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VII SRST – SEMINÁRIO DE REDES E SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES

INSTITUTO NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES – INATEL


ISSN 2358-1913
SETEMBRO DE 2017

Equipamentos de conversão de frequência


para Comunicação Via Satélite: Testes e
Medições
Daniele Vieira Campbell, Carlos Nazareth Motta Marins

Resumo - Este artigo irá ilustrar de forma sucinta as


características da comunicação via satélite, tendo como objetivo
principal, explicar a função dos equipamentos conversores de
subida e descida e também os amplificadores LNA e LNB,
ilustrando com medições e testes realizados em laboratório.
Palavras chave - Down-Converter, LNA, LNB, Satélite, Up-
Converter.
Abstract - This article will present briefly the characteristics of
satellite communications, having as main objective, explain the
function of the Down-Converter and Up-Converter equipment and
the LNA e LNB amplifiers, illustrating with measurements and
tests performed in the laboratory.
Index Terms - Down-Converter, LNA, LNB, Satellite, Up-
Converter.
Fig. 1. Enlace ponto a ponto unidirecional [1].
I. INTRODUÇÃO
Atualmente define-se 5 principais bandas de operação, ou
O sistema de comunicação via satélite é formado comercialmente mais utilizadas, denominadas de Banda L, C,
basicamente pelas estações terrenas e pelo satélite. A partir das X Ku e Ka, sendo que cada uma opera em determinadas
estações terrenas, são formados os enlaces satélites, seja ele de aplicações. Na Tabela I, pode-se verificar as faixas de
subida ou descida, denominados up-link e down-link frequência de cada banda.
respectivamente. O enlace de up-link é a comunicação entre a A faixa de frequência de up-link é diferente da faixa de
estação terrena de origem e o enlace de down-link é a frequência de down-link para reduzir a interferência entre eles,
comunicação entre o satélite e a estação terrestre destino. A não prejudicando a transmissão e recepção do sinal. É
Figura 1 ilustra o diagrama do enlace desta comunicação em importante ressaltar que a banda L não é dividida em up-link e
apenas uma direção, para enfatizar a definição dos enlaces de down-link, pois é empregada apenas para processamento
up-link e down-link. eletrônico dos sinais nos equipamentos, não sendo utilizada
Em comunicação de dados as estações transmitem e para propagação no espaço.
recebem sinais, portanto cada estação é responsável por
transmitir sinais e formar um up-link com o satélite, como
TABELA I – FAIXAS DE FREQUÊNCIAS [2]
também receber sinais e funcionar como a estação de recepção
de um down-link com o satélite. Faixa Faixa
Banda
Up-Link Down-Link
Cada enlace opera em uma faixa de frequência, permitindo
L 950 MHz a 1660MHz
assim, reduzir a interferência entre eles. As faixas de C 5,925 – 6,425 (GHz) 3,7 – 4,2 (GHz)
operações, seja do enlace de subida ou de descida, são X 7,965 – 8,025 (GHz) 7,315 – 7,357 (GHz)
denominadas de Banda. Cada enlace opera em uma faixa de Ku
12,75 – 13,25 (GHz)
10,7 – 12,75 (GHz)
frequência, permitindo assim, reduzir a interferência entre eles. 13,75 – 14,5 (GHz)
Ka 27,5 – 30 (GHz) 17,7 – 20,2 (GHz)

