Professional Documents
Culture Documents
PROFESSOR TERROR
Aula 1
(Relações de coordenação e subordinação entre termos e orações.
Emprego dos sinais de pontuação.)
Olá!
Seja bem-vindo (a) ao nosso curso de Português para a Polícia Federal.
Nossa intenção neste curso é transmitir a você o conteúdo exigido na
prova praticando com questões anteriores da banca CESPE, para que não haja
nenhuma surpresa na hora da prova. Com isso, é natural o número de páginas
ser grande, e isso favorece você; pois necessitamos aprofundar em alguns
tópicos e praticar nas questões, a fim de estarmos prontos para atingirmos o
nível que o concurso exige.
Uma coisa importante é o local em que estudamos: se for escolhido um
lugar que propicie interpelação de outras pessoas, tirando a sua atenção,
mesmo que de vez em quando, isso não traz benefícios ao seu estudo.
Local de estudo deve ser claro e SILENCIOSO. Ah! Cuidado com a
postura ao sentar-se, pois isso pode derrubar seu entusiasmo. Ninguém
consegue estudar se passar a ter uma dor na coluna, correto?!!!!!!
Siga uma rotina, escolha dias certos para estudar nossa matéria,
horários fixos ajudam a nossa disciplina intelectual. E concurseiro que não tem
disciplina, organização e persistência não passa.
Antes de entrarmos no tema desta aula, você verá em muitas questões
expressões como “valor semântico”, “morfologia”, “erro sintático”, “erro
gramatical” etc. Mas o que significam essas expressões?
Para responder a isso, vamos trabalhar os princípios gramaticais.
A gramática normativa divide-se em três estruturas básicas: a
semântica, a morfologia e a sintaxe.
O valor semântico é o sentido que o vocábulo terá no contexto da frase.
A base de seu estudo são os sentidos das conjunções coordenativas,
subordinativas adverbiais, preposições, além dos substantivos, adjetivos,
advérbios.
A morfologia é tudo que norteia o vocábulo em si: a fonologia (som da
palavra), a estrutura da palavra, a ortografia, a acentuação gráfica e as classes
de palavras. Estas classes são os nomes dos vocábulos dentro de uma frase.
Esses vocábulos podem ser:
a) substantivo (dá nome aos seres);
b) artigo (determina o substantivo);
c) adjetivo (caracteriza o substantivo);
d) advérbio (modifica o verbo, adjetivo ou outro advérbio);
e) pronome (substitui ou acompanha um termo substantivo);
f) verbo (transmite processos, como ação, atividade intelectual, desejo, etc);
g) conjunção (liga orações ou palavras);
h) preposição (liga orações, palavras ou inicia complementos);
i) numeral (quantifica, ordena, multiplica ou divide os seres);
j) interjeição (marca exclamações).
sujeito predicado
Toda vez que fazemos uma análise sintática, devemos nos basear no
verbo. A partir dele, reconhecemos os outros termos da oração. Não se quer
aqui que você decore todos os termos da oração, basta entendê-los, pois a
banca CESPE tem uma forma bem própria de cobrar isso em prova.
Veja os verbos elencados nos exemplos. Todos eles estão no singular.
Isso ocorreu porque eles dizem respeito a um termo, que é o sujeito “O
candidato”. Se ele está no singular, é natural que o verbo também esteja. Já
que o verbo se flexiona de acordo com o sujeito, a gramática dá o nome a isso
de “concordância verbal”. Há um capítulo que trata só deste assunto em
qualquer gramática por aí.
Mas há tanta regra de concordância, será que temos que decorar tudo?
Definitivamente não! Você deve entender quem é o sujeito, qual é o tipo,
para saber flexionar o verbo. Então nada daquela decoreba da concordância
verbal, para esta banca.
Concordância verbal
sujeito predicado
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 3
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
PROFESSOR TERROR
Vimos, simplificadamente, a relação do sujeito com o verbo, chamada de
concordância verbal. Na aula 3, aprofundaremos nisso.
Agora, vamos trabalhar a relação do verbo dentro do predicado. Nas
frases de 1 a 4, os verbos “realizou”, “duvidou”, “enviou” e “tem” necessitam
dos vocábulos posteriores para terem sentido na oração, por exemplo: realizou
o quê?, duvidou de quê?, enviou o quê? a quem?, tem o quê?
Assim, você vai notar que eles dependem dos termos subsequentes para
terem sentido. Isso ocorre porque o sentido deve transitar do verbo para o
complemento. Por isso falamos que o verbo é transitivo. Sozinho, não
consegue transmitir todo o sentido, necessitando de um complemento. Dessa
forma, os termos “a prova”, “do gabarito”, “recursos”, “à banca examinadora”
e “certeza” completam o sentido destes verbos.
Para facilitar o entendimento, podemos dizer que a preposição seria um
obstáculo. Havendo uma preposição, o trânsito é indireto. Retirando-se a
preposição, o trânsito é livre, direto.
