma multiplicidade de
significados", diz o holandês Heiko Oberman, um dos grandes estudiosos da Reforma, no livro
Luther: Man Between God and the Devil ("Lutero: o homem entre Deus e o Diabo", inédito no
Brasil).
Os críticos atacavam a vida de riqueza e luxúria dos líderes católicos e ficavam exasperados
com a maneira como os altos cargos da hierarquia eclesiástica (que muitas vezes eram
acompanhados pela posse de ricos feudos) viravam moeda de troca política. Mas o hábito que
provavelmente mais escandalizava os intelectuais era a venda de indulgências. Com doações à
Santa Sé, os cristãos mais abastados podiam, em tese, reduzir o tempo no Purgatório e agilizar
sua ida ao Paraíso - era quase como comprar um lugar no céu.
Todos os defensores da tal reformatio, entretanto, queriam corrigir o cristianismo de dentro para
fora. Quebrar a unidade da Igreja era algo quase impensável. "Havia dissidências, mas elas
geralmente eram localizadas, excessivamente diversificadas e sem coordenação", diz Euan
Cameron, professor de Religião da Universidade Columbia, nos Estados Unidos. Quem deu
uma mãozinha para tornar o reformismo mais radical foi o Renascimento. Com o declínio da
Idade Média na Europa, a filosofia e a arte da Antiguidade estavam sendo redescobertas por
estudiosos. Isso incluía os pensadores do começo do cristianismo e o texto original da Bíblia.
Era a primeira vez em muito tempo que os acadêmicos da Europa Ocidental tentavam ler os
Evangelhos em grego ou o Antigo Testamento em hebraico, deixando de se guiar apenas pelas
versões em latim preferidas pela Igreja. Os textos antigos faziam seus leitores repensar as bases
da própria fé e comparar o passado "santo" do cristianismo com seu presente mundano. O meio
universitário europeu permitia uma certa liberdade para discutir esses temas.
Além do Renascimento, profundas mudanças sociais completavam o cenário favorável à
Reforma. Com o desenvolvimento do capitalismo, surgia um mercado europeu dinâmico,
envolvendo banqueiros, artesãos e comerciantes que queriam se ver livres de amarras políticas e
religiosas para negociar. Especialmente na Alemanha, a terra natal de Lutero, muitas regiões
começavam a se ver mais como parte de uma grande nação alemã que como membros do velho
Sacro Império (que se estendia da França à atual República Checa), muito influenciado pelo
papado.
Confusão na porta
Num ambiente cheio de insatisfação com a Igreja, quem deu o primeiro passo para uma
mudança séria foi um monge alemão com doutorado que dava aulas na Universidade de
Wittenberg. Nascido em 1483, Martinho Lutero era filho de um camponês que enriquecera ao se
tornar empresário da área de mineração. Contrariando os interesses do pai, que queria fazer dele
advogado, Lutero decidiu entrar para um convento ao escapar com vida de uma tempestade de
raios.
O jovem se tornou um monge exemplar. Apesar disso, sua consciência vivia atormentada. Ele
temia a justiça de Deus, acreditando que os seres humanos eram tão pecadores que jamais
seriam capazes de alcançar a salvação. Estudando a Bíblia, ele concluiu que os cristãos só
poderiam ser salvos pela fé: incapazes de se redimir por sua força interna ou por suas boas
ações, os fiéis receberiam a salvação por meio da generosidade gratuita de Deus.
Se o raciocínio de Lutero estava correto, a prática das indulgências era ainda pior do que se
costumava acreditar. A Igreja estaria basicamente fazendo propaganda enganosa, já que não
teria poder para amenizar os pecados - cujo julgamento caberia apenas a Deus. Em 1517, Lutero
escreveu uma lista de críticas sobre as indulgências, num texto que ficaria conhecido como as
95 Teses. Elas foram pregadas na porta da igreja do castelo de Wittenberg, à vista de todos. "O
conteúdo teológico do documento não é especialmente importante. Sua importância vem do fato
de que alguns editores com visão de negócios mandaram imprimi-lo, sem perceber que estavam
instituindo uma revolução nas comunicações", diz Robert Kolb, professor de Teologia
Sistemática do Seminário Concórdia, nos Estados Unidos. Por volta de 1520, as 95 Teses e
outros textos de Lutero tinham alcançado a incrível tiragem de 600 mil exemplares. Nada menos
que 20% dos panfletos publicados na Alemanha entre 1500 e 1530 foram assinados pelo monge
encrenqueiro - é como se, hoje em dia, um completo desconhecido passasse a ter o blog mais
acessado do país.