Trabalho de Conclusão de Curso ilustrado ao Instituto Nacional de


Telecomunicações, como parte dos requisitos para obtenção do Certificado de
Pós-Graduação em Engenharia de Redes e Sistemas de Telecomunicações. O sistema de comunicação via satélite, é composto por
Orientador: Prof. Dr. Carlos Nazareth Motta Marins. Trabalho Aprovado em vários elementos, que são responsáveis por levar a informação
07/2017. da estação de transmissão até o satélite e do satélite até a
estação de recepção. As Figuras 2 e 3 ilustram os elementos de frequência recebida em uma determinada banda para a
subida e descida de uma estação remota. frequência em Banda L, sendo esta a função do LNB.
Basicamente a conversão da frequência é realizada pelo
conjunto de circuitos responsáveis por filtrar a frequência
desejada e multiplicar com a frequência do oscilador. Os
resultados desta multiplicação são novas componentes de
frequências em bandas desejáveis e indesejáveis. Para
selecionar as componentes que atendem ao sistema, utiliza-se
de filtros que permitem a seleção da frequência adequada. A
Fig. 2. Diagrama Básico da Estação de Transmissão em um enlace
Figura 4 ilustra um diagrama em bloco de como é realizado a
unidirecional [1] conversão no up-converter.

Fig. 3. Diagrama Básico da Estação de Recepção em um enlace unidirecional


[1]

O objetivo deste artigo é ilustrar as características e


parâmetros dos conversores de frequência, tanto na recepção
como na transmissão, e dos amplificadores de baixo ruído na
Fig. 4. Diagrama em Blocos Básico de um up-converter [1]
recepção.
A Seção II abordará a função dos conversores de frequência Na transmissão, o sinal modulado trafega pelo filtro de FI e
(up-converter e down-converter), dos amplificadores LNA é multiplicado através do mixer com o sinal do oscilador,
(Low Noise Amplifier) e LNB (Low Noise Block), no sistema passa novamente pelo filtro selecionando as frequências de
de comunicação via satélite. Na Seção III serão ilustrados os Banda L.
procedimentos de testes realizados em laboratório sobre o O sinal resultante deste primeiro estágio de mixagem e
funcionamento dos conversores de frequência e na Seção IV filtragem é aplicado a um segundo mixer que o multiplica com
os testes e parâmetros com os amplificadores de baixo ruído. o sinal de um segundo oscilador. O resultado desta segunda
Os testes foram realizados seguindo procedimentos que multiplicação é novamente filtrado para se obter o sinal final
atendem as necessidades do mercado de comunicação via na faixa de frequência da banda que se deseja transmitir. Após
satélite. essa conversão, o sinal é amplificado, através do amplificador
de alta potência HPA (High Power Amplifier).
II. FUNÇÕES DOS ELEMENTOS: CONVERSOR DE Já no enlace de recepção a estrutura é um pouco diferente,
FREQUÊNCIA, LNA E LNB pois, além da conversão do sinal de micro-ondas para faixa de
FI ocorre também à amplificação do sinal. Dependendo do
No estágio da transmissão, além dos outros equipamentos serviço em que será empregado e da configuração da estação,
que compõe o enlace de up-link, existe um que é responsável o elemento na recepção pode ser um LNA ou um LNB.
por transformar a baixa frequência que sai do modulador para Atualmente o LNB é a solução mais empregada para
a alta frequência que precisa ser reconhecida na transmissão sistemas, tanto para operação com comunicação de dados,
via satélite. A frequência mais utilizada na saída do como também para tráfego de sinais de áudio e vídeo, que se
modulador, denominada FI (Frequência Intermediária) do tornaram feixe de dados nas concepções digitais das diversas
sistema, tipicamente assume o valor de 70MHz ou de 140MHz aplicações de mídia.
e, como ilustrado na Tabela I, as transmissões e recepções de A Figura 5 ilustra o diagrama do down-converter. Na
sinais que trafegam pelos satélites, podem ser nas frequências recepção, o sinal de down-link é recebido com a potência
da ordem de 5GHz até maiores que 30GHz dependendo da muito baixa e em alta frequência. O LNA, que possui diversos
banda que irá ser utilizada. estágios de amplificação, é o responsável por amplificar o
Da mesma forma que é necessário converter baixos valores sinal de recepção de baixo nível. Após este estágio de
de frequência para altos valores na transmissão, o amplificação, o sinal entra nos estágios de conversão de
procedimento contrário é realizado na recepção. O conversor frequência. No primeiro estágio o sinal passa por filtros e pelo
de frequência na transmissão, é chamado de up-converter, e o mixer havendo uma subtração da frequência de entrada com a
conversor na recepção de down-converter. frequência do oscilador, gerando assim um sinal em Banda L.
Outro elemento importante nesta comunicação, são os No segundo estágio de conversão, o sinal em banda L, sofre o
amplificadores de baixo ruído. Esses amplificadores são mesmo processo de mixagem e filtragem, gerando assim um
utilizados no estágio de recepção e, como ilustrado na Figura sinal na faixa de FI.
3, podem apenas fazer a amplificação do sinal na recepção,
função do LNA, ou fazer a amplificação e converter a
A. Teste Up-Converter
O up-converter é um dos elementos responsáveis pela
comunicação de up-link. Os testes foram realizados no
conversor UT4505, que opera na faixa de frequência
5,845GHz a 6,425GHz. A Figura 6 ilustra o diagrama em
blocos do set-up de testes.