Então observe o verbo “realizou”. Ele não exige preposição. Assim, o
termo que vem em seguida é seu complemento verbal direto. Já o
complemento do verbo “duvidou” é indireto, pois o trânsito está dificultado
(indireto) tendo em vista a preposição “de”.
Já que, na frase 1, há complemento verbal direto, o verbo “realizou” é
chamado de transitivo direto (VTD). Na frase 2, como há preposição exigida
pelo verbo “duvidou”, diz-se que este verbo é transitivo indireto (VTI) e seu
complemento é indireto. Na frase 3, há dois complementos exigidos pelo
verbo: um(direto) e outro(indireto).
A gramática dá o nome a todo complemento verbal de objeto, por isso o
complemento verbal direto é o objeto direto (OD) e o complemento verbal
indireto é o objeto indireto(OI).
Já que entendemos que a transitividade é uma exigência do verbo, pois
necessita de um complemento verbal, a gramática dá o nome a este processo
de “Regência”, pois ele exige, rege o complemento. Se é um verbo que exige,
é natural que a regência seja verbal. Há um capítulo na gramática que trabalha
só isso: Regência Verbal (reconhecimento da transitividade do verbo), a qual
veremos na aula 4. Este tema não está especificado no edital da Polícia Federal
2012, mas vai ser cobrado em outros temas, como a subordinação entre os
termos e entre as orações. Mas agora cabe apenas entender a estrutura
abaixo. Veja:
Regência Verbal
sujeito predicado
sujeito predicado
Note que o verbo “tem” é transitivo direto e “certeza” é o objeto direto. A
expressão “de sua aprovação” não complementa o verbo, ela complementa o
nome “certeza”: certeza de sua aprovação.
O estudo da Regência Nominal, na realidade, é realizado para
descobrirmos quais preposições iniciam o complemento nominal.
Então atente quanto à diferença da oração 3 (VTDI + OD + OI) para a 4
(VTD + OD + CN).
Agora, vamos à oração 5. Note que o verbo “viajou” não exige nenhum
complemento verbal. Então não há transitividade. Se quisermos uma estrutura
posterior, naturalmente inseriremos uma ou mais circunstâncias. A essas
circunstâncias damos o nome de adjunto adverbial. Poderíamos dizer que o
candidato viajou a algum lugar, em determinado momento, o modo como
viajou, a causa da viagem. Tudo isso são circunstâncias, as quais possuem o
valor de lugar, tempo, modo e causa. Essas são as circunstâncias básicas, mas
há mais e veremos adiante.
Então veja como ficaria:
sujeito VI Adj Adv lugar Adj Adv Adj Adv Adj Adv
tempo modo causa
Concordância nominal
sujeito predicado
Pronto, reconhecemos os tipos de verbos, agora falaremos um pouco
sobre o sujeito. Ele é um termo da oração do qual se declara alguma coisa.
Possui um núcleo (palavra de valor substantivo) e geralmente algumas
palavras de valor adjetivo que servem para caracterizá-lo. Veja a oração
abaixo.
As primeiras viagens de Joaquim foram excelentes.
Concordância verbal
Cada termo tem seu núcleo (palavra mais importante). Havendo mais de
um núcleo, passamos a ter uma relação de coordenação:
subordinação
coordenação coordenação
A banca CESPE não cobra os nomes dos termos na prova; mas, em seu
estudo, você pode ficar na dúvida quanto à diferenciação entre o adjunto
adnominal e o complemento nominal. Segue a regra geral.
2º critério:
O substantivo caracterizado pode ser O substantivo complementado deve ser
concreto ou abstrato. abstrato.
3º critério:
O termo preposicionado é agente. O termo preposicionado é paciente.
Muitas vezes, numa locução, a preposição “a” pode ser trocada por
outra, sem que isso acarrete prejuízo de construção ou de significado. Eis
alguns exemplos: à/com exceção de, a/ em meu ver, a/com muito custo, em
frente a/de, rente a/com, à/na falta de, a/em favor de, em torno a/de, junto
a/com/de.
Questão 18: Polícia Federal - 2004 - Agente Administrativo
Fragmento do texto: Por que ilusão de modernidade? (...) porque a
modernidade, ao invés de aumentar a riqueza bruta dessas nações, induziu
enormes transferências para fora com o movimento de capitais externos que
sugavam a renda regional.
No período em que ocorre, o conectivo “ao invés de” estabelece relações
semânticas de concessão e de restrição, e pode ser substituído por apesar
de, sem prejuízo para a coerência e a correção gramatical do texto.
Comentário: Note a substituição pedida na questão e compare:
1. ...a modernidade, ao invés de aumentar a riqueza bruta dessas nações,
induziu enormes transferências para fora com o movimento de capitais
externos que sugavam a renda regional.
2. ...a modernidade, apesar de aumentar a riqueza bruta dessas nações,
induziu enormes transferências para fora com o movimento de capitais
externos que sugavam a renda regional.