Em semanas, boa parte dos intelectuais da Europa ficou sabendo da polêmica. Muitos se
puseram do lado de Lutero. Já a Igreja recusou o debate teológico proposto pelo religioso e o
ameaçou de excomunhão em 1520. Lutero não quis se retratar. No ano seguinte, ele foi
chamado diante do imperador Carlos V e da Dieta (algo como a câmara dos deputados) do
Sacro Império. Continuou irredutível. A partir daí, embora tenha conseguido escapar, ele se
tornou um herege condenado à morte.
Templos modernos
Após passar uma temporada escondido, Lutero voltou a dar aulas em Wittenberg, protegido pelo
príncipe Frederico III da Saxônia. Dizia que só a Bíblia podia ser considerada a palavra de Deus
e que todos os cristãos eram sacerdotes. Não tão longe dali, outra voz se erguia contra a Igreja.
Na década de 1520, o padre Ulrico Zwinglio tinha lançado na Suíça um ataque às indulgências
parecido com o de Lutero e também defendia a supremacia da Bíblia sobre as autoridades
eclesiásticas. Zwinglio se tornou um dos líderes políticos de Zurique e acabou com a veneração
de imagens de santos e com a música nas cerimônias religiosas. Alguns cantões suíços se
uniram a Zurique, enquanto outros declararam guerra aos "hereges". O próprio Zwinglio
acabaria morto em combate, em 1531.
Na Alemanha, alguns defensores das idéias de Lutero, como o padre Thomas Müntzer,
começaram a interpretar a Reforma de um ponto de vista social. Afinal, se o único rei
verdadeiro era Deus, por que continuar obedecendo à realeza? Camponeses, plebeus e até
nobres se uniram a Müntzer e pegaram em armas. Entre 1524 e 1525, a Guerra dos Camponeses
virou a Alemanha de pernas para o ar. Os nobres conseguiram massacrar os rebeldes - e foram
apoiados por Lutero, que recusava o uso da violência defendido por Müntzer e considerava
heréticas certas práticas dos revoltosos, como o batismo de adultos que já tinham sido batizados
quando bebês.
As nações de língua alemã não eram as únicas a sofrer a influência dos reformistas. Nas décadas
de 1520 e 1530, por exemplo, o luteranismo se tornou tão influente na Escandinávia que acabou
levando a um rompimento da região com Roma. Já na Inglaterra, o rei Henrique VIII (tão
católico que chegara a escrever um tratado contra Lutero), queria que o papa anulasse seu
casamento com Catarina de Aragão. O problema é que a rainha era tia do líder do Sacro
Império, Carlos V, a quem o papa não queria desagradar. Em 1533, persuadido por conselheiros
com inclinações protestantes, Henrique VIII resolveu se divorciar sem autorização papal. Nascia
aí a Igreja Anglicana, cuja liderança coube ao rei britânico. "Anos antes, a Reforma na
Inglaterra parecia impossível, mas acabou se instaurando", diz o historiador Christopher Haigh,
da Universidade de Oxford, na Inglaterra. A nova religião começou quase como um catolicismo
sem papa, mas foi sendo cada vez mais influenciada pela Reforma, até ficar no meio do
caminho entre protestantismo e catolicismo.
O último golpe contra a antiga unidade cristã veio da França. Lá, um advogado chamado João
Calvino desenvolveu doutrinas ainda mais radicais, que não só rejeitavam a autoridade do papa
e a missa como consideravam que Deus predestinava apenas certas pessoas para a salvação. A
partir de 1536, Calvino refugiou-se em Genebra, na atual Suíça, e, após vencer diversos
conflitos, instituiu um sistema de governo dominado por sua visão do cristianismo. A cidade se
tornou um centro de formação de missionários protestantes.