Fig. 5. Diagrama Básico de todo um sistema de conversão de frequência do


sistema de recepção (down-converter) [1]

Cada equipamento trabalha com suas características


específicas. Existe no mercado conversores de frequência que
operam apenas em banda C, outros em banda Ku, como
também uma solução completa que já faz a conversão da
frequência e amplificação do sinal. Nas próximas sessões será
ilustrado os testes realizados em laboratório com LNA, LNB,
down-converter, up-converter e a ODU (outdoor unit),
equipamento este que é utilizado em sistemas VSAT (Very Fig. 6. Diagrama em blocos do set-up de testes do up-converter UT4505.
Small Aperture Terminal), responsável por amplificar a A Figura 7 ilustra os componentes responsáveis pela
potência e fazer o papel de up-converter. conversão da frequência de entrada de 70MHz para
6,175GHz.
III. TESTE COM UP-CONVERTER E DOWN-CONVERTER
O bloco D é a fonte de alimentação da unidade, bloco E é o
O objetivo dos testes realizados em up-converters e down- oscilador de 10MHz usado como referência para os
converters é demonstrar como é feita a conversão verificando- sintetizadores de frequências na faixa de micro-ondas, o bloco
se o resultado está dentro dos parâmetros adequados de C é a placa controladora, o bloco B é o circuito de entrada,
qualidade necessários para atender os sistemas de que é conectado em um modem satélite, com frequência
comunicação via satélite na transmissão e recepção estipulada de 70MHz e o bloco A é responsável pelas
respectivamente. Nas Tabelas II, III e IV, são ilustradas as conversões de frequência feitas pelos mixers e as filtragens dos
listas de equipamentos que foram utilizados nos testes para “batimentos”, realizadas por filtros, que atendem a conversão
verificar o comportamento dos conversores de frequência e de 70MHz para 6,175GHz.
medir seus parâmetros.

TABELA II - EQUIPAMENTOS DO SET-UP DE TESTE DO CONVERSOR


DE SUBIDA (BANDA C)
Equipamento Modelo Fabricante
Up-Converter UT4505 Comtech
Gerador de RF MG3642A Anritsu
Modem Satélite CDM600 Comtech
Analisador de Espectro 8757C HP