No texto original, a locução prepositiva “ao invés de” traduz a ideia de
que a modernidade não aumentou a riqueza bruta, apenas induziu a enormes
transferências. Já, com a substituição, “apesar de” traduz a ideia de que a
modernidade aumentou a riqueza (o que seria um contraste) e também
induziu enormes transferências. Assim, haveria mudança de sentido,
incoerência e por isso incorreção gramatical.
Gabarito: E
Note que temos apenas uma frase, porque só há um ponto final. Com
isso, percebemos que temos também um período. Como há vários verbos, há
várias orações em um período composto.
O resultado principal do enunciado é “passará no concurso.”. Para que
alguém consiga esse resultado, deverá passar por algumas condições: “se
mantiver atento à aula, realizar todas as atividades, ficar calmo durante a
prova”. Essas três condições estão paralelas, unidas, por isso as chamamos de
estruturas coordenadas. Elas estão justapostas porque todas possuem o
mesmo valor: condição.
O CESPE chama esta justaposição (coordenação) de ENUMERAÇÃO.
Assim, perceba que as orações 1, 2 e 3 estão coordenadas entre si. Mas
perceba também que a junção destas três condições (estruturadas em
coordenação) foi necessária para se ter um resultado: “passará no concurso”.
Veja que estas três estruturas sozinhas, sem a última oração, não teriam
sentido; por isso, além de estarem coordenadas entre si, elas dependem do
resultado, passando a uma relação de subordinação. Elas precisam de outra
para terem sentido. Imagine a estrutura acima sem a oração 4, ela teria
sentido?
1 2 3
Se você se mantiver atento à aula, realizar todas as atividades e ficar
calmo durante a prova ...passará no concurso do TSE.
Lógico que não, então percebemos que a oração 4 é necessária para que
as outras (subordinadas) tenham sentido.
Resumindo, entendemos que as orações 1, 2, 3 estão coordenadas
entre si (justapostas, paralelas, enumeradas) e que estas mesmas orações
estão subordinadas em relação à oração 4 (principal).
A oração subordinada se refere a uma oração principal e a oração
coordenada se liga a outra também coordenada (ou também chamada de
oração inicial). Nesta aula, exploraremos apenas a estrutura coordenada.
Vimos anteriormente que essas estruturas paralelas não ocorrem só com
orações. Elas também podem ocorrer com os termos da oração. Veja:
“Fui ao mercado e comprei os seguintes itens: carnes, frutas e legumes.”
Enumeração de adjetivos:
2 Achei a pintura clara, intrigante, linda!
Sequência de ações
3 Joana foi ao trabalho, despachou poucos documentos, sentiu-se mal e
voltou para casa.
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1.1 1.2 2.1 2.2 4.1 4.2
1 2 3 4 5 6
1.1 1.2 2.1 2.2 4.1 4.2
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1 2
Ele não foi à casa dos pais: sua aparência de esgotamento os preocuparia.
Questão 75: TRE ES - 2011 - Técnico
Fragmento de texto: Trata-se de assunto cuja importância e mesmo
centralidade não podem ser desprezadas: princípio basilar da democracia
representativa é o voto de cada pessoa ter o mesmo peso eletivo.
Dadas as relações de sentido do período, o sinal de dois-pontos poderia ser
substituído pela conjunção “porque”, sem prejuízo do sentido geral do trecho.
Comentário: A expressão “princípio basilar da democracia representativa é o
voto de cada pessoa ter o mesmo peso eletivo” é uma explicação da estrutura
“importância e mesmo centralidade não podem ser desprezadas”. Essa
1 2 3 4 5 6
1.1 1.2 2.1 2.2 4.1 4.2
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6
1.1 1.2 2.1 2.2 4.1 4.2
1 2 3 4 5 6
Excedi um pouco o número de páginas desta aula, mas o assunto exigiu, ok!!!
Grande abraço.
Terror
Lista de questões
1. C 2. E 3. C 4. E 5. E 6. E 7. E 8. E 9. E 10. C
11. E 12. E 13. C 14. C 15. E 16. C 17. C 18. E 19. E 20. C
21. E 22. E 23. E 24. E 25. E 26. E 27. E 28. C 29. E 30. E
31. C 32. E 33. C 34. E 35. C 36. C 37. C 38. C 39. C 40. C
41. C 42. C 43. C 44. C 45. E 46. C 47. C 48. C 49. E 50. C
51. C 52. C 53. C 54. E 55. C 56. E 57. E 58. E 59. C 60. C
61. E 62. E 63. C 64. E 65. C 66. E 67. C 68. E 69. E 70. E
71. E 72. E 73. C 74. C 75. C 76. E 77. C 78. E 79. C
Controle de desempenho:
Quantidade de acertos (QA): + _____ Meu desempenho!!!
Quantidade erros (QE): – _____
Total (To=QA-QE): _______
Porcentagem ( x 100)= ______
79 (quantidade de questões da aula)
Só passe para a aula seguinte, se você tiver índice maior que 80%.