Enquanto isso, na Alemanha de Lutero, nobres rompiam com a Igreja e aproveitavam para
tomar suas terras e riquezas. Para brecar a onda de mudanças, o imperador Carlos V deu início a
uma guerra civil no Sacro Império. Sem conseguir vencer pelas armas, ele assinou um acordo
com os luteranos: a Paz de Augsburgo, em 1555. Graças a ela, cada príncipe ficou livre para
determinar a religião de seu território. A divisão da Europa cristã em duas tinha acabado de virar
lei. Nos 100 anos seguintes, guerras religiosas ainda matariam muita gente na Europa. Lutero,
contudo, não viveria para ver a Paz de Augsburgo nem o sangue derramado depois. Casado com
a ex-freira Katharina von Bora, ele morreria em Eisleben, sua terra natal, em 1546.
Hoje, passados 490 anos da publicação das 95 Teses, protestantes e católicos já são capazes de
dialogar pacificamente em debates sobre teologia. Mas, se não entram mais em guerra por causa
de suas diferentes convicções religiosas, os dois lados ainda são protagonistas de disputas
intensas. No Brasil, por exemplo, a Igreja Católica luta diariamente contra a perda de fiéis para
o ramo mais jovem do protestantismo: as igrejas neopentecostais, conhecidas como
"evangélicas".
O papa contra-ataca
A resposta católica à Reforma veio no Concílio de Trento
Roma demorou para formular uma resposta abrangente contra a ameaça da Reforma. Nos anos
1530, o Vaticano convocou uma comissão de religiosos de alta competência teológica e
reconhecida moralidade para produzir um relatório sobre o que deveria mudar na Igreja. "O
relatório, chamado de Consilium de Emendenda Ecclesia e apresentado ao papa em março de
1537, foi uma bomba", escreve o historiador britânico Eamon Duffy no livro Santos e Pecadores
- História dos Papas. A comissão disse que a culpa pela Reforma era do próprio Vaticano e listou
uma série de medidas draconianas para botar a casa em ordem. Em termos de teologia, o texto
chegava até a dar razão a Lutero em alguns pontos. Como dizia o cardeal inglês Reginald Pole,
um dos autores, "os hereges (protestantes) não são hereges em tudo". O próprio Lutero,
aparentemente adorando tudo aquilo, fez questão de publicar uma tradução em alemão, com
suas próprias - e irônicas - notas de rodapé.
A coisa pegou tão mal que o relatório acabou arquivado. Mas a Igreja continuou seus planos de
reforma interna com o Concílio de Trento, reunião realizada entre 1545 e 1563 na cidade
italiana de mesmo nome. Nele, os católicos fizeram questão de não ceder um milímetro na parte
doutrinária, teológica e organizacional, reafirmando coisas como o uso de imagens, a devoção a
Maria e aos santos e a autoridade do papa. Mas, ao mesmo tempo, o Vaticano fez um esforço
sincero para elevar o nível cultural e moral dos padres: foi nessa época que surgiram, pela
primeira vez, seminários sérios - em que os futuros padres eram educados com rigor. Além
disso, houve um impulso poderoso para converter povos que nunca tinham tido contato com o
cristianismo. Por meio dos jesuítas e outros grupos missionários, a Igreja transformou a América
Latina num domínio totalmente católico - e conseguiu inúmeras conversões na Índia, na China,
no Japão e nas Filipinas. Pelo menos em termos populacionais, o catolicismo parecia ter perdido
parte da Europa para ganhar o mundo.
Árvore de igrejas
A Reforma deu origem aos anglicanos e às religiões protestantes
Anglicana
ORIGEM: Reino Unido
ÉPOCA: século 16
CARACTERÍSTICAS: liderada por bispos e arcebispos, é a que mais se aproxima da Igreja
Católica, embora não tenha uma autoridade suprema e rejeite o comando do papa.
Católica
ORIGEM: Roma
ÉPOCA: século 1
CARACTERÍSTICAS: defende a autoridade do papa, o celibato para todos os padres e, do
ponto de vista teológico, o papel dos santos e da Virgem Maria.