TABELA III - EQUIPAMENTOS DO SET-UP DE TESTE DO CONVERSOR


DE DESCIDA (BANDA C)
Fig. 7. Vista superior do Up-Converter UT4505, com a indicação de todos os
Equipamento Modelo Fabricante
módulos.
Down-Converter DT4503 Comtech
Gerador de RF 69359A Wiltron A Figura 8 ilustra o gerador de RF, MG3642A, com
Modem Satélite CDM600 Comtech frequência e nível ajustados em 70MHz e nível de saída de -
Contador de Frequência MF76A Anritsu
35dBm.
A Figura 9 ilustra a frequência de 6,175GHz medida na
saída do up-converter no analisador de espectro 8757C HP.
TABELA IV - EQUIPAMENTOS DO SET UP DE TESTE ODU Pode-se verificar que, através do analisador de espectro, ao
Equipamento Modelo Fabricante entrar com FI de 70MHz houve a conversão para a frequência
BUC AN7000 Ver.1.1 Gilat desejada de up-link.
Gerador de RF MG3642A Anritsu Com este teste, pode-se atestar a condição de conversão de
Analisador de Espectro MS2667C Anritsu
frequência, o ganho de conversão e dependendo do sistema
testado a medição de espúrios resultantes do processo de
conversão de frequência, mas não eliminados por completo
pelos estágios de filtragem.
com o amplificador de potência a frequência e o nível
estabelecidos de 6,175GHz. Todo o processo de conversão de
frequência ocorre da mesma forma, mas neste caso é possível
verificar o sinal modulado ocupando a faixa de espectro
especificada para o serviço.
B. Teste ODU
Nos sistemas VSAT, existe um equipamento que é
responsável pela conversão de baixa frequência para alta
frequência, amplificando também o sinal, comercialmente
chamado por ODU (outdoor unit). Neste caso o teste foi
Fig. 8. Gerador de RF MG3642 com a indicação do nível e da frequência
do sinal ofertado em sua saída. realizado com o equipamento AN7000 Ver1.1 (Gilat) com
potência de saída de 2W e frequência de 13,05GHz.
Foram realizados testes com uma ODU que opera em banda
Ku, como ilustrado na Figura 12.

Fig. 9. Frequência de 6,175GHz medida na saída do up-converter no


analisador de espectro 8757C HP.

O teste também foi realizado utilizando-se um modem,


ilustrado na Figura 10, que oferece em sua saída o sinal
modulado, como ilustrado na Figura 11.
Fig. 12. ODU Banda Ku AN7000 (1.1) da GILAT.

Fig. 10. Conexão up-converter UT4505 com o Modem Satélite CDM600,


ambos equipamentos da COMTECH.

Fig. 13. Diagrama em blocos do set-up de testes do ODU AN7000 (1.1) da


GILAT.

De acordo com a Figura 12, o Bloco A é a entrada de um


sinal em Banda L, o Bloco B é o circuito responsável por
manter o oscilador fixo na frequência determinada pelo
fabricante, que neste caso é de 13,05GHz. No bloco C tem-se
estágio de amplificação de potência e filtros, para que se
mantenha na entrada do mixer, representado pelo Bloco D, a
frequência correta. No mixer é realizado a multiplicação da
frequência do sinal em Banda L com a frequência do oscilador
local. No Bloco E mais um estágio de amplificação de
potência e por fim no Bloco F, o sinal passa por uma divisão
Fig. 11. Sinal Modulado na Frequência de 6,175GHz. com defasagem de 90º para proporcionar melhor ganho e
proteção contra perda de retorno. As medidas na saída de cada
Ainda na Figura 9 é possível observar que, através do painel estágio são ilustradas nas Figuras 14, 15 e 16.
do equipamento, pode-se realizar a configuração de operação
do equipamento, para que entregue em sua saída na conexão
C. Teste Down- Converter
De acordo com o especificado para Banda C, informado na
Tabela I , a faixa de frequência de operação no down-link é de
3,7GHz a 4,2GHz. Diante disto, configura-se o equipamento
down-converter para 4GHz. Os parâmetros configurados para
o teste estão ilustramos na Tabela V.
TABELA V - PARÂMETROS DE CONFIGURAÇÃO DO
DOWN-CONVERTER.
Parâmetros Medida
Frequência na Saída do Gerador de RF 4GHz
Potência de entrada típica do conversor -45dBm
Frequência de Saída (FI) 70MHz
Ganho
45dB
(Especificação de Manual)
Fig. 14. Sinal com frequência em Banda L em 1,2GHz na saída do Gerador de
RF MG3642A – ANRITSU. O set-up de teste do down-converter DT4503 – COMTECH
pode ser analisado na Figura 17.

Fig. 17. Diagrama em blocos do set-up de testes down-converter DT4503 –


Fig. 15. Sinal com frequência em Banda Ku em 13,05GHz na saída do
COMTECH.
oscilador local da ODU.
A estrutura do down-converter, modelo utilizado no teste,
se aproxima com a do up-converter. A Figura 18 ilustra a
estrutura do equipamento, no Bloco A é o circuito onde sairá o
sinal de FI em 70MHz, para ser ligado em um modem satélite.
No Bloco B a placa controladora, Bloco C a fonte de
alimentação da unidade, Bloco D o oscilador de referências de
10MHz e o bloco E são os circuitos formados pelos
osciladores de micro-ondas (sintetizadores de micro-ondas), os
mixers e os filtros. Todo este conjunto faz a conversão do sinal
na faixa de 4GHz para 70MHz.

Fig. 16. Sinal com frequência em Banda Ku em 14,25GHz na saída do ODU.

Nas Figuras 14, 15 e 16 respectivamente, estão ilustrados o


sinal na saída do gerador de RF para frequência de Banda L
em 1,2GHz e nível de aproximadamente -21,3dBm; o sinal na
saída do oscilador local, com frequência de 13,05GHz; e o
sinal após a mixagem, na saída da ODU com a frequência de
14,25GHz e com nível de -3,26dBm. Com estes valores de
medição, sinais de entrada e de saída, é possível obter o ganho
da unidade sob teste, que neste caso é de aproximadamente
18,04dB.
Fig. 18. Componentes do down-converter DT4503 – COMTECH.
Através do gerador de RF, Figura 19, pode-se simular o
sinal de entrada no down-converter.

Fig. 21. Diagrama em blocos do set-up de testes LNA LCB4045/2 – Maxtech.

O LNA possui a função de amplificar o sinal recebido sem


Fig. 19. Gerador de RF 69359A – WILTRON.
alterar significativamente a relação sinal-ruído, com valores de
A Figura 20 ilustra o resultado da medida no sinal com FI temperatura equivalente de ruído inferiores a 50K. Através do
em 70MHz. gerador de RF, configura-se o amplificador para frequência
central de 3,9GHz.

Fig. 20. Medição da frequência do sinal de 70MHz na saída do Down-


Converter com contador de frequência MF76A – ANRITSU.

IV. TESTE COM AMPLIFICADOR DE BAIXO RUÍDO Fig. 22. Sinal Gerado para teste com LNA com o gerador 69359A – Wiltron.

Nos testes realizados com os amplificadores LNA e LNB, Este LNA possui 5 estágios de amplificação de potência e
foram utilizados os equipamentos ilustrados nas Tabela VI. devido a necessidade de preservar os instrumentos de medida,
foi inserido atenuadores e dissipador de calor que geraram
uma perda em torno de 69dB, como ilustra a Figura 22,
TABELA VI - EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NOS TESTES medida realizada na entrada do primeiro estágio de
COM AMPLIFICADORES
amplificação.
Equipamento Modelo Faixa de operação Fabricante Com auxílio do analisador de espectro MS2667C do
LNB Banda KU LN2190 11,7GHz - 12,15GHz Gilat fabricante Anritsu, nas Figuras 23, 24, 25, 26 e 27 é possível
LCB-
LNA Banda C
4045/2
3,6GHz - 4,2GHz Maxtech perceber qua a freqûencia de down-link se manteve e os sinais
Analisador de em cada saída dos estágios de amplificação foram tendo
MS2667C 9khz - 30GHz Anritsu
Espectro ganhos.
Da medida realizada na entrada do sinal no LNA e logo na
saída do primeiro estágio de amplificação, houve um ganho de
D. Teste com LNA aproximadamente 21dB, como ilustra a Figura 24.
Já na saída do segundo estágio, em relação ao primeiro,
O set-up de teste do LNA é ilustrado na Figura 21. houve um ganho de aproximadamente 10dB no sinal, como
ilustra a Figura 25.
Da saída do segundo estágio para o terceiro estágio, houve
um ganho de 7dB, conforme ilustrado na Figura 26.
Na saída do quarto estágio, em relação ao terceiro, houve
um ganho de aproximadamente 8dB, como ilustra a Figura 27
e na saída do quinto, e último estágio de amplificação, houve
um ganho de 16dB, conforme ilustra a Figura 28.
Fig. 23. Medida de entrada do sinal no LNA com Analisador de Espectro Fig. 26. Saída no terceiro estágio.
MS2667C - Anritsu.