Luterana
ORIGEM: Alemanha
ÉPOCA: século 16
CARACTERÍSTICAS: centraliza sua teologia na chamada doutrina da justificação, segundo a
qual só a fé em Jesus Cristo (e não as boas ações) pode salvar o homem.
Calvinista
ORIGEM: França e Suíça
ÉPOCA: século 16
CARACTERÍSTICAS: segue a doutrina da predestinação. Deus seria responsável por escolher
as pessoas que se salvam e, segundo alguns, também as que são condenadas.
Metodista
ORIGEM: Reino Unido
ÉPOCA: século 18
CARACTERÍSTICAS: suaviza a doutrina da predestinação, afirmando que a fé humana em
Cristo, guiada pelo livre-arbítrio, ajuda a determinar as pessoas que serão salvas.
Pentencostais e neopentecostais
ORIGEM: Alemanha e Estados Unidos
ÉPOCA: século 19.
CARACTERÍSTICAS: enfatizam a ação direta do Espírito Santo sobre o indivíduo,
manifestada em dons como falar línguas desconhecidas. Algumas veem a prosperidade como
sinal da bênção divina.
Livros
A Companion to the Reformation World, R. Po-Chia Hsia, Blackwell Science, 2006
É a coletânea histórica mais atual sobre a Reforma. Aborda os movimentos precursores e os que
vieram depois.
Luther: Man Between God and the Devil, Heiko Oberman, Yale University Press, 2006
Mostra como a mentalidade do reformador Lutero tinha muito a ver com as ideias medievais.
Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[D]
Resposta da questão 2:
[E]
O texto deixa claro que o Rei Filipe II usou a Inquisição para um fim político: destituir seu
secretário de Estado que estava concentrando mais poderes do que o desejado. Assim, o texto
corrobora o exposto no item [E] (“esteve vinculada ao Estado e serviu aos interesses de grupos
ligados ao poder”).
Resposta da questão 3:
[A]
A leitura do texto nos mostra um membro das camadas populares evocando a religião para
justificar seu ato, no caso, o roubo de comida. Isso mostra como a religião podia ser utilizada
por qualquer setor social para justificar suas ações.
Resposta da questão 4:
a) A gravura faz uma referência explicita à centralidade da Bíblia, considerada única fonte
de autoridade religiosa e única regra em que o crente deve acreditar. A livre interpretação da
Bíblia eliminava a necessidade e o valor da hierarquia eclesiástica; introduzia as línguas
nacionais nos ofícios religiosos e estimulava a tradução da Bíblia de modo a torná-la
diretamente acessível aos crentes. Assim, o acesso direto ao texto sagrado convertia-se em
um forte instrumento de contestação da autoridade espiritual e temporal da Igreja Católica.
Resposta da questão 5:
Duas das causas:
- interesse do rei Henrique VIII nas terras da Igreja
- interesse da burguesia na queda de taxas e impostos
- interesse da burguesia em ampliar o seu poder no Parlamento
- interesse do rei em fortalecer sua autoridade a partir da criação de uma Igreja subordinada
diretamente a ele
- não concessão da anulação do casamento do rei com Catarina de Aragão pelo Papa e
consequente interdição de seu casamento com Ana Bolena
Uma das consequências:
- aceleração do processo de cercamento dos campos
- início da projeção da Inglaterra como potência econômica e naval na Europa
- confisco e leilão das terras da Igreja Católica, ampliando os recursos disponíveis à monarquia
Resposta da questão 6:
[B]
Resposta da questão 7:
[E]
Resposta da questão 8:
[B]
Resposta da questão 9:
[C]
b) As mudanças estruturais ocorridas entre a Baixa Idade Média e o início da Idade Moderna -
como, por exemplo, o desenvolvimento comercial e urbano e o surgimento de novas elites
econômicas propiciaram o questionamento das interpretações que a Igreja fazia do
cristianismo. Além disso, a corrupção do clero e particularidades regionais também
contribuíram para o fortalecimento tanto do luteranismo quanto do calvinismo. O luteranismo
contou ainda com o apoio da nobreza alemã, interessada em ampliar seus poderes políticos e
econômicos, enquanto o calvinismo foi favorecido por burguesias locais que questionavam a
mentalidade católica.