Fig. 27. Saída no 4 estágio

Fig. 24. Saída no primeiro estágio.

Fig. 28. Saída no último estágio de amplificação

No total, este LNA amplificou o sinal recebido em


Fig. 25. Saída no segundo estágio. aproximadamente em 62dB, conforme esperado, pois, para
realização dos testes em cada fase de amplificação é
necessário que o equipamento esteja aberto e com isso gera
perdas e interferências no resultado exato. Não havendo essas
perdas, por condições dos testes, o sinal sairia em 0dBm.
E. Teste com LNB

O LNB tem a função de transformar a alta frequência


recebida em frequências de Banda L. A Figura 29 ilustra a
estrutura eletrônica de um LNB.

Fig. 29. Circuito LNB LN2190 Gilat. Fig. 31. Saída do 1º estágio LNB LN2190 Gilat.

O bloco A é a fonte de alimentação do LNB, no Bloco B é a


entrada do sinal recebido pelo satélite, o Bloco C é um circuito
de filtros, onde os primeiros sinais, recebidos do satélite,
passam por um filtro de banda, que permite selecionar apenas
a banda de frequências de micro-ondas desejada. O bloco D é
o oscilador local e o circuito do mixer. No mixer subtrai-se as
frequências do sinal de entrada e do oscilador, permitindo que
permaneça apenas as frequências de interesse. Por fim no
bloco E, possui um segundo filtro de banda, que filtra o sinal
para banda L e alimenta o amplificador de saída para o cabo.
O set-up de teste utilizado para o LNB, é ilustrado na Figura
30. Para a configuração ilustrada, só foi permitido a
visualização da amplificação do sinal.

Fig. 32. Saída do 2º estágio LNB LN2190 Gilat.

Este LNB possui 4 estágios de potência, o terceiro e quarto


estágio não foram possíveis de medir, pois, por estarem muito
próximos do oscilador de frequência, ao medir com o
equipamento destampado, gera muita interferência, não sendo
possível coletar as informações com exatidão.
No total este LNB amplificou, em relação ao sinal recebido,
Fig. 30. Diagrama em blocos do set-up de teste do LNB LN2190 Gilat. aproximadamente 61dB.

Através do gerador de frequência, é possível simular a faixa V. CONCLUSÃO


de frequência, configurada entre 11,7GHz a 12,2GHz, com Neste artigo foram abordadas as características e parâmetros
potência de entrada em -60dBm. Já na saída do primeiro dos conversores de frequência, na recepção e na transmissão, e
estágio de potência, observa-se que já houve um ganho dos amplificadores de baixo ruído na recepção.
significativo na frequência, aproximadamente 13dB, medindo Para realização dos testes dos equipamentos empregados em
na saída do primeiro estágio -47,55dBm, com frequência de comunicação via satélite, em sistemas de up-converter e down-
11,95GHz, conforme ilustrado na Figura 31. converter, são necessários equipamentos que gerem sinais em
Já na saída do segundo estágio, em relação ao primeiro, diferentes valores de frequência e analisadores de espectro que
houve um ganho de aproximadamente 11dB, como ilustra a permitam medir sinais nas mais variadas configurações.
Figura 32 entregando nesta saída um sinal com amplitude de Neste trabalho é possível perceber, através das figuras que
aproximadamente -36,9dBm. ilustramm os set-ups de teste, que deve-se preocupar com o
devido ajuste de nível, para não colocar em risco os
equipamentos testados e os equipamentos de medição. Neste
trabalho só não é ilustrada a medição de figura de ruído, que
na maioria dos casos não é feita, pois depende de
equipamentos de medição de alto custo presente somente nos
laboratórios de calibração e nos próprios fabricantes destes
equipamentos.

REFERÊNCIAS
[1] Marins. C. N. M.; “Estudo Analítico e Numérico de um Enlace Digital
de Comunicação Via Satélite em Condição Orbital Geoestacionária”;
Dissertação de Mestrado – Instituto Nacional de Telecomunicações, 2004.
[2] Ribeiro, J. A. J.; “Engenharia de Microondas: Fundamentos e
Aplicações; Editora Érica, 2008.
[3] F. L. Leão, “GTA UFRJ,” 18 Dezembro 2002. [Online]. Available:
http://www.gta.ufrj.br/grad/02_2/vsat/introducao.htm. [Acesso em 12
dezembro 2016]
[4] G. M. Mattos, “Maxwell PUC RIO,” PUR RIO, outubro 2006.
[Online]. Available: http://www.maxwell.vrac.puc-
rio.br/Busca_etds.php?strSecao=resultado&nrSeq=9193@1. [Acesso em 27
dezembro 2016].
[5] F. R. Vilasboas, Desenvolvimento de um Amplificador CMOS
Totalmente Integrado para Operar em 1.8GHz, Itajubá, Minas Gerais, 2004,
pp. 38-54.
[6] “UT4505,” 7 fevereiro 2012. [Online]. Available:
http://www.comtechefdata.com/files/datasheets/ds-ut4505x.pdf. [Acesso em
12 dezembro 2016].
[7] “DT4503,” 2 julho 2012. [Online]. Available:
http://www.comtechefdata.com/files/datasheets/ds-dt4503x.pdf. [Acesso em
12 dezembro 2016].
[8] “CDM600,” 26 outubro 2006. [Online]. Available:
http://www.comtechefdata.com/files/manuals/mn-modems-pdf/mn-cdm600-
600L.pdf. [Acesso em 12 dezembro 2016].
[9] Ribeiro, J. A. J.; “Engenharia de Antenas: Fundamentos, Projetos e
Aplicações; Editora Érica, 2012.

Daniele Vieira Campbell nasceu na cidade do Rio de Janeiro em abril de


1990 . Recebeu o título de Engenheira Eletricista pelo Inatel em 2013.

Carlos Nazareth Mottas Marins Doutor em Engenharia Elétrica pela


Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da UNICAMP –
Departamento de Semicondutores, Instrumentos e Fotônica em 2010. Mestre
em Telecomunicações, pelo INATEL em 2004, com dissertação na área de
comunicação via satélite. Graduado em Engenharia Elétrica, ênfase em
Eletrônica e Telecomunicações, pelo INATEL, em 1994. Técnico em
Eletrônica pela ETE-FMC de Santa Rita do Sapucaí – MG em 1989. Vice
Diretor e Pró Diretor de Graduação do Inatel. Membro da Diretoria de Ensino
da SET. Professor dos cursos de Engenharia e de Tecnologia do INATEL.
Consultor do ICC (Inatel Competence Center) em projetos para empresas nas
áreas de telecomunicações e eletrônica. Foi professor da ETE-FMC, no curso
de técnico de Eletrônica, de 1991 a 1999 e Engenheiro de desenvolvimento de
produtos para empresa LINEAR Equipamentos Eletrônicos S.A. (Hitachi
Kokusai Linear Equipamentos Eletrônicos S.A.) de 1994 a 2004.